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ASSOCIAÇÃO TERESINENSE DE ENSINO – ATE

CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO – UNIFSA


PRÓ-REITORIA DE ENSINO
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU, STRICTO
SENSU E PESQUISA
DISCIPLINA: Estratégia Saúde da Família e a Política Nacional de Atenção
Básica
ALUNA: Janária Pereira de Araújo

ATIVIDADE AVALIATIVA

ATIVIDADE 1 – Leia a Situação Problema e responda as questões a seguir, levando em


consideração as Leis orgânicas do SUS e a Política Nacional de Atenção Básica.

Você, como profissional de saúde, está assumindo um cargo na Secretaria Municipal de


Saúde do município de Ferreira da Silva. Em seu primeiro dia de trabalho, você atende a
usuária Maria Aparecida, cadastrada na Unidade de Saúde Laranjal. A paciente apresenta
demandas clínicas agudas e que podem ser resolvidas já na própria Unidade Básica de Saúde
(UBS), mas necessita de alguns atendimentos que só podem ser realizados no serviço
especializado de ginecologia.
RESPONDA:
1) Maria Aparecida deveria ser cobrada pelos serviços de saúde ofertados a ela neste dia, ou
pelos serviços ginecológicos que posteriormente realizará?
Não porque conforme o artigo 2 da Portaria Nº 2.436/2017 que se refere a Política
Nacional de Atenção Básica, esta será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as
pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os
determinantes e condicionantes de saúde.
2) Quanto às demandas de ginecologia, a consulta não deveria ter sido diretamente no
serviço especializado, em vez de ter ocorrido na Unidade Básica de Saúde?
Não, pois a porta de entrada para o SUS é na Atenção Primária, onde deve ser realizado o
acolhimento e primeiro atendimento prestado na UBS, com escuta qualificada, exame do
Papanicolau, classificação e estratificação de risco e se realmente for necessário fazer
encaminhamento referenciado para atendimento especializado com ginecologia.
3) O município deve se responsabilizar apenas pela consulta na Unidade de Saúde ou
também pelo encaminhamento ao serviço de ginecologia? Como proceder no caso de o
município não ter ambulatório de ginecologia em seu território, mas apenas serviços de
atenção básica?

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Por ambos, o atendimento na rede deve ser realizado na perspectiva da integralidade, ou seja,
deve contemplar a totalidade das demandas em saúde do usuário no momento do atendimento do
indivíduo pelo profissional da saúde. Para organizar este atendimento universal, o princípio
organizativo é o da descentralização: se o município não tem o serviço especializado em sua
rede, deve fazer o encaminhamento, via SUS, a um serviço de outro município para que faça o
atendimento do usuário.

3) Caso Maria Aparecida seja usuária idosa, portanto, com maior probabilidade de risco
para neoplasias ginecológicas, seu agendamento deve ser prioritário ou igual para todos
os usuários do serviço especializado de ginecologia?
Segundo o princípio doutrinário da equidade, os usuários com maiores necessidades devem
receber maior atenção por parte dos profissionais da área da saúde e dos gestores. O ideal, neste
caso, é que Maria Aparecida tenha acesso facilitado ao agendamento de consultas.

5) Maria Aparecida pode ser convidada a participar de algum espaço de gestão participativa,
dentro da própria unidade de saúde?
Sim. É importante que os usuários participem das decisões quanto ao planejamento e à
organização dos serviços de saúde, especialmente no âmbito local, perto de sua comunidade.
Pois a participação popular é princípio organizativo do SUS, e o conselho local de saúde é um
espaço potencial para participação de Maria Aparecida para qualificar o atendimento na Unidade
Básica de saúde

ATIVIDADE 2 - A Atenção Básica é caracterizada como porta de entrada preferencial do


SUS, possui um espaço privilegiado de gestão do cuidado das pessoas e cumpre papel
estratégico na rede de atenção, servindo Recomenda-se a articulação e implementação de
processos que aumentem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam práticas de
microrregulação nas Unidades Básicas de Saúde, tais como gestão de filas próprias da UBS e
dos exames e consultas descentralizados/programa dos para cada UBS, que propiciem a
comunicação entre UBS, centrais de regulação e serviços especializados, com pactuação de
fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/ou a distância, entre outros. como base para o
seu ordenamento e para a efetivação da integralidade.

Portaria nº 2.436/2017 Política Nacional de Atenção Básica.


Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/ Acesso em: 06 mar. 2022.

Com base no texto acima, apresente uma proposta de funcionamento da Atenção Básica com
foco na Estratégia Saúde da Família de um município cuja população é de 16.000 habitantes,
onde foi construído três Unidades Básicas de Saúde (UBS) na zona urbana e uma UBS na zona
rural. Em seu texto, inclua as seguintes informações:
• número de equipes de Estratégia Saúde da Família para cobertura de 100% da população
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do município;
• distribuição de equipes de ESF por UBS;
• composição mínima de profissionais de cada equipe de Saúde da Família;
• inclua as informações sobre o funcionamento e organização da UBS.
Para garantir uma cobertura de 100% da população do município de 16.000 habitantes,
será necessário a implantação de 4 equipes de ESF, sendo 3 equipes para atender a zona urbana
e 1 equipe para atender a zona rural.
Cada equipe de ESF será composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 1 técnico de enfermagem
e 6 ACS. Essa composição permite um trabalho multiprofissional e integrado, visando a
promoção da saúde e prevenção de doenças.
As Unidades Básicas de Saúde devem ter seu funcionamento com carga horária mínima
de 40 horas/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano,
possibilitando acesso facilitado à população, estará aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às
17h. Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados através das instâncias de
participação social, desde que atendam expressamente a necessidade da população, observando,
sempre que possível, a carga horária mínima descrita acima.
Além do atendimento à demanda espontânea, as equipes de ESF também realizarão ações
de promoção da saúde e prevenção de doenças, como ações educativas, campanhas de
vacinação, acompanhamento de gestantes, crianças e idosos, controle de doenças crônicas,
entre outros. A UBS contará com uma farmácia básica, onde serão disponibilizados os
medicamentos essenciais para atender a demanda da população.
Para garantir a efetividade das ações da ESF, é fundamental a integração com os demais
níveis de atenção à saúde, como a média complexidade (ambulatórios especializados, hospitais)
e alta complexidade (hospitais de referência). O fluxo de referência e contrarreferência deve ser
estabelecido para garantir o encaminhamento adequado de casos que necessitam de maior
complexidade de cuidados.
Essa proposta busca garantir um atendimento de qualidade e integralidade à população do
município, com o fortalecimento da Atenção Básica e ênfase na Estratégia Saúde da Família,
promovendo uma abordagem humanizada, individualizada e orientada para a prevenção de
doenças e a promoção da saúde.

ATIVIDADE 3 - A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia
prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica à Saúde. Contudo, reconhece outras
estratégias de organização de Atenção Básica nos territórios, que devem seguir os princípios e

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diretrizes da Atenção Básica e do SUS. Descreva as diretrizes da Atenção Básica enfocando nas
suas características.
I. REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO:
Dos pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação entre esses.
Considera-se regiões de saúde como um recorte espacial estratégico para fins de planejamento,
organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em determinada localidade, e a
hierarquização como forma de organização de pontos de atenção da RAS entre si, com fluxos e
referências estabelecidos.
II. TERRITORIALIZAÇÃO E ADSTRIÇÃO:
De forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de
ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação,
nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele
espaço estão, portanto, adstritos a ele.
III. POPULAÇÃO ADSCRITA:
População que está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de
relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a
continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser
referência para o seu cuidado.
IV. CUIDADO CENTRADO NA PESSOA:
Aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as
pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária
para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma
mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e
potencialidades na busca de uma vida independente e plena.
V. RESOLUTIVIDADE:
Reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes
tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de
construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas. Deve ser capaz de
resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do
usuário em outros pontos da RAS, quando necessário.
VI. LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO:
Pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização
entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente,
acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas.

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VII. COORDENAR O CUIDADO:
Elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS.
Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-
se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal,
contínua e integrada, com objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral.
Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas,
comunitárias e sociais.
VIII. ORDENAR AS REDES:
Reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as
necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo
para que o planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das
necessidades de saúde das pessoas.
IX. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE:
Estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção
Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade
na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território.

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