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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS

FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

ÉTICA PROFISSIONAL E PROFISSIONALISMO

ABUSO SEXUAL DE MENORES

Daniela Matos de Oliveira: RA 1626670


Helio N. Penteado Filho: RS 1558551
Patrícia Mayer Castilho RA: 8238949

Trabalho de pesquisa sobre o Abuso Sexual de


Menores - Dados Estatísticos, Legislação e
Atuação dos Psicólogos. Disciplina Ética
Profissional e Profissionalismo do 1º Período do
Segundo Semestre das Faculdades Metropolitanas
Unidas, Campus Liberdade e Santo Amaro, São
Paulo, Turno Vespertino.

Professora: Dra. Juliana Santos Graciani

São Paulo

2020
RESUMO

Trabalho de pesquisa sobre o Abuso Sexual de Menores - Dados Estatísticos,


Legislação e Atuação dos Psicólogos. Disciplina Ética Profissional e Profissionalismo
do 1º Período do Segundo Semestre das Faculdades Metropolitanas Unidas, Campus
Liberdade e Santo Amaro, São Paulo, Turno Vespertino.

ABSTRACT

Research work on the Sexual Abuse of Minors - Statistical Data, Legislation and
Performance of Psychologists. Professional Ethics and Professionalism Discipline of
the 1st Period of the Second Semester of Faculdades Metropolitanas Unidas, Campus
Liberdade and Santo Amaro, São Paulo, Evening Shift.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
DIFICULDADES ÉTICAS 5
Estatísticas da violência 6
O abusador é sedutor 7
Sinais de Abuso 7
LEGISLAÇÕES 8
ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 9
Criança e Adolescente no Brasil 9
Violência doméstica 10
Maus tratos 10
Abandono 10
Violência 10
Abuso sexual 11
Modalidades de Abuso Sexual 12
Consentimento 13
Consentimento no Brasil na história 14
História 15
Sedução de menores 15
Extinção da punibilidade pelo casamento 16
Corrupção de menores e consentimento dos pais 17
PAPEL DO PSICOLOGO FRENTE AOS CASOS DE ABUSO SEXUAL DE
MENORES 20
Psicologia Jurídica 21
CONCLUSÃO 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26
4

INTRODUÇÃO

A modernidade tem acercado a sociedade por constantes transformações de


valores éticos e morais na sociedade e no âmbito familiar, acarretando fragilidades e
instabilidades nas relações. Como consequência disso diversos males assolam os
indivíduos, entre eles o abuso sexual em menores. Esta temática configura-se como
um doloroso porém importante ponto a ser discutido tendo em vista a presença
constante e crescente no número de casos em nossa sociedade.
Compreende-se por abuso sexual o ato de qualquer contato físico ou interação entre
um menor e alguém em estágio psicossexual mais avançado, nesse sentido:

“O abuso sexual está entre uma das categorias mais comuns


de maus-tratos contra crianças e adolescentes, as quais
também incluem abuso físico, abuso emocional e negligência
(Braun, 2002; Gonçalves, 2005; WHO, 1999; WHO, 2002). O
abuso sexual pode ser definido como qualquer contato ou
interação (como toques, carícias, sexo oral ou relações com
penetração digital, genital ou anal, além de situações sem
contato físico, como voyeurismo, assédio, exibicionismo,
pornografia e exploração sexual) entre uma criança ou
adolescente - que não estão aptos para compreender
totalmente ou consentir com aquele ato - e alguém em estágio
de desenvolvimento psicossexual mais avançado, na qual a
criança ou adolescente estiver sendo usado para a estimulação
sexual do perpetrador (Habigzang & Caminha, 2004;
Habigzang, Koller, Azevedo & Machado, 2005; Kristensen,
1996; WHO, 1999, 2002).

Fatores intrínsecos à criança (funcionamento psíquico, idade, sentimentos de


culpa/responsabilização) bem como fatores extrínsecos a ela, como situações de
risco, diferença de idade e grau de relação entre perpetrador e vítima, tipo de atividade
sexual, violência e ameaças sofridas, número de situações abusivas vivenciadas
(duração do abuso), reação dos outros, suporte familiar, econômico e social (incluindo
acesso a tratamento adequado e especializado) têm sido relacionados a essa
variedade de respostas1. Este trabalho busca explanar através de dados empíricos e
estudo teórico sobre a atuação do profissional de psicologia frente aos desafios
encontrados nos casos de abuso sexual de crianças e adolescentes.

1
Ehlers, Mayou & Bryant, 2003; Furniss, 1993; Kristensen, 1996; Saywitz et at., 2000;
Shore, 2002; WHO, 2002.” Apud Schaefer, 2012.
5

DIFICULDADES ÉTICAS

O assunto abordado se apresenta delicado e extremamente sensível, ainda


mais em se tratando de crianças. A violação sexual é a violação dos direitos sexuais,
no sentido de abusar ou explorar do corpo e da sexualidade de crianças e
adolescentes. O abuso sexual é a utilização da sexualidade de uma criança ou
adolescente para a prática de qualquer ato da natureza sexual. A exploração sexual
é a utilização de crianças e adolescentes para fins sexuais, mediada por lucro, objetos
de valor ou outros elementos de troca.

Dados do Disque 1002 (central de atendimento a todos os grupos de vulnerável


que não sejam a violência doméstica) , mostram que, só no ano de 2019, foram 159
mil registros e deles 86,8 mil são de violações de direitos das crianças ou
adolescentes, o que representa quase 14% de aumento em relação ao ano de 2018,
ou seja, 55% do total de denúncias. A violência sexual de menores, figura em 11%
das denúncias, o que corresponde a 17 mil ocorrências, que apresentou queda de
apenas 0,3% em comparação ao ano de 2018.. Estudos acadêmicos apontam que
apenas 7,5% dos casos serão denunciados às autoridades, podendo chegar em
quase 1 milhão de casos no ano de 2019 de violação dos direitos de crianças e
adolescentes, ou seja, 92,5 % ficam encobertos pela invisibilidade e a realidade é
muito pior do que temos relatado.

Segundo o levantamento de ONDH, em 80% dos casos a violência sexual


acontece na casa da própria vítima ou do suspeito e que 40% é cometido por pais ou
padrastros. Em 82% do registros, o suspeito é do sexo masculino, de idade adulta
entre 25 a 40 anos. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MMFDH) divulga que deixarão o disque 100 em formato de whatsapp, para que as
crianças possam denunciar alguma violação em coletiva no dia 18/05/2020 via online.
Canais de atendimentos já existentes: O Disque 100, o app Direitos Humanos e o site
da ONDH são gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive em feriados e nos
finais de semana.

https://www.youtube.com/watch?v=3qy871LdwJs
Maio Laranja - Vídeo do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MMFDH)

2
https://www.gov.br/mdh/pt-br/acesso-a-informacao/disque-100-1
6

Estatísticas da violência

Dos 66 mil casos registrados no ano de 2018, deles 53,85% são de meninas
de até 13 anos, e 4 meninas de até essa idade são estupradas por hora no Brasil.
São em média, 180 estupros por dia no país, 4,7% acima do apurado em 2017 pelo
anuário brasileiro de segurança pública. De acordo com a pesquisadora do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, Cristina Neme, "o perfil do agressor é de uma
pessoa muito próxima da vítima, muitas vezes seu familiar", como pai, avô e padrasto
conforme identificado em outras edições do anuário. O fórum é o órgão responsável
pela publicação do anuário.
Em cada 10 estupros, 8 são contra meninas e mulheres e 2 são contra meninos e
homens, e a maiora das mulheres violadas são negras, cerca de 50,9%. No país,
63,8% dos estupros são de vulneráveis.

Só a cidade de São Paulo registrou em 2019 (até outubro), 7,5 mil boletins de
ocorrência de estupro de vulnerável, foram quase 25 casos por dia ou 1 por hora.
Estubro de vulnerável é caracterizado como crime de prática de ato libidinoso ou sexo
com menor de 14 anos, ou alguém que não discernimento e não consegue oferecer
resistência. A pena vai de 8 a 15 anos de prisão. Segundo dados da Secretarias de
Segurança Pública dos Estados, em 2019, São Paulo lidera o ranking de casos de
estupro de vulnerável registrados com 7.515 casos, logo atrás vem Paraná com 4.151
casos, Minas Gerais com 2933 casos, Rio Grande do Sul com 2464 casos, Paraíba
com 2301 casos, Rio de Janeiro com 1807, Bahia com 1543 e por fim, o Ceará com
1229 casos.

Infelizmente em todos os estados, crianças de 0 a 11 anos são as mais


atingidas, representam de 47% a 61% das faixas etárias dos envolvidos nos casos de
estupro de vulnerável. Quanto à escolaridade das vítimas, 83,8% dos suspeitos tem
o fundamental incompleto e são 46% pardas. A denúncia por violência sexual de
menores ocupa o 4º no ranking de notificação de violações com 11%, estando atrás
da violência física com 21%, porém isso não quer dizer que seja a 4º violência e sim,
a que recebe denúncia.

Meninas são principal alvo de violência sexual de menores representando 82%


, sendo 76,4 % vítimas meninas de 0 a 9 anos e 92,2% vítimas meninas de 10 a 19
anos. Já os meninos representam 18%. Estima-se 4 meninas de até 13 anos são
estupradas por hora. E 1 a cada 3 mulheres no Brasil – foi abusada sexualmente
quando criança e 1 em cada 3 a 4 meninas no Brasil, até os 18 anos será abusada
sexualmente. A faixa etária mais assediada para as meninas está entre 12 a 14 anos,
e dos meninos entre 4 a 7 anos. Cerca de 63% dessas vítimas tem distúrbio mental e
21% tem alguma deficiência física.

Com todas essas informações, pudemos traçar um perfil de vítima por violência
sexual, sendo 82% meninas, 83% tem fundamental incompleto, 46% são pardas e
47% são crianças de 4 a 11 anos. A relação entre o suspeito e a vítima de abuso
sexual de menores é mais próxima do que pensamos, pesquisas do Disque 100
7

apontam que 14% são mães, 30% outros, 19% são pais, 21% são padastros, 9% são
tios e 7% são vizinhos. Cerca de 87% são abusadores masculinos e 13% são
abusadores mulheres. A faixa etária dos suspeitos para ambos os sexos está entre
25 a 40 anos. E 69% das violações acontecem diariamente e 80% em suas
residências.. Quanto à escolaridade dos suspeitos observamos que 34% têm o ensino
fundamental incompleto e 25% têm o ensino fundamental completo e são 42% pardas
e 41% brancas.

O abusador é sedutor

O abusador é sedutor (aquela pessoa que se preocupa e que protege), conta


algo para testar se a criança consegue guardar segredo, para assim ganhar confiança
da mesma e utilizam de alguns mecanismos para manter a criança em silêncio como:
recompensas (brinquedos, doces, etc.); ameaças; jogos e brincadeiras. Uma forma
de prevenção desses abusos são as campanhas em escolas, igrejas, conversa dos
pais com as crianças e campanhas de conscientização. Precisamos fortalecer o
vínculo com os pais, para que a criança se sinta à vontade de contar o que está
acontecendo.Quando acontece em casa, a escola tem um papel fundamental em
perceber sinais que as crianças dão, o professor tem o papel nesta rede de proteção.

Sinais de Abuso

Alguns sinais do abuso podem ser percebidos com os seguintes indícios:


queda no rendimento escolar; mudanças bruscas no comportamento; medos que não
tinha antes; desenhos com questões sexuais (desenhar órgãos genitais); depressão
e automutilação; torna-se extremamemte reservada; dores nas áreas genital e anal e
atitudes sexuais inadequadas. Esses abusos também ocasionam transtornos de
personalidades como: autoimagem prejudicada, sentimento de culpa, depressão e
pensamentos suicidas.
8

LEGISLAÇÕES

A violência sexual contra crianças e adolescentes é uma grave violação dos


direitos humanos. Trata-se de um fenômeno complexo e multifacetado, que ocorre
em todo o mundo e está ligado a fatores culturais, sociais e econômicos. No Brasil,
atinge milhares de meninos e meninas cotidianamente – muitas vezes de forma
silenciosa, comprometendo sua qualidade de vida e seu desenvolvimento físico,
emocional e intelectual. As experiências de enfrentamento à violência sexual infanto-
juvenil demonstram que somente o envolvimento de todos os atores sociais é capaz
de produzir resultados positivos na prevenção e no atendimento a crianças e
adolescentes. Não só psicólogos, mas todos os profissionais das mais diferentes
áreas que lidam com crianças e adolescentes em seu cotidiano devem estar
preparados para reconhecer sinais de maus-tratos e de abuso. E não se trata apenas
de observar as marcas físicas. Sabemos que, quando uma criança ou um adolescente
sofre esse tipo de violência, de alguma maneira “conta” o que aconteceu. Nem sempre
com palavras, muitas vezes apenas com gestos, comportamentos diferenciados ou
por meio de desenhos. Ninguém melhor que os profissionais que estão em contato
com as crianças e adolescentes no dia a dia para perceber tais mudanças. Além da
tarefa de captar essas pistas nem sempre tão óbvias, outra importante missão é a de
estabelecer uma relação de confiança e transparência, sem preconceitos e
moralismos com as crianças e suas famílias. A mobilização de todos os atores sociais
é, portanto, uma estratégia fundamental para a sensibilização de todas as pessoas
comprometidas com o enfrentamento à violência sexual, rompendo o pacto de silêncio
que encobre os crimes sexuais contra crianças e adolescentes.

A complexidade do tema e as ramificações infindáveis de origns e explicaçoes,


assim como a visão de crianças como seres puros e inocentes não ajuda muito no
enfrentamento à violência sexual. Entendemos que ter desejos sexuais é inerente à
espécie humana na busca de prazeres pessoais. Todavia é responsabilidade do
adulto estabelecer a fronteira entre afeto e sexo, respeitando o desenvolvimento
sexual da criança e do adolescente. O abuso sexual é um fenômeno complexo e suas
causas são multifatoriais. É preciso estudar os diversos fatores e como eles se
combinam em certos indivíduos, grupos sociais e culturais e em determinados
momentos históricos de nossa humanidade compartilhada para começar a arranhar
a superfície do problema.

A legislação no Brasil tenta organizar normas e regras para a proteção da


criança e adolescente. Assim nossa Constituição federal traz princípios e normas de
proteção, assim também nosso Código Penal, Civil, e as legislações especiais como
o Código da Criança e Adolescente.
9

ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

De acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente


(ECA), as crianças e os adolescentes são “pessoas em condição peculiar de
desenvolvimento” e devem ter prioridade absoluta em qualquer situação. Para que os
direitos da criança e do adolescente previstos no ECA sejam garantidos, foi criado o
Sistema de Garantia de Direitos (SGD), que tem três eixos, a saber:

1. PROMOÇÃO - Serviços e programas públicos governamentais e não


governamentais que fazem com que os direitos previstos em lei se tornem
realidade.
2. DEFESA - Responsável pela defesa legal dos direitos das crianças e dos
adolescentes e pela responsabilização daqueles que não os cumprem.
3. CONTROLE - O eixo que visa ao cumprimento do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Se a lei não é cumprida, pode-se denunciar para punir quem não
a cumpriu. Todos fazemos parte desse eixo.

Esses três eixos devem funcionar em uma rede de atuação heterogênea, com
diversos atores e funções, mas com uma missão única: garantir que sejam cumpridos
os direitos da criança e do adolescente.

Existem várias tipificações de violência contra crianças e adolescentes.


Podemos dividi-las em dois grandes grupos: aquelas em que os direitos de crianças
e adolescentes são violados, devido a sua não inclusão nas políticas públicas, e
aquelas que são cometidas por um agente agressor, em estágio de desenvolvimento
físico, psíquico e social mais adiantado. Vamos descrever o segundo grupo, focando,
neste guia, a violência sexual contra crianças e adolescentes3.

Criança e Adolescente no Brasil

Segundo o ECA, Art. 2º: Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e
dezoito anos de idade. E continua a legislação em seu Parágrafo Único: Nos casos
expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito
e vinte e um anos de idade.

3
https://www.childhood.org.br/publicacao/guia-de-referencia-redes-de-protecao---construindo-uma-
cultura-de-prevencao-a-violencia-sexual.pdf, pg 24-26. acessado em 30 de outubro de 2020.
10

Violência doméstica

Violência doméstica é todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou


responsáveis contra criança e ou adolescente que, sendo capaz de causar à vítima
dor ou dano de natureza física, sexual e/ou psicológica, implica, de um lado, uma
transgressão do poder/dever de proteção do adulto. De outro, leva à coisificação da
infância, isto é, a uma negação do direito que crianças e adolescentes têm de serem
tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento.

Maus tratos
Tanto os maus-tratos quanto a violência doméstica contra crianças e
adolescentes podem ser agrupados em cinco tipos: negligência, abandono, violência
psicológica, violência física e abuso sexual. Veja a seguir a conceituação dessas
cinco formas. Negligência é uma das formas de violência caracterizada por um ato de
omissão do responsável pela criança ou adolescente em prover as necessidades
básicas para seu desenvolvimento sadio. Pode então significar omissão em termos
de cuidados diários básicos, tais como alimentação, cuidados médicos, vacinas,
roupas adequadas, higiene, educação e ou falta de apoio psicológico e emocional às
crianças e adolescentes. Normalmente, a falta de cuidados gerais está associada à
falta de apoio emocional e ao carinho. Por isso, as crianças terminam por acreditar
que não têm importância para os pais ou que eles não gostam delas.

Abandono
Abandono é uma forma de violência muito semelhante à negligência. Segundo
o Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde4 – Claves, ele se
caracteriza pela ausência do responsável pela criança ou adolescente na educação
e cuidados. O abandono parcial é a ausência temporária dos pais, expondo a criança
ou o adolescente a situações de risco. O abandono total é o afastamento do grupo
familiar, ficando as crianças ou os adolescentes sem habitação, desamparados e
expostos a várias formas de perigo.

Violência

Violência psicológica é um conjunto de atitudes, palavras e ações dirigidas a


envergonhar, censurar e pressionar a criança ou o adolescente de modo permanente.
Ela ocorre quando xingamos, rejeitamos, isolamos, aterrorizamos ou exigimos demais
das crianças e dos adolescentes, ou mesmo os utilizamos para atender às
necessidades dos adultos. Apesar de ser extremamente frequente, essa modalidade
é uma das mais difíceis de serem identificadas e pode trazer graves danos ao

4
http://www6.ensp.fiocruz.br/repositorio/author/369488
11

desenvolvimento emocional, físico, sexual e social da criança e do adolescente5. Já


a violência física é o uso da força física de forma intencional, não-acidental, por um
agente agressor adulto (ou mais velho que a criança ou o adolescente). Normalmente,
esses agentes são os próprios pais ou responsáveis que, muitas vezes, machucam a
criança ou o adolescente sem a intenção de fazê-lo. A violência física pode deixar ou
não marcas evidentes e nos casos extremos pode causar a morte6. Violência sexual
consiste não só em uma violação à liberdade sexual do outro, mas também em uma
violação aos direitos humanos de crianças e adolescentes. De acordo com as leis
brasileiras, presume-se ocorrência de violência em qualquer ato sexual praticado por
pessoas maiores de idade com pessoas de idade inferior a 14 anos. Várias outras
práticas sexuais entre pessoas maiores de idade e adolescentes acima de 14 anos
são também consideradas crimes sexuais, dependendo:

1. do grau de parentesco ou status de responsabilidade legal e social entre


elas;
2. dos meios utilizados para obtenção da ato sexual e
3. da existência ou não de consentimento.

Qualquer prática sexual “forçada” (emprego de violência ou grave ameaça ou


fraude) é considerada crime com violência, seja ela exercida contra crianças,
adolescentes ou adultos. Práticas sexuais entre uma pessoa maior de 18 anos e outra
entre 14 e 17 anos quanto obtidas por intermédio de sedução, indução ou exercício
de poder são também criminalizadas. A alegação de consentimento por parte da
criança e do adolescente nas eventuais práticas sexuais com adultos deve ser sempre
questionada e contextualizada, uma vez que elas/eles são considerados seres
humanos em condição peculiar de desenvolvimento, quando a capacidade de
autonomia para consentir ou não está ainda em processo de construção. A violência
sexual é geralmente classificada nas modalidades: abuso sexual intrafamiliar,
extrafamiliar e exploração sexual comercial.

Abuso sexual

O abuso sexual é descrito como toda situação em que uma criança ou um


adolescente é utilizado para gratificação sexual de pessoas, geralmente mais velhas.
O uso do poder pela assimetria entre abusador e abusado é o que mais caracteriza
essa situação. O abusador “se aproveita do fato de a criança ter sua sexualidade
despertada para consolidar a situação de acobertamento. A criança se sente culpada
por sentir prazer e isso é usado pelo abusador para conseguir o seu consentimento”7.

Embora o abuso sexual seja geralmente perpetrado por pessoas mais velhas,
têm sido recorrentes os registros de situações abusivas entre pessoas da mesma

5
(Abrapia, 1997; A REDE, s/d; CRAMI, 2000)
6
idem op Cit.
7
idem.
12

idade. Neste caso, a assimetria é estabelecida por formas de poder que não a etária.
Abuso sexual intrafamiliar, também chamado de abuso sexual incestuoso, é qualquer
relação de caráter sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente ou entre um
adolescente e uma criança, quando existe um laço familiar (direto ou não) ou quando
existe uma relação de responsabilidade.

Na maioria dos casos, o autor da agressão é uma pessoa que a criança


conhece, em quem confia e a quem, frequentemente, ama. O abusador quase sempre
tem uma relação de parentesco com a vítima e dispõe de certo poder sobre ela, tanto
do ponto de vista hierárquico e econômico (pai, padrasto e menos eventualmente
mãe), quanto do ponto de vista afetivo (irmãos, primos, tios e avós). Nem toda relação
incestuosa é um abuso sexual. Um exemplo disso é quando ela se realiza entre
adultos da mesma idade e mesma família sem o emprego de força física ou coerção
emocional e psicológica. Contudo, a relação incestuosa com uma criança ou
adolescente é considerada, sim, abuso sexual, mesmo quando ocorre sem uso de
força física.

É importante ressaltar que nem todo abuso sexual é considerado violência


doméstica ou relação incestuosa. Existem várias formas de violência praticadas
contra crianças e adolescentes por outras pessoas que não são membros da família.

Abuso sexual extrafamiliar é um tipo de abuso sexual que ocorre fora do âmbito
familiar. Também aqui o abusador é, na maioria das vezes, alguém que a criança
conhece e em quem confia: vizinhos ou amigos da família, educadores, responsáveis
por atividades de lazer, médicos, psicólogos e psicanalistas, líderes religiosos,
coachs, treinadores, entre outros. Eventualmente, o autor da agressão pode ser uma
pessoa totalmente desconhecida. Os exemplos são os casos de estupros em locais
públicos. Abuso sexual em instituições de atenção à criança e ao adolescente é uma
modalidade de abuso similar aos tipos já mencionados. Ocorre em espaços
institucionais como ambulatórios médicos, hospitais, escolas, instituições
governamentais e não-governamentais encarregadas de prover, proteger, defender,
cuidar e aplicar medidas socioeducativas às crianças e adolescentes. Ele pode
ocorrer por profissionais da instituição ou entre as próprias crianças/adolescentes. No
caso da prática sexual entre funcionários e internos, a violência sexual aparece não
como uma atividade de prazer, mas como uma atividade do poder instituído, que
submete a vítima aos caprichos daqueles que detêm esse poder. Desse modo, são
reproduzidas as relações de poder e dominação existentes na sociedade. Quando
ocorre entre as próprias crianças e adolescentes, os recém-chegados são forçados a
se submeter sexualmente a grupos de adolescentes mais velhos e antigos na
instituição e que dominam o território e o poder local.

Modalidades de Abuso Sexual

As modalidades de abuso sexual sao várias, das sutis às mais expressas e


violentas. O abuso sexual intra e/ou extrafamiliar, assim como definidos acima, pode
se expressar de diversas maneiras e o abuso sexual sem contato físico são práticas
13

sexuais que não envolvem contato físico. Elas podem ocorrer de várias formas, a
saber:

1. O assédio sexual caracteriza-se por propostas de relações sexuais. Baseia-se,


na maioria das vezes, na posição de poder do agente sobre a vítima, que é
chantageada e ameaçada pelo autor da agressão.
2. O abuso sexual verbal pode ser definido por conversas abertas sobre
atividades sexuais, destinadas a despertar o interesse da criança ou do
adolescente ou a chocá-los.
3. Os telefonemas obscenos são também uma modalidade de abuso sexual
verbal. A maioria deles é feita por adultos, especialmente do sexo masculino.
Eles podem gerar muita ansiedade na criança, no adolescente e na família.
4. O exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar em
frente a crianças ou adolescentes ou dentro do campo de visão deles. A
experiência pode ser assustadora para algumas crianças e adolescentes.
5. O voyeurismo é o ato de observar fixamente atos ou órgãos sexuais de outras
pessoas quando elas não desejam ser vistas, obtendo o observador satisfação
com essa prática. A experiência pode perturbar e assustar a criança e o
adolescente. Claro que relações sexuais entre adultos, o voyeurismo pode ser
uma prática sexual consentida, assim como várias outras formas, fetiches e
gostos pessoais, diferente do que acontece com menores de idade.

A pornografia pode ser categorizada tanto como uma forma de abuso quanto
de exploração sexual comercial. Mostrar material pornográfico à criança ou ao
adolescente é considerado um ato de abuso sexual. Contudo, levando-se em
consideração que, na maioria das vezes, o objetivo da exposição da criança ou do
adolescente é a obtenção de lucro financeiro, a pornografia deve ser compreendida
como exploração sexual comercial. Um estudo mais pormenorizado deve ser trazido
à tona sobre a exploração sexual, talvez em outro momento. O Abuso sexual com
contato físico são os atos físico-genitais que incluem carícias nos órgãos genitais,
tentativas de relações sexuais, masturbação, sexo oral, penetração vaginal e anal.
Eles podem ser legalmente tipificados em: atentado violento ao pudor, corrupção de
menores, sedução e estupro. Existe contudo uma compreensão mais ampla de abuso
sexual com contato físico que inclui contatos “forçados” como beijos e toques em
outras zonas corporais erógenas.

Consentimento

A idade de consentimento é a idade em que uma pessoa é considerada


legalmente competente para consentir em atos sexuais e é, portanto, a idade mínima
em que, outra pessoa acima ou na idade de consentimento está autorizada a exercer
atividade sexual com ela. Ela geralmente é definida pelo Estado através de leis. O
aspecto distintivo das leis da idade de consentimento é que a pessoa abaixo da idade
mínima é considerada uma vítima, e seu parceiro sexual um agressor. A variante
14

semântica "maioridade sexual" (do francês "majorité sexuelle") indica a idade a partir
da qual o indivíduo tem, juridicamente, autonomia completa sobre sua vida sexual, e
não necessariamente coincide com a idade de consentimento. A idade de
consentimento não se confunde com a idade da maioridade penal, a idade da
maioridade civil, a idade mínima para casar ou a emancipação de menores. Em
algumas jurisdições, como acontecia em Portugal até 2007, a idade de consentimento
pode ser diferente para atos heterossexuais e atos homossexuais.

Consentimento no Brasil na história

O código penal de 1886 fixou a idade de consentimento nos 12 anos. Os atos


homossexuais foram legalizados pela primeira vez em Portugal em 18528 (durante o
reinado de D. Maria II) e recriminalizados em 1912 (durante o Governo Provisório).
Foram descriminalizados pela segunda vez em 1974 (após a Revolução)[carece de
fontes], quando a idade de consentimento foi fixada em 16 anos tanto para atos
homossexuais quanto heterossexuais. Já no Código Penal de 1982, a idade de
consentimento dos atos heterossexuais ficou nos 14 anos, mantendo os 16 anos para
os atos homossexuais. Em 1995, foi aprovado um novo Código Penal9 mantendo a
idade de consentimento dos atos heterossexuais nos 14 anos, e nos 16 anos para os
atos homossexuais.

Até 15 de setembro de 2007 a idade de consentimento, em Portugal, era de 14


anos para atos heterossexuais e de 16 anos para atos homossexuais, como
especificado no Código Penal Português, respectivamente nos artigos 174 e 17510. O
artigo 175 estabelecia que quem praticasse atos homossexuais de relevo
(judicialmente esta expressão pode ser aplicada a um simples beijo, embora tal não
fosse a norma) com indivíduos menores de 16 anos, ou incitasse outras pessoas a
fazê-lo, estava sujeito à pena de até dois anos de prisão, ou multa. O artigo 174
aplicava-se em quem tivesse sexo oral, anal ou vaginal com indivíduos menores de
16 anos abusando da sua inexperiência, independentemente do sexo dos
intervenientes. O facto de haver um tratamento diferenciado (um aplica-se a "actos
de relevo" o "outro a sexo oral, anal ou vaginal", um aplica-se apenas "com abuso de
inexperiência"), além da idade, sobre as duas situações levou a ser considerado
inconstitucional em 200511.

No Brasil, a idade de consentimento para o sexo, em geral, é de 14 anos,


conforme o novo artigo 217-A do código penal, modificado pela lei nº 12.015/2009,
artigo 3º.[20] O artigo 217-A do Código Penal define como "estupro de vulnerável" o
ato de "ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos,

8
link para «Código Penal de 1886» (PDF), artº 391, § único
9
Decreto-Lei n.º 48/95, de 15 de março.
10
link para «PROJECTO DE LEI N.º 219/X». Consultado em 3 de setembro de 2009. Arquivado do original
em 23 de setembro de 2011
11
ACÓRDÃO N.º 351/05 3.ª Secção do Tribunal Constitucional (grifo nosso)
15

com pena de reclusão de 8 a 15 anos12, independentemente de ter havido violência


real." Ou seja, se um menor de 14 anos praticar algum ato sexual, presume-se
legalmente a violência sexual, ainda que tenha realizado o ato por livre e espontânea
vontade.

No caso específico do sexo decorrente de "assédio sexual" praticado por


superior hierárquico, mesmo se houver o consentimento, a idade mínima legal para o
sexo será de 18 anos, conforme o novo § 2º do artigo 216-A do Código Penal,
introduzido pela lei nº 12.015/2009. Neste caso, o crime de assédio se caracteriza
pela existência de “constrangimento” para “obter vantagem ou favorecimento sexual”,
praticado em virtude da “condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes
ao exercício de emprego, cargo ou função” (art. 216-A)13. Possíveis exemplos incluem
o assédio praticado na relação professor-aluno, médico-paciente, psicólogo-paciente,
chefe-subordinado, e assim por diante. Por fim, nos casos específicos de prostituição,
exploração sexual e tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, a idade mínima
também é de 18 anos, conforme artigos 218-B (favorecimento da prostituição); 218-
B, I (cliente de prostituição); 227 (mediação para lascívia); 230, § 1º (rufianismo); 231,
§ 2º, I (tráfico internacional para exploração sexual); e 231-A, § 2º, I (tráfico interno
para exploração sexual); todos do Código Penal14; assim como artigo 244-A do ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente).

História

As leis brasileiras referentes à idade de consentimento mudaram de acordo


com a evolução dos costumes. O Código Imperial, no seu artigo 219, acrescido do
Aviso 512 de 1862, estabelecia a presunção de violência nos atos sexuais com
menores de 17 anos. Mais tarde, o Código Penal de 1890, no seu artigo 272, baixou
esta presunção de violência para os 16 anos.[26] Finalmente, o Código Penal de 1940
(Decreto-lei nº 2848/1940), ainda em vigor, baixou a presunção de violência para os
14 anos. Em nosso século, ou melhor, a partir do século XXI, algumas mudanças
foram verificadas, como por exemplo a terminologia do ato, a saber: no Brasil, até
2009 havia a chamada "presunção de violência" quando atos libidinosos eram
praticados com quem não tinha 14 anos completos (o que configurava crime de
estupro ou de atentado violento ao pudor). Atualmente, a idade de consentimento
continua sendo de 14 anos, mas o crime para quem se envolve eroticamente com
alguém abaixo desta idade passou a ser o "estupro de vulnerável" (art. 217-A, CP).

Sedução de menores

12
«(Código Penal, artigo 217-A)». Presidência da República. Consultado em 10 de outubro de 2009.
Arquivado do original em 28 de outubro de 2020.
13
«(Código Penal, artigo 216-A)». Consultado em 10 de outubro de 2009. Arquivado do original em 13 de
outubro de 2020.
14
idem
16

Em 2005, o crime de sedução de menores (antigo artigo 217 do Código Penal),


considerado ultrapassado, foi revogado pela lei nº 11.106/2005. O crime se referia
exclusivamente à perda da virgindade de adolescentes na faixa dos 14 aos 15 anos.

Extinção da punibilidade pelo casamento

A mesma lei 11.106 de 2005 revogou também dois antigos dispositivos


originários de uma cultura heterocentrada, machista e de subjugo da mulher (artigo
107 do C. Penal) pelos quais o acusado de qualquer crime sexual contra menores
teria sua pena extinta caso se casasse com a vítima (inciso VII); ou caso, não tendo
havido violência real nem grave ameaça no crime praticado, se a vítima se casasse
com um terceiro e não requeresse o prosseguimento da ação penal contra o acusado
no prazo de 60 dias após o casamento (inciso VIII). Cabe destacar que, embora
referida lei tenha revogado a previsão da extinção da punibilidade pelo casamento
(VII), entre 2005 e 2009, ainda era possível a absurda extinção da punibilidade do
estuprador que se casasse com a vítima, porém, pela renúncia ao direito de
representação no prazo decadencial de 6 meses, uma vez que o casamento com o
estuprador configurava prática de ato incompatível com a vontade de processá-lo,
logo incidir-se-ia no caso a denominada renúncia tácita, com a consequente extinção
da punibilidade do autor do delito.

A partir da lei 2.015/2009, o crime de estupro contra menor de 18 ou de incapaz


passou a ser de ação penal incondicionada, ou seja, independe do desejo da vítima,
portanto, não há mais qualquer possibilidade de extinção da punibilidade pelo
casamento. Sobre o conceito de presunção de violência: absoluta ou relativa, em se
tratando de estupro de vulnerável, no ano de 2009, a lei n° 12.015/2009 substituiu o
conceito anterior de “presunção de violência” (também conhecido como “estupro
presumido”) pelo novo conceito de “estupro de vulnerável”.

A violência presumida era até então prevista no artigo 224, “a”, do Código
Penal de 1940, para os atos sexuais praticados abaixo da idade de 14 anos. A partir
de 1940, e com a evolução dos costumes ao longo das décadas seguintes, a
jurisprudência (conjunto de decisões judiciais) e a doutrina (conjunto de ideias
publicadas por juristas) dividiram-se em duas correntes de pensamento: presunção
relativa ou presunção absoluta de violência.Para os defensores da presunção
absoluta, não haveria exceções à regra, ou seja, todo ato sexual com menores de 14
anos seria considerado violento, fosse ele enquadrado como estupro (art. 213) ou
atentado violento ao pudor (art. 214). Por exemplo, num caso de 1996, o Supremo
Tribunal Federal decidiu que menor de 14 anos é "incapaz de consentir" (o que se
denomina innocentia consilii, ou seja, que há sua completa insciência em relação aos
fatos sexuais), não importando se "aparenta idade superior em virtude de seu precoce
desenvolvimento físico"15. Esta decisão, entretanto, não teve força de Súmula
vinculante para outros casos (conforme Constituição federal, art. 103-A).

15
link jurisprudência: Decisão judicial STJ 5ª Turma Rel. Ministra Laurita Va
17

Já os defensores da presunção relativa analisam as peculiaridades de cada


caso, levando em conta diversos fatores como a compleição física da vítima, sua
experiência sexual ou as circunstâncias específicas que levaram ao ato sexual.[33]
Neste sentido, algumas decisões judiciais reconheciam o consentimento para o sexo,
em casos específicos, aos 13 anos ou aos 12 anos de idade. Esta controvérsia
começou a ganhar força desde a aprovação do ECA em 1990, quando abriu-se
divergência entre a idade de consentimento legalmente definida pela presunção de
violência (art. 224 do CP) e a definição legal de criança, que é pessoa com menos de
12 anos de idade – art. 2º do ECA, fase da vida após a qual, para uma parte dos
juristas, cessaria a incapacidade de discernimento sobre o sexo. Não há ainda
jurisprudência acumulada sobre o novo conceito de “estupro de vulnerável”. No
entanto, o novo tipo penal já sofre críticas, autores que chamam a pena do tipo penal
de desproporcional por ser maior que a do estupro real de maiores de idade, ou
mesmo dos delitos como homicídio simples e roubo.

Corrupção de menores e consentimento dos pais

O extinto crime de corrupção de menores (artigo 218 do Código Penal) referia-


se aos atos sexuais consentidos praticados com adolescentes de 14 a 17 anos, e era
somente processado por iniciativa dos pais do menor (conforme o antigo artigo 225
do Código Penal). Desta forma, o legislador conferiu à família o poder de julgar e
decidir sobre a relação privada. Com a aprovação da lei 12015 de 2009, foi extinto o
crime de corrupção de menores para esta faixa etária (14 a 17 anos), criando-se um
novo crime com o mesmo nome, referente à faixa etária abaixo dos 14 anos. A mesma
lei substituiu a ação penal privada nos crimes sexuais contra menores de 18 anos
pela ação pública incondicionada (novo artigo 225, § único); ou seja, a iniciativa da
ação penal não mais depende da vontade dos pais do menor, sendo agora
processada pelo Ministério Público16.

Assim, os atos sexuais praticados com adolescentes de 12 ou 13 anos, cuja


ação penal antes dependia da iniciativa dos pais, agora são processados diretamente
pelo Estado, mesmo contra a vontade dos pais. Ato sexual com menores entre 14 e
17, dependendo da circunstância, pode vir a ser configurado como crime, podendo
ser responsabilizado pelo crime o responsável pelo estabelecimento ou pelo menor,
segundo dispositivos legais já existentes e pela Lei 12015, que incorporaram
alterações ao ECA:

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,


guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.

16
link legislação: «(ver artigo 225, § único)». Consultado em 10 de outubro de 2009. Arquivado do original
em 13 de outubro de 2020.
18

Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou


efetiva a paga ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
envio de criança ou adolescente para o exterior com
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter
lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1° Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de
criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste
artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Redação dada
pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2° Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete
o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo
ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador,
preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro
título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir,
publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de
sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
19

II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de


computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o
caput deste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2° As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1° deste artigo
são puníveis quando o responsável legal pela prestação do
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso
ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008).

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio,


fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena
de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1° A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2° Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
finalidade de comunicar às autoridades competentes a
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e
241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela
Lei nº 11.829, de 2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua,
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
computadores, até o recebimento do material relativo à notícia
feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 3° As pessoas referidas no § 2° deste artigo deverão manter
sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829,
de 2008)
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
definidos no caput do art. 2° desta Lei, à prostituição ou à
exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.
§ 1° Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o
responsável pelo local em que se verifique a submissão de
criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-
o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei
nº 12.015, de 2009)
20

§ 1° Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem


pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer
meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2° As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas
de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar
incluída no rol do art. 1° da Lei n° 8.072, de 25 de julho de 1990.
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Ainda segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a simples


hospedagem de criança ou adolescente em hotel ou motel sem acompanhamento ou
autorização escrita dos pais é uma ação proibida por lei. (ECA - Art 82). O Estatuto
da Criança e o Adolescente é que dispõe sobre os crimes contra a criança e
adolescente no Brasil, sem prejuízo do disposto na legislação penal.

Assim,podemos resumir e organizar no seguinte quadro:

Estupro Estupro contra menor de 18 Estupro menor de 14 anos


maior que 14 anos (vulnerável )

Previsto no artigo 213 Previsto no artigo 213, § 1º do Previsto no artigo 217-A do


Caput do CP CP. CP.

Pena de 6 a 10 anos de Pena de 8 a 14 anos de reclusão Pena de 8 a 15 anos de


reclusão reclusão

PAPEL DO PSICOLOGO FRENTE AOS CASOS


DE ABUSO SEXUAL DE MENORES

Ao se deparar com um possível caso de abuso sexual de menores, a atuação


profissional do psicólogo pode ser elencada em dois âmbitos:
21

i. ocupando o cargo de Perito Criminal (Área Psicologia), realizando perícias


psicológicas nos casos de suspeita de abuso sexual cometido conta crianças e
adolescentes.
ii. Na atuação pós traumática, em clínica, grupos de apoio.

Atravessando esta terrível experiência, o menor leva consigo uma bagagem


de traumas e questões psicológicas que necessitam atenção e cuidado profissional,
que por sua vez, adentram em um universo complexo e confuso. Tendo como ponto
de partida a dificuldade em lidar de forma adequada com a vítima de abuso sexual e
sua família, torna-se importante a capacitação dos diversos profissionais envolvidos
no caso, a fim de conduzir o assunto em um contexto multidisciplinar sempre
permeando a sensilibidade que este tipo de caso necessita bem como seu manejo.

Gava traz em seu artigo científico seu relato para ingressar no cargo de perita
criminal junto ao Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul no Departamento
Médico-Legal de Porto Alegre. Antes de entrar em exercício com a função de realizar
perícias psicologicas nos casos de suspeita de abuso sexual de menores, a autora
participou de um Curso de Formação com duração de três meses fornecido pelo
IGP/RS, onde obteve ensinamentos sobre noções básicas relativas à Perícia,
Medicina Legal, Criminalistica, Direito Penal e Avaliação Psiquica investigativa nos
casos de violencia sexual infantil e sobre diferenças fundamentais entre avaliações
realizadas nos contextos clínicos e forense.

Psicologia Jurídica
A atuação da psicologia Jurídica neste sentido, opera especificamente na
investigação pela confirmação ou não da ocorrência dos fatos, não promovendo a
intervenção nos impactos sofridos pelo abuso no menor. Essas avaliações
psicológicas são de grande responsabilidade e compromisso com a justiça
especificamente nos casos de abuso de menores, todos os instrumentos de
investigação devem seguir às determinações do Conselho Federal de Psicologia,
além de ser adequado à faixa etária e características da vítima, possibilitando ao
profissional recolher o máximo de informações e então permitindo a elaboração de
um relatório coerente e consistente. Importante citar que não existe um instrumento
psicológico específico e direcionado que possa constatar a ocorrência ou não da
violação sexual. Portanto, vale ressaltar o cuidado e responsabilidade da atuação do
psicólogo, tendo em vista que em muitos casos, quando não há violação física que
caracterize o abuso, a avaliação é imergida pela subjetividade do menor, podendo ser
produzido um resultado falso-positivo.

Do ponto de vista pós traumático, é de grande importância que os profissionais


da área da psicologia que atuam com casos de abuso sexual de menores, possuam
conhecimentos profundos sobre toda a problematica e suas implicações na vida do
menor, de sua família e do abusador, para que possa ser realizado um trabalho de
intervenção terapêutica de qualidade e com maior eficiencia aos envolvidos.
22

“As consequências decorrentes do abuso sexual variam


desde efeitos mínimos até problemas mais graves, com
repercussões sociais, emocionais e/ou psiquiátricas -
como depressão, transtornos de ansiedade (entre os
quais, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático),
transtornos alimentares, transtornos dissociativos,
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e, até
mesmo, Transtorno da Personalidade Borderline17.

Também é descrita a manifestação de sintomas como: tristeza, ideação


suicida, medo exagerado de adultos, comportamento sexual avançado para a idade,
masturbação frequente e/ou pública, baixa autoestima, abuso de substâncias
químicas, sonolência, enurese, encoprese, tiques e manias, isolamento social,
dificuldades de aprendizagem, irritabilidade, entre outros18.” (Schaefer,2012)

Considerando o atendimento clínico, é de suma importância fornecer aos


responsáveis pelo menor, informações sobre a temática, como por exemplo, dados
estatísticos, epidemiológicos, consequências do trauma e, trazendo luz ao papel
importante que irão exercer através da influência que podem transcorrer ao menor
abusado sobre a forma como lidará com o trauma. Com base em todos os dados
apresentados, é notório a necessitade, quase que uma obrigatoriedade oferecer o
suporte psicológico clínico à crinça e adolescente vítima do abuso sexual.

Abaixo tabela de dados demográficos das pesquisas19

17
(Briere & Elliot, 2003; Cicchetti & Toth, 2005; Cohen & Mannarino, 2000; Collin-Vézina &
Hébert, 2005; Nurcombe, 2000; Saywitz, Mannarino, Berliner & Cohen, 2000).
18
(Gerko, Hughes, Hamil & Waller, 2005; Meyerson, Long, Miranda Jr. & Marx, 2002;
Pfeiffer & Salvagni, 2005; Polanczyck et al., 2003; Ystgaard, Hestetun, Loeb &
Mehlum, 2004).
19
https://www.scielo.br/pdf/rpc/v38n4/a06v38n4.pdf
23
24

CONCLUSÃO

Como vimos estamos enfrentando alarmante e expressiva elevação da violencia e


abuso contra crianças e adolescentes, independente da métrica aqui utilizada, é
reflexo de uma violencia e abuso estrutural da sociedade brasileira, desde tempos
imemoráveis no nosso país no abuso dos povos originários, de negros escravizados,
de povo sem alma. A questão da violência e abuso sexual é importante problema para
a segurança, saúde pública, familiar e de vida para a vítima. Muito ressaltada hoje
pelos meios de comunicação como manchete e marketing de vendas, a violência, que
até pouco tempo atrás era entendida como problema da polícia, justiça, filosofia,
direito, além da área social, passa a ser considerada pelo universo da saúde pública,
da saúde privada, dos consultórios psicológicos, clínicas e centros de auxílio, Hoje
podemos enfrentar o problema a partir de “causas” previsíveis e preveníveis, dando
voz à vítima, entendendo a realidade social brasileira como um ambiente, analisando
as relações e monitorando agentes.

O impacto destas causas de violência, a partir da estruturação da nossa sociedade


se expressa na perda de anos de liberdade, de brincadeiras, da infantilidade perdida
e da degradação traumática de potenciais de vida. O impacto nos custos econômicos
com assistência médica psicológica e com cuidados de tratamento e reabilitação das
vítimas, complexidade do atendimento a pacientes com trauma, custos com o sistema
judiciário e penal, custos sociais decorrentes da queda de produtividade, não se
comparam às lesões e traumas do espírito das crianças e do entorno das vítimas, sua
25

rede familiar social e de interações, decorrentes do ato violento que exercem um


grande impacto a longo prazo.

Neste contexto, a magnitude da violência no segmento infanto-juvenil tem


despertado atenção e investimento dos pesquisadores, tanto pela freqüência com que
ocorre, quanto pelo reconhecimento científico das suas conseqüências para o
crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes vitimizados, além de
implicações psicológicas nas vítimas e familiares, repercutindo em custos humanos,
sociais e econômicos. O trabalho cada vez mais cuidadoso desde creches, escolas,
clubes, associações civis, desportivas, religiosas e comunitárias deve ser redobrado.

Apesar das iniciativas políticas desenvolvidas até o momento para o


enfrentamento dos maus-tratos na infância e adolescência, é necessário destacar a
importância de se intensificar ações de prevenção, e a necessidade de integração
dos diversos segmentos sociais, possibilitando discussões e reflexões entre os
diferentes setores que possam culminar em políticas e estratégias preventivas,
diagnósticas e terapêuticas, numa ampla rede de apoio social e interinstitucional.
Podemos salientar a relevância de incluir o tema na formação dos profissionais que,
direta ou indiretamente, lidam com crianças e adolescentes, pois o profissional
cientificamente preparado tem muito a contribuir para o diagnóstico, tratamento e
profilaxia do abuso à criança, assistindo-a e protegendo-a, rompendo as cadeias de
determinação e fatalidade.

Ressalta-se, ainda, a importância de se compreender melhor os fatores que


contribuem para a ocorrência da violência contra a criança e o adolescente, bem como
as suas diferentes formas de expressão e conseqüências, contribuindo para
direcionar medidas e políticas específicas de prevenção e intervenção. Portanto, mais
e mais estudos específicos tornam-se essenciais, assim como a aplicabilidade prática
de soluções de prevenção e tratamento.
26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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27

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