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Sumário
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 3
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
ORIGENS DA POLÍTICA LGBT ......................................................................... 5
POLITICAS PUBLICAS PARA A SEXUALIDADE E GÊNERO .......................... 7
CONSELHO NACIONAL DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO/LGBT ................ 9
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA -
SDH/PR ............................................................................................................ 10
POLITICAS PUBLICAS DE GENÊRO.............................................................. 11
DESAFIOS DO ESTADO LAICO .................................................................. 16
DIREITOS SEXUAIS NO BRASIL .................................................................... 18
BRASIL SEM HOMOFOBIA ............................................................................. 22
RELAÇÕES E TENSÕES COM O MOVIMENTO LGBT .................................. 25
DIVERSIDADE SEXUAL, RELAÇÕES DE GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS
......................................................................................................................... 28
DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO NO
BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS ................................................................... 31
MUITAS VIOLAÇÕES E CONHECIMENTO PRECÁRIO ............................. 33
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 36
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NOSSA HISTÓRIA
3
INTRODUÇÃO
4
ORIGENS DA POLÍTICA LGBT
5
Nesse diálogo, o então Centro de Referência gerido pela ONG foi “en-
tregue” à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos que pas-
sou a administrar os serviços com a migração de membros dessa ONG para o
governo do estado, ou seja, essa experiência contou com o trânsito de atores
da sociedade civil para o Estado.
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cas à criação do Conselho Municipal LGBT da sua cidade pela bancada de ve-
readores da oposição.
Por fim, nossos dados apontam que esses organismos foram criados en-
tre os anos de 2005 (o mais antigo) a 2014 (ano da pesquisa) possivelmente
graças as iniciativas de criação de centros de referência de cidadania LGBT no
âmbito do Programa Brasil Sem Homofobia lançado em 2004.
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Segundo Limongi (1977), essa declaração foi aprovada objetivando as-
segurar o respeito aos direitos humanos, bem como tratar os casos de viola-
ção.
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Orçamento e Gestão; e a SEDH. O documento mostra que “o Plano contempla,
numa perspectiva integrada, a avaliação qualitativa e quantitativa das propos-
tas aprovadas na Conferência Nacional GLBT, considerando ainda a concep-
ção e implementação de políticas públicas” (BRASIL, 2009, p. 9). Tem como
objetivo: Orientar a construção de políticas públicas de inclusão social e de
combate às desigualdades para a população LGBT, primando pela intersetor
alidade e transversalidade na proposição e implementação dessas
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Compõe-se paritariamente por 30 membros do poder público e da soci-
edade civil organizada. Para representar o poder público, participam membros
de diversos órgãos do governo federal. Os quinze representantes da sociedade
civil, por sua vez, são indicados por entidades sem fins lucrativos, selecionadas
por meio de processo seletivo público.
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(4.141). A região Norte, com 3.429 casais LGBT, é a que registra o menor nú-
mero de uniões entre pessoas do mesmo sexo. Entre os estados onde se re-
gistra a maior quantidade de uniões estão os estados de São Paulo (16.872
casais), Rio de Janeiro (10.170) e Minas Gerais (4.098). Já os menores índices
ficam entre Roraima (96), Tocantins (151) e Acre (154).
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educação para o tema de combate à discriminação por orientação sexual e
identidade de gênero; fomento à criação de Centros de Referência em Direitos
Humanos de Prevenção e Combate a Homofobia; e implantação de Núcleos de
Pesquisa e Promoção da Cidadania LGBT em universidades públicas. Também
foram apoiados projetos estratégicos como a realização de seminários nacio-
nais nas áreas de direitos humanos, segurança pública, educação, saúde, en-
tre outros (CNCD, 2004). O programa “Brasil sem Homofobia” instrumentalizou
a discussão transversal de política pública, em diversos órgãos e estruturas
governamentais, considerando a inserção do recorte de orientação sexual e
identidade de gênero, inspirando o debate e o fortalecimento de iniciativas para
o combate a homofobia.
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LGBT dentro do PNDH-3, concentradas no eixo “Universalizar direitos em um
contexto de desigualdades”. Estas ações, convertidas em decreto, apontam a
prioridade de atuação para os órgãos do Governo Federal responsáveis por
sua execução (Brasil, 2010). Outra ação importante foi a criação da Coordena-
ção Geral de Promoção dos Direitos de LGBT e da Coordenação Geral da Se-
cretaria Executiva do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Pro-
moção dos Direitos de LGBT (CNCD/LGBT) na Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República, em 2009.
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Em maio de 2010, através da Portaria 233 do ministério do Planejamen-
to, Orçamento e Gestão ficou assegurada a utilização do nome social adotado
por servidoras e servidores transexuais e travestis. Igual medida tomou o minis-
tério da Saúde com a publicação da portaria que garantiu o uso do nome social
no atendimento médico. Também a Carta dos Usuários do SUS, Portaria
1820/2009, garante o nome do uso social das travestis e transexuais. Em feve-
reiro de 2011, a SDH/PR lançou o selo “Faça do Brasil um Território Livre da
Homofobia” que divulga o módulo LGBT do Disque Direitos Humanos.
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estaduais (Mato Grosso, Sergipe e Pará), e há legislação específica nesse sen-
tido em mais cinco estados (Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, São
Paulo e Rio Grande do Sul) e no Distrito Federal. No que diz respeito aos da-
dos municipais, esta pesquisa identificou 126 municípios, 2,3% do total, possu-
em algum tipo de política para a população LGBT.
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(RJ), Fortaleza (CE) e nos estados da Paraíba, Sergipe, Alagoas, Amazonas,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre e Piauí. No que tange as políti-
cas públicas, o Estado de São Paulo tem o Comitê Inter secretarial que elabo-
rou o Plano Estadual de Enfrentamento à Homofobia e Promoção da Cidadania
LGBT e no Estado do Rio Janeiro, foi lançado o Rio sem Homofobia. Por fim,
em relação aos espaços de controle social, além do já detalhado CNCD/LGBT,
existem representações LGBT nos Conselhos Nacional da Saúde, da Mulher,
da Juventude e Segurança Pública.
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so incisivo, por vezes violento, embasados em dogmas religiosos, o que pode
estimular o ódio e legitimar situações de violência.
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DIREITOS SEXUAIS NO BRASIL
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A primeira tendência a ser examinada é a utilização de demandas rei-
vindicando direitos sociais como o lugar a partir do qual defende a diversidade
sexual.
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De fato, não é difícil perceber que, em muitos casos, a inserção de con-
teúdos antidiscriminatórios relativos à orientação sexual valeu-se de argumen-
tos de direito de família, o que se manifesta de modo cristalino pela extensão
do debate jurídico — nos tribunais e naqueles que se dedicam a estudar direi-
tos sexuais — acerca da qualificação das uniões de pessoas do mesmo sexo.
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As razões desta recorrência ao direito de família podem ser buscadas na
já registrada fragilidade dos princípios da autonomia individual, da dignidade
humana e da privacidade que caracterizam nossa cultura. Com efeito, fora da
comunidade familiar, onde o sujeito é compreendido mais como membro do
que como indivíduo, mais como parte, meio e função do que como fim em si
mesmo, não haveria espaço para o exercício de uma sexualidade indigna e de
categoria inferior.
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dos “direitos especiais” e a ressurgência de legislação medicalizadora “curati-
va” de homossexuais). Isto sem se falar dos perigos de limitar a liberdade indi-
vidual na potencialmente fluida esfera da sexualidade (preocupação expressa
pela chamada ‘teoria queer’) e de requerer, quando acionados os mecanismos
de participação política e de proteção estatal, definições identitárias mais rígi-
das acerca de quem é considerado sujeito da proteção jurídica específica.
Como escreve Euzeneia Carlos (2019, p. 123), são essas relações só-
cio-estatais geram os processos de “conflito, aprendizagem e cooperação”,
pois “constituem novas capacidades estatais, mas também novos repertórios
para os próprios atores sociais”. Criado em 2004, com seus 10 (dez) itens2 de
ações que abrangem questões políticas e sociais visando o combate à homo-
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fobia, no primeiro mandato de governo do então presidente Luiz Inácio Lula da
Silva3 . “O BSH é o marco brasileiro da inclusão na perspectiva de não discri-
minação por orientação sexual e identidade de gênero e de promoção dos di-
reitos humanos de pessoas LGBT como pauta das políticas públicas e estraté-
gias do governo a serem implantadas transversalmente (parcial ou integralmen-
te) por seus diferentes Ministérios e Secretarias”.
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agindo com transparência de seus gastos com a conta pública, bem como o
andamento das políticas do seu governo.
Este objetivo ainda não vem obtendo êxito na sociedade latina, uma vez
que por mais que haja a presença destes mecanismos, não é tão visualmente
praticado – diferente do que o autor Cleyton Feitosa (2017) escreve em sua
obra, não está enraizado culturalmente entre os brasileiros, por mais que haja
a tentativa; pois a teoria vai além de ter como sua execução, há de ter uma ini-
ciativa de enraizamento cultural da busca por estas clarezas políticas. Este dis-
positivo da democracia participativa poderia trazer benefícios para a garantia
de criações de políticas públicas LGBTs.
A Aids não teve sua cura descoberta e, ainda que em 2003 tenha com-
pletado 20 anos da resposta brasileira de combate ao vírus, havia cerca de 20
a 22 mil novos casos por ano; foi então necessário ampliar o desenvolvimento
de políticas públicas que agissem de maneira que se pudesse controlar a taxa
de transmissão do vírus causador.
A meta para 2006, era alcançar 1,2 bilhão de unidades/ano. Para isso,
foi aberta uma fábrica no Acre que permitiu a diminuição dos custos dos pre-
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servativos. Em 1994 foram consumidas 152 milhões de camisinhas durante o
ano e em 2003 este número alcançou 700 milhões. Esse avanço se deu pela
distribuição gratuita via “Projeto Preservativo” e a sua segunda fase, o “Preser-
vativo de Baixo Custo”; (iii) O Brasil buscou se aliou a outros países, Tailândia,
China, Índia e África do Sul, para obter avanços tecnológicos e criar indepen-
dência dos países ricos, seguindo recomendações da Organização Mundial da
Saúde; (iv) Quebra de tabus e preconceitos com articulações com o serviço de
saúde e sociedade civil; (v) Realizar ações específicas para cada grupo de ma-
neira que seja possível entender e focar nas especificidades que adolescentes,
mulheres, homossexuais – o documento ressalta o foco na diversidade sexual
e que também há a inclusão de travestis e profissionais do sexo; Novamente
podemos realizar a conexão com o Programa Brasil Sem Homofobia, pois esse
documento foi lançado no dia anterior ao do Programa, transparecendo que há
uma nova fase se formulando.
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gada do Partido dos Trabalhadores (PT) ao executivo federal, as tensões pre-
sentes no Movimento LGBT se complexificaram e novas configurações das
relações políticas e pessoais foram estabelecidas.
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próprio movimento social que havia indicado seu nome para assumir a estrutu-
ra criada para desenvolver as políticas da área.
Como se pode ver, a relação entre essas duas instâncias era mais pró-
xima e espinhosa do que se imagina e envolve, além de relações políticas, re-
lações pessoais e afetivas entre os atores e atrizes envolvidos na construção
dessas políticas públicas. Enzo, do Centro Estadual de Combate a Homofobia,
vê como estratégica a decisão dos governos criarem organismos de políticas
LGBT e indicarem ativistas com certa influência e inserção no Movimento
LGBT. Segundo ele, sua relação foi de parceria com o Movimento LGBT e citou
também as Paradas como ações que os/as aproximaram.
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DIVERSIDADE SEXUAL, RELAÇÕES DE GÊNERO
E POLÍTICAS PÚBLICAS
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heteronormatividade, à heterossexualidade compulsória, além de questões re-
lacionadas à epidemia de AIDS, assim como aos movimentos sociais e à legis-
lação. No desfecho, são apresentados alguns elementos para luta contra o
preconceito.
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bicas, Gays, Bissexuais, Transgênero/Transexual, Intersexual (LGBTI), desta-
cando os marcos: Parada livre (1997), associação com a Assessoria Jurídica e
Estudos de Gênero (Themis) (2001), Projeto Olhares (2004), dentre outras ati-
vidades.
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O anexo "Estado de arte da pesquisa a respeito da parentalidade e con-
jugalidade de casais de pessoas do mesmo sexo a partir do "amici cu-
riae do defense of marriage act" é uma tradução, feita por Ângelo Costa, do
relatório da APA sobre a Lei de defesa do casamento nos EUA. O autor dessa
tradução, no anexo "Síntese de políticas LGBTTS nacionais, estaduais e lo-
cais", apresenta uma coletânea de leis (federais, estaduais - Rio Grande do Sul
- e municipais - Porto Alegre) sobre igualdade de direitos no campo da diversi-
dade sexual.
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“a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio”. A Associação Ame-
ricana de Psiquiatria já havia retirado a palavra da lista de transtornos mentais
ou emocionais em 1973.
O dia 18 de junho de 2018 também entrará para essa história: após mais
de dez anos de elaboração, a OMS divulgou a nova versão da CID – a CID-11
– que será apresentada à Assembleia Mundial de Saúde em maio de 2019 e
entrará em vigor no início de 2022. Nessa versão, a transexualidade deixa de
ser considerada um “transtorno” para ser classificada como uma "condição", a
"incongruência de gênero" - "uma incongruência marcada e persistente entre o
gênero que um indivíduo experimenta e o sexo ao qual ele foi designado".
Além disso, deixa de estar incluída na lista de "distúrbios mentais" e passa a
integrar uma nova categoria - "condições relacionadas à saúde sexual".
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recentemente lembrando que em 72 países ainda existem leis que criminalizam
relações homossexuais e expressões de gênero e que apenas um terço das
nações contam com legislação para proteger indivíduos da discriminação por
orientação sexual e cerca de 10% têm mecanismos legislativos para proteger
da discriminação por identidade de gênero.
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conhecimento dos mesmos como sujeitos de direitos e ao desprestígio que até
pouco tempo poderia atingir pesquisadores envolvidos com a temática.
34
lução similar envolvendo práticas que impliquem discriminação e oferta de ser-
viços visando reorientação da identidade de gênero de travestis e transexuais.
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REFERÊNCIAS
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