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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 2

2 ORGANIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DA


SAÚDE 3

3 ASPECTOS HISTORICOS ...................................................................... 7

4 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL ............. 10

5 VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE .................................................. 13

5.1 INFORMAÇÕES EM SAÚDE E AMBIENTE: A CONSTRUÇÃO DE


INDICADORES 14

5.2 DOENÇAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO AMBIENTAL


INADEQUADO (DRSAI) ............................................................................................ 15

5.3 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUA ........... 19

5.4 O RISCO DO ESCORPIÃO-AMARELO................................................. 22

6 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS EM VIGILANCIA AMBIENTAL ......... 24

6.1 SAÚDE, SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE ....................................... 26

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 36

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa


disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser


seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ORGANIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE

Observa-se nas últimas décadas uma preocupação crescente relacionada ao


uso da informação pelos diversos setores ligados ao ambiente, e saúde, com vistas a
adquirir subsídios para tomada de decisão. Dessa forma, procura-se conhecer as
diversas partes dos processos que envolvem o homem e sua inter-relação com o meio
ambiente. Desde os tempos remotos, já havia preocupação com informações tidas
como essenciais, a exemplo podemos citar a contagem da população e as estatísticas
de morbimortalidade (GONÇALVES, 2011).

O movimento ambientalista, que passou a ganhar força nos anos 1960 e 1970,
contribuiu sobremaneira para a ampliação da compreensão dos problemas
ambientais, antes restritos aos aspectos de saneamento e controle de vetores, bem
como para a recuperação da estrutura política e social relacionadas a estes, as
condições ambientais adversas nos países em desenvolvimento passaram a ser
identificadas como riscos à saúde, que geraram a necessidade de estudar e intervir
sobre novos problemas, bem como abordar antigos problemas em uma nova
perspectiva integradora. Essa tendência apontou a necessidade de superação do
modelo de Vigilância à Saúde baseado em agravos, incorporando a temática
ambiental nas práticas da Saúde Pública (ROHLFS et al., 2011).

Retomando a questão, Mota & Carvalho (1999) apud Gonçalves (2001),


afirmam que “a informação é essencial à tomada de decisões”, e que é importante
para o setor da saúde conhecer o perfil de morbidade e mortalidade, os principais
fatores de riscos e seus determinantes, as características demográficas e informações
sobre os serviços ofertados: disponibilidade de recursos humanos, de infraestrutura e
financeiros. Neste contexto, o conhecimento se aplica ao planejamento, à organização
e à avaliação das ações de saúde e serviços. Além disso, na área da saúde, a
informação é essencial tanto para o cuidado individual quanto para o enfrentamento
dos problemas coletivos.

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Para atender às necessidades de informação do setor saúde, nasceram os
Sistemas de Informação em Saúde - SIS com o objetivo de apoiar a gestão dos
serviços, orientando a implantação de modelos de atenção, de promoção da saúde e
das ações de prevenção e controle, pois, o conhecimento sobre a situação de saúde
possibilita estabelecer prioridades de alocar recursos de forma direcionada para a
mudança positiva das condições de saúde das populações (Mota & Carvalho, 1999
apud GONÇALVES, 2001).

Os Sistemas de Informação em Saúde -SIS, estão subdivididos em diversos


segmentos e geralmente operam na lógica do paradigma biomédico (Paim, 1997 apud
GONÇALVES, 2001), ou seja, contempla informações relativas ao “indivíduo e o
processo mórbido” que a ele se associa. Assim o Sistema de Informação da
Mortalidade -SIM congrega dados sobre causas básicas e secundárias do óbito; o
Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos-SINASC processa dados sobre o
nascimento, vitalidade fetal, pré-natal entre outros; o Sistema de Informações
Hospitalares -SIH, registra os dados da Autorização de Internação Hospitalar; e o
Sistema de Informação de Agravos Notificáveis-SINAN, processa os dados das
doenças de notificação compulsória.

Nas décadas de 70 a 90 deu-se um grande avanço com a difusão dos


microcomputadores. Dados arquivados em meio magnético possibilitaram
compatibilizar informações dos variados sistemas e sua manipulação em nível local.
Na área da saúde, diversos dados encontram-se estruturados permitindo seu uso e
interpretação por diversos usuários.

No entanto, se esses dados estão disponíveis sua utilização é limitada em


geral, pela ausência de integração, qualidade e apresentação dos Sistemas de
Informação em Saúde (Barcellos & Santos, 1997 apud GONÇALVES, 2001). Ou seja,
esses variados sistemas, apesar de fornecerem informações de saúde, não estão
integrados entre si. Determinadas análises encontram obstáculos, difíceis de serem
efetivados devido à incompatibilidade de variáveis e principalmente das Unidades

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Mínimas de Agregação-UMA. Como exemplo, quando se objetiva correlacionar óbitos
por Setor Censitário (FIBGE). O SIM tem como Unidade Mínima de Agregação-UMA
a cidade, o município e o bairro, e a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística-FIBGE, tem como UMA o setor censitário, que é a divisão do bairro, da
cidade ou do município em diversos estratos.

O ambiente não é contemplado nos tradicionais SIS, as informações são


restritas à doença, onde não há apreensão dos contextos, que caracterizam o
processo saúde-doença. (Paim,1997 apud GONÇALVES, 2001). A saúde é resultante
de uma série de processos interligados no qual o ambiente é sabidamente um
condicionante. Nos Sistemas de Informação em Saúde, os eventos são apresentados
de forma descontextualizada. O ambiente, espaço onde se dá a luta por melhores
condições de vida e saúde é desconsiderado (Castellanos,1997 apud GONÇALVES,
2001).

Na tentativa de englobar o meio ambiente junto à saúde, recentemente, o


Sistema de Informação da Atenção Básica-SIAB, aparece como uma possibilidade de
superação dessas dificuldades, este SIS compatibiliza as informações do Programa
de Agentes Comunitários de Saúde-PACS e do Programa Saúde da Família-PSF.

O processamento dos dados se dá em uma lógica de informações que


qualifica de algum modo os dados de Morbimortalidade e do Ambiente. O SIAB agrega
informações sobre ocorrências dos agravos à saúde; produção ambulatorial do
PACS/PSF; do pré-natal e da puericultura; do atendimento a determinados grupos
vulneráveis como os Hipertensos, Diabéticos. No âmbito ambiental, fornece
informações sobre o domicílio, a oferta de serviços de infraestrutura urbana como
água, esgoto e lixo (MS,1998). É valido exaltar é sua interseção com outros Sistemas,
como os Sistema de Informação sobre Nascimentos-SINASC, Sistema de Informação
da Mortalidade-SIM, Sistema de Informações Hospitalares-SIH, Sistema Nacional de
Informações sobre Agravos Notificáveis SINAN, e Censo da Fundação Instituto

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Brasileiro de Geografia e Estatística -FIBGE, cuja representação esquemática pode
ser descrita na figura:

Figura – 1

Fonte: GONÇALVES (2001).

Como pode ser visto nesta figura, o SIAB atua como uma interseção de outros
SIS; havendo assim variáveis comuns a esses diversos sistemas e ainda destinguindo
outras variáveis que são específicas de cada um. Percebe-se que existe ligação do
Censo da FIBGE com os demais SIS, especialmente no cálculo de taxas e coeficientes
que utilizam o dado populacional, sendo esta informação fornecida pela FIBGE.

Assim, esses sistemas são complementares entre si, apesar da não


correspondência das Unidades Mínimas de Agregação em sua totalidade
(Barcellos,1997 apud GONÇALVES, 2001).

O SIAB configura uma proposta nova que permite monitorar as mudanças no


perfil epidemiológico com maior rapidez, pois sua tomada de dados é contínua,
tornando a informação mais contextualizada, fundamental para equipe e para os
usuários. Assim, pode melhor subsidiar ações de saúde, tornando-a mais eficiente e
eficaz (MS, 1998 apud GONÇALVES, 2001).

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No entanto, em observações iniciais, observa-se ainda, que as equipes do
PACS/PSF não utilizam devidamente o SIAB em sua totalidade principalmente com
relação às informações do Ambiente. Embora o SIAB possibilite análises do tipo
ambiente e saúde, sua finalidade tem sido preponderantemente voltada para atender
a demandas relacionada ao repasse de dinheiro do Ministério da Saúde para o
município, cada vez mais vinculadas ao envio dos dados do SIAB atualizados (MS,
2000 apud GONÇALVES, 2001).

Devido a isto os dados do SIAB, são processados “às pressas”, para cumprir
os prazos, cujo objetivo é a manutenção do teto financeiro dos programas implantados
(PSF/PACS). A não utilização pelas equipes e usuários dos locais de onde vêm as
informações, impossibilita ajustes e aprimoramentos ao sistema, bem como a perda
de oportunidade de orientar o planejamento e a tomada de decisão.

É importante considerar que na implantação e implementação deste sistema,


apareceram possibilidades de vieses, à medida que em geral não houve treinamento
que objetivasse o nivelamento dos Agentes Comunitários de Saúde para o
preenchimento dos questionários. Assim, procura-se compreender estes dados e
correlacioná-los com informações de outros sistemas, a fim de identificar a qualidade
destas informações e sua utilidade para ações de prevenção e proteção à saúde
(GONÇALVES, 2001).

3 ASPECTOS HISTORICOS

Desde dos tempos antigos, no texto Hipocrático Ares, Águas e Lugares do


século V a.C, conseguimos perceber um sistemático esforço de compreensão das
relações entre o ambiente (clima, solo, água, solo, por exemplo) e doenças. Porém,
foi somente a partir de meados do século XIX que encontramos a inclusão dos
aspectos sociais, ao lado dos ambientais, como parte deste processo. No século XX,
seria a partir da década de 70 que foram criadas as bases para o modo de

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compreensão atual e os avanços que vem se processando nestes 20 anos do SUS
em relação ao tema (NETTO. G. F et al., 2009).

Mesmo a relação entre saúde e condições de vida de grupos e classes sociais


estarem registradas desde dos tempos antigos, é apenas com o desenvolvimento da
¨Medicina Social¨, durante os séculos XVIII e XIX, que aparecem as pesquisas
sistemáticas sobre o processo saúde-doença como também as proposições políticas
subsidiadas por esse tipo de saber, isto é, para intervir, que buscando solucionar os
problemas de saúde que afligem as populações (ROSEN,1980 apud GONÇALVES,
2001).

No início século XIX executam-se estudos pioneiros sobre mortalidade.


Assim, em 1828, Villermé demonstrou que as taxas de mortalidade na França estavam
ligadas às condições de vida das diferentes classes sociais e dos diferentes bairros
de Paris (ROSEN, 1980 apud GONÇALVES, 2001). A análise da situação da classe
trabalhadora na Inglaterra, por sua vez, recorria a uma reflexão teórica sobre a
organização social, assim como as evidências empíricas baseadas em estudos de
relatórios oficiais acerca da distribuição desigual da mortalidade e da morbidade
(ENGELS,1975 apud PAIM,1997).

Assim, tornou-se possível uma explicação da condição a partir das relações


entre o desenvolvimento da classe produtiva, vinculado à industrialização, e os
processos sociais, como a urbanização, a questão agrária, as migrações e a formação
do exército industrial de reserva, ou seja, o excedente populacional exposto à miséria
e aos graves problemas de saúde (PAIM, 1997 apud GONÇALVES, 2001).

Com a contenção do movimento Social dessa época e as descobertas da


microbiologia, os conceitos acerca da causalidade tornaram-se mais ultrapassados. A
relevância dos fatores sociais na formação e na evolução dos problemas de saúde
foram vistos como secundários ou mesmo ignorados (ROSEN,1980 apud
GONÇALVES, 2001). Passaram para o primeiro plano do interesse dos

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pesquisadores as “causas necessárias”, de acordo com os postulados de Stuart Mills
--constituindo o período de hegemonia das teorias unicausais da doença, em que a
questão social aparece apenas como contexto (Paim, apud Barata, 1997).

No início dos anos 70 era realizada a Conferência das Nações Unidas Sobre
o Ambiente Humano (Conferência de Estocolmo, 1972) e publicado o Relatório
Lalonde (Canadá, 1974). Na primeira, o meio ambiente que foi modificado pelo
homem surge como um dos grandes temas, afetando-o por meio de doenças como
as causadas pela poluição. Na segunda, são lançados os alicerces do movimento de
promoção da saúde, o que significa uma renovação da Saúde Coletiva ao deslocar o
foco de atenção de práticas voltadas para aspectos biomédicos para uma perspectiva
que tem a saúde ambiental como uma de suas dimensões (NETTO. G. F et al., 2009).

Nos anos 80, 1986 foi um marco. Foi realizada a histórica VIII Conferência
Nacional de Saúde que propôs uma concepção ampliada da saúde como expressão
de formas de organização da vida social; foi publicada a Carta de Ottawa, introduzindo
um conceito de saúde levando em consideração os determinantes sociais e um
ambiente saudável; e lançou o Projeto Cidades Saudáveis pela OMS, que propôs uma
estrutura para compreender e administrar os problemas de saúde que afetam uma
grande proporção da população urbana. No ano seguinte, em 1987, foi publicado o
Relatório Nosso Futuro Comum, um marco na articulação das questões sociais e
ambientais nos processos de desenvolvimento, sendo a saúde uma das edições.
Entre o início dos anos 70 e a Constituição de 1988, encontramos uma série de
acontecimentos e movimentos, dentro e fora do setor saúde, que acabaram por
levantar questões ambientais e de saúde mediadas pelos determinantes sociais como
questões fundamentais das gerações presentes e futuras (NETTO. G. F et al., 2009)

Nos anos 90 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (Conferência do Rio em 1992), resultando na Agenda
21, um programa de ações para o século XXI. Constitui um marco na questão
ambiental e nos seus primeiros capítulos dedicado um à saúde ambiental como

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prioridade social para a promoção da saúde. Em 1995, como parte do movimento do
setor saúde neste processo, é realizada a Conferência Pan-Americana Sobre Saúde,
Ambiente e Desenvolvimento em Washington. Em 1997, ao se aproximar dos dez
anos do SUS, o Ministério da Saúde formula o projeto Vigisus, dando início a
estruturação e institucionalização da vigilância em saúde ambiental no âmbito do
Ministério da Saúde, resultando no decreto 3.450 de 2000 e na Instrução Normativa
SVS/MS no 1 de 2005. Em 2006, a CGVAM publica pela primeira vez o portfólio com
dados e indicadores sobre saúde ambiental, organizado em uma perspectiva que
inclui simultaneamente determinantes sociais e econômicos que levam a mudanças
na situação ambiental, exposições e efeitos sobre a saúde (NETTO. G. F et al., 2009)

Nesses 20 anos de SUS, a saúde ambiental deve ser compreendida como


uma nova área da SUS e como parte de uma saúde pública renovada. A saúde
ambiental não é apenas parte do movimento de promoção da saúde, mas também
assume o debate sobre os determinantes sociais da saúde expressos em relatórios
da OMS (WHO, 2008) e da Comissão Nacional de Determinantes Saúde Social Saúde
(CNDSS, 2008). Apesar de todos os avanços que temos feito, continuamos a vivenciar
a realidade de que uma higiene ambiental inadequada reflete um quadro de exclusão
social combinada com novos problemas de saúde. Um dos desafios que a Saúde
Ambiental enfrentou nestes poucos anos é definir e gerar um conjunto de indicadores
que forneçam subsídios para o processo de tomada de decisão e planejamento de
políticas públicas que não se limitem a Foco nos impactos na saúde, mas isso implica
a compreensão do quadro socioeconômico e das mudanças ambientais e permite
avançar na ação intersetorial. Neste texto, como parte desse desafio, propomos, a
partir de indicadores selecionados, a construção de uma matriz lógica que suporte a
análise dos dados e os processos de tomada de decisão (NETTO. G. F et al., 2009)

4 ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL

De acordo com Rohlfs. D. B et al (2011). A área de Vigilância em Saúde


Ambiental (VSA) começou a ser implantada pela Fundação Nacional de Saúde

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(Funasa), com base no Decreto nº 3.450/2000, que estabeleceu, dentre suas
competências, “a gestão do sistema nacional de vigilância ambiental”. No início, as
atividades da VSA foram centradas na capacitação de recursos humanos, no
financiamento da construção e reforma dos Centros de Controle de Zoonose e na
estruturação do Sistema de Informação da Qualidade da Água para Consumo
Humano (Sisagua).

Em 2001, as competências da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde


Ambiental (CGVAM) foram instruídas por meio da Instrução Normativa Funasa nº
01/2001.

Houve em 2003, uma reformulação do Ministério da Saúde, através da


publicação do Decreto n° 4.726, onde foi criada a Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS), que passou a ter como uma de suas competências a gestão do Subsistema
Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA), compartilhada com os
Estados, Municípios e o Distrito Federal em articulação com fóruns intra e
intersetoriais e o controle social. Assim, a área de Saúde Ambiental foi incorporada ao
Ministério da Saúde, para atuar de forma integrada com as vigilâncias sanitária e
epidemiológica, no âmbito da SVS (ROHLFS. D. B et al., 2011).

A atualização das competências da Vigilância em Saúde Ambiental veio


através da IN SVS nº 01/2005 na qual foram delimitadas as áreas de atuação do
SINVSA: água para consumo humano; ar; solo; contaminantes ambientais e
substâncias químicas; desastres naturais; acidentes com produtos perigosos; fatores
físicos; e ambiente de trabalho. Além disso, incluíram os procedimentos de vigilância
epidemiológica das doenças e agravos decorrentes da exposição humana a
agrotóxicos, benzeno, chumbo, amianto e mercúrio (ROHLFS. D. B et al., 2011).

No processo de consolidação, os caminhos percorridos construíram avanços


técnicos e operacionais com resultados positivos na implementação da Vigilância em
Saúde Ambiental dentro da estrutura do SUS. Atualmente, a CGVAM é parte do

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Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST),
instituído pelo Decreto nº 6.860/2009 e regulamentado pelo Decreto nº 7.530/2011,
possibilitando melhor integração das ações de vigilância em saúde ambiental e saúde
do trabalhador nos territórios (ROHLFS. D. B et al., 2011). De acordo com o autor
citado:

Desde a criação da SVS em 2003, no contexto do Sistema Nacional de


Vigilância em Saúde, a integração das vigilâncias foi se fortalecendo nas três
esferas de governo, impulsionada pela relevância das doenças e agravos não
transmissíveis, devido à necessidade de aperfeiçoamento de ações de
promoção da saúde, redução da morbimortalidade da população em geral e
dos trabalhadores em particular, devido à preocupação com os riscos à
saúde, caracterizados pelos quais podem afetar negativamente a saúde de
populações humanas, e pela urgência em organizar respostas rápidas em
emergências de saúde pública, conceituadas como os eventos
extraordinários que constituem risco à saúde pública para outro Estado, por
meio da propagação internacional de doenças e por requerer uma resposta
internacional coordenada. As emergências de saúde pública englobam os
eventos de natureza infecciosa e transmissíveis, como surtos, pandemias e
epidemias, mas contemplam ainda problemas de saúde de natureza química,
radionuclear ou decorrentes de desastres ambientais, como terremotos,
inundações ou secas e acidentes com produtos perigosos (ROHLFS. D. B et
al., 2011).

A integração das vigilâncias ganhou respaldo com a publicação da Portaria


do Ministério da Saúde nº 3252, de 22 de dezembro de 2009, que veio ratificar a
necessidade de atuação conjunta das vigilâncias: epidemiológica, sanitária, da
situação de saúde, da saúde ambiental, da saúde do trabalhador, e da promoção da
saúde, com o intuito de controlar determinantes, riscos e danos à saúde de
populações que vivem em determinados territórios, garantindo uma atenção integral,
o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde.

A Vigilância em Saúde Ambiental caracteriza-se como um dos componentes


da Vigilância em Saúde. É definida como um conjunto de ações que proporcionam
conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes
do meio ambiente que agem na saúde humana, com a função de identificar as
medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às
doenças ou a outros agravos à saúde (ROHLFS. D. B et al., 2011).

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A publicação do Decreto nº 7.336, de outubro de 2010, atualizou as
competências da SVS, quanto à responsabilidade nacional da gestão da
vigilância em saúde ambiental, executada pela CGVAM, a qual compete: a
gestão do SINVSA; a coordenação e implementação da política e o
acompanhamento das ações de Vigilância em Saúde Ambiental; a proposição
e desenvolvimento de metodologias e instrumentos de análise e comunicação
de risco em vigilância ambiental; o planejamento, coordenação e avaliação
do processo de acompanhamento e supervisão das ações de vigilância em
saúde ambiental; e a gestão do Sistema de Informação da Vigilância em
Saúde Ambiental (ROHLFS. D. B et al., 2011).

Diante destas competências o DSAST, por meio de um planejamento


estratégico e participativo, definiu sua missão e visão: Missão: formular, regular e
fomentar políticas de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador de
forma a eliminar e minimizar riscos, prevenir doenças e agravos, intervindo nos
determinantes do processo saúde-doença, decorrentes dos modelos de
desenvolvimento, dos processos produtivos e da exposição ambiental, visando o
fomento da saúde na população (ROHLFS. D. B et al., 2011). O autor citado fala que:

Visão: ter competência de produzir análise de situação de saúde sobre


vulnerabilidades socioambientais para o planejamento de ações e serviços
de saúde. Destacam-se, portanto, dentre os principais objetivos da Vigilância
em Saúde Ambiental, a produção e interpretação de informações, visando
disponibilizar ao SUS instrumentos para o planejamento e execução de ações
relativas às atividades de promoção da saúde e de prevenção e controle de
agravos relacionados a fatores ambientais (ROHLFS. D. B et al., 2011).

5 VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

A Vigilância Ambiental em Saúde um conjunto de ações que permitem a


aquisição de conhecimentos e a detecção de eventuais alterações nos fatores
determinantes e reguladores do meio ambiente que afetam a saúde humana, com a
finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco
ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde (FUNASA, 2002ª
apud LIRIO. C. O 2019).

Entre os objetivos da vigilância em ambiental saúde estão: (1) produzir,


integrar, processar e interpretar informações a serem disponibilizadas ao
SUS, que sirvam como instrumentos para o planejamento e execução de
ações relativas às atividades de promoção da saúde e prevenção e controle
de doenças relacionadas ao meio ambiente; (2) estabelecer parâmetros,

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atribuições, procedimentos e ações relacionadas à vigilância ambiental nos
diversos níveis de competência; (3) identificar os riscos e divulgar as
informações referentes aos fatores ambientais condicionantes e
determinantes das doenças e de outros agravos à saúde; (4) promover ações
de proteção à saúde relacionadas ao controle e recuperação do meio
ambiente; (5) conhecer e estimular a interação entre ambiente, saúde e
desenvolvimento a fim de fortalecer a participação popular na promoção da
saúde e melhoria da qualidade de vida (FUNASA, 2002a).

Para que os objetivos da vigilância ambiental sejam alcançados, é necessária


a utilização de alguns instrumentos e métodos, como a epidemiologia ambiental, a
avaliação de impactos à saúde (AIS), análise e gerenciamento de riscos, indicadores
de saúde e ambiente, desenvolvimento de sistemas de informações em vigilância
ambiental e desenvolvimento de pesquisas na área de saúde e ambiente (FUNASA,
2002b). Deste modo a vigilância ambiental em saúde deve ser vista como um
processo contínuo de coleta e análise de dados para gerar informações de saúde e
ambiente, com o intuito de orientar ações de controle dos fatores ambientais que
interferem no bem-estar humano e que possam contribuir para a ocorrência de
doenças e agravos (MACIEL, 1999 apud LIRIO. C. O 2019).

5.1 INFORMAÇÕES EM SAÚDE E AMBIENTE: A CONSTRUÇÃO DE


INDICADORES

Com base no documento “Environmental Health Indicators for Europe”


(Indicadores de Saúde Ambiental para a Europa), a Organização Mundial da Saúde
(OMS) propôs um modelo conceitual denominado Força Motriz – Pressão – Estado –
Exposição – Efeitos – Ações, que descrevem um sistema de indicadores de saúde
ambiental, para descrever e analisar a relação entre saúde, meio ambiente e
desenvolvimento. Esse modelo tem sido usado na análise da situação global e como
subsídio para a tomada de decisões (OMS, 2004). Este é um modelo no qual as forças
motrizes geram pressões que modificam o estado do ambiente e a saúde humana,
por meio das diversas formas de exposição a riscos, ocasionados por condições
adversas, causando efeitos diretos e indiretos à saúde (LIRIO. C. O 2019).

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O Ministério da Saúde entende que através do modelo da OMS, podem ser
integradas as análises dos efeitos dos riscos ambientais ao desenvolvimento e
implantação de processos decisórios, políticas públicas e práticas de gerenciamento
de riscos. No entanto, no caso do Brasil, a inconsistência entre as diferentes áreas de
atuação do Estado tem resultado em uma política de informação mal integrada que
não faz a articulação entre temas transversais como a saúde, educação e meio
ambiente (AUGUSTO, et al., 2003 apud LIRIO. C. O 2019).

O georreferenciamento surge então como uma ferramenta fundamental para


a VAS, em especial para a construção dos sistemas de informações, visto que essa
ferramenta é usada para referenciar registros tabulares de um lugar da superfície
terrestre ou unidade territorial (bairro, município, região de saúde, localidade, etc) e
assim possibilita a elaboração de mapas de risco capazes de auxiliar a tomada de
decisão nas diversas instâncias administrativas do setor público, a exemplo do SUS
(FUNASA, 2002b apud LIRIO. C. O 2019).

Os mapas de riscos ambientais desenvolvidos com o uso de sistemas de


informações geográficas devem auxiliar na realização de estudos e análises sobre os
riscos ambientais que podem afetar direta ou indiretamente a saúde da população. É
interessante que esses estudos tenham um caráter multidisciplinar, considerando as
diversas variáveis de saúde e ambiente, além das características sociais e
econômicas que diferenciam os contextos de cada território (BEZERRA, 2017), desta
maneira é possível identificar a diferença na vulnerabilidade em que cada população
está sujeita em seu território (LIRIO. C. O 2019).

5.2 DOENÇAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO AMBIENTAL


INADEQUADO (DRSAI)

As DRSAI são divididas em doenças de transmissão feco-oral (diarreias virais,


cólera, hepatite A, enterites por protozoários e bactérias); doenças transmitidas por
inseto-vetor (dengue, febre amarela, malária, doença de Chagas e leishmanioses);
doenças transmitidas pelo contato com a água (leptospirose e esquistossomose);

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doenças relacionadas com a higiene (micoses e infecções virais e bacterianas de
olho); e geo-helmintos e teníases (também conhecidas como verminoses) (COSTA,
et al., 2002).Essa categorização pode contribuir para o desenvolvimento de
programas de proteção à saúde e auxiliar na avaliação e desenvolvimento de políticas
públicas de saúde ambiental (SIQUEIRA, et al., 2017 apud LIRIO. C. O 2019).

Normalmente os parasitas são transmitidos por insetos (moscas, mosquitos,


pulgas e baratas), ratos e outros animais que, por esse motivo, são chamados
de vetores. A transmissão de doenças geralmente ocorre quando esses
animais picam uma pessoa doente e depois picam uma pessoa saudável; em
outros momentos, o portador é a forma de disseminação, como no caso da
leptospirose, enchentes (BRASIL, 2015) O controle químico de insetos e
roedores só é recomendado em casos excepcionais de risco iminente à
saúde, como as epidemias de dengue. Apesar de existirem insetos
indesejados, nossa economia e sobrevivência dependem de espécies como
as abelhas que são responsáveis por visitarem 90% das culturas agrícolas e
mesmo as moscas que visitam cerca de 30% destas, são os chamados
polinizadores (BRASIL, 2017c). O manejo e controle ambiental de vetores
devem ser priorizados através do saneamento do meio, de tal modo a criar
condições adversas ao desenvolvimento destes. Além de ser uma medida
com efeito de longo prazo, traz muitos outros benefícios como conforto para
a população e maior produtividade econômica causando impactos ambientais
muito menores se comparados ao controle químico (BRASIL, 2015 apud
LIRIO. C. O 2019).

A Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da


Organização das Nações Unidades ressalta em seu ODS de número seis (6) a meta
de assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o acesso ao
saneamento e higiene adequados para todos e define como ações para isso reduzir a
poluição e aumentar a reciclagem e reutilização dos recursos naturais através do
manejo ambientalmente saudável a fim de minimizar os impactos negativos sobre a
saúde humana e o meio ambiente (ONU, 2015b apud LIRIO. C. O 2019). As mudanças
demográficas ocorridas nos países subdesenvolvidos a partir da década de 60
consistiram em intensos fluxos migratórios das zonas rurais para as urbanas,
resultando numa rápida expansão das populações nas cidades. Em contrapartida as
cidades não conseguiram se dotar oportunamente de equipamentos e facilidades que
atendessem às necessidades dos migrantes, entre as quais se inclui as habitações e
saneamento básico e do meio (OSANAI, et al., 1983 apud LIRIO. C. O 2019). A
insalubridade ambiental em conjunto com o aumento médio da temperatura mundial

16
contribui para o aumento da incidência de DRSAI e impõem que medidas de manejo
ambiental sejam tomadas.

Um dos vetores de maior importância para a saúde pública é o Aedes aegypti,


que transmite a dengue, uma doença febril aguda, cujo agente etiológico é um vírus
do gênero Flavivírus. Atualmente existem quatro sorotipos antigenicamente distintos:
DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Clinicamente, as manifestações variam de uma
síndrome viral, inespecífica e benigna, até um quadro grave e fatal de doença
hemorrágica (OSANAI, et al., 1983). Por quase 60 anos, de 1923 a 1982, o Brasil não
registrou nenhum caso de dengue em seu território. Porém, desde 1976 a transmissão
vetorial foi reintroduzida no país, de Salvador à Bahia. As razões para a reemergência
da dengue, atualmente um dos maiores problemas de saúde pública mundial, são
complexas e não totalmente compreendidas, mas algumas questões parecem ter
relação direta como é o caso do saneamento ambiental inadequado ou insuficiente
(OSANAI, et al., 1983 apud LIRIO. C. O 2019).

No município de Porto Alegre (“As informações que estão sendo citadas sobre
esse município em especifico, tem como intuito unicamente de exemplificar e agregar
no conteúdo do material”) se observou o aumento da ocorrência de dengue, no
período de 2001 a 2013. A taxa de incidência, que girava em torno de 2,5 a 3 por 100
mil habitantes/ano, elevou-se para 15, cerca de cinco vezes maior. A urbanização não
planejada foi apontada como fator agravante das desigualdades de saúde na cidade.
No caso das DRSAI, os aumentos das internações podem ser resultantes do aumento
da morbidade (NUGEM, et al., 2015). Quanto a dengue também temos o decreto
interministerial que regulamenta o Programa Saúde na Escola (PSE) que traz como
um dos objetivos prioritários do PSE ações de combate ao Aedes aegypti, para tanto
a articulação intersetorial entre educação e saúde e sua integração com a área
ambiental aparecem como imperativos na sociedade que deseja erradicar ou
minimizar os impactos dessa doença (BRASIL, 2017b apud LIRIO. C. O 2019).

17
Um estudo que analisou as internações por DRSAI na região metropolitana
de Porto Alegre no período de 2010 a 2014 identificou que 20,4% destas eram por
crianças na faixa etária de até quatro anos. Quanto aos óbitos infecções intestinais
bacterianas (41,7%) e de diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível
(21,6%) foram as maiores causas. O gasto total com as internações envolvendo as
DRSAI foi de cerca de 6,1 milhões de reais (SIQUEIRA, et al., 2017 apud LIRIO. C. O
2019). Neste cenário o saneamento básico, particularmente o abastecimento de água
e a coleta de lixo, se mostraram insuficientes nas periferias das grandes metrópoles.
Uma das consequências desta situação foi o aumento de criadouros potenciais do
mosquito.

Associada a esta situação, o sistema produtivo industrial moderno, que produz


uma grande quantidade de recipientes descartáveis, entre plásticos, latas e outros
materiais, cujo destino muitas vezes é o seu abandono em quintais, ao longo das vias
públicas, nas praias, em arroios e terrenos baldios, também contribui para a
proliferação do mosquito transmissor (GUBLER, 1997 apud LIRIO. C. O 2019).

Neste sentido, a Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê a coleta


sistemática de resíduos, e dá os direcionamentos quanto à periculosidade e risco
ambiental destes ao indicar que os resíduos devem ter destinação e/ou disposição
finais ambientalmente adequados com a finalidade de evitar danos e riscos à saúde
pública, à segurança e também minimizar os impactos ambientais adversos (BRASIL,
2010). Além dos resíduos convencionais – orgânicos e recicláveis - temos os resíduos
especiais, tais como lâmpadas, pilhas e baterias que oferecem riscos adicionais por
conterem metais pesados e substâncias tóxicas que podem contaminar o solo e os
recursos hídricos e podem causar a mortandade da fauna, além de caracterizarem um
risco não biológico para a saúde pública. Além disto, a presença de água poluída e
esgoto são apresentados como referência para a classificação de áreas de risco para
a cólera e diarreias (BRASIL, 2019a apud LIRIO. C. O 2019).

18
Outra doença importante é a leptospirose transmitida através do contato com
a água ou a lama de enchentes contaminadas com urina de animais portadores da
bactéria Leptospira, sobretudo ratos urbanos. As medidas de prevenção de doenças
estão novamente vinculadas ao meio ambiente e referem-se ao controle de roedores
por meio da remoção de resíduos e entulhos e objetos inúteis que possam servir como
abrigos, tocas e ninhos, bem como reduzir suas fontes de água e alimento ao dar
destinação adequada ao resíduo orgânico. Para tantas obras de saneamento básico
(principalmente coleta de resíduos e drenagem urbana suficiente e adequada)
também são apontadas como medidas importantes de controle da doença (BRASIL,
2014 apud LIRIO. C. O 2019).

A leishmaniose visceral humana também é uma doença emergente na cidade


com 13 casos confirmados. Pode ser classificada como DRSAI por ser transmitida por
inseto-vetor. Potencialmente letal se não tratada a tempo e que tem como vetor um
flebotomíneo conhecido popularmente como mosquito-palha que são geralmente
encontrados em resíduos orgânicos nas bordas de mata. A fim de alterar as condições
do meio que propiciem o estabelecimento de criadouros para formas imaturas de
vetores da doença o destino adequado do lixo orgânico é importante medidas de
controle de doenças (BRASIL, 2019b apud LIRIO. C. O 2019), no caso de Porto Alegre
ainda não há flebotomíneos adequados para o meio urbano, o risco de transmissão
da doença é maior em áreas periurbanas em que populações mais vulneráveis
costumam se estabelecer na cidade.

5.3 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUA

Apenas vinte e quatro por cento (24%) da população urbana da América


Latina e Caribe possuem algum sistema de vigilância e controle da qualidade da água
de acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2015). No Rio
Grande do Sul a Lei Estadual 9.751 estabelece a obrigatoriedade da limpeza e
desinfecção dos reservatórios a fim de manter a potabilidade da água (RIO GRANDE
DO SUL, 1992 apud LIRIO. C. O 2019).

19
A Portaria da Secretaria Estadual da Saúde número 1.237 de 2014
regulamenta esse processo indicando que os prestadores deste tipo de serviço devem
seguir as normas constantes nesta bem como devem ter cadastro junto a Vigilância
em Saúde do município em que atuam, são citados como de grande importância para
a manutenção do padrão de potabilidade para tanto a vedação, integridade e
telamento do extravasor, essa Portaria ainda indica a limpeza mínima uma vez ao ano
e recomenda que seja feita de seis em seis meses a fim de evitar o acúmulo de
sedimentos e a contaminação da água nos reservatórios (RIO GRANDE DO SUL,
2014 apud LIRIO. C. O 2019). O autor citado fala que:

Em Porto Alegre um Decreto Municipal indica que a fiscalização da limpeza


e desinfecção de reservatórios de água potável no município é de
competência da Secretaria Municipal da Saúde e prevê a responsabilidade
da empresa prestadora de serviço em atender as normativas da Secretaria
de Saúde. A norma técnica da SMS 02 de 2007 estabelece que os
reservatórios devem ser vistoriados pelo menos uma vez a cada 6 meses
pelos responsáveis dos estabelecimentos que abriguem algum tipo de serviço
de saúde ou alimentação, e reitera a necessidade de se observar a vedação
e integridade destes bem como, novamente, a presença de tela milimétrica
no extravasor. A norma ainda proíbe a instalação de antenas que podem
servir de poleiro para animais próximo aos reservatórios (PORTO ALEGRE,
2007ª apud LIRIO. C. O 2019).

No âmbito estadual o Decreto sanitário estipula ainda como atividade da


Secretaria da Saúde promover atividades de controle do meio ambiente que visem a
promoção e a proteção da saúde, bem como previnam doenças. Para tanto a Saúde
deve fiscalizar o saneamento do meio desenvolvendo ações como verificar as
condições das águas de abastecimento público ou privado, as condições sanitárias e
de destino de resíduos sólidos e efluentes. O decreto também prevê a obrigação de
fiscalizar e controlar as condições de saúde e higiene das escolas, além de realizar o
controle de vetores, roedores e animais que atuem como reservatórios de doenças
(RIO GRANDE DO SUL, 1974 apud LIRIO. C. O 2019).

A vigilância da qualidade da água destinada ao consumo humano


(VIGIAGUA) é o conjunto de ações realizadas regularmente pelas autoridades de
saúde pública para verificar o cumprimento das condições de potabilidade definidos

20
no Anexo XX (vinte) da Portaria de Consolidação número 5 do Ministério da Saúde e
que devem considerar os aspectos socioambientais e a realidade local para avaliar se
a água consumida pela população apresenta risco à saúde humana (BRASIL, 2017ª
apud LIRIO. C. O 2019). Ainda como o autor citado:

Água para consumo humano é toda água considerada potável nos termos da
Portaria supracitada destinada à ingestão, preparação e produção de
alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem, podendo
ou não vir de um sistema público de abastecimento e é essa a água objeto
da vigilância em saúde. A lei não autoriza o uso de soluções alternativas para
o consumo humano, como poços, quando houver o fornecimento de água
através de um sistema de abastecimento, exceto em situação de emergência
e intermitência frequentes (BRASIL, 2017a). Em Porto Alegre o
Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) é o responsável pelo
fornecimento de água para consumo humano através de seis sistemas de
abastecimento de água (SAAs) – São João, Moinhos de Vento, Menino Deus,
Ilhas, Tristeza e Belém Novo. Até 2012 a cidade contava ainda com o Sistema
Lomba do Sabão. Em 2013 a Estação de Tratamento de Água (ETA) Lomba
do Sabão foi desativada e as áreas até então abastecidas por este sistema
foram absorvidas pelo Sistema Menino Deus (áreas próximas à Av. Bento
Gonçalves) e pelo Sistema Belém Novo (PORTO ALEGRE, 2015 apud LIRIO.
C. O 2019).

Em Santarém (“As informações que estão sendo citadas sobre esse município
em especifico, tem como intuito unicamente de exemplificar e agregar no conteúdo do
material”), no estado do Pará, uma pesquisa realizada através de questionário
aplicado em domicílios do município indicou que 31% dos entrevistados não
realizavam a limpeza dos reservatórios de água na frequência indicada (uma vez ao
ano) e 26% não sabiam de risco algum que isso pudesse causar para a saúde
(SOUZA, et al., 2019v apud LIRIO. C. O 2019). Em outro estudo realizado através de
entrevista na cidade de Araraquara (São Paulo) apenas 59,5% realizavam limpeza
periódica, apesar de 94,6% saberem da necessidade das limpezas, 40% justificaram
não as fazer devido às dificuldades de acesso aos reservatórios e 53,3% por outros
motivos (CAMPOS, et al., 2003 apud LIRIO. C. O 2019). Cabe ressaltar que a
legislação prevê que os reservatórios devam ser projetados de maneira a facilitar o
acesso a estes, justamente para facilitar a manutenção.

Além disto, um estudo verificou que a desinfecção do sistema público de


abastecimento de água, por exemplo, não evitará a transmissão doméstica
de agentes infecciosos caso haja condições inadequadas no domicílio

21
doméstico como a exemplo de uma caixa de água sem tampa ou não
higienizada (CAINCROSS, 1984 apud LIRIO. C. O 2019). A falta de limpeza
e higienização dos reservatórios pode ocasionar várias doenças, dentre elas
hepatite A gastroenterite, leptospirose, febre tifoide, giardíase e amebíase,
até o surgimento de algas que podem liberar toxinas, ou bactérias e
protozoários que provocam sérios problemas à saúde, além de entupimentos
decorrentes da tendência de deposição e acúmulo de substâncias nas
paredes e fundo destes (SOUZA, et al., 2019 apud LIRIO. C. O 2019).

Se não removidas periodicamente, essas substâncias podem alterar a


qualidade da água do reservatório e podem provocar riscos para a saúde,
principalmente quando os reservatórios não estão devidamente íntegros ou não são
devidamente vedados. A importância da tela milimétrica no extravasor vai além de
evitar a invasão de pequenos animais que poderiam contaminar a água, ela evita a
proliferação de insetos como o Aedes aegypti, vetor da dengue e de outras
arboviroses que são objetos de ações sistemáticas da Vigilância em Saúde (BRASIL,
2015 apud LIRIO. C. O 2019).

No caso das escolas, a legislação prevê que em caso de preparo e / ou


fornecimento de alimentos, os mesmos devem seguir as regras que se aplicam aos
restaurantes, ou seja, a limpeza e desinfecção das caixas d'água deve ser realizada
a cada seis meses. Estes reservatórios devem ainda ter como capacidade de reserva
de 40 litros por aluno matriculado (RIO GRANDE DO SUL, 1974 apud LIRIO. C. O
2019) tal medida é adotada para se evitar que a falta de água paralise as atividades.

5.4 O RISCO DO ESCORPIÃO-AMARELO

Tityus serrulatus – conhecido popularmente como escorpião-amarelo – é um


escorpião que apresenta coloração amarelada, tronco marrom-escuro, pedipalpos e
patas amareladas. A cauda, que também é amarelada, apresenta uma serrilha dorsal
no terceiro e quarto segmentos (isso gerou a denominação serrulatus), geralmente
mais nítida no quarto segmento, com cerca de quatro dentes mais destacados e uma
mancha escura no lado ventral da vesícula. Seu comprimento varia de 6 a 7
centímetros quando adulto. É o escorpião de maior importância médica da América
do Sul devido à alta toxicidade do seu veneno. De acordo com o Ministério da Saúde

22
a espécie está envolvida com graves acidentes, principalmente relacionado com
crianças e pode até mesmo levar ao óbito (BRASIL, 2009 apud LIRIO. C. O 2019).

O gênero Tityus apresenta alta capacidade de adaptação, com padrões


irregulares de distribuição e são encontrados em ambientes modificados pela
ação humana. De acordo com o Ministério da Saúde os escorpiões estão
cada vez mais adquirindo o hábito sinantrópico (BRASIL, 2009). Isso ocorre
em virtude de condições ideais de abrigo e proliferação desses animais em
meios urbanos e periurbanos em que existem focos de acúmulo de lixo e falta
de saneamento. Tityus serrulatus é encontrado principalmente em meio a
materiais de construção, pedras, madeiras, lixo doméstico, esgotos e caixas
de gordura, entre outros locais que forneçam condições de sobrevivência,
abrigo e alimentação (CAMPOLINA, 2006 apud LIRIO. C. O 2019). A
morbidade e mortalidade por agravo envolvendo acidente com escorpião são
subestimadas devido à subnotificação, assim como existe falha no
diagnóstico, principalmente em crianças pequenas que ainda não conseguem
se comunicar (CAMPOLINA, et al., 2005 apud LIRIO. C. O 2019).

O atendimento ágil ou rápido após a picada é essencial; a ação do veneno


pode iniciar poucos minutos após a picada implicando na necessidade de se aplicar a
soroterapia o mais precocemente possível. Além da dor - que é a principal
manifestação local - náuseas, vômitos, dor abdominal, arritmias cardíacas,
hipertensão ou hipotensão, choque anafilático, edema agudo de pulmão, tremores e
confusão mental estão entre os achados clínicos mais frequentes (RIBEIRO, et al.,
2001 apud LIRIO. C. O 2019). O horário em que mais comumente se registrou o
acidente que culminou com a internação hospitalar é ao final do dia e início da noite o
que é compatível com o horário em que estes escorpiões habitualmente saem para
buscar alimentos. Esse escorpião tem características ecológicas de animal
oportunista e é a única espécie do gênero que se reproduz por partenogênese
(autofecundação sem necessidade de indivíduo macho) em que é possível originar
cerca de 20 novos indivíduos a cada prole (BRASIL, 2001 apud LIRIO. C. O 2019).

Os escorpiões são animais representados por cerca de 1.600 espécies e


mesmo que apenas 2% destas tenha alguma importância médica e ofereça
algum risco para as pessoas, são percebidos pelo senso comum como
indesejados (RIBEIRO, et al., 2001 apud LIRIO. C. O 2019). A importância
ecológica dos escorpiões deve sempre ser levada em conta - servem de
alimento para corujas, sapos e galinhas e como predadores são eficientes no
combate de insetos, principalmente baratas que são outro problema
importante nas cidades. A urbanização cada vez maior nos municípios e a
extinção de áreas rurais e reservas naturais favoreceu o surgimento de

23
muitas pragas urbanas fortemente adaptadas aos ambientes antrópicos e o
escorpião-amarelo é mais um destes animais que perdeu o seu território
original (SALDARRIAGA, et al., 2001 apud LIRIO. C. O 2019).

O alimento mais frequente em ambientes urbanos são as baratas, assim


controlar a proliferação e evitar ambientes favoráveis para estas é medida de controle
dos escorpiões. Medidas de controle químico não são recomendadas, por não terem
eficiência comprovada e por causarem efeitos desalojantes e irritantes nos
escorpiões, fazendo com que o contato com humanos seja aumentado (BRASIL, 2009
apud LIRIO. C. O 2019).

As crianças (menores de 6 anos) também são o grupo de maior


vulnerabilidade aos acidentes envolvendo o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus)
devido a sua maior fragilidade quanto ao veneno. Em Porto Alegre esse escorpião
chegou em 2001, provavelmente trazido em carregamentos de verduras e se adaptou
bem. Por ser um animal exótico não encontra muitos predadores naturais e a
população cresce sem problemas, por se alimentarem de baratas o manejo e
disposição adequados de resíduos, assim como o saneamento ambiental, são suma
importancia para o controle animal. Em outubro de 2017 no bairro Lomba do Pinheiro
ocorreu um acidente grave envolvendo uma criança de cinco (5) anos, ano em que
foram registrados cinco (5) acidentes, desde então o número de visualizações
aumentou na cidade demonstrando que a população do animal se encontra em
expansão (PORTO ALEGRE, 2019b apud LIRIO. C. O 2019).

6 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS EM VIGILANCIA AMBIENTAL

Os questionamentos da conexão entre economia, saúde e ecologia são


temáticos para pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, ao possibilitar a
análise e a criação de ferramentas para a manutenção dos ecossistemas e o
crescimento saudável das civilizações humanas. Embora a conexão entre saúde e
ecologia se faça mais presente, quando da disseminação de fatos e eventos
catastróficos e ameaçadores, ou quando dados de grande emergência sobre a
degradação ambiental e sua implicação na vida humana são divulgados, constata-se

24
o acaso e a necessidade de consolidar uma ciência sistemática que permita enfatizar
as implicações inerentes a este contexto, especialmente no que diz respeito a saúde
humana e a manutenção da economia que é uma das bases da sociedade como
conhecemos (CAMPONOGARA et al., 2008 apud ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Segundo Silva et al. (2018), os impactos ambientais negativos, são impactos


diretos na saúde da sociedade humana, além de obviamente também gerarem
degradação ambiental, isto é, quando as atividades humanas causam impactos
negativos nos ecossistemas, é irreprimível o efeito cascata da extensão deste impacto
até o homem, seja pela perda de importantes serviços ambientais como o sequestro
de carbono gerado por uma floresta ou a polinização sintetizada por abelhas,
morcegos e pássaros, mas também danos diretos sobre a vida humana, como
deslizamentos e fluxos de massa que destroem as habitações humanas e até o
aparecimento de grandes epidemias, cujos agentes etiológicos são oriundos de
animais silvestres que foram impactados de alguma forma pelas atividades antrópicas
( ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Por conseguinte, a degradação ambiental sempre irá gerar impacto na


economia, outrossim é de caráter irrefutável que é menos oneroso a tomada de
medidas profiláticas, com a finalidade de se evitar ao máximo que estes impactos
aconteçam, ou caso aconteçam, a mitigação dos mesmos também será menos
onerosa. Diametralmente paralelo a este pensamento, a constituição de tomadas de
decisões da saúde, economia e meio ambiente devem andar de mãos dadas, sendo
necessário a sensibilidade das políticas públicas com as instituições produtoras de
conhecimento científico, e da economia com estas ditas (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Nessa perspectiva, vide a emergência de se discutir a sistemática de


economia, saúde e meio ambiente, este trabalho científico teve foco na prospecção e
discussão das tomadas de decisões no que diz respeito a vigilância da saúde
ambiental, desde a sua conceituação científica pura, até a sua estruturação política
nacional e internacional e a participação da sociedade junto a esta, além de também

25
constituir e lubricar argumentos e questões de relevância sobre a organização deste
tema (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

6.1 SAÚDE, SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE

O desenvolvimento das cidades e, por conseguinte, da vida urbana é


responsável pela construção errônea da ideia de descarte. Ao deixarmos o lixo para
a coleta, apertarmos a descarga dos sanitários ou descartarmos algum produto na pia
cria-se a impressão de que aquele “problema” desapareceu e que estamos livres.
Entretanto, a relação homem- natureza se estabelece de uma maneira bem mais
intensa, de modo que nenhuma ação sai imune, isto é, sem que provoque efeitos
(GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

O descarte inapropriado de lixo e esgoto é responsável pela contaminação de


solos, mananciais de água e até mesmo do ar atmosférico. Um exemplo de impacto
provocado pela falta de tratamento adequado para esgoto é a baía de Guanabara, no
Rio de Janeiro, que em 2014 recebia, por dia, 864 milhões de toneladas de esgoto,
provocando redução da biodiversidade, contaminação de solos marginais, e,
notavelmente o mau cheiro ao seu redor (SOUZA, MIRANDA E MEDEIROS, 2014
apud GARCIA. M. S. D. et al., 2017). Verifica-se também milhares de doenças
propagadas seja pelo contato direto da população com a água ou por vetores que
encontram neste cenário degradante ambiente propício para se reproduzirem.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2005), “A


atenção ambiental primária é uma estratégia de ação e prática, fundamentalmente
preventiva e participativa a nível local, que reconhece o direito humano a viver num
ambiente saudável e adequado e a ser informado dos riscos para o ambiente em
matéria de saúde, bem-estar e sobrevivência, enquanto define suas
responsabilidades e deveres em matéria de proteção, conservação e recuperação do
meio ambiente e da saúde” (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

26
Mesmo com a implantação do Programa Saúde da Família - PSF no contexto
da atenção básica, este ainda resta um grande desafio em termos da aplicação
sistemática dos princípios da Atenção Primária em Saúde Ambiental (APSA) em sua
prática. O PSF vem avançando na perspectiva da melhoria do acesso das populações
à assistência e aos cuidados médicos (ALMEIDA, J. R. et al., 2019). Socioeconômico

Quanto às ações sobre o meio ambiente as equipes ainda necessitam de


formação específica. Ainda assim, é perceptível que existe uma grande demanda da
população para que as ações do programa possam se voltar para o cuidado com o
abastecimento de água, resíduos sólidos, saneamento básico etc. Nesse contexto, é
imprescindível o desenvolvimento de estratégias participativas e de cogestão voltadas
à construção de espaços saudáveis, para que o trabalho não reproduza e legitime o
conhecimento médico-científico calcados na medicalização e na assistência curativa,
fortemente subsidiada pelo capital industrial químico-farmacológico (ALMEIDA, J. R.
et al., 2019).

Um primeiro passo foi a criação do Grupo de Trabalho de Agente de


Promoção Ambiental (APA) e Agenda 21 no SUS - GT APRIMA no âmbito da
Comissão Permanente de Saúde Ambiental do Ministério da Saúde - COPESA. Esta
comissão tem como função assessorar a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS)
na construção da política nacional de saúde ambiental. O grupo de trabalho vem
propiciando relatos de experiências e discussões sobre a temática da construção de
ambientes saudáveis, com objetivo de estabelecer com alguns agentes de processo
de transformação e mudança, a ampliação do grau de comprometimento das
instituições e organizações para um desenvolvimento sustentável, humano e solidário
a partir do olhar da saúde.

Ainda de acordo com ALMEIDA, J. R. et al. (2019) este grupo já inaugurou um


canal de diálogo com a sociedade civil organizada por meio da participação em suas
reuniões de integrantes do Conselho Nacional de Saúde, Conselho Nacional de
Secretários Municipais de Saúde, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,

27
Movimento Popular de Saúde e setores de governo como a Agenda 21, Ministério da
Educação, Fundação Nacional de Saúde, áreas técnicas do Ministério da Saúde
(Secretaria de Vigilância em Saúde/Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde,
Secretaria de Gestão Participativa e outras) organismos internacionais como a OPAS,
no sentido de desenvolver mecanismos de implantar a APA e a Agenda 21 no SUS
(Tabela 1).

Tabela 1: Logística de diálogo da sociedade civil organizada com o poder público.

Fonte: ALMEIDA, J. R. et al. (2019) adaptado.

A Atenção Primária em Saúde Ambiental (APSA) busca respeitar o setor


saúde como promotor do processo e recoloca a saúde ambiental como o objeto que
contribui para ações no nível local. No Brasil somente se tem sentido a estratégia do

28
ASPA se visualizada como um componente da atenção básica. Afinal, seus princípios
focalizam o papel do nível local na construção de espaços saudáveis, contextos,
principalmente o das populações mais isoladas que vivem no campo e que por sua
vez exigem esta estratégia, o que implicará no desenvolvimento de uma vigilância
participativa de suas condições ambientais que tenham repercussão na saúde. Estas
iniciativas (APSA, Agenda 21 Local etc.) devem ser incorporadas como um
componente de todos os subsistemas do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental
em Saúde - SINVAS. A vigilância da qualidade da água, do ar, solos, desastres,
substâncias químicas, zoonoses etc., deve buscar parcerias que possam ir além do
âmbito estritamente governamental (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Para este diálogo e construção com a sociedade, novas ferramentas


adaptadas a esta tarefa terão que se desenvolver. Metodologias simplificadas,
tecnologias adaptadas, utilização de práticas pedagógicas problematizadoras e
participativas, que valorizem a criticidade e a criatividade terão que ser construídas
para contribuir na solução dos problemas de saúde ambiental visando a construção
de uma sociedade mais justa e sustentável (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

As alterações no meio ambiente atuam diretamente na saúde humana e


contribuem para a aumento dos custos empregados no tratamento de doenças
previsíveis. Assim, o gerenciamento dos fatores de risco ligados à saúde que advêm
dos problemas ambientais é parte integrante da vigilância em saúde em todo o País.
Em junho de 2003, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) adquiriu as atribuições
do antigo Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI) e, com base no Decreto n°
3.450, de 9 de maio de 2000, assumiu também a gestão do Sistema Nacional de
Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

A Instrução normativa n° 1 de 7 de março de 2005 regulamentou o Subsistema


Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA). Entre suas atribuições estão
coordenação, avaliação, planejamento, acompanhamento, inspeção e supervisão das
ações de vigilância relacionadas às doenças e agravos à saúde no que se refere a: 1)

29
água para consumo humano; 2) contaminações do ar e do solo; 3) desastres naturais;
4) contaminantes ambientais e substâncias químicas; 5) acidentes com produtos
perigosos; 6) efeitos dos fatores físicos; e 7) condições saudáveis no ambiente de
trabalho (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Cabe ainda ao SINVSA desenvolver indicadores e sistemas de informação de


vigilância em saúde ambiental para análise e monitoramento, promover a troca de
experiências e estudos, ações educativas e orientações e democratizar o
conhecimento na área, ao nível das administrações municipais, estaduais e federais
(BRASIL, 2005a apud ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

A necessidade de desenhar e desenvolver propostas mais articuladas para


orientar as intervenções sobre a situação de saúde também requer uma revisão dos
modelos, operações e ações de vigilância em saúde. Os serviços e sistemas de
vigilância epidemiológica e sanitária requerem uma análise crítica, seja em função da
sua efetividade, seja compatível com os modelos de atenção (ALMEIDA, J. R. et al.,
2019).

Ainda como (ALMEIDA, J. R. et al., 2019) a epidemiologia na organização


dos serviços de saúde, não obstante a sua utilização aquém de seu potencial,
tem propiciado a adoção de certa racionalidade técnico-sanitária no controle
das doenças e no exercício de cálculos que antecipam, administram e
avaliam as ações. Está voltada precipuamente para a redução de danos
(mortes, doenças e agravos), expressos e óbitos, sequelas ou casos. Na
medida em que possui o objetivo de evitar mortes e combater doenças, a
epidemiologia, nesse estágio, está associada à assistência médico-
hospitalar, seja no hospital, ambulatório ou na comunidade. É aqui que ocorre
a maior parte do trabalho do modelo de vigilância epidemiológica, direcionado
para o controle de doenças infecciosas. Se lembrarmos de outras graves
situações, como acidentes e tentativa de homicídio, por exemplo, as ações
de 'controle' se se concentram especificamente nos serviços de
urgência/emergência para prevenir mortes, lesões, sequelas e recuperar as
vítimas

Para outros agravantes e doenças (câncer, hipertensão arterial, doenças


ocupacionais, intoxicações ambientais, doenças transmissíveis etc.), é possível
identificar outro momento, mais à esquerda do diagrama, em que há indícios de danos,
porém os indivíduos se encontram assintomáticos.Sua descoberta envolve ações

30
voltadas ao diagnóstico precoce, por meio de consulta médica, triagem, exame
médico periódico, etc. No caso das doenças transmissíveis, a vigilância
epidemiológica atuou nesta fase, principalmente na investigação de comunicantes,
familiares ou não (ALMEIDA, J. R. et al., 20179).

Porém, antes da comprovação de danos pelas técnicas acima, haveria um


momento em que, dependendo do desenvolvimento científico e tecnológico, seria
possível detectar sinais de exposição, inclusive alterações fisiológicas e genéticas. Os
indivíduos e populações sob tais circunstâncias seriam considerados ‘suspeitos’.
Consequentemente, a aplicação de instrumentos, como questionários para
determinados indivíduos ou grupos da população, buscando identificar indícios de
exposição, representa uma tecnologia muitas vezes empregada pela vigilância
epidemiológica. ALMEIDA, J. R. et al., (2019) diz que:

Do mesmo modo, as realizações de testes moleculares poderiam evidenciar


uma infecção causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) capaz de ser
interpretada como indício de exposição a outras pessoas infectadas, ou ainda
possivelmente a animais silvestres como quirópteros e monotremados, por
exemplo, ou a realização do teste ZPP (zinco protoporfirina) revelar, mesmo
na ausência do saturnismo ou de lesões iniciais de indivíduos intoxicados
pelo chumbo, indícios de exposição plúmbica. Esses dois últimos exemplos,
ligados às questões atuais de saúde ocupacional e ambiental, demonstram
que a lógica epidemiológica de é a mesma, às vezes com estratégias,
técnicas e ferramentas diferentes (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Ainda assim, é possível perceber a sobreposição nas ações dos serviços de


vigilância epidemiológica com os de vigilância sanitária, saúde ocupacional e saúde
ambiental, particularmente no que se refere aos mecanismos de fiscalização da
legislação e do controle sanitário (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

A Engenharia Civil enquanto ciência, no campo dos estudos estruturais visa


apresentar projetos eficazes para que obras de saneamento e prevenção possam ser
realizadas de modo a minimizar os impactos provocados pelo descarte de efluentes
de esgoto no meio ambiente. Diversos métodos são previstos na literatura, como a
cloração, que utiliza o cloro como principal desinfetante, a desinfecção por ozônio e

31
até mesmo meios alternativos como a desinfecção por raios ultravioleta e luz solar,
que são tecnologias (GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

Muito promissores para o futuro, pois além disso para ser eficaz na
descontaminação promovem menor impacto ambiental em sua utilização já que não
geram subprodutos indesejáveis como é o caso do cloro e do ozônio. Com isto, cabe
ressaltar que cada método apresenta vantagens e desvantagens em sua utilização,
seja do ponto de vista ambiental ou financeiro. O fluxograma abaixo apresenta de
forma simplificada, o processo de tratamento do esgoto (GARCIA. M. S. D. et al.,
2017).

Fluxograma - Sistema simplificado das fases do tratamento de esgoto.

Porém, apesar de muitas pesquisas realizadas nesta área, o que se observa


no cenário brasileiro é a falta de interesse político em ampliar os investimentos na
construção de infraestrutura de saúde. A pouca visibilidade desse tipo de trabalho e
até mesmo o desconhecimento de sua importância entre a população, tornam raros
esses investimentos (GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

32
Se as condições sanitárias nos centros urbanos continuarem precárias, a
situação nas áreas rurais se tornará ainda mais grave. Estudo do Instituto Trata Brasil
mostrou que 32,8% das cidades administradas nas áreas rurais têm abastecimento
de água, enquanto nas áreas urbanas essa proporção é de 93%. Em relação aos
serviços de saneamento, apenas 26% das cidades rurais possuem algum tipo de
serviço contra 91,9% nas áreas urbanas (GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

Segundo o Engenheiro Civil e Sanitarista de Meio Ambiente e especialista em


gestão de resíduos sólidos Hiram Sartori, tal proporção se deve principalmente à
distribuição geográfica dos domicílios na zona rural gera dificuldades na construção
de redes coletoras de esgoto, o que leva as pessoas a escolherem técnicas
rudimentares, como valas para descarga direta no solo. No entanto, também destaca
a escassez de investimentos em instalações de saneamento nesses locais,
evidenciando tais disparidades (GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

Outro ponto crítico do saneamento básico e que exerce grande impacto


ambiental e econômico são altíssimas perdas ocorridas durante o abastecimento de
água. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (2014) estima que para
cada 100 litros de água captada e tratada, apenas 63 litros são consumidos. Em outras
palavras, 37% da água no Brasil é perdida, seja por vazamentos, furtos e ligações
ilegais, falta de medidores ou medição inadequada do consumo de água, resultando
em uma perda de Rs 8 bilhões de dólares (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Esse desperdício não reflete apenas danos ambientais ou perdas financeiras,


com tudo o mais importante, representa uma crise moral e desrespeito às inúmeras
pessoas que sofrem com a pobreza. A água é escassa em grade parte do pais, porem
em volume desperdiçado pode abastecer o equivalente a cinco vezes a população de
São Paulo (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

No planejamento das atividades, voltadas para as estratégias de controle da


poluição das águas, é imprescindível considerar a bacia hidrográfica como um todo

33
para se obter maior eficiência na execução dessas atividades. Entre as principais
técnicas encontradas podemos citar: estações de coleta e tratamento de resíduos
sanitários industriais; controle de focos de erosão e recuperação de cursos d'água
com o objetivo de restaurar seu equilíbrio dinâmico e restaurar suas condições
naturais (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Existem dois tipos de técnicas para recuperação de cursos d'água: não


estruturais, que não requerem modificações físicas na fonte de água e incluem
políticas e procedimentos legais e administrativos que restringem ou regulam certas
atividades; e as técnicas estruturais requerem algum tipo de modificação física do
corpo de água e incluem reformas das estruturas existentes, acelerando os processos
naturais de sua recuperação (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

O serviço de saneamento básico que, além da saúde e da educação,


influencia a vida dos indivíduos de forma direta e visível, pois vinculados às práticas
de saneamento estão os problemas relacionados à moradia, alimentação, saúde e
condições de trabalho, ou seja, afetam a todas esferas fundamentais da vida humana
com base neste princípio, podemos classificar o saneamento básico como um serviço
indispensável à vida e, portanto, um direito humano. É o que define a Resolução
A/RES/64/292 de 28 de julho de 2010 da Assembleia Geral das Nações Unidas
(GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

O que chama atenção, entretanto, no cenário brasileiro é o que observam


Rezende e Heller (2008) ao inferirem que a política de saneamento no Brasil é
fragmentada e desarticulada de outras políticas públicas e fortemente visada devido
a questão econômica. A contradição instaurada é que, ao analisarmos do ponto de
vista econômico, concluímos que tal desarticulação estabelece uma relação
inversamente proporcional entre os serviços, isto é, quanto menos investimento em
políticas de saneamento, mais investimento em saúde pública deverão ser
implementados, e, o que é ainda pior, maiores serão estes investimentos destinados
a sanar os problemas decorrentes da ausência de saneamento. O saneamento básico

34
desponta, assim, como sendo também um serviço de prevenção, mas que não deixa
de corroborar para o desenvolvimento econômico (GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

O saneamento básico, portanto, figura não somente uma função ambiental ou


econômica, mas também social, pois representa um importante instrumento de
promoção da dignidade e, por conseguinte, dos direitos humanos, uma vez que
estabelece condições mínimas e essenciais para a subsistência (GARCIA. M. S. D. et
al., 2017).

As questões ambientais relacionadas ao saneamento também estão


intimamente ligadas à promoção dos direitos humanos, uma vez que o homem
enquanto inserido no meio ambiente é também parte dele, ou seja, tratar do habitat é
tratar do indivíduo. Uma vez que medidas em vista de preservar o meio ambiente de
impactos gerados pelos efluentes de esgoto ou de água contaminada verifica-se
também melhores na qualidade de vida da população que passa a gozar de uma
qualidade de água melhor, de nascentes limpas e ar atmosférico menos poluído o que
consequentemente, implica em uma melhoria da saúde pública e da expectativa de
vida (GARCIA. M. S. D. et al., 2017).

O fluxo de informações sobre saúde, economia e ecologia, em nível nacional


e internacional, possibilitou uma visão sistemática destes conceitos que têm
direcionado os estudos sobre a questão da degradação ambiental, e seus impactos
diretos e indiretos na sociedade, bem como a implementação de ferramentas de
tecnologia social na reversão de quadros deletérios e suas limitações e possibilidades
que lhe são inerentes (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

Ordinariamente, amiúda-se a complexidade que envolve a geração de


impactos ambientais negativos e seus reflexos na saúde e na economia, donde
mesmo que ocorra a implementação de uma tomada de decisões políticas a nível
nacional e internacional, com uma estruturação que permita a percolação do poder
popular, é notório que existam problemas que infelizmente não são levados em

35
consideração de real escala por parte do poder público e por diversos atores sociais
que possuem importância na tomada de decisões econômicas da sociedade, um
exemplo discutido neste trabalho foi a atual pandemia pelo novo coronavírus (SARS-
CoV-2), que é fruto da degradação ambiental, cujo agente etiológico seria totalmente
evitável até a sociedade humana com investimentos em educação ambiental e outras
tomadas de decisões de políticas de Estado, caso este levasse em consideração a
divulgação feita pelas instituições de pesquisa científica, em solo brasileiro se viu que
o caso é semelhante com outras patologias como a lepra, a doença-de-chagas e a
psitacose (ALMEIDA, J. R. et al., 2019).

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