Você está na página 1de 5

IFES - Campus Viana

Curso técnico em Logística Integrado

Os desafios do Brasil e do mundo Contemporâneo


A violência contra LGBTQI+

Viana
2021
Introdução

Neste trabalho trataremos dos danos causados pela violência contra pessoas
LGBTQ+. Abordando as caracterização descritiva e quantitativa da violência contra
pessoas LGBTQ+, a Identificação de causas e contextos que ajudam a explicar o
fenômeno. E por fim, expor possibilidades de superação dos problemas sociais,
econômicos ou culturais relacionados ao tema.

Desenvolvimento

No imenso e diverso território latino-americano, existem muitos exemplos de como,


ainda no século 21, é praticada violência contra gays, lésbicas, bissexuais,
transexuais e todos aqueles que não se ajustam aos modelos tradicionais de
mulheres e homens heterossexuais.

Sendo assim, Organizações como a Associação Internacional de Lésbicas, Gays,


Bissexuais, Transexuais e Intersexuais para a América Latina e Caribe (ILGA-LAC),
bem como órgãos internacionais como as Nações Unidas e a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), alertam regularmente a respeito da
violência sistemática praticada contra pessoas LGBT por grupos à margem da lei,
autoridades estatais e indivíduos ou grupos sociais cujos princípios vão contra a
diversidade sexual e de gênero.

O início do movimento LGBT contemporâneo se deu a partir dos anos 1960.


Especificamente com a rebelião de Stonewallapós, a partir do dia 28 de junho de
1969 um conjunto de episódios de conflito violento entre gays, lésbicas, bissexuais,
travestis e transexuais e a polícia de Nova York. O protesto tornou-se um marco
simbólico das lutas por direitos. Daí então, as comunidades LGBT por todo o mudo
passaram a se organizar como um movimento, para reivindicar direitos e pelo
orgulho de existir. E a data que se consagrou como símbolo de luta e resistência
LGBT. No entanto, o Brasil ainda não dispõe de instrumentos de prevenção
eficazes, para conter os índices alarmantes da LGBTfobia no país. O Movimento
abrange diversas orientações sexuais e identidades de gênero de modo que,
mesmo sem uma organização central, promove diversas frentes de luta pelos
direitos civis da comunidade.

Desde então, diversos termos foram modificados e outros criados com o objetivo de
tornar o movimento mais representativo e entendê-lo nos ajuda a avançar nos
conhecimentos sobre a causa. Atualmente, o termo usado mais usado para se
referir a todo o movimento de pessoas que contestam as formas naturalizadas de
gênero e sexo é LGBTQ+, representado por lésbicas (mulheres que sentem
atrações por mulheres), gays (homens que sentem atrações por homens),
bissexuais (pessoa que sente atração pelos dois sexos), transexuais (pessoa que se
identifica com o gênero oposto), queers e o símbolo de “+” representa toda e
qualquer outra manifestação de gênero que não está delimitada, respectivamente.

Conceitos importantes
Gênero: é determinado por construções sociais moldadas ao longo dos anos sobre
o que se espera do comportamento de uma pessoa a partir do seu sexo biológico.
Identidade de gênero: é o gênero com o qual uma pessoa se identifica é relacionada
à como a pessoa se vê. Não necessariamente em consonância com o sexo
biológico.
Cisgênero: Uma pessoa cujo sexo biológico e anatomia estão alinhados com sua
identidade de gênero.
Transgênero: São pessoas que não se identificam com o sexo biológico com que
nasceram. Elas transgridem e transcendem os padrões sociais.
Agênero: pessoa que não se identifica com nenhuma identidade de gênero.
Orientação sexual: refere-se à sexualidade de uma pessoa, sexo por qual se sente
atraído. As orientações podem ser definidas entre “bissexualidade”,
“homossexualidade” (pessoa que sente atração pelo mesmo sexo),
“heterossexualidade” (pessoa que sente atração pelo sexo oposto) e
“assexualidade” (pessoas que não sentem atração sexual ou não têm interesse na
atividade sexual).
Pansexual: pessoas que sente atração por outras pessoas independentemente do
sexo, do gênero e de como se apresentam para o mundo.
Intersexual: as pessoas que têm características sexuais consideradas masculinas e
femininas.
Assexual: pessoas que não sentem desejo sexual.

A homofobia tem raízes na cultura da nossa sociedade. Tradicionalmente, a nossa


cultura se assenta numa estrutura “heteronormativa”. O termo significa que a norma,
o padrão ou o considerado “normal” em uma sociedade é que a pessoa seja
heterossexual (sinta atração pelo gênero oposto). Nesse sentido, todas as outras
formas de variações de comportamento e orientação sexual seriam consideradas
“antinaturais”, como o homossexual (aquele que sente atração pelo mesmo gênero),
o bissexual (atraído pelos dois gêneros) ou o assexual (que não tem desejo sexual).
Pessoas homofóbicas acreditam que a heteronormatividade é o correto, e quando
elas são confrontadas com outras formas de sexualidade, não as toleram e podem
sentir raiva, vontade de agredir o outro ou aversão total à aprovação de direitos
individuais LGBT. Ou seja, não se trata apenas de aceitar ou não uma orientação
sexual, mas de se colocar de maneira hostil e agressiva a ela, sem o respeito ao
outro e às diferenças.
Identificação de possibilidades de superação dos problemas
sociais, econômicos ou culturais relacionados ao tema

Emmanuele A. Jannini, professor de Endocrinologia e Sexologia Médica na


Universidade de Roma Tor Vergata, na Itália, argumenta que a homofobia é apenas
"a ponta do iceberg".
Ele diz que o comportamento está relacionado a certos traços da personalidade e -
associado à violência - pode ser diagnosticado como uma doença psiquiátrica,
aqueles com atitudes homofóbicas mais fortes também apresentaram pontuações
mais altas em psicoticismo e mecanismos de defesa imaturos

O poder das culturas, permeadas pela hipermasculinidade,


misoginia e atitudes moralistas estão ligadas à homofobia.

O poder do dogma
segundo Vahtang Kipshidze, porta-voz oficial da Igreja Ortodoxa Cristã Russa, a Igreja não
pode modificar sua visão de que a homossexualidade é um pecado porque esse dogma
vem de Deus, não da Igreja.
Mas, de acordo com Vahtang Kipshidze, "não há evidências no Novo Testamento que
apoiem atirar pedras em pecadores de qualquer tipo".
Da mesma forma que o pecado de adultério não é criminalizado, diz ele, "a Igreja não
defende a criminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo".
No entanto, ele admite que algumas pessoas interpretam mal a escritura e a utilizam como
pretexto para a violência.

O poder dos estereótipos


A homofobia é pior em países que tornam as pessoas LGBT 'invisíveis', diz
Patrick R. Grzanka, professor assistente de psicologia na Universidade do Tennessee, nos
EUA.

Em 2016, sua equipe avaliou o grau de homofobia em uma amostra de 645 estudantes
universitários dos EUA.
Eles classificaram os participantes de acordo com quatro conjuntos de crenças:
1) pessoas pertencentes a uma minoria sexual nascem assim
2) todos os membros de um grupo sexual são iguais
3) um indivíduo pode pertencer a apenas um grupo sexual
4) uma vez que você conhece alguém de um grupo, você conhece todo o grupo.
Não surpreendentemente, os pesquisadores descobriram um alto grau de aceitação, entre
os estudantes universitários dos EUA, de que as minorias sexuais nascem assim (crença 1).
Isso se aplica tanto a entrevistados heterossexuais quanto representantes das minorias.
O que diferencia as pessoas com atitudes negativas mais fortes em relação às minorias
sexuais é que elas pontuaram mais alto nas outras três crenças.
Pessoas com fortes opiniões negativas sobre minorias sexuais não conseguem ver as
individualidades dentro delas, sugere estudo

A homofobia é pior em países que tornam as pessoas LGBT 'invisíveis', diz


Patrick R. Grzanka, professor assistente de psicologia na Universidade do Tennessee, nos
EUA. Pesquisadores descobriram um alto grau de aceitação, em pesquisa que avalia grau
de aceitação em afirmativas, como “pesquisadores descobriram um alto grau de aceitação”

O poder da visibilidade
Para Grzanka, é o "preconceito implícito" na mente dos seres humanos que os predispõem
a aceitar certos preconceitos.
Ele acredita que a maneira de reduzir a homofobia é educar as pessoas em relação aos
indivíduos que elas veem como "os outros".
"Devíamos estar fazendo campanhas educacionais e de informação pública e organizando
políticas anti-homofóbicas em torno dessas crenças, de que os gays são todos iguais e que
a orientação sexual não é potencialmente fluida", diz ele.
"Não há nada natural que leve aos medos irracionais das minorias sexuais. Houve
momentos na história da humanidade em que o comportamento homossexual foi aceito,
legitimado e até mesmo reverenciado", argumenta.

Maior visibilidade é citada como uma das razões por trás da conquista de direitos LGBT
Há evidências de que uma maior visibilidade pode moldar as percepções das pessoas e
levar a conquistas de direitos para a comunidade LGBT.
Em 1999, cerca de dois terços dos americanos eram contra o casamento entre pessoas do
mesmo sexo, e apenas um terço dizia que deveria ser legalizado, de acordo com o instituto
Gallup.
Menos de 20 anos depois, acontece o inverso: mais de dois terços apoiam a união
homossexual, enquanto menos de um terço se opõe.
Os pesquisadores afirmam que mais de 10% dos adultos LGBT estão casados ​com um
cônjuge do mesmo sexo - e que essa visibilidade está ajudando a derrubar a resistência de
algumas pessoas em relação a seu estado civil, assim como contribuindo para superar
atitudes homofóbicas.

Ainda não sabemos se é possível "curar" a homofobia, mas os


pesquisadores acreditam que estão chegando perto de entendê-la.

Você também pode gostar