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Atenção Primária à Saúde

A Atenção Primária à Saúde (APS) foi idealizada internacionalmente desde o século XX, tendo
como base a figura do médico geral em uma rede territorial de serviços, partindo dos cuidados
primários à saúde. Esse modelo serviu de base para a construção do Serviço Nacional de Saúde
inglês, que se tornou uma referência de sistema público e universal de saúde (MELO et al .,
2018).

Em 1970, com a conferência internacional de Alma Ata, os países aproveitaram o exemplo do


modelo de saúde inglês e propuseram um novo modelo de cuidados primários à saúde, com
foco nas mudanças na saúde e na vida das pessoas (MELO et al ., 2018).

A Atenção Básica ou Atenção Primária a Saúde (APS) é o conjunto de ações de saúde


individuais, familiares e coletivas que envolve a promoção, a prevenção, a proteção, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos, os cuidados paliativos e a
vigilância em saúde. Essas ações podem ser desenvolvidas por meio de práticas de cuidado
integrado e gestão qualificada, realizadas por uma equipe multiprofissional dirigida à
população (SANTOS; MIRANDA, 2007; BRASIL, 2017).

A APS recebeu amparo e fortalecimento após a criação da Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB). Essa política foi criada em 2006, ampliando a finalidade da APS, reconhecendo a saúde
da família como o modelo principal de atenção organizada. Além disso, ela reavaliou as funções
das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e reconheceu a existência de diferentes modalidades,
segundo o modelo de organização predominante – UBS com ou sem Estratégia Saúde da
Família (ESF) (MELO et al ., 2018).

Em 2011, a PNAB foi reformulada, acrescentando pontos importantes à APS, como reformas,
ampliações, construções e informatização da UBS; Programa de Melhoria do Acesso e da
Qualidade (PMAQ) e Programa Mais Médicos (PMM). Além disso, foi criado o e-SUS AB, o
prontuário eletrônico gratuito para os municípios, e foram alteradas normativas visando a sua
ampliação, o aprimoramento das unidades e a criação de equipes específicas de saúde
(consultórios na rua, ribeirinha e fluviais) (BRASIL, 2017; MELO et al ., 2018). Em 2017, a PNAB
sofreu mais alterações, trazendo alguns pontos que desfavoreceram a APS (BRASIL, 2017;
MELO et al ., 2018).

PRINCIPIO

Planejar ações para a promoção da saúde da população em seu território, com diagnóstico
participativo capaz de identificar a realidade local e o potencial da comunidade na resolução
dos problemas.
Reconhecer a saúde como um processo de responsabilidade compartilhada entre as
instituições e a comunidade, com parceria intersetorial e conscientização dos indivíduos para
vigilância.
Basear suas ações compreendendo e respeitando as famílias, considerando seu espaço social,
cultural e socioeconômico e culturais

.
As eSFs devem ser compostas por:

médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade;



enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família;

auxiliar e/ou técnico de enfermagem;

agente comunitário de saúde (ACS);

agente de combate às endemias (ACE);

profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista e auxiliar ou técnico em saúde bucal.
A quantidade de ACS por equipe de eSF deve ser definida com base no tamanho populacional,
nos critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos. É importante considerar que,
em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, a cobertura
deve ser de 100% da população, com número máximo de 750 pessoas por ACS (BRASIL, 2017).

De acordo com a Nova PNAB (2017b), são atribuições do enfermeiro na Atenção Básica à
Saúde:

realizar a atenção à saúde dos indivíduos e das famílias vinculadas às equipes;



realizar: consulta de enfermagem; procedimentos; solicitar exames complementares;
prescrever medicações conforme os protocolos e as diretrizes clínicas e terapêuticas;

realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco;

elaborar plano de cuidados para as pessoas com condições crônicas;

realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços;

planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pela equipe de enfermagem, ACS e ACE;

supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS;

implementar e manter atualizados as rotinas, os protocolos e os fluxos da UBS adscrita;

exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação.
O enfermeiro possui um papel importante nas equipes de Atenção Básica, pois é responsável,
entre outras funções, por promover o acolhimento e o primeiro contato com os usuários do
serviço. O acolhimento é parte fundamental da assistência de enfermagem, pois é por meio
dele que se estabelece um vínculo com o indivíduo, e, a partir desse vínculo, constitui-se um
processo de confiança e compartilhamento das responsabilidades entre enfermeiro e paciente
(BRASIL, 2017; 2019).

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2015, o Programa de Saúde da Família tinha 40.162
equipes cadastradas em 5.463 municípios, assistindo 4.173.035,31 milhões de pessoas em
todo o Brasil. Em 2017, esse número aumentou para 42.467 equipes implantadas no Brasil,
cobrindo 131.349.487 milhões pessoas (BRASIL, 2017; MELO et al ., 2018).

Conclusão
Com base no que foi apresentado nesta unidade, foi possível compreender como é a atuação
do SUS na vida das pessoas, bem como os programas que estão vinculados a ele. A Atenção
Primária à Saúde orienta as formas de atuação dos profissionais dentro dos programas e das
Unidades Básica de Saúde, que, por sua vez, estimulam a participação da população na gestão
da unidade e no controle das doenças e seus determinantes.
O programa de atenção à saúde da família, por meio das eSF, atua de forma integral e
resolutiva nos cuidados à saúde das famílias. Esse programa contribui com as famílias e com as
redes de atenção à saúde, promovendo mais vínculo e participação dos indivíduos no controle
da saúde. Assim, os indivíduos e famílias de uma comunidade ou de um território conseguem
ser assistidas pelas unidades, promovendo uma maior abrangência das ações de saúde e
integralidade dos cuidados.

Conhecimentos adquiridos com esse roteiro: as políticas que direcionaram a construção do


SUS; os princípios e diretrizes do SUS e da Atenção Básica; as competências dos governos
federal, estadual e municipal para promoção da saúde; a Atenção Primária a Saúde das
pessoas; o programa de Atenção Saúde da Família e suas equipes.

Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 . Brasília,
DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em:
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BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 . Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, da organização e funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990a.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm . Acesso em: 19 set. 2020.

BRASIL. Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990 . Dispõe sobre a participação da comunidade
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 1990b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm . Acesso
em: 19 set. 2020.

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TESTE ORAL DE GLICOSE


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