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A pauta LGBT no Brasil vem ganhando importância e sendo mais citada, tanto no meio

acadêmico quanto por políticos e pela sociedade civil. Mesmo assim, a realidade da
comunidade LGBT no Brasil está longe de ser perfeita. Isso é mostrado, principalmente,
pelos dados sobre a violência que esse grupo enfrenta como uma consequência
da LGBTfobia.

Com base nisso, serão julgados, no dia 13 de fevereiro de 2019, duas ações enviadas ao
STF referentes à criminalização da homofobia. Entre favoráveis e contrários, o tema
divide opiniões.

Quer entender mais sobre a LGBTfobia e sobre o julgamento no STF? O Politize! te


explica.
O QUE É LGBTFOBIA?
O termo LGBTfobia não é tão conhecido, já que outro é normalmente usado como
sinônimo para se referir ao ódio à população LGBT: a homofobia.
Tecnicamente, essa expressão refere-se apenas à hostilidade direcionada a
homossexuais – lésbicas e gays –, mas o termo se popularizou e é utilizado amplamente.
Nesse sentido, Maria Berenice Dias – presidente da Comissão da Diversidade Sexual do
Conselho Federal da OAB –, define a homofobia como o “ato ou manifestação de ódio
ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.
Mas e em relação aos outros termos que vem surgindo?
O Politize! já te explicou a importância de minorias LGBT conquistarem maior
visibilidade. É justamente por isso que grupos muitas vezes invisibilizados têm criado
termos particulares para designar as intolerâncias “específicas” que sofrem.
Exemplos desses termos próprios são:
 Bifobia: descreve a aversão ou a discriminação contra bissexuais.
 Lesbofobia: refere-se exclusivamente ao preconceito e a violência contra
mulheres lésbicas.
 Gaybobia: refere-se exclusivamente ao preconceito e violência contra homens
gays.
 Transfobia: termo utilizado para classificar atitudes ou sentimentos negativos
e/ou violentos contra pessoas trans, o que inclui travestis, transexuais e transgêneros.
Quer saber mais sobre homofobia? Confira nosso conteúdo!
A LGBTFOBIA É CRIME?
Não é de hoje que essa discussão existe no Brasil. O primeiro projeto sobre o tema foi
apresentado no Congresso em 2001 como PL 5003/01 e tinha como objetivo determinar
“sanções às práticas discriminatórias em razão da orientação sexual das pessoas”.
Em 2006, esse projeto acabou se transformando no PLC 122/2006, apresentado
pela então deputada Iara Bernardi. O projeto buscava alterar a “Lei do Racismo” (Lei
7716/89) incluindo nela a discriminação por “gênero”, “sexo”, “orientação sexual” e
“identidade de gênero”.
Note que ao tratar sobretudo dos dois últimos pontos, a PLC 122/2006 não abrange
apenas homossexuais, mas também a outros grupos da comunidade LGBT. Com isso, o
mais “correto” seria tratá-lo como um projeto que criminaliza a LGBTfobia.
Se o projeto tivesse sido aprovado, a mudança mais perceptível seria no artigo 1º da Lei
7716/89, que passaria a dizer que:
“serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião, procedência nacional (sem modificação)”, gênero, sexo,
orientação sexual e identidade de gênero. (modificada)”
Apesar de ter passado pela Câmara dos Deputados , o projeto de lei foi
arquivado no Senado após passar oito anos sem aprovação. Com isso, a prática de
LGBTfobia ainda não é criminalizada no Brasil. Esse congelamento do processo, no
Senado, pode ser explicado pelo grande debate que o PLC gerou entre seus defensores e
opositores.

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