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‘’’1 - Atenção primária de saúde/atenção básica à saúde: estratégia de saúde da família; Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS), Núcleo de Atenção à Saúde da Família (NASF); Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD)
Acolhimento e vínculo, trabalho em equipe.
- estratégia de saúde da família
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os do Sistema Único de Saúde, e
é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção
básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e
fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de
propiciar uma importante relação custo-efetividade. Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissional
(equipe de Saúde da Família – eSF) composta por, no mínimo: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico
de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e
(IV) agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista
generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.
Mais informações sobre as atribuições das equipes de Saúde da Família, assim como de cada profissional, você encontra nos itens 4.3
e 4.4 da Política Nacional de Atenção Básica. É prevista, ainda, a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas
Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para a reorganização inicial da atenção básica com vistas à implantação gradual
da ESF ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da atenção básica.
Cada equipe de Saúde da Família (eSF) deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000
pessoas, respeitando critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere o grau
de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade
de pessoas por equipe.
- NÚCLEO DE ATENÇÃO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF)
As situações de saúde e adoecimento nesse nosso país continental são díspares e, assim, a par das doenças definidas
pelo perfil epidemiológico da população e outras que, frente à globalização, emergem e reemergem fazendo com que a
população apresente uma pluralidade de agravos à saúde, surgem os problemas de violência, de saúde mental, pobreza,
uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas, acidentes externos, entre outros. Essa realidade tão complexa necessita de um
olhar multifacetado, em que diferentes profissionais possam apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de
serviços, garantindo a continuidade e a integralidade da atenção. Dentro desse escopo foram criados os Núcleos de Apoio
à Saúde da Família – NASF, compostos por profissionais de diferentes áreas de conhecimento que atuam de maneira
integrada com as Equipes de Saúde da Família, com as equipes de Atenção Básica para populações específicas e com o
Programa Academia da Saúde, sendo o objetivo deste último a implantação de polos para a orientação de práticas
corporais e atividade física e de lazer e modos de vida saudável (BRASIL, 2011).
A integralidade se materializa principalmente pelo aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e
necessidades de saúde – tanto clínicos quanto sanitários –, por meio da responsabilização compartilhada entre a equipe
do NASF e as Equipes de Saúde da Família e de populações específicas, garantindo-lhes encaminhamento, com base
nos processos de referência e contra referência, e atuando no fortalecimento do seu papel de coordenação do cuidado
nas redes de Atenção à Saúde. Inúmeras e complexas são as responsabilidades atribuídas aos profissionais do NASF,
entre elas: a definição de indicadores e metas que avaliem suas ações; a definição de uma agenda de trabalho que
privilegie as atividades pedagógicas e assistenciais; e ações diretas e conjuntas com a ESF no território (BRASIL, 2011).
É importante refletir que cada ação ou todas elas, analisadas no conjunto da obra, pressupõem ações a serem
desenvolvidas em parceria com as Equipes de Saúde da Família e a comunidade, com vista à vigilância à saúde.
O NASF está organizado em duas modalidades: NASF 1 e NASF 2, e a composição de cada uma delas deverá ser definida
pelos gestores municipais, a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes de saúde que
serão apoiadas. Os profissionais que compõem o NASF 1 e 2, segundo o Código Brasileiro de Ocupações – CBO, são:
Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta;
Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico
Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clínica médica); Médico do Trabalho; Médico
Veterinário; profissional com formação em arte e educação (arte-educador); e profissional de saúde sanitarista, ou seja,
profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em
uma dessas áreas. (BRASIL, 2011). É importante observar que não há diferença entre o NASF 1 e 2 quanto aos
profissionais que os compõem, diferindo apenas na carga horária semanal e no número de equipes de Saúde da Família
e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas. Esses núcleos devem funcionar em horário de trabalho
coincidente com o das referidas equipes que apoiam, além de estar vinculados aos polos do Programa Academia da Saúde
de seu território de abrangência
- Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) surgiu como uma forma de complementar o Programa de Agentes Comunitários
de Saúde (PACS). O PACS contava apenas com ACS, sendo esses coordenados por um enfermeiro. O enfermeiro além
de coordenar as ações dos ACS, também é responsável por capacitá-los. Essa capacitação é realizada de acordo com as
necessidades identificadas na comunidade (BRASIL, 2001). A ESF é composta por uma equipe mínima, sendo esta
formada por um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem e até 12 agentes comunitários de saúde.
Cada ACS, pode ser responsável por no máximo 750 pessoas. A ESF, ainda pode ser integrada à uma equipe de saúde
bucal (BRASIL, 2009). A inserção da Saúde Bucal no PSF, afirma a proposta de mudança no modelo de saúde. A saúde
bucal, deve ser incorporada a saúde geral do indivíduo (PALÚ, 2004). O ACS, deve residir dentro da própria comunidade,
ter idade superior a 18 anos, o perfil social deve prevalecer sobre o perfil técnico, deve estar disponível para realizar o
trabalho em tempo integral (KLUTHCOVSKY; TAKAYANAGUI, 2006). O ACS, veio para contribuir para a mudança de
paradigmas. O antigo modelo de assistência a saúde, focado no curativo, onde o usuário procurava o sistema de saúde,
ou melhor atendimento a saúde somente quando estava doente. Não existia um cuidado continuado, isso só foi possível,
com o surgimento do PACS, que serviu como transição para o PSF, que posteriormente passou a ser ESF. A ESF é uma
nova forma de fazer saúde, com foco na prevenção. Trouxe consigo uma mudança de locus centrado no hospital, para um
modelo que valoriza a prevenção de enfermidades focando a família. A ESF articula técnicas e conhecimentos de várias
áreas como clínica, epidemiologia, planejamento social orientando ações multiprofissionais e integradas (JORGE et al ,
2007). Apesar do PACS e da ESF, contar com o ACS inserido como membro da equipe de saúde, e nas suas respctivas
portarias constar as responsabilidades e atribuições, o ACS, só foi reconhecido como profissional em 2002, com a Lei nº
10.507 de 10 de Julho de 2002. Em 2006 esta Lei é revogada pela Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006 e os ACS
retornam à executores de “atividades”.
A inserção do ACS, no serviço de saúde tornou-se uma política estrutural para a saúde pública no Brasil (QUEIRÓS; LIMA,
2012). De acordo com Seabra et al ( 2008), o trabalho do ACS dentro do PCS e da ESF, é de mediador entre comunidade
e serviço e mediador de diferentes saberes. Possuem uma identidade comunitária, realizando tarefas que vão além do
campo da saúde. Podem dar suporte a comunidade em causas sociais e culturais. O trabalho do ACS no PSF, veio como
uma proposta para organizar a atenção à saúde, incorporando aos determinantes sociais do processo saúde/doença,
práticas de prevenção, promoção e recuperação da saúde em grupos adstritos, contribuindo para a construção de um
novo modelo de atenção (JORGE et al, 2007). O antigo modelo de atenção à saúde, o modelo biomédico, tem como foco
técnicas relacionadas a proteção específica, com um atendimento médico prescritivo, reducionista, bem diferente do que
é proposto pelo PSF. O modelo biomédico limita-se ao atendimento individual e prescrição de medicamentos,
desconsiderando aspectos sócio culturais e a família onde o individuo está inserido. Os pacientes são percebidos pelos
profissionais médicos como seres sem instrução (MORETTI-PIRES, 2009). Ainda de acordo com Moretti-Pires (2009), a
ESF caracteriza-se por um modelo de atenção primária que tem uma visão complexa do indivíduo, cujo compromisso é
prestar uma atenção pautada no atendimento integral e contínuo, com equidade e resolutividade, 17 por meio da
humanização, procurando desenvolver ações de prevenção e promoção à saúde. Para que as ações de saúde aconteçam
faz-se necessário que os princípios básicos do SUS sejam cumpridos, mesmo que sua operacionalização apresente
realidades diferentes, sejam essas diferenças locais, municipais e regionais (BRASIL, 2009). O grande aliado da equipe
da ESF para sanar essas diferenças e focar as particularidades é o ACS. Para Silva e Ribeiro (2009), é importante que as
famílias assistidas pela ESF, conheçam a importância do profissional ACS, pois ele identifica situações que possam
comprometer direta ou indiretamente a saúde das famílias. Portanto, sua função não se limita a facilitar o acesso ao serviço
de saúde e a relação com outros profissionais da ESF. O ACS é segundo Seabra et al (2008), como um termômetro para
a equipe de saúde. Ele consegue enxergar aos olhos da população o papel que a equipe de saúde representa na
comunidade permitindo que as ações exercidadas possam ser avaliadas. Porém, o trabalho do ACS só será satisfatório
quando realizado em conjunto com outros profissionais da equipe. O trabalho do ACS, também é muito importante no
planejamento das ações da equipe da ESF, pois é ele o reponsável pela produção dos dados, que futuramente servirão
como base para criação de indicadores. É ele quem conhece a realidade da comunidade para discutir junto a equipe
possíveis estratégias para melhorias de indicadores
- Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) Acolhimento e vínculo, trabalho em equipe.
Constitui um recorte da atenção domiciliar que ocorre no âmbito da atenção básica, inserindo-se no processo de trabalho
das equipes de saúde. Na atenção básica, várias ações são realizadas no domicílio, como o cadastramento, busca ativa,
ações de vigilância e de educação em saúde. Cabe destacar a diferença desses tipos de ações, quando realizadas
isoladamente, daquelas destinadas ao cuidado aos pacientes com impossibilidade/dificuldade de locomoção até a Unidade
Básica de Saúde (UBS), mas que apresentam agravo que demande acompanhamento permanente ou por período
limitado. É desse recorte de cuidados no domicílio de que trata este material e que a Portaria GM/MS nº 2.527, de 27 de
outubro de 2011, classifica como modalidade AD1 de atenção domiciliar, isto é, aquela que, pelas características do
paciente (gravidade e equipamentos de que necessita), deve ser realizada pela atenção básica (equipes de atenção básica
– eAB e Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF), com apoio eventual dos demais pontos de atenção, inclusive, os
Serviços de Atenção Domiciliar (compostos por equipes especializadas – EMAD e EMAP – cujo público-alvo é somente
os pacientes em AD). Contempla as seguintes características:
• Ações sistematizadas, articuladas e regulares;
• Pauta-se na integralidade das ações de promoção, recuperação e reabilitação em saúde;
• Destina-se a responder às necessidades de saúde de determinado seguimento da população com perdas funcionais e
dependência para a realização das atividades da vida diária;
• Desenvolve-se por meio do trabalho em equipe, utilizando-se de tecnologias de alta complexidade (conhecimento) e
baixa densidade (equipamento). Na atenção domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço da familiar, ser capaz de
preservar os laços afetivos das pessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes mais favoráveis à
recuperação da saúde. Essa assistência prestada no ambiente privado das relações sociais contribui para a humanização
da atenção à saúde por envolver as pessoas no processo de cuidado, potencializando a participação ativa do sujeito no
processo saúde-doença. A organização da atenção domiciliar deve estruturar-se dentro dos princípios da atenção
básica/SUS. As diferenças locais devem ser observadas uma vez que o número de profissionais que atuam o número de
famílias sob a responsabilidade de cada equipe, bem como o aporte de referência e contra referência do sistema de saúde,
pode ser determinante da qualidade da atenção. Compete à gestão municipal a organização do sistema de saúde para a
efetivação da atenção domiciliar na atenção básica, considerando os princípios e diretrizes propostas neste documento
como norteadores dessas ações.
2.3 PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO DOMICILIAR A atenção domiciliar potencializa o resgate dos princípios doutrinários do
SUS (integralidade – universalidade – equidade) se assumida como prática centrada na pessoa enquanto sujeito do seu
processo de saúde–doença. Para nortear a atenção domiciliar realizada na atenção básica, propõem-se os fundamentos
descritos a seguir, que se estendem para as modalidades AD2 e AD3:
2.3.1 Abordagem Integral à Família Abordagem integral à pessoa em seu contexto socioeconômico e cultural, dentro de
uma visão ética compromissada com o respeito e a individualidade. Assistir com integralidade inclui, entre outras questões,
conceber o homem como sujeito social capaz de traçar projetos próprios, intervindo dinamicamente nos rumos do
cotidiano. A assistência no domicílio deve conceber a família em seu espaço social privado e doméstico, respeitando o
movimento e a complexidade das relações familiares. Ao profissional de saúde que se insere na dinâmica da vida familiar
cabe uma atitude de respeito e valorização das características peculiares daquele convívio humano. A abordagem integral
faz parte da assistência domiciliar por envolver múltiplos fatores no processo saúde–doença da família, influenciando as
formas de cuidar. A construção de ambientes mais saudáveis para a pessoa em tratamento envolve, além da tecnologia
médica, o reconhecimento das potencialidades terapêuticas presentes nas relações familiares. Os conflitos, as interações
e as desagregações fazem parte do universo simbólico e particular da família, intervindo diretamente na saúde de seus
membros. Assistir no domicílio é cuidar da saúde da família com integralidade e dinamicidade, reconstruindo relações e
significados.
2.3.2 Consentimento da Família, Participação do Usuário e Existência do Cuidador A primeira condição para que ocorra a
assistência domiciliar (AD) é o consentimento da família para a existência do cuidador. A assistência prestada no domicílio
não pode ser imposta, já que o contexto das relações familiares é sempre mais dinâmico que as ações desenvolvidas
pelos profissionais, comprometendo a eficácia terapêutica proposta. Recomenda-se que toda família esteja ciente do
processo de cuidar da pessoa assistida, comprometendo-se junto com a equipe na realização das atividades a serem
desenvolvidas. É de suma importância a formalização da assinatura do termo de consentimento informado por parte da
família e/ou do usuário (se consciente) ou de seu representante legal.
2.3.3 Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade Para impactar sobre os múltiplos fatores que interferem no processo
saúde–doença, é importante que a assistência domiciliar esteja pautada em uma equipe multiprofissional e com prática
interdisciplinar. A interdisciplinaridade pressupõe, além das interfaces disciplinares tradicionais, a possibilidade da prática
de um profissional se reconstruir na prática do outro, transformando ambas na intervenção do contexto em que estão
inseridas. Assim, para lidar com a dinâmica da vida social das famílias assistidas e da própria comunidade, além de
procedimentos tecnológicos específicos da área da saúde, a valorização dos diversos saberes e práticas da equipe
contribui para uma abordagem mais integral e resolutiva.
2.3.4 Estímulo a Redes de Solidariedade A participação do usuário em seu processo saúde–doença faz parte da conquista
da saúde como direito de cidadania. Trata-se, pois, de investir no empoderamento de sujeitos sociais, potencializando a
reordenação das relações de poder, tornando-as mais democráticas e inclusivas. O estímulo à estruturação de redes de
solidariedade em defesa da vida, articulando a participação local da sociedade civil organizada (ONGs, movimentos
sociais, grupos de voluntários, associações, igrejas etc.), potencializa a ação da coletividade na busca e consolidação da
cidadania. A assistência domiciliar é uma modalidade de atenção à saúde integrada aos projetos sociais e políticos da
sociedade, devendo estar conectada aos movimentos de lutas por melhorias na área da saúde. No âmbito de atuação
local, a equipe de atenção básica deve identificar parcerias na comunidade (seja com igrejas, associações de bairro,
clubes, ONGs, entre outros) que viabilizem e potencializem a assistência prestada no domicílio ao usuário/família.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi implantada em 2002 e con- figura o modelo assistencial da
Atenção Primária à Saúde (APS). A ESF é formada por equipesde Saúde da Família (eSF), nas quais o agente
comunitário de saúde (ACS) é um dos integran-tes e possui função primordial para integração entre o serviço de
saúde e a comunidade. O trabalho do ACS destaca-se pela importância na efetivação das diretrizes
assistenciais do Sistema Único de Saúde (SUS), tais como: coordenação do cuidado, vigilância em saúde,
diagnóstico das necessidades do território e gestão da equidade. Além disso, possui relevante contribuição nas
ações de promoção da saúde e prevenção de agravos, por meio de ações educativas que podem ser realizadas
em domicílios ou em espaços coletivos do Centro de Saúde (CS) ou da comunidade. A profissão do ACS está
regulamentada pela lei n.° 10.507, de julho de 2002 e deve ser su-pervisionada, acompanhada e coordenada
pelo enfermeiro, conforme portaria do Ministério daSaúde (MS) n° 2.436, de 21 de setembro de 2017.
O ACS promove integração entre a eSF e a comunidade do território sob sua responsabilida-de e obtém
informações essenciais para o planejamento das ações em saúde, com base nas necessidades da população.
Entre suas ações incluem-se o cadastramento das famílias e dosdomicílios; colaborar na identificação de fatores
de risco e condições de saúde na população cadastrada, no levantamento das necessidades da população,
considerando a complexidade ou gravidade das situações encontradas. Espera-se com este manual, contribuir
para que o ACS atue de maneira ética, crítica, reflexiva e seja capaz de transformar-se e de transformar a
realidade a sua volta. Tem como objetivo aprimorar as competências para que o profissional possa desenvolver
ações de integração social, vigilância, promoção da saúde e prevenção de eventos e agravos na família e na
comu- nidade, em conjunto com os demais profissionais da eSF e equipe multiprofissional ampliada. Este
documento, elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte, será um norteador da
prática profissional do ACS na busca pela melhoria contínua na qualida-de do cuidado ofertado. Sua construção
deu-se de maneira coletiva e participativa, a partir de uma comissão constituída por equipe multiprofissional
com representações dos níveis: central,regional e local.
Conhecendo o território
O território é um espaço dinâmico, em constante construção e transformação, que promove
condições para o desenvolvimento de saúde ou doença. É caracterizado pelo conjunto de si-
tuações históricas, ambientais, sociais, culturais, geopolíticas, ideológicas e econômicas, onde
as pessoas e as famílias residem, circulam, trabalham e constroem seus hábitos de vida.
O conhecimento do território é o ponto de partida para a organização das ações do ACS nas
práticas de promoção e vigilância em saúde.
O setor censitário é a unidade territorial estabelecida para fins de controle cadastral pelo Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cada setor possui um código de identificação
e é classificado de acordo com o Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS).
O IVS é um indicador sintético que agrega dados relacionados ao saneamento, habitação,
escolaridade, renda e à pavimentação, e tem por objetivo analisar as características de grupos
populacionais vivendo em determinadas áreas geográficas. Quanto mais elevado IVS, maior é
a vulnerabilidade daquele setor censitário, em relação ao adoecimento e risco de morte.
A área de abrangência é definida como o conjunto de microáreas sob responsabilidade de
um Centro de Saúde e são delimitadas por ruas, rios, avenidas, travessas, becos, praças e
barreiras geográficas.
Para fins de georreferenciamento, o setor censitário não pode ser dividido entre Centro de
Saúde e as eSF; já a microárea pode fazer parte de um ou mais setores censitários, desde que
estes estejam em uma mesma eSF.
As microáreas, por sua vez, são definidas pela SMSA a partir da caracterização de um es-
paço urbano delimitado. O tamanho da microárea pode variar de acordo com a concentração
populacional e com a vulnerabilidade da população, levando em consideração a homogeneida-
de socioeconômica sanitária, isto é, reúne espaços onde se concentram grupos populacionais
com características semelhantes.
Dentro de uma microárea, a moradia é o menor espaço de agregação social familiar ou de
grupos de indivíduos em um território, sendo o local nos quais estão estabelecidas as rela- ções
cotidianas familiares. Existem diversos tipos de moradia como, por exemplo, domicílios,
pensões, abrigos, repúblicas, ILPI, espaços nos quais vivem população em situação de rua e
populações privadas de liberdade.
4.1 Planejamento do percurso
Planejar o percurso é uma etapa essencial do processo de trabalho do ACS, deverá ser feito
semanalmente com o enfermeiro durante a supervisão utilizando o Instrumento de planejamen-
to de visitas do ACS (anexo 02). É um processo dinâmico e contribui para a organização do
serviço, determinando o número de visitas por dia e qual o local. O objetivo é otimizar o traba-
lho do ACS possibilitando que os usuários que necessitem mais recebam um número maior de
visitas e com maior agilidade.
A realização da visita domiciliar (VD) para o reconhecimento do território e das necessidades
de saúde da população adscrita é organizada atualmente na microárea por quarteirão ou por
arruamento. O que se preconiza neste documento é o uso da metodologia por quarteirão.
Rua C
Fonte: SMSA-PBH.
Fonte: SMSA-PBH.
A visita domiciliar no território
A visita domiciliar é um instrumento de intervenção fundamental da estratégia de saúde da
família que possibilita ao profissional conhecer o contexto de vida do usuário e a constatação
”in loco” das reais condições de habitação, bem como a identificação das relações familiares.
Além disso, facilita o planejamento da assistência por permitir o reconhecimento dos recursos
que a família dispõe.
Os agentes comunitários de saúde constroem o elo entre os usuários e o CS por meio da
visita domiciliar (VD). É um momento importante e estratégico para se estabelecer e fortalecer a
relação de vínculo com usuários e famílias (BARALHAS e PEREIRA, 2011; SANTOS e MORAIS,
2011). A VD é a oportunidade para que o profissional conheça as necessidades da família, atra-
vés da escuta ativa, e os auxilie na resolução dos problemas evidenciados (CARLI et al., 2014).
A VD precisa ser devidamente planejada para que alcance os objetivos. Quando o ACS sai
da unidade, é necessário ter um direcionamento de onde, porque, o que levar e como abordar
os usuários na comunidade. Deverá usar sempre trajes adequados, abolindo o uso de short,
bermudas, camisetas, minissaias e roupas decotadas.
O objetivo é obter o máximo de informações úteis que possibilite descobrir as reais neces-
sidades de saúde da população da área de abrangência e garantir a vigilância em saúde. É
importante ressaltarmos que a visita realizada poderá ser o primeiro contato da população com
o serviço de saúde, por este motivo é de suma importância ser bem realizada. A explicação aos
moradores sobre o objetivo da visita, a frequência, como são ofertados os serviços no CS, deve
ser sempre realizada e com o cuidado para não invadir a privacidade das pessoas.
No cotidiano do ACS é comum encontrar, práticas culturais como: uso de chás, rezas, ben-
zeduras, simpatias, oferendas, ritos de purificação, entre outros. Assim, é fundamental que o
profissional respeite essas crenças e práticas, para que possa conferir maior efetividade às
ações em saúde realizadas pela eSF.
Durante a VD o ACS deverá estar atento e sensibilizado a situações de riscos e vulnerabili-
dades em todos os ciclos de vida (quadro 2).
Quadro 2 - Situações de riscos e vulnerabilidades em todos os ciclos de vida para visita domiciliar.
CRIANÇAS GESTANTES ADULTOS IDOSOS
Portadoras de doença Acamados/ restritos ao
crônicas não infeccio- leito ou ao domicílio.
sas: Diabetes Mellitus, Dependentes de vida
Bebês que nasceram Hipertensão Arterial Sis- Portadores de doenças diárias.
com menos de dois qui- têmica, obesidade, com crônicas: Diabetes Melli- Risco de queda.
los e meio. Beneficiá- transtornos mentais. tus, Hipertensão Arterial Déficit cognitivo.
rias do programa Bolsa Tabagistas, etilistas Sistêmica, obesidade, Portadores de doenças
Família. e usuárias de drogas transtornos mentais. crônicas: Diabetes, Melli-
ilícitas. tus, Hipertensão Arterial
Beneficiárias do progra- Sistêmica, obesidade,
ma Bolsa Família. transtornos mentais.
Sem adesão ao tra- Sem adesão ao trata-
Que não iniciaram ou tamento de doenças mento ou com dificulda-
Faltosos na puericultura Faltosas no pré-natal. crônicas. des para adesão.
e/ou vacinações. Não imunizadas. Em uso de algum tipo Em uso de algum tipo
Em uso de algum tipo Em uso de algum tipo de insumos fornecidos de insumos fornecidos
de insumos fornecidos de insumo fornecido pela PBH. pela PBH.
pela PBH.
pela PBH. Pessoas com deficiên- Pessoa com deficiência
cia e BPC. e BPC.
Quadro 2 - Situações de riscos e vulnerabilidades em todos os ciclos de vida para visita domiciliar.
(continuação)
Pessoas com sobrepe-
Desnutridas e obesas. Desnutridas e obesas. so e com estilo de vida Desnutridos e obesos.
sedentário.
Necessitados de cui-
Atraso no crescimento
e/ou desenvolvimento, dadores, mas que não
Faltosas no pré natal de Pessoas em uso do possuem alguém que
criança com deficiên- alto risco, pessoa com tabaco, álcool e drogas exerça essa função e
cia e com Benefício de deficiência e BPC. ilícitas. insuficiência familiar
Prestação Continuada e/ou insuficiência de
(BPC).
cuidado.
Situações de violências Situações de violências Situações de violências Situações de violências
em suas múltiplas for- em suas múltiplas for- em suas múltiplas for- em suas múltiplas for-
mas e em situações de mas e em situações de mas e em situações de mas e em situações de
violação de direitos. violação de direitos. violação de direitos. violação de direitos.
Em uso de vários medi- Em uso de vários medi- Em uso de vários medi- Em uso de vários medi-
camentos ou que tenha camentos ou que tenha camentos ou que tenha camentos ou que tenha
várias doenças. várias doenças. várias doenças. várias doenças.
Baixa escolaridade da Baixa escolaridade e Baixa escolaridade e Baixa escolaridade e
mãe e falta de acesso a falta de acesso a rede falta de acesso a rede falta de acesso a rede
rede de apoio social. de apoio social. de apoio social. de apoio social.
Pessoa com doenças Pessoas com deficiên-
Gestante com doenças
Filhos de mães tabagis- infectocontagiosas (Sifi- cia e/ou com algum tipo
infecciosas (Sífilis, HIV,
tas, etilistas, usuárias lis, HIV, hepatites virais, de restrição que não
toxoplasmose, hepatites
de drogas ilícitas na tuberculose, hansení- têm acesso às ações e
virais, leishmaniose,
gravidez. ase, esquistossomose, serviços de saúde.
esquistossomose).
leishmaniose, outros). BPC.
As atividades coletivas e orientações aos usuários pelo telefone não devem ser considera-
das como visita domiciliar.
Durante a visita domiciliar, pode ocorrer do ACS não encontrar alguém na residência; para
estes casos a SMSA padronizou um instrumento denominado “comunicado de visita domiciliar”
que o ACS deverá deixá-lo na residência após o preenchimento.
Distribuição semestral
A GEAPS encaminhará até o 5º dia útil dos meses de maio e novembro relatório com o
número de famílias cadastradas por Centro de Saúde acrescido de 10% para o almoxarifado
central e respectivas regionais para solicitarem via Sistema Integrado de Gerenciamento de
Estoque– SIEST. Feito isso o almoxarifado realizará a distribuição para os Centros de Saúde
de acordo com o número encaminhado pela GEAPS.
Distribuição eventual
No caso de intercorrências, como incremento populacional, o Centro de Saúde encaminhará
documento para a GAERE solicitando as fichas de visitas com a justificativa da necessidade
e o quantitativo. GAERE realiza a avaliação do documento. Em caso de deferimento, a solici-
tação será encaminhada ao responsável na DRES que lançará no Sistema Integrado de Ge-
renciamento de Estoque– SIEST o pedido. Nos casos de indeferimento a GAERE encaminha
resposta ao Centro de Saúde.
Seguem orientações referentes ao registro dos campos para preenchimento na ficha de visi-
ta domiciliar e territorial do ACS (anexo 1).
Os campos de motivo de visita podem variar de acordo com a opção selecionada no campo
tipo de imóvel no sistema do e-SUS.
Nas situações nas quais o usuário ainda não for cadastrado e o desfecho da visita for visita
recusada ou ausente, o ACS deverá registrar na ficha de visita domiciliar e territorial no campo
observações o endereço completo do usuário e horário de realização da visita. No e-SUS de-
verá registrar: Turno de realização da visita, microárea, tipo de imóvel, CNS (caso tenha essa
informação), data de nascimento e sexo.
As fichas de visitas domiciliar deverão ser retiradas nos Centros de Saúde somente para
a realização da visita domiciliar. Recomenda-se que as fichas em uso sejam organizadas por
quarteirão e sejam retiradas diariamente para a realização das visitas do dia e guardadas nos
Centros de Saúde no fim do expediente do ACS.
O ACS ao identificar dificuldade de registro no sistema de informação deve comunicar ao ge-
rente da unidade, ao enfermeiro supervisor e registrar no livro de ocorrências do Centro de Saúde.
5.3 Cadastro de usuários, família e domicílio no SUS
5.3.1 Cadastro de usuários
O cadastro de usuários no SUS-BH tem como objetivos prover informações para a identifica-
ção dos usuários por meio do Sistema de Informação Saúde em Rede (SISREDE) e apoiar as
eSF no mapeamento das características sociais, econômicas e de saúde da população adscrita
ao território.
Cadastros qualificados contendo o máximo de informações, percursos atualizados e aten-
dimentos informatizados possibilitam a segurança do registro das informações, impactando
positivamente no acompanhamento dos indicadores epidemiológicos e assistenciais das eSF,
dos CS, das regionais e do município.
O cadastro é realizado pelo ACS a partir do preenchimento do Formulário de Cadastro de
Pessoa Física (anexo 4) na VD, que alimenta o SISREDE e automaticamente o e-SUS, no
sistema de coleta de dados simplificada. O registro das informações em saúde é realizado de
forma individualizada, permitindo o acompanhamento do histórico de atendimentos de cada
usuário, assim como a produção de todo profissional da APS.
Os dados dos usuários também podem ser inseridos na própria recepção da unidade de
saúde mediante apresentação de documento de identificação e comprovante de endereço. Se
o usuário alegar que não há nenhum comprovante em seu nome, deverá ser solicitado ao mes-
mo que assine o Formulário de Autodeclaração de Endereço Residencial (formulário próprio da
PBH - anexo 6).
Nas situações que forem identificadas a necessidade de cadastro no território, por solicita-
ção do usuário no Centro de Saúde ou pelo preenchimento do Formulário de Autodeclaração
de Endereço Residencial, o ACS deverá realizar o cadastro ou a vinculação no prazo máximo
de dez dias úteis. Em situações de ausência de ACS na microárea (ex.: férias, licença médica,
etc), o prazo máximo deverá ser pactuado com o enfermeiro.
Para a qualificação do cadastro, a SMSA desenvolveu instrumentos que normatizam o ca-
dastramento: Normatização do Cadastro de Usuários na Rede SUS-BH (link de acesso: ht-
tps://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/saude/cadastro-usuario-no-
-centro-de-saude.pdf) e o documento de perguntas e respostas mais frequentes relacionadas
ao cadastro (FAQ). Esses instrumentos padronizam, qualificam e respaldam os profissionais
assegurando maior veracidade às informações relacionadas ao cadastro do usuário e contem-
plam diversas situações específicas, como o cadastramento para atendimento de populações
residentes em microáreas de baixo risco e também populações de maior vulnerabilidade social.
A identificação de cada usuário no SUS é realizada por meio do Cartão Nacional de Saúde
(CNS) fornecendo informações sobre um usuário em qualquer ponto do país. Ele vincula todos
os procedimentos realizados no SUS ao usuário/profissional e à unidade.
O número do CNS é um dado obrigatório para o cadastramento de uma família no SISREDE
e para preenchimento na ficha de visita domiciliar e territorial do ACS (anexo 1). Em BH, o CNS
é gerado e fornecido aos usuários em todos os CS pelo sistema CADSUS WEB.
Para ter acesso ao CADSUS WEB é necessário que o profissional realize o auto cadas-
tramento e seja autorizado pelo administrador do sistema na unidade, geralmente o gerente.
Existem penalidades sobre a inserção de dados falsos, alteração e exclusão de dados corretos
com o fim de obter vantagem indevida ou causar dano ao banco de dados.
Destaca-se as atribuições do ACS especificamente em relação ao cadastro quanto às infor-
mações de usuários e famílias no SISREDE.
• Ter em mãos a ficha de cadastro da família (anexo 5) com os campos devidamente pre-
enchidos obtidos durante a visita domiciliar.
• Iniciar o cadastramento do domicílio preenchendo todos os campos da tela de domicílio/
família (domicílio, endereço e membros).
• Informar na aba domicílio todas as características do domicílio a ser cadastrado, lem-
brando que todos os campos são obrigatórios para preenchimento.
• Informar na aba de endereço o logradouro da família. Neste momento, o sistema abrirá
a tela ‘’pesquisar CEP’’. Esta pesquisa é muito importante, pois cada logradouro possui
um código que o identifica. Outra informação obrigatória nessa aba é se essa família
está em situação de rua, caso positivo o ACS deverá registrar o endereço de referência/
fixação informado pelo usuário.
• Iniciar o cadastramento pelo responsável familiar, na aba membros, que será eleito pela
própria família, sendo necessário que tenha idade mínima de 16 anos. É importante
uma busca qualificada desse usuário no SISREDE observando os cinco critérios de
unicidade (nome do usuário, nome da mãe, data de nascimento, sexo e naturalidade)
para não ocorrer à duplicidade de cadastro.
• Prosseguir o cadastramento do usuário, preenchendo todos os campos existentes na
tela de cadastro de pessoa física (dados pessoais, dados complementares e documen-
tos/observações).
• Inserir o CNS do usuário na aba documentos/observação.
• Solicitar o documento de identificação, conforme preconizado nas diretrizes da “Nor-
matização do Cadastro” que são: documento de identidade ou carteira de habilitação
ou passaporte ou registro profissional e/ou certidão de nascimento para menores de 12
anos. Em situações em que o nascido vivo ainda não possui a certidão de nascimento,
utiliza-se temporariamente a declaração de nascidos vivos (DNV).
• Qualificar as informações sobre a identificação do usuário. Além dos documentos obri-
gatórios deverão ser incluídos nos devidos campos a certidão de casamento, Cadastro
de Pessoa Física (CPF), número da carteira de trabalho.
• Os campos número de família, ACS e microárea são preenchidos automaticamente,
quando o cadastramento da família é concluído.
• Lembrar que o SISREDE não permite avançar no cadastramento caso a numeração do
domicílio não esteja no percurso da microárea.
Condições de vida
e de trabalho
Ambientes Desemprego
de trabalho
Água e esgoto
Educação
Serviços
IDADE, SEXO sociais
E FATORES de saúde
Produção
Agrícola e de
alimentos
• Orientar usuários, famílias e grupos sociais quanto aos fluxos, rotinas e ações e servi-
ços disponíveis no CS.
• Orientar o comparecimento a consultas e procedimentos agendados.
• Realizar busca ativa de faltosos às consultas, exames, curativos, imunização, dentre outros.
• Realizar ações educativas na comunidade.
• Fazer pelo menos uma VD ao mês para o paciente e sua família.
• Desenvolver ações educativas e mobilizar a comunidade e equipamentos sociais para
enfrentamento de problemas locais.
• Orientar sobre a adoção de hábitos saudáveis de vida e higiene geral do domicílio e
do ambiente.
MULHER
• Orientar a mulher quanto à necessidade de realizar o exame ginecológico regularmente
de acordo com os protocolos da SMSA.
• Identificar mulheres que desejam engravidar ou que estejam com atraso menstrual.
• Observar situações de vulnerabilidade e/ou violência.
• Estimular as mulheres para a importância do planejamento familiar.
• Verificar sinais de climatério complicado, tais como: ondas de calor, variações frequen-
tes no humor, dentre outros.
GESTANTES
• Captar a gestante o mais rápido possível, idealmente, até 12 semanas de gestação (até o
terceiro mês de gravidez), identificando-a na comunidade e vinculando-a ao pré-natal no CS.
• Estimular a realização do pré-natal do parceiro.
• Incentivar o parto vaginal.
• Realizar busca ativa das gestantes e puérperas faltosas e/ou com exames alterados.
• Promover a aproximação da gestante com a eSF e eSB, favorecendo a criação do vínculo
e incentivando a realização de pelo menos uma consulta odontológica durante a gestação.
• Identificar as angústias, medos e dúvidas orientando-as e encaminhando as demandas
para a eSF sempre que necessário.
• Estimular as gestantes a participarem de ações coletivas ofertadas pelo CS.
• Informar e orientar as gestantes sobre os agendamentos e periodicidade das consultas
e exames especializados.
• Observar situações de vulnerabilidade e/ou violência.
• Conferir o cartão de vacina e orientar a procurar o CS para atualização, quando necessário.
• Acompanhar as gestantes encaminhadas ao pré-natal de alto risco (PNAR) estimulando
seu acompanhamento também pela eSF.
• Incentivar a amamentação exclusiva pelo menos até o 6º mês de vida do bebê.
• Incentivar a coleta de leite humano para doação, orientando sobre as unidades de saú-
de que possuem pontos de armazenamento (Unidades de Coleta de Leite Humano).
• Realizar visita domiciliar à puérpera e ao seu recém nascido (RN), preferencialmente, até 72
horas após a alta hospitalar, com o objetivo de verificar condições gerais da mãe e do bebê.
• Verificar se a puérpera apresenta preocupações e relata dificuldades na amamentação,
cicatrização cirúrgica, sinais de depressão, entre outros.
• Orientar a puerpera sobre a primeira consulta de puerpério e as ações do 5º dia, bem
como, o agendamento da segunda consulta entre 30 a 42 dias após o parto.
RN
• Realizar o cadastro do RN no CS e atualizar com o nome da criança logo após o registro
no cartório.
• Informar a eSF sobre o nascimento do bebê o mais precocemente possível.
A visita domiciliar do ACS deverá ser planejada juntamente com o enfermeiro, de acordo com
a vulnerabilidade clínica e social. Recomenda-se, portanto, que as visitas domiciliares sejam
realizadas da seguinte forma:
• Para mulheres com gestação de risco habitual, uma visita mensal até a 36ª semana.
• Para gestantes em situação de vulnerabilidade pessoal e risco social, uma visita quin-
zenal até a 36ª semana.
• Para gestantes encaminhadas ao PNAR, uma visita quinzenal até a 36ª semana.
• Para mulheres com mais de 36 semanas de gestação, uma visita semanal até o parto.
• Para mulheres que o parto ocorreu, realizar uma visita em até 72 horas após a alta hos-
pitala e outra visita até 15 dias após o parto.
1º ao 4º passo
Incentivar o fumante a estabelecer uma data para parar de fumar nas próximas duas sema-
nas e o método a ser utilizado: gradual ou abrupto para a cessação do tabagismo. A decisão
deve ser compartilhada com familiares, amigos e colegas de trabalho.
5º passo
Orientar a respeito do processo da falta da droga no organismo, conhecido como abstinên-
cia. Durante essa fase, podem ocorrer: cefaléia, ansiedade, insônia, pensamentos negativos,
fome, fissura, entre outros. O ACS deve orientar o fumante a buscar estratégias de novos esti-
los de vida para o enfrentamento dos sintomas e dificuldades do cotidiano, tendo como maior
aliado o foco na melhoria da qualidade de vida.
6º e 7º passo
Motivar o usuário a repensar a rotina sem o cigarro, encontrando formas de substituição da
droga por algo prazeroso (como a alimentação saudável, atividade física, Academia da Cidade,
Lian Gong, lazer), e evitando situações de estresse.
Os usuários com graus mais elevados de dependência à nicotina ou aqueles que não conse-
guiram parar de fumar com a “Abordagem Breve” necessitarão de um acompanhamento espe-
cializado, por profissional de nível superior, por meio da Terapia Cognitiva Comportamental re-
alizada em grupos de 10 a 15 pessoas ou individualmente, com a duração de 06 meses. Muitos
fumantes demandam um apoio medicamentoso, durante os 03 primeiros meses. É importante
que eles também sejam aconselhados a mudar o seu estilo de vida, com a prática de exercícios
físicos e alimentação saudável.
A Lei Federal 12.546, de dezembro, de 2011, que está em vigor desde 03 de dezembro de
2014, proíbe o fumo em locais total ou parcialmente fechados de uso coletivo e os fumódromos
não são mais permitidos. Essas medidas protegem os não fumantes das doenças provocadas
pela fumaça presente nos ambientes onde há pessoas fumando (tabagismo passivo) e dificul-
ta a iniciação dos jovens no tabagismo. Não é permitido o fumo dentro dos serviços de saúde
(Centro de Saúde, por exemplo). É fundamental que haja coerência desses serviços com o seu
papel de vitrine de hábitos e estilos de vida saudáveis. Esses locais devem tornar-se livres da
poluição do tabaco e os seus profissionais fumantes serem estimulados e apoiados para deixa-
rem de fumar (BRASIL, 2001a).
8.1 Genograma
É uma ferramenta que poderá ser utilizada pela eSF para demonstrar esquematicamente
problemas biomédicos, genéticos, comportamentais e sociais que envolvem a família estuda-
da. Poderá ser usada como fator educativo, permitindo ao paciente e sua família ter a noção
das repetições dos processos que vêm ocorrendo, facilitando o entendimento da dinâmica fa-
miliar e podendo ser usada pelo ACS.
O genograma deverá ser anexado no início do prontuário, com um sumário dos problemas
prévios, ações preventivas e medicamentos em uso, acontecimentos importantes com datas,
pois estes dados são essenciais para atender ao usuário com maior resolutividade.
c81
8.1.2 Ecomapa
do peso
Maria
42 João 40
Ana Rita
Igreja
12 7 1
Estar sempre atualizado quanto aos fluxos, dias e horários de realização das principais ativi-
dades coletivas existente na sua área de abrangência.
O registro da atividade de supervisão do trabalho do ACS deve ser realizado pelo enfermeiro
no SISREDEWEB, módulo atividade coletiva, colocando o nome dos ACS que participaram,
horário de início, horário de término e dia em que foi realizada a atividade.
Durante a atividade de supervisão é importante que o enfermeiro tenha em mãos: relatórios
de visitas domiciliares realizadas por ACS, com o desfecho das visitas e total de usuários visi-
tados de acordo com a situação de saúde, assim como os cadastros realizados e as devidas
atualizações, as glosas apuradas pelo Mistério da Saúde e o Instrumento de registro das ati-
vidades do ACS (anexo 03) realizadas durante a semana. O enfermeiro deverá realizar uma
leitura criteriosa utilizando os instrumentos como apoio para a supervisão.
Com isso, a organização dos instrumentos de trabalho do ACS a partir da supervisão é fun-
damental para detectar as dificuldades em acompanhar as famílias, auxiliando no planejamen-
to e intervenções de gestão em saúde.
Espaços de discussão, gestão e de controle social
13.1 Reuniões de equipe
Devem acontecer semanalmente de acordo com a SMSA-BH, pactuadas com todos os tra-
balhadores do CS para assegurar retaguarda aos casos agudos. Essas reuniões devem servir
para avaliação e planejamento, informações dos ACS, discussão de problemas no processo de
trabalho da equipe, discussão de casos prioritários de usuários e/ou famílias, definição de
planos de trabalho e ações.
13.2 Matriciamento
Aplicado à atenção primária, o apoio matricial é uma estratégia de organização do trabalho
em saúde que acontece a partir da integração de eSF com equipes ou profissionais de outros
núcleos de conhecimento. São ações de apoio matricial os atendimentos e grupos compartilha-
dos, a discussão de casos e a construção de projeto terapêutico singular.
O matriciamento possui duas possibilidades de apoio às eSF: clínico assistencial e técnico
pedagógico. O apoio clínico assistencial ocorre quando, a partir da discussão do caso, a equipe
assiste diretamente o usuário, seja na forma de atividade coletiva, atendimento individual ou vi-
sita domiciliar. O apoio técnico pedagógico, por sua vez, é a construção de conhecimento entre
as equipes de apoio e eSF, empoderando as condutas dos profissionais.
Dentro dessa estratégia, as reuniões de matriciamento são importantes dispositivos para
discussão de casos ou temas entre os profissionais que compõem as diferentes equipes envol-
vidas, obtendo-se um diagnóstico de necessidades e o levantamento/planejamento de ações
que possam ser desenvolvidas para atendê-las da melhor maneira possível (BRASIL, 2014).
A frequência deve ser periódica e programada, a fim de que as eSF sempre tenham oportu-
nidade de discutirem suas demandas com os profissionais de apoio. A presença do ACS junto
aos demais profissionais nas reuniões de matriciamento, assim como a presença dos profissio-
nais de apoio, é de grande relevância para construção da assistência ao usuário em discussão,
não havendo perda de informações relevantes e garantindo a responsabilização do caso para
com todos participantes.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988
para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde.
Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), ficando restrita às pessoas que
contribuíssem com a previdência social. As demais eram atendidas apenas em
serviços filantrópicos.
A Constituição Federal é a lei maior de um país, superior a todas as outras leis.
Em 1988, o Brasil promulgou a sua 7ª Constituição, também chamada de Constituição
Cidadã, pois na sua elaboração houve ampla participação popular e, especialmente,
porque ela é voltada para a plena realização da cidadania. É a leique tem por
finalidade máxima construir as condições políticas, econômicas, sociais e culturais
que assegurem a concretização ou efetividade dos direitos humanos,num regime
de justiça social.
A Constituição Brasileira de 1988 preocupou-se com a cidadania do povo
brasileiro e se refere diretamente aos direitos sociais, como o direito à educação, à
saúde, ao trabalho, ao lazer e à aprendizagem.
Em relação à saúde, a Constituição apresenta cinco artigos – os de nº 196 a 200.
O artigo 1961 diz que:
1. A saúde é direito de todos.
2. O direito à saúde deve ser garantido pelo Estado. Aqui, deve-se entender Estado
como Poder Público: governo federal, governos estaduais, o governo do Distrito
Federal e os governos municipais.
3. Esse direito deve ser garantido mediante políticas sociais e econômicas com
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção
e recuperação e para reduzir o risco de doença e de outros agravos.
45
Apesar de ser um sistema de serviços de saúde em construção, com problemas
a serem resolvidos e desafios a serem enfrentados para a concretização dos seus
princípios e diretrizes, o SUS é uma realidade.
Faz parte do processo de construção a organização e a reorganização domodelo
de atenção à saúde, isto é, a forma de organizar a prestação de serviços e as ações
de saúde para atender às necessidades e demandas da população, contribuindo,
assim, para a solução dos seus problemas de saúde.
Ao SUS cabe a tarefa de promover e proteger a saúde, como direito de todos e
dever do Estado, garantindo atenção contínua e com qualidade aos indivíduos e às
coletividades, de acordo com as diferentes necessidades.
47
Na organização da atenção à saúde no SUS, a equidade traduz - se no tratamento
desigual aos desiguais, devendo o sistema investir mais onde e para quem as
necessidades forem maiores. A equidade é, portanto, um princípio de justiça social,
cujo objetivo é diminuir desigualdades.
Participação da comunidade – é o princípio que prevê a organização e a
participação da comunidade na gestão do SUS.
Essa participação ocorre de maneira oficial por meio dos Conselhos e
Conferências de Saúde, na esfera nacional, estadual e municipal. O Conselho de
Saúde é um colegiado permanente e deve estar representado de forma paritária, ou
seja, com uma maioria dos representantes dos usuários (50%), mas também com os
trabalhadores (25%), gestores e prestadores de serviços (25%). Sua função é formular
estratégias para o enfrentamento dos problemas de saúde, controlar a execução das
políticas de saúde e observar os aspectos financeiros e econômicos do setor,
possuindo, portanto, caráter deliberativo.
A Conferência de Saúde se reúne a cada quatro anos com a representação dos
vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para
a formulação da política de saúde. É convocada pelo Poder Executivo (Ministério da
Saúde, Secretaria Estadual ou Municipal de Saúde) ou, extraordinariamente, pela
própria Conferência ou pelo Conselho de Saúde.
Descentralização – esse princípio define que
o sistema de saúde se organize tendo uma única
direção, com um único gestor em cada esfera de
governo. No âmbito nacional, o gestor do SUS é o
Ministro da Saúde; no estadual, o Secretário
Estadual de Saúde; no Distrito Federal/DF, o
Secretário de Saúde do DF; e, no município, o
Secretário Municipal de Saúde. Cada gestor, em
cada esfera de governo, tem atribuições comuns e
competências específicas.
O município tem papel de destaque, pois é lá
onde as pessoas moram e onde as coisas
acontecem. Em um primeiro momento, a
descentralização resultou na responsabilização dos municípios pela organização da
oferta de todas as ações e serviços de saúde. Com o passar do tempo, após
experiências de implantação, percebeu-se que nem todo município, dadas suas
características sociais, demográficas e geográficas, comportariam assumir a oferta de
todas as ações de saúde, e que há situações que devem ser tratadas no nível estadual
ou nacional, como é o caso da política de transplantes.
Com o fim de atender às necessárias redefinições de papéis e atribuições das três
esferas de gestão (municípios, estados e união) resultantes da implementação do
SUS, houve um processo evolutivo de adaptação a esses novos papéis, traduzidos
nas Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS 01/01 e NOAS 01/02). Mais
recentemente as referidas Normas formam substituídas por uma nova lógica de
pactuação onde cada esfera tem seu papel a ser desempenhado, definido no
chamado “Pacto pela Saúde”.
Regionalização – orienta a descentralização das ações e serviços de saúde, além
de favorecer a pactuação entre os gestores considerando suas responsabilidades.
Tem como objetivo garantir o direito à saúde da população, reduzindo desigualdades
sociais e territoriais.
Hierarquização – é uma forma de organizar os serviços e ações para atender às
diferentes necessidades de saúde da população. Dessa forma, têm-se serviços
voltados para o atendimento das necessidades mais comuns e frequentes
desenvolvidas nos serviços de Atenção Primária à Saúde com ou sem equipes de
Saúde da Família. A maioria das necessidades em saúde da população é resolvida
nesses serviços. Algumas situações, porém, necessitam de serviços com
equipamentos e profissionais com outro potencial de resolução. Citamos como
exemplo: as maternidades, as policlínicas, os prontos-socorros, hospitais, além de
outros serviços classificados como de média e alta complexidade, necessários para
situações mais graves.
Esses diferentes serviços devem possuir canais de comunicação e se relacionar
de maneira que seja garantido o acesso a todos conforme a necessidade do caso,
regulado por um eficiente sistema de regulação.
Todas as pessoas têm direito à saúde, mas é importante lembrar que elas
possuem necessidades diferentes. Para que se faça justiça social, é necessário um
olhar diferenciado, por meio da organização da oferta e acesso aos serviços e ações
49
de saúde aos mais necessitados, para que sejam minimizados os efeitos das
desigualdades sociais.
O SUS determina que a saúde é um direito humano fundamental e é uma
conquista do povo brasileiro.
51
coordenação do cuidado, que é entendido como a capacidade de responsabilizar-se
pelo usuário (saber o que está acontecendo com ele) e apoiá-lo, mesmo quandoeste
está sendo acompanhado em outros serviços de saúde.
É na APS em que acontece o trabalho do agente comunitário de saúde (ACS).
53
da reorganização do processo de trabalho por meio da Saúde da Família e se dá na
medida em que os usuários têm suas necessidades de saúde atendidas.
A população sob responsabilidade da equipe deve ser cadastrada e
acompanhada, entendendo-se suas necessidades de saúde como resultado também
das condições sociais, ambientais e econômicas em que vive.
Equipe e famílias devem compartilhar responsabilidades pela saúde. Isso é
particularmente importante na adequação das ações de saúde às necessidades da
população e é uma forma de controle social e participação popular.
A participação popular e o controle social devem ser estimulados na ação cotidiana
dos profissionais que atuam na APS.
4 – AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: VOCÊ É “UM AGENTE DE
MUDANÇAS”!
19
Todas as famílias e pessoas do território de cada ACS devem ser acompanhadas
por meio da visita domiciliar, na qual se desenvolvem ações de educação em saúde.
Entretanto, a atuação não está restrita ao domicílio, ocorrendo também nos diversos
espaços comunitários.
Todas essas ações que estão voltadas para a qualidade de vida das famílias
necessitam de posturas empreendedoras por parte da população e, na maioria das
vezes, é o ACS que exerce a função de estimular e organizar as reivindicações da
comunidade.
O ACS deve estar sempre atento ao que acontece com as famílias do território,
identificando com elas os fatores socioeconômicos, culturais e ambientais que
interferem na saúde. Ao identificar ou tomar conhecimento da situação-problema,
precisa conversar com a pessoa e/ou familiares e depois encaminhá-la (los) àunidade
de saúde para uma avaliação mais detalhada. Caso a situação-problema seja difícil
de ser abordada ou não encontre abertura das pessoas para falar sobre o assunto,
deve-se relatar a situação para a equipe.
Os diferentes aspectos de um problema deverão ser examinados cuidadosamente
com as pessoas, para que sejam encontradas as melhores soluções. Orientações de
prevenção de doenças, promoção à saúde, entre outras estabelecidas pelo
planejamento da equipe. Todas as pessoas da comunidade deverão ser
acompanhadas, principalmente aquelas em situação de risco.
Há situações em que será necessária a atuação de outros profissionais da equipe,
sendo indicado o encaminhamento para a unidade de saúde. O ACS deverá
comunicar à equipe quanto à situação encontrada, pois, caso não ocorra o
comparecimento à unidade de saúde, deverá ser realizada busca-ativa ou visita
domiciliar.
Todas as ações são importantes e a soma delas qualifica o trabalho. No entanto
é fundamental compreender a importância da
participação popular na construção da saúde,
estimulando assim as pessoas da comunidade
a participarem das discussões sobre sua saúde
e o meio ambiente em que vivem, ajudando a
promover a saúde e a construir ambientes
saudáveis.
Situações de risco são aquelas em que uma pessoa ou grupo de pessoas “corre
perigo”, isto é, tem maior possibilidade ou chance de adoecer ou até mesmo de
morrer.
21
Nesses casos, as pessoas têm mais chance de adoecer e morrer se não forem
tomadas as providências necessárias.
A situação de risco pode ser agravada por obstáculos ou fatores que dificultam
ou impedem as pessoas de terem acesso às unidades de saúde, como:
• Localização do serviço com barreiras geográficas ou distante da
comunidade;
• Ausência de condições para acesso das pessoas com deficiência física: falta
de espaço para cadeira de rodas, banheiros não adequados;
• Serviços de transporte urbano insuficientes;
• Horários e dias de atendimento restritos ou em desacordo com a
disponibilidade da população;
• Capacidade de atendimento insuficiente;
• Burocratização no atendimento;
• Preconceitos raciais, religiosos, culturais, sociais, entre outros.
Haverá acessibilidade quando esse conjunto de fatores contribuir para o acesso
do usuário aos serviços de saúde.
Existem situações de risco que afetam a pessoa individualmente e, portanto, têm
soluções individuais. Outras atingem um número maior de pessoas em uma mesma
23
comunidade, o que irá exigir uma mobilização coletiva, por meio da participação da
comunidade integrada às autoridades e serviços públicos. Os Conselhos de Saúde
(locais, municipais, estaduais e nacional) e as Conferências são espaços que
permitem a participação democrática e organizada da comunidade na busca de
soluções.
É importante ressaltar que essa participação não deve restringir apenas aos
Conselhos e Conferências, podendo se dar de outras formas – reunião das equipes
de saúde com a comunidade e associação de moradores, caixas de sugestões,
ouvidoria, disque-denúncia, entre outras.
5 O PROCESSO DE TRABALHO DO ACS E DESAFIO DE TRABALHO EM
EQUIPE
25
É muito comum na área da saúde utilizar instrumentos e equipamentos para
apoiar a realização das ações de cuidado.
Exemplo: o médico da unidade de saúde tem como uma de suas ações a
realização de consultas. O que ele precisa ter
para realizar bem essa ação? Para fazer uma
boa anamnese (entrevista que busca levantar
todos os fatos referentes à pessoa e à doença
que ela apresenta) e um bom exame físico, ele
precisa contar com conhecimentos técnicos que
adquiriu durante a sua formação e durante a sua
vida. Nessa atividade, ele provavelmente vai
utilizar também alguns instrumentos, como um
roteiro/questionário, um estetoscópio (aparelho
para escutar o coração, pulmões e abdome),
aparelho para medir a pressão, entre outros.
Além disso, ele vai precisar ter outra
habilidade, que é a das relações, que se mostra no modo como ele consegue interagir
com as pessoas atendidas.
Vamos ver então dois exemplos diferentes de como esse médico poderia realizar
essa consulta:
1ª situação – mobilizando mais os conhecimentos técnicos e os instrumentos:
nesta situação o médico cumprimenta o usuário já olhando para a sua ficha/prontuário
e começa a fazer perguntas seguindo o roteiro/questionário, anotando as respostas e
agindo de modo formal e objetivo. Realiza o exame físico enquanto termina as
perguntas do questionário e faz a prescrição e/ou encaminhamento. A consulta
termina rapidamente.
2ª situação – mobilizando os conhecimentos, os instrumentos e a habilidade das
relações: nesta outra situação o médico cumprimenta o usuário, utiliza o
roteiro/questionário como guia, mas incentiva e abre espaço para a fala e a escutado
usuário sobre aspectos que não estão no roteiro. Nesse caso, ocorre umaconversa
com o usuário para deixá-lo mais à vontade, a fala não se restringe às perguntas do
questionário, existe troca de olhares e discussão dos problemas percebidos. O exame
físico é realizado e, após todos os esclarecimentos de dúvidas
que o profissional e o usuário julgaram necessários, a prescrição e/ ou
encaminhamento é realizado e a consulta é finalizada.
O que vimos acima foram dois exemplos de processo de trabalho diferenciados:
um que privilegia os conhecimentos técnicos e os instrumentos, sem dar muita
atenção para a relação de cuidado com o usuário (situação 1), e outro em que o
profissional utilizou seus conhecimentos técnicos em uma interação que valorizou o
aspecto relacional e o cuidado com o usuário (situação 2). Verificamos também, nessa
segunda situação, que o instrumento roteiro/questionário serviu como apoio ao
processo, e não como elemento central.
O trabalho em equipe
27
Para essa construção acontecer, os trabalhadores precisam aprender um “modo-
equipe” de trabalhar, reorganizando-se em torno de projetos terapêuticos para assistir
os usuários em sua integralidade. É importante que toda a equipe assuma a tarefa de
cuidar do usuário, reconhecendo que, para abordar a complexidade do trabalho em
saúde, são necessários diferentes olhares, saberes e fazeres.
29
A equipe de saúde precisa conhecer a realidade da comunidade e para tal deverá
reunir informações identificando suas principais necessidades em saúde. Com essas
informações, será realizado o diagnóstico de saúde da comunidade, o planejamento
e a execução das ações.
Há diversos instrumentos que podem ser utilizados para a coleta dos dados e
cada um deles tem um objetivo. A soma de todos ajuda na construção do diagnóstico.
Cadastro das famílias;
Mapa da comunidade;
Visita domiciliar/ entrevista;
Reuniões são alguns exemplos.
30
5.1 Cadastramento das famílias
31
raizeiros ou pessoas que são conhecidas por saberem orientar sobre nomes de
remédio para algumas doenças, bem como saber se procuram serviços (pronto-
socorro, hospitais etc.) situados fora de sua área de moradia ou fora do seu município.
Também é importante o ACS saber se as pessoas costumam usar remédios caseiros,
chás, plantas medicinais, fitoterapia e/ou se utilizam práticas complementares como a
homeopatia e acupuntura, e saber se existe disponível na região algum tipo de serviço
de saúde que utilize essas práticas.
Ao realizar o cadastramento e identificar os principais problemas de saúde, o
trabalho do ACS contribui para que os serviços possam oferecer uma atenção mais
voltada para a família, de acordo com a realidade e os problemas de cada
comunidade.
Os dados desse cadastramento devem ser de conhecimento de toda a equipe de
saúde.
35
O mapa, juntamente com as informações coletadas no cadastramento das
famílias, vai ajudar toda a equipe no diagnóstico de saúde da área.
37
Após a realização da visita, é
importante verificar se o objetivo dela foi
alcançado e se foram dadas e colhidas as
informações necessárias. Enfim, deve-se
avaliar e corrigir possíveis falhas. Esse é
um passo muito importante que
possibilitará planejar as próximas visitas.
Da mesma forma, é necessário
partilhar com o restante da equipe essa
avaliação, expondo as eventuais
dúvidas, os anseios, as dificuldades
sentidas e os êxitos.
Toda visita deve ser realizada tendo como base o planejamento da equipe,
pautado na identificação das necessidades de cada família. Pode ser que seja
identificada uma situação de risco e isso demandará a realização de outras visitas
com maior frequência.
Por meio da visita domiciliar, é possível:
• Identificar os moradores, por faixa etária, sexo e raça, ressaltando situações como
gravidez, desnutrição, pessoas com deficiência etc.;
• Conhecer as condições de moradia e de seu entorno, de trabalho, os hábitos, as
crenças e os costumes;
• Conhecer os principais problemas de saúde dos moradores da comunidade;
• Perceber quais as orientações que as pessoas mais precisam ter para cuidar
melhor da sua saúde e melhorar sua qualidade de vida;
• Ajudar as pessoas a refletir sobre os hábitos prejudiciais à saúde;
• Identificar as famílias que necessitam de acompanhamento mais frequente ou
especial;
• Divulgar e explicar o funcionamento do serviço de saúde e quais as atividades
disponíveis;
• Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a
população do território de abrangência da unidade de saúde;
• Ensinar medidas de prevenção de doenças e promoção à saúde, como os cuidados
de higiene com o corpo, no preparo dos alimentos, com a água de beber e com a casa,
incluindo o seu entorno;
• Orientar a população quanto ao uso correto dos medicamentos e a verificação da
validade deles;
• Alertar quanto aos cuidados especiais com puérperas, recém-nascidos, idosos,
acamados e pessoas portadoras de deficiências;
• Registrar adequadamente as atividades realizadas, assim como outros dados
relevantes, para os sistemas nacionais de informação disponíveis para o âmbito da
Atenção Primária à Saúde.
As ações educativas fazem parte do dia a dia e têm como objetivo final contribuir
para a melhoria da qualidade de vida da população. O desenvolvimento de ações
educativas em saúde pode abranger muitos temas em atividades amplas e
complexas, o que não significa que são ações difíceis de serem desenvolvidas.
Ocorre por meio do exercício do diálogo e do saber escutar.
Segundo o educador Paulo Freire (1996)1, ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
O enfoque educativo é um dos elementos fundamentais na qualidade da atenção
prestada em saúde.
Educar é um processo de construção permanente.
As ações educativas têm início nas visitas domiciliares, mas podem ser realizadas
em grupo, sendo desenvolvidas nos serviços de saúde e nos diversos espaços sociais
existentes na comunidade. O trabalho em grupo reforça a ação educativa aos
indivíduos.
A ação educativa é de responsabilidade de toda a equipe.
39
Existem diferentes metodologias para se trabalhar com grupos. O ACS e a equipe
devem avaliar a que melhor se adapte às suas disponibilidades e dos demais
Não há fórmula pronta, mas há passos que podem facilitar o trabalho do ACS com
grupos. Inicialmente, deve-se planejar a reunião definindo objetivos, local, dia e
horário que facilitem a acomodação e a presença de todos. É importante garantir as
41
• Identificar os conhecimentos, crenças e valores do grupo, bem como os mitos, tabus
e preconceitos, estimulando a reflexão sobre eles. A discussão não deve ser
influenciada por convicções culturais, religiosas ou pessoais;
• Discutir a importância do autoconhecimento e autocuidado, que contribuirão para
uma melhor qualidade de vida;
• Abordar outros temas segundo o interesse manifestado pelo grupo;
• Facilitar a expressão de sentimentos e dúvidas com naturalidade durante os
questionamentos, favorecendo o vínculo, a
confiança e a satisfação das pessoas;
• Neutralizar delicada e firmemente as pessoas
que, eventualmente, queiram monopolizar a
reunião, pedindo a palavra o tempo todo e a
utilizando de forma abusiva, além daqueles que
só comparecem às reuniões para discutir seus
problemas pessoais;
• Utilizar recursos didáticos disponíveis como
cartazes, recursos audiovisuais, bonecos, balões
etc.;
• Ao final da reunião, apresentar uma síntese dos
assuntos discutidos e os pontos-chave, abrindo a
possibilidade de esclarecimento de dúvidas.
Entre as habilidades que todo trabalhador de saúde deve buscar desenvolver,
estão:
• Ter boa capacidade de comunicação;
• Usar linguagem acessível, simples e precisa;
• Ser gentil, favorecendo o vínculo e uma relação de confiança;
• Acolher o saber e o sentir de todos;
• Ter tolerância aos princípios e às distintas crenças e valores que não sejam os
seus próprios;
• Sentir-se confortável para falar sobre o assunto a ser debatido;
• Ter conhecimentos técnicos;
• Buscar apoio junto a outros profissionais quando não souber responder a alguma
pergunta.
Durante o desenvolvimento da atividade, devem ser oferecidos, se possível,
materiais impressos e explicar a importância do acompanhamento contínuo na UBS,
assim como o funcionamento dos serviços disponíveis.
Sempre que possível envolver os participantes do grupo no planejamento,
execução e avaliação dessa atividade educativa. Isso estimula a participação e o
interesse das pessoas na medida em que se sentem capazes, envolvidos e
responsáveis pelo sucesso do trabalho.
43
5.5 Participação da comunidade
Participação quer dizer tomar parte, partilhar, trocar, ter influência nas decisões
e ações. Isso significa que você não trabalha sozinho, nem a equipe de saúde é a
única responsável pelas ações de saúde.
É importante participar e auxiliar na
organização dos Conselhos Locais de Saúde e
estimular as pessoas da comunidade a
participarem de todos os Conselhos de Saúde.
Também é possível recomendar aos
representantes da comunidade a conversarem
com os conselheiros sobre as ações de saúde que já estão sendo desenvolvidas e
estratégias para enfretamento dos problemas que ainda existem.
Cada pessoa da comunidade sabe alguma coisa, sabe fazer alguma coisa e
sabe dizer alguma coisa diferente. São os saberes, os fazeres e os dizeres da
comunidade. A comunidade funciona quando existe troca de conhecimentos entre
todos. Cada um tem um jeito de contribuir, e toda contribuição deve ser considerada
e valorizada. Deve se estar muito atento a tudo isso.
A troca de conhecimentos entre as pessoas de uma comunidade faz parte de
um processo de educação para a participação em saúde.
45
Faz parte do ACS o acompanhamento de todas as gestantes e
crianças menores de sete anos de idade contempladas com o
benefício do programa.
Os compromissos dos beneficiários são:
Gestante:
• Fazer inscrição do pré-natal e comparecer às consultas,
conforme o preconizado pelo Ministério da Saúde;
• Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno,
orientação para uma alimentação saudável da gestante e preparo
para o parto.
Mãe ou responsável pelas crianças menores de sete anos:
• Levar a criança à unidade de saúde para a realização do
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, de acordo
com o preconizado pelo Ministério da Saúde;
• Participar de atividades educativas sobre aleitamento materno
e cuidados gerais com a alimentação e saúde da criança;
• Cumprir o calendário de vacinação da criança, de acordo com o
preconizado pelo Ministério da Saúde.
As ações de saúde que fazem parte das condicionalidades do
Programa Bolsa-Família, descritas acima, são universais, ou seja,
devem ser ofertadas a todas as pessoas que procuram o Sistema
Único de Saúde (SUS).
6 PLANEJAMENTO DAS AÇÕES
47
Portanto, as famílias em risco e as que pertencem aos grupos prioritários precisam
ser acompanhadas mais de perto. Esse diagnóstico é um ponto de partida para o ACS
e equipe organizarem o calendário de visitas domiciliares e demais atividades.
6.1.1 Diagnóstico
É a primeira etapa do planejamento para quem busca conhecer as características
socioeconômicas, culturais e epidemiológicas, entre outras.
As fontes de dados podem ser fichas, bem como anotações próprias, relatórios,
livros de atas, aplicação de questionário, entrevistas, dramatização e outras fontes à
disposição.
O diagnóstico se compõe de três momentos específicos: levantamento, análise e
reflexão dos dados, e priorização das necessidades.
O diagnóstico da comunidade nada mais é do que uma leitura da realidade local.
É o momento da identificação dos problemas, suas causas e consequências e
principais características da comunidade. É o momento em que também se buscam
explicações para os problemas identificados.
6.1.2 Plano de ação
6.1.2.1 Meta
A meta tem como foco o alcance do trabalho. A meta estabelece concretamente
o que se pretende atingir.
6.1.2.2 Estratégia
Na estratégia, são definidos os passos a serem seguidos, os métodos e as
técnicas a serem utilizadas nas atividades e as responsabilidades de cada um.
6.1.2.3 Recursos
6.1.2.4 Cronograma
Cronograma e estratégia estão intimamente ligados. O cronograma organiza a
estratégia no tempo.
49
6.1.3 Execução
51
fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – o código do
53
A família cadastrada na Ficha A é a família do sr. Nelson, que é composta de sete
pessoas: ele, a esposa, três filhos, D. Umbelina (sua mãe) e Ana Rosa (empregada
doméstica que mora com eles).
O ACS registrou na ficha os dados de idade, sexo, escolaridade, ocupação e
ocorrência de doenças ou condições referidas de todas as pessoas da família.
A data de nascimento de D. Umbelina não foi anotada, porque ela não sabia
informar. Mas sabia que tinha mais ou menos 63 anos. Então o ACS anotou no campo
“idade”, o número 63.
Cristina tem sete meses, menos de um ano de idade. Assim, o ACS registrou 0
(zero).
Os campos do verso da Ficha A servem para caracterizar a situação de moradia e saneamento e outras informações importantes
acerca da família.
Repare que há um quadrado para o tipo de casa, com quadrinhos para assinalar com X o material usado na construção. Se o
material não é nenhum dos referidos, você tem um espaço para explicar o que foi usado na construção da moradia. É ali onde está
escrito “outro – especificar”.
.
55
Logo abaixo, contem o lugar onde se informa o número de cômodos. Uma casa
com quarto, sala, banheiro e cozinha tem quatro cômodos. Se só há um quarto e uma
cozinha, são dois cômodos. Atenção para o que não é considerado cômodo: corredor,
alpendre, varanda aberta e outros espaços que pertencem a casa, mas que são
utilizados mais como área de circulação.
Abaixo, deve ser informado se a casa tem energia elétrica, mesmo que a
instalação não seja regularizada. Em seguida, o destino do lixo.
No lado direito da ficha, estão os quadros para informar sobre o tratamento da
água na casa, a origem do abastecimento da água utilizada e qual o destino das fezes
e urina.
Na metade de baixo da ficha, estão os quadros para outras informações. Primeiro,
há um quadrinho (sim ou não) para dizer se alguém da família possui plano de saúde
e outro para informar quantas pessoas são cobertas pelo plano. Logo abaixo, existem
quadrinhos para cada letra do nome do plano.
Depois, o ACS deve anotar que tipo de socorro aquela família está acostumada
a procurar em caso de doença e quais os meios de comunicação mais utilizados na
casa.
56
À direita, estão os quadros para anotar se aquela família participa de grupos comunitários e para informar que meios de
transporte mais utiliza.
Para completar, vem o espaço para registro das observações que considerar importantes a respeito da saúde daquela família.
57
7.2 Cadastramento e acompanhamento da Ficha B
Na Ficha B-GES o ACS cadastra e acompanha mensalmente o estado de saúde das gestantes. A cada visita, os dados da
gestante devem ser atualizados nessa ficha, que deve ficar de posse do ACS, sendo discutida mensalmente com o enfermeiro
instrutor/supervisor.
58
A Ficha B-HA serve para o cadastramento e acompanhamento mensal dos hipertensos.
Atenção: só devem ser cadastradas as pessoas com diagnóstico médico estabelecido.
Os casos suspeitos (referência de hipertensão ou pressão arterial acima dos padrões de normalidade) devem ser encaminhados
imediatamente à Unidade Básica de Saúde para realização de consulta médica. Só após esse procedimento, com o diagnóstico
médico estabelecido, é que o ACS cadastra e acompanha o hipertenso.
59
A Ficha B-DIA serve para o cadastramento e acompanhamento mensal dos diabéticos.
Atenção: só devem ser cadastradas as pessoas com diagnóstico médico estabelecido.
Os casos suspeitos (referência de diabetes) devem ser encaminhados à Unidade Básica de Saúde para realização de consulta
médica. Só após esse procedimento é que o ACS cadastra e acompanha o diabético. Os casos de diabetes gestacional não devem
ser cadastrados nessa ficha.
60
A Ficha B-TB serve para o cadastramento e acompanhamento mensal de
pessoas com tuberculose. A cada visita os dados dessa ficha devem ser atualizados.
Ela fica de posse do ACS e deve ser revisada periodicamente pelo enfermeiro
instrutor/supervisor.
A Ficha B-HAN serve para o cadastramento e acompanhamento mensal de
pessoas com hanseníase.
Assim como na ficha B da gestante, o ACS deve atualizar os dados específicos
de cada ficha a cada visita realizada por ele. Esta ficha permanece com o ACS, pois
é de sua responsabilidade, e deve ser revisada periodicamente pelo enfermeiro
instrutor/supervisor.
Deve-se lembrar que sempre ao se cadastrar um caso novo, seja de gestante,
hipertenso, diabético, seja de pacientes com tuberculose ou hanseníase, o agente
comunitário de saúde deve discutir com o enfermeiro instrutor/supervisor, solicitando
auxílio para o preenchimento e acompanhamento deles.
63
< 2a – Menores de dois anos que tiveram infecção respiratória aguda –
registrar o número de crianças com idade até 23 meses e 29 dias que tiveram infecção
respiratória aguda nos 15 dias anteriores à visita domiciliar.
Hospitalizações – o ACS deve preencher esse quadro cada vez que tomar
conhecimento de qualquer caso de hospitalização de pessoas da comunidade onde
ele atua, no mês de referência ou no mês anterior:
Data – registre dia e mês da hospitalização.
Nome – anote o nome completo da pessoa que foi hospitalizada.
Endereço – anote o endereço completo da pessoa que foi hospitalizada.
Sexo – marque F para feminino e M para masculino.
Idade – anote a idade em anos completos. Se a pessoa for menor de um ano,
registrar a idade em meses.
Causa – registre a causa da hospitalização informada pela família ou obtida por
meio de laudos médicos.
Nome do hospital – anote o nome do hospital onde a pessoa foi internada.
65
8.1 Saúde da criança
Para o Agente Comunitário de Saúde o
acompanhamento de crianças é uma etapa fundamental
e prioritária de seu trabalho, desenvolvendo ações de
prevenção de doenças e agravos e de promoção à
saúde.
Entre as ações de prevenção das doenças e
promoção à saúde, está o incentivo ao cumprimento do
calendário vacinal, a busca ativa dos faltosos às vacinas
e consultas, a prevenção de acidentes na
infância, o incentivo ao aleitamento materno, que é uma das estratégias mais eficazes
para redução da morbimortalidade (adoecimento e morte) infantil, possibilitando um
grande impacto na saúde integral da criança.
Dentre essas, destacamos:
67
a segurar objetos, relacionar sons e comportamentos, falar, andar, coordenar seus
movimentos e ações, sentir, pensar e se relacionar com os outros e com o meio a sua
volta.
Calendário Vacinal
O calendário vacinal contém as vacinas obrigatórias na infância. Doses que
devem sem obedecidas e seguidas. O cumprimento deste previne doenças graves
na infância.
Segue esquema em quadro para melhor visualização:
69
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
71
9 meses Vacina contra febre amarela (5) dose inicial Febre amarela
SRC (tríplice viral) dose única Sarampo, rubéola e caxumba
9 SAÚDE DO ADOLESCENTE
10 SAÚDE DO ADULTO
75
Sabe-se que a adoção de hábitos saudáveis de vida é capaz de evitar o
desenvolvimento de certas doenças, entre elas o câncer, no entanto, não são
conhecidas formas especificas de prevenção do câncer de próstata.
Câncer de pênis
O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em indivíduos a partir
de 50 anos de idade, muito embora tumores malignos do pênis podem ser
encontrados em indivíduos jovens. Este câncer atinge o pênis (órgão sexual
masculino) e está muito ligado às condições de higiene intima do individuo e as baixas
condições socioeconômicas e de instrução, e à má higiene íntima de indivíduos não
circuncidados (fimose).
Outros problemas comuns que afetam a saúde dos homens, mais que não são
exclusivamente relacionados a ele, são:
• Alcoolismo
• Tabagismo
• Drogas ilícitas
• Violência
• Hipertensão arterial e
• Diabetes mellitus
10.2.2 Pré-natal
O câncer de colo de útero pode ser detectado precocemente por meio do exame
preventivo do câncer cérvico uterino (PCCU), também conhecido como exame
citopatológico de colo uterino ou Papanicolau. O exame é realizado nas unidades de
saúde.
Quem deve fazer o Papanicolau?
• Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame
preventivo, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 64 anos de idade;
• Mulheres grávidas podem fazer tranquilamente o preventivo sem prejuízo para
si ou para o bebê.
Inicialmente, o exame deve ser feito uma vez por ano. Se em dois anos seguidos,
o exame apresentar resultado normal poderá ser repetido a cada três anos.
Para realização do exame, são necessários alguns cuidados:
• Não ter relações sexuais com penetração vaginal, nem mesmo com
camisinha, 48 horas antes do exame;
• Não usar duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais 48
horas antes do exame;
• Não deve ser feito quando estiver menstruada, pois a presença de sangue
pode alterar o resultado.
10.3 Hanseníase
10.3.1 Conceito
79
(OMS), pois se não for descoberta e tratada precocemente causa incapacidades no
homem, levando-o a marginalização e interrupção de sua capacidade produtiva.
A hanseníase é fácil de diagnosticar, tratar e tem cura, no entanto, quando
diagnosticada e tratada tardiamente pode trazer graves consequências para os
portadores e seus familiares, pelas lesões que os incapacitam fisicamente.
10.3.2 Prevenção
As incapacidades físicas nos olhos, nas mãos e nos pés podem ser evitadas ou
reduzidas, se os portadores de hanseníase forem identificados e diagnosticados o
mais rápido possível, tratados com técnicas simplificadas e acompanhados nos
serviços de saúde do SUS.
10.4 Tuberculose
10.4.1 Conceito
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma
bactéria. O termo tuberculose se origina do fato de a doença causar lesões chamadas
tubérculos. Ela atinge os pulmões, podendo também se localizar em
10.4.3 Prevenção
O doente com tuberculose deve ter o cuidado ao tossir ou espirrar, de cobrir a
boca e o nariz e nunca escarrar no chão. Deve manter o ambiente limpo e arejado.
A investigação e acompanhamento dos contatos.
Todos os contatos dos doentes de tuberculose, especialmente os que moram
dentro do mesmo domicilio, devem comparecer a unidade de saúde para exame:
- os sintomáticos respiratórios (apresentam algum sintoma ex.: tosse há mais de
81
três semanas com presença de secreção purulenta) deverão submeter-se à exame de
escarro para o diagnóstico de tuberculose;
Vacinação BCG
A vacina BCG confere poder protetor às formas graves. No Brasil, a vacina BCG
é prioritariamente indicada para as crianças de 0 a 4 anos de idade, sendo obrigatória
para menores de um ano.
85
11 VIGILÂNCIA EM SAÚDE
89
11.7 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
91
2. Carbúnculo ou Antraz;
3. Cólera;
4. Dengue nas seguintes situações:
Dengue com complicações (DCC);
Síndrome do Choque da Dengue (SCD);
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD);
Óbito por Dengue;
Dengue pelo sorotipo DENV4 nos estados sem transmissão endêmica
desse sorotipo;
5. Doença de Chagas Aguda.
11.8.1 Dengue
11.8.1.1 Conceito
É uma doença infecciosa, febril aguda causada pelo mosquito Aedes aegypti.
No seu ciclo de vida, o mosquito apresenta quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto.
O mosquito adulto vive em média de 30 a 35 dias. A sua fêmea põe ovos de quatro a
seis vezes durante sua vida e, em cada vez, cerca de 100 ovos, em locais com água
limpa e parada.
Um ovo de Aedes aegypti pode sobreviver por até 450 dias (aproximadamente um
ano e dois meses), mesmo que o local onde ele foi depositado fique seco. Se esse
recipiente receber água novamente, o ovo volta a ficar ativo (vivo), podendo se
transformar em larva e atingir a fase adulta depois de, aproximadamente, dois ou três
dias. Quando não encontra recipientes apropriados (criadouros), a fêmea do Aedes
aegypti, em casos raros, pode voar a grandes distâncias em busca de outros locais
para depositar seus ovos.
93
11.8.1.3 Prevenção
• Escorrer a água dos pratinhos dos vasos de plantas, lavar com uma escova e
colocar areia grossa até a borda;
• Manter sempre limpos e vedados as caixas d’águas e poços;
• Verificar se calhas de água de chuva não estão entupidas, remover folhas que
possam impedir o escoamento da água;
• Guardar pneus velhos e abandonados em local coberto e abrigado da chuva;
• Guardar garrafas de plástico e de vidro em local protegido da chuva,
tampadas ou com a boca para baixo;
• Retirar sempre a água acumulada das lajes e;
• Manter os locais de lixo sempre limpos, evitando que se acumulem.
11.8.2 Malária
11.8.2.1 Conceito
11.8.2.4 Prevenção
11.8.3 Leptospirose
11.8.3.1 Conceito
• Evitar o contato com a água e a lama das enchentes ou esgoto. Impedir que
crianças nadem ou brinquem nesses locais que podem estar contaminados com a
urina de roedores;
• Após as águas baixarem, retire a lama e desinfete o local. Devem-se lavar
pisos, paredes e bancadas, desinfetando com água sanitária. Use duas xícaras de
chá (400 ml) do produto em um balde de 20 litros de água, e deixe agir por 15 minutos.
Só depois disso, faça a limpeza;
• Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas
e luvas de borracha para evitar o contato da pele com a água e lama contaminados
(se isto não for possível, usar plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés);
• Para evitar a presença de roedores, deve-se manter os alimentos guardados
em recipientes bem fechados, resistentes e distantes do chão; manter a cozinha limpa
e sem restos de alimentos; retirar as sobras de alimento ou ração dos animais
domésticos antes de anoitecer; evitar o acúmulo de entulhos e objetos sem uso no
quintal e dentro da cozinha; manter os terrenos baldios e margens dos rios limpos e
capinados; guardar o lixo em sacos plásticos bem fechados e em locais altos até
ocorrer.
11.8.4 Leishmaniose
11.8.4.1 Conceito
11.8.4.3 Prevenção
97
11.8.5 Febre amarela
11.8.5.1 Conceito
É uma doença provocada por um tipo de vírus (flavivírus). Este vírus pode ser
transmitido aos seres humanos de duas formas:
• pela picada da fêmea do mosquito conhecido por “Aedes Aegypti”, desde que
o inseto esteja contaminado (após picar um ser humano com a doença). Esta é
conhecida como Febre Amarela Urbana (FAU);
• através da picada do mosquito Haemagogus, o que denomina Febre Amarela
Silvestre (FAS).
Após ser picado pelo mosquito, a pessoa contaminada começa a apresentar uma
série de sintomas: febre alta (podendo chegar a 40°C ou 41°C), fortes dores de
cabeça, vômitos, problemas no fígado e hemorragias.
11.8.5.3 Prevenção
11.8.6.1 Conceito
A transmissão ocorre noite. O inseto sai e pica as pessoas passando-lhe a doença. Não se dá
pela picada e sim pelas fezes deixadas pelo barbeiro na pele da vítima, e vai atacar o aparelho
digestivo como o fígado e principalmente o coração.
Ao picar o homem o barbeiro suga o sangue cheio de tripanossomos que vão causar a doença.
11.8.6.3 Prevenção
Construir casas de tijolos e rebocar, cobrir com telhas ou lajes, pulverizar a casa limpar atrás
dos móveis, evitar lugar esburacados para não abrigar o barbeiro.
Sumário
Unidade 1
QUE É SAÚDE PÚBLICA? ................................................................................................................... 7
O que é o Sistema Único de Saúde (SUS)? .............................................................................. 7
Como funciona o Sistema Único de Saúde (SUS)?. .........................................................................8
Nossa o que é uma endemia? .............................................................................................................. 8
Então o que é epidemia? ....................................................................................................................... 8
O que será uma pandemia? .................................................................................................................. 9
A epidemiologia ....................................................................................................................................... 9
Doenças emergentes e reemergentes ............................................................................................. 10
Questões Para Facilitar a Aprendizagem ........................................................................................ 10
Referências bibliográficas .................................................................................................................. 10
Unidade 2
Vigilância Sanitária ........................................................................................................................ 12
Qual é a missão da vigilância sanitária? .......................................................................................... 13
O que faz a vigilância sanitária? ........................................................................................................ 13
Quem é responsável de organizar o trabalho da vigilância sanitária? ........................................ 13
Quais os riscos à saúde que a vigilância sanitária combate?....................................................... 13
Quais são os públicos que fazem vigilância sanitária? .................................................................. 14
Quais as áreas de atuação da vigilância sanitária? ....................................................................... 14
O que compete ao estado na vigilância sanitária? ......................................................................... 15
O que compete ao município na vigilância sanitária? .................................................................... 15
Quais são os poderes da vigilância sanitária? ................................................................................ 15
Questões para Facilitar a Aprendizagem ......................................................................................... 16
Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 16
Unidade 3
DOENÇAS DE INTERESSE PARA A SAÚDE PÚBLICA: NOÇÕES BÁSICAS, PREVENÇÃO,
SINTOMAS, CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES TRANSMISSORES E CAUSADORES DAS
ENDEMIAS. ................................................................................................................................... 17
Cólera.............................................................................................................................................. 17
O que é cólera? .................................................................................................................................... 17
Qual é o agente causador da cólera?. .............................................................................................. 17
Como é o modo de transmissão? ...................................................................................................... 17
Qual é o período de incubação? ........................................................................................................ 18
Quais são os aspectos clínicos?. ...................................................................................................... 18
Existe alguma vacina para cólera? .............................................................................................. 18
A cólera pode ser tratada? .......................................................................................................... 18
Quais são as maneiras de prevenção? ....................................................................................... 18
Quais são os procedimentos utilizados para tratar a água para o consumo? ............................... 19
Quais são as etapas utilizadas para desinfetar as verduras e frutas? ........................................... 19
Questões para facilitar a aprendizagem ..................................................................................... 19
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo ............................................................ 19
Referências Bibliográficas............................................................................................................ 20
Unidade 4
DENGUE ........................................................................................................................................ 21
O que é dengue? ............................................................................................................................ 21
Porque a dengue se espalha e agrava-se pelo Brasil?.............................................................. 21
Qual é o agente etiológico? .......................................................................................................... 22
Como ocorre a transmissão? ....................................................................................................... 22
Quais são as fases do desenvolvimento do mosquito? ............................................................. 23
Quais são as etapas das fases do desenvolvimento do Aedes aegypti? ....................................... 23
Ovo .................................................................................................................................................. 23
Larva ............................................................................................................................................... 24
Pupa ................................................................................................................................................ 24
Adulto .............................................................................................................................................. 25
Quais são os sintomas? ................................................................................................................ 25
Dengue clássica ............................................................................................................................ 25
Dengue hemorrágica .................................................................................................................... 25
Síndrome do choque da dengue. ................................................................................................. 26
Quais remédios deve se evitar com suspeita de dengue?............................................................... 26
Quando houver suspeita de dengue? ......................................................................................... 26
Porque não existe vacina contra a dengue? ............................................................................... 27
Qual é o tratamento para o paciente com dengue?.................................................................... 27
O que fazer para prevenir-se contra a dengue? ......................................................................... 27
Porque atualmente as epidemias de dengue vêm aumentando? .................................................. 28
As atribuições dos agentes no combate aos vetores são? .............................................................. 28
Questões para facilitar a aprendizagem ..................................................................................... 28
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo ............................................................ 29
Referências Bibliográficas............................................................................................................ 29
Unidade 5
ESQUISTOSSOMOSE ................................................................................................................ 32
Onde se encontra a esquistossomose?. ....................................................................... 32
Quais os nomes populares? ............................................................................................ 32
Como ocorre á transmissão? .......................................................................................... 33
Quando estou em área de risco podendo ser contaminado? .......................................... 33
Quais são os hospedeiros no ciclo de desenvolvimento da esquistossomose? .......... 34
Qual é o período de incubação? .................................................................................... 34
CICLO DE VIDA DA ESQUITOSSOMOSE ........................................................................... 34
Quais são os sintomas aparentes?. ............................................................................... 35
Quando achar que tem esquistossomose o que devo fazer? .......................................... 35
As medidas de prevenção e controle da esquistossomose: ............................................ 35
Atribuições dos agentes de combate as endemias no controle da esquistossomose:35
Questões para facilitar a aprendizagem ..................................................................... 36
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo ........................................... 36
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 36
Unidade 6
DOENÇA DE CHAGAS ........................................................................................................ 38
O que é a doença de chagas?. ........................................................................................ 39
Como é a transmissão?.................................................................................................... 40
Vetorial ............................................................................................................................. 40
Trasnfusional/transplante ............................................................................................ 40
Vertical ou Congênita ..................................................................................................... 40
Acidental ........................................................................................................................... 41
Oral .................................................................................................................................... 41
Qual é o período de incubação? .................................................................................... 41
Quais são os reservatórios? ........................................................................................... 41
Qual é o quadro clínico de um paciente infectado? .................................................. 41
Algumas situações abaixo reforçam as suspeitas de doença de chagas? ..................... 42
O que fazer se você estiver doente? ............................................................................ 42
Como é feito o diagnóstico? ........................................................................................... 42
Maneiras de controle e prevenção da doença de chagas? .............................................. 42
Quais as maneiras e prevenção no controle da doença de chagas? .............................. 43
Atribuições e objetivos da vigilância epidemiológica da doença de chagas ............... 43
Questões para facilitar a aprendizagem ..................................................................... 44
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo ........................................... 44
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 44
Unidade 7
FEBRE AMARELA............................................................................................................... 47
O que é febre amarela? ........................................................................................................ 47
Porque a doença chama-se febre amarela? .................................................................... 47
Transmissão da febre amarela? .................................................................................... 48
Qual é o período de incubação? .......................................................................................... 48
Quanto tempo após a picada do mosquito infectado é possível manifestar os
sintomas? ................................................................................................................................. 48
Sintomas aparentes da febre amarela .............................................................................. 49
Qual é a melhor maneira de evitar a doença? ................................................................. 49
Podem ocorrer reações adversas da vacina na pessoa? ............................................... 49
Fatores de risco para o aparecimento de epidemia ...................................................... 49
Prevenção ......................................................................................................................... 50
Como prevenir ou tratar? ..................................................................................................... 50
Questões para facilitar a aprendizagem .......................................................................... 50
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo ........................................ 51
Referências Bibliográficas ................................................................................................... 51
Unidade 8
LEISHMANIOSE.................................................................................................................. 52
O que é leishmaniose tegumentar americana?. ............................................................. 52
Distribuição da leishmaniose tegumentar americana .................................................. 52
Qual é o vetor? ........................................................................................................................ 53
A transmissão da leishmaniose tegumentar americana? .............................................. 53
Só a fêmea do flebótomos transmite a doença?. ............................................................ 53
O que é a leishmaniose visceral americana? ................................................................... 53
Qual é o agente etiológico?.................................................................................................. 54
Qual é o reservatório?........................................................................................................... 54
Quais são os sintomas da leishmaniose? ........................................................................... 54
Sintomas em seres humanos ............................................................................................... 54
Sinais aparentes em cães infectados ................................................................................ 55
Há tratamento para a leishmaniose? ................................................................................. 55
Algumas medidas preventivas ............................................................................................ 55
Quais as medidas de controle?............................................................................................ 56
Dirigidas aos casos humanos ............................................................................................... 56
Dirigidas ao controle do vetor............................................................................................. 56
O que deve ser realizado pelo programa de vigilância sobre a leishmaniose? ....... 56
Questões para facilitar a aprendizagem .......................................................................... 56
Unidade 9
LEPTOSPIROSE ................................................................................................................. 59
O que é leptospirose? ............................................................................................................ 59
Qual é o reservatório da leptospirose? ............................................................................. 59
Como é transmitida a leptospirose? .................................................................................. 60
Qual é o agente etiológico?.................................................................................................. 60
Qual o principal transmissor? .............................................................................................. 60
Qual é o período de incubação? .......................................................................................... 61
Quais os procedimentos a ser realizado após ocorrer uma enchente para evitar a
leptospirose?.................................................................................................................... 61
Quais são os sintomas que são causados nos seres humanos pela leptospirose? ... 62
Medidas preventivas no combate da leptospirose ......................................................... 62
O cives recomenda que sejam observados os seguintes cuidados ............................ 62
Questões para facilitar a aprendizagem .......................................................................... 63
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo ........................................ 63
Referências Bibliográficas ................................................................................................... 63
Unidade 10
MALÁRIA ............................................................................................................................ 65
O que é malária? ..................................................................................................................... 66
Como ocorre a transmissão da malária? ........................................................................... 66
Reservatório..................................................................................................................... 66
Período de incubação ........................................................................................................... 66
Quais são os sintomas da doença no ser humano? ......................................................... 67
Área de risco ........................................................................................................................... 67
Objetivos da vigilância sanitária ........................................................................................ 67
Medidas adotadas a pacientes com suspeita de malária .............................................. 67
Assistência ao paciente ........................................................................................................ 67
Qualidade da assistência ...................................................................................................... 67
Confirmação diagnóstica ...................................................................................................... 68
Proteção da população ......................................................................................................... 68
Maneiras de prevenção e combate a malária. ................................................................ 68
Controle vetorial .................................................................................................................... 68
Ações de educação em saúde. ............................................................................................ 68
Estratégia de prevenção ...................................................................................................... 68
7
Unidade 1
Como funciona o Sistema Único de Saúde (SUS)?
Observação para entender melhor: endemia são qualquer doença que ocorre
apenas em um determinado local ou região, não atingindo nem se espalhando para
outras comunidades.
Exemplo: É a ocorrência da febre amarela, comum na Amazônia.
A dengue é outro exemplo porque os registros de focos da doença em um espaço
limitado, ou seja, ela não se espalha por toda região, ocorre onde há incidência do mosquito
transmissores da doença.
As endemias ocorrem de varias maneiras sua transmissão, podendo ser contaminação
direta através de contato com o parasita no meio, ou por veiculação através de outros
organismos vivos.
8
controle, já antigamente as pessoas não tinham conhecimento das causas de muitas doenças.
O que será uma pandemia?
Uma pandemia ocorre quando uma nova cepa do vírus que causa a doença facilmente
transmissível ao ser humano contra a qual a maioria das pessoas não tem imunidade.
9
Doenças emergentes e reemergentes
As doenças emergentes são as que surgem com impacto significativo sobre o ser
humano².
São denominadas de reemergentes aquelas doenças bastante conhecidas, que
estavam controladas, ou eliminadas de uma determinada região, e que vieram a ser
reintroduzidas4.
Esses fenômenos vêm sendo associados a fatores demográficos, ecológicos
ambientais, resistência e seleção de agentes aos antimicrobianos, resistência dos vetores aos
inseticidas rapidez e intensidade de mobilização das populações no processo de globalização,
desigualdades sociais, precárias condições de saneamento que favorecem a disseminação de
doenças, entre outros
Pode-se afirmar que a vigilância sanitária originou-se na Europa dos séculos XVII e
XVIII e no Brasil dos séculos XVIII e XIX, com o surgimento da noção de “política sanitária”,
que tinha como funções regulamentam o exercício da profissão combater o charlatanismo e
exercer o saneamento da cidade, fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o comércio de
alimentos, com o objetivo de vigiar a cidade para evitar a propagação das doenças3.
As primeiras intervenções estatais no campo da prevenção e controle de doenças
desenvolvidas sob bases cientificas modernas datam do inicio do século XX e foram
orientados pelo avanço da era bacteriológica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos
de algumas doenças infecciosas e parasitárias2.
Ocorreu a implantação da vigilância sanitária com regras sanitárias para monitorar, por
exemplo, à água fornecida para a população, com fiscalização no gerenciamento e métodos de
manejo e destino dos resíduos sólidos, com essas medidas de prevenção para finalmente
minimizar a dispersão das epidemias.
Essas preocupações com a saúde das populações, e especialmente com as ações de
vigilância sanitária, emergiram do poder público desde os tempos mais remotos. Ao longo dos
tempos, o governo também se desenvolvia e se tornava complexo, diversificado em suas
atribuições. De quem governa uma aldeia para quem governa um estado nos dias de hoje vai
uma grande diferença1.
Unidade 2
Qual é a missão da vigilância sanitária?
Riscos ambientais: surge quando o esgoto o lixo e a água usada em locais públicos
não têm um destino adequado, com a presença de vetores como ratos, baratas e insetos.
Riscos ocupacionais: observados em processos de produção e comercialização de
alimentos e outros produtos, por exemplo, desenvolvidos em locais insalubre; falta de
equipamentos de proteção individual (goros, botas, aventais e mascaras) para profissionais.
Riscos sociais: quando, por exemplo, ocorre a comercialização de alimentos sem
padrão de identidade de qualidade; isto resulta no não atendimento das necessidades básicas
de alimentação de quem compra o produto.
Estas definições denotam a abrangência das ações de Vigilância Sanitária – VISA e sua
natureza essencialmente preventiva, contendo especificidades que a diferenciam de outras
ações e serviços de saúde, devido ao vínculo estreito com os setores econômico, jurídico,
público e privado e com a organização econômica da sociedade e seu desenvolvimento
tecnológico e cientifico que abrangem um amplo espectro dos elementos determinantes do
processo saúde-doença-qualidade de vida e que podem ser entendidos como riscos
relacionados à produção circulação e consumo de bens e serviços4.
Unidade 2
O que compete ao estado na vigilância sanitária?
De acordo com a lei 8.080/90, art. 15; a união, os estados o distrito federal e os
municípios cada um tem suas atribuições quando o assunto é vigilância sanitária com
fundamental importância cabe aos municípios a execução de todas as ações de vigilância,
desde que assegurados nas leis.
Questões para Facilitar a Aprendizagem
Referências Bibliográficas
Anotações
Anotações
Unidade 3
DOENÇAS DE INTERESSE PARA A SAÚDE PÚBLICA: NOÇÕES BÁSICAS,
PREVENÇÃO, SINTOMAS, CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES TRANSMISSORES E
CAUSADORES DAS ENDEMIAS.
Cólera
A História da doença sempre esteve associada à Índia, ficou conhecida pelos navegado-
res árabes e europeus nos séculos XV e XVI, em suas viagens pelos grandes deltas da Ásia
meridional, sendo o primeiro registro de difusão da doença para outros continentes ocorreu em
18172.
O que é cólera?
A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda causada pelo Vibrio cholerae.
Vibrio Cholerae
Fonte: Cultura mix
Quando os aspectos clínicos são, mas graves ocorre perda de muito liquido
provocando uma intensa desidratação podendo levar a morte
Há uma vacina oral, para cólera que se pode administrar a indivíduos com mais de 2
anos de idade.
Lavar as mãos com água e sabão antes de comer e preparar alimentos e após usar o
banheiro; beber somente água tratada ou de qualidade; consumir somente frutas e verduras
desinfetadas.
18
Quais são os procedimentos utilizados para tratar a água para o consumo?
Fervendo a água.
Fonte: Ciência hoje
1. O que é cólera?
2. Quais são os sintomas aparentes?
3. Como se pega cólera?
4. Citar algumas maneiras de prevenção da cólera?
5. Quais são os cuidados com água de beber?
6. Qual a maneira correta do tratamento da água para consumo?
7. Citar algumas maneiras utilizadas para desinfetar as verduras e frutas para o
consumo?
1. Elaborar as possíveis condições que ocorre em seu município que possa favorecer a
entrada e disseminação da cólera?
19
Unidade 3
2. Realizar a produção de um panfleto sobre campanha de conscientização contra a
cólera?
3. Assistir um vídeo sobre a cólera?
Referências Bibliográficas
Anotações
20
Unidade 4
DENGUE
Aedes Aegypti
Fonte: MS
O que é dengue?
Atualmente é a mais importante arbovirose que afeta o ser humano e constitui sério
problema de saúde publica no mundo. É originário do Egito espalhou-se pelo mundo pelo
oeste da África5. Sendo disseminado por meio de embarcações nas colonizações, na
atualidade o meio de dispersão é através de automóveis aviões, caminhões entre outros;
principalmente quando um criadouro e transportado de uma determinada região para outro
lugar; devido a grande resistência a dessecação, ou seja, quantidade de tempo que o ovo
resiste sem contato com a água.
A organização mundial da saúde (OMS) estima que 2,5 bilhões de pessoas, ou seja, 2/5
da população mundial estão sob risco de contrair dengue e que tem registro de ocorrência de 50
milhões de casos.
Na atualidade a proliferação do vetor da dengue nas Américas tem apresentado um
quadro crescente, com a ocorrência de milhares de casos de dengue nos referentes países,
pelo Brasil, Colômbia, Venezuela, Costa Rica e Honduras.
No Brasil, há referências de epidemias por dengue desde 1923 no Rio de Janeiro mas
sem confirmação laboratorial. Sendo que a primeira epidemia com confirmação laboratorial em Boa
Vista (RR), no período de 19823.
21
Unidade 4
A expansão da dengue no Brasil deu-se por meio das condições favoráveis que o
vetor encontrou que surgiu com crescimento das cidades, devido precárias,
condicionando a formação de criadouros facilitando à circulação do vírus da dengue
Fonte: SES
A transmissão ocorre por meio da picada da fêmea da espécie vetora do Aedes aegypti.
22
Quando contaminado o mosquito ao picar uma pessoa infectada que se apresenta na fase virê-
23
Unidade 4
mica da doença, apto após um período de 10 a 14 dias, hábil em transmitir o vírus no decorrer de
sua vida através de suas picadas; figura ilustrando abaixo mostrando a picada do mosquito:
Não há transmissão por contato direto com um doente ou suas secreções com uma
pessoa sadia nem fonte de água ou alimento1.
Ovo
Na postura dos ovos as fêmeas depositam nas
paredes internas dos objetos que propicia as condições
adequadas, vindo a transformar-se em criadouros sendo
postos em ambientes escuros, úmidos e bem próximo da
superfície da água.
No instante que ocorre a postura dos ovos são Ovo do Aedes aegypti
Fonte: ISP
brancos, mas rapidamente adquirem a cor negra brilhante3; como ilustra figura acima:
22
Unidade 4
Os ovos do Aedes aegypti são capazes de resistir a longos períodos de
dessecação, podendo prolongar-se por, mas de 365 dias, quando em contato com a
água vindo a eclosão3
Pupa
Nesta fase as pupas não se alimentam, ocorrendo a transformação do estágio larval
para o adulto; ficam na superfície da água facilitando o surgimento do inseto3.
Este estágio de dois a três dias, como ilustra a figura abaixo:
Fonte: DIVE/SC
24
Adulto
Após emergir do estágio pupal, fica um período de várias horas em repouso sobre
as paredes internas dos recipientes para endurecimento do esqueleto externo e das asas.
Após 24 horas da emersão, podem acasalar abrigam-se nas partes externas nas
habitações, preferencialmente em locais úmidos sombreados e na vegetação 4.
Fonte: ISP/PR
25
Unidade 4
A pessoa com suspeita de dengue não pode tomar remédios a base de ácido-acetil
salicílico, como por exemplo: aspirina, AAS, melhoral, doril, sonrisal, engov dentre outros, pois
esses remédios podem favorecer o aparecimento de hemorragias.
26
Porque não existe vacina contra a dengue?
Ainda não existe vacina contra a dengue.
EO período crítico acontece na transição da fase febril para a sem febre, sendo
observado lá pelo terceiro dia da doença, risco é o de uma falsa sensação de
melhora, o paciente descuida do repouso, ocasionando um agravamento repentino.
27
Unidade 4
É importante evitar o contato do mosquito com o ser humano, mas como é
impossível eliminar o mosquito, tendo como método de prevenção a eliminação das
larvas, antes de transformarem em mosquito, sendo a fase mas vulnerável do ciclo
ocorrendo maior êxito na eliminação do vetor.
28
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo
Proposta educativa
1. Assistir um filme sobre a dengue para enfatizar o aprendizado no
desenvolvimento do Aedes aegypti e na prevenção e controle.
Referências Bibliográficas
29
Anotações
30
Unidade 5
ESQUISTOSSOMOSE
É uma doença infecciosa parasitaria causada por um verme muito pequeno denomina-
do schistosoma mansoni (figura abaixo ilustrada):
Schistosoma mansoni
Fonte: Portal São Francisco
31
Unidade 5
Como ocorre á transmissão?
É uma doença de veiculação hídrica, cuja transmissão ocorre quando os indivíduos
susceptíveis entram em contato com águas superficiais onde existam caramujos que liberam
cercárias, (como ilustra a figura abaixo da transmissão):
Pessoas doentes defecam as margens de lagos rios, quando ocorre a chuva arrasta as
fezes contaminadas com ovos do verme, os ovos eclodem e viram larvas que penetram no
caramujos que liberam as cercárias que penetram através da pele nas pessoas que banham
nessa água.
32
A suscetibilidade ao verme é geral sendo independente a pessoa, quando em
contato com as cercárias, contraí a doença.
A pessoa pode estar contaminada mesmo sem ter a barriga d' água nome
popular da doença.
33
Unidade 5
Quais são os sintomas aparentes?
Primeiramente ocorre a presença de sangue na urina.
Ocorrência de coceiras na pele, febre, tosse, diarréia, enjôos, aumento do tamanho
do fígado e do baço, emagrecimento.
Evoluindo para um quadro crônico com diarréia alternada com pressão-de-ventre,
hemorrágicas etc.
34
Monitorar os corpos hídricos através de levantamento de áreas que venha trazer
risco as pessoas na possível transmissão.
Orientar a comunidade através do desenvolvimento de ações educativas no controle
de esquistossomose.
1. O que é esquistossomose?
2. Como se adquiri esquistossomose?
3. Quais os sintomas aparentes?
4. Qual é o hospedeiro intermediário e definitivo?
5. Quando uma pessoa suspeita com esquistossomose, quais os procedimentos
a ser tomados?
6. Elaborar uma lista de maneiras de prevenção no combate a esquistossomose?
DOENÇA DE CHAGAS
De acordo com KROPF & MASSARANI (2009), o médico pesquisador mineiro Carlos Chagas
em abril de 1909, notificou a descoberta de uma nova doença tropical que ficou conhecida como a
doença de chagas, levando o sobrenome do pesquisador; sendo uma contribuição fundamental para o
cenário cientifico internacional sobre as doenças tropicais.
35
Unidade 5
Na América Latina essa doença é uma das principais endemias, sendo um dos seus
maiores problemas sanitários1. Este fato reforça a importância de garantir a sustentabilidade
das ações voltadas para seu enfrentamento5.
Segundo ARGOLO et al. (2008), uma das dificuldades em se combater os insetos
vetores da doença (barbeiro), é o fato de novas espécies ocuparem nichos que eram antes
ocupados por outras, além de passarem a habitar o interior dos domicílios chegando as
residências através dos animais ou por moradores que trazem algum material para dentro das
casas, como por exemplo lenha, palha etc.; sendo principalmente encontradas em casas de
zonas rurais.
Barbeiro
Fonte: Revista Veterinária
O risco de contrair o mal de chagas está associado às precárias habitações nas áreas rurais,
pois este inseto se aloja nas frestas das paredes de barro das casas da população menos favorecidas3.
36
Unidade 6
No período de 2000 a 2009, no Brasil registrou-se casos isolados e surtos de doença de
chagas aguda, com maior freqüência na região da Amazônia legal e alguns registros de
episódios nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Santa Catarina e São Paulo, sendo distribuídos
entre 87 municípios brasileiros, como indica o mapa abaixo a distribuição do número de casos
de doença de chagas:
38
Trypanossoma cruzi
Fonte: Aprender Ciências
Como é a transmissão?
Em geral, é transmitida quando um inseto barbeiro infectado com o protozoário
Trypanossoma cruzi suga o sangue de uma pessoa, elimina fezes com parasitas próximo do
lugar onde sugou, penetrando no orifício da picada ou por coceira.
A transmissão do Trypanossoma cruzi para o ser humano pode ocorrer por diversas,
formas de acordo com Organizações Pan Americana da Saúde, (2009): vetorial; transfusional;
vertical ou congênita; acidental; oral.
Vetorial: ocorre por meio das fezes dos “barbeiros” ou “chupões” após o repasto
sanguíneo defecam, junto com as fezes são eliminados formas infectantes de tripomastigotas
metacíclicos.
Trasnfusional/transplante: ocorre pela passagem por transfusão de sangue ou
hemocomponentes ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptoras sadios.
Vertical ou Congênita: é a passagem de parasitas de mulheres infectadas pelo
trypanossoma cruzi, para seus bebês durante a gestação ou o parto.
39
Unidade 6
Acidental: ocorre pelo contato da pele ferida ou de mucosas com material
contaminado durante manipulação em laboratório, sem o uso adequados de EPI'S.
Oral: através da ingestão de alimentos contaminados com parasitas provenientes de
triatomíneos infectados.
No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por via oral nas
pessoas que tomaram caldo-de-cana.
40
Febre
Falta de apetite
Mal – estar
Inflamação leve no local da picada são sintomas comuns no momento da infecção
chamada fase aguda.
EO sintoma não sempre perceptível o indivíduo pode saber que tem a doença
de 20 a 30 anos após ter sido infectado, através da realização do exame de sangue.
41
Unidade 6 Com a interrupção da transmissão vetorial da doença de chagas pelo triatoma infestans
é necessário fortalecer a vigilância nas áreas consideradas de risco, para impedir a sua
introdução6.
De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), um primeiro desafio para
enfrentar a doença de chagas e outras enfermidades negligenciadas é criar uma estrutura que
permita o tratamento; essa situação é bem complexa e difícil devido a maioria das pessoas
infectadas ou em lugares de difícil acessos, não ocorrendo atendimento adequado.
42
Questões para facilitar a aprendizagem
45
Unidade 7
Unidade 7
FEBRE AMARELA
Mosquito Haemagogus
Fonte: acesso.org
46
Transmissão da febre amarela?
A transmissão da febre amarela ao homem se dá pela picada do mosquito da família Culicidae,
sendo a espécie Aedes aegypti o principal vetor da febre amarela urbana e o Haemagogus, o principal
vetor da febre amarela silvestre2.
De acordo com FUNASA (1999), na febre amarela silvestre, o vírus circula entre os
macacos que, no período de viremia, ao serem picadas pelos mosquitos silvestres lhe
repassam o vírus.
47
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo
1. Elaborar uma lista de fatores de risco a uma pessoa que vai deslocar-se para
área de risco?
49
Unidade 8
LEISHMANIOSE
Densidade de casos (2004) e circuitos de leishmaniose tegumentar americana por município, Brasil.
Fonte: Brasil, 2007.
Unidade 8
Nas últimas décadas, as analises epidemiológicas da leishmaniose tegumentar
americana (LTA), têm sugerido mudanças no padrão de transmissão da doença, inicialmente
considerada zoonoses de animais silvestres, que acometia ocasionalmente pessoas em
contato com as florestas3.
A leishmaniose tegumentar constitui um problema de saúde pública em 88 países,
distribuídos em quatro continentes (Américas, Europa, África e Ásia), com registro anual de 1 a
1,5 milhões de casos3.
Qual é o vetor?
Os vetores da LTA são insetos denominados Flebotomíneos, pertencentes à ordem
Díptera, Família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, gênero lutzomyia, conhecidos
popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui,
entre outros.
Forma flagelada
Fonte: BRASIL, 2006.
Qual é o reservatório?
Na área urbana, o cão (canis familiaris) é a principal fonte de infecção. A enzootia
canina tem precedido a ocorrência de caos humanos e a infecção em cães tem sido mais
prevalente que no homem. No ambiente silvetre os reservatorios são as raposas e os
marsupiais1, como ilustra a figura abaixo.
Fonte: BRASIL,2006
Os cães podem ficar infectados por vários anos sem apresentarem sinais clínicos.
1. O que é leishmaniose?
2. Quem transmite a leishmaniose ao ser humano?
3. Quais são os sintomas?
4. Todos os flebótomos transmitem leishmaniose?
5. Quais são os reservatórios?
6. Quais são medidas fundamentais para prevenção da leishmaniose?
7. Citar medidas fundamentais para prevenção da leishmaniose?
Proposta de aprendizagem de desenvolvimento em grupo
Rato
Fonte: Diário Brasil.
O que é leptospirose?
É uma doença infecciosa febril de inicio abrupto, cujo espectro pode variar desde um
processo inaparente até formas graves.
Pode também ocorrer através da pele íntegra quando imersa em água por
longo tempo2.
Quais os procedimentos a ser realizado após ocorrer uma enchente para evitar a
leptospirose?
Realizar a limpeza retirando a água e lama, e depois desinfectar com água sanitária ou utilizar
hipoclorito de sódio.
Esvaziar a caixa d' água e realizar a limpeza das paredes e fundo do recipiente,
após a limpeza adicione 1 litro de água sanitária para cada 1000 litros de água no
reservatório.
Posteriormente encha a caixa d' água, deixando o registro fechado por 35
minutos, em seguida abra as torneiras por alguns segundos para essa água
misturar-se com a água sanitária entre nas tubulações; aguardando um período de
1 hora e 20 minutos para que ocorra a desinfecção da caixa.
Depois abra as torneiras para escoar toda a água, podendo ser utilizada para
limpeza de chão e de paredes.
Finalmente após esses procedimentos pode encher novamente a caixa com
água para o consumo.
Unidade 9
Quais são os sintomas que são causados nos seres humanos pela leptospirose?
Febre alta
Calafrios
Dores de cabeça
Dores musculares
Náuseas
Vômitos
Olhos avermelhados
1. O que é a leptospirose?
2. Qual é o principal reservatórios da leptospirose?
3. Quais são principais sintomas da leptospirose?
4. Quais são os fatores que colabora para a incidência dessa doença?
5. Qual é o período de incubação?
6. Como a leptospirose é transmitida para o homem?
7. Quais são as pessoas mais susceptível à doença?
8. Como é realizado o manejo para evitar leptospirose?
Anopheles darlingi
Fonte: ICB/USP
O que é malária?
A malária, também conhecida como paludismo, maleita, impaludismo e febre terçã ou
quartã, doença infecciosa febril aguda causada por parasita unicelular. É causada por
protozoários, do gênero Plasmodium, como o plasmodium vivax, Plasmodium falciparum,
Plasmodium malariae.
Transmissão da Malária.
Fonte: Só Biologia
Reservatório
O homem é o único reservatório com importância epidemiológica para a malária.
Período de incubação
O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de plasmódio. Para
P. falciparum, de 8 a 12 dias; P. vivax, 13 a 17 dias e P. malariae, 18 a 30 dias.
Unidade 10
Quais são os sintomas da doença no ser humano?
Febre acompanhada de arrepios de frio, seguidos de calor intenso e suores
abundantes.
Reaparecimento de febre com intervalos de 2 a 3 dias.
Dor de cabeça
Dores musculares
Falta de força
Falta de apetite
Enjôos
Área de risco
As áreas de alto risco têm como características epidemiológicas floresta tropical úmida
que favorece a transmissão perene e focalmente intensa, principalmente em grupos de
trabalhadores expostos, alta prevalência de Plasmodium falciparum geralmente resistente a
antimaláricos e populações migrantes com escassa imunidade, expostas às altas densidades
de Anopheles darlingi, dentro e fora de moradias precárias que não oferecem proteção4.
1. O que é a Malária?
2. Como é transmitida Malária?
3. Quais são os sintomas da Malária?
4. Quais são as características de áreas de risco?
5. Qual período de incubação?
6. Qual é o principal Reservatório?
7. Citar medidas adotadas a pacientes com suspeita de Malária?
1. Levantamento das dificuldades enfrentadas pela população em área de risco na prevenção de Malária.
2. Analisar os programas de saúde no combate e prevenção a Malária, e citar alguns tópicos que seria importante para
diminuir casos.