Você está na página 1de 4

Fonte: Reprodução.

Avanços e desafios na garantia dos


direitos LGBTQIA+: promovendo a
igualdade e a dignidade
No dia 17 de maio, comemora-se o Dia Avanços significativos têm sido
Internacional contra a Homofobia, realizados para promover a aceitação e a
Bifobia e Transfobia. Essa data foi proteção dos direitos das pessoas
escolhida porque, em 1990, o termo LGBTQIA+. Como prova disso, tem-se
"homossexualismo" foi desconsiderado que, em 2011, o Supremo Tribunal
e a homossexualidade foi excluída da Federal (STF) passou a reconhecer, por
Classificação Estatística Internacional de unanimidade, a união estável entre
Doenças e Problemas Relacionados com casais do mesmo sexo como entidade
a Saúde (CID) da Organização Mundial familiar. A partir desse reconhecimento,
da Saúde. Ao longo dos anos, outras os homossexuais puderam usufruir dos
conquistas foram sendo alcançadas direitos previstos na lei 9.278/1996, a lei
nessa luta por igualdade e respeito. brasileira que regulamenta a união
estável e concede direitos e deveres aos
casais. Contudo, apesar de ter
alcançado muitas conquistas ao longo
dos anos, a população LGBTQIA+ ainda
enfrenta desafios diários em relação a
CONTEXTO direitos fundamentais, como educação,
saúde e inserção no mercado de
trabalho. Ademais, é importante
destacar que esse grupo continua a
enfrentar altos índices de violência e
discriminação em muitas partes do
mundo. Atos de agressão física, bullying,
violência verbal e até mesmo crimes de
ódio são frequentes.

WWW.PENSAMENTOVINCULAR.COM.BR
ARGUMENTOS

Reconhecimento do nome social

O reconhecimento do nome social é um marco importante na luta pelos direitos das


pessoas travestis e transexuais. Essa conquista combate o constrangimento e o
desconforto causados ao serem chamadas por um nome que não condiz com sua
identidade de gênero. No Brasil, esse direito foi oficializado em 2016 por meio do
Decreto n.º 8.727. Trata-se de um diploma legal que estabelece o uso do nome social
e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no
âmbito da administração pública federal. O nome social pode ser utilizado em
atendimentos no SUS, Enem, cartões de contas bancárias e em diversos outros
contextos. É fundamental ressaltar que o reconhecimento do nome social é um passo
essencial para garantir o respeito e a dignidade das pessoas LGBTQIA+. A negação
do uso do nome social pode resultar em exclusão, dificuldades no acesso a serviços,
oportunidades de emprego e até mesmo violência. Ao reconhecer e respeitar o nome
social, contribui-se para a inclusão e participação plena dessas pessoas na
sociedade. Portanto, é dever das instituições e órgãos públicos adotar políticas que
assegurem o uso do nome social e o respeito à identidade de gênero das pessoas.

Violação de direitos fundamentais


Ainda hoje, a população LGBTQIA+ enfrenta diversos obstáculos no acesso a serviços de
saúde adequados e inclusivos. Entre esses desafios, destacam-se as dificuldades na busca
por atendimento médico sensível à diversidade de gênero e orientação sexual, a escassez
de profissionais de saúde devidamente capacitados e a presença de preconceito dentro do
próprio sistema de saúde. Tal preconceito, muitas vezes, decorre da não realização de
tratamentos necessários para o bem-estar dessa população. Além disso, a comunidade
LGBTQIA+ enfrenta desafios na área da educação. Muitas vezes, esses indivíduos sofrem
discriminação e bullying nos ambientes escolares, o que prejudica seu desenvolvimento
acadêmico e emocional. Segundo a Pesquisa Nacional Sobre o Ambiente Educacional no
Brasil em 2016, realizada pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis
e Transexuais (ABGLT), 73% dos alunos LGBTQIA+ entrevistados já sofreram agressões
verbais devido à sua orientação sexual, e 68%, por conta de sua identidade de gênero.
Esses dados alarmantes revelam como a escola pode se tornar um espaço hostil e violento
para esses jovens, prejudicando seu direito à educação.

Bato palmas para as travestis que lutam para


existir, e a cada dia conquistar o seu direito de
Linn da Quebrada viver e brilhar.
Combate à discriminação e violência

O elevado número de casos de violência contra a comunidade LGBTQIA+ revela a


persistência da homofobia e da transfobia presentes no Brasil. Conforme o Dossiê de
Mortes e Violências contra LGBTQIA+ no Brasil, em 2021, houve pelo menos 316 mortes
violentas envolvendo lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo.
Esse número representa um aumento de 33,3% em relação a 2020, quando 237 pessoas
foram mortas. Tais estatísticas são preocupantes e demonstram a urgência de ações
efetivas para combater essa violência. Nesse contexto, é importante evidenciar que a
violência direcionada à comunidade LGBTQIA+ assume diversas formas, incluindo
agressões físicas, ameaças, assédio, discriminação e até mesmo assassinatos brutais.
Visando coibir esses crimes, o Supremo Tribunal Federal, em junho de 2019, decidiu incluir
os atos de homofobia e transfobia na Lei do Racismo. Essa medida reconheceu a demora
do judiciário em punir tais atos e sua relação com a ideologia de gênero e orientação
sexual, contribuindo para reduzir esses números alarmantes. A equiparação dos atos de
homofobia e transfobia ao racismo é vista como uma medida temporária, uma vez que a
ausência de uma legislação específica para combatê-los perpetua a violência contra essa
comunidade e ameaça sua liberdade.

A Parada Gay, também conhecida como Parada do Orgulho


LGBT ou Marcha do Orgulho LGBT, é um evento anual que TÓPICOS
ocorre em várias cidades ao redor do mundo, com o objetivo de
celebrar a diversidade sexual e de gênero, promover a SOBRE
visibilidade e lutar pelos direitos e igualdade das pessoas
LGBTQIA+. Esse evento é importante, pois promove a aceitação O TEMA
e o respeito à diversidade sexual e de gênero, além de
contribuir para o combate à homofobia, bifobia e transfobia;

Onze países do mundo punem com a pena de morte as relações


sexuais entre pessoas do mesmo gênero, de acordo com várias
associações e organizações de direitos humanos. A forma de
execução da sentença varia, podendo ser por enforcamento,
decapitação ou apedrejamento, e, em alguns casos, a pena se
aplica apenas a homens. Seis países - Arábia Saudita, Brunei,
Iêmen, Irã, Mauritânia e Nigéria - têm leis que estabelecem
claramente a pena de morte para atos sexuais consensuais
entre pessoas do mesmo sexo. Em outros cinco países -
Afeganistão, Catar, Emirados Árabes Unidos, Paquistão e
Somália - a pena de morte é possível devido à interpretação da
sharia (sistema jurídico), mas não é uma determinação legal
absoluta e pode ser contestada.
.

WWW.PENSAMENTOVINCULAR.COM.BR
REPERTÓRIO

O filme "A Garota Dinamarquesa" narra a história de Lili Elbe, uma das primeiras
pessoas conhecidas a passar por uma cirurgia de redesignação de gênero.
Ambientado na década de 1920, o filme é baseado em eventos reais e segue a vida
de Lili Elbe, que à época era conhecida como Einar Wegener, um pintor dinamarquês
casado com Gerda Wegener, também uma artista. A obra retrata os conflitos internos
enfrentados por Lili Elbe, ao buscar viver sua verdadeira identidade de gênero em
uma sociedade que não compreende ou aceita a diversidade de expressão de
gênero. O filme aborda temas importantes como identidade, amor, aceitação e o
desejo de viver autenticamente.

Marsha P. Johnson foi uma mulher trans ativista negra de extrema importância para
a luta pelos direitos LGBT+ nas décadas de 1960 e 1970 em Nova York. Ela foi uma
das fundadoras da STAR (Street Transvestite Action Revolutionaries), organização
dedicada a fornecer apoio e assistência a jovens LGBT+ sem-teto. Marsha também
desempenhou um papel crucial na rebelião de Stonewall, um levante histórico que
ocorreu em resposta às frequentes batidas policiais nos bares LGBT+ em Nova York.
Sua presença na noite do levante e sua participação ativa ajudaram a catalisar os
protestos e a trazer visibilidade para a luta por direitos e igualdade.

WWW.PENSAMENTOVINCULAR.COM.BR

Você também pode gostar