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Sistema Único de Saúde no Brasil,

Política Pública de Saúde da


Criança e do Adolescente

Profª. Luana Tonin


O Sistema Único de Saúde
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETE
MBRO DE 1990

Dispõe sobre as condições para a promoção,


proteção e recuperação da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes
e dá outras providências.
DAS DISPOSIÇÕES
GERAIS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser
humano, devendo o Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício.
        § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
formulação e execução de políticas econômicas e sociais que
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e
no estabelecimento de condições que assegurem acesso
universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação.
        § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da
família, das empresas e da sociedade
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da
população expressam a organização social e econômica
do País.
       
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as
ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade
condições de bem-estar físico, mental e social
O Sistema Único de Saúde:
Garantia: Constituição,
Regulamentação: L.O.S.
O Sistema Único de Saúde:

Princípios doutrinários:

Princípios organizativos:
O Sistema Único de Saúde:

Princípios doutrinários: filosofia do


conceito de saúde e da idéia de direito à
saúde.
Princípios organizativos:
O Sistema Único de Saúde:

Princípios doutrinários: filosofia do


conceito de saúde e da idéia de direito à
saúde.
Princípios organizativos: orientam a forma
como o sistema deve funcionar.
O Sistema Único de Saúde

Descentralização e
Comando Único
Participação
Popular
Universalidade
Eqüidade
Integralidade

Regionalização e
Hierarquização
O Sistema Único de Saúde

Universalidade

Princípio: trata da saúde como direito de cidadania. Sepulta o


modelo excludente anterior. É conseqüência direta da discussão
ampla do direito à saúde.
O Sistema Único de Saúde

Universalidade Princípio

CIDADANIA DIREITO DE ALGUNS


REGULADA

CIDADANIA PLENA DIREITO DE TODOS


O Sistema Único de Saúde

Equidade

Princípio: assegura que a disponibilidade dos serviços de saúde


considere as diferenças entre os diversos grupos de indivíduos.
O Sistema Único de Saúde

Universalidade Princípio

Acesso Universal aos Operacionalização


serviços

Equidade Conceito
O Sistema Único de Saúde

Equidade Igualdade

Tratar os
Justiça desiguais
desigualmente
O Sistema Único de Saúde

Equidade Igualdade

O reflexo da estratificação da sociedade, cuja característica é o fato


dos indivíduos, inseridos em relações sociais, terem chances
diferentes de realizar seus interesses materiais.
O Sistema Único de Saúde

Integralidade

Princípio: é a prática de saúde e sua relação com o


modelo assistencial. “cada pessoa é um todo indivisível e
integrante de uma comunidade”.
O Sistema Único de Saúde

Descentralização e
Comando Único
Participação
Popular
Universalidade
Equidade
Integralidade

Regionalização e
Hierarquização
O Sistema Único de Saúde

Descentralização e
Comando Único
O Sistema Único de Saúde

Descentralização e Comando
Único
Participação
Popular
Universalidade
Equidade
Integralidade

Regionalização e
Hierarquização
O Sistema Único de Saúde

Descentralização e Comando
Único
Participação
Popular
Universalidade
Equidade
Integralidade

Regionalização e
Hierarquização
O Sistema Único de Saúde
Conselhos de Saúde
(nos 3 níveis)
Participação
Popular Governo
Usuários
Trabalhadores
da saúde
Prestadores

Conferências de Saúde
(nos 3 níveis)
O Sistema Único de Saúde

Definido na Constituição de
1988
Regulado pela LOS 8080/8142
- 1990
Detalhado pelas NOBs 91, 92,
93 e 96
Dos Objetivos e Atribuições
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
        I - a identificação e divulgação dos fatores
condicionantes e determinantes da saúde;
        II - a formulação de política de saúde destinada a
promover, nos campos econômico e social, a observância do
disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
        III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
realização integrada das ações assistenciais e das atividades
preventivas.
POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL A
SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

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HISTÓRICO

Em 1984, foram estabelecidas as diretrizes para
elaboração, implantação e implementação do
Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança
em parcerias com os estados e municípios – PAISC.
 Foi a partir dessas diretrizes que as ações básicas de
assistência integral à saúde da criança foram
formuladas pelo Ministério da Saúde no contexto da
política de expansão e consolidação dos serviços
básicos de saúde.
 Participaram desse processo os ministérios da área
social que possuem interface com as atividades de
proteção, promoção, recuperação e reabilitação da
saúde infantil.
Promover a saúde da criança de forma integral, dando prioridade ao
atendimento de crianças pertencentes a grupos de risco, com o intuito de
REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL.

PROMOÇÃO DA SAÚDE
INTEGRAL DA CRIANÇA

 MORTALIDADE
INFANTIL
AÇÕES DE PREVENÇÃO
DE AGRAVOS E
ASSISTÊNCIA

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CUIDADO EM SAÚDE

VISÃO INTEGRAL

ACOLHIMENTO RESPONSABILIZAÇÃO
VÍNCULO

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Doenças imunopreviníveis (sarampo, pólio, tétano
acidental e neonatal, coqueluche, difteria), número
de casos. (Brasil)
160.000
153.128
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
3.124
0
1980 2000
Óbitos por doenças imunopreviníveis (sarampo,
pólio, tétano acidental e neonatal, coqueluche,
difteria) Brasil.
6.000
5.495
5.000

4.000

3.000

2.000

1.000
277
0
1980 2000
Também se observa admirável controle da
morbimortalidade por doenças imunopreveníveis
e diarreia, grande diminuição dos índices de
desnutrição e melhora crescente nos indicadores
de aleitamento materno.

(BRASIL, 2018)
Por outro lado, o Brasil vem enfrentando novos
desafios.

A identificação de novos agentes infecciosos e o


ressurgimento de doenças , até então
(inclusive imunopreveníveis)

consideradas sob controle, ao lado dos efeitos do


envelhecimento populacional e da violência
urbana

(BRASIL, 2018)
As altas taxas de parto cesáreo e da
prematuridade, ao mesmo tempo em que
crescem a prevalência da obesidade na infância e
os óbitos evitáveis por causas externas (acidentes
e violências), além das doenças em razão das
más condições sanitárias, apontam a
complexidade sociocultural e de fenômenos da
sociedade contemporânea que afetam a vida das
crianças

(BRASIL, 2018)
• Ações da Saúde da Mulher
• Atenção Humanizada e Qualificada à Gestante e RN (PACS e
ESF)
• Triagem Neonatal (5º dia de vida**): Hipotireoidismo,
Fenilcetonúria, Anemia Falciforme e Fibrose Cística. Exames
laboratoriais / Busca Ativa dos casos suspeitos / Confirmação
Diagnóstica / Acompanhamento Multiprofissional Especializado / Tto
pacientes detectados. PORTARIA GM/MS 822/2001 (Programa
Nacional de Triagem Neonatal)

34
FONTE: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/gif/PNTN_Pezinho.gif
• Incentivo a Aleitamento Materno PORTARIA MS 2.051 (Proteção
Integral ao Aleitamento Materno);
• Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento: Cartão da
Criança até 6 anos;
• Alimentação Saudável e Prevenção de Sobrepeso e Obesidade
Infantil;
• Combate à Desnutrição e Anemias Carenciais;
• Imunização: 95% das crianças que nascem ao ano!!

35
FONTE: http://evs2saudeeducacao.blogspot.com.br/
• Atenção às Doenças Prevalentes: diarréias, sífilis e rubéola congênitas,
tétano neonatal, HIV/AIDS, doenças respiratórias e Alergias;
• Atenção à Saúde Bucal;
• Atenção à Saúde Mental;
• Prevenção de Acidentes, Maus-Tratos / Violência e Trabalho Infantil
PORTARIA GM/MS 1968/2001 (Notificação Obrigatória de Maus-Tratos
contra Criança e Adolescentes).
• Atenção à Criança Portadora de Deficiência.

36
FONTE: http://www.memorialdainclusao.sp.gov.br/br/anexo3/so55.shtml
37
NASCIMENTO SAUDÁVEL

 Anticoncepção e Concepção
 Prevenção, Diagnóstico e Tratamento das DST’s
 Saúde dos Adolescentes
 Atenção ao Pré-Natal, Parto e Puerpério
 Urgência e Emergência Materna e Neonatal

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FONTE: http://bebeatual.com/
MENOR DE 1 ANO

 Cuidados com o RN
 Acompanhamento do RN de Risco
 Triagem Neonatal
 Aleitamento Materno
 Saúde Coletiva em Instituições de Saúde Infantil
 Atenção às Doenças Prevalentes: desnutrição, diarréias,
anemias carenciais e doenças respiratórias

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FONTE: http://kekobaby.wordpress.com/category/saude-2/page/3//
1 a 6 ANOS
7 a 10 ANOS

 Saúde Coletiva em Instituições de Educação


 Atenção às Doenças Prevalentes: desnutrição, diarréias,
anemias carenciais e doenças respiratórias

40
FONTE: http://meyer.com.br/Cursos.aspx?cod=58
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ATUALIZAÇÃO 2018
ATUALIZAÇÃO 2018

(BRASIL, 2018)
(BRASIL, 2018)
As ações de promoção à saúde, prevenção
de agravos e de assistência à criança
pressupõem o compromisso de prover
qualidade de vida para a criança crescer e
desenvolver todo o seu potencial.
As linhas de cuidado prioritárias corroboram
os compromissos do Brasil com os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio, com o
Pacto de Redução da Mortalidade Materna e
Neonatal, com o Pacto pela Saúde.
Interfaces da Saúde Integral da Criança
(BRASIL, 2018)
ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇA COM
DOENÇA CRÔNICA
Crianças que apresentam condições crônicas de
saúde com uma gama variada de etiologias e
prevalências distintas, que vão desde doenças
como problemas alérgicos, obesidade, diabetes,
hipertensão, distúrbios neurológicos, câncer e
problemas de saúde mental até doenças raras
como síndromes genéticas e metabólicas,
lembrando ainda, que as condições crônicas de
saúde apresentam um largo espectro de
gravidade (MOREIRA; GOMES; SÁ, 2014).
Crianças com Necessidades
Especiais de Saúde (CRIANES)
TIPO DE NECESSIDADE DIFERENCIADA DAS
DEMAIS CRIANÇAS

(CARDIM; NORTE; MOREIRA, 2013; NEVES, CABRAL, SILVEIRA, 2013; REIS et al., 2017)
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. DEPARTAMENTO
DE ATENÇÃO BÁSICA. Saúde da Criança: acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento infantil. Brasília, DF: 2002.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2012.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AIDPI Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância:
curso de capacitação: introdução: módulo 1. / Ministério da Saúde, Organização Mundial da
Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde. – 2. ed. rev., 1.ª reim- pressão – Brasília: Ministério
da Saúde, 2003.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas. Agenda de compromissos para a saúde integral da criança e
redução da mortalidade infantil / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Combate às Carências Nutricionais. 1.ed.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2001.
PASTORAL DA CRIANÇA. Guia do Líder da Pastoral da Criança. 10.ed.rev. Curitiba: 2007.
BRASIL. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Protocolo de Atenção à Saúde do
Adolescente. 2.ed. Curitiba, PR: Secretaria Municipal de Saúde; 2006.
BRASIL. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Programa Crescendo com Saúde. 1.ed. Curitiba, PR: Secretaria Municipal
de saúde; 2001.

BRASIL. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Protocolo da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em


Situação de Risco para a Violência. 3.ed. Curitiba, PR: Secretaria Municipal de Saúde; 2008.

BRASIL. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Programa Mãe Curitibana: Pré-Natal, Parto, Puerpério e Atenção ao
Recém-Nascido.3.ed. Curitiba, PR: Secretaria Municipal de Saúde, 2005.

http://www.saude.curitiba.pr.gov.br/index.php/programas/saude-da-crianca/sobre-saude-da-crianca. Acesso em 17 de julho de


2012.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 825, de 25 de abril de 2016. Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS) e atualiza as equipes habilitadas. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 25 de abril de 2016, 2016b.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0825_25_04_2016.html>. Acesso em: 05 dez. 2016.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança : orientações para implementação / Ministério da Saúde. Secretaria de
Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018. Disponível
em:file:///C:/Users/luana/Downloads/Poli%CC%81tica%20Nacional%20de%20Atenc%CC%A7a%CC%83o%20Integral%20a
%CC%80%20Sau%CC%81de%20da%20Crianc%CC%A7a%20-%20PNAISC.pdf

MOREIRA; GOMES, R.; SÁ, M. R.C. de. Doenças crônicas em crianças e adolescentes: uma revisão bibliográfica. Ciência &
Saúde Coletiva, v. 19, n. 7, p. 2083-2094, jul. 2014.

51
•CARDIM, M.G.; NORTE, M.S.; MOREIRA, M.C.N. Accession of children and adolescents to anti-retroviral
therapy: strategies for care. Rev Pesqui Cuid Fundam [online], v.5, n. esp, p.82-4, 2013. Disponível:
<http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000098&pid=S0120-
5307201500030001300013&lng=en>. Acesso em: 02 abril. 2018.
•NEVES, E.T.; CABRAL, I.E.; SILVEIRA, A. Family network of children with special health needs:
implications for nursing. Rev Latino-Am Enferm., Ribeirão Preto, v.21, n.2, p. 562-70, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692013000200562&script=sci_arttext>. Acesso em: 08 set.
2017.
•REIS ALVES, GABRIELA VILAÇA; LOMBA, GABRIELA DE OLIVEIRA. A vivência da familia no cuidado
domiciliar à criança com necessidades especiais de saúde. Ciencia y Enfermería, v. 23, n. 1, p. 45-55,
2017.
•NASCIMENTO, JD. A vivência do Paciente em Cuidado Domiciliar. Tese de Doutorado em andamento.
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPR. 2018.
•RICE, R. Cuidados Domiciliares Centrados na Família. In: Hockenberry, Wilson. Fundamentos de
Enfermagem Pediátrica, 2014.
•BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno
de atenção domiciliar. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 2 v. Disponível em:
<http://189.28.128.100/dab/docs/geral/CAD_VOL1_CAP4.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2016.
•TONIN, L. Aplicação do Modelo de Cuidado Transpessoal em Enfermagem Domiciliar à crianças com
necessidades especiais de saúde e seus familiares. Dissertação. Universidade Federal do Paraná.
Disponível em:https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/53490/R%20-%20D%20-%20LUANA
%20TONIN.pdf?sequence=1&isAllowed=y
•BROWN, T. Especificidades Pediátricas das Intervenções de Enfermagem. In: Hockenberry, Wilson.
Fundamentos de Enfermagem Pediátrica, 2014. 52

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