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Docente Profª Cristina Portela da Mota

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
DEP MATERNO INFANTIL E PSIQUIATRIA
POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE

Política Nacional de
atenção à saúde da
população LGBTQIA+

Ana Beatriz Hambrichs Costa Netto, Julia de Miranda


Bezerra, Juan David Castaño Soto e Pietra Dias Pinto

Documento com o objetivo de assegurar os


definição: direitos da população LGBTQIA+

criação: 1º de dezembro de 2011

Do que se trata? normas para um tratamento digno ao indivíduo

apresentar a necessidade dessa política, visto


objetivo da que o Brasil ainda reproduz comportamentos
apresentação: discriminatórios e excludentes diante da
população LGBTQIA+
Métodos
A Política é composta pela Portaria no 2.836, de 1° de
dezembro de 2011, e pactuada pela Comissão Intergestores
Tripartite (CIT), conforme Resolução n° 2 do dia 6 de dezembro
de 2011, que orienta o Plano Operativo de Saúde Integral LGBT.
Levantamento bibliográfico em ambiente virtual com os
temas: "Política LGBT", "Implementação", "Prática do SUS".
Ferramenta virtual de pesquisa: "Google Acadêmico" e
bibliografia oferecida na disciplina no caso da PNSI LGBT.
Abordagens quanti e qualitativa. Houve a seleção de 8 artigos
que respondiam, em seus resumos, ao questionamento guia
"posta em prática da Politica LGBT na prática do SUS”
"Tolerância frágil"
uma relação entre a falta de cuidado
da população lgbtqia+ e o sus

Vulnerabilidade social

Sofrem com diferentes tipos de violência física e mental

Maior exposição a doenças


Aumento de taxa de IST na população LGBTQIA+
Morte precoce, especialmente entre pessoas trans e travestis
Mais chance de serem assassinados, especialmente por crimes de ódio
mais sobre a política
O que é?
Política voltada para os direitos da população
LGBTQIA+
Homofobia e marginalização social
Serviços de saúde física e mental precariezados
mais sobre a política
No que ela se baseia?

Âmbito legislativo
Constituição de 1988; artigo 196
Criação do SUS com a Lei nº 8.080 em 19 de setembro de 1990
Política Nacional de Saúde Integral LGBT em 2009
Plano Nacional de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos de LGBT
Plano Plurianual (PPA)

Âmbito social
Necessidade de ampliação das ações e serviços de saúde especificamente
destinados a atender às especificidades da população LGBT

Reduzir as desigualdades sociais por meio da formulação e implantação de


políticas e ações pertinentes
De que maneira o SUS tem posto em
prática a política LGBT

Os desafios para a garantia de direitos da população LGBT no Sistema


único de Saúde (SUS) (2016)

Em 2013 a portaria MS nº 2.803 amplia o processo transsexualizador, com


seguintes desafios:
Equipes e espaços públicos de saúde inadequados
Falta de recursos financeiros para o setor
Preconceito perpetuado socialmente
Despreparo de muitos profissionais
AVANÇOS E DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DA
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL LGBT (2017)
Uso de nome social
2014
2012
Foi incluído o
DATASUS publicou as orientações
para preencher o sistema e
Processo transsexualizador no SUS:
nome social no realizar a impressão do Cartão
Cartão SUS SUS somente com o nome social.
2012 Seminário: Processo Transsexualizador no SUS
2016 o SUS contava com 5 hospitais habilitados para o
procedimento

Módulo EaD da Política LGBT


2015 participação de 19.427 pessoas

2013
Foi lançado Cartaz, divulgando o
direito e o respeito ao uso do
nome social
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS,
GAYS, BISSEXUAIS E TRANGÊNEROS (LGBT) E O ACESSO AO
PROCESSO TRANSSEXUALIZADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(SUS): AVANÇOS E DESAFIOS. (2017)

Entre 2008 e 2016 foram


realizados um total de 320
procedimentos cirúrgicos de
redesignação sexual.
Não houve óbitos registrados.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL LGBT: O
QUE OCORRE NA PRÁTICA SOB O PRISMA DE
USUÁRIOS (AS) E PROFISSIONAIS DE SAÚDE. (2019)

“E se eu quisesse ser atendida por ela eu tinha que ir no dia do homem. Aí eu peguei e disse pra ela
(trabalhadora do dispositivo de saúde): mulher, pois eu não vou no dia do homem não, eu vou no dia da
mulher. (A trabalhadora disse) que não era pra eu ir no dia da mulher não, que tinha muita mulher, não
sei o que mais lá! Aí eu fui (na quinta). Ela negou atendimento. Eu tive que ir na sexta e ainda fui
(atendida) depois de todos os homens”

“[...] eu não faço diferença no atendimento para eles (população LGBT). Porque quando eles chegam aqui
no hospital, eles chegam uma queixa assim [...] geral. Os sintomas que eles apresentam, as queixas que eles
apresentam é a mesma que a maioria das pessoas tem. Então, assim, eu não faço distinção nenhuma. Não
tem nenhum tratamento específico, nenhum encaminhamento específico. Para mim, é igual o tratamento.
O atendimento é igual para todos, independentemente da classe”
POLÍTICA DE SAÚDE LGBT E SUA INVISIBILIDADE
NAS PUBLICAÇÕES EM SAÚDE COLETIVA. (2020)

Entre 2004 e 2018, de 14.700 artigos


encontrados nas buscas, somente 92
faziam referência à população LGBT,
e apenas 27 discutiam as políticas de
saúde.
Apesar das contribuições, observou-
se pouca expressão de temas
relacionados com a população LGBT.
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL
LGBT APLICADA NO NASF-AB. (2021)
De 10 profissionais de saúde entrevistados

0 tiveram capacitação para abordar a temática da orientação sexual e da


identidade de gênero durante a graduação.
1 fez um curso de capacitação.
4 se consideram preparados para atender a população LGBT.
6 relataram não ter dificuldades no atendimento.
3 profissionais relataram não saber quais seriam esses conhecimentos específicos
2 relataram que não existe diferença entre os atendimentos, não tendo
conhecimentos específicos para a população LGBT
Como o Enfermeiro de saúde
pública atua diante dessa política?

Vulnerabilidade biopsicossocial

Desigualdade de acesso aos serviços de saúde pelas lésbicas e mulheres bissexuais


Necessidade de atenção especial à saúde mental da população LGBT
Orientação sobre procedimentos não seguros e feitos sem acompanhamento médico
Silicone industrial
Utilização de hormônios femininos e masculinos
Necessidade de ampliação do acesso ao Processo Transexualizador
Infecções Sexualmente Transmissíveis
Saber reconhecer casos de risco de comprometimento da dignidade humana
Garantir respeito e assegurar a saúde do indivíduo
Sobre a política nacional de saúde integral LGBTQIA+
Art 2º
"promover o respeito à população LGBT em todos os serviços do SUS";
“oferecer atenção integral na rede de serviços do SUS para a população LGBT nas Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DSTs), especialmente com relação ao HIV, à AIDS e às hepatites virais”;
“prevenir novos casos de cânceres ginecológicos (cérvico uterino e de mamas) entre lésbicas e mulheres
bissexuais e ampliar o acesso ao tratamento qualificado”;
“prevenir novos casos de câncer de próstata entre gays, homens bissexuais, travestis e transexuais e ampliar
acesso ao tratamento”
“garantir o uso do nome social de travestis e transexuais, de acordo com a Carta dos Direitos dos Usuários da
Saúde”
“reduzir os problemas relacionados à saúde mental, drogadição, alcoolismo, depressão e suicídio entre
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, atuando na prevenção, promoção e recuperação da saúde”
“garantir os direitos sexuais e reprodutivos da população LGBT no âmbito do SUS”
“oferecer atenção e cuidado à saúde de adolescentes e idosos que façam parte da população LGBT”
o que o grupo pensa?

Falhas na criação da política

Demora em sua implementação efetiva


Abordagem Inadequada sobre planejamento familiar
Só considera lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis (LGBT)

Falhas na implementação da política


Baixos recursos orçamentários
Preconceito estrutural (Homofobia/Transfobia)
Tratamentos inadequados (Nome Social)
A grande maioria dos profissionais da saúde não são
preparados adequadamente para lidar com questões
delicadas referentes a esses grupos sociais
EXEMPLO DE TRATAMENTO INADEQUADO e o que
podemos fazer para mudar

Cadastro do SUS
Perguntas de cunho sensível
Afeta especialmente a população
LGBTQIA+
Nome "completo" como obrigatório
Não há outro meio de identificação para que o
paciente seja identificado
O nome social em menor forma e embaixo do nome
"completo", dando uma sensação de menor
importância e induzindo mais facilmente ao erro, o que
causa constrangimento ao paciente
Conclusão

A Política foi criada para garantir os direitos previstos


por constituição para a população LGBTQIA+
Implementada desde a portaria nº 2.836, de 1º de
dezembro de 2011
Existem problemas com sua aplicabilidade, como
discriminação e tratamentos pouco empáticos
Atuação do enfermeiro: saúde física e mental do
paciente, assegurando sua dignidade
Referências

Lima, M. D. A., da Silva Souza, A., & Dantas, M. F. (2015). Os desafios à garantia de direitos da população LGBT
no sistema único de saúde (SUS). Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, 3(11).

Sena, A. G. N., & Souto, K. M. B. (2017). Avanços e desafios na implementação da Política Nacional de Saúde
Integral LGBT. Tempus–Actas de Saúde Coletiva, 11(1), pág-09.

Popadiuk, G. S., Oliveira, D. C., & Signorelli, M. C. (2017). A Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) e o acesso ao processo transexualizador no Sistema Único de Saúde
(SUS): avanços e desafios. Ciência & Saúde Coletiva, 22, 1509-1520..

de Sousa Nogueira, F. J., & Aragão, T. A. P. (2019). Política Nacional de Saúde Integral LGBT: o que ocorre na
prática sob o prisma de usuários (as) e profissionais de saúde. Saúde e Pesquisa, 12(3), 463-470.

Bezerra, M. V. D. R., Moreno, C. A., Prado, N. M. D. B. L., & Santos, A. M. D. (2020). Política de saúde LGBT e sua
invisibilidade nas publicações em saúde coletiva. Saúde em Debate, 43, 305-323.

Gallo Lacerda, J. A., & Bigliardi, A. M. (2021). A política nacional de saúde integral LGBT aplicada no NASF-AB.
Revista Contraponto, 8(1). Recuperado de
https://www.seer.ufrgs.br/index.php/contraponto/article/view/110597

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