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A LGBTFOBIA NO

BRASIL:
os números, a violência e a
criminalização
É fato que a pauta LGBTQIA+ vem
ganhando força nos últimos anos, nas
esferas sociais, políticas, acadêmicas,
entre outras. Ainda assim, a realidade das
pessoas LGBTQIA+ está longe de ser
perfeita ou pacífica no Brasil. Isso é
comprovado, principalmente, pelos dados
da violência sofrida por essa população,
como consequência da LGBTFobia.
O QUE É LGBTFOBIA?
O termo LGBTfobia tende a não ser tão utilizado ou
conhecido, já que, normalmente, usa-se outro sinônimo para
nomear o ódio à população LGBTQIA+: homofobia.
Originalmente, o termo homofobia refere-se apenas à
violência e hostilidade contra homossexuais, que são as
lésbicas e os gays. Mas, a utilização do termo se popularizou
e, hoje, é considerado por muitos uma forma correta de
definir o ato de ódio a outros grupos, como afirmou Maria
Berenice Dias, Presidente da Comissão da Diversidade Sexual
do Conselho Federal da OAB: “Homofobia é o ato ou
manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas,
bissexuais, travestis e transexuais”.
LGBTfobia é crime?
Desde 2019, a homofobia é criminalizada no Brasil.
A determinação está atrelada à Lei de Racismo
(7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação
ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e
procedência nacional”. A prática da lei contempla
atos de “discriminação por orientação sexual e
identidade de gênero”. Por isso, ainda que usado o
termo de homofobia para definir essa lei, todas as
outras pessoas LGBTQIA+ são contempladas.
LGBTFobia e a violência
Quando o assunto é LGBTfobia, uma das
dificuldades encontradas é a falta de estatísticas
oficiais. Enquanto em vários países, como dos
Estados Unidos, preocupa-se em levantar dados
que ajudem a entender a realidade das pessoas
LGBTQIA+ local, o Brasil toma poucas atitudes em
relação a isso.
LGBTFOBIA: ALÉM DA
VIOLÊNCIA FÍSICA
Com base nos dados obtidos pelas
denúncias recebidas por meio do Disque
100, iniciativa do Ministério dos Direitos
Humanos, em 2017, identificou-se que a
maior parte das denúncias das pessoas
LGBTQIA+ diz respeito à violência
psicológica. Essa categoria inclui atos de
ameaça, humilhação e bullying.
A pesquisa ainda aponta que a LGBTfobia é a
terceira maior causa para bullying. Além disso, a
Pesquisa Nacional sobre o Ambiente
Educacional no Brasil de 2016 apontou que 73%
das e dos estudantes LGBTQIA+ já relataram
terem sido agredidos verbalmente e outros 36%
fisicamente. A intolerância sobre a sexualidade
levou 58,9% das/os alunas/os que sofrem
agressão verbal constantemente a faltar às
aulas pelo menos uma vez ao mês.
Como lutar contra a
LGBTFobia?

Uma das maneiras de combate à LGBTfobia é por meio


políticas públicas – instrumento que possibilita aos
de

governantes promover ações em busca da garantia de


direitos de diversos grupos da população. Entretanto, para que
tais políticas públicas sejam efetivas, é necessário que o
Estado realmente compreenda o problema da LGBTfobia e tal
compreensão só pode ser obtida por meio de dados. Como já
foi mencionado, o Brasil falha em recolher informações sobre a
realidade da sua população LGBTQIA+ e isso resulta na
impossibilidade de pensar políticas públicas para combater a
violência contra esse grupo.

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