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EQUIDADE NA SAÚDE

ODS 3 - Saúde e Bem Estar

As políticas públicas são ações para melhorar a qualidade dos serviços de saúde e
adequar esses serviços às necessidades de diferentes grupos, que devem estar
conectadas com os princípios do SUS. Os princípios do SUS (universalidade, integralidade
e equidade) ainda representam grande desafio para a saúde pública. Abrir o debate da
equidade na saúde tem a intenção de provocar a percepção coletiva sobre as nossas
diferenças para acolhermos a diversidade apresentada pela população atendida. Mas o
que vem a ser equidade? De modo resumido, atender com equidade representa incluir as
diferenças entre gênero e de identidade de gênero, aspectos geracionais, étnicorraciais,
culturais, de origem e condições sociais.

A população afrodescendente e indígena no Brasil teve menor acesso aos serviços de


saúde. Diversas doenças tem avançado sobre povos indígenas e a população negra
registra o aumento no número de mortes maternas e número de consultas de pré-natal
menor que o recomendado pelo próprio MS, o que revela a decadência do atendimento e
o sucateamento da infraestrutura de saúde.Não está endo adotadas ações de forma
suficiente para evitar agravos e mortes nesta população. Ao invés disso, o pertencimento
étnico-racial é fator de risco para a saúde em razão de estereótipos socialmente
construídos.

Quando nos referimos a gênero, falamos de um sistema de relações sociais, simbólicas e


psíquicas no qual homens e mulheres estão diferentemente alocados. Constitui uma
construção social, histórica e cultural de imagens e expectativas. É indispensável refletir
sobre as questões relacionadas à sexualidade, orientação sexual e as relações de gênero.
É necessário compreender que a orientação sexual e identidade de gênero são
determinantes sociais da saúde e condicionam a situação de saúde da mulher e da
comunidade LGBT+. O cuidado deve ser ofertado de acordo com as necessidades que o
indivíduo apresenta e não com os paradigmas aprendidos, padronizando condutas muitas
vezes violadoras dos direitos dessa população.

A diversidade cultural necessita uma diversidade de ações para atender tantas diferenças.
O SUS é um sistema universal que dá direitos legais de atendimento a todos brasileiros e
estrangeiros. Logo, os atendimentos são direitos dos imigrantes. Mas muitos imigrantes e
refugiados desconhecem seus direitos, desconhecem nossas condutas terapêuticas,
medicalização e têm crenças e religiosidades que precisam ser ouvidas e respeitadas. A
imigração é um dos maiores desafios da saúde pública, os imigrantes e refugiados, assim
como os profissionais que atendem essa população, tem enfrentado grandes desafios no
acesso ao serviço de saúde. A falta de informação, a barreira linguística, percepção de
saúde e autocuidado, são apenas algumas barreiras de acesso e inclusão.
Em muitos casos, o avanço da idade vem acompanhado de alterações e
limitações referentes à condições de saúde, por isso, é crucial que seja ofertado
um serviço de qualidade para esta comunidade.A velhice pode ser uma fase
vivenciada com qualidade de vida e que o ambiente social é um dos pontos
cruciais. Nesse sentido, é importante lembrar que os idosos não são só custo
para a sociedade em termos de aposentadorias e atenção de saúde.

As pessoas com algum tipo de deficiência são indivíduos que podem (ou não) ter
algum impedimento de participar de algumas atividades sociais devido a questões
físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais. Em 2008, entrou em vigor a Convenção
das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD). A CDPD
afirma que as pessoas com deficiência terão os mesmos direitos fundamentais e
liberdades como todas as outras e proíbe, em princípio, a internação compulsória
e o tratamento compulsório.

A política possui a ideia bem desenvolvida e se funcionasse em sua totalidade


seria muito assertiva. Já possui legislações que garantem o acesso a serviços de
saúde para todos os grupos de minorias, no entanto, isso ainda não ocorre
totalmente. Algumas das ações previstas pela ONU são: analisar a viabilidade dos
objetivos a serem atingidos; constatar dados de seu público alvo, visando abordar
as necessidades dos mesmos; possuir uma equipe profissional para elaborar
definições de tarefas em suas respectivas áreas.A junção destas ações, associadas
à ausência de preconceito nos serviços de saúde, elevam a satisfação do
atendimento recebido. De fato, um obstáculo para a busca e acesso aos serviços
de saúde volta-se para a discriminação que as minorias sofrem. O SUS lançou a
Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, dando um passo adiante para garantir a
todos o cuidado humanizado e livre de qualquer preconceito e discriminação, a
fim de promover o acesso aos cuidados de saúde, embora na prática encontre
dificuldades para sua operacionalização. Garantir o atendimento humanizado e
acolhedor a todos os indivíduos significa realizar escuta ativa.Pesquisa realizada
dentro do próprio grupo da ODS 3 com 235 integrantes, revelou que a maioria acha
mediano os serviços de saúde ofertados em sua cidade/estado. Com base nas
informações disponíveis, não é possível traçar um panorama acerca das condições
de saúde das populações indígenas, migrantes e refugiados, pois maioria não sabe
dizer como é o atendimento para essa população. Ainda que estejam ausentes os
elementos quantitativos que nos permitam substanciar tais questões, não há
dúvidas que as condições de saúde desses grupos estão em uma posição de
desvantagem em relação a outros grupos.

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