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SAÚDE COLETIVA

Prof.ª: Maria Eduarda de Matos


Enfermeira. Pós graduada em Estética.
Especialista em Saúde Publica e Saúde da Mulher.
Conceito de saúde de acordo com OMS

De acordo com os Registros Oficiais da


OMS publicados em 1948, o conceito de saúde que
direciona os trabalhos e campanhas da organização
entende a saúde como “Um estado de completo bem
estar físico, mental e social e não apenas como a
ausência de infecções ou enfermidades”.
Nascimento do SUS
A constituição de 1988 no capitulo VIII da Ordem
e na seção II referente à saúde define no artigo
196 que: “ A SAÚDE É DIREITO DE TODOS E
DEVER DO ESTADO”. Garantindo mediante
politicas sociais e econômicas que visem a
redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
CONSTITUIÇÃO DE 1988
SUS é instituído constitucionalmente (artigos 196 a 200). Isso
desencadeou a necessidade de novas leis. Lei 8080 e Lei 8142,
de 1990 que juntamente formam a “Lei Orgânica da Saúde”.

ANTES DE 1988 HOJE

O sistema público de saúde O sistema público de saúde é para


atendia a quem contribuía para a todos, sem discriminação. Desde a
Previdência Social. Quem não gestação e por toda a vida a
tinha dinheiro dependia da atenção integral à saúde é um
caridade e da filantropia. direito.

Centralizado e de Descentralizado, municipalizado e


responsabilidade federal, sem a participativo com 100 mil
participação dos usuários. conselheiros de saúde. Promoção,
Assistência médico-hospitalar. proteção, recuperação e
Saúde é ausência de doenças. 30 reabilitação. Saúde é qualidade de
milhões de pessoas com acesso vida. 152 milhões de pessoas têm
aos serviços hospitalares. no SUS o seu único acesso aos
serviços de saúde.
O SUS beneficia mais de 190
100% milhões
público deVigilância
brasileiros
em saúde, sanitária e
ambiental
Registro e fiscalização de
medicamentos
Assistência farmacêutica
Atenção básica
Distribuição de medicamentos
essenciais e antirretrovirais
Regulação da saúde
Bancos de sangue e muito
mais...
20% Privado / 80% Público Os serviços de atendimento
hospitalar público contam com
mais de 6.528 hospitais
credenciados (públicos,
privados e filantrópicos) e 38
mil Unidades Básicas de Saúde.
Os planos de saúde e
atendimento privado atendem
46,6 milhões de pessoas, mas é
o SUS que realiza 75% dos
procedimentos de alta
complexidade no País.
Objetivos do SUS
Vigilância nutricional e a orientação
alimentar.
Colaboração na proteção do meio ambiente
(trabalho);
Formulação da politica de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos e outros
insumos de interesse para a saúde e a
participação na sua produção.
Lei 8080 no Art.5°
Foram definidos como
princípios do SUS:
UNIVERSALIDADE: O acesso às ações e serviços deve ser
garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça,
renda, ocupação, ou outras características, sociais ou pessoais.
EQUIDADE: É um princípio de justiça social que garante a
igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie. A rede de serviços deve estar
atenta às necessidades reais da população a ser atendida;
INTEGRALIDADE: Significa considerar a pessoa como um todo,
devendo as ações de procurar atender à todas as suas
necessidades.
O que é e qual a importância da
Saúde Coletiva?
A Saúde Coletiva é uma área responsável por cuidar da
saúde da população, sempre de acordo com a
diversidade cultural e contexto social local. Esse campo
tem crescido e ganhado cada vez mais espaço
principalmente em comunidades consideradas em
situação de vulnerabilidade social ou onde há presença
forte de saberes tradicionais.
A saúde coletiva busca tratar questões sanitárias de
diferentes tipos de população respeitando sua
identidade cultural e social. A área é responsável por
atuar em uma série de demandas relacionadas ao meio
ambiente, epidemiologia e saúde em geral.
Promover o bem-estar social;
Garantir uma boa gestão da saúde em seus diversos
aspectos;
Incentivar o respeito a saberes tradicionais e
diversidade cultural;
Buscar administrar conflitos em diferentes contextos
sociais e de saúde;
Defender a transparência do uso de recursos da
saúde;
Monitorar e analisar dados relacionados a saúde e
população, entre outros.
EPIDEMIOLOGIA
Epidemiologia se trata de uma área da saúde pública que
busca compreender as causas e a distribuição de
doenças em uma população. Ela utiliza métodos
estatísticos e epidemiológicos para avaliar a frequência,
a gravidade e a distribuição de doenças, bem como as
possíveis causas de sua ocorrência.
Com base nesses dados, os profissionais
de saúde desenvolvem estratégias para prevenir e
controlar doenças, bem como conseguem identificar
populações vulneráveis que precisam de cuidados
específicos.
O que é Perfil Epidemiológico?

É um estudo feito para identificar o quadro geral de


saúde de uma população específica. Ele geralmente é
traçado por meio de questionários personalizados
abordando questões como hábitos de vida, doenças
prévias e histórico familiar, por exemplo.
Entre as ações que podem ser aplicadas com base nas
informações do perfil epidemiológico estão campanhas
de prevenção, palestras, programas de ginástica laboral
e oficinas de qualidade de vida.
Os dados coletados servem para indicar o quadro
geral da saúde dessas pessoas, dessa forma, as
informações relevantes para o estudo incluem:

Aspectos sociais e demográficos;


Condições ambientais;
Casos de morbimortalidade;
Hábitos de vida;
Histórico familiar;
Prevalência de doenças;
Gravidade das doenças.
A importância do perfil epidemiológico
nas açõesé preventivas:
O perfil epidemiológico uma peça fundamental para a
elaboração de programas de ações preventivas e de
promoção da saúde. Dessa forma, encaminha as ações para
uma realidade específica. Nesse sentido, os programas de
medicina preventiva podem ser direcionados para as
doenças mais comuns de uma população.
Sem o perfil epidemiológico, a instituição de saúde corre o
risco de criar estratégias de prevenção desconectadas da
realidade de seus clientes. Inclusive, é por esse motivo que
as empresas de saúde precisam fazer o perfil
epidemiológico com uma frequência mínima de 12 meses.
Isso porque, o perfil muda com o passar do tempo. Logo,
para estar sempre alinhado com as necessidades dos
pacientes, é preciso fazer este estudo todos os anos.
Vigilância epidemiológica:
A Definição,
Vigilância Objetivo
Epidemiológica no e Função.
Brasil é um sistema
complexo e abrangente, que visa monitorar, investigar e
controlar doenças e agravos de interesse à saúde
pública. Ela é fundamental para o planejamento e
execução de ações de prevenção e controle de doenças,
permitindo uma resposta rápida e eficaz a surtos e
epidemias.
O Ministério da Saúde é o principal responsável pela
coordenação da Vigilância Epidemiológica no Brasil, por
meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), que
estabelece diretrizes, normas e estratégias para sua
execução em todo o território nacional.
Funções da Vigilância Epidemiológica
A vigilância epidemiológica é realizada por meio
de um ciclo contínuo de funções inter-
relacionadas, permitindo monitorar
constantemente o comportamento de uma
doença ou agravo específico. Isso possibilita a
tomada oportuna de medidas de intervenção
adequadas para controlar efetivamente a
situação.
Entre as funções estão:
Coleta de dados;
Processamento de dados coletados;
Análise e interpretação dos dados processados;
Recomendação das medidas de prevenção e
controle apropriadas;
Promoção das ações de prevenção e controle
indicadas;
Avaliação da eficácia e efetividade das medidas
adotadas;
Divulgação de informações pertinentes.
Quais os profissionais que atuam
na Vigilância Epidemiológica?
Diversos profissionais da saúde atuam na
vigilância epidemiológica: dentistas,
farmacêuticos, biólogos, médicos, enfermeiros,
técnicos em saúde e tantos outros colaboradores
envolvidos com questões sanitárias e patológicas.
Atuação da Enfermagem na
Vigilância Epidemiológica
A participação da enfermagem nesse processo inicia-se na
fase pre-diagnóstica e compreende a coleta de informações
que possam auxiliar na detecção dos casos, confirmação do
diagnóstico, além da orientação e da coleta de material para
realização de exames.
Através do exame físico e da entrevista, cabe-lhe investigar a
presença de sinais e sintomas da doença, a história de
contatos, a existência de vulnerabilidade do agravo em foco, a
história pregressa de doenças infecciosas, os tratamentos
realizados e verificar se as pessoas com que o doente convive
foram acometidas por tal doença.
TERMINOLOGIA EPIDEMIOLÓGICA

Doenças transmissíveis e contagiosas


Doença infecciosa: É causada por um patógeno
Doença transmissível: É definida como doença
transmitida de pessoa para pessoa essa
transmissibilidade é especifica.
Doença contagiosa: É definida como a doença
transmissível que é facilmente transmitida de
uma pessoa para outra.
CLASSIFICAÇÃO DAS
DOENÇAS
1- SURTO: Aumento repentino do número de casos de uma doença em
uma região específica (cidade ou bairro) Doença causada por vírus,
bactéria, fungo, protozoário e parasita.
Ex: Aumento do número de casos de Conjuntivite no município de
Itapajé.
2- EPIDEMIA: Surto que acontece em várias regiões (cidades ou
estados).
Ex: Aumento dos casos de Dengue em 15 cidades no Ceará.
3- PANDEMIA: Epidemia que se alastra para outros países e
continentes.
Ex: Número de casos de Covid 19 no continente asiático.
4- ENDEMIA: São doenças características (comuns) de uma
determinada região.
Ex: Número de casos controlados de Febre amarela na região norte.
INDICADORES DE SAÚDE

Indicadores em saúde são medidas


epidemiológicas que fornecem
informações sobre o estado de saúde da
população, sobre fatores de exposição a
que ela está sujeita, e sobre o
desempenho de serviços de atenção à
saúde.
DEMOGRÁFICOS
Medem a distribuição de fatores determinantes da
situação de saúde relacionados à dinâmica populacional na
área geográfica referida;
Ex: índice de envelhecimento; taxa de fecundidade; taxa
bruta de natalidade; taxa bruta de mortalidade; taxa de
crescimento da população.
SOCIOECONÔMICOS
Medem a distribuição dos fatores determinantes da
situação de saúde relacionados ao perfil econômico e
social da população residente na área geográfica referida;
Ex: Taxa de desemprego; Taxa de trabalho infantil; Taxa de
analfabetismo.
MORTALIDADE
Informam a ocorrência e distribuição das causas de óbito
no perfil da mortalidade da população residente na área
geográfica referida;
Ex: Taxa de mortalidade infantil; Taxa de mortalidade
neonatal; Taxa de mortalidade específica por neoplasias
malinas; Taxa de mortalidade específica por doenças do
aparelho circulatório; Taxa de mortalidade específica por
AIDS.
MORBIDADE
Informam a ocorrência e distribuição de doenças e agravos
à saúde na população residente na área geográfica
referida;
Ex: Taxa de incidência de AIDS; Taxa de incidência de
Tuberculose; Taxa de incidência de Dengue; Taxa de
detecção de Hanseníase; Índice parasitário anual de
Malária.
FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO
Medem os fatores de risco, e/ou proteção que predispões
a doenças e agravos ou protegem da doenças e agravos;
Ex: Fatores de risco: consumo de fumo, álcool e outras
drogas. Proteção: Alimentação saudável, atividade física e
aleitamento materno.
RECURSOS
Medem a oferta e a demanda de recursos humanos, físicos
e financeiros para atendimento às necessidades básicas de
saúde da população na área geográfica referida.
Ex: Número de profissionais de saúde por habitante;
Número de leitos hospitalares por habitante; Número de
leitos hospitalares do SUS por habitante; Gasto público
com saúde per capita.
COBERTURA
Medem o grau de utilização dos meios oferecidos pelo
setor público e pelo setor privado para atender às
necessidades de saúde da população na área geográfica
referida.
Ex: Número de consultas médicas SUS por habitante,
Número de internações hospitalares SUS por habitante;
Proporção de partos hospitalares; Proporção de partos
cesáreos, Cobertura vacinal.

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