Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IGUALDADE DIFERENÇAS
TRABALHO DE FUNDAMENTOS SOCIO-ANTROPOLÓGICOS.
MARINA PELLINI
LÍVIA MENDES
ISADORA VITAL
GABRIELA ZANOVELO
Muitas pessoas veem a sexualidade como um impulso natural que se expressaria pelo desejo, pela
paixão arrebatadora que faria brotar apego e a vontade de criar laços afetivos duradouros, além disso
esse lado é muito associado ao lado animal irracional de todos os seres humanos.
As pessoas afirmam que a sexualidade é algo que diz respeito à vida privada de cada um, porque
então estudar a sexualidade do ponto de vista das ciências sociais?
É Importante no porque apesar das pessoas poderem agir impulsivamente em matéria de sexo, isso
não quer dizer que o comportamento sexual humano seja uma simples resposta ao impulso natural
afinal, é uma força que passa necessariamente pelo filtro das normas de valores Morais.
As pessoas não inventam sozinhas suas fantasias sexuais , nem na suas repreensões sexuais, ambas
resultam de um complicado processo de socialização por meio do qual se conhece e vivencia seus
corpos, sentimentos e emoções, bem como se compreende de que maneira, quando onde com quem
se pode agir em termos sexuais.
As representações sobre sexualidade nos mostram que ela é como deveria ser. Não apenas dizem o
que é possível pensar no campo da sexualidade mas também o que seria “justo” e ”moral” de fazer.
SEXUALIDADE
A força das representações sobre a sexualidade se manifesta de diferentes formas : nas conversas cotidianas,
imagens divulgadas nos cinemas, na televisão, na internet, na música, nas doutrinas religiosas, nas pesquisas
sobre comportamentos sexuais, nos consultórios médicos e nas campanhas de saúde pública
Porém, esse conjunto de representações não é homogêneo, e nem coerente. As representações e as práticas
relacionadas a sexualidade são criações humanas, produzidas historicamente e em contextos sociais determinados
É possível dizer que a sexualidade está no coração de instituições ( existem devido a um “acordo”, “contrato”)
como namoro, casamento, a família e a procriação. Pode se dizer que elas existem para regular a pratica da
sexualidade
As instituições são produtos sociais, e por isso sofrem transformações ao longo do tempo. Atualmente, a
experiência sexual antes do casamento é muito mais frequente, assim como os divórcios, tornando mais comum
que pessoas se casem mais de uma vez. Isso resultou em transformações no modelo familiar também.
As condutas em relação à procriação sofreram mudanças também, já que atualmente há diversos métodos
contraceptivos, técnicas de reprodução para mulheres inférteis e mulheres que já atingiram a menopausa. Isso
gerou uma reorganização nos vínculos entre sexualidade, casamento e reprodução, os quais são diversos.
SEXUALIDADE
Normas e valores sexuais mudam muito, mas as restrições que pesam sobre a sexualidade da mulher são
as mesmas. Há uma convicção na sociedade de que o homem tem uma necessidade maior de sexo,
sendo traições mais toleradas, enquanto a mulher cabe o papel de se resguardar e se prevenir. São
muitas as mulheres que são perseguidas, agredidas e até mesmo assassinadas por namorados, maridos
e ex companheiros.
A sexualidade também diz a respeito de como são as pessoas e de como são as relações sociais que
elas estabelecem. A linguagem da sexualidade é poderosa para expressar classificações e hierarquias
sociais ( essa forma boa parte dos insultos e xingamentos)
Em várias convenções do que é “ser homem” e “ser mulher” está implícita a condenação da
homossexualidade, e na atualidade muitas pessoas homossexuais escondem suas relações para não
correrem o risco de serem agredidas, insultadas ou até mortas. Essas agressões acontecem em casa, na
escola e até lugares públicos.
As discussões políticas sobre combate ao assédio sexual e violência contra mulheres e homossexuais
explicita como a sexualidade está no foco de lutas políticas e de iniciativas legais e governamentais.
Lei maria da penha (7 de agosto de 2006) : pune a violência cometida contra mulheres na família e na
convivência doméstica
·Há também desde 2004 um programa federal ( Brasil sem homofobia) que combate a violência e
discriminação contra homossexuais
FEMINISMO E MOVIMENTO LGBT
O feminismo e o movimento LGBT são importantes atores na politização das questões relacionadas à intimidade e à vida sexual.
Principalmente no final do século XX, esses movimentos lutaram pelos direitos ao livre uso do corpo e à livre expressão da
sexualidade. Uma estratégia central dessas lutas foi a denúncia pública e o combate coletivo às formas de violência e discriminação.
No Brasil, pesquisas sobre homofobia mostram estado alarmante (feitas em 2009), com a grande maioria das pessoas entrevistadas
admitindo ter preconceito. Outra pesquisa do mesmo ano feita pela FEA-USP afirma que 87% da comunidade das escola públicas
brasileiras têm algum grau de LGBTfobia, para isso, entrevistaram 18,5 mil alunos, pais, professores e funcionários em 501 unidades
pelo país. Essas pesquisas também mostraram que pessoas trans são mais comumente agredidas e que mulheres lésbicas sofrem
violência principalmente no caráter doméstico ou na vizinhança, enquanto é mais comum para outras pessoas da comunidade LGBT
serem agredidos em lugares públicos. Outra informação perturbante é de 30% a 40% das pessoas que afirmaram ter sofrido agressão
não contaram a ninguém, o que mostra o quão invisível pode parecer a LGBTfobia.
Pesquisando dados mais recentes, podemos perceber que a situação continua bastante preocupante, em 2016, a ONG Transgender
Europe revelou em seu relatório mundial que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo em números absolutos (868
desde 2008), registrando mais que o triplo de assassinatos do que o segundo colocado (México). Ainda sobre a população trans, essa
mesma ONG publicou que de todos os assassinatos de pessoas trans registrados por 71 países entre os anos de 2016 e 2017, 52%
ocorreram no Brasil. Além do mais, a ONG Grupo Gay da Bahia (uma das principais instituições que revelam dados sobre a
LGBTfobia no país) revelou que em 2017, uma pessoa da comunidade morria por ser LGBT a cada 20 horas. Ademais, e se
desviando um pouco da violência física, dados recolhidos do Disque 100 identificaram que a maior parte das denúncias feitas foram
de violência psicológica, o que é muito mais difícil de contabilizar.
DIREITO DA MULHER E GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA
A sexualidade é uma questão social e política, que causa diversas discussões dentro da sociedade, porém, tal aspecto é ignorado ao se tratar a
sexualidade como uma questão meramente natural. De acordo com o texto, a natureza como justificativa se tornaria apenas uma forma de evitar
discussões sobre o tema, como se o argumento tornasse qualquer fato inquestionável, não sendo usado apenas em relação à sexualidade, mas
também a virtudes e defeitos inatos do ser humano.
Porém, a própria natureza pode ser questionada, a palavra pode carregar diversos significados, que dependem do ponto de vista; por isso, afirmar
que a sexualidade é uma questão natural, não é uma resposta, mas sim, a fonte de novas perguntas.
A novidade da sexologia foi propor uma visão científica para o tema da sexualidade humana, muito disso se deve a teoria da evolução
de Charles Darwin.
Os sexólogos procuram se basear no maior número de vivências possível, para isso se baseavam em estudos de casos clínicos
fornecidos por seus pacientes, para conseguir identificar os processos por trás do desejo e da atividade sexual humana. A suposição
inicial era que todo indivíduo era semeado por seus impulsos sexuais e que eles formavam a base de seu ser. O estudo consistia em
fazer com que os impulsos sexuais viessem à tona e que fossem verbalizados ou relatados por escrito, então se atentavam ás
anomalias nos comportamentos e as classificavam como as patologias ou doenças sexuais, como por exemplo: necrofilia, sadismo,
masoquismo, exibicionismo, fetiches, práticas LGBTQ+ e etc. Eles desejavam desvendar a verdadeira natureza da sexualidade
humana, porém tinham preocupações políticas e morais e queriam identificar tudo que pudesse ser uma “ameaça” à saúde da nação.
Para eles a única relação saudável e autorizada seria heterossexual, entre adultos unidos pelo vínculo conjugal e monogâmico.
No geral todos sexólogos dessa época eram entusiastas da maternidade, deploravam a prostituição e acreditavam no valor da
castidade, porém vários se preocupavam com as injustiças e com os sofrimentos dos que eram classificados como “patologia”.
Magnus Hirschfeld e Havelock Ellis, por exemplo, engajaram-se em movimentos por reformas da moralidade e das políticas sexuais e
combateram a perseguição aos homossexuais, estes demonstravam confiança no poder da ciência para lutar contra os preconceitos.
No Brasil as idéias dos primeiros sexólogos foram acolhidas com entusiasmo por um grupo de médicos, que queriam pesquisar mais
sobre as origens biológicas dos “desvios sexuais” e sobre os tratamentos para os “desviantes”. Na visão médica e moral dessa época
as idéias médicas sobre as patologias sexuais se combinavam com a preocupação com a associação entre inferioridade racial,
degeneração, loucura e crime, o que pode ser visto em obras naturalistas desse período como “O Cortiço”.