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DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE SEXUAL

PSICOLOGIA
Muitas violações e conhecimento precário

• Brasil, 1970
As primeiras ações do nascente movimento homossexual:
 Direito à associação com fins de defesa dos direitos
desses sujeitos e
• Ampla campanha que levou ao posicionamento de
diversas associações científicas e conselhos profissionais, inclusive do
Conselho Federal de Medicina, em favor da não classificação da
homossexualidade como condição patológica.
• Embora as violações a
diretos humanos sejam bem
conhecidas e divulgadas
pela mídia, a escassez de
dados quantitativos dificulta
a produção e a avaliação do
impacto de políticas
públicas.
A CIÊNCIA E A COMUNIDADE LGBT

• A maior parte da produção científica brasileira sobre LGBT focaliza o


HIV e aids, único tema sobre o qual há produção sistemática e regular
de dados epidemiológicos.
A CIÊNCIA E A COMUNIDADE LGBT

• O segundo maior tema é o da discriminação e violência, que aparece


articulado à vulnerabilidade individual e social para a infecção pelo
HIV, mas também para outros agravos à saúde, incluindo:
• depressão,
• ideação e tentativas de suicídio,
• abuso de substâncias e, ainda,
• dificuldades de acesso a cuidados e serviços de saúde.
POLÍTICAS PÚBLICAS

• Esforços de pesquisa acompanharam e possibilitaram a construção de


políticas públicas de combate à violência contra LGBT na década
passada e indicam consistentemente percentuais de vitimização e de
reconhecimento de preconceitos ou condutas discriminatórias.
Avanços e desafios
para os direitos de
LGBT no Brasil
• Avanços no reconhecimento e
promoção dos direitos de LGBT são
observados a partir dos anos 1990,
com a incorporação de ações de
prevenção ao HIV e aids entre
“homens que fazem sexo com
homens” e a inclusão da categoria
“homossexual” no I Plano Nacional
de Direitos Humanos (1996).
Avanços e desafios
para os direitos de
LGBT no Brasil
• Os anos 2000 representam o ápice desse
processo de cidadanização, tendo como
marco a criação do programa Brasil sem
Homofobia, destinado a promover a
cidadania de LGBT a partir da equiparação
de direitos e do combate à violência e à
discriminação, em 2004, e a realização da I
Conferência de Políticas para LGBT, em
2008.
Avanços e desafios
para os direitos de
LGBT no Brasil
• Ao longo da década estabeleceram-se
regulações como a que assegura o uso
civil do “nome social” por pessoas
trans, bem como políticas públicas
voltadas a combater a discriminação
em diferentes níveis de governo
(municipal, estadual e federal).
POLÍTICAS PÚBLICAS

• Políticas públicas estão diretamente associadas às questões


políticas e governamentais que mediam a relação entre Estado e
sociedade.

• A gestão das políticas públicas depende fortemente, entre outras


coisas, da capacidade técnica dos(as) servidores(as) públicos(as) e
do orçamento público.
• (1) É do olhar técnico-administrativo da gestão pública em conjunção com as
demandas sociais que os problemas são identificados;

• (2) Forma-se uma agenda de itens que precisam ser trabalhados com urgência e
prioridade pelo governo;

• (3) A formulação de alternativas é fundamental para que os gestores


identifiquem soluções possíveis;

• (4) Nesta etapa é tomada a decisão de qual a solução mais viável;

• (5) A política pública passa a ser implementada;

• (6) É importantíssimo que haja avaliação e monitoramento constante por parte


dos gestores públicos e da sociedade civil. Só assim é possível observar se a
política pública em questão conseguiu ser eficiente, eficaz e efetiva em relação
ao problema identificado.
POLÍTICAS PÚBLICAS EM DESTAQUE

• A instituição, em 2008, do Processo Transexualizador no Sistema


Único de Saúde; e, em 2010, da Política Nacional de Saúde Integral a
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, ambas iniciativas
do Ministério da Saúde.
POLÍTICAS PÚBLICAS EM DESTAQUE

• No âmbito da educação, destacam-se as ações articuladas entre o


Ministério da Educação e outros ministérios na segunda metade dos
anos 2000 visando a formação continuada de professores em relação a
gênero, sexualidade e questões étnico-raciais e medidas do MEC
permitindo o uso do nome social em exames como o Enem, desde
2014, e mais recentemente em exames como o Encceja e o Revalida
no âmbito da educação básica.
• Os dados sobre uso de nome social no Enem indicam a quadruplicação
da utilização entre 2014 e 2016.
DIFICULDADES DE CONVERTER
POLÍTICAS PÚBLICAS EM LEGISLAÇÃO
• No início dos anos 2010, pesquisadores e ativistas LGBT chamavam
atenção para as dificuldades de converter políticas públicas em
legislação e para o escopo efetivamente alcançado pelas políticas
direcionadas a LGBT, vistas como “fragmentárias, pontuais e
periféricas”.
DIFICULDADES DE CONVERTER
POLÍTICAS PÚBLICAS EM LEGISLAÇÃO
• As tentativas pela via do Legislativo em âmbito federal têm sido
malsucedidas, vide a proposta de inserir a não discriminação por
“orientação sexual” na Constituição Federal de 1988 e outros pleitos
que atravessaram as décadas de 1990 e 2000 e acabaram arquivados,
como a definição de crimes resultantes de discriminação ou
preconceito relativos a orientação sexual e identidade de gênero ou o
reconhecimento legal das uniões entre pessoas de mesmo sexo.
Supremo Tribunal Federal (STF)

• O reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal (STF):


• da união homoafetiva estável como entidade familiar, garantindo a casais de
mesmo sexo direitos até então restritos a casais heterossexuais, como herança,
benefícios da previdência e inclusão como dependente em plano de saúde.
• o entendimento de ser possível a alteração de prenome e gênero no registro
civil mediante averbação no registro original, independentemente de
procedimento cirúrgico de redesignação de sexo e sem necessidade de
autorização judicial.
OS CONSELHOS PROFISSIONAIS

• Conselhos profissionais tiveram papel relevante no apoio ao


reconhecimento e proteção de direitos. Além do parecer de 1985,
reconhecendo que a homossexualidade não se configura como
condição patológica, o Conselho Federal de Medicina emitiu, em
1997, sua primeira resolução autorizando a realização de cirurgias de
transgenitalização e procedimentos complementares para transexuais.
OS CONSELHOS PROFISSIONAIS

• O Conselho Federal de Psicologia emitiu, em 1999, resolução


orientando a prática profissional no sentido da não participação em
eventos e serviços que proponham tratamento ou cura das
homossexualidades e, em 2018, resolução similar envolvendo práticas
que impliquem discriminação e oferta de serviços visando
reorientação da identidade de gênero de travestis e transexuais.
• Os avanços na proteção aos direitos humanos de LGBT observados
recentemente no Brasil estiveram ancorados num contexto de
reconhecimento de direitos sexuais e reprodutivos e de combate à
intolerância no âmbito das Nações Unidas, mas fragilizam-se
sensivelmente ao sabor dos processos transnacionais de politização
reativa das moralidades e do campo religioso.
RELATÓRIO DA INSPEÇÃO NACIONAL EM
COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
• Recentemente o Conselho Federal de Psicologia lançou também o
Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas.
• O documento evidencia o uso que vem sendo feito desses estabelecimentos como
“locais em que se retoma o modelo de asilamento de pessoas com transtornos
mentais, superado no Brasil pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial (Lei
10.216/2001)”.
• O documento traz uma sessão específica sobre violações relacionadas à
diversidade sexual, identificou “privação de liberdade, uso de trabalhos forçados e
sem remuneração, violação à liberdade religiosa e à diversidade sexual, internação
irregular de adolescentes e uso de castigos – que podem, inclusive, configurar
crimes de tortura – fazem parte dos resultados encontrados pela inspeção”.
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