com vistas à revisão da regulamentação de implantação e operacionalização vigentes, revogando a Portaria 2488 de 2011.
Considera a ESF como forma prioritária para
reorganização da Atenção Básica (AB) no Brasil. PORTARIA 2436, DE 2017 Esta Portaria ainda define a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e direcionado as necessidades de saúde da população. Estas RAS constituem-se em arranjos organizativos formados por ações e serviços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma complementar e com base territorial. ATENÇÃO BÁSICA A AB caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde. ATENÇÃO BÁSICA É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. ATENÇÃO BÁSICA
Utiliza tecnologias de cuidado complexas e
variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de maior freqüência e relevância em seu território, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. PSF E ESF
O Programa Saúde da Família (PSF), foi criado
a partir do PACS, em 1994. Como seu papel foi cumprido, este passou a ser denominado Estratégia Saúde da Família (ESF), em 2010. O G Federal escolheu lideranças comunitárias em regiões carentes do país, notadamente no nordeste brasileiro, a fim de colocar em prática o que existia em Canadá e Cuba. PROPÓSITOS DA ESF A ESF foi concebida como uma estratégia para mudança do modelo de atenção à saúde, para efetivar os princípios do SUS como a universalidade, a integralidade e a eqüidade. Além disso, estabelecer vínculos e laços de compromisso e coresponsabilidade entre profissionais de saúde e a população, levando a uma parceria, simbiose entre os atores acima. PROPÓSITOS DA ESF
A ESF trabalha o princípio da Vigilância à
saúde. Além disso, com a responsabilidade integral sobre a população que reside em uma área de abrangência.
A ESF não um sistema de saúde para os pobres.
Ela exige alta complexidade tecnológica nos campos do conhecimento e da comunicação. OBJETIVOS DA ESF
Reorientação do modelo de saúde assistencial a
partir da Atenção Básica, em conformidade com os princípios do SUS.
Imprimir uma nova dinâmica de atuação nas
UBS, com definição de responsabilidades entre os serviços de saúde e a população. ENFIM...
Implantar a ESF significa reorganizar o
sistema de saúde em vigor do município – e isso significa substituir as antigas diretrizes, baseadas na valorização do hospital, mais voltadas para a doença, e introduzir novos princípios, com foco na promoção da saúde, na participação da comunidade. MODELO HEGEMÔNICO X ESF Enquanto os postos e centros de saúde tradicionais adotam um modelo passivo de atenção, limitados a encaminhar doentes para centos especializados ou para hospitais mais próximos, as equipes de ESF, em atividade, identificam os problemas e necessidade das famílias e da comunidade, planejando, priorizando e organizando o atendimento. Quando necessário, realizam atendimento no próprio domicílio do paciente. ORIGENS DA ESF NO MUNDO
No contexto internacional, a consolidação de
sistemas nacionais baseados em Atenção Primária à Saúde (APS) em países como Canadá, Cuba e Reino Unido, entre outros, serviam de estímulo ao avanço da discussão. ORIGEM DA ESF NO BRASIL
O Programa de Agentes Comunitários de
Saúde – PACS iniciou-se em 1991, com repercussão significativa, principalmente na região nordeste, sendo uma das bases, em 1994, para a concepção do PSF. PACS, 1991
A implantação do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS) é considerada uma estratégia transitória para o estabelecimento de vínculos entre os serviços de saúde e a população. É estimulada até que seja possível a plena expansão da Estratégia Saúde da Família, ao qual os ACSs são incorporados. CARACTERÍSTICAS DA ESF
Em primeiro lugar, a participação de toda a
comunidade – em parceria com a ESF – na identificação das causas dos problemas de saúde, na definição de prioridades, no acompanhamento da avaliação de todo trabalho feito. Sem privilégio para ninguém, sem discriminação de ninguém, é fundamental a atuação dos conselhos locais, igrejas e templos dos mais diferentes credos, associações, clubes, entidades de todos os gêneros. CARACTERÍSTICAS DA ESF
A ESF pressupõe que os municípios estejam
preparados para atuar de forma regionalizada e hierarquizada. Cada município deverá dar solução aos problemas mais comuns e mais freqüentes na saúde da sua população e definir para onde encaminhar os casos que exigem atendimento especializado. Deve se integrar ao serviço de saúde do município e da região, enriquecendo-o, organizando-o e caracterizando-se como a porta de entrada do sistema municipal de saúde. CURIOSIDADES DA ESF A ESF existe em mais de 5.300 municípios brasileiros. Naqueles em que está adequadamente implantado, com profissionais capacitados e integrado ao sistema municipal de saúde, tem condições de dar solução efetiva a mais de 85% dos casos de saúde da população atendida. A assistência na gravidez, a atenção ao crescimento das crianças, o tratamento e prevenção das doenças mais freqüentes – todos esses cuidados são garantidos pelas equipes de Saúde da Família. IMPORTÂNCIA DA ESF Diminui o número de mortes de crianças por causas evitáveis; Aumenta a quantidade de gestantes que chegam saudáveis e bem-informadas ao parto; Melhora a qualidade de vida dos idosos; Melhoram os índices de vacinação; Os hipertensos e diabéticos são tratados e acompanhados; Diminuem as filas para atendimento nos hospitais da rede pública de saúde. IMPORTÂNCIA DA ESF
Em vários municípios brasileiros já foi possível
verificar que as equipes implantadas não apenas diminuem as ocorrências de casos urgentes, devido a sua intervenção precoce em situações de maior risco, como, por estarem situadas próximas à população, atuam como 'porta de entrada' principal dos casos mais graves - que, em situações adversas, lotariam serviços de pronto atendimento, pronto- socorros ou serviços saúde de forma desordenada. IMPORTÂNCIA DA ESF
A organização da atenção básica, propiciada
pelo ESF, trata as pessoas, controla as doenças crônicas, diminui a solicitação de exames desnecessários, racionaliza os encaminhamentos para os serviços de maior complexidade, reduz a procura direta aos atendimentos de urgência e hospitalares. DEFEITOS DA ESF Não devemos pensar que as ESFs são responsáveis apenas pelas visitas domiciliares e atividades coletivas ou individuais de prevenção a enfermidades, enquanto a assistência curativa continua sob responsabilidade de outros profissionais do modelo anterior, tradicional. Essa é uma grave distorção, que põe por terra pontos básicos da ESF que são a integralidade e a resolutividade: nos territórios onde estejam implantadas, as ESFs são as responsáveis por toda a AB das comunidades, sem que haja paralelismo na assistência prestada. DEFEITOS DA ESF Não podemos aceitar que os recursos financeiros encaminhados pelo Governo Federal, como incentivo, representam todo o dinheiro necessário para implantar e manter a ESF. O SUS depende de investimentos das três esferas de governo, além disso o município é responsável pela organização e operacionalização dos serviços, pela forma de contratação e pagamento dos recursos humanos, pelo acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas. DEFEITOS DA ESF
Nunca é demais lembrar, igualmente, que a
ESF faz parte de um contexto muito maior, que é o SUS. Os profissionais desta não têm a pretensão de solucionar todos os problemas de saúde, mas devem estar conscientes de que uma atenção básica de qualidade é pare fundamental desse objetivo, de acordo com as responsabilidades definidas na NOAS-2001 (define o processo de regionalização da assistência, cria mecanismos para fortalecimento da gestão do SUS, atualiza os critérios de habilitação para os estados e municípios). COMPOSIÇÃO DA ESF A ESF é composta por equipe multiprofissional que possui, no mínimo, médico generalista ou especialista em SF; enfermeiro generalista ou especialista em SF; auxiliar ou técnico de enfermagem e ACS. Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista e auxiliar/ técnico em Saúde Bucal. TERRITÓRIO E ESF Existência de equipe multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 3.000 habitantes, com jornada de trabalho de 40h semanais para todos os seus integrantes e composta por, no mínimo, médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde; Número de ACS suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe; O exercício da profissão de Agente Comunitário de Saúde regulamentado pela Lei nº 10.507/2002. IMPORTÂNCIA DO ACS NA ESF
O agente comunitário de saúde (ACS) é capacitado
para reunir informações de saúde sobre a comunidade onde mora. É um dos moradores daquela rua, daquele bairro, daquela região. Deve ter bom relacionamento com seus vizinhos. Tem condição de dedicar oito horas por dia ao trabalho de ACS. Orientado pelo médico e enfermeiro da Unidade, vai de casa em casa e anota tudo o que pode ajudar a saúde da comunidade. É responsável pelo acompanhamento de aproximadamente 750 famílias que vivem no seu território de atuação. PAPEL DA ENFERMAGEM NA ESF
Os enfermeiros acompanham e promovem a
capacitação dos agentes comunitários e técnicos, são co-responsáveis pela administração da unidade, e ainda acham tempo para atuar na assistência com ênfase na promoção da saúde. PAPEL DA ENFERMAGEM NA ESF A partir do cadastramento criterioso e atualizado de toda a população assistida pelo PSF, dedicamos atenção especial às crianças, às mulheres, aos idosos, às pessoas que sofrem doenças crônicas. Mas é igualmente muito grande a preocupação com as pessoas que não estão doentes. O vínculo das equipes de saúde com as famílias faz com que conheçam melhor a realidade e trabalhem com mais dedicação. PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES DAS EQUIPES QUE ATUAM NA ESF
Ações de Saúde da Criança e Adolescente
Ações de Saúde da Mulher, Homem e Idoso Ações de Saúde do Trabalhador Controle da Hipertensão Arterial Controle da Diabetes Mellitus Controle da Tuberculose Eliminação da Hanseníase CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ESF deve funcionar como estratégia
prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. Para isso, é fundamental a participação de todos os atores que atuam na área de Saúde, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locoregionais, a fim de consolidar de uma vez por todas o SUS como um Sistema de saúde de qualidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, para que a ESF funcione bem e para que os profissionais possam desempenhar o seu papel é necessário garantir medicamentos, exames complementares, locais apropriados para os atendimentos, para os partos, para as internações hospitalares, para as urgências e emergências, sendo a ESF a porta de entrada dos serviços de saúde e não a responsável total destes.