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Projeto: Minha Cidade Livre

Eu existo e quero ser ouvido

Brasília - DF
10 de Janeiro de 2023

Apresentação da organização:
Juntos - Movimento nacional de juventude em luta por outro futuro.movimento juvenil
anti capitalista fundada em 2011 e participa da Conlutas

Resumo
O projeto tem por objetivo:
1. conscientizar a população sobre os dados estatísticos alarmantes sobre o suicídio
entre a população LGBT.

2. Promover debates sobre ações e políticas preventivas que atendam a esta


população.

3. Acolhimento a pessoas que passam por situação de LGBTfobia dentro de casa.

4. Palestras, Workshops e ações sociais (Manicure, corte de cabelo, chapinha) 5.

Assistência jurídica

6. Promoção da Cultura LGBT

7. Atendimento Psicosocial
CONTEXTUALIZAÇÃO

1. O PROJETO

O projeto será realizado durante todo o mês de setembro, tendo como a


primeira semana de abertura, com palestras e valorização da cultura LGBT. Serão 4
eventos em 4 auditórios de Faculdades diferentes (Sugiro a UnB, Uniceub, UCB e
IESB) em 4 dias distintos, com palestras que abordem a temática LGBT.

1.1. A POPULAÇÃO LGBT do DF

Estimar o tamanho e o perfil da população LGBT é um desafio, pois existem


diferentes definições sobre quem incluir nesta população, diferenças nas
metodologias utilizadas para as coletas de dados, além do desafio em se elaborar
questões que consigam captar essas informações. As opções metodológicas
realizadas podem impactar os resultados obtidos, por exemplo: as estatísticas
podem considerar os indivíduos, baseando nas informações de autodeclaração ou
em relação a seu comportamento, relacionamento ou atração. Outro fator importante
que pode influenciar na construção destas estimativas é a garantia de anonimato dos
entrevistados, por isso, entrevistas presenciais podem subestimar o tamanho real
desta população. Contudo, essas informações são importantes para elaboração de
políticas públicas para estas pessoas.
No Brasil, encontramos informações sobre parte desta população a partir dos
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a composição familiar do domicílio
pesquisado. Portanto, a informação encontrada se refere somente às famílias com
pessoas que declararam possuir relacionamento homoafetivo, pessoa de referência
e cônjuge do mesmo sexo na mesma família pesquisada. Deste modo, as
informações dizem respeito somente a uma pequena parcela da população LGBT.

Além desta limitação, é importante destacar que a PNAD é uma pesquisa amostral e
como se trata de poucos casos encontrados não é possível segmentar essas
informações para detalhar o perfil da população LGBT, pois, ao realizar esses
cruzamentos, o número de casos fica menor e com menor representatividade.

Foram encontradas na PNAD, de 2013, 5.386 pessoas em relacionamento


homoafetivo no Distrito Federal, sendo que o coeficiente de variação para esta
variável ficou em 33,2%. Ou seja, esse número indica que essa população pode
variar entre 1.879 a 8.892. Para o ano de 2014, utilizando os dados da PNAD,
encontramos no Distrito Federal 3.659 pessoas em relacionamento homoafetivo.
Para o ano de 2014, não calculamos o coeficiente variação, mas, pelo número de
casos observados, o valor do coeficiente também deve ser elevado

1.2. Registros de denúncias do Disque 100.

O Disque 100 é um serviço operacionalizado pela Secretaria Nacional de


Direitos Humanos que recebe demandas de violações de Direitos Humanos, em
especial as que atingem populações com vulnerabilidade, como: Crianças e
Adolescentes, Pessoas Idosas, Pessoas com Deficiência, LGBT, Pessoas em
Situação de Rua e outros públicos.

As denúncias recebidas por este canal são analisadas e encaminhadas aos


órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, priorizando o
encaminhamento a órgãos que farão intervenções, de forma imediata, a fim de
romper o ciclo de violência e garantir a proteção da vítima.

O serviço está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e pode ser
acessado, em todo território nacional, de forma gratuita por telefone fixo ou móvel.
Na página da Secretaria de Direitos Humanos estão disponíveis os dados das
denúncias registradas no Disque 100, do período de 2011 a junho de 2016. Estas
informações sobre denúncias envolvendo a comunidade LGBT serão apresentadas a
seguir.

A Figura 1 apresenta a quantidade de denúncias realizadas no Distrito


Federal, no período analisado. Os dados apresentam uma forte ampliação do
número de denúncias no ano de 2012, seguido nos anos posteriores por uma queda
e estabilização nos últimos dois períodos. Deve-se refletir sobre o aumento de
denúncias no ano de 2012. Existiram mais denúncias devido a uma campanha de
divulgação governamental? Ou existiu uma situação anormal no Distrito Federal,
neste período, que pode ter influenciado essa tendência? Qual é o conhecimento
atual da população sobre esse canal de denúncias? Qual é a avaliação que a
população possui sobre esse canal? Essas questões são importantes para que os
gestores responsáveis por políticas públicas para esta população construam um
cenário sobre a realidade e aprimorem suas ações, uma vez que são poucas as
fontes de dados que identificam a população LGBT.

Em relação ao sexo das vítimas LGBT, de denúncias realizadas ao Disque


100 no período de 2011 a junho de 2016, observa-se que o percentual de pessoas
do sexo masculino é superior ao do sexo feminino. No entanto, temos o aumento da
proporção de denúncias de pessoas do sexo feminino. Outro fator importante a ser
destacado é a ampliação de denúncias, no último período, do percentual do sexo da
vítima que deixou de ser registrado.

Em relação à cor/raça das vítimas LGBT, das denúncias realizadas ao Disque


100, também é elevado o percentual de registros sem essa informação, de 19% a
44%. No ano de 2011, período com o menor percentual de casos não informados,
tivemos 6% das vítimas se autodeclarando como amarelas; 6%, pretas; 32%,
brancas e 36%, pardas.
A Figura 4 apresenta as informações sobre a faixa etária das vítimas LGBT,
das denúncias realizadas ao Disque 100. Observa-se que, em todo o período, o
maior percentual de vítimas se concentra na faixa etária de 18 a 30 anos, seguidos
pelos indivíduos da faixa de 30 a 60 anos. Outro ponto importante é a redução no
percentual de dados não informados no período de 2012 a 2015, em comparação
com 2011 e 2016.
Figura 4 - Faixa etária das vítimas LGBT, das denúncias realizadas ao Disque 100,
no Distrito Federal de 2011 a junho/2016
As informações a seguir detalham o tipo de violência sofrida e denunciada e o
local em que o fato aconteceu. A Figura 6, apresenta as informações sobre as
violências sofridas pela comunidade LGBT que foram denunciadas ao Disque 100.
Entre os dados obtidos, em todo o período analisado, destacam-se duas categorias
de violência denunciada por este grupo: Discriminação e Violência Psicológica. Outra
violência que também aparece de forma significativa em todos os anos analisados é
a violência física, que varia de 6% em 2012 a 16% em 2015.

Podemos considerar que as duas maiores categorias de violência


denunciadas, Discriminação e Violência Psicológica seriam as mais comuns de um
comportamento homofóbico. No entanto, essas violências também geram impactos
negativos na vida das vítimas, assim como outras violências físicas.
Os registros de denúncias do disque 100 apontam que os locais mais
frequentes em que ocorreram a violência denunciada foram na casa, da vítima ou do
suspeito, ou no espaço público, na rua ou em ônibus.
1.3. Registros de boletins de ocorrências da Polícia Civil
Os dados analisados a seguir se referem aos boletins de ocorrências
registrados pela Polícia Civil do Distrito Federal, no período de janeiro de 2015 a
agosto de 2016, nos quais as vítimas eram da comunidade LGBT. Os campos
considerados como parâmetro para selecionar as vítimas LGBT foram: Orientação
de Gênero, Identidade de Gênero ou Nome social preenchidos. Devido ao sigilo
pessoal, informações sobre a identificação individual foram excluídas do banco de
dados.

No período analisado, janeiro de 2015 a agosto de 2016, foram registradas


408 ocorrências com 765 registros de naturezas de crime. Em média, para cada
ocorrência, foi identificado 1,8 registros de natureza de crimes diferentes. Das 408
ocorrências registradas no período 24,8% ocorreram no Plano Piloto, 13,7% em
Ceilândia, 10% em Taguatinga e 8,3% em Samambaia. Nas Regiões Administrativas
do Jardim Botânico e da Fercal não foram registradas ocorrências. O mapa a seguir
ilustra a distribuição dessas ocorrências no território.
Outra informação interessante que pode ser analisada a partir dos dados
disponibilizados pela Polícia Civil é em qual delegacia foram registradas as
ocorrências. Os dados demonstram uma concentração de denúncias na 5o DP,
delegacia localizada na área central da cidade com 12% dos registros. Em seguida,
se destaca a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), com 6,9% dos
registros. Criada em janeiro de 2016, a Delegacia Especial de Repressão aos
Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a
Pessoa Idosa ou Com Deficiência (DECRIN), ainda não apresentava, no período
analisado, muitos registros de ocorrências, 5 casos, 1,2% das ocorrências.

Quanto à natureza das ocorrências registradas em relação à comunidade


LGBT, temos na Figura 7 a ilustração dessa informação para o ano de 2015 e para
os oito meses registrados de 2016. Observa-se que, para os dois períodos
analisados, as ocorrências relacionadas à injúria, ameaça e lesão corporal dolosa
são as com os maiores percentuais. Porém é importante destacar outro crime que
aparece nas ocorrências: o homicídio, mesmo representando apenas 1,9% e 0,9%
das naturezas das ocorrências registradas, é um crime contra a vida que deve ser
sempre observado.
A Figura 8 apresenta as informações sobre a orientação sexual das vítimas da
comunidade LGBT que registraram boletins de ocorrência. Dos dados apresentados,
destacase o elevado percentual de pessoas que se declararam homossexuais
72,1%, não declararam sua orientação sexual13,7%, declararam-se bissexual 7,6%,
assexual, 3,7% e heterossexual, 2,9%.

Em relação ao dado de identidade de gênero, Figura 9, identifica-se que é


elevado o percentual de indivíduos que não declararam ou deixaram em branco este
campo, 79,9%. Das ocorrências registradas em que as vítimas eram da comunidade
LGBT temos: 8,6% se declarando como travesti, 5,9% como transexual, 4,7% como
andrógino e 1% como transformista.
Por fim, ao analisarmos o campo de nome social, observamos que, dos 91,
4% dos casos anotados, boa parcela dos indivíduos deixou de registrar o nome
social. Em somente 35 casos, as pessoas informaram possuir nome social. Esse não
preenchimento do campo pode indicar que a informação não está sendo coletada.

2. Justificativa

Na abordagem de Durkheim, o suicídio é explicado de maneira que se


persiste em uma constância ou aumento devido ao fato de que o grupo social é
formado por ideias, pensamentos e ações coletivas que não se modificam
facilmente, e se repetem ao decorrer dos anos como potencialização para o ato.
Tendo em vista que toda sociedade tem uma tendência suicida, seja maior ou
menor, as frustrações pessoais, seja qual for seu grau, não é vista como a razão do
ato. O fator determinante é encontrado nos vínculos sociais que desfaçam ou
mantém o indivíduo entrelaçado à vida social, sendo destacada a importância de
haver o equilíbrio nas relações sociais.
Karl Marx relata o fenômeno em sua obra “Sobre o suicídio” estabelecendo a
relação entre estrutura da sociedade e a vida privada. Colocando em pauta os
sofrimentos que os indivíduos são submetidos a enfrentar na interação social de uma
sociedade capitalista, alegando que a mesma está doente em todos seus setores,
sendo que o suicídio é um ato de extremidade ocasionado por esta. Propondo,
portanto, uma cura através de uma mudança radical no modelo a qual a sociedade
encontra-se inserida, não resultando apenas em benefícios políticos e econômicos,
mas também proporcionando melhorias nas relações sociais e no mal-estar social
que atinge os indivíduos.

O Brasil apresenta o maior índice de violência contra essa população, sendo


fortalecida pela impunidade que há para com os crimes ocorridos diariamente no
país. Tratados com descaso, os assassinatos não são registrados como crime de
ódio e punidos como tal. Sem haver contabilidade oficial pela justiça brasileira, os
registros dos assassinatos e suicídios são produzidos pela ONG Grupo Gay da
Bahia (GGB), que defende os direitos dos LGBTs, trazendo em seus relatórios
números preocupantes que vêm crescendo anualmente.

O Brasil é hoje o país com a liderança de assassinatos vinculados à


LGBTfobia. As Nações Unidas no Brasil aponta que, em média, o brasileiro tem uma
expectativa de vida estimada até os 75 anos. Já uma pessoa trans tem sua
expectativa média até os 35 anos. Isso se torna evidente sabendo que a cada 27
horas uma pessoa é vítima fatal pela transfobia no país. E vai além abrangendo toda
população LGBT, estimando-se que a cada 19 horas uma pessoa é vítima de
assassinato ou suicídio, segundo dados divulgados por pesquisas realizadas pelo
Grupo Gay da Bahia. Em seu site “Quem a homofobia matou hoje?”, o Grupo
apresenta a idade média entre as vítimas de assassinatos LGBT por um período de
16 anos e o crescimento dessa violência, evidenciando a negligência que há na
proteção dessa comunidade.
Os números crescem e a maioria dos casos termina sem punições, ou se quer
têm aberturas de processos. Tais acontecimentos são impulsionados pela
disseminação do ódio existente na formação social do Brasil, onde temos em
questão a homofobia institucionalizada possuindo ligação com a cultura
heteronormativa. Na figura II, temos uma observação crítica sobre os homicídios
ocorridos em 2016, onde os maiores números de crimes são cometidos contra gays
e trans, trazendo claramente a imposição que a sociedade exerce sobre o gênero
masculino, quanto ao seu papel social de ocupar a dominação e manter uma postura
viril que não abale esse domínio.

O preconceito, o desrespeito pelas diferenças está nos núcleos sociais dos


pequenos aos grandes grupos que inferiorizam o indivíduo que não segue o padrão
da maioria. John Stuart Mill (2000) alerta, em “A Liberdade”, o perigo que essa
“tirania da maioria” possui delimitando a liberdade individual, submetendo o indivíduo
ao controle moral da sociedade que rouba o pertencimento de si próprio. Propõe a
necessidade de preservar uma minoria e defender os seus direitos contra os abusos
da maioria privilegiada. O aumento frequente de ataques à comunidade LGBT é
fomentado na falha da preservação dos direitos individuais e coletivos, que deve
ofertar segurança igualitária sem distinção.

A violência letal contra homossexuais - e mais especialmente contra travestis


e transgêneros - é, sem dúvida, uma das faces mais trágicas da discriminação por
orientação sexual ou homofobia no Brasil. Tal violência tem sido denunciada com
bastante veemência pelo Movimento GLTB, por pesquisadores de diferentes
universidades brasileiras e pelas organizações da sociedade civil, que têm procurado
produzir dados de qualidade sobre essa situação.

Para além da situação extrema do assassinato, muitas outras formas de


violência vêm sendo apontadas, envolvendo familiares, vizinhos, colegas de trabalho
ou de instituições públicas como a escola, as forças armadas, a justiça ou a polícia.
Pesquisas recentes sobre a violência que atinge homossexuais dão uma idéia mais
precisa sobre as dinâmicas mais silenciosas e cotidianas da homofobia, que
englobam a humilhação, a ofensa e a extorsão. Pesquisa realizada sobre o Disque
Defesa Homossexual (DDH), da Secretaria de Segurança do Estado Rio de Janeiro,
revelou que nos primeiros dezoito meses de existência do serviço (junho/1999 a
dezembro/2000), foram recebidas 500 denúncias, demonstrando que além de um
número significativo de assassinatos (6.3%), foram freqüentes as denúncias de
discriminação (20.2%), agressão física (18.7 %) e extorsão (10.3 %)5 .

Nesse mesmo sentido, os resultados de recente estudo sobre violência


realizado no Rio de Janeiro, envolvendo 416 homossexuais (gays, lésbicas, travestis
e transexuais) 6 revelaram que 60% dos entrevistados já tinham sido vítimas de
algum tipo de agressão motivada pela orientação sexual, confirmando assim que a
homofobia se reproduz sob múltiplas formas e em proporções muito significativas.
Quando perguntados sobre os tipos de agressão vivenciada, 16.6% disseram ter
sofrido agressão física (cifra que sobe para 42.3%, entre travestis e transexuais),
18% já haviam sofrido algum tipo de chantagem e extorsão (cifra que, entre travestis
e transexuais, sobe para 30.8%) e, 56.3% declararam já haver passado pela
experiência de ouvir xingamentos, ofensas verbais e ameaças relacionadas à
homossexualidade. Além disso, devido a sua orientação sexual, 58.5% declararam já
haver experimentado discriminação ou humilhação tais como impedimento de
ingresso em estabelecimentos comerciais, expulsão de casa, mau tratamento por
parte de servidores públicos,colegas, amigos e familiares, chacotas, problemas na
escola, no trabalho ou no bairro.

Os resultados desse survey apontam, também, para o fato de as mulheres


homossexuais serem mais vitimadas na esfera doméstica (22.4%), confirmando a
percepção de organizações lésbicas sobre o fato de as mulheres homossexuais
serem duplamente alvo de atitudes de violência e discriminação: por serem mulheres
e por serem lésbicas e que, nesses casos, a violência é ainda mais grave, já que se
concentra no âmbito familiar.
3. Objetivos: gerais e específicos.
O Projeto “Olhos nos Olhos” visa o Combate à Violência e à Discriminação
contra GLTB (Gays, Lésbicas, Transgêneros e Bissexuais) e de Promoção da
Cidadania de Homossexuais, o projeto é uma das bases fundamentais para
ampliação e fortalecimento do exercício da cidadania no Brasil. Um verdadeiro
marco histórico na luta pelo direito à dignidade e pelo respeito à diferença. É o
reflexo da consolidação de avanços políticos, sociais e legais tão duramente
conquistados.

O Programa “Olhos nos Olhos” será articulada com os coletivos, movimentos


de juventude e em especial, a sociedade organizada. Não será estipulado um prazo
para que se chegue a um consenso, o processo de construção dos objetivos e
pautas serão socialmente construídas.

Um dos objetivos centrais deste programa é a educação, conscientização,


acolhimento, capacitação, apoio e a mudança de comportamento dos gestores
públicos. Buscamos a atitude positiva de sermos firmes e sinceros e não aceitarmos
nenhum ato de discriminação e adotarmos um “não à violência” como bandeira de
luta. A expectativa é que esse projeto, em parceria com os vários movimentos
homossexuais, sociais, sociedade organizada, além de órgãos públicos, privados e
ONG’s, prospere e avance na implementação de novos parâmetros para definição de
políticas públicas, incorporando de maneira ampla e digna milhões de brasileiros. As
propostas traduzidas no projeto serão exitosas porque é uma decisão socialmente
construida, elaboradas pelo consenso. Entretanto, a participação de cada um de nós
como cidadão é importante para a consolidação dos direitos humanos como direito
de todos.
4- Pauta de reivindicações de direitos e políticas públicas

I - Articulação da Política de Promoção dos Direitos de Homossexuais

1 Lutar pela criação do Programa Brasileiro de Combate à Discriminação e à


Violência contra LGBT, traduzido em um conjunto de ações governamentais a serem
executadas parcial ou integralmente pelo Governo Federal.

2 Apoiar e estimular a participação do segmento LGBT em mecanismos de controle


social já existentes no Governo, desenvolvendo também estratégias específicas que
viabilizem a criação e fortalecimento dos Conselhos Estaduais e Municipais de
Direitos Humanos e dos Fóruns LGBT.

3 Fomentar a criação e/ou fortalecer Conselhos de Direitos Humanos, levando-se em


conta a situação de violação de direitos humanos, a mobilização social em torno da
temática de orientação sexual e definir termos de referência para a implantação e
funcionamento desses Conselhos.

4 Apoiar e fortalecer a participação do segmento LGBT no Conselho Nacional de


Combate a Discriminação, criando novos grupos de trabalhos para a elaboração de
planos pilotos que repliquem metas e objetivos do Programa de Combate à Violência
e à Discriminação contra LGBT e de Promoção da Cidadania Homossexual Brasil
Sem Homofobia, em estados e municípios.

5 Apoiar a manutenção de Centros de Referência em Direitos Humanos que


contemplem o combate à discriminação e à violência contra o segmento LGBT,
capazes de instigar a mobilização de ações integradas de instituições
governamentais e não-governamentais, voltadas para a produção de conhecimento,
para a proposição de políticas públicas para desenvolver ações articuladas no
âmbito da promoção e da defesa dos direitos humanos.

6 Articular e desenvolver, em parceria com outras áreas governamentais, ações de


publicidade de utilidade pública, campanhas institucionais para a divulgação do
Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra LGBT e de Promoção
da Cidadania Homossexual, Olhos nos olhos, visando a ampliar o repasse de
informações sobre o tema e, sobretudo, sensibilizar a sociedade brasileira para uma
cultura de paz e de não-violência e da não-discriminação contra homossexuais.

7 Apoiar a elaboração de instrumentos técnicos para acolher, apoiar e responder


demandas de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais por meio do
estabelecimento de parcerias com a sociedade civil organizada, com vistas na:
a)criação de uma rede nacional de apoio social e jurídico a LGBT vítimas de
violência b) capacitação do quadro técnico dos serviços Disque Direitos Humanos
(DDH); c) criação de um Sistema Nacional de Informação em Direitos Humanos de
LGBT.

8 Promover a articulação e a parceria entre órgãos governamentais, institutos de


pesquisas e Universidades visando a estabelecer estratégias específicas e
instrumentos técnicos que possam mapear a condição socioeconômica da
população homossexual e monitorar indicadores de resultados sobre o combate à
discriminação por orientação sexual, a serem posteriormente estabelecidos.

II – Direito à Segurança: combate à violência e à impunidade

9 Apoiar a criação de instrumentos técnicos para elaboração de diretrizes, de


recomendações e de linhas de apoio por meio do Plano Nacional de Segurança e de
outros programas para as Secretarias Estaduais de Segurança Pública e os órgãos
municipais que atuam na área de Segurança Urbana, visando ao estabelecimento de
ações de prevenção à violência e combate à impunidade contra gays, lésbicas,
transgêneros e bissexuais.
10 Estimular o desenvolvimento e o apoio na implementação de políticas públicas de
capacitação e de qualificação de policiais para o acolhimento, o atendimento e a
investigação em caráter não-discriminatório; a inclusão nas matrizes curriculares das
Polícias e das Guardas Municipais do recorte de orientação sexual e do combate à
homofobia nos eixos temáticos de direitos humanos; e a sistematização de casos de
crimes de homofobia para possibilitar uma literatura criminal sobre o tema.
11 Apoiar a criação de Centros de Referência contra a discriminação, na estrutura
das Secretarias de Segurança Pública, objetivando o acolhimento, orientação, apoio,
encaminhamento e apuração de denúncias e de crimes contra homossexuais.

12 Criar instrumentos técnicos para diagnosticar e avaliar a situação de violação aos


direitos humanos de homossexuais e de testemunhas de crimes relacionados à
orientação sexual para levantar os tipos de violação, a tipificação e o contexto dos
crimes, o perfil de autores e o nível de vitimização, de modo a assegurar o
encaminhamento das vítimas LGBT, em serviços de assistência e proteção.

13 Propor a criação de uma câmara técnica para diagnosticar, elaborar e avaliar a


promoção das políticas de segurança na área em questão.

III – Política para a Juventude

14 Apoiar a realização de estudos e pesquisas na área dos direitos e da situação


socioeconômica dos adolescentes LGBT, em parceria com agências internacionais
de cooperação e com a sociedade civil organizada.

15 Apoiar a implementação de projetos de prevenção da discriminação e a


homofobia nas escolas, em parceria com agências internacionais de cooperação e
com a sociedade civil organizada

16 Capacitar profissionais de casas de apoio e de abrigos para jovens em assuntos


ligados a orientação sexual e ao combate à discriminação e à violência contra
homossexuais, em parceria com agências internacionais de cooperação e a
sociedade civil organizada.

5. Público Alvo
Nós entendemos por comunidade LGBT não somente o grupo de lésbicas,
gays, bissexuais, travestis e transexuais, como também os espaços comunitários
que incluem as mais diversas formas de expressão da orientação sexual,
configurações corporais, afetivas e familiares, bem como as possibilidades de
criação e expressão da identidade de gênero de forma dissonante com o regime
heterossexual e cisgênero dominante.
Inclui-se, portanto, identidade políticas e culturais que emergem
contemporaneamente – tais como queer, kuir, cross-dresser, drag queen, drag king,
pessoa não-binária, pansexual, assexual, intersexual – além de uma infinidade de
identidades não ocidentais que não cabem em chaves de leituras do dispositivo da
sexualidade ocidental – viado, sapatão, adé, tibira, çacoaimbehuira, cudinhos, guaxu,
cunin, kudina, hawakymi, dentre outras.

6. Metas
Informar, capacitar, orientar, mapear, identificar, registrar, salvaguardar,
fomentar, promover, comunicar a memória e a história da comunidade LGBT, assim
como, promover um amplo debate sobre suicídio e LGBTfobia.

Articular ações de promoção cultural e defesa do direito à cidade em Brasília


e de cultivo da diversidade no espaço urbano.

7. Metodologia
Implantação do projeto “Olhos nos olhos” é bastante abrangente e define
como atores para a sua implantação o setor público, o setor privado e a sociedade
brasileira como um todo Instâncias essas que podem somar esforços na luta contra
a discriminação por orientação sexual. Apesar de o projeto ter o Juntos LGBT, como
órgão responsável pela sua articulação, implantação e avaliação, a responsabilidade
pelo combate à homofobia e pela promoção da cidadania de gays, lésbicas e
transgêneros se estende a todos os órgãos públicos, federais, estaduais e
municipais, assim como ao conjunto da sociedade brasileira.

Desta forma, o Projeto Olhos nos olhos apresenta um conjunto de ações


destinadas à promoção do respeito à diversidade sexual e ao combate às várias
formas de violação dos direitos humanos de LGBT’s. Neste Projeto, portanto, estão
envolvidos Juntos LGBT que, além de serem co-autores na implantação de suas
ações, assumem o compromisso de estabelecer e manter uma política inclusiva em
relação aos homossexuais e aos debates de construção das pautas, garantindo,
assim, a promoção de um contexto de aceitação e respeito à diversidade, de
combate à homofobia e de mudança de comportamento da sociedade brasileira em
relação aos gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais.

A elaboração do Projeto Olhos nos olhos contou com a participação direta de


representantes do segmento LGBT e, da mesma forma, garante-se, na sua
implantação, a representação de tais segmentos, por meio de parcerias com suas
lideranças, movimentos sociais e organizações da sociedade civil, viabilizando,
assim, as ferramentas para o exercício do controle social no que se refere ao
acompanhamento e avaliação das diferentes ações que integram o presente Projeto.
Monitoramento e Avaliação Um dos principais ganhos paralelos do Projeto Olhos nos
olhos é a definição de indicadores que possibilitem avaliar sistemática e oficialmente
a situação dos homossexuais brasileiros, vítimas da homofobia em todos o DF.. Com
base de tais indicadores cuja definição será feita a posteriori, as ações previstas no
Projeto serão sistematicamente monitoradas e avaliadas.

O Juntos LGBT terá papel de suma importância nesse processo, uma vez
que é representado por LGBT’s e é o responsável pelo controle das ações que visem
à promoção da igualdade e o fim da discriminação em todas as suas vertentes, onde
se inclui o combate à discriminação com base na orientação sexual. Estão previstas
avaliações anuais do Projeto Olho nos olhos, sendo que, ao final do segundo ano,
terá lugar o processo de avaliação que envolverá organizações de defesa dos
direitos de homossexuais e de defesa dos direitos humanos que, juntamente com o
Governo Distrital, definirá as bases para a sua continuidade.

8 Equipe Executora
Eliezer Justo de Lima, Psol, Juntos LGBT,
9 Parceiros:
- Casa Rosa - Marcos pelo telefone (61) 99220-3745 - Sobradinho I Quadra 17
Conjunto A Casa 45.

- Instituto LGBT+ - contato@instituto.lgbt

- Juntos LGBT+

- ONG - Amigos da vida -

-Creas da Diversidade - SGAS 614/615 Lote 104 (L2 Sul)


centrodadiversidade@sedestmidh.df.gov.br - 3224-4898 ou 3322-4980

- ALL OUT - https://allout.org/pt

- Grupo Gay da Bahia (GGB)

- Arco Íris – Associação Brasiliense de Combate à Aids

- UNAIDS

10. Cronograma

Setembro:

1º Semana - Palestras nas 4 Universidades

2º Semana - Promover debates sobre ações, políticas preventivas e políticas


públicas que atendam a esta população, em praças, auditorios, entre outros a serem
elegidos em consenso.

3º Semana - Ações sociais, corte de cabelo, orientação jurídica, assistência social,


testes rápidos para HIV e Sífilis e atendimento psicossocial nas regiões com maiores
índices de LGBTFOBIA.

4º Semana - Semana da promoção da cultura gay, nas principais regiões do DF


terem apresentação de Drags, Dança, Arte e afins, que incentivem a cultura LGBT.

O encerramento se dará com uma passeata/manifestação com trio elétrico


promovendo o ato final de nosso mês de combate a LGBTfobia e ao suicídio
11. Orçamento
1. Personalizar e vender produtos com o logo do projeto ou tema LGBT
2. Realizar uma ação entre amigos (rifa)
3. Consiguir patrocinadores
4. Organizar eventos com o cunho de arrecadar dinheiro para o projeto
5. Criar uma vaquinha online
● www.vakinha.com.br
● abacashi.com
● www.arrekade.com.br
● www.kickante.com.br
● www.catarse.me
● benfeitoria.com

6. Oferecer brindes e benefícios aos colaboradores


7. Fazer uma pulseira de silicone com a causa, estilo Livestrong, Botons, bandeiras,
canecas, livretos de poemas LGBT.
8. Ementa parlamentar
9. Doações de empresas para redução no IR

Links:

https://juntos.org.br/

https://unaids.org.br/tag/hsh/

http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/Um-olhar-sobre-a-p
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f

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