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saúde
lica
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me n
Quais são os serviços públicos
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que fazem parte da rede
Jurídico
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Assistência Social
Educação
Saúde
Cultura
Segurança Pública
Introdução
Olá, essa é uma car- No país que registra uma morte por homofobia a cada 16 horas,
serviços públicos que LGBT+, ainda tão invisibilizada pelas políticas públicas governa-
mentais. E mais, precisamos saber onde buscar o suporte gover-
a população LGBT+
namental – quando ele existe – e de que forma transpassar os
pode acessar, usando obstáculos burocráticos que muitas vezes surgem no caminho
como modelo os servi- de quem precisa de amparo.
ços existentes no es-
tado de São Paulo. Por isso essa cartilha é tão importante! Podemos e precisamos
tornar mais fácil o acesso a apoio psicológico, jurídico e educa-
cional para pessoas LGBT+.
tal pública
na prática não é bem assim.
Importante: Vamos abordar aqui os serviços que têm como foco jovens e adultos maiores de 18 anos.
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breve historico da
conquista do Durante muitos séculos, pessoas suspei-
tas ou acusadas de serem “desviantes” –
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Em 1973, a homossexualida- em 1985 o
No entanto, apenas No dia 17 de maio de 1990,
de deixou de ser classifi- Brasil deixou de conside- a Assembleia-geral da OMS
cada como um transtorno, rar a homossexualidade um aprovou e oficializou a re-
quando foi excluída do Manual desvio sexual por definição da tirada do código “homosse-
Diagnóstico e Estatístico de Associação Brasileira de Psiquia- xualismo” da CID (Classificação
Transtornos Mentais (DSM) da tria (ABP) e do Conselho Federal Internacional de Doenças), e decla-
Associação Americana de Psi- de Psicologia (CFP). O movimento rou oficialmente que “a homossexu-
quiatria. da Luta Antimanicomial de 1987 e alidade não constitui doença, nem
a constituição de 1988, além do distúrbio”, data que passou a ser
reconhecimento de diversos direi- celebrada como o Dia Internacional
tos civis, também representaram Contra a LGBTIfobia. Nessa déca-
marcos importantes. da, houve avanços no reconhe-
cimento e promoção dos direitos
LGBT+, com ações de prevenção
ao HIV e à AIDS.
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Em 1999, o CFP estabeleceu Em 2010, instituiu-se a Po- Em 2016, no Brasil, pessoas
regras para a atuação de profis- lítica Nacional de Saúde trans e travestis passaram a ter
sionais de psicologia em relação Integral a Lésbicas, Gays, o direito assegurado de usar
às questões de orientação sexu- Bissexuais, Travestis e seu nome social em todos
“a homos-
al, declarando que Transexuais, que proporcionou os órgãos públicos, autarquias e
sexualidade não constitui a criação de políticas públicas empresas estatais federais. Em
doença, nem distúrbio e voltadas a combater a discrimi- 2018, pessoas trans passaram
nem perversão”. O CFP defi- nação e garantir direitos em dife- a poder alterar seu registro
niu, então, que profissionais não rentes esferas de governo (muni- civil sem necessidade de laudo
poderiam colaborar com eventos cipal, estadual e federal). médico, direto nos cartórios.
e serviços que propusessem
terapias de “reorientação” ou “re-
versão” sexual, conhecidas como
“cura gay”.
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Também em 2018, a OMS divul- Em 2019, o CFP estabe- Outro passo importante na dire-
gou a nova versão da CID (que leceu regras específicas ção das conquistas por mais direi-
entrará em vigência em 2022) na para proibir que profissio- tos foi também em 2019, quando
transexualidade dei-
qual a nais de psicologia oferecessem o STF determinou que a lei contra
“transtorno” para ser classi- tos” ou “terapias” com intenção giosa pudesse ser utilizada para
ficada como uma “condição de de“curar” ou mudar pes- enquadrar casos de dis-
incongruência” entre o gênero soas trans. criminação contra pessoas
que um indivíduo experimenta e LGBT+, até que uma lei específi-
o sexo ao qual ele foi designado. ca sobre isso seja aprovada pelo
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o que e a
rede de servi-
ço público que A rede de serviços públicos que atende a
atende a popu-
população LGBT é formada por instituições
da Segurança Pública, Justiça, Saúde, As-
lação LGBT+
sistência Social, Educação, Cultura, den-
tre outras, que oferecem apoio e garantia
de direitos à população LGBT+. Todos os
serviços dialogam entre si, e, cada um com
sua responsabilidade e especialidade, ga-
rantem a proteção das pessoas LGBT+.
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É essencial compreender que a rede de serviços públi-
cos que atende a população LGBT+ é composta tanto
por serviços especializados e não-especializados.
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Todos os serviços, sem exceção, exercem papel
fundamental na garantia de direitos, no suporte
psicossocial, na promoção de saúde e na dimi-
nuição da violência contra pessoas LGBT+.
Atenção!
Infelizmente, serviços não-especializados muitas
vezes não têm profissionais que entendam os
direitos e as especificidades da população LGBT+
– em especial da população trans. Então, pode
ser que o atendimento gere novas violências
para essas pessoas. Por exemplo: ter vaga em
centro de acolhida negada, a pessoa ser chama-
da pelo nome errado, etc.
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quais sao os
serviços públi-
cos que fazem
parte da rede de
apoio à popula- Obs:
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Assistên-
cia Social
Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS)
O CRAS busca prevenir situações de vul- As pessoas LGBT+ que vivenciam situa-
nerabilidade e risco social e acaba sendo ções de violência muitas vezes não têm
o primeiro contato para situações em que pessoas com quem contar (familiares e
possa haver risco à proteção social das amigos) e enfrentam problemas relacio-
pessoas envolvidas. Se for constatado o ris- nados ao sustento financeiro e acesso
co, a pessoa será encaminhado para outras à educação. Caso a pessoa precise de
unidades de proteção e/ou programas que apoio e orientação e/ou esteja em situa-
deem suporte à sua situação. ção de desemprego, com dificuldades de
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Assistência Social
• Bolsa Família: orientações, cadas- • Cestas de alimentos emergenciais. • Acesso ao serviço do Centro
tro e atualização do cadastro. de Convivência (Cecon) para
• Facilitação do acesso gratuito à
dependentes crianças e adoles-
• Cadastro Único para Programas segunda via de documentos civis,
centes.
Sociais (CadÚnico). como certidão de nascimento,
RG e CPF. • Encaminhamento para cursos
• Benefícios eventuais, como auxí-
de qualificação profissional.
lio-natalidade; auxílio por morte; • Atendimento e
auxílio vulnerabilidade temporária. acompanhamento familiar.
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Assistência Social
Diferentemente do CRAS, que atua com pre- os benefícios eventuais e serviços tam-
venção, o CREAS atua quando as pessoas bém executados pelos CRAS.
ou famílias já tiveram seus direitos violados,
O CREAS deve orientar e encaminhar os
como é o caso das pessoas LGBT+ que
cidadãos para os serviços da assistência
sofrem violência. O CREAS oferece: acom-
social ou demais serviços públicos exis-
panhamento psicossocial especializado, por
tentes no município, e também oferecer
meio de escuta qualificada, atendimento
informações, orientação jurídica, apoio à
emergencial e continuado, além de oferecer
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Assistência Social
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Assistência Social
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Assistência Social
Meio de acesso:
Porta aberta
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Assistência Social
Tem o propósito de atender famílias e indivíduos nas mais diversas situações de vulnerabilida-
de social ou violação de direitos. As unidades do Centro POP são geralmente imóveis alugados,
cedidos ou públicos. Além disso, a abordagem é distrital ou regional. Os usuários do serviço são
famílias e indivíduos que vivenciam violação de direitos como violência física, sexual, psicológica,
situação de rua, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, entre outros.
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Meio de acesso:
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Assistência Social
Centro de Acolhida
O Centro de Acolhida é um serviço de abrigamento para as pesso-
as que precisam de proteção social e tem como proposta integrar
serviços sociais para estimular a autonomia das pessoas atendidas
pelo projeto, garantir reinserção e promover maior visibilidade social.
Meio de acesso:
Encaminhamento via
CREAS ou Centro POP
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Assistência Social
Importante:
As medicações para prevenir gravidez e/ou doenças sexualmente trans-
missíveis (DST/HIV) precisam ser iniciadas o mais rapidamente possível,
não podendo ultrapassar 72h da ocorrência da violência.
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Saúde
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Saúde
Centro de Referência e
Treinamento DST/AIDS-SP
O Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP (CRT-
-DST/AIDS) é uma unidade de referência normativa, de avalia-
ção e de coordenação do Programa Estadual para Prevenção,
Controle, Diagnóstico e Tratamento de Doenças Sexualmente
Meio de acesso:
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Ad-
Porta aberta
quirida (AIDS) no Estado de São Paulo.
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Saúde
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Segurança Pública
Delegacia
Caso a pessoa tenha sofrido violência ela Alguns estados têm a DECRADI – Delegacia
pode ir até a Delegacia e contar o que acon- de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância,
teceu para agentes de polícia, que vão regis- ou delegacias especializadas similares. Esse
trar um boletim de ocorrência. Se ela estiver tipo de delegacia pode ser mais bem pre-
se sentindo ameaçada ou em risco em de- parado para atender casos de LGBTfobia. É
corrência do gênero, também pode solicitar importante lembrar que qualquer delegacia
medidas protetivas de urgência, que serão pode – e deve! – receber as ocorrências de
avaliadas pela Justiça no prazo de 48 horas. discriminação contra pessoas LGBT+ como
crime de racismo ou injúria racial.
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Segurança Pública
Meio de acesso:
Porta aberta
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Jurídico
A Defensoria Pública pode auxiliar a dar iní- Pessoas trans que desejam alterar/atualizar
cio a ações judiciais ou dar encaminhamento o nome e gênero de registro em sua Certi-
a ações que já estejam em andamento. dão de Nascimento podem procurar direta-
mente – sem necessidade de apoio jurídico
ou laudo médico – qualquer cartório de
Registro Civil de Pessoas Naturais (RCPN)
Meio de acesso:
do Brasil para fazer a mudança.
Porta aberta
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Educação
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Atenção!
Muitos espaços culturais não são
organizações do governo e sim inicia-
tivas de coletivos e organizações da
sociedade civil.
Exemplos de es-
paços culturais Casa 1
voltados para Além de acolher pessoas LGBT+ em situação de risco, é um cen-
pessoas LGBT+ tro cultural. Nela são realizados cursos – de maquiagem, corte e
costura, história LGBT+, etc –, oficinas, aulas de idiomas, festas,
rodas de conversa e um monte de atividades que atendem não
só pessoas LGBT+, mas toda a comunidade da região.
Meio de acesso:
Porta aberta
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Museu da Diversidade Sexual
Exemplos de es- Localizado no centro da cidade de São Paulo, dentro da esta-
ção de Metrô República. Inaugurado em 2012, o museu recebe
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qual e o
caminho de
Grande parte dos serviços prestam atendimento
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• Telefonar para a prefeitura ou governo da sua cidade
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