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02272022 4289
Abstract This paper describes the structure and Resumo Descreve a evolução da estrutura e
results of Primary Health Care (PHC) in Bra- resultados da Atenção Primária à Saúde (APS)
zil between 2008 and 2019. The medians of the no Brasil, entre 2008 e 2019. Foram calculadas
following variables were calculated: PHC spen- a mediana de variáveis como: despesa per capi-
ding per inhabitant covered, PHC coverage, and ta em APS por habitante coberto, cobertura da
rates of mortality and hospitalizations due to pri- APS e as taxas de mortalidade e internações por
mary care sensitive conditions (PCSC), in 5,565 condições sensíveis à atenção primária (CSAP) de
Brazilian municipalities stratified according to 5.565 municípios brasileiros estratificados segun-
population size and quintile of the Brazilian De- do porte populacional e quintil do Índice Brasi-
privation Index (IBP), and the median trend in leiro de Privação (IBP) e analisada a tendência
the period was analyzed. There was a 12% in- mediana no período. Houve aumento de 12% na
crease in median PHC spending. PHC coverage mediana da despesa em APS. A cobertura da APS
expanded, with 3,168 municipalities presenting expandiu, sendo que 3.168 municípios apresenta-
100% coverage in 2019, compared to 2,632 in ram 100% de cobertura em 2019, contra 2.632
2008. The median rates of PCSC mortality and em 2008. A mediana das taxas de mortalidade
hospitalizations increased 0.2% and decreased e internações por CSAP aumentou 0,2% e dimi-
44.9%, respectively. PHC spending was lower in nuiu 44,9% respectivamente. A despesa em APS
municipalities with greater socioeconomic depri- foi menor nos municípios com maior privação so-
vation. The bigger the population and the better cioeconômica. Quanto maior o porte populacio-
the socioeconomic conditions were in the munici- nal e melhores as condições socioeconômicas dos
palities, the lower the PHC coverage. The greater municípios, menor a cobertura da APS. Quanto
the socioeconomic deprivation was in the muni- maior a privação socioeconômica dos municípios,
cipalities, the higher the median PCSC mortali- maiores foram as medianas das taxas de morta-
ty rates. This study showed that the evolution of lidade por CSAP. Este estudo demonstrou que a
PHC was heterogeneous and is associated both evolução da APS foi heterogênea e está associada
1
Escola de Enfermagem, with the population size and with the socioecono- tanto ao porte populacional como às condições
Universidade Federal da mic conditions of the municipalities. socioeconômicas dos municípios.
Bahia (UFBA). R. Basílio da
Gama s/n, Canela. 40110- Key words Primary Health Care, Structure of Palavras-chave Atenção Primária à Saúde,
907 Salvador BA Brasil. services, Morbimortality, Health financing, Heal- Estrutura dos serviços, Morbimortalidade, Fi-
rafael.barros@ufba.br th services coverage nanciamento da saúde, Cobertura de serviços de
2
Instituto de Saúde Coletiva,
UFBA. Salvador BA Brasil. saúde
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Barros RD et al.
ao saneamento básico e sem água encanada, cole- econômica muito alta (Q5) ou alta (Q4). Entre
ta de lixo, vaso sanitário e banheiro no domicílio. os municípios com IBP muito alto (Q5), 70,5%
A partir desses indicadores, o IBP estratifica os são municípios com população de até 20.000 ha-
municípios em cinco quintis, ponderados pela bitantes. Vale ressaltar que nenhum município
população: muito baixo (Q1), baixo (Q2), médio com população maior de 500.000 habitantes está
(Q3), alto (Q4), e muito alto (Q5). Em síntese, classificado com IBP muito alto (Q5). Para muni-
cada quintil do IBP concentra 20% da população cípios com menos de 100.000 habitantes, quanto
brasileira e quanto maior o IBP, pior a condição maior o porte populacional, menor a proporção
socioeconômica do município. de municípios com IBP elevado.
Foram calculadas a mediana dos indicado- Em relação à despesa mediana municipal em
res de estrutura e resultado para cada quintil do APS por habitante coberto, no período de 2008
IBP em cada estrato do porte populacional para a 2019, segundo o porte populacional e classifi-
cada ano entre 2008 e 2019. A opção pela me- cação do IBP, observou-se que, quanto menor o
diana e não pela média visa reduzir o efeito de porte populacional dos municípios, maior a des-
possíveis valores extremos (outliers) derivados pesa mediana em APS no período, com destaque
de problemas de registros dos dados. Municípios para os municípios com menos de 5.000 habi-
com valores ausentes ou não declarados foram tantes que apresentaram o valor mediano de R$
retirados da análise para aquele ano e variável 698,36 por habitante coberto/ano em 2008 e de
em específico. Municípios sem classificação do R$ 944,89 em 2019. Contudo, a depender do IBP
IBP (por terem sido criados após 2010) foram destes municípios, o investimento em APS foi di-
retirados da análise. Foram construídos gráficos ferente no mesmo período. Existe uma diferença
com a descrição da evolução destes indicadores na despesa mediana em APS por população co-
por IBP em cada porte populacional e uma curva berta para municípios com menos de 5.000 habi-
da tendência por estrato populacional, calcula- tantes de R$ 387,13 em 2008 e de R$ 489,72 em
da através do método “loess” que considera um 2019, quando comparamos municípios com IBP
ajuste de regressão polinomial local por mínimos muito baixo (Q1) e muito alto (Q5), notando-se
quadrados ordinários. Tal escolha permite a vi- que, a despesa em APS por habitante coberto é
sualização da curva de tendência da mediana de menor nos locais com maior privação socioeco-
cada indicador no período analisado. nômica (Figura 1).
Para os municípios com 20.000 ou menos
habitantes, houve ampliação da despesa mediana
Resultados em APS por população coberta independente-
mente da classificação do IBP entre 2008 e 2019.
No Brasil, entre 2008 e 2019, houve aumento na Já municípios com 20.000 ou mais habitantes
mediana dos dois indicadores de estrutura, com apresentaram comportamento diferente, com
destaque para a despesa municipal com APS por redução da mediana da despesa em APS. Perce-
habitante coberto que aumentou 12,1% na me- be-se que, esta redução foi maior entre os muni-
diana entre 2008 e 2019. A mediana da cobertura cípios com IBP muito baixo (Q1) e baixo (Q2),
da APS também cresceu, partindo de 98,8% em sendo que municípios com IBP alto (Q4) e muito
2008, para 100% em 2019, portanto, mais da me- alto (Q5) apresentaram certa estabilidade na des-
tade dos municípios brasileiros tem 100% de co- pesa por habitante coberto (Figura 1).
bertura da APS (eram 2.632 municípios em 2008 Ainda sobre a despesa em APS, a curva de
e 3.168 em 2019) (Tabela 1). tendência mediana também foi diferente a de-
No que concerne aos indicadores de resulta- pender do porte populacional, indicando uma
do da saúde dos usuários e da população, houve mudança de tendência a partir de 2015. Para mu-
um pequeno aumento de 0,2% na mediana da nicípios com menos de 5.000 habitantes, houve
taxa de mortalidade padronizada por idade com uma redução da inclinação da curva, indicando
correção de sub-registro por CSAP entre 2008 e diminuição da intensidade do aumento da des-
2019. Já em relação às internações, houve uma pesa anual em APS. Já em municípios acima de
redução de mais de 44,9% na mediana no mesmo 20.000 habitantes, pôde-se perceber mudança de
período (Tabela 1). direção da curva de tendência, indicando redu-
Analisando a distribuição dos municípios ção da despesa anual em APS por habitante co-
brasileiros segundo porte populacional e clas- berto (Figura 1).
sificação do IBP, percebe-se que 74,3% dos mu- Em relação à cobertura da APS por porte po-
nicípios são classificados com privação socio- pulacional e classificação do IBP, houve amplia-
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Fonte: Autores.
ção da mediana da cobertura entre 2008 e 2019 APS. Nos municípios com IBP muito alto (Q5) e
para os municípios com mais de 10.000 habitan- com menos de 5.000 habitantes, reduziu-se a taxa
tes, já que os municípios com menos de 10.000 de mortalidade entre 2008 e 2014 (95,8 em 2008 e
apresentavam em sua maioria 100% de cobertura 88,9 em 2014), seguida de aumento entre 2014 e
em 2008. Contudo, analisando a evolução segun- 2019, alcançando 108,5 em 2019. Situação seme-
do o IBP, a mediana da cobertura dos municípios lhante foi verificada nos municípios com IBP alto
com IBP muito alto (Q5) e alto (Q4) foi maior (Q4) e muito alto (Q5) e com menos de 50.000
no período em comparação com aqueles de IBP habitantes (Figura 3).
baixo (Q2) e muito baixo (Q1). Esta diferen- A Figura 4 apresenta a mediana da taxa de
ça da mediana da cobertura da APS segundo o internações municipais por CSAP, segundo por-
IBP é mais evidente nos municípios com mais de te populacional e classificação do IBP. De modo
20.000 habitantes. Por fim, destaca-se que, apesar geral, reduziu-se a mediana das taxas de interna-
da ampliação, quanto maior o porte populacional ções por CSAP entre 2008 e 2019 para todos os
e melhores as condições socioeconômicas dos estratos de municípios com população abaixo de
municípios, menor a cobertura da APS (Figura 500.000 habitantes. Municípios com menos 5.000
2). habitantes tiveram uma taxa mediana de interna-
A Figura 3 apresenta a mediana da taxa de ções por CSAP em 2019 de 793,90 por 100.000
mortalidade por CSAP municipal, segundo por- habitantes, enquanto municípios com 5.000 a
te populacional e classificação do IBP. Quanto 10.000 e de 10.000 a 20.000 apresentaram taxas
maior a privação socioeconômica dos municí- de 753,98 e 907,57 respectivamente. O estrato
pios, maiores foram as medianas das taxas de que apresentou, em 2019, a maior taxa mediana
mortalidade por CSAP, independentemente do (994,24) foi o dos municípios com população de
porte populacional. Enquanto a mediana da taxa 20.000 a 50.000 habitantes.
foi de 122,38 óbitos por CSAP por 100.000 ha- Analisando a taxa mediana de internações
bitantes em 2019 para os municípios com IBP por CSAP, segundo a classificação do IBP, no-
muito alto (Q5), foi de 90,39 nos municípios com tou-se que os quintis de municípios com maior
IBP muito baixo (Q1), sem considerar o porte privação apresentaram maior taxa mediana, com
populacional. exceção daqueles com IBP muito alto (Q5). Em
Considerando as condições de privação, é geral, este fato também foi verificado dentro de
perceptível uma mudança da curva de tendência todos os estratos por porte populacional, em que
mediana para os municípios com IBP muito alto a taxa mediana de internações foi maior nos mu-
(Q5) e alto (Q4) também a partir de 2015, de for- nicípios com maior privação socioeconômica.
ma semelhante ao identificado na despesa com Nos estratos de 50.000 a 100.000 e de 100.00 a
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Maior que 500.000
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Médio (Q3)
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Baixo (Q2)
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Ano
Figura 1. Despesa mediana municipal em APS1 por porte populacional e privação socioeconômica do
município. Brasil, 2008-2019.
1
Despesa por habitante coberto.
Fonte: SIOPS/MS.
500.000 habitantes, os municípios com IBP mui- tantes inversão da tendência, que, de modo geral,
to alto (Q5) apresentam a maior mediana da taxa continuou decrescente. Para os municípios dos
de internações por CSAP (Figura 4). estratos com população de 50.000 a 100.000 e de
Em relação à curva de tendência da taxa me- 100.00 a 500.000 habitantes, notou-se uma leve
diana de internações, não houve em nenhum dos mudança da inclinação da curva também a partir
estratos com população menor de 500.000 habi- de 2015 e inversão da tendência (estava aumen-
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Alto (Q4)
60 Médio (Q3)
Baixo (Q2)
Ano
Figura 2. Cobertura mediana municipal da APS por porte populacional e privação socioeconômica do
município. Brasil, 2008-2019.
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Maior que 500.000
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Alto (Q4)
Médio (Q3)
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Ano
Figura 3. Mediana da taxa de mortalidade por CSAP segundo porte populacional e privação socioeconômica do
município, Brasil, 2008-2019.
1
Taxa padronizada por idade, com correção por subregistro e causas mal definidas.
Fonte: SIM/MS.
Tais diferenças reforçaram a hipótese de que a e início de 2000, como o Piso da Atenção Básica
privação socioeconômica tem efeito sobre o nível fixo e variável, o limite financeiro da média e alta
de investimento em APS nos municípios brasi- complexidade e o Fundo de Ações Estratégicas
leiros. Alguns estudos28,29 apontaram que certos e de Compensações (FAEC) foram responsáveis
mecanismos estabelecidos no final dos anos 1990 por atenuar as diferenças da distribuição dos re-
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Maior que 500.000
Alto (Q4)
Baixo (Q2)
Ano
Figura 4. Mediana da taxa de internações por CSAP municipal segundo porte populacional e privação
socioeconômica do município. Brasil, 2008-2019.
1
Taxa padronizada por idade, com correção por subregistro e causas mal definidas.
Fonte: SIH/MS.
cursos per capita entre as macrorregiões do país. rísticas municipais associadas à desigualdade de
Contudo, como mostra este estudo, que analisou investimento em APS no Brasil.
outras variáveis relativas aos municípios, o porte Uma das hipóteses sobre o investimento diz
populacional e o nível de privação foram caracte- respeito ao nível de arrecadação de impostos e
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Barros RD et al.
tributos e às transferências constitucionais rece- seguiu em 2016. Ainda em 2016, houve o impe-
bidas pelos municípios. Ao realizar uma regres- achment da presidenta Dilma Rousseff, substi-
são de mínimos quadrados ordinários da receita tuída pelo vice-presidente Michel Temer, o que
de impostos e transferências constitucionais per implicou em significativas mudanças na política
capita (obtida a partir da série histórica de in- econômica e social brasileira, que assumiu a aus-
dicadores municipais do SIOPS) como variável teridade fiscal como diretriz de gestão governa-
independente e a despesa por população coberta mental. O maior exemplo desta política de auste-
em APS como variável dependente, a variação da ridade foi a aprovação da Emenda Constitucional
primeira explicou 52% (R²) da variação da se- 95 em 2016, que estabeleceu um teto de gastos
gunda. Em outras palavras, em média, o aumento para a despesa corrente do governo federal brasi-
de um real per capita em impostos e transferên- leiro por 20 anos, corrigido apenas pela inflação.
cias constitucionais, nos municípios, entre 2008 e Vários estudos31-35 indicam que piores condi-
2019, pode ter implicado em aumento de 17 cen- ções de renda e escolaridade estão relacionadas a
tavos de reais na despesa com população coberta maiores taxas de mortalidade geral e por CSAP.
em APS. Já a variação do IBP explicou aproxima- No Brasil, houve uma inversão da tendência de
damente 14% da variação da receita de impostos queda do número de pessoas em extrema pobre-
e transferências constitucionais, assim, o aumen- za e pobreza a partir de 2015. De fato, houve um
to de uma unidade do IBP pode ter implicado em aumento de 37% entre 2015 e 2019, após uma
média a redução de R$ 550,66 per capita na recei- redução de quase 60% entre 2002 e 201436. Ou-
ta de impostos e transferências constitucionais. tros estudos37-43, com foco em países europeus,
Lima30, estudando o federalismo fiscal brasi- já identificaram a relação entre crise financeira,
leiro, evidenciou a força da União e dos interes- austeridade fiscal e impacto na situação de saúde
ses políticos, econômicos e locorregionais por ela da população.
representados e a fragilidade das esferas subna- Não é possível com a metodologia deste es-
cionais e suas máquinas administrativas. Conclui tudo estabelecer associações entre a austeridade
que não há garantias para a oferta de um con- fiscal promovida a partir de 2016 pelo governo
junto de serviços e benefícios comuns aos cida- “Temer”, e pelo atual governo federal, e que isso
dãos nas diferentes regiões do país e a autonomia possa ter contribuído ou até prolongado a crise
decisória dos entes subnacionais, sendo restrita, econômica. Contudo, diante dos indícios identi-
impossibilita a adequação regional do destino ficados neste estudo, sugere-se que outros estudos
dos recursos tributários. com metodologias específicas possam investigar
Este estudo sugere que uma das formas po- a associação entre a crise econômica, ampliação
tenciais de corrigir parte desta desigualdade na da pobreza e a mortalidade por CSAP. Diante do
despesa por população coberta em APS está na caráter abrangente do conceito de CSAP, é pos-
mudança do processo tributário brasileiro, di- sível inclusive que os resultados sejam diferentes
minuindo a desigualdade regional considerando entre os 19 grupos de causas que compõem a lista
principalmente critérios de privação socioeco- de CSAP (ex.: doenças preveníveis por imuniza-
nômica e, assim, atenuando o impacto da capa- ção, doenças pulmonares, hipertensão, doenças
cidade produtiva e comercial dos municípios na relacionadas ao pré-natal e parto e outros), o que
receita de impostos e no recebimento de transfe- implica em nova recomendação de investigação
rências constitucionais, o que por sua vez, poderá por grupo.
produzir efeito sobre o investimento em políti- Sobre a cobertura, constatou-se uma am-
cas públicas, como nas ações e serviços de saúde pliação nos estratos municipais com população
ofertados pela APS. acima de 20 mil habitantes, havendo, contudo,
Analisando a tendência da mediana, foi pos- redução da mediana da despesa em APS por po-
sível identificar uma mudança da curva a partir pulação coberta. Dialeticamente, dois fenômenos
de 2015, seja da despesa por habitante coberto podem dar pistas sobre a explicação desta redu-
em APS, seja da taxa de mortalidade por CSAP. ção da despesa. Por um lado, é possível conjec-
A metodologia deste estudo não permite identi- turar aumento da eficiência técnica no uso dos
ficar a significância estatística de uma mudança recursos financeiros da APS, com, por exemplo,
de tendência ou de patamar nos períodos antes e redução do desperdício de recursos a partir de
depois de 2015 entre os municípios. Apesar des- avanços tecnológicos que permitem monitora-
ta limitação, vale destacar que, em 2015, o país mento de estoque, processos de compras mais
entrou em recessão econômica com o registro de competitivos dentre outras ações, permitindo a
Produto Interno Bruto negativo que também se manutenção ou até ampliação da oferta de ações
4299
Colaboradores
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