Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
ABSTRACT
This paper studies the performance of the Movement LGBT (Lesbian, Gay, Bisexual and
Transgender) and his struggle for the recognition of sexual diversity. Aimed at understanding
the present educational practices in the actions of this movement to combat homophobia and
social exclusion. For this, pautamo us a qualitative research approach, which "is concerned
with understanding, the interpretation of the phenomenon, considering the meaning that
others give to their practices" (GONSALVES, 2003: 68). It also presents as a methodology,
an exploratory research and explanation along with the Extended Case Method Boaventura de
Sousa Santos (1983). As theoretical framework, we use the thinking of scholars who analyzed
the presence and importance of education in popular social movements, namely: Gohn (2007),
Leher (2007), Lage (2005 and 2009) and Freire (2000 and 1994), among others dealing with
the inclusion / exclusion and empowerment of the LGBT community. For this, we observed
the Resistance Group Gay Caruaru - a group of activists who carry out actions in the region
Wasteland of Pernambuco, Brazil. The results indicate an inclusive educational and
2
1 INTRODUÇÃO
Diante deste cenário, este exercício de pesquisa pretende oferecer reflexões para a
seguinte pergunta:
- De que modo as práticas educativas utilizadas pelo movimento LGBT contribuem
para combater a homofobia?
Com o problema apresentado, pretendemos refletir sobre a questão da homofobia
que nos inquieta e nos mobiliza a debater o modo de como a educação perpassa o
movimento LGBT e faz-se útil no constructo de uma transformação social que visa
contemplar a diversidade de sujeitos e promover uma cultura de paz, entre todos/as.
O objetivo principal desta pesquisa é observar as práticas educativas utilizadas pelo
movimento LGBT para combater as condutas homofóbicas que recaiem sobre as pessoas
de orientação sexual diferente da heterossexual.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação é um fenômeno presente desde que o ser humano existe. Seja nas
instruções, no como fazer ou ser. Os séculos se passaram e a educação mudou bastante em
sua essência. Houve uma divisão social do saber, ou seja, ensino para ricos e ensino para
pobres, respectivamente os que iam comandar e os que seriam comandados, sendo hoje
utilizada principalmente como estratégia para formar mão-de-obra trabalhadora para as
indústrias fortalecidas com a ascensão do modelo econômico capitalista.
4
Ora, sendo assim os Movimentos Sociais não poderiam aceitar esse modelo
controlador, tendencioso e opressor de educação. Uma de suas lutas é a educação
diferenciada. Diferenciada em muitos sentidos, seja na metodologia, no currículo, nas
relações e, claro, nas intenções políticas de formação. Que sujeito pretende-se formar? Um
sujeito alienado e apolítico que não se afirma, não se emancipa e contribui para as
desigualdades sociais ou um sujeito politizado, participante, protagonista de sua história e
de sua comunidade, que exerce sua cidadania e luta por seus direitos? No caso dos
movimentos sociais a segunda opção é uma das suas bandeiras de luta.
Neste sentido, a escola formal que o Estado provê às pessoas é acusada e recusada
pelos movimentos sociais como máquinas do governo que visam controlar e formar
trabalhadores/as para o mercado consumista.
Os movimentos sociais lutam por justiça social, neste caso a transformação social é
uma urgência, uma necessidade. Sendo assim, lutam por uma educação útil e
transformadora que contenha conceitos e conteúdos úteis à vida das pessoas
subalternizadas.
3 METODOLOGIA
Nosso exercício de pesquisa se dá pelo viés qualitativo, pois entendemos que esta
abordagem é a ideal para pesquisas na área das ciências humanas e sociais. Na
compreensão de Gonsalves
O GRGC luta hoje por uma sede, um local onde as pessoas possam se
dirigir. A gente quer ir pra rua, a gente quer aparecer. A nossa
dificuldade atual é essa, conquistar a nossa sede. Porque fica difícil pra
gente agir. A gente vem sendo aceito pelos políticos sim, mas nem tanto,
estamos avançando, demos o pontapé inicial, pelo menos (SECRETÁRIO
GRGC, Setembro, 2010), (sic.).
A fim de trazer um recorte o mais fiel possível das situações do campo empírico
observado, anotamos em nosso diário de campo as impressões, rituais, sentimentos, falas,
descrições de pessoas, de ambiente, de acontecimentos e tudo o mais considerado
importante para elucidar o problema levantado em nosso estudo. O Diário de Campo se
constituiu como objeto crucial no que tange ao registro da pesquisa e
(...) nós fomos às escolas, fizemos debates, palestras, nos auditórios, para
conscientizar as pessoas. Foi ótimo. Levamos uma travesti para falar o
preconceito que ela vivia. No primeiro momento foi um choque né?
Porque é muito difícil... é muito difícil não, não tem dentro de Caruaru
uma escola que apóie os travestis. Mesmo as escolas que aceitam tem
muito preconceito, o preconceito é muito grande. A gente falou como se
prevenir das DSTs, a fazer exames (SECRETÁRIO GRGC 1, Diário de
Campo: 12/09/2010).
5 ANÁLISE DO CASO
jurídico-legal, tendo o campo dos direitos como respaldo e justificativa para exercer suas
cidadanias
Desta maneira, a educação nos movimentos sociais aparece como uma via alternativa
para a formação de pessoas que, de alguma maneira, foram excluídas da escola e almejam
construir um presente e um futuro com justiça social para toda a comunidade LGBT, que fora
subalternizada devido à uma concepção de mundo hegemônica que subtrai da vida de milhões
de pessoas suas cidadanias e suas lutas por direitos e por respeito.
6 CONCLUSÕES PRELIMINARES
Retomando à nossa pergunta inicial “De que modo as práticas educativas utilizadas
14
1
Graduando em Licenciatura em Pedagogia pela UFPE/CAA. Vice-presidente do Grupo de Resistência Gay de
Caruaru desde Janeiro de 2011. Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET. Participante de grupos de
pesquisa da UFPE/CAA. Tem artigos publicados no Brasil, Argentina e Cuba.
2
Doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra (2006) sendo orientada por Boaventura de Sousa Santos.
Professora adjunta da UFPE/CAA. Coordenadora de Extensão da UFPE/CAA. Coordenadora Interina do
Programa de Pós-Graduação em Educação e Coordenadora do Observatório dos Movimentos Sociais da
UFPE/CAA e editora da SABERES - Revista do Observatório dos Movimentos Sociais. Professora Visitante da
Universidade de Salamanca/Espanha, selecionada pelo CNPq. Tem artigos publicados no Brasil, Portugal e
Espanha. Orientadora deste artigo.
3
Iniciada em 1985.
4
O Programa Brasil Sem Homofobia busca o reconhecimento e a reparação da cidadania da população de
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, inegavelmente uma parcela relevante da sociedade brasileira,
que sofre com o preconceito e a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, além de outros
como de raça, etnia, gênero, idade, deficiências, credo religioso ou opinião política. Informações extraídas do
sítio http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/brasilsem/. Acessado em 17/10/2010.
5
Na gestão do ex-presidente Lula.
6
9ª Parada da Diversidade de Pernambuco. Realizada em Recife, capital de Pernambuco, Bairro de Boa Viagem
em 12 de Setembro de 2010.
15
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. 29. ed.
______, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. 17. ed.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008. 6.
ed.
_____, Allene Carvalho. Lutas por inclusão nas margens do Atlântico: um estudo
comparado entre as experiências do Movimento dos Sem Terra/Brasil e da Associação
In Loco/Portugal. Volume I – Dissertação de Doutoramento. Orientador: Boaventura de
Sousa Santos. Coimbra: Universidade de Coimbra. Faculdade de Economia, Programa
de Pós-Graduação em Sociologia. 2005.
LEHER, Roberto. Educação popular como estratégia política. In: JEZINE, Edineide;
ALMEIDA, Maria de Lourdes Pinto de (Orgs.). Educação e Movimentos Sociais:
Novos olhares. Campinas, SP: Alínea, 2007.