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Bruno de Freitas Camilo & Brandel José Pacheco Lopes Filho (Org.

GUIA DO IDOSO
Envelhecendo com saúde e qualidade de vida
ORGANIZAÇÃO
Bruno de Freitas Camilo & Brandel José Pacheco Lopes Filho

PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÕES


Brandel José Pacheco Lopes Filho

REVISÃO DE TEXTO
Stefânia Montes Henriques
Edição revisada segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

FOTOS
pexels.com

ILUSTRAÇÕES
Brandel Filho / Freepik.com / Microsoft 365 Power Point Library

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C327 Guia do Idoso: Envelhecendo com saúde e qualidade de vida


[recurso eletrônico] / organização Bruno de Freitas Camilo,
Brandel José Pacheco Lopes Filho
Dados eletrônicos. – Passos: UEMG, 2022
44 f. : iL. Color. ; 29,7 cm.

ISBN 978-65-00-47871-6

1. Saúde. 2. Qualidade de Vida. 3. Envelhecimento. I. Camilo,


Bruno de Freitas. II. Lopes Filho, Brandel José Pacheco.
CDD 610
CDU 614

EDUCAÇÃO FÍSICA UEMG


UNIDADE PASSOS
Rua Colorado, 700 (Prédio A)
Passos – MG
CEP - 37902-092
E-mail:
brandel.filho@uemg.br
bruno.camilo@uemg.br
Apresentação
O envelhecimento humano é um processo natural que ocorre desde o nascimento até
os anos finais da vida. É possível perceber que alterações biológicas, fisiológicas e
comportamentais são comuns, ao longo dos diferentes ciclos, e podem influenciar
significativamente na vida do idoso.

Nesse contexto, o Guia do Idoso foi elaborado a fim de apresentar alguns direitos
assegurados aos idosos que possibilitem o acesso aos serviços de saúde, bem como
compartilhar dicas e informações relacionadas ao aumento dos níveis de atividade
física, redução do comportamento sedentário, prevenção/redução de quedas, melhoria
da qualidade do sono, consumo adequado de água, manutenção de hábitos
alimentares saudáveis, melhoria da saúde mental, manutenção da higiene corporal e
saúde bucal, acesso a medicamentos, vacinação, exames de rotina, vida sexualmente
ativa, infecções sexualmente transmissíveis (IST) e mitos e verdades sobre o
envelhecimento.

Acreditamos que o Guia do Idoso poderá fornecer informações essenciais para a


adoção/manutenção de um estilo de vida mais ativo e saudável, contribuindo para o
aumento da independência e obtenção de qualidade de vida para pessoas com idade
mais avançada.
Os Organizadores
Estatuto do Idoso e direitos
relacionados à saúde

O Estatuto do Idoso regula os direitos assegurados às pessoas com idade


igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Nesse estatuto fica estabelecido em
seu art. 2º que o idoso detém todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sendo-lhe asseguradas todas as oportunidades e
facilidades para preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade.

Como “o envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um


direito social”, é importante destacar que o art. 3º do Estatuto determina
como obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público a efetivação do direito à vida e à saúde do idoso com absoluta
prioridade.

Essa prioridade garante ao idoso de acordo com o art. 3º, Parágrafo


único, incisos I, VII e VIII do referido Estatuto:

▪ Atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos


públicos e privados prestadores de serviços à população;
▪ Estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais
de envelhecimento;
▪ Garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social
locais.

A Constituição Federal de 1988 garante em seu art. 196 que “a saúde é


direito de todos e dever do Estado” que deve ser garantida por políticas
sociais e econômicas que tem o objetivo de reduzir o risco de doença e de
outros agravos e dar acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.

Assim, o Estatuto do Idoso em seu art. 9º, regulamenta como obrigação do


Estado a garantia da proteção à vida e à saúde do Idoso, por meio de
políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em
condições de dignidade.
O art. 15 do estatuto determina que a atenção integral à saúde do idoso é
assegurada pelo Sistema Único de Saúde - SUS e inclui a atenção especial
às doenças que afetam preferencialmente os idosos. Seu § 1º determina
que “a prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por
meio de”:

I. Cadastramento da população idosa em base territorial;


II. Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III. Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV. Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive
para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas,
filantrópicas ou sem fins lucrativos[...];
V. Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução
das sequelas decorrentes do agravo da saúde.

É dever do “Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,


medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como
próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
reabilitação” e ainda, oferecer atendimento especializado aos idosos com
deficiência ou limitação incapacitante.

Destaca-se, também, o direito a acompanhante do idoso internado ou em


observação, assim como o direito que o idoso com domínio de suas
faculdades mentais tem de optar pelo tratamento de saúde que lhe for
entendido como mais favorável.

A saúde é um direito social que condiciona


a dignidade da pessoa humana,
fundamento do Estado brasileiro, devendo
ter proteção integral para garantir aos
cidadãos uma condição de vida plena.
Acesso a medicamentos gratuitos
O uso contínuo de medicamentos pode fazer parte da rotina diária de uma
pessoa idosa. Habitualmente, essa prática tem o propósito de prolongar a
vida e melhorar as condições de saúde desses indivíduos. Dessa maneira,
com intuito de oferecer melhor qualidade de vida ao paciente, é preciso se
atentar a detalhes importantes do seu tratamento, como dose, tipo e
intervalos. Nesse sentido, o processo de orientação ao idoso e seus
familiares é fundamental para o sucesso terapêutico.
A polifarmácia, condição em que vários medicamentos são utilizados ao
mesmo tempo, é uma prática clínica bem comum entre os idosos. Ela está
associada ao número de doenças crônicas que os afetam, excesso de
sintomas e a realização de consultas e tratamentos com diferentes
médicos, em paralelo. Dentre as classes de medicamentos mais utilizados,
destacam-se os que agem no sistema cardiovascular (anti-hipertensivos,
digitálicos e diuréticos), no trato gastrointestinal (antiácidos e laxativos),
no sistema endócrino (hipoglicemiantes orais e levotiroxina) e os
ansiolíticos. Ademais, os idosos estão em constante uso de analgésicos,
que fazem parte da classe dos anti-inflamatórios não esteroidais, para
tratamento de dores articulares crônicas, por exemplo.

Portanto, antes de iniciar um tratamento,


é importante realizar alguns questionamentos:

Qual medicamento pode ser prescrito? Como deve ser feito o uso desse medicamento?

O uso de determinado medicamento é necessário para tratamento desse problema de saúde?

O idoso já fez uso de outro medicamento da mesma classe?

O idoso vai conseguir fazer o tratamento de maneira independente?

O cuidador vai conseguir entender o esquema de tratamento para ser o responsável por ele?

O medicamento indicado está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS)?

Quais são os efeitos esperados desse tratamento?


De acordo com o capítulo IV do
Estatuto do Idoso de 2013, fica
assegurada a atenção integral à saúde
do idoso, por meio do Sistema Único de
Saúde. Com isso, essa população tem
direito a ações e serviços que objetivam
a prevenção, promoção, proteção e
recuperação da saúde. Dentre as ações
e serviços listados, destaca-se, no
parágrafo 2º, a oferta, pelo Poder
Público, de medicamentos de forma
gratuita, principalmente aqueles que
deverão ser de uso contínuo.

A partir disso, a Política Nacional de Medicamentos visa fornecer


orientações de saúde relacionadas ao uso de medicamentos, tendo como
missão garantir a segurança, eficácia e qualidade dessas substâncias, além
da promoção do seu uso racional e o acesso. Com isso, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) determina que é fundamental que a população,
em geral, deva ter acesso aos medicamentos pelo serviço público em uma
quantidade superior a 80% do número de prescrições.

Assim, a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) é


responsável por identificar as necessidades e trabalhar com listas de
medicamentos considerados essenciais. De acordo com a OMS,
medicamentos essenciais são aqueles que satisfazem as necessidades de
saúde prioritárias da população e, com isso, devem estar acessíveis a
qualquer momento, na dose adequada, para toda a comunidade. Por isso,
é fundamental que os profissionais de saúde prescrevam os medicamentos
listados, para facilitar o acesso e a adesão ao tratamento.

Vale destacar que toda a população, o que inclui profissionais de saúde,


pacientes e familiares podem visualizar a lista atualizada do RENAME, a
qual se encontra no link:

www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/assistencia-farmaceutica-no-sus/rename

A partir dela é possível saber todos os tipos de medicamentos distribuídos


nas farmácias vinculadas ao SUS e suas posologias e formulações
farmacêuticas (comprimido, drágea, xarope, solução, entre outras).
Aumento dos níveis de atividade física

A atividade física é qualquer movimento (subir escadas, caminhar ou


levantar pesos) que gera um gasto de energia além do repouso (ficar deitado
ou sentado). Idosos que praticam atividade física regularmente sentem
menos dor no corpo e apresentam menor risco de desenvolver doenças
como câncer, hipertensão arterial, obesidade e diabetes tipo 2. Além disso,
idosos fisicamente ativos tendem se manter independentes (não precisam
de bengalas ou andadores; conseguem tomar banho e se vestir sem ajuda)
por mais tempo. Portanto, fazer atividade física é tudo de bom!

Existem várias formas de fazer atividade física. Apresentamos algumas


recomendações para se manter ativo, saudável e em boa forma física:

1. Atividades aeróbicas: realizar atividades físicas sem parar para


descansar ou com curto período de descanso durante a prática.
Caminhar, andar de bicicleta e fazer hidroginástica são alguns exemplos
de atividade física aeróbia.
Nessas atividades físicas, você poderá ficar cansado, porém sem
exageros (figura abaixo, em destaque).
Você deverá acumular, durante a semana, de 75 a 150 minutos ou mais
de atividade física moderada a vigorosa (anote no seu caderninho o
tempo que você gasta realizando a atividade física) para ter os
benefícios na saúde.

Exemplo: Realizar 30 minutos de atividade física de segunda a sexta ou fazer


50 minutos somente na segunda, quarta e sexta. O nível de esforço
percebido (cansaço), em uma escala de 0-10 (0 é o mais fácil e 10 o mais
difícil) deverá ficar entre 5-6 e/ou 7-8, conforme a tabela abaixo. Dica: faça
nos dias e horários de sua preferência!

ESCALA ESFORÇO (CANSAÇO) PERCEBIDO NA ATIVIDADE FÍSICA


0 NENHUM

1–2 MUITO LEVE

3–4 MUITO LEVE A LEVE

5–6 LEVE A UM POUCO PESADO

7–8 UM POUCO PESADO A MUITO PESADO

9 – 10 MUITO PESADO
2. Atividades de força: a realização de atividades que envolvam
levantamento de pesos é importante para a saúde. Podem ser realizadas
atividades com o próprio peso corporal (sentar e levantar da cadeira ou
ficar na ponta dos pés ou deitar e tentar sentar) ou com objetos (levantar
um saco de arroz ou garrafas com água, etc.).
Essas atividades físicas devem ser feitas com pausa para descansar.
Portanto, após levantar o peso por várias vezes, você deverá descansar
entre 1-2 minutos, e só depois desse descanso poderá repetir novamente
o exercício.
Nessas atividades, você sentirá cansaço muscular devido à força utilizada
para levantar o peso (Figura 1, destacado em vermelho). Nas primeiras
semanas, realize o movimento devagar. Ao passar das semanas, tente
aumentar a velocidade do movimento e o peso, porém faça com MUITA
ATENÇÃO.
Você deverá realizar as atividades de força entre 2 e 3 vezes por semana
(anote no seu caderninho a quantidade de repetições que conseguiu
realizar, em cada exercício, e tente aumentar com o passar das semanas).

Exemplo: realizar o exercício de sentar e levantar da cadeira várias vezes até a


coxa ficar cansada, toda terça e quinta-feira. O nível de esforço percebido
(cansaço), em uma escala de 0-10 (0 é o mais fácil e 10 o mais difícil) deverá
ficar entre 5-6 e/ou 7-8, conforme a tabela. Imagine que na primeira tentativa
você conseguiu realizar 30 repetições e descansou por 2 minutos. Na segunda
tentativa você conseguiu realizar 20 repetições e descansou por 2 minutos. Na
terceira e última tentativa, você conseguiu realizar 15 repetições e descansou
por 2 minutos. Depois de repetir o exercício por três vezes,
você poderá fazer outro exercício diferente.

DICA:
FAÇA AS ATIVIDADES
AERÓBICAS E DE FORÇA
TODA SEMANA!
3. Atividades neuromotoras: Realizar atividades que envolvam
coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade também são
importantes para a saúde. Podem ser atividades com o seu corpo, tais
como: andar em zigue zague, andar de costas, andar na ponta dos
pés, puxar a perna para trás, esticar os braços acima da cabeça, sentar
e abraçar as coxas e ficar apoiado em uma perna.

Exemplo: para realizar o exercício de andar em zigue


zague, você pode colocar alguns objetos (cadeiras,
bancos, garrafas de plástico) no solo em diferentes
posições (para frente, para a direita, para trás, para
esquerda). Comece a percorrer o caminho
contornando os objetos e vá aumentando a
velocidade até ficar difícil. Você também pode
fazer o caminho ao contrário ou tentar
deixá-lo mais desafiador.
Exemplo:
Sente na cadeira e tente
alcançar seus pés, usando o
peso do próprio corpo. À
medida que for soltando o
ar, tente abaixar mais um
pouco. Fique na posição por
30 segundos e volte,
repetindo mais duas vezes.

Exemplo:
Apoiando-se na cadeira
com uma das mãos, utilize
a outra para segurar sua
perna pela articulação do
tornozelo. Segure por 30
segundos e solte, fazendo
igual com a outra perna.
Repita mais duas vezes
com cada perna,
alternando.
Redução do comportamento sedentário

O comportamento sedentário pode ser definido como o tempo gasto em


atividades (deitadas ou sentadas), acordado, que gastam pouca energia,
como ficar sentado para usar o computador, celular, assistir à televisão ou
ainda, para dirigir o carro. O tempo prolongado em comportamento
sedentário pode contribuir para o aumento da gordura corporal, elevando
o risco de desenvolver doenças do coração e até de mortalidade precoce.
Portanto, sempre que possível, evite ou reduza o comportamento
sedentário a partir da prática de atividade física em qualquer intensidade.

Veja abaixo algumas situações em que você pode evitar ou reduzir o


comportamento sedentário em sua rotina diária:

▪ Se você ficar muito tempo sentado ou deitado, programe o


despertador do seu relógio para tocar a cada hora. Quando o
despertador tocar, levante-se para ir ao banheiro, beber água,
cuidar das plantas, fazer um alongamento ou realizar qualquer
atividade que dure, pelo menos, 5 minutos. Se preferir, faça
diferentes tipos de atividade.
▪ Sempre que puder, deixe o seu carro na garagem. Além disso,
evite solicitar a entrega de encomendas da padaria,
supermercado, drogaria ou de lojas: vá à pé. Aproveite para levar
uma mochila/sacola para trazer as suas compras.
▪ Sempre que possível, deixe de usar o elevador e substitua pelas
escadas. Se não conseguir subir todos os lances de escada, você
pode subir um andar e terminar o trajeto de elevador. Se possuir
algum receio em ir sozinho(a), chame alguém para ir com você!
▪ Caso necessite lavar o carro, cuidar do jardim/plantas ou limpar a
casa, tente fazer essas tarefas por conta própria. Além de distrair a
sua mente, você reduzirá o tempo prolongado em comportamento
sedentário!
▪ Se você for andar de ônibus ou de táxi, tente descer antes do seu
local de destino para fazer um pouco de caminhada.
▪ Caso tenha netos ou algum animal de estimação, leve-os para
passear fazendo uma caminhada na rua, no parque, na praça ou
no shopping.
A ideia é aumentar o tempo realizando atividade física para
reduzir o seu comportamento sedentário! Todo esforço é válido!

Lembre-se!
Mudar um comportamento não é
uma tarefa fácil. Portanto, para
reduzir o comportamento
sedentário, tente definir metas
diárias (use metas realistas e fáceis
no início, aumentando-as
progressivamente) e monitore o seu
comportamento (anote em um
caderninho ou use aplicativos de
celular para registrar quanto tempo
você permanece sentado ou
deitado).
Quedas e sua prevenção
As quedas são um evento inesperado que
podem acometer qualquer faixa etária, no
entanto tornam-se mais frequentes entre os
idosos. Podem trazer consequências
negativas como impactos na saúde - fraturas,
contusões, medos e, consequentemente,
incapacidades - o que influencia em uma pior
qualidade de vida, além de acarretar
repercussões para as famílias, cuidadores e
para a sociedade como um todo.

A ocorrência de quedas associa-se a partir de uma combinação de


questões internas e externas e, em idosos, existem fatores que aumentam
o risco desse evento. Vamos entender um pouco mais sobre isso?
Referente às questões internas, relacionadas ao indivíduo, destacam-se as
osteomioarticulares – diminuição/alteração da massa óssea, da força e
massa muscular e dos componentes das articulações corporais; ainda,
modificações no sistema visual, auditivo e vestibular; uso de álcool em
excesso, dentre outras. Com relação aos fatores externos, que se referem
ao meio ambiente: superfícies irregulares - pisos escorregadios, calçadas
rachadas; iluminação e tapetes inadequados são alguns exemplos.

É necessário destacar que as quedas, apesar de comuns entre os idosos,


podem ser evitadas! Vamos ficar atentos a algumas dicas:

▪ A prática regular de exercícios físicos impacta positivamente nos ossos,


músculos e nas articulações.
▪ Fazer acompanhamento de saúde, de forma rotineira, pode auxiliar na
identificação precoce de problemas/doenças (mobilidade, equilíbrio,
visão, audição, entre outros).
▪ Manter hábitos de vida saudáveis – evitar álcool em excesso, manter
uma alimentação saudável são alguns exemplos.
▪ O uso de sapatos adequados possibilita maior estabilidade – opte por
calçados fechados ou que prendam no calcanhar/tornozelo.
Recomenda-se, também, o uso de sapatos com sola antiderrapante.
▪ Tenha cuidado ao levantar-se da cama/sofá – mudanças repentinas de
postura podem causar tonturas (queda da pressão arterial). Portanto,
mude de posição vagarosamente e mantenha-se assim por algum
tempo antes de se levantar.
▪ Adaptações no interior da casa podem facilitar realização dos
movimentos e fornecer maior segurança – evitar tapetes e, se usá-los,
colocar os antiderrapantes; instalação de barras de apoio, no banheiro;
apoio para o vaso, aumentando sua altura; iluminação próxima à cama;
organização dos móveis para que se tenha um caminho livre para
deambular – evitar desvios; colocar os objetos de uso rotineiro em uma
altura que não necessite de escada/banco para alcançar; evitar produtos
no piso que os deixe escorregadios, como ceras; se tiver escadas –
colocar corrimões dos dois lados; evitar cama muito baixa e colchões
macios demais – ajustar altura da cama e usar colchões mais firmes;

▪ Cuidados nos ambientes externos: evite realizar grande esforço físico


desnecessariamente; fique atento(a) aos buracos, desníveis e outros
possíveis fatores existentes nas ruas/calçadas que podem ocasionar
quedas. Caminhe com segurança: se necessário, utilize apoio ou caminhe
em menor velocidade.

A prevenção é o melhor caminho! Essas dicas, que são relativamente simples,


fornecerão mais segurança e contribuirão para a redução do risco de quedas.
Assim, auxiliarão na promoção do envelhecer com maior qualidade de vida.

Siga as orientações, compartilhe com


seus conhecidos e cuide-se. Sempre que
for necessário, solicite ajuda a um
profissional de saúde!
Qualidade do sono

O sono é um processo ativamente regulado, desencadeado tanto por


elementos corporais progressivamente acumulados no sistema nervoso
durante a vigília, como também pelo ritmo circadiano das 24 horas de um
dia. Quando uma pessoa está dormindo, ela manifesta um processo
heterogêneo com fases ritmicamente alternadas, necessárias para a boa
qualidade do sono, que juntamente com uma duração adequada do
repouso, são capazes de melhorar as funções metabólicas e o desempenho
do indivíduo nas atividades cotidianas. Entretanto, percebe-se que o
processo de envelhecimento humano afeta aspectos relacionados à
qualidade e quantidade das fases do sono. Além disso, percebe-se que o
idoso também apresenta maior frequência de cochilos diurnos, o que
interfere no descanso noturno.
Portanto, a higienização do sono promove a qualidade e o bem-estar
individual do idoso, podendo, inclusive, reduzir o risco ou a severidade de
eventuais declínios cognitivos.
Medidas benéficas abrangem a eliminação de fatores
ambientais prejudiciais ao sono, por isso:

HIGIENIZAÇÃO DO SONO

1. Mantenha um ritmo sono-vigília regular

Levante-se diariamente no mesmo


horário, independente da hora em que foi
dormir

2. Ambiente de repouso 7. Exercite-se regularmente

Escuro, silencioso e com temperatura Exceto três horas antes de dormir


agradável

3. Faça atividades relaxantes antes de 8. Evite tirar cochilos durante o dia


dormir
9. Procure ir para a cama quando
4. Evite o uso de substâncias estimulantes estiver sonolento

Utilizando-a apenas para dormir


Por exemplo, procure não ingerir café a
partir das 14h
10. Caso não consiga adormecer
em até 20 minutos
5. Abstenha-se do consumo de
bebidas alcoólicas Tente sair da cama e retornar ao sentir
sono
6. Procure não utilizar equipamentos
luminosos
11. Evite refeições muito pesadas
Por exemplo, celulares ou computadores,
Próximas ao horário em que pretende
pelo menos uma hora antes de dormir
adormecer

Finalmente, para pessoas com insônia, elaborar um Diário do Sono


(detalhando, dentre outros, horários, atividades, eventuais incidentes que
levem o indivíduo a acordar durante a noite) ajuda a perceber e traçar o
padrão de sono, expondo hábitos prejudiciais passíveis de correção, e
minimizando a ansiedade relacionada, a qual reforça o problema e pode
perpetuá-lo.
Saúde mental

Você sabe o que é saúde mental?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde mental é


parte integrante da saúde e do bem-estar. A saúde é um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de
doença ou enfermidade. Assim, a saúde mental pode ser afetada por uma
variedade de fatores socioeconômicos, biológicos e ambientais.

✓ A saúde mental e o bem-estar são importantes em qualquer idade;


✓ Os transtornos mentais (demência, depressão, por exemplo)
respondem por cerca de 7% das incapacidades apresentadas entre
os adultos idosos;
✓ Aproximadamente 15% das pessoas com idade igual ou superior a
60 anos sofrem de algum transtorno mental.

Sintomas geralmente associados à depressão:


✓ Sentimentos de tristeza, vazio ou falta de esperança;
✓ Redução de interesse ou prazer para fazer atividades;
✓ Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta;
✓ Dificuldades para pegar no sono (insônia) ou dormir demais
(hipersonia);
✓ Sensação de agitação ou de lentidão;
✓ Sensação de cansaço ou falta de energia;
✓ Sensação de ser inútil ou de culpa;
✓ Dificuldade para pensar ou se concentrar;
✓ Pensamentos recorrentes de morte ou ideação suicida.

Se esses sintomas persistirem por duas semanas ou mais é


importante procurar atendimento médico
para obter o diagnóstico correto
Problemas cognitivos geralmente associados à demência:

✓ Distrair-se com muita facilidade;


✓ Dificuldade para lembrar de novas informações;
✓ Dificuldade para fazer cálculos mentais;
✓ Não conseguir tomar decisões ou ter dificuldades para planejar;
✓ Impulsividade;
✓ Repetir frequentemente as mesmas informações em uma conversa;
✓ Precisar ser lembrado constantemente das atividades que precisa
realizar (alimentar-se, tomar banho, por exemplo);
✓ Perder-se dentro de casa, na rua ou em outros lugares familiares.

Se esses problemas ocorrerem com frequência, atrapalhando a realização das


atividades de vida diária, é importante procurar atendimento médico para
obter o diagnóstico correto!

Promovendo saúde mental


Conforme a OMS, a promoção da saúde mental envolve ações que melhoram
o bem-estar psicológico tanto na sociedade de modo geral quanto no
entorno do indivíduo! Assim, diversas atividades podem promover a saúde
mental:

✓ Manter e fazer novas amizades;


✓ Participar de atividades na comunidade;
✓ Cultivar a autoestima;
✓ Praticar exercícios físicos regularmente;
✓ Realizar atividades e passatempos prazerosos;
✓ Manter uma alimentação saudável e equilibrada;
✓ Aprender um novo idioma, um instrumento musical ou a usar um novo
aplicativo no celular;
✓ Ler livros e assistir filmes;
✓ Viajar ou conhecer novos lugares;
✓ Ter relacionamentos amorosos e atividades sexuais;
✓ Fazer psicoterapia;
✓ Visitar o médico regularmente para prevenção de doenças.

Especificamente no que se refere aos cuidadores, deve-se buscar promover


treinamentos específicos e grupos de apoio. Há possibilidade de realizar
intervenções com o objetivo de combater maus-tratos, como identificar e
denunciar ocorrências de violência física, psicológica, financeira, sexual,
abandono e negligência. Além disso, algumas modificações na residência
podem ser necessárias para promover maior funcionalidade ao idoso.
Hábitos alimentares saudáveis e
consumo de água

A alimentação saudável é indispensável para a manutenção da saúde no


envelhecimento, com destaque para o consumo de frutas, verduras e
legumes, que trazem benefícios ao funcionamento do organismo, além da
necessidade de haver a adequada ingestão de água, no dia a dia. É
importante ressaltar, que à medida que envelhecemos, a quantidade de
água do corpo diminui, devido à forma como a composição corporal muda
com a idade, e o risco de desidratação aumenta.

60%
50%

As consequências se tornam mais sérias, principalmente, quando se


associam a outros problemas, como as doenças crônicas não
transmissíveis. A perda progressiva da função renal diminui a capacidade
do corpo de reter água. Além disso, a sensação de sede diminui com a
idade, de modo que os idosos podem, sem perceber, reduzir a ingestão de
líquidos. Uma dieta equilibrada, auxilia para uma boa saúde geral e pode
contribuir para atingir e/ou manter um peso saudável, visando assim o
controle de outras doenças crônicas relacionadas ao excesso de peso
corporal.

A desidratação, pode resultar em dor de cabeça, fraqueza, tontura, boca


seca e exaustão. Mesmo quando ligeiramente desidratado, o corpo
começa a sentir as consequências. Como muitos idosos não entendem a
importância da água, cabe aos cuidadores garantir o consumo suficiente
de água para a manutenção dos níveis saudáveis.

Para iniciar um novo hábito alimentar, primeiro é importante considerar


algumas questões:
Quais são as consequências da ingestão insuficiente de água?
Qual é o impacto do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados
(ricos em gorduras, açúcares e sódio)?
O processo de mudança de hábitos alimentares deve ser gradual e
respeitar os limites de cada pessoa. Com cuidado e paciência, é possível
iniciar a introdução de novos alimentos com maior teor de água, como as
frutas, bebidas sem açúcar ou refeições líquidas (sopas); e ricos em fibras,
vitaminas e minerais (legumes, verduras e alimentos integrais), além de
adaptar novas rotinas que incluam o consumo mais frequente de água em
diferentes horários do dia.

Algumas dicas para melhorar estes hábitos:

✓ Consuma frutas, laticínios com baixo teor de gordura (leite e iogurtes),


vegetais e alimentos integrais em casa e no trabalho.
✓ Insira alimentos saudáveis à sua rotina alimentar em vez de, apenas,
eliminar os alimentos não saudáveis (ultraprocessados).
✓ Não pule ou atrase refeições e mantenha hábitos programados no dia
a dia. Ignorar sua sensação de fome pode acabar induzindo ao
consumo além do ideal ou à escolha de refeições não saudáveis.
✓ Beba água em vez de bebidas com alto teor de açúcar. Evite consumir
sucos e refrigerantes industrializados.
✓ Mantenha uma garrafa de água por perto para que possa tomar goles
frequentemente, ao longo do dia.

A água é essencial para o bom funcionamento do corpo e os alimentos in


natura e/ou minimamente processados são ricos em substâncias bioativas
que protegem e reforçam as defesas naturais do corpo contra doenças.
Portanto, a adoção/manutenção de uma rotina saudável dependerá do
equilíbrio na escolha da ingestão alimentar e hídrica.

Alimento
in natura
Alimento
processado Alimento
ultraprocessado

Ex.: Espiga de milho Ex.: Milho em conserva Ex. Salgadinho de milho


Higiene corporal

A higiene corporal, além de


proporcionar conforto, bem-
estar e refrescar o corpo, é
um fator importante para a
manutenção da saúde e, em
casos de pessoas adoecidas,
ajuda na recuperação do seu
estado de saúde.

O banho incentiva a criação de hábitos higiênicos, promovendo a saúde.

Sua frequência está relacionada à temperatura da estação do ano, mas


deve ser diário. Além disso, é importante fazer do horário do banho um
momento de relaxamento.

O banho de chuveiro pode ser realizado com a pessoa em pé, utilizando


barras de segurança nas paredes ou sentada em uma cadeira de plástico
sobre um tapete antiderrapante.

É importante que se garanta a segurança, a privacidade e o conforto da


pessoa idosa, durante a realização da higiene corporal. Também é
necessário estimular, sempre que possível, a autonomia do idoso ao
realizar as atividades relacionadas à higiene pessoal, tais como tomar
banho, lavar os cabelos, cortar as unhas, fazer a barba, higienizar a boca e
os dentes/próteses.

▪ Cuidados com o rosto, corpo e mãos: inicie a higiene pelo rosto,


limpando delicadamente os olhos com água, de dentro para fora.
Espalhe o sabonete e limpe a pele por esta ordem: rosto, pescoço,
corpo. Fique atento(a) às dobras da pele, mãos, braços e axilas.

▪ Cuidado com os cabelos: a higienização dos cabelos deve ser feita, no


mínimo, três vezes por semana, observando se há feridas, piolhos,
coceira ou áreas de quedas de cabelo. Utilize shampoo e
condicionador adequado para cada tipo de cabelo, no intuito de não
causar irritações na pele. Evite deixar cair espuma/sabão nos olhos.
▪ Cuidados com a região genital: espalhe o creme/espuma de limpeza
na região e proceda a higiene sempre da frente para trás.

▪ Cuidados com as pernas e pés: espalhe o creme/espuma de limpeza


diretamente e realize movimentos, sempre, das coxas para os pés.

Após a realização da higiene corporal, enxugue todo o corpo atentando-se


em secar bem as partes íntimas, dobras de joelho, cotovelos, debaixo das
mamas, axilas e entre os dedos para, depois, utilizar os desodorantes e
loções corporais.

Vestir roupas adequadas, levando em consideração as suas preferências e


desejos, bem como a temperatura do ambiente. É aconselhado que as
roupas sejam trocadas diariamente.

É essencial que a higiene corporal do idoso seja realizada com atenção,


cuidado, paciência, respeito e apoio. A higiene corporal deve fazer parte
da rotina diária de autocuidado.
Saúde bucal
O cuidado com a saúde bucal dos idosos é muito importante, pois os
dentes são essenciais para a mastigação dos alimentos, comunicação, além
de ser um fator estético associado à autoestima. Sendo assim, torna-se
indispensável manter a saúde bucal.

▪ Para realizar a limpeza dos dentes, é preciso utilizar uma escova de


cerdas macias, de cabo longo, cabeça pequena e com creme dental
com flúor com uma quantidade semelhante a um grão de ervilha.

▪ A escovação deve ser feita ao acordar, após cada refeição e antes de


dormir. Comece limpando a superfície interna dos dentes inferiores
verticalmente, fazendo movimentos suaves de baixo para cima. Após
isso, escove a superfície externa e depois repita o processo nos dentes
superiores. Caso você tenha alguma dificuldade, há escovas elétricas
que podem ajudar na higiene bucal (lembre-se de passá-la em todos
os dentes).

▪ O fio dental deve ser usado, no mínimo, uma vez ao dia, para remover
resíduos de alimento dos lugares onde a escova não alcança.

▪ A escovação da língua também é muito importante e pode ser feita


com a própria escova de dentes, colocando a língua para fora e
fazendo movimentos suaves de trás para frente.

A higienização da boca é um momento de grande importância e deve


ser um hábito diário, pois pode evitar muitas doenças bucais.

▪ Para idosos que não têm dentes e usam prótese (dentadura), também
é importante realizar a higiene bucal. Para tanto, retire a prótese da
boca e a segure firmemente, para evitar quebrá-la, a fim de realizar a
limpeza com uma escova de dente de cerdas duras e sabão neutro,
escovando todas as superfícies da dentadura.

▪ Durante a noite, é recomendável que a dentadura seja retirada para


realizar uma limpeza mais atenciosa. Deixe a dentadura mergulhada
em um recipiente contendo água até o dia seguinte. Assim, os seus
tecidos de suporte da prótese ficarão relaxados e preparados para
receber a dentadura quando você acordar.
Fique atento! Se a higienização não for realizada de
forma correta, alguns problemas podem surgir, como o
mau hálito e até inflamação dos tecidos bucais.

Não se deve desgastar a prótese sozinho (sem ajuda de um profissional),


quando houver necessidade de adaptá-la. Além disso, não se recomenda
ferver a dentadura com a intenção de limpá-la ou desinfetá-la, pois isso
pode causar danos à estrutura da prótese. O uso de produtos de limpeza
abrasivos, como escovas de aço, também não é recomendado, pois pode
causar danos à estrutura.

Sugere-se, ainda, realizar a descontaminação das dentaduras, ao menos,


uma vez na semana, seguindo as seguintes orientações: deixar de molho
em um recipiente contendo 1 copo de água e uma colher de água sanitária
(hipoclorito de sódio) durante 30 minutos. Em seguida, recomenda-se a
escovação da prótese com sabão neutro com o intuito de remover o
excesso de hipoclorito de sódio antes de colocá-la, novamente, na boca.

Além desses cuidados, deve-se procurar um dentista a cada seis meses


para fazer um exame completo da boca para verificar os dentes, gengiva e
tecidos bucais. Caso você não tenha mais dentes e use a dentadura, a
orientação é de que você frequente o consultório odontológico,
anualmente, para realizar uma avaliação da dentadura, uma vez que é
essencial que esse profissional observe se as próteses estão bem
adaptadas. Se as próteses estiverem machucando em algum local dentro
da boca, procure o dentista o mais rápido possível. Vale lembrar, também,
que é importante procurar o dentista rapidamente quando notar algo
diferente na boca. O envelhecimento é o maior triunfo da humanidade.

Por isso, cuide


da sua saúde
bucal e nunca
deixe de sorrir!
Importância dos exames de rotina
Entre os idosos, geralmente, é possível identificar maior vulnerabilidade
para o surgimento de doenças crônicas, que constituem importantes
causas de mortalidade e incapacidades funcionais e, por isso, devem ser
acompanhados com ações de autocuidado, que visam manter a saúde e a
prevenção de agravos.

CONSULTA DE ROTINA
AÇÕES DE AUTOCUIDADO Realize suas consultas, regularmente,
com profissionais de saúde e lembre-
se de levar a receita e/ou
medicamentos de uso contínuo
ADESÃO AO TRATAMENTO
Não esqueça de tomar os
medicamentos de uso contínuo

EXAMES PREVENTIVOS
Faça exames preventivos de
VACINAÇÃO rastreamento orientados
Mantenha seu cartão pela equipe de saúde
vacinal atualizado

EXAMES DE ROTINA
O acompanhamento com um profissional de saúde e a realização de
exames essenciais são as principais formas de cuidar da saúde na
velhice. Veja abaixo alguns exames/testes que são recomendados aos
idosos:

▪ Hemograma completo (exame de sangue): permite identificar


anemias, infecções e alguns tipos de câncer, como a leucemia.
Além disso, auxilia no acompanhamento da evolução do
tratamento do idoso.

▪ Lipidograma (perfil lipídico): informa os níveis de lipoproteínas de


baixa densidade (LDL) ou colesterol “ruim”; lipoproteínas de alta
densidade (HDL) ou colesterol “bom”; colesterol total e
triglicerídeos. Os resultados deste exame ajudam a identificar o
risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
▪ Densitometria óssea: indica a perda de massa óssea, sendo essencial na
prevenção da osteoporose e na redução dos riscos de fraturas. É
recomendado para mulheres a partir da menopausa e/ou com 65 anos ou
mais de idade, para homens (70 anos ou mais de idade) e indivíduos com
fatores de risco, como fratura causada por pequeno trauma, menopausa
precoce (antes dos 40 anos) não tratada e uso de corticoides.

▪ Aferição da pressão arterial sistêmica e da glicemia: a hipertensão


arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM) estão entre as doenças
crônicas mais prevalentes na população idosa.

Se você tem 60 anos ou mais, compareça à unidade básica de saúde mais


próxima ao seu domicílio para avaliação e acompanhamento da sua pressão
arterial sistêmica.

Você sabia que quase metade da população com DM desconhece que


possui a doença? Então, se você tem mais de 45 anos de idade, HAS,
sobrepeso ou histórico familiar de DM, procure o serviço de saúde para
orientação e rastreamento dessa condição.

▪ Teste ergométrico: os exercícios são realizados na esteira e/ou bicicleta


para avaliação da saúde do coração e do funcionamento do sistema
cardiovascular. É um exame essencial para o idoso que quer iniciar a
prática de atividade física.
▪ Exame de próstata: o toque retal e a mensuração do Antígeno
Prostático Específico (PSA) devem ser realizados mesmo que o
indivíduo não apresente sinais e sintomas. Homens a partir dos 50
anos de idade e sem histórico familiar de câncer de próstata
necessitam realizar esses exames anualmente. Já aqueles com histórico
familiar, devem fazer esse acompanhamento a partir dos 40 anos de
idade.
▪ Mamografia e Papanicolau: é recomendado realizar o exame clínico
anual das mamas a partir dos 40 anos de idade e a mamografia, a cada
dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos de idade. Para a identificação
do câncer de colo do útero, é recomendada a realização do exame de
Papanicolau em mulheres de 25 a 64 anos de idade uma vez ao ano e,
após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos.

Ademais, vale lembrar que os familiares/amigos/cuidadores exercem um


papel essencial nestas práticas de autocuidado ao incentivar, orientar e
acompanhar os idosos.
Vacinação do idoso
Devido às alterações fisiológicas que ocorrem com o processo de
envelhecimento humano e comprometem o sistema imunológico, percebe-
se que os idosos pertencem ao grupo mais vulnerável às doenças
infecciosas. Neste caso, a vacinação torna-se essencial, já que constitui a
melhor estratégia para o enfrentamento das infecções imunopreviníveis.
As vacinas estimulam o organismo a se defender de vírus e bactérias que
provocam doenças.

VACINA

Estimula

SISTEMA
IMUNOLÓGICO
Responsável pela
produção das células
de defesa
ANTICORPOS Produzir
Proteínas que atuam na
defesa do organismo
contra vírus e bactérias
que provocam doenças

IMUNIDADE
Anticorpos permanecem no organismo e
evitam que a doença ocorra no futuro
CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO DO IDOSO

As vacinas recomendadas para idosos (pessoas com 60 anos ou mais), são:

▪ Influenza (gripe);
▪ Febre amarela;
▪ Meningocócicas conjugadas ACWY/C;
▪ Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
▪ Herpes zoster;
▪ Dupla adulto (difteria e tétano) – dT ou Tríplice bacteriana acelular do
tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa ou Tríplice bacteriana
acelular do tipo adulto (difteria, tétano, coqueluche e poliomielite) –
dTpa-VIP;
▪ Hepatites A e B;
▪ Pneumocócicas (VPC13) e (VPP23).

Quais vacinas são disponibilizadas pelo


Sistema Único de Saúde (SUS)?

Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os idosos têm acesso gratuito às


vacinas: Influenza, dT, Febre amarela, Hepatite B e Pneumocócica (VPP23).
Ademais, além das vacinas disponibilizadas pelo SUS, outras seis também
são oferecidas em clínicas privadas de vacinação: dTpa, Hepatite A,
Pneumocócicas (VPC13), Meningocócicas conjugadas, Tríplice viral, Herpes
zoster.

Na próxima página você


pode conferir as
vacinas, os esquemas,
as indicações, os
benefícios e a
disponibilização das
vacinas recomendadas
aos idosos.
GRATUITA
VACINA ESQUEMA
NA UBS
Influenza (gripe)
Aplicada anualmente, em especial em idosos e antes Dose única √
do início do outono/inverno.
Febre Amarela
Indicada para idosos que nunca se vacinaram para Dose única √
febre amarela e vivam em área de risco para a doença.
Tríplice Viral
Previne sarampo, caxumba e rubéola.
Dose única X
Herpes Zoster
Previne a herpes zoster, que pode evoluir para uma
neoropatia pós-hepática. Recomendada mesmo para
Dose única X
quem já contraiu a doença, sob orientação médica.
Hepatite A
2 doses
Indicada após avaliação sorológica ou em
(0-6 meses) X
situações de exposição ou surtos.
Hepatite B 3 doses
Vacina de rotina, pois a doença ainda é frequente. (0-1-6 meses) √
Hepatite A e B
A vacina combinada é uma opção e pode substituir 3 doses
a vacina isolada para hepatites A e B, quando (0-1-6 meses) X
recomendado que sejam feitas as duas vacinas.
Meningocócicas conjugadas
Previne meningite e infecções generalizadas. Indicada
quando ocorrem surtos ou para viagens em áreas de
Dose única X
risco, conforme indicação médica.
Esquema de
Dupla Adulto
Previne difteria e tétano.
vacinação básico X
completo
Tríplice bacteriana acelular (tipo adulto) Esquema de
Previne difteria, tétano e coqueluche. Recomendada vacinação básico X
mesmo que a pessoa tenha tido coqueluche. completo
Tríplice bacteriana acelular (tipo adulto VIP)
Previne difteria, tétano, coqueluche e poliomielite. Esquema de
Recomendada mesmo que a pessoa tenha tido vacinação básico X
coqueluche. Recomenda-se para quem for viajar para completo
países nos quais a poliomielite é endêmica.


Pneumocócicas (VPC13 e VPP23) Apenas VPP23,
Previne doenças causadas por 13 e 23 tipos de Esquema de para idosos
pneumococos, em especial pneumonia, meningite e vacinação básico institucionalizados
sepse. Recomendada para idosos institucionalizados completo e grupos de risco
e/ou acamados. aumentado
É possível afirmar que as vacinas são seguras, pois passam por testes
rigorosos antes de serem aprovadas e disponibilizadas para a população.
Muitos óbitos e complicações graves por doenças podem ser evitados pela
vacinação. Desse modo, os seus benefícios são muito maiores do que os
riscos. Os eventos adversos/efeitos colaterais, quando acontecem,
geralmente são leves e temporários e ainda que eventos mais graves
possam ocorrer, eles são raros.

Então, se ligue na dica: É essencial que o idoso mantenha o cartão de


vacinação atualizado. Por isso, procure a unidade básica de saúde mais
próxima do seu domicílio e leve o cartão de vacinação, caso ainda o tenha,
e, se possível, um documento pessoal com foto e o cartão nacional de
saúde, para avaliação de um profissional.

No contexto em que estamos vivendo, torna-se necessário destacar que a


participação em campanhas de vacinação, como as da Influenza (gripe) e da
COVID-19, é fundamental para o combate a casos graves, hospitalizações e
óbitos causados por estas doenças imunopreveníveis.

Portanto, fique atento(a) aos cronogramas referentes às campanhas de


vacinação. Normalmente, as informações são divulgadas pelos meios de
comunicação de cada município, e, no caso de dúvidas, as respostas podem
ser obtidas nas unidades de saúde e/ou no Centro de Referência em
Imunização local.
Sexualidade

Você vive a sua sexualidade?

Pessoas idosas que vivem a sua sexualidade ativamente possuem


melhores níveis de qualidade de vida. A sexualidade na pessoa idosa,
como em qualquer outra fase do desenvolvimento do ser humano,
consiste em uma importante dimensão da vida que influencia aspectos
físicos e emocionais. Conforme o Conselho Federal de Psicologia, tanto a
sexualidade em modelos heterossexuais ou homossexuais precisa ser
respeitada e protegida por políticas públicas adequadas.

Nesse sentido, a sexualidade está presente em ações e relações


estabelecidas por pessoas em diferentes estágios do ciclo vital. Assim, é
necessário reconhecer e respeitar as diversas sexualidades e identidades
de gênero que são constitutivas da subjetividade em todo o
desenvolvimento humano.

Pensando na qualidade das relações sexuais em idosos, é preciso atentar-


se às situações que possam afetar a vida sexual, como problemas com o
uso de tabaco, o uso de álcool, a menopausa, a andropausa e uso de
alguns tipos medicamentos. Também, vale ressaltar que medicamentos
que prometem melhorar o desempenho sexual só devem ser usados sob
orientação médica.

Quais são os benefícios de uma vida sexual ativa?


1. Maiores níveis de bem-estar

2. Diminuição de sintomas de estresse

3. Maiores níveis de felicidade

4. Aumento da autoestima

5. Melhora do humor
A sexualidade vai muito além das relações sexuais

É necessário salientar que a sexualidade não se restringe ao ato sexual em si,


ela vai muito além. Ela compreende uma série de outros comportamentos
que envolvem:

▪ Proximidade

▪ Cuidado

▪ Companheirismo

▪ Demais atitudes de
autocuidado e autoamor

Cuidados para
prevenir Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST)
Quando a expressão da sexualidade ocorrer por meio de relações sexuais, se
faz necessário manter alguns cuidados com as infecções sexualmente
transmissíveis (IST). Elas são causadas por vírus, bactérias ou outros
microorganismos e podem ser transmitidas por pessoas infectadas,
principalmente por meio do contato sexual sem o uso de preservativo
masculino ou feminino.

O uso de preservativo (também conhecido como camisinha), em todas as


relações sexuais, é o método mais efetivo para evitar a transmissão das IST,
como o HIV/Aids e as hepatites virais B e C.

Pessoas que têm relações sexuais desprotegidas podem contrair uma IST,
independentemente da idade, estado civil, classe social, identidade de
gênero, orientação sexual, credo ou religião. A pessoa pode estar
aparentemente saudável, mas pode estar infectada por uma IST. Salienta-se
que camisinhas masculinas ou femininas podem ser retiradas, gratuitamente,
nas unidades de saúde do seu município.
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)

O que são as IST?

São infecções de origens diversas que se apresentam de diferentes formas e


são causadas por mais de 30 agentes etiológicos (vírus, bactérias, fungos e
protozoários). A transmissão ocorre, principalmente, pela relação sexual
(vaginal, anal e oral) desprotegida com uma pessoa que esteja infectada, ou
seja, durante o ato sexual sem o uso do preservativo (masculino ou
feminino). As IST ainda podem ser transmitidas de mãe para filho na
gestação, no parto ou durante a amamentação. A transmissão também pode
ocorrer por via não sexual, como no contato com mucosas ou secreções
corporais contaminadas, entretanto esse meio de contágio é menos comum.

Alguns exemplos de IST: sífilis, gonorreia, cancro mole, linfogranuloma


venéreo, tricomoníase, HIV, infecção pelo HTLV, hepatites B e C, HPV.
Algumas IST, como a sífilis e herpes genital, podem possuir períodos
assintomáticos, ou seja, sem apresentar sintomas, e permanecer por toda a
vida. Isso contribui para o aumento da sua transmissão entre as pessoas
contaminadas.

A percepção dos riscos de adquirir uma IST varia de pessoa a pessoa.


Múltiplos parceiros, uso inadequado da camisinha, relação sexual
desprotegida e IST anterior são condições que aumentam as chances de
transmissão das IST.

Como identificar uma IST?

Saber identificar precocemente uma IST é a forma mais eficaz de iniciar o


tratamento e evitar complicações. Muitas ISTs têm evolução silenciosa,
podendo ficar anos sem manifestações visíveis no corpo. Por isso, é
importante observar o aparecimento dos seguintes sinais e sintomas:
Para além desses sinais, é importante observar se há dor durante a relação
sexual ou dor no baixo ventre (parte inferior do abdome). Esses também são
sintomas que podem indicar uma IST que não é visível, externamente, no
órgão genital.

Se não forem identificadas e tratadas a tempo, as IST podem gerar graves


complicações como infertilidade, câncer ou até a morte.

Como se proteger?

Para desfrutar da saúde sexual, é importante que você saiba como se proteger.
A prevenção deve ser feita pelo uso correto do preservativo masculino ou
feminino.

O preservativo masculino é uma capa fina de borracha que cobre o pênis,


durante a relação sexual, para impedir o contato do pênis com a vagina, ânus
ou boca. Já o preservativo feminino é um tubo feito de plástico macio, fino e
resistente, que já vem lubrificado e que se coloca dentro da vagina para
impedir o contato do pênis com a vagina.

Cuidados com o preservativo masculino

▪ Armazená-lo longe do calor, observando a integridade da embalagem e o


prazo de validade.
▪ Deve ser colocado antes da penetração, durante a ereção peniana.
▪ Apertar a extremidade do preservativo entre os dedos durante a
colocação, retirando todo o ar do seu interior.
▪ Ainda segurando a ponta do preservativo, desenrolá-lo até a base do
pênis.
▪ Deve-se usar apenas lubrificantes de base aquosa (gel lubrificante), pois a
utilização de lubrificantes oleosos (como vaselina ou óleos alimentares)
danifica o látex, ocasionando sua ruptura. O gel lubrificante facilita o sexo
anal e reduz as chances de lesão.
▪ Em caso de ruptura, o preservativo deve ser substituído imediatamente.
▪ Após a ejaculação, retirar o pênis ainda ereto, segurando o preservativo
pela base para que não haja vazamento de esperma.
▪ O preservativo não pode ser reutilizado e deve ser descartado no lixo (não
no vaso sanitário) após o uso.

O preservativo deve ser usado apenas na hora da


relação sexual e não atrapalha o prazer!
COMO USAR O PRESERVATIVO MASCULINO?

1 2
Colocar a camisinha com o pênis em Segure a ponta da camisinha com os
ereção, antes de qualquer contato do dedos para retirar o ar. Nenhuma bolha
pênis com a vagina, o ânus ou a boca. de ar deve ficar dentro, para que não
se rompa. A ponta da camisinha deve
ficar livre, para servir de depósito do
esperma após a ejaculação.

3
Colocar a camisinha na cabeça
do pênis e ir desenrolando até
cobri-lo completamente.
4
Imediatamente após a ejaculação e
antes do pênis ficar mole, retire a
camisinha segurando-a com cuidado
pela base, para que não vaze.

5 Cada camisinha só pode ser usada uma


única vez! Depois de usada, deve-se dar um
nó na camisinha, embrulhá-la em papel
higiênico e colocá-la no lixo.
COMO USAR O PRESERVATIVO FEMININO?

1 Observe se o 2 Você pode colocar a camisinha


feminina deitada de costas com as
envelope está
pernas dobradas, de cócoras, de pé,
fechado. Abra na
com uma perna apoiada em uma
extremidade
cadeira ou sentada na beira da cama
indicada pela seta.
e com os joelhos afastados.

3 4
Aperte a camisinha pela parte de fora do Com a outra mão, abra os grandes lábios
anel interno, com o dedo polegar e o e empurre o anel interno com o dedo
médio, formando um oito. indicador, até sentir o colo do útero.

5 7

Introduza um ou dois dedos na vagina, A camisinha feminina pode ser


para ter certeza de que a camisinha não removida imediatamente após a
ficou torcida e que o anel externo ficou retirada do pênis ou algum tempo
para fora, cobrindo os grandes lábios. depois. Para isso, segure as bordas
do anel externo e dê uma leve
torcida na camisinha, para evitar
que o esperma escorra, puxando-a
6 Fique atenta!
Segure o anel externo da camisinha
delicadamente para fora da vagina.

com uma das mãos e use a outra


para direcionar o pênis para dentro
da vagina, por dentro da camisinha.
!!!!!!!!!
Cuidados com o preservativo feminino

▪ Armazená-lo longe do calor, observando a integridade da embalagem e o


prazo de validade.
▪ Não deve ser utilizado juntamente com o preservativo masculino.
▪ Ao contrário do preservativo masculino, o feminino pode ser colocado
até antes da relação e retirado com tranquilidade após o coito, de
preferência antes que a mulher levante-se, para evitar que o esperma
escorra do interior do preservativo.
▪ O preservativo feminino já vem lubrificado; portanto, não é necessário
usar lubrificantes.
▪ Um novo preservativo deve ser utilizado a cada nova relação.

Para que a prevenção ocorra com maior eficácia, é importante unir


ferramentas de diferentes abordagens. A prevenção combinada associa o uso
do preservativo (masculino ou feminino) com outros métodos, como
testagem rápida, imunização para hepatites virais B e C e HPV,
disponibilizados pelo SUS. As unidades de saúde estão preparadas para
fornecer informações, realizar o diagnóstico, assim como o tratamento
precoce das IST. Portanto, sempre que necessário, procure a unidade de
saúde mais próxima da sua residência.
Diagnóstico e tratamento de IST

As IST são diagnosticadas por um profissional de saúde através do exame


clínico, testes rápidos e laboratoriais. As Unidades Básicas de Saúde (UBS), os
Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e os Serviços de Atenção
Especializada (SAE) são locais onde são realizados esses diagnósticos. Ao
observar algum corrimento, verrugas, feridas, ou dor durante a relação sexual
ou no baixo ventre, busque uma unidade de saúde para obter orientações e o
diagnóstico.

O tratamento é preconizado por medicamentos e outros produtos


apropriados para cada IST. O diagnóstico e tratamento precoce das pessoas
com IST e de seus parceiros sexuais interrompe o fluxo de transmissão, evita
as reinfecções e previne possíveis complicações.
Mitos e verdades sobre o envelhecimento

O envelhecimento humano ainda é cercado de tabus e crenças. Porém, nas últimas


décadas, o tema tem sido alvo de estudos sobre hábitos e comportamentos que
podem melhorar a qualidade de vida de idosos. Veja abaixo alguns mitos e
verdades sobre envelhecer com qualidade!

Idoso pode fazer exercício físico, mesmo que ele nunca tenha feito.
Verdade! Estudos importantes afirmam que praticar exercício físico ao longo da
vida é um fator de proteção não só da obesidade, mas de hipertensão, diabetes e
até depressão e Alzheimer. Além disso, a prática de exercício físico com orientação
profissional pode e deve ser realizada, mesmo após os 60 anos.

Palavras cruzadas previnem a Doença de Alzheimer.


Mito! Infelizmente ainda não existe atividade que previna a Doença de Alzheimer
ou outras demências. Palavras cruzadas, jogos de tabuleiro, baralho, entre outros,
podem estimular algumas funções cognitivas, como atenção e memória, e
também podem favorecer a interação com outras pessoas, mas isoladamente não
são consideradas formas de prevenção. Se gostar de realizar estas atividades, e
quiser usar o potencial do cérebro, lembre-se de diversificar o estímulo,
aprendendo novos jogos e ampliando o grau de dificuldade.

É normal o idoso ficar apático e triste.


Mito! Apatia e tristeza crônicas (sem causa aparente e que não passam) devem ser
avaliadas por um profissional de saúde para identificar as causas e as melhores
estratégias. É preciso saber diferenciar dias tristes e sem ânimo, de uma percepção
triste e apática sobre a vida.

Paramos de aprender coisas novas na idade adulta.


Mito! A capacidade de aprendizado se mantém até a velhice. O que muda é a
forma que o aprendizado ocorre e, principalmente, a adoção de estilo de vida
ativo ao longo da vida. A junção de exercícios aeróbios com atividades intelectuais
(ler, escrever, pintar, praticar um hobby...) são excelentes estratégias para manter a
capacidade de aprendizado do cérebro ao longo da vida.

Fazer atividades voluntárias podem ajudar a melhorar a qualidade de vida.


Verdade! Atividades voluntárias melhoram os níveis de ansiedade e sintomas
depressivos. Outro ponto importante é que, ao contribuir voluntariamente em
alguma ação, melhoram aspectos de autopercepção, autoestima e o autocuidado.
EXPEDIENTE

ORGANIZADORES E AUTORES
Brandel José Pacheco Lopes Filho – Bacharel em Educação Física (UFRGS). Mestre e
Doutor em Gerontologia Biomédica (PUCRS).
Bruno de Freitas Camilo – Bacharel e Licenciado em Educação Física (UIT). Mestre em
Educação Física (UFTM). Doutor em Atenção à Saúde (UFTM).

AUTORES
Angélica Aparecida Amarante Terra – Bacharel e Licenciada em Enfermagem (UFJF).
Mestre em Enfermagem (UFJF). Doutora em Saúde Coletiva (UFJF).
Camila Rosa de Oliveira – Graduada em Psicologia (UFRGS). Mestre em Psicologia
(PUCRS). Doutora em Gerontologia Biomédica (PUCRS).
Camilla Silva Machado Graciano – Bacharel em Direito (FESP/UEMG). Mestre em
Serviço Social (UNESP).
Daniela Coelho de Lima – Graduada em Odontologia, Mestrado e Doutorado em
Odontologia Preventiva e Social (UNESP).
Fábio de Souza Terra – Graduado em Enfermagem (UNIFAL). Mestre em Saúde
(UNIFENAS). Doutor em Ciências: Enfermagem Fundamental (USP).
Gabriel Tavares do Vale – Graduado em Farmácia (UNIFAL). Mestre e Doutor em
Farmacologia (USP).
Lara Andrade Souza – Bacharel em Fisioterapia (UFTM). Mestre em Educação Física
(UFTM). Doutora em Atenção à Saúde (UFTM).
Leidiane Mota de Oliveira – Graduada em Terapia Ocupacional (UNIUBE). Mestre e
Doutoranda em Atenção à Saúde (UFTM).
Luís Henrique Paloski – Graduado em Psicologia (URI). Mestre e Doutor em Psicologia
(PUCRS).
Márlon Martins Moreira – Bacharel em Nutrição (UFV). Mestre e Doutor em Atenção
à Saúde (UFTM).
Nayara Gomes Nunes Oliveira – Bacharel em Enfermagem (UFTM). Mestre e Doutora
em Atenção à Saúde (UFTM).
Neilzo Nunes Oliveira – Graduado em Medicina (UFTM). Mestrando em Atenção à
Saúde (UFTM).
Paulo Ricardo Prado Nunes – Bacharel e Licenciado em Educação Física (UNIFRAN).
Mestre em Educação Física (UFTM). Doutor em Ciências da Saúde (UFTM).
REFERÊNCIAS
ALVES, A. K. T. M.; PIUVEZAM, G. Higiene corporal nos idosos. In: PIUVEZAM, G.; NUNES, V. M. A. Guia
prático de cuidado à saúde da pessoa idosa. Natal, RN: EDUFRN, 2016.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE et al. Diretrizes de ACSM para os testes de esforço e sua
prescrição. 10 ed. Guanabara Koogan, 2018.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal:
Secretaria de Editoração e Publicações, 2020.
BRASIL. Estatuto do idoso: lei federal n.º 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF: Coordenação de
Edições Técnicas, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Detecção
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação
na Saúde. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde.
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais: Rename. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições
Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção
Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
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Bruno de Freitas Camilo
Brandel José Pacheco Lopes Filho

GUIA DO IDOSO
Envelhecendo com saúde e qualidade de vida

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