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6) Você já foi vítima de alguma agressão física em razão da sua orientação

sexual?
7) Em caso de ter sofrido LGBTfobia (violência verbal ou física), você se dirigiu
a Delegacia para documentar registro de Boletim de Ocorrência?
8) Quando você se dirigiu a Delegacia para registrar a queixa, houve alguma
resposta sobre apuração e investigação do caso?
9) Na delegacia houve resistência ou até mesmo negação para sua denúncia de
homofobia?
10) Apesar de haver decisão do STF que criminaliza a conduta de discriminação a
pessoas LGBTQIA+, não existe legislação específica sobre a temática que
assegure e resguarde os direitos dessa população.
Em seu ponto de vista, você considera importante a criação de lei específica
para a criminalização da Homofobia?
11) Você se sente seguro na cidade de Manaus sendo uma pessoa LGBTQIA+?
12) Em sua opinião, quais ações poderiam ser implementadas para reduzir os
índices de violência contra a comunidade LGBTQIA+?

4.APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE

Foram entrevistados 103 pessoas na cidade de Manaus/AM, como mostra gráfico 1.


Dos quais 91,3% está na faixa etária de 18 a 35 anos, 4,9% está entre 35 a 45 e 2,9% está
entre 45 a 65, logo percebemos estar diante de uma amostra composta por pessoas adultas e
jovens em sua maioria.
Gráfico 1: Idade.

Fonte: Autoria própria.

No gráfico 2 observa-se que 68,90% do público se identificou com a orientação


LGBTQIA+, enquanto 30,1% se autodeclarou hétero. O que nos evidencia uma maoir
participação das minorias, uma vez em que elas precisam relatar sobre o crime em
disccussão. Além do mais, com suporte em Lakatos e Marconi, obtenção de respostas
precisas e segurança (Apud, Benevides, 2023, "em fase de elaboração").

Gráfico 2: Orientação sexual.

Fonte: Autoria própria.


No momento em que foram questionadoas em ter sido discriminados ou sofrido
preconceito por causa de orientação sexual, 60,2% dos participantes responderam que sim,
em contraste com 39,8% negando isso como mostra o gráfico 3. Aqui esse dado aponta uma
sociedade amazonense com preconceitos enraizados e que pratica a discriminação contra
pessoas com orientação divergente da hétero existe. Desse público 60,20% já sofreu algum
tipo de discriminação ou preconceito por sua orientação sexual, deste modo, tal resultado
desperta um sinal de alerta quanto ao risco à integridade psicossocial do indivíduo
LGBTQIA+ uma vez que esses fatos geralmente ocorrem na infância em diversos meios
como no dentro do ambiente escolar pela prática do bullying ou dentor do núcleo familiar
através de comentários sexistas e homofóbicos que vão minando o desenvolvimento da
pessoa gay causando traumas que refletiram no adoecimento na fase adulta.

Gráfico 3: Preconceito/Discriminação por orientação sexual.

Fonte: Autoria própria.

Já em relação a ter presenciado algum tipo de discriminação ou preconceito 91,3%


dos afirmam positivamente, contra apenas 8,7% ter dito que não conforme o gráfico 4. Um
dado extremamente estarrecedor! Uma vez que, no âmbito estadual do Amazonas, não há
nenhum processo em andamento, ou se quer iniciado para combater tal pratica desde de
Janeiro de 2020.
Gráfico 4: Presenciar discriminação ou preconceito.

Fonte: Autoria própria.


Corroborrativamente, o gráfico 5 mostra que 86,4% dos entrevistados afirmam ter
conhecimento sobre algum assasinato de membro da comunidade LGBTQIA+. Uma
porcentagem muito significativa frente aos 13,6% que negaram. Também não é de se espantar
quando a pesquisa revela que 86,40% dos entrevistados já tiveram conhecimento sobre algum
assassinato de pessoa LGBTQIA+ pelo simples fato de sua sexualidade, ou seja, as mortes de
pessoas da comunidade é de ciência coletiva e está presente na rotina da sociedade, no
entanto, o preconceito e a discriminação tentam tornar esses casos invísiveis e naturalizar
ataques dessa origem.

Gráfico 5: Conhecimento sobre assasinato de pessoa LGBTQIA+.

Fonte: Autoria própria.


Foi possível observar no gráfico 6, ainda, que 79,6% dos participantes já sofreram
agressão física em razão de orientação sexual e apenas 20,4% dizem que não. Cabe destacar
que a lesão corporal está tipificada em no código penal brasileiro e mesmo assim, não
impediu os agressores de cometar a conduta criminosa.

Gráfico 6: Vítima de agressão física.

Fonte: Autoria própria.

Outro questionamento significativo, registrado no gráfico 7, foi a vítima ter se


dirigido a delegacia para registro de boletim de ocorrencia. Onde apenas 10,7% o fizeram, já
43,7% das vítimas não registrataram tal ocorrência. Dessa forma percebemos como estátiscas
oficiais por vezes não comtemplam a realidade vivênciada por essa minoria.

Gráfico 7: Registro do boletim de ocorrencia.


Fonte: Autoria própria.

Como há um número muito pequeno de pessoas que denunciam, logo a porcentagem


de 20,4%, apresentada no gráfico 8, é referente às pessoas que procuraram delegacias para
registar a queixa. Dessas 15,5% não obtiveram resposta desses orgãos e, somente 4,9% dos
participantes teve algum retorno da investigação ou apuração policial.

Gráfico 8: Resposta policial.

Fonte: Autoria própria.

Ainda levando em consideração o número extremamente baixo de denunciantes. Os


quais no gráfico 9 representa 20,4% dos participantes que denunciaram. Nesse viés, 7,8%
afirmam ter havido alguma resistência no ato da denuncia na delegacia ou até mesmo tenham
dito o direito negado eplos agentes policiais, o que representa 38,2% do total de
denunciantes. Além do mais, 12,6% conseguiram registar as denuncias de forma normal.

Gráfico 9: Resistência no ato da denúncia.

Fonte: Autoria própria.

Agora temos no gráfico 10 temos 91,3% dos participantes favoráveis a criação de lei
específica para criminalizar a conduta de homofobia, em face de 8,7% que discordam. Dessa
manaiera, entendem que o dispositivo legal atual não é eficaz para trazer maior segurança
jurídica para essa população tão vulnerável. Assim, importa frisar que a penalidade, na
prática, não é aplicada na finalização do devido processo legal, já que a ação penal nem se
inicia no estado do Amazonas, causando ausência da sensação de justiça às vítimas. E isso,
acaba por estimular mais à prática desses atos criminosos contra os LGBTQIA+.

Gráfico 10: Criação de legislação específica para homofobia.


Fonte: Autoria própria.

Quando os entrevistados responderam se sentem seguros na cidade de Manaus sendo


pessoas LGBTQIA+, 56,3% deles não se sentem seguros nessa condição, como nos traz o
gráfico 11. Razão esta evidenciada pelo fato de a maioria deles já ter sofrido algum tipo de
discriminação ou preconceito. Logo, com a sensação de impunidade se abre margem para que
novos crimes sejam cometidos e permanecam impunes.

Gráfico 11: Sentimento de segurança em Manaus.

Fonte: Autoria própria.

5.CONCLUSÃO
Quando iniciamos o trabalho, tínhamos a intenção de mostrar dados relativos à
Criminalização da Homofobia, no entanto, ao longo do desenvolvimento, após pesquisas nos
órgãos Públicos e de Justiça de Amazonas, percebemos que existe uma grande ausência de
informações perante o crime contra a comunidade LGBTQIA+.
A pesquisa trouxe informações pertinentes referente ao crime de homofobia no
âmbito manauara. A evolução dos estudos sobre o tema contribuirá para a luta contra a
homofobia, trazendo outros pontos de vista e novas informações, essenciais em um país onde
a violência e o discurso de ódio contra essa população cresce a cada ano. Acredita-se que o
estudo alcançou seu objetivo, mesmo recorrendo a fontes não oficiais na coleta de dados. Ele
trouxe à tona informações relevantes e inéditas, proporcionando visibilidade a um crime tão
corriqueiro na cidade em questão.
A finalidade do estudo foi a de apresentar à sociedade as características quantitativas
dos crimes e suas vítimas. No tocante aos transgêneros tem-se a necessidade de estudos
específicos por ser um grupo mais “marginalizado” e esquecido pelo poder público e
sociedade. O crescimento de estudos acerca da temática contribuirá no enfrentamento da
homofobia, trazendo outros pontos de vistas e novas informações, algo necessário num país
que a cada ano há aumento da violência e de discurso de ódio contra esta população.

Ao longo da exposição, restou evidente a ineficácia estatal amazonense frente a


criminalização de condutas homofóbicas. Uma vez que, nenhuma ação penal foi iniciada no
TJAM dentro do período de estudo (01/2020 até 12/2022). Logo, sanções algumas foram
aplicadas a pessoas que violaram a criminalização feita pelo STF ocasionando a ineficácia da
norma ( Nunes, 2002). A continuidadde de tal realidade reafirma a relação estrutural entre
racismo, política (Estado) e economia (ALMEIDA, 2019).

Problematizamos com o estudo a atuação do aparato estatal em sua dinâmica regional


e identificamos algumas das formas de controle sociorraciais que pautam a estrutura do
cárcere, mas que são camufladas pela ideia de ressocialização difundida na sociedade. É
importante estudar sobre a realidade sergipana, diante da escassa produção acerca do tema,
como demonstrou o aprofundamento da pesquisa que ensejou os resultados aqui sumariados.
Ademais, tais resultados acabam por contribuir na construção de subsídios que fortaleçam
uma pauta antirracista no estado e no País, que passa, necessariamente, pela adoção de
estratégias de desencarceramento e de medidas alternativas ao encarceramento, dada a

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