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Recife, 2016
INTRODUÇÃO
Conforme citado pelo sociólogo Junqueira (2009), o termo vem sendo paulatinamente
alterado mas ainda reserva “traços do discurso clínico e medicalizante” que lhe deu origem.
Isso pode ser notado, por exemplo, na associação entre homofobia e certas atitudes e
emoções, e dessas com determinadas psicopatologias. O mesmo autor mais adiante elucida
que determinados estudiosos afirmam serem estas emoções:
“Parágrafo único: Incide nas mesmas penas aquele que impedir ou restringir a
expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao
público de pessoas com as características previstas no art. 1º desta Lei, sendo estas
expressões e manifestações permitida às demais pessoas.”
Embora haja uma crítica comum a esse projeto de lei de que assassinar, agredir e
ofender alguém já se configura em crime, não há criminalização específica da discriminação
não-violenta por orientação sexual ou por identidade de gênero (Vecchiatti, 2006).
Outra crítica comum ao projeto é a de que o mesmo proibiria as pessoas de “criticarem
a homossexualidade” e que implicaria numa “ditadura” àqueles que “não concordam” com o
“estilo de vida homossexual”. Contudo, essas colocações se pautam ou em um simplismo
acrítico ou em má-fé de seus defensores. Com efeito, sobre tais temas, o projeto se limita a
punir a discriminação motivada por orientação sexual ou identidade de gênero. Logo, quem
diz que o projeto geraria uma “ditadura” tem uma deturpada concepção da vida em sociedade,
pois aparenta entender que haveria um pseudo “direito” a discriminar LGBTs por conta
unicamente de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero, o que afronta todas as
regras de convivência em sociedade, a saber, o dever de tolerância, entendido como o dever
de não discriminar, ofender e agredir outrem pelo simples fato de ser diferente do agressor
CONCLUSÃO
A orientação sexual é algo inerente à pessoa, intrínseco assim como a cor da pele, a
dos olhos, a raça, está condicionado ao acontecimento natural do nascimento e é uma das
garantias que constituem a dignidade da pessoa.
A falta de punição expressa para os indivíduos intolerantes deixa um grande número
de cidadãos fora do âmbito de proteção jurídica. Para tanto a proposta da Lei 122/2006 é
demasiadamente simples, incluir no rol das discriminações e punir crimes resultantes de
atitudes descriminatórias em razão da orientação sexual ou identidade de gênero, nada fora do
normal, mas ao mesmo tempo de suma importância.
Criminalizar a homofobia não faz com que acabe o preconceito, mas irá,
esperançosamente, garantir que qualquer discriminação baseada na orientação sexual do
indivíduo configura claro desrespeito à dignidade humana, a infringir o princípio maior
imposto pela Constituição Federal, podendo tais infrações serem punidas penalmente, com
agravante de que foram cometidas em virtude de preconceito.
REFERÊNCIAS