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Conquista de Direitos LGBT, demandas e políticas públicas

Introdução
Na história do Brasil, a implementação de políticas públicas voltadas para a
população LGBT é recente. Esse fato, muito tem a ver com a instituição da
Constituição Federal de 1988, que garantiu aos brasileiros uma vida digna com
acesso a justiça, proteção, a infância, a educação, a saúde, a alimentação, ao
trabalho, a moradia, ao lazer e a previdência. Porém, no que diz respeito aos
direitos fundamentais, previstos na Constituição Federal, a situação de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgenêros, é
parcialmente respeitada.

Foi no período da Ditadura Militar, que os movimentos sociais ganham força e


a partir de então a população começa a reivindicar os seus direitos. Nesse
mesmo momento (1978 – 1981) o movimento LGBT, ganha destaque no meio
social. Segundo Simões e Fachini (2009)

O desabrochar de um movimento homossexual no Brasil se


deu no final da década de 1970 como surgimento de grupos
voltados explicitamente a militância política, formados por
pessoas que se identificam como homossexuais(usando
diferentes termos para tanto), e buscavam promover e difundir
novas formas de representação da homossexualidade,
contrapostos as conotações de sem-vergonhice, pecado,
doença e degeneração(...) O marco consagrado nessa
historiografia particular é a formação do grupo SOMOS, em
São Paulo em 1978, na mesma época em que era lançado o
Lampião da Esquina, jornal em formato tabloide que se voltava
para um enfoque acentuadamente social e político da
homossexualidade, assim como de outros temas políticos afins,
e até então considerados “minoritários”, como o feminismo e o
movimento negro.(SIMÕES E FACCHINI,2009,p13 apud
PEREIRA)

Este movimento vem passando por diversas configurações ao longo do tempo,


devido a diferentes fatores, e começou a ganhar maior visibilidade diante da
sociedade. Podemos citar como “segunda onda” do movimento homossexual
no Brasil, o aumento da visibilidade na década de 1980, devido ao grande
número de casos de Aids que se disseminava na população LGBT. Observa-se
que para que foi necessária, que o grupo passasse por um ônus para o
movimento ganhar força.

Como resultado dessa visibilidade negativa, foi necessário o desenvolvimento


de políticas públicas que garantissem principalmente a promoção e proteção
dos direitos da população LGBT.

Uma vez que uma política pública é uma conduta elaborada para enfrentar um
problema público, a qual deve se ter a intenção em sanar as demandas do
grupo LGBT. Porém e importante ressaltar que ao mesmo tempo em que tal
política pode ser transformadora, ela também pode também se manter
conservadora, como afirma Mello:

Parece claro, porém, que as políticas públicas exercem um


importante papel na manutenção e/ou superação das
opressões de gênero e sexuais. De um lado, podem reforçar as
desigualdades, quando as ações e os programas
governamentais objetivam atender necessidades supostamente
universais, ignorando demandas específicas de parcelas da
população. De outro, podem contribuir para a redução de tais
desigualdades, ao priorizarem os direitos sexuais e
reprodutivos na agenda do governo, por meio da formulação e
implementação de ações e programas dirigidos a este fim. No
caso da segunda hipótese, as políticas públicas tanto podem
assumir um caráter universalista, mas generificado e sexual-
izado, quanto a forma de políticas dirigidas a grupos
específicos, a exemplo de programas de combate à homofobia
nas áreas de educação, saúde e segurança (MELLO et al,
2012b, p. 417).

Este projeto, tem como intenção pesquisar sobre as conquistas e limites


envolvendo as políticas públicas voltadas para o movimento LGBT.

Ele justifica-se pelo nosso interesse em examinar como o tema em questão é


tratado pela bibliografia e também como a pesquisa no serviço social deve se
ser realizada dentro desta temática.
Objetivos

Geral

. Investigar sobre a implementação das políticas públicas de inclusão social e


de combate à desigualdade da população LGBTs.

Específicos

 Analisar se de fato os direitos fundamentais da população LGBT


brasileira, estão sendo respeitados através da implementação das
políticas públicas e se não está havendo violação a liberdade, a
igualdade disposto no art. 5º da CF.

 Investigar se as políticas públicas contribuem para a diminuição da


violência e o preconceito contra o grupo LGBT. Programas
governamentais como por exemplo o Brasil sem Homofobia que visam
dar apoio a projetos de fortalecimentos de instituições públicas e não
governamentais que atuam na promoção da cidadania homossexual e
ao combate a homofobia.

 Analisar como o Serviço Social auxilia na implementação das políticas


públicas voltadas para o grupo LGBT
Problema

Apesar dos avanços que a Constituição Federal trouxe aos direitos


sociais das pessoas, o grupo LGBT ainda continua lutando para que esses
direitos sejam de fato efetivados. Diante de uma sociedade permeada por uma
cultura machista, onde se encontra engendrado o modelo perfeito de uma
família, como sendo homem e mulher, a opção sexual que se difere desse
modelo se tornou um problema. Nessa circunstância, funda-se debates na
sociedade a respeito das condições destes grupos pouco assistido por
programas do governo.

Surge então a necessidade da implementação de políticas públicas que


efetivem de fato os direitos dessa população. Mas no que diz respeito às
políticas públicas no campo da sexualidade, porém, temos que lembrar que
essas políticas são rodeadas por particularidades, e sua implementação
necessitaria de posturas consistentes que não se partem apenas por crenças,
valores e tradições que há muito tempo faz parte do imaginário coletivo e
manifestam posições conservadoras. Deve-se lembrar da influência exercida
pela Igreja Católica e Evangélica, que acaba por fazer com que as discussões
em torno do tema sofram um retrocesso.

Diante dos desafios colocados para a implementação de políticas públicas para


a população LGBTs, é possível que determinadas politicas focadas nessa
população contribua para romper com a violência e a discriminação, criando
sujeitos portadores de direitos reconhecidos dentro da sua cidadania?

Hipótese

Para que as políticas públicas exerçam seu papel e ocorra dessa forma uma
diminuição da discriminação do grupo LGBT, e também uma inclusão dos
mesmos em todos os setores da sociedade, é necessário que a sociedade
repense alguns de seus valores, algo que não será tão fácil devido as crenças
e valores culturais.
Nossa hipótese é de que as políticas públicas voltadas para o grupo LGBT,
são insuficientes para romper com a violência e a discriminação, existentes por
parte de alguns segmentos da sociedade, e dessa forma acaba por distanciar
esse grupo de uma possível cidadania.
Referencial Teórico

A opção sexual para alguns meios sociais se caracteriza como uma


doença que muitos aderem ao assumir sua sexualidade diante da sociedade
em que vive. A homossexualidade englobou diversos assuntos envolvendo
temas desagradáveis em relação a doenças e problemas que poderá surgir
com essas pessoas ao longo de suas vidas. No entanto ao longo dos
seguimentos da homossexualidade, foram especuladas a procura de meios
para a cura desta opção sexual, tendo aprovações das leis que não permitia
que nenhum profissional trabalhasse com a hipótese de cura para a
homossexualidade.

As diferenças formas de expressão da homossexualidade


fizeram e ainda fazem parte de muitas discussões que
envolvem vários setores da sociedade. A partir da década de
1.990, as expressões sexuais conquistaram um espaço através
da luta de homossexuais, o que já vinha aos poucos
acontecendo desde o final da década de 70 e no decorrer dos
anos 80 (MARCELINO,2010,p.1)

A população LGBT apesar de estar aumentando, ainda sofre com diversos


obstáculos diante da sociedade em que se encontra, causando problemas
sociais e pessoais.

O Conselho Federal de Psicologia em 1.999, aprovou a


resolução 0001[99 que pune qualquer profissional que trabalhe
com a ideia de cura da homossexualidade e tendências
coercitivas para orientar homossexuais a tratamentos.
(MARCELINO,2010, p.1)
Diante desse debate pretende-se discutir algumas questões relacionadas aos
desafios enfrentados pela população LGBT, envolvendo o comportamento da
sociedade e a atuação do profissional da assistência social, com a tentativa
das políticas envolvendo esse grupo social. Coo reflexão que dará apoio à
proposta do projeto em estudar os grupos LGBT

Dentro do comportamento da sociedade e da presença do referido grupo, deve-


se observar atos de violência bem como a resistência desse segmento. Nesse
debate verifica-se a construção de políticas públicas e de como o Assistente
Social atua como profissional, sofrendo pressões por outras organizações para
inserir essas políticas públicas

O Serviço Social visa se comprometer com as mudanças que ocorrem com as


transformações sociais. A desigualdade social se encontra presente em
inúmeros países, tendo uma maior probabilidade de índices mais elevado em
algum deles.

Para uma sociedade que vive somente em um padrão estipulado, se torna


difícil lidar com a homossexualidade, se tornando um assunto delicado e difícil
de ser aceito. A sociedade despreza e não aceita aqueles que não seguem a
cultura, causando transtorno e formação de preconceitos, onde alguns
segmentos não respeitam as escolhas de outros. Com o passar, do tempo
ocorreram mudanças na sociedade tanto econômica, social, cultural e política,
fazendo com que houvesse também transformações na vida cotidiana das
pessoas.

“A partir dos anos 1.990, novos atores passaram a ter visibilidade no tecido
social: os homossexuais” (MARCELINO,2010, p.4). Foi através de movimentos
que esse novo grupo trouxe novas questões sociais, como liberdade de
expressão orientação sexual, reconhecimento de união civil e criminalização da
homofobia.
Neste contexto, o fazer do assistente social até então voltado
para as intervenções na sociedade de orientação heterossexual
se depara com as demandas atuais que abarcam as mesmas
questões de outrora, porém dialogando agora com as múltiplas
sexualidades. ( MARCELINO, 2010, p.4)

Mesmo com as mudanças, a homossexualidade é tida como um tabu, porque a


sociedade continua com um olhar conservador, assim o profissional atua na
busca de efetivação dos direitos desse grupo, porém deparando com grandes
desafios.

Para alguns profissionais e para os acadêmicos do Serviço


Social, as questões pertinentes à população LGBT são
desconhecidas ou pouco compreendidas, isso se dá talvez,
pelo fato de que a diversidade sexual ainda não faz parte dos
discursos acadêmicos e poucos são as universidades que
incluem essa temática na formação dos profissionais.
(MARCELINO,2010, p.5).

Ou seja, de acordo com o autor o conhecimento e interesse sobre a população


LGBT nos grupos de ensino é escassa onde a sociedade não aceita a inclusão
desse tema. Com isso a orientação sexual e a diferença entre as pessoas
causam a não aceitação por outros grupos onde esses passam a sofrer
discriminação e violência, se tornando vítimas da homofobia.

O serviço social através dos seus órgão competentes


(CFESS/CRESS) preocupado com as barbáries
cometidas com a população homossexual como
consequência de intolerância social, apoia
reinvindicações e lutas pelo direito que todos tem de
decidir sobre sua afetividade e sexualidade.
(MARCELINO,2010, pg.5)
Para a assistente social esse ato de intolerância em não aceitar as diferenças
da sexualidade humana é violar os direitos humanos das pessoas e através
das normas estabelecidas pelo CFESS e os princípios inscritos no código de
ética profissional de serviço social busca em sua intervenção diminuir cada vez
mais a violação dos direitos esse grupo.

Apesar de toda violência que o grupo LGBT sofresse, muitos preferem


apenas fingir que não estão vendo e muitas vezes, tratam a questão LGBT’s
com indiferença.

Percebia – se a total apatia da cidade tanto na questão


da luta política, quanto na questão de entretenimento
mais específico para o público homossexual.
(MARCELINO, 2010, pg.6)

Podemos usar como exemplo algumas situações que ocorram na cidade de


Niterói ‘’ no ano de 2007 um jovem de 19 anos ao sair de uma boate GLS em
Niterói, com um grupo de amigos foi espancado’’ (MARCELINO,
p.06,ago.2010) .Onde depois desse fato de 2004, foi fundado um grupo de
cidadania LGBT em Niterói, visando com isso discutir ações acerca do tema.

Violência e resistência Interrogaçaqo

Essas agressões surgem de várias partes mais com grande porcentual sendo
grupos homofóbicos como os neonazistas, por exemplo.

E essa violências surgem de diversas formas e por diferentes veículos.

(...) foram registrados várias agressões e ameaças


físicas, verbais, psicológicas e jurídicas, discriminação
institucional, homofobia via internet, omissão de
direitos. Os agressivos vem de diversos segmentos da
sociedade tais como : comércio, câmara de
vereadores, universidades, polícia militar, religiosos,
psicólogos e família. (MARCELINO, 2010, p.6)
Dentro desse segmento, podemos observar que há uma separação, onde os
travestis são agredidos com mais frequência, porém, não se torna público: só
no caso das lésbicas pelo próprio machismo existente em nossa sociedade,
são simplesmente ignoradas e dessa forma a denúncia sobre essa violência se
torna mais difícil.

O trabalho realizado dentro do grupo de cidadania LGBT, em Niterói se


desenvolve a partir dos princípios fundamentais da profissão, e assim busca
escrever a cidadania em sua forma ampla, buscando políticos públicas voltadas
para dar respeito a tais demandas.

A luta por direitos iguais numa sociedade que se


alimenta as desigualdades e estigmatizadas ‘’ o outro’’
pelas diferenças, é o desafio que atravessa as
inúmeras demandas do cotidiano dos assistentes

sociais. (MARCELINO, 2010.p.7)

Para tentarmos mudar essa realidade, devemos aceitar as diferenças e saber


que todos tem seus direitos garantidos, como assegura a constituição federal.

2 fichamento

Ao vermos tantos casos de violência, incluindo a população LGBT, não


podemos deixar de nos questionar, por onde anda as políticas públicas para
esse segmento da sociedade?

A essa pergunta, podemos dar a seguinte resposta:

Tal processo tem sido acompanhado por um número


crescente de pesquisas comparativas e de ampliação
das bases teóricas que fundamentam os estudos sobre
a formulação, legitimação, gestão, implementação e
avaliação das políticas públicas, num campo de
conhecimento que caracteriza pela
multidisciplinaridade. (MELLO, Avelar, MAROJA. 2012)

Lembrando que existe uma importância enorme nesse processo, uma vez que
a política se caracteriza através do diálogo entre sua formulação, e sua
implementação, ou seja, a interação entre o que se propõe executar e o que se
realmente executar. (SAMPAIO/ ARAUJO. 2006)

Sob essa perspectiva podemos dizer que as políticas públicas para população
LGBT deve ser proposta pelo governo através de estudo, pesquisas, que
devem ser voltadas a conhecer a necessidade dessa população, conhecer toda
a demanda existente e assim achar respostas para essas demandas.

Dai a necessidade permanente de avaliação e, quando


necessário, reformulação das ações previstas, de
maneira à viabilizar a efetiva implementação das
políticas, como uma explicita definição de prazos,
atores responsáveis e recursos necessários, num
cenário social marcado por disputas ideológicas e
escassez financeira. (MELLO, Avelar, MAROJA, 2012)

Tais políticas não devem possuir um caráter fragmentado, centralizado,


antidemocrático, ineficaz e com resultados falhos, sempre buscando novas
respostas para tais problemas.

Para que essas políticas passem a ser efetivadas três itens deviam ser levadas
em consideração: ser levado em consideração a questão do Estado e não
apenas o governo, não se deve restringir tal política ao período do governo em
gestão e por fim, contar com a elaboração de toda a sociedade. Fazendo com
que o objetivo de toda a política pública é a consagração do Estado de direito,
a democracia e a extensão dos direitos humanos civis, culturais, econômicos,
políticos e sociais.

Onde existe democracia, participação da sociedade podemos fazer com que à


direitos de todos, foi garantidos na Constituição Federa, sejam efetivados.
Onde os programas e planos propostos pelo poder Executivo, nas esferas
federais, estadual e municipal, destinados ao combate da homofobia e a
promoção da cidadania da população LGBT, sejam definidos para assim poder
aprovem ações futuras, que venham traçar diretrizes, objetivos, e teses que
passem à nortear ações do poder público.

Devemos nos lembrar que não tivemos tantos avanços nessa questão, devido
a influência da Igreja Católica, que sempre foi ultraconservadora e repressiva
com assuntos que envolvessem sexo, gênero, família reprodução. Por isso a
efetivação de tais políticas, se torna tão instável.

3º fichamento

O movimento Homossexual tem feito muitas mudanças em relação a alguns


grupos da sociedade; classes sociais. É muito importante esse movimento
sexual no Brasil que tem como objetivos a serem expostos.

[...] Reivindicar direitos universais e civis plenos, por


meio de ações políticas que não se restringiam ao
‘’gueto’’, mas que se voltava para a sociedade de modo
mais amplo. (WENDT , 2015, P.07)

Surgiram vários grupos militantes no Brasil em 1970, que assim anunciava o


final da ditadura militar. Os homossexuais conseguiram um marco muito
importante, a exclusão definitiva da homossexualidade da classificação
internacional de doenças.

O Conselho federal de medicina e a organização mundial de


saúde excluíram definitivamente da classificação internacional
de doenças a homossexualidade, que até aquele momento era
considerada um desvio e transtorno sexual. (WENDT, 2015,
p.07)

Ocorreram vários avanços no Brasil em relação aos homossexuais. Desde que


começou esse movimento tiveram a participação da mídia que também ajudou
na divulgação, seja por rádio, televisão ou imprensa, publicação na internet e
etc.

A internet é inclusive o principal meio de comunicação


em massa, instantâneo, célere e capaz de movimentar
rapidamente interesses comuns, em prol de algo
desejado por todos os envolvidos, ou só pela produção
de notícias, pelas agências especializadas, mas
sobretudo pela interação gerada através do uso das
redes sociais. (WENDT,2015, p.8)

Os movimentos Sociais nascem da pobreza e do desespero político que


demanda algumas mobilizações desencadeadas pela indignação que a justiça
provoca, buscando esperança de possível mudança. De um modo geral a
mídia é um dos fatores de boa relevância nas ações dos movimentos sociais.

Para Gohn, na atualidade os principais movimentos


atuam por meio de redes sociais locais, regionais,
nacionais e internacionais, e utilizam-se muitos dos
novos meios de comunicação e informação como a
internet. (WENDT, 2015, p.8)

Alguns aspectos tecnológicos e morfológicos de redes de comunicação


fundamentais para dar forma a mobilização multidirecional. Os direitos
conquistados pelo homossexuais foram possíveis, na mobilização dos temas
através de movimentos realizados pelos grupos homossexuais organizados no
Brasil, há necessidade de reconhecimento, principalmente de cunho social e
moral, apesar de sua evolução, ainda é pautada por hierarquização e
estereótipos.

4ºfichamento

As políticas públicas nos Brasil, possui uma implantação recente, e isso se


deve a vários fatores sociais e também a luta protagonizada pelo movimento
LGBT. Movimento esse que é permeado por diversas mudanças e
reconfigurações para acompanhar as mudanças da sociedade, e desse modo
tem ganhado força para reivindicar seus direitos e atuar enfaticamente na
conquista de marcos legais como por exemplo, a do matrimônio igualitário, leis
antiidiscriminação e de identidade de gênero(com enfoque àquelas que
permitem a mudança de nome civil de pessoas travestis e transexuais).

Dessa forma iremos discorrer sobre a elaboração e a execução das políticas


públicas, desenvolvidas especificamente para a promoção e proteção dos
direitos da população LGBT, lembrando que:

(...) as políticas públicas exercem um importante papel


na manutenção e/ou superação das opressões de
gênero e sexuais...podem reforçar as desigualdades,
quando as ações e os programas governamentais
objetivam atender necessidades supostamente
universais...De outro lado, podem contribuir para a
redução de tais desigualdades, ao priorizarem os
direitos sexuais e reprodutivos...por meio da
formulação e implementação de ações e programas
dirigidos a este fim. (MELLO APUD PEREIRA, 2012,
p.120).

Desde a Constituição Federal tivemos avanços nesse segmento, e podemos


ver isso através do quadro cronológico com a implementação de algumas
políticas públicas que se destacaram:

Tabela: Cronograma das ações Estatais, voltadas para a população LGBT

Ação Ano
Criação do Programa Nacional de Aids no Ministério da Saúde 1988
Programa Nacional de Direitos Humanos 1996
Criação da Secretaria Nacional de Direitos Humanos 1997
Programa Nacional de Direitos Humanos II 2002
Programa Brasil sem Homofobia 2004
I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais 2008
Programa Nacional de Direitos Humanos III 2009
I Plano Nacional de Promoção da Cidadania e DH de LGBT e transexuais 2009
Criação da Coordenação Geral de Promoção dos Direitos de LGBT 2009
Instituição do Conselho Nacional de Combate a Discriminação de LGBT e 2010
Transexuais
Instituição do Dia Nacional de Combate a Homofobia 2010
Lançamento da Política Nacional e Saúde Integral da População LGBT 2011
II Conferência Nacional de LGBT e Transexuais 2011
Criação do Comitê Técnico de Cultura LGBT 2012
Lançamento do Relatório de Violência Homofóbica no Brasil 2012
Lançamento do Sistema Nacional LGBT 2013
Instalação do Comitê Nacional das Políticas Públicas LGBT 2014
Lançamento do Pacto Nacional de Enfrentamento as violações de Direitos 2015
Humanos na Internet
III Conferência Nacional de LGBT e Transexuais 2016

As políticas acima citadas, podem ser ditas como marcos políticos de caráter
transversal, que tem como principal missão a articulação de outras políticas,
políticas de direitos humanos, que fortaleçam as identidades LGBT e busquem
superar a violência e políticas que contam com a participação social desse
segmento, buscando a construção de uma política Nacional LGBT.
Diante de alguns avanços, que obtemos, não podemos deixar de citar também
algumas formas que acabam levando a um retrocesso, uma mudança cultural,
de crenças, valores e tradições, que muitas vezes impedem a criação e
implementação dessas políticas, podemos dizer também, que a população
LGBT, não possui a mesma empatia que outros grupos, abarcados pelas
políticas públicas possuem, como por exemplo crianças, idosos, pessoas com
deficiência. Não podemos deixar de citar a influência das igrejas, que interfere
na implementação de políticas púbicas, e em muitos casos travam matérias
legislativas do interesse LGBT no parlamento e acabam por boicotar a
ampliação e a garantia de direitos e políticas para essa população. Outro fator
que deve ser lembrado é o pouco recurso destinados as políticas públicas
LGBT, quase sempre nem estão previstos no Plano Plurianual (PPA), Lei de
Diretrizes Orçamentarias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual(LOA).

Para que as políticas públicas de fato comecem a mostrar resultados melhores,


devemos apostar na transversalidade, entre as diferentes esferas de atuação,
como saúde, educação, segurança, assistência, etc. e também em se ampliar
um diálogo com a sociedade civil. Devemos investir mais recursos nas políticas
já existentes, e cuidar para que esses recursos não sejam desviados de suas
reais finalidades, ou má aplicados.

Concluímos que a criação, implementação e execução das políticas públicas


no Brasil, vem sendo ladeada por diversos sentimentos como a esperança,
expectativa, comemoração a cada avanço muitas vezes que esses avanços
venham com algumas frustrações, descrença, desconfiança e desafios.

METODOLOGIA
Referências
Cronograma do Projeto Agosto Setembro Outubr Novembro Dezembro
o

Introd. Delimitação. Justificativa X X

Objetivos X

Problema e Hipótese X

Referencial Teórico(Revisão Bibliográfica X X X X X

Metodologia X

Referências X X X X X

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