Você está na página 1de 36

São Gabriel da Cachoeira

Amazonas
Plano Diretor do Município
(Lei Municipal nº 209, 21/11/2006)

Coordenação do Parceria e Laboratório Assistência


processo de Geoprocessamento técnica
São Gabriel da Cachoeira
Amazonas

Plano Diretor do Município


(Lei Municipal nº 209, 21/11/2006)

novembro, 2007
PODER EXECUTIVO

Prefeito Municipal – Prof. JUSCELINO OTERO GONÇALVES


Vice-Prefeito – JONAS MARCIO GONÇALVES TAVARES

COORDENAÇÃO
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Turismo e Cultura – SEMATUR
Secretario Municipal e Coordenador Político - SALOMÃO MOREIRA DE AQUINO

EQUIPE TÉCNICA DO MUNICÍPIO


Decreto Municipal Nº 14 de 10 de Novembro de 2005
Conselho Administrativo Municipal - CAM
SEMED - Secretaria Municipal de Educação e Desporto
SEMAD – Secretaria Municipal de Administração
SEMSA - Secretaria Municipal de Saúde
SEMOB - Secretaria Municipal de Obras
SEMAS - Secretaria Municipal de Ação Social
SEMPA - Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento
SDHU - Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania
SMINT - Secretaria Municipal do Interior
SEFIN - Secretaria Municipal de Finanças
ASSJUR – Assessoria Jurídica do Município
DMA - Departamento Municipal de Águas
STT - Setor de Terras e Tributos
ASSECOM – Assessoria de Comunicação
RMAM – Rádio Municipal AM

ASSESSORIA TÉCNICA
POLIS – Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais
Anderson Kazuo Nakano – colaborador do Núcleo de Urbanismo
Francisco de Assis Comarú – Núcleo de Urbanismo
Nelson Saule Júnior – Equipe Direito à Cidade
Thais de Ricardo Chueiri – Equipe Direito à Cidade

PARCERIA TÉCNICA
ISA - Instituto Socioambiental
Carlos Alberto Ricardo – Programa Rio Negro
Natalie Unterstell – Programa Rio Negro
Raul Silva Telles do Vale – Programa de Política e Direito Socioambiental
Renata Alves, Rosimeire Rurico Sacó – Laboratório de Geoprocessamento
CONTROLE SOCIAL
Núcleo de Gestor do Plano Diretor Participativo do Município
CAIARNX – Coordenadoria das Associações Indígenas do Alto Rio Negro e Xié
CAIMBRN – Coordenadoria das Associações Indígenas do Baixo Rio Negro
COITUA – Coordenadoria das organizações Indígenas dos Rios Tiquié e Uaupés
COIDI – Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauareté
CABC – Coordenadoria das Associações (Indígenas) Baniwa e Curipako
Associação de moradores do Bairro Dabarú
Associação de moradores do Bairro Padre Cícero
Associação de moradores do Bairro Graciliano Gonçalves
Associação de moradores do Bairro da Praia
Associação de moradores do Bairro Nova Esperança
Associação de moradores do Bairro Tiago Montalvo
Associação de moradores do Bairro da Fortaleza
Associação de moradores do Centro da Cidade
2ª Brigada de Infantaria de Selva
Banco do Brasil
ISA – Instituto Socioambiental
IBDS – Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sanitário
Polícia Federal
FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro
APIARN – Associações dos professores Indígenas do Alto Rio Negro
IBAMA
DSEI-FOIRN – Distrito Sanitário Especial Indígena
Câmara Municipal de Vereadores
UFAM – Universidade Federal do Amazonas
Polícia Militar
DIOCESE de São Gabriel
FUNAI – Fundação Nacional do Indio
SSL – Associação Saúde Sem Limtes
UEA – Unversidade do Estado do Amazonas
ASSAI – Associação das Artesãs Indígenas
Escola Indígena Municipal Tiago Montalvo
INFRAERO – Infra-Estrutura Aeroportuária
Colégio Estadual São Gabriel
Escola Estadual Dom João Marchesi
EAF – Escola Agrotécnica Federal de São Gabriel da Cachoeira/AM
Poder Judiciário da Comarca
Ministério Público Estadual – Procuradoria de Justiça de São Gabriel da Cachoeira
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
Empresários, Comerciantes e Transportadores Locais
ATOS DO PODER EXECUTIVO
LEI Nº 209 DE 21 DE NOVEMBRO DE 2006.
Dispõe sobre o PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE
SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE SÃO GABRIEL DA CA- I - respeito aos direitos culturais e territoriais das
CHOEIRA, ESTADO DO AMAZONAS, no uso de suas comunidades tradicionais;
atribuições legais conferidas pelo art. 81, inciso IV, da II - cumprimento da função socioambiental da ci-
Lei Orgânica do Município. dade e da propriedade;
Faz saber a todos os habitantes, que a Câmara Munici- III - democratização do planejamento e gestão
pal aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte lei: territorial.
§ 1° Os usos, costumes e tradições das comuni-
Art. 1º. Em atendimento às disposições do Artigo dades que vivem em São Gabriel da Cachoeira devem
182 da Constituição Federal, do Capítulo III da Lei nº ser respeitados em virtude da importância da diver-
10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade sidade dos grupos étnicos que formam a sociedade
- e do Título V, Capítulo III, da Lei Orgânica Municipal, local, cada qual com seus próprios valores culturais,
fica aprovado, nos termos desta Lei, o Plano Diretor relações socioambientais, territorialidades e formas
Participativo do Município de São Gabriel da Cacho- de organização coletiva.
eira, devendo ser observado pelos agentes públicos e § 2° A função socioambiental do município de São
privados que atuam na construção, planejamento e na Gabriel da Cachoeira corresponde ao direito à cidade
gestão do território. para todos, o que compreende:
I - a eliminação da pobreza, a redução das desi-
Art. 2º. O Plano Diretor é o instrumento básico da po- gualdades sociais e a promoção da justiça social;
lítica de desenvolvimento territorial do Município e in- II - a universalização dos acessos à moradia
tegra o processo de planejamento municipal, devendo adequada, ao saneamento ambiental, às condições
o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o adequadas de mobilidade, à infra-estrutura urbana,
orçamento anual incorporar as diretrizes e as priorida- aos equipamentos comunitários de educação, saúde,
des nele contidas. esporte, lazer e cultura.
Parágrafo único. O Plano Diretor abrange a tota- § 3° A propriedade cumpre sua função socioam-
lidade do território municipal. biental quando:
I - seu uso e a ocupação estiver de acordo com o
TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS interesse coletivo;
FUNDAMENTAIS E OBJETIVOS DA II - for utilizada de maneira ambientalmente sus-
POLÍTICA TERRITORIAL tentável;
CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS III - garantir os direitos originários dos povos
FUNDAMENTAIS indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocu-
pam;
Art. 3º. São princípios do Plano Diretor de São Gabriel IV - Não favorecer a especulação imobiliária;
da Cachoeira: V - Atender às exigências deste Plano Diretor;

7
VI - Atender às necessidades dos cidadãos quanto IV - estabelecer normas de uso e ocupação do
à qualidade de vida e à justiça social. solo urbano e rural;
§ 4º A democratização do planejamento e da ges- V - estabelecer zona para expansão urbana;
tão territorial se dará através da: VI - estabelecer zonas para melhoria das condi-
I - institucionalização e descentralização de órgãos ções de moradia, eliminação de riscos urbanos e im-
e técnicas de planejamento e gestão territorial; plantação de empreendimentos habitacionais de inte-
II - organização da administração pública munici- resse social;
pal articulada com canais, procedimentos e instrumen- VII - proteger os patrimônios ambientais, históri-
tos de participação comunitária democráticas; cos e culturais;
III - democratização das discussões e decisões VIII - estabelecer zonas comunitárias indígenas;
sobre assuntos de interesse público que afetam as IX - instituir o sistema municipal de planejamento e
condições de vida coletiva. gestão territorial descentralizado.
X - estabelecer metas para o desenvolvimento
CAPÍTULO II – DOS OBJETIVOS GERAIS E econômico do município, a partir dos planos diretores
ESPECÍFICOS DO PLANO DIRETOR DE SÃO regionais.
GABRIEL DA CACHOEIRA
Art. 4º. O objetivo geral desta Lei é instituir a política TÍTULO II – DOS INVESTIMENTOS
de desenvolvimento territorial no município abrangen- PRIORITÁRIOS
do os seguintes temas setoriais: CAPÍTULO I – DA ARTICULAÇÃO
I – habitação; ENTRE INSTRUMENTOS DE
II - saneamento ambiental; PLANEJAMENTO MUNICIPAL
III - mobilidade; Art. 6º. Os princípios, objetivos e investimentos priori-
IV - desenvolvimentos urbanos, rurais e regulação tários deste Plano Diretor devem orientar, durante seu
fundiária; período de vigência, a elaboração de planos plurianu-
V - meio ambiente; ais, leis de diretrizes orçamentárias e leis dos orça-
VI – economia. mentos anuais do município.

Art. 5º. Os objetivos específicos do Plano Diretor de CAPÍTULO II – DO PLANO MUNICIPAL


São Gabriel da Cachoeira são: DE SANEAMENTO AMBIENTAL
I - estabelecer o perímetro urbano municipal; Art. 7º. O Poder Executivo Municipal deve elaborar,
II - definir diretrizes para a elaboração dos planos com transparência pública e participação social, o Pla-
municipais de saneamento ambiental, habitação e mo- no Municipal de Saneamento Ambiental – PMSA no
bilidade; prazo de 12 meses contados a partir da aprovação
III - determinar investimentos públicos prioritários desta Lei.
na promoção do saneamento ambiental, em melhorias § 1° O princípio orientador do PMSA baseia-se na
nas condições de mobilidade, em melhorias na geração efetivação do direito à salubridade ambiental como di-
e fornecimento de energia elétrica e na iluminação públi- reito social vinculado ao direito à saúde.
ca, na implantação de equipamentos comunitários e no § 2° Devem ser observadas as seguintes diretri-
fortalecimento da administração pública municipal. zes para a elaboração e implementação do PMSA:

8
I - integração entre os serviços de abastecimento III - implantação e readequação dos reservatórios
de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, de água equipados com bombas de recalque;
limpeza urbana e recuperação de igarapés; IV - implantação de sistemas de armazenamento
II - busca pela progressiva universalização do de águas pluviais e de tratamento de água de poços
acesso aos serviços públicos de saneamento ambien- para abastecimento nas comunidades indígenas.
tal citados no inciso anterior; § 5° O PMSA deve viabilizar o seguinte investi-
III - redução de riscos potenciais para a saúde pú- mento prioritário no sistema de esgotamento sanitário:
blica; I - implantação de rede coletora de esgoto, esta-
IV - valorização ambiental e controle da qualidade ções elevatórias e estação de tratamento de esgoto.
dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos; § 6° O PMSA deve considerar o seguinte inves-
V - aperfeiçoamento das informações e capacida- timento prioritário no sistema de drenagem urbana, a
des institucionais no planejamento e gestão do sanea- implantação e readequação de guias e sarjetas, buei-
mento ambiental; ros, bocas de lobo, galerias coletoras e sistemas de
VI - utilização das melhores tecnologias disponí- disposição final das águas pluviais.
veis e adequadas aos contextos socioambientais, cul- § 7º O PMSA deve viabilizar os seguintes investi-
turais, usos, costumes e tradições locais. mentos prioritários no sistema de limpeza urbana:
§ 3º Os conteúdos mínimos do PMSA são: I - implantação de aterro sanitário, usina de com-
I - introdução postagem e reciclagem.
II - diagnóstico do sistema de abastecimento de II - Implantação de coleta seletiva articulada com
água, de esgotamento sanitário, de drenagem urbana, ações de educação ambiental que envolva toda a po-
de limpeza pública e dos igarapés; pulação como os trabalhadores, comunidades, comer-
III - princípios e diretrizes que orientam a elabora- ciantes.
ção do PMSA com base neste plano diretor; § 8° O PMSA deve viabilizar os seguintes investi-
IV - objetivos e metas de curto, médio e longo pra- mentos prioritários para recuperação de igarapés:
zo; I - limpeza e desassoreamento dos cursos d’água
Programas e projetos de investimentos prioritários com recuperação de matas ciliares;
com base nesta Lei e nos resultados do diagnóstico; II - implantação de áreas de esporte e lazer nas
V - programação física, financeira e institucional várzeas dos igarapés recuperados.
para a realização dos investimentos prioritários; § 9° O PMSA deve abranger o território municipal
VI - Programação da futura revisão e atualização como um todo e orientar programas, ações e investi-
do PMSA. mentos de órgãos do governo federal nas Terras Indí-
§ 4° O PMSA deve viabilizar os seguintes inves- genas.
timentos prioritários no sistema de abastecimento de
água: CAPÍTULO III – DO PLANO MUNICIPAL
I - mudança do local de captação de água do rio DE HABITAÇÃO
Negro a montante da área urbana da sede municipal; Art. 8º. O Poder Executivo Municipal deve elaborar,
II - implantação de estação de tratamento de água; com transparência pública e participação social, o Pla-
Ampliação e readequação da rede de distribuição no Municipal de Habitação – PMH no prazo de 12 me-
de água em função da demanda existente; ses contados a partir da aprovação desta Lei.

9
§ 1° O princípio orientador do PMH baseia-se na III - princípios e diretrizes que orientam a elabora-
efetivação do direito à moradia como direito humano ção do PMH com base neste Plano Diretor;
através da garantia da segurança da posse e da mo- IV - objetivos e metas de curto, médio e longo
radia digna para a população do município, principal- prazo;
mente para as pessoas de baixa renda. V - programas e projetos de investimentos priori-
§ 2° As diretrizes para a elaboração do PMH são: tários para produção de novas unidades e reurbaniza-
I - identificação das necessidades habitacionais ção, recuperação e reforma de unidades e assenta-
em termos quantitativos e qualitativos, isto é, a partir mentos existentes;
das demandas por novas moradias e das condições VI - programação física, financeira e institucional
adequadas ou inadequação de habitabilidade; para a realização dos investimentos prioritários;
II - caracterização do perfil socioeconômico do VII - programação da futura revisão e atualização
contingente populacional que demanda investimentos do PMH.
habitacionais de interesse social considerando a com-
posição familiar, a existência de famílias que convivem CAPÍTULO IV – DO PLANO MUNICIPAL
num mesmo domicílio, idade, gênero, nível de instru- DE MOBILIDADE
ção, renda familiar, renda domiciliar, ocupação princi- Art. 9º. O Poder Executivo Municipal deve elaborar,
pal e secundária dos membros da família; com transparência pública e participação social, o
III - avaliação crítica e conseqüente aperfeiçoamento Plano Municipal de Mobilidade – PMM no prazo de 18
da legislação e da organização institucional da administra- meses contados a partir da aprovação desta Lei.
ção pública municipal quanto ao desempenho na garantia § 1° O princípio orientador do PMM baseia-se na
do direito à cidade e ao acesso à moradia digna; efetivação do direito à acessibilidade e às boas condi-
IV - análise sobre a produção habitacional realiza- ções de mobilidade aos locais ocupados pelos mora-
da pelo poder público, pelos próprios moradores e por dores do município.
agentes privados que atuam no mercado imobiliário § 2° As diretrizes para a elaboração do PMM são:
local; I - integração entre diferentes formas de mobilida-
V - análise sobre as condições de acesso à terra de fluvial, terrestre, motorizada e não motorizada;
urbana e à moradia por parte dos diferentes grupos II - integração entre os sistemas de transporte e o
sociais que vivem no município; uso e ocupação do solo urbano e rural;
VI - organização do cadastro de beneficiários dos III - minimização dos custos socioambientais nos
programas habitacionais. deslocamentos de pessoas e bens;
VII - programa de regularização fundiária das ter- IV - integração entre as diferentes regiões do mu-
ras públicas e das ocupações em terras públicas muni- nicípio;
cipais, estaduais e federais segundo diretrizes previs- V - prioridade para os modos de transporte coletivo.
tas nos Artigos 40 a 46 deste Plano Diretor. § 3° O PMM deve conter:
§ 3° O PMH deve conter, pelo menos, os seguin- I - introdução;
tes conteúdos: II - diagnóstico das condições de acessibilidade e
I - introdução; mobilidade no município;
II - diagnóstico das necessidades habitacionais e III - princípios e diretrizes que orientam a elabora-
da oferta e condições de acesso à moradia; ção do PMM com base neste plano diretor;

10
CAPÍTULO VI – DOS INVESTIMENTOS
IV - objetivos e metas de curto, médio e longo
PRIORITÁROS NO SISTEMA DE GERAÇÃO E
prazo; DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
V - programas e projetos de investimentos priori- E ILUMINAÇÃO PÚBLICA
tários;
VI - programação física, financeira e institucional Art. 11. Os investimentos prioritários no sistema de
para a realização dos investimentos prioritários; geração e distribuição de energia elétrica são:
VII - programação da futura revisão e atualização I - redução de ruídos e isolamento acústico da usi-
do PMM. na termoelétrica;
§ 4° O PMM deve viabilizar os seguintes investi- II - coleta, armazenamento, tratamento e destina-
mentos prioritários: ção adequada dos efluentes da usina termoelétrica;
I - implantação de sistema integrado de transporte III - análise, estudo de viabilidade e execução do
fluvial nas calhas dos rios Negro, Uaupés, Xié, Içana projeto da Pequena Central Hidrelétrica no leito do rio
e Tiquié com respectivos terminais para embarque e Miuá;
desembarque de cargas e passageiros; IV - implantação e readequação da rede de distri-
II - implantação de sinalização indicando áreas de buição de energia elétrica de acordo com as deman-
risco para embarcações; das existentes;
III - implantação de sistema de transporte público V - instalação de iluminação pública nas vias assi-
coletivo, com respectivos pontos de embarque e de- naladas no mapa 4 anexo;
sembarque de passageiros, que sirva a macrozona VI - realização de convênio entre a Prefeitura Mu-
urbana, a zona de desenvolvimento agroflorestal e nicipal de São Gabriel da Cachoeira e a Companhia
as zonas de urbanização específicas assinaladas no de Energia do Amazonas – CEAM para a definição de
mapa 2 anexo; responsabilidades sobre a instalação e manutenção
IV - implantação de ciclovias; da iluminação pública.
V - implantação de programa para alinhamento
viário com previsão de largura mínima de passeio CAPÍTULO VII – DOS INVESTIMENTOS
público de 1 m e 80 cms (um metro e oitenta centí- PRIORITÁRIOS NA IMPLANTAÇÃO DE
metros). EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS
Art. 12. Os investimentos prioritários na implantação
CAPÍTULO V- DOS INVESTIMENTOS de equipamentos comunitários são:
PRIORITÁRIOS NO SISTEMA VIÁRIO I - implantação de novos postos municipais de
Art. 10. Os investimentos prioritários no sistema viário saúde nos terrenos assinalados no mapa 4 anexo;
da macrozona urbana são: II - implantação de novas escolas municipais de
I - melhoramentos na pavimentação do leito carro- ensino básico nos bairros Miguel Quirino, no Assen-
çável e no passeio de pedestres das vias assinaladas tamento Teotônio Ferreira, no Areal e no Dabarú; de
no mapa 3 anexo; ensino médio no Areal e de educação diferenciada na
II - programa de sinalização urbana considerando comunidade São Sebastião;
as determinações previstas na lei municipal que dis- III - implantação de novas áreas municipais de
põe sobre a co-oficialização das línguas indígenas (Lei lazer e esporte nos terrenos assinalados no mapa 4
Municipal 145 de 11 de dezembro de 2002). anexo;

11
CAPÍTULO IX DOS INVESTIMENTOS
IV - implantação de novo mercado municipal no
PRIORÍTÁRIOS PARA O
terreno assinalado no mapa 4 anexo; DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
V - implantação de novo centro cultural no terreno
assinalado no mapa 4 anexo. Art. 14. O Poder Executivo municipal deve elaborar,
Parágrafo único. Deverão ser reformados os com transparência pública, o Plano Municipal Partici-
equipamentos comunitários assinalados no mapa 4 pativo de Desenvolvimento Econômico - PMPDE, no
anexo. prazo de 12 meses, a partir da aprovação desta Lei.
§ 1º O princípio orientador do PMPDE, baseia-se
CAPÍTULO VIII – DOS INVESTIMENTOS em incentivar o intercâmbio técnico e cultural, visando
PRIORITÁRIOS NO DESENVOLVIMENTO criar alternativas econômicas voltadas para geração
INSTITUCIONAL DA ADMINISTRAÇÃO de renda, segurança alimentar e sustentabilidade.
PÚBLICA MUNICIPAL § 2º As diretrizes para elaboração do PMPDE são:
Art.13. Os investimentos prioritários no desenvolvi- I - incentivar a agricultura familiar de forma sus-
mento institucional da administração pública municipal tentável;
são: II - criar um sistema de transporte e comércio, que
I - elaboração do Código de Edificação a ser ins- permita as comunidades comercializarem o excedente
tituído através de lei municipal aprovado na Câmara da produção artesanal, agrícola e extrativista;
Municipal. III - organizar uma rede de assistência técnica nas
II - organização de órgão municipal responsável comunidades, empregando mão de obra qualificada,
pelo planejamento e gestão territorial articulado com prioritariamente a existente no município;
os departamentos tributário, fundiário, ambiental e IV - aprimorar e incentivar economicamente o as-
de obras. Este órgão municipal deverá ser composto sociativismo através da criação e fortalecimento das
por: associações e cooperativas;
a) setor responsável pela análise e licenciamento V - fazer intercâmbio com órgãos de ensino e
de projetos para novas edificações; pesquisa, com objetivo de identificar e implementar as
b) setor responsável pela análise, emissão de di- potencialidades do município;
retrizes urbanísticas e licenciamento de novos lotea- VI - agregar valores aos produtos agrícolas atra-
mentos urbanos; vés do beneficiamento, incentivando uma agroindús-
c) setor responsável pela regularização fundiá- tria artesanal;
ria; VII - criar alternativas para plano de manejo agro-
d) setor de fiscalização e controle urbano; florestal e pesqueiro sustentável;
e) setor responsável pela modernização e atuali- VIII - incentivar a criação de agrovilas.
zação permanente do cadastro técnico imobiliário;
TÍTULO III – DO ORDENAMENTO
f) setor responsável pela modernização e atuali-
TERRITORIAL
zação permanente da planta de valores genéricos dos
imóveis; CAPÍTULO I – DO PERÍMETRO URBANO
g) setor responsável pela arrecadação tributária Art. 15. O perímetro urbano, instituído por este plano
municipal. diretor conforme mapa 2 anexo, define os limites entre
a macrozona urbana e a macrozona rural.

12
CAPÍTULO II – DO MACROZONEAMENTO
e a piscicultura sustentáveis baseados nas caracte-
Art. 16. O território do Município de São Gabriel da rísticas da realidade local e nos conhecimentos tradi-
Cachoeira, subdivide-se nas seguintes Macrozonas, cionais.
de acordo com o mapa 1 anexo:
I - macrozona das terras indígenas; Art. 19. O Poder Executivo deverá realizar o cadastra-
II - macrozona rural; mento e a regularização fundiária de todas as terras
III -macrozona urbana. públicas e privadas existentes na Macrozona Rural.

SEÇÃO I – DA MACROZONA Art. 20. O Poder Executivo deverá elaborar e imple-


DAS TERRAS INDÍGENAS mentar Plano de Manejo Agroflorestal Sustentável na
Art. 17. O objetivo da Macrozona das Terras Indíge- Macrozona Rural de acordo com as seguintes dire-
nas, assinalado no mapa 1 anexo, é incorporar, neste trizes:
plano diretor, os direitos indígenas assegurados pelo I - adequação às características da realidade lo-
ordenamento jurídico nacional. cal;
§ 1° Os índios possuem direito ao usufruto exclu- II - incorporação dos saberes locais;
sivo dos recursos localizados na Macrozona das Ter- III - apoio ao desenvolvimento da piscicultura sus-
ras Indígenas. tentável;
§ 2° A Macrozona das Terras Indígenas pertence IV - apoio ao desenvolvimento da criação de pe-
à União Federal, mas é destinada à posse permanente quenos animais;
dos índios. V - apoio ao desenvolvimento das roças familia-
§ 3° A Macrozona das Terras Indígenas é inalienável res;
e indisponível, e os direitos sobre ela imprescritíveis. VI - apoio ao desenvolvimento do ecoturismo.
§ 4° É proibido que índios, não-índios e Poder Pú-
blico façam qualquer transação comercial e negócio Art. 21. Não é permitida a implantação de loteamentos
jurídico que prejudique o direito de posse permanente para fins urbanos e condomínios residenciais fecha-
e usufruto exclusivo dos índios das áreas localizadas dos em glebas localizadas na Macrozona Rural.
na Macrozona das Terras Indígenas. Parágrafo único. É permitida a implantação de
§ 5° Havendo sobreposição de Unidades de Con- empreendimentos ecoturísticos na Macrozona Rural
servação na Macrozona das Terras Indígenas, serão após a realização do Relatório Prévio de Impacto de
estabelecidas normas e ações específicas destinadas a Vizinhança e Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)
compatibilizar a presença das populações indígenas re- nos termos do Artigo 51 desta Lei.
sidentes com os objetivos da unidade, sem prejuízo dos
modos de vida, das fontes de subsistência e os locais de SEÇÃO III - DA MACROZONA URBANA
moradia destas populações, assegurando-se a sua parti- Art. 22. A Macrozona Urbana, assinalada no mapa 1
cipação na elaboração das referidas normas e ações. anexo, caracteriza-se como área urbana consolidada
pelos investimentos públicos e privados realizados
SEÇÃO II - DA MACROZONA RURAL em diversas edificações, equipamentos comunitários,
Art. 18. O objetivo da Macrozona Rural, conforme sistema viário, infra-estrutura de saneamento básico,
mapa 1 anexo, é desenvolver o manejo agroflorestal distribuição de energia elétrica e iluminação pública.

13
Art. 23. O objetivo da Macrozona Urbana é regular o VI - gabarito máximo: 4 (quatro) pavimentos
crescimento da cidade e regular o uso e ocupação do § 3° Empreendimentos exclusivamente não resi-
solo para fins urbanos segundo as normas para o Zo- denciais deverão prever espaços, no terreno, para 1
neamento Urbano e Zona de Expansão Urbana defini- vaga de estacionamento para cada 250 m² (duzentos
das nos Artigos 24 a 29 desta Lei. e cinqüenta metros quadrados) de área construída.
§ 4° Empreendimentos residenciais multifami-
CAPÍTULO III – DO ZONEAMENTO liares com mais de 8 (oito) unidades deverão prever
DA MACROZONA URBANA espaços, no terreno, para 1 (uma) vaga de estaciona-
Art. 24. A Macrozona Urbana, de acordo com o mapa mento para cada unidade residencial.
2 anexo, subdivide-se nas seguinte Zonas: § 5°. Na zona urbana 1 aplicam-se os seguintes
I - zona urbana 1; instrumentos de política urbana:
II - zona urbana 2; I - consórcio imobiliário;
III - zona de expansão urbana. II - relatório prévio de impacto de vizinhança e es-
tudo de impacto de vizinhança;
Art. 25. O tamanho máximo de condomínios residen- III - concessão de direito real de uso;
ciais fechados com unidades independentes na Ma- IV - concessão de uso especial para fins de mo-
crozona Urbana é de 20 000 m². radia;
V - direito de superfície
SEÇÃO I – DA ZONA URBANA 1 VI - Direito de preempção
Art. 26. O objetivo da zona urbana 1, assinalada no
mapa 2 anexo, é regular o uso e ocupação do solo no SEÇÃO II – DA ZONA URBANA 2
centro da sede urbana visando melhor aproveitamento Art. 27. O objetivo da zona urbana 2, assinalada no
da infra-estrutura viária, de saneamento básico e de mapa 2 anexo, é regular o uso e ocupação do solo nos
equipamentos comunitários instalados. bairros com baixa densidade construtiva onde a oferta
§ 1° Os parâmetros de uso do solo na zona ur- de infra-estrutura viária, de saneamento básico e de
bana 1, inclusive nas vias principais assinaladas no equipamentos comunitários é precária, comparativa-
mapa 2 anexo, são usos mistos residenciais e não mente à zona urbana 1.
residenciais. § 1° Os parâmetros de uso na zona urbana 2, in-
§ 2° Os parâmetros de ocupação do solo da zona clusive nas vias principais assinaladas no mapa 2 ane-
urbana 1, inclusive nas vias principais assinaladas no xo, são usos mistos residenciais e não residenciais.
mapa 2 anexo, são: § 2° Os parâmetros de ocupação na zona urbana
I - coeficiente de aproveitamento máximo: 3 (três); 2, exceto nas vias principais assinaladas no mapa 2
II - taxa de ocupação máxima: 70% (setenta por anexo, são:
cento) da área do lote; I - coeficiente de aproveitamento máximo: 1,5 (um
III - recuo lateral mínimo: 1,5 m (um metro e meio) e meio);
a partir de uma única divisa lateral do lote; II - taxa de ocupação máxima: 60% (sessenta por
IV - recuo de fundo mínimo: 4 m (quatro metros); cento) da área do lote;
V - lote mínimo: 250 m² (duzentos e cinqüenta me- III - recuo lateral mínimo: 1,5 m (um metro e meio)
tros quadrados); a partir de uma única divisa lateral do lote;

14
SEÇÃO III – DA ZONA DE
IV - recuo frontal mínimo em edificações de uso
EXPANSÃO URBANA
exclusivamente residencial: 1,5 m (um metro e meio);
V - recuo de fundo mínimo: 5,5 m (cinco metros Art. 29. O objetivo da zona de expansão urbana, as-
e meio); sinalada no mapa 2 anexo, é definir as áreas para o
VI - lote mínimo: 250 m² (duzentos e cinqüenta crescimento urbano futuro da sede municipal.
metros quadrados); § 1° Fica permitida a implantação de novos lote-
VII - gabarito máximo: 3 (três) pavimentos. amentos e condomínios fechados com unidades au-
§ 3° Empreendimentos exclusivamente não resi- tônomas, residenciais e não residenciais, em glebas
denciais deverão prever espaços, no terreno, para 1 localizadas na zona de expansão urbana.
vaga de estacionamento para cada 250 m² (duzentos § 2° Os parâmetros de uso e ocupação do solo
e cinquenta metros quadrados) de área construída. na zona de expansão urbana são os mesmos da zona
§ 4° Empreendimentos residenciais multifami- urbana 2 definidos no Artigo 26 deste Plano Diretor.
liares com mais de 8 (oito) unidades deverão prever
espaços, no terreno, para 1 (uma) vagas de estaciona- CAPÍTULO IV – DO ZONEAMENTO ESPECIAL
mento para cada 3 (três) unidades residenciais. Art. 30. As zonas especiais compreendem áreas do
§ 5° Em edificações de uso misto residencial e território que exigem tratamento especial na definição
não residencial não é obrigatório o recuo frontal mí- de parâmetros reguladores de usos e ocupação do
nimo. solo.
§ 6° Na zona urbana 2 aplicam-se os seguintes
instrumentos de política urbana: Art. 31. As zonas especiais, conforme mapa 2 anexo,
I - relatório prévio de impacto de vizinhança e es- classificam-se em:
tudo de impacto de vizinhança; I -zona especial de urbanização específica;
II - concessão de direito real de uso; II - zona especial de proteção ambiental;
III - concessão de uso especial para fins de mo- III - zona especial de interesse social 1;
radia; IV - zona especial de interesse social 2;
IV - direito de superfície; V - zona especial de interesse histórico-cultural;
V - direito de preempção. VI - zona comunitária indígena;
VII - zona de desenvolvimento agroflorestal;
Art. 28. Nos lotes localizados nas vias principais assi- VIII - zona especial militar.
naladas no mapa 2 anexo, ficam permitidos usos mis-
tos residenciais e não residenciais com os seguintes SEÇÃO I – DAS ZONAS ESPECIAIS
parâmetros de ocupação: DE URBANIZAÇÃO ESPECÍFICA
I - coeficiente de aproveitamento máximo: 2 (dois); Art. 32. O objetivo das Zonas Especiais de Urbaniza-
II - taxa de ocupação máxima: 70% (setenta por ção Específica é regular a implantação de empreendi-
cento) da área do lote; mentos urbanos junto às áreas do Aeroporto de São
III - recuo lateral mínimo: 1,5 m (um metro e meio) Gabriel da Cachoeira e do núcleo urbano localizado
a partir de uma única divisa lateral do lote; nas proximidades do Porto de Camanaus.
IV - recuo de fundo mínimo: 4 m (quatro metros); § 1° As futuras reformas ou ampliações do Aero-
V - gabarito máximo: 3 (três) pavimentos porto de São Gabriel da Cachoeira e do Porto de Ca-

15
manaus deverão ser analisadas e discutidas no Con- IV - promover a recuperação ambiental de áreas
selho Municipal de Desenvolvimento Territorial. degradadas.
§ 2° Na Zona Especial de Urbanização Específica § 1° A implementação da zona especial de interes-
aplica-se o seguinte instrumento de política urbana: se social 1 deverá obedecer às diretrizes e parâmetros
I - relatório prévio de impacto de vizinhança e es- estabelecidos no Artigo 57 desta Lei.
tudo de impacto de vizinhança. § 2° Na zona especial de interesse social 1 apli-
cam-se os seguintes instrumentos de política urbana:
SEÇÃO II – DAS ZONAS ESPECIAIS I - concessão de direito real de uso;
DE PROTEÇÃO AMBIENTAL II - concessão de uso especial para fins de mo-
Art. 33. O objetivo das Zonas Especiais de Proteção radia;
Ambiental, delimitadas no mapa 2 anexo, é preser- III - direito de superfície;
var e conservar os recursos naturais existentes nos IV - direito de preempção.
locais.
§ 1° Ficam permitidos os usos sustentáveis nas SEÇÃO IV – DA ZONA ESPECIAL DE
Zonas Especiais de Proteção Ambiental. INTERESSE SOCIAL 2 - VAZIA
§ 2° É proibida a instalação de atividades em edi- Art. 35. Os objetivos da zona especial de interesse
ficações permanentes no interior das Zonas Especiais social 2 são:
de Proteção Ambiental. I - induzir a construção de habitações de interesse
§ 3° Fica permitida a delimitação de novas zonas social em áreas centrais, com melhor oferta de infra-
especiais de proteção ambiental através de leis muni- estrutura urbana e equipamentos comunitários;
cipais específicas após discussão na Conferência Mu- II - ofertar terras urbanizadas para realocação de
nicipal de Desenvolvimento Territorial, conforme Artigo moradias localizadas em áreas de risco.
76, e deliberação no Conselho Municipal de Desenvol- § 1° A implementação da zona especial de interes-
vimento Territorial. se social 2 deverá obedecer às diretrizes e parâmetros
§ 4° Na Zona Especial de Proteção Ambiental estabelecidos no Artigo 56 desta Lei.
aplica-se o seguinte instrumento de política urbana, § 2° Na zona especial de interesse social 2 é fa-
relatório prévio de impacto de vizinhança e estudo de cultado ao Poder Executivo Municipal realizar consór-
impacto de vizinhança. cios imobiliários nos termos do Artigo 48 desta Lei.

SEÇÃO III – DA ZONA ESPECIAL DE SEÇÃO V – DOS LOCAIS E ZONAS


INTERESSE SOCIAL 1 - OCUPADA ESPECIAIS DE INTERESSE
Art. 34. Os objetivos da zona especial de interesse so- HISTÓRICO-CULTURAL
cial 1, assinalado no mapa 2 anexo, são: Art. 36. O objetivo dos locais e zonas especiais de
I - promover a regularização urbanística e fundi- interesse histórico-cultural, assinalados no mapa 2
ária; anexo, é proteger, recuperar e dar visibilidade aos
II - promover melhorias nas condições de moradia locais, edificações e áreas de importância histórico-
das pessoas que vivem em assentamentos precários; cultural.
III - eliminar riscos à saúde coletiva e aos imóveis § 1° O Poder Executivo Municipal deverá imple-
decorrentes de ocupações em áreas inadequadas; mentar ações para inventariar, catalogar, tombar, rea-

16
bilitar e sinalizar, quando possível, os locais e edifica- dos recursos florestais em áreas localizadas na zona
ções de interesse histórico-cultural. rural.
§ 2° A sinalização dos locais e edificações de im- Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal
portância histórico-cultural deverá seguir os termos da deverá elaborar um plano de manejo participativo para
Lei Municipal n° 145 de 11/12/2002 que dispõe sobre o local considerando as seguintes diretrizes:
a co-oficialização de línguas indígenas. I - manutenção das áreas de preservação perma-
§ 3° Fica permitida a delimitação de novas zo- nente das nascentes e igarapés;
nas e locais especiais de interesse histórico-cultural II - regularização fundiária dos imóveis;
através de lei municipal específica após discussão na III - melhoria nas condições de acesso, transporte
Conferência Municipal de Desenvolvimento Territorial e escoamento da produção no local;
e deliberação no Conselho Municipal de Desenvolvi- IV - melhoria nas condições de drenagem;
mento Territorial. V - melhoria na infra-estrutura de fornecimento de
energia elétrica e iluminação pública;
SEÇÃO VI – DAS ZONAS COMUNITÁRIAS VI - viabilização de equipamentos básicos de saú-
INDÍGENAS de e educação para atender as demandas locais;
Art. 37. O objetivo das zonas comunitárias indígenas, VII - definição de parâmetros para o uso e ocupa-
assinaladas no mapa 2 anexo, é garantir a permanên- ção do solo, especialmente a taxa de aproveitamento
cia das formas de uso e ocupação do solo segundo e coeficiente de ocupação;
costumes, usos e tradições das comunidades que vi- VIII - definição de parâmetros para desmembra-
vem nos locais. mento e remembramento de lotes;
§ 1° O Poder Público Municipal deverá regula- IX - mapeamento das terras aptas para cultivo
mentar os limites definitivos das zonas comunitárias agrícola;
indígenas através de Decreto Municipal com base X - mapeamento das áreas aptas para extração de
nesta Lei. madeira e reflorestamento;
§ 2° O Poder Executivo Municipal deverá imple- XI - extração da madeira compatível com as ativi-
mentar normas e ações para assegurar a posse da ter- dades das roças, piscicultura, pesca, reflorestamento
ra por parte das comunidades indígenas que habitam e áreas de preservação permanente;
as Zonas Comunitárias Indígenas, sem prejuízo dos XII - viabilização de apoio técnico para o desenvol-
seus modos de vida, fontes de subsistência e locais vimento do cultivo agrícola, manejo agroflorestal, cria-
de moradia. ção de pequenos animais e da piscicultura no local;
§ 3° Deve-se assegurar a participação das comu- XIII - utilização da produção de alimentos locais no
nidades indígenas na elaboração das normas e ações abastecimento e merenda escolar do município.
referidas no Parágrafo 2°.
SEÇÃO VIII - DA ZONA ESPECIAL MILITAR
SEÇÃO VII – DA ZONA DE Art. 39. O objetivo da zona especial militar, assinalada
DESENVOLVIMENTO AGROFLORESTAL no mapa 2 anexo, é regular a implantação de empreen-
Art. 38. O objetivo da zona de desenvolvimento agro- dimentos das forças armadas na sede do município.
florestal, assinalada no mapa 2 anexo, é desenvolver Parágrafo único. É obrigatória a apresentação de
atividades de produção agrícola e uso sustentável Estudos de Impacto de Vizinhança – EIV e Relatório

17
de Impacto de Vizinhança (RIV) segundo os termos VI - validação dos títulos existentes de concessão
do Artigo 51 desta Lei, para a implantação de novos do direito real de uso fornecidos pelo Poder Executivo
empreendimentos na zona militar. Municipal aos ocupantes de terras públicas até a data
de aprovação desta Lei;
CAPÍTULO V – DA REGULARIZAÇÃO VII - obediência às normas municipais de uso,
FUNDIÁRIA ocupação e parcelamento do solo no caso de novas
Art. 40. A regularização fundiária trata de processos concessões de terras públicas federais, estaduais e
de intervenção pública sob os aspectos jurídicos, ur- municipais;
banísticos, territoriais, culturais, econômicos e socio- VIII - obediência às normas municipais de uso,
ambientais, que objetivam legalizar a permanência ocupação e parcelamento do solo no caso de regulari-
de populações em áreas urbanas ocupadas em des- zação fundiária de assentamentos localizados em áre-
conformidade com a lei, implicando em melhorias no as de preservação permanente de interesse social;
ambiente urbano do assentamento, buscando o resga- IX - inclusão social e territorial por meio de progra-
te da cidadania e da qualidade de vida da população mas pós-regularização fundiária;
beneficiária. X - promoção de condições adequadas de habi-
tabilidade;
Art. 41º. As áreas irregulares ocupadas por população XI - participação da população beneficiada em to-
de média e alta renda poderão sofrer processos de re- das as etapas do processo de regularização fundiária.
gularização jurídica, mediante contrapartida em favor
da cidade, de acordo com a regulação a ser estabele- Art. 43. Os critérios para concessão gratuita de terras
cida em legislação específica. públicas são:
I - utilização da terra para fins de moradia de inte-
Art. 42º. São diretrizes do Programa de Regularização resse social;
Fundiária previsto no Plano Municipal de Habitação II - utilização da terra para fins de subsistência;
conforme Artigo 8 desta Lei: III - construção de obras ou instalação de serviços
I - garantia do direito à moradia para a população públicos de interesse social e equipamentos comuni-
de baixa renda; tários.
II - efetivação do registro civil dos moradores de Parágrafo único. A nenhum concessionário será
imóveis a serem regularizados; concedido gratuitamente o uso de mais de um lote de
III - a segurança jurídica da posse como forma de terreno público independentemente de sua dimensão.
garantir a permanência das pessoas nos locais que
ocupam; Art. 44. Serão concedidas, de forma onerosa, terras
IV - identificação e cadastro das terras públicas públicas para a exploração econômica com fins lucra-
municipais, estaduais e federais localizadas nas Ma- tivos nos seguintes casos:
crozonas Urbana e Rural; I - edificações comerciais;
V - processo administrativo junto a órgãos estadu- II - implantação de industrias;
ais e federais para transferência do domínio de terras III - exploração hortifrutigranjeira;
públicas do Estado e da União para o Poder Executivo IV - exploração de culturas permanentes;
Municipal; V - exploração de atividades pecuárias;

18
VI - exploração de atividades extrativa vegetal. h) assistência técnica urbanística, jurídica e social
Parágrafo único. Durante o processo de regula- gratuita.
rização fundiária, o órgão competente deverá realizar II - instrumentos jurídicos e urbanísticos:
audiência pública para esclarecimentos e discussão a) parcelamento, Edificação ou Utilização Com-
sobre quais instrumentos de regularização serão uti- pulsórios;
lizados pela população beneficiada. b) IPTU Progressivo no Tempo;
c) desapropriação com pagamento em títulos da
Art. 45. O Poder Executivo Municipal deverá articular, dívida pública;
no âmbito da Câmara Federativa prevista no Artigo 72 d) zonas Especiais de interesse social;
desta Lei, os diversos agentes e grupos sociais locais e) outorga Onerosa do Direito de Construir e de
envolvidos no processo de regularização fundiária. alteração de uso;
f) transferência do Direito de Construir;
Art. 46. O Poder Executivo Municipal deverá viabilizar, g) operações Urbanas Consorciadas;
mediante convênio ou outro instrumento cabível, a gra- h) consórcio Imobiliário;
tuidade do primeiro registro dos títulos de concessão de j) direito de Preferência;
direito real de uso, cessão de posse, concessão espe- j) direito de Superfície;
cial para fins de moradia, direito de superfície, compra e k) tombamento de imóveis;
venda, entre outros, no Cartório de Registro de Imóveis l) desapropriação;
quando se tratar de população de baixa renda. m) compensação ambiental;
n) estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) e
CAPÍTULO VI – DOS INSTRUMENTOS Relatório Prévio de Impacto de Vizinhança (RIV);
DA POLÍTICA URBANA o) estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório
de Impacto Ambiental (RIMA).
Art. 47. Para a promoção, planejamento, controle e
gestão do desenvolvimento urbano, poderão ser ado- SEÇÃO I – DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO
tados, dentre outros, os seguintes instrumentos de Art. 48. O Poder Executivo Municipal poderá aplicar o
política urbana: instrumento do consórcio imobiliário, além das situa-
I - instrumentos de regularização fundiária: ções previstas no Artigo 46 da Lei Federal 10.257/2001
a) concessão de Direito Real de Uso, de acordo - Estatuto da Cidade - para viabilizar empreendimentos
com o Decreto-lei nº 271, de 20 de fevereiro de 1967; habitacionais de interesse social (EHIS), nas Zonas
b) concessão de Uso Especial para fins de Mora- Urbanas 1 e 2, na Zona de Expansão Urbana e nas
dia, nos termos da Medida Provisória 2.220/2001; Zonas Especiais de Interesse Social 1 e 2, assinaladas
c) autorização de Uso, nos termos da Medida Pro- no mapa 2 anexo.
visória 2.220/2001; § 1° Considera-se Consórcio Imobiliário a forma
d) cessão de posse para fins de moradia, nos ter- de viabilização de planos de urbanização ou edifica-
mos do art. da Lei 6.766/79; ção, por meio do qual o proprietário transfere ao Poder
e) usucapião Especial de Imóvel Urbano; Executivo Municipal o seu imóvel e, após a realização
f) direito de preempção; das obras recebe, como pagamento, unidades imobili-
g) direito de Superfície; árias devidamente urbanizadas ou edificadas.

19
§ 2° O proprietário que transferir seu imóvel para VIII - proteção de áreas de interesse histórico, cul-
o Poder Executivo Municipal nos termos deste Artigo tural ou paisagístico.
receberá, como pagamento, unidades imobiliárias de- § 2° Lei Municipal com base neste Plano Diretor
vidamente urbanizadas ou edificadas. delimitará as áreas onde incidirá o Direito de Preemp-
§ 3° O valor das unidades imobiliárias a serem en- ção na Zona Urbana 1, Zona Urbana 2, Zona de Ex-
tregues ao proprietário será correspondente ao valor pansão Urbana e Zona Especial de Proteção Ambien-
do imóvel antes da execução das obras, e deverá: tal, definidas nos Artigos 26, 27, 29 e 33 deste Plano
I - refletir o valor da base de cálculo do IPTU, des- Diretor, de acordo com as finalidades enumeradas no
contado o montante incorporado em função das obras Parágrafo anterior.
realizadas pelo Poder Público no local; § 3° O Poder Executivo Municipal terá preferência
II - não computar expectativas de ganhos, lucros para aquisição, durante 5 (cinco) anos, de imóveis co-
cessantes e juros compensatórios. locados à venda nas zonas mencionadas no Parágrafo
§ 4° A transferência do imóvel deverá ser feita por anterior.
escritura pública, devidamente registrada no Cartório § 4° O prazo mencionado no Parágrafo anterior
de Registro de Imóveis. poderá ser renovado em um ano após o decurso do
§ 5° O Consórcio Imobiliário poderá ser realizado prazo inicial de vigência.
entre instituições públicas de diferentes entes da fede- § 5° O Poder Executivo Municipal deverá notificar
ração para aproveitamento de terras públicas localiza- o proprietário dos imóveis localizados nas áreas onde
das nas Macrozonas Urbana e Rural. incidirá o Direito de Preempção no prazo de 30 (trinta)
dias a partir da vigência da Lei municipal mencionada
SEÇÃO II - DO DIREITO DE PREEMPÇÃO no Parágrafo 2º deste Artigo.
Art. 49. O Poder Público municipal poderá exercer o § 6° O proprietário deverá notificar sua intenção
Direito de Preempção para aquisição de imóvel urbano de alienar o imóvel para o Poder Executivo Municipal
objeto de alienação onerosa entre particulares, confor- que deverá se manifestar por escrito, no prazo máximo
me disposto nos Artigos 25, 26 e 27 da Lei Federal nº de 30 (trinta) dias, seu interesse em comprá-lo.
10.257/2001 - Estatuto da Cidade. § 7° A notificação mencionada no Parágrafo anterior
§ 1° O Direito de Preempção será exercido sem- deve ser apresentada com os seguintes documentos:
pre que o Poder Público necessitar de áreas para: I - quando houver, proposta de compra apresen-
I - regularização fundiária; tada por terceiro interessado na aquisição do imóvel,
II - execução de programas e projetos habitacio- da qual constarão preço, condições de pagamento e
nais de interesse social; prazo de validade;
III - constituição de reserva de terras; II - endereço do proprietário do imóvel para re-
IV - ordenamento e direcionamento da expansão cebimento de notificação e outras comunicações da
urbana; Prefeitura;
V - implantação de equipamentos comunitários; III - certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel,
VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas expedida pelo cartório de registro de imóveis da cir-
verdes; cunscrição imobiliária competente;
VII - criação de unidades de conservação ou pro- IV - declaração assinada pelo proprietário, sob as
teção ambiental; penas da lei, de que não incidem quaisquer encargos

20
SEÇÃO IV - DO ESTUDO DE IMPACTO
e ônus sobre o imóvel, inclusive os de natureza real,
DE VIZINHANÇA
tributária ou executória.
§ 8° Transcorrido o prazo mencionado no Pará- Art. 51. O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança
grafo 7° sem manifestação do Poder Executivo Muni- (EIV) e o Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV)
cipal, fica o proprietário autorizado a realizar a venda deverão ser apresentados para obtenção das licen-
do imóvel para terceiros, nas condições da proposta ças ou autorizações de construção, ampliação ou
apresentada. funcionamento de empreendimentos de impacto nas
§ 9° Concretizada a venda a terceiro, o proprietá- Macrozonas das Terras Indígenas, Urbana e Rural,
rio fica obrigado a apresentar ao Município, no prazo sem prejuízo de outros dispositivos de licenciamento
de (30) trinta dias, cópia do instrumento público de requeridos pela legislação ambiental.
alienação do imóvel. § 1° Os empreendimentos de impacto são cons-
§ 10° A venda do imóvel a terceiro, em condições truções públicas ou privadas, residenciais ou não re-
diferentes da proposta apresentada ao Poder Executi- sidenciais, que podem causar alterações no ambiente
vo Municipal pelo proprietário, é nula de pleno direito. natural ou construído, local ou regional.
§ 11° Na situação descrita no Parágrafo anterior, § 2° São considerados empreendimentos de im-
o Poder Executivo Municipal poderá adquirir o imóvel pacto:
pelo valor da base de cálculo do Imposto Predial Ter- I - empreendimentos que alteram os espaços ur-
ritorial Urbano - IPTU ou pelo valor indicado na pro- banos e as formas de uso e ocupação do território lo-
posta apresentada pelo proprietário, se este for inferior cal e regional;
àquele. II - empreendimentos que prejudicam as condi-
ções de moradia da população local e regional;
SEÇÃO III – DO DIREITO DE SUPERFÍCIE III - empreendimentos que provocam a deteriora-
Art. 50. O Município poderá receber e conceder, dire- ção da qualidade de recursos naturais;
tamente ou por meio de seus órgãos, empresas ou au- IV - empreendimentos que apresentam riscos para
tarquias, o direito de superfície, nos termos do Artigo as comunidades tradicionais, fauna, flora, recursos hí-
21 da Lei Federal 10.257/2001 - Estatuto da Cidade, dricos e o controle de drenagem;
para viabilizar a implementação de diretrizes constan- V - Empreendimentos que alterem o patrimônio
tes desta lei, inclusive mediante a utilização do espaço histórico-cultural, paisagístico e arqueológico;
aéreo e subterrâneo. VI - empreendimentos que causem modificações
§ 1° O Direito de Superfície poderá ser utilizado estruturais na infra-estrutura de saneamento ambien-
em toda a Macrozona Urbana assinalada no mapa 1 tal e no sistema viário existentes.
anexo. § 3° São considerados empreendimentos de im-
§ 2° A concessão do Direito de Superfície pelo pacto a implementação dos seguintes equipamentos
Poder Executivo Municipal será admitida somente nos urbanos, independente da área construída ou metra-
casos de regularização fundiária de áreas ocupadas gem do terreno:
por população de baixa renda, para Empreendimen- I - aterros sanitários e usinas de reciclagem de re-
tos Habitacionais de Interesse Social - EHIS e para síduos sólidos;
implantação de equipamentos públicos, áreas verdes II - estações de tratamento de água e esgoto;
e áreas de lazer. III - ginásios esportivos;

21
IV - cemitérios e necrotérios; VIII - geração de poluição sonora, atmosférica e
V - matadouros e abatedouros de aves e animais; hídrica;
VI - presídios, quartéis e corpo de bombeiros; IX - geração de vibração;
VII - terminais rodoviários, portuários e aeroportuá- X - periculosidade;
rios; XI - geração de resíduos sólidos;
VIII - Mercados, supermercados e assemelhados; XII - geração de riscos socioambientais;
IX - clubes; XIII - impactos sobre as atividades econômicas e
X - postos de serviço e venda de combustível; estruturas produtivas.
XI - depósitos de gás liquefeito de petróleo (GLP); § 5° O Poder Executivo Municipal deverá solicitar
XII - casas de diversões, tais como, bares, casas do empreendedor, como condição para licenciamento
de dança e similares com música; do empreendimento, a assinatura de Termo de Com-
XIII - usinas termoelétricas; promisso com definição de responsabilidades para im-
XIV - serrarias; plementação das medidas para minimização dos im-
XV - templos, igrejas e assemelhados; pactos e problemas identificados no Estudo Prévio de
XVI - hospitais; Impacto de Vizinhança (EIV) e no Relatório de Impacto
XVII - estações de rádio-base de telefonia celular; de Vizinhança (RIV).
XVIII - instalações das forças armadas. § 6° Serão fornecidas cópias do Estudo Prévio de
§ 4° O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança Impacto de Vizinhança (EIV) e do Relatório de Impacto
(EIV) e o Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV) de- de Vizinhança (RIV) quando solicitadas pelos morado-
verão contemplar os aspectos positivos e negativos do res da área afetada ou suas associações.
empreendimento sobre a qualidade de vida da população § 7° O órgão da Prefeitura responsável pelo exa-
residente ou usuária local, do entorno e da região, deven- me do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV)
do incluir, no que couber, a análise e soluções para: e do Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV) deverá
I - impactos sobre as formas de uso e ocupação realizar audiência pública antes da decisão sobre o li-
do território local, do entorno e da região; cenciamento do empreendimento.
II - impactos sobre a estrutura e valorização fun- § 8° Os resultados e recomendações formuladas
diária; na audiência pública deverão ser considerados no li-
III - impactos sobre as condições de moradia e cenciamento do empreendimento.
distribuição territorial da população local, do entorno
e da região; SEÇÃO V – DA CONCESSÃO DE USO
IV - impactos sobre áreas de interesse histórico, ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA
cultural, paisagístico e ambiental; Art. 52. O Poder Executivo deverá outorgar título de
V - impactos sobre as demandas por infra-estrutura Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia em
de saneamento ambiental e sistema viário existentes; relação à referida área ou edificação àqueles que cum-
VI - impactos sobre as demandas por infra-estru- pram os seguintes requisitos nos termos da Medida
tura de geração e distribuição de energia elétrica; Provisória 2 220/2001:
VII - impactos sobre as demandas por equipa- I - residir, até 30 de junho de 2001, em área urbana de
mentos comunitários existentes, como os de saúde e até 250 (duzentos e cinqüenta) m², de propriedade públi-
educação; ca, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição;

22
SEÇÃO VI – DA USUCAPIÃO ESPECIAL
II - não ser proprietário ou concessionário de outro
DE IMÓVEL URBANO
imóvel urbano ou rural.
§ 1° É facultado ao Poder Público assegurar o Art. 53. Aquele que possuir como sua área ou edifica-
exercício do direito de Concessão de Uso Especial ção urbana privada de até 250 (duzentos e cinqüenta)
para Fins de Moradia individual ou coletivamente. m², por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposi-
§ 2° O Direito de Concessão de Uso Especial para ção, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
Fins de Moradia pode ser exercido em local diferente adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprie-
daquele que gerou esse direito quando o imóvel ocu- tário de outro imóvel urbano ou rural.
pado: § 1° As áreas urbanas com mais de 250 (duzen-
I - estiver localizado em área cujos riscos não pos- tos e cinqüenta) m², ocupadas por população de baixa
sam ser eliminados através de intervenções; renda para sua moradia, por 5 (cinco) anos, ininter-
II - estiver em área de uso comum do povo; ruptamente e sem oposição, onde não for possível
III - estiver localizado em área destinada a projeto identificar os terrenos ocupados por cada possuidor,
de urbanização; são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente,
IV - for de comprovado interesse da defesa na- desde que os possuidores não sejam proprietários de
cional, da preservação ambiental e da proteção dos outro imóvel urbano ou rural.
ecossistemas naturais; § 2° O Poder Executivo Municipal poderá pro-
V - for reservado à construção de represas e obras mover plano de urbanização com a participação dos
congêneres; moradores de áreas usucapidas para a melhoria das
VI - estiver situado em via de comunicação. condições habitacionais e de saneamento ambiental
§ 3° Nas hipóteses previstas no Parágrafo ante- nas áreas habitadas por população de baixa renda,
rior, a Concessão de Uso Especial para Fins de Mo- usucapidas coletivamente por seus possuidores para
radia deverá ser exercido em local próximo ao imóvel fim de moradia, nos termos da Lei Federal nº 10.257,
que deu origem ao direito. de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade.
§ 4° Extinta a Concessão de Uso Especial para
Fins de Moradia, o Poder Público recuperará o domí- Art. 54. Cabe ao Executivo garantir assessoria técnica,
nio pleno do terreno. urbanística, jurídica e social gratuita à população de bai-
§ 5° É dever do Poder Público promover as obras xa renda, buscando promover a inclusão social, jurídica,
de urbanização nas áreas onde foi concedido o título ambiental e urbanística, na garantia da moradia digna,
de Concessão de Uso Especial para Fins de Mora- particularmente nas ações visando à regularização fun-
dia. diária e qualificação dos assentamentos existentes.
§ 6° Ao dar a autorização de uso prevista no Ar-
tigo 9º da MP 2.220/2001, o Poder Público deverá SEÇÃO VII – DA CONCESSÃO DE DIREITO
respeitar, quando de interesse da comunidade, as REAL DE USO DE TERRAS PÚBLICAS
atividades econômicas locais promovidas pelo pró-
prio morador, vinculadas à moradia, como cultivo Art. 55. O Poder Público poderá outorgar a Concessão
agrícola, pequenas atividades comerciais, indústria de Direito Real de Uso de terrenos públicos, remunera-
doméstica, artesanato, oficinas de serviços, entre da ou gratuita, por tempo certo e indeterminado, como
outros. direito real resolúvel, para fins específicos de urbani-

23
zação, edificação, cultivo de terra ou outra utilização § 1° São modalidades de Empreendimentos de
de interesse social de acordo com o Decreto-Lei n° Habitação de Interesse Social:
271/67, Lei Municipal n° 129/01 e o presente Plano I - loteamento de interesse social;
Diretor. II - conjunto habitacional.
§ 1° O Poder Executivo Municipal poderá outorgar § 2° Os parâmetros de ocupação dos Empreen-
a Concessão de Direito Real de Uso de terras públicas dimentos Habitacionais de Interesse Social – EHIS
somente após a aprovação pelo Conselho Municipal serão detalhados em Lei específica.
de Desenvolvimento Territorial. § 3° Deverão ser feitos estudos sobre os tipos de
§ 2° A Concessão de Direito Real de Uso poderá habitação da população de baixa renda para que a Lei
será outorgada mediante simples termo administrativo. específica garanta condições adequadas de habitabi-
lidade e respeite as técnicas construtivas, tradições,
SEÇÃO VIII - DA ZONA ESPECIAL usos e costumes locais.
DE INTERESSE SOCIAL § 4° A elaboração de projetos de EHIS deve ser
Art. 56. As Zonas Especiais de Interesse Social po- feita, desde a fase de formulação até sua execução,
dem ser classificadas nas seguintes categorias: com a participação da população a ser atendida.
I - zonas Especiais de Interesse Social 1 - áreas
públicas ou particulares ocupadas por assentamentos de Art. 58. A delimitação de novas Zonas Especiais de In-
população de baixa renda, devendo o Poder Público pro- teresse Social deverá obedecer a classificação previs-
mover a urbanização e a regularização fundiária com im- ta no Artigo 56 e será feita por Lei municipal específica
plantação de equipamentos e serviços públicos locais; de iniciativa do Poder Executivo.
II - zonas Especiais de Interesse Social 2 – áreas § 1° A delimitação de novas Zonas Especiais de
com predominância de imóveis não edificados, ade- Interesse Social 1 só será admitida nas áreas ocupa-
quadas à urbanização e destinadas para Empreendi- das por população de baixa renda.
mentos Habitacionais de Interesse Social – EHIS, de § 2° A delimitação de novas Zonas Especiais de
promoção pública ou conveniada com poder público, Interesse Social 2 só será admitida em imóveis não
incluindo equipamentos sociais e culturais, espaços edificados ou não utilizados localizados na Macrozona
públicos, serviço e comércio de caráter local; Urbana, em áreas com acesso a equipamentos comu-
nitários e infra estrutura de saneamento básico.
Art. 57. Considera-se Empreendimento de Habitação
de Interesse Social (EHIS) a edificação ou o conjunto Art. 59. O Plano de Urbanização e Recuperação Am-
de edificações destinado a famílias com renda familiar biental para cada Zona Especial de Interesse Social
bruta igual ou inferior a 3 (três) salários mínimos com 1 será estabelecido por Decreto do Poder Executivo
os seguintes parâmetros: Municipal e deverá prever:
I - na Zona Urbana 1 – área construída útil mínima I - diretrizes, índices e parâmetros urbanísticos espe-
de 60 (sessenta) m² e lote mínimo de 150 (cento e cíficos para o parcelamento, uso e ocupação do solo;
cinquenta) m2; II - análises físico-ambiental, urbanística, fundiária
II - na Zona Urbana 2 – área construída útil míni- e socioeconômica dos assentamentos;
ma de 60 (sessenta) m² e lote mínimo de lote de 200 III - os projetos e intervenções urbanísticas ne-
(duzentos) m2. cessárias à recuperação física e ambiental da área

24
incluindo, de acordo com as características locais, sis- tivo Municipal deverá disponibilizar assessoria técnica,
tema de abastecimento de água e coleta de esgotos, jurídica e social à população moradora.
drenagem de águas pluviais, coleta regular de resídu-
os sólidos, iluminação pública, adequação dos siste- TÍTULO IV – DO SISTEMA
mas de circulação de veículos e pedestres, eliminação DESCENTRALIZADO DE PLANEJAMENTO
de situações de risco, estabilização de taludes e de E GESTÃO DEMOCRÁTICA TERRITORIAL
margens de igarapés, tratamento adequado das áreas
verdes públicas, instalação de equipamentos sociais e Art. 63. O objetivo do sistema descentralizado de pla-
os usos complementares ao habitacional; nejamento e gestão democrática territorial é desenvol-
IV - definição dos instrumentos para a regulariza- ver processos continuados e participativos de formula-
ção fundiária a serem utilizados; ção, implementação e avaliação de políticas públicas
V - condições para o remembramento e desmem- que viabilizem a realização dos investimentos priori-
bramento de lotes; tários e regule o uso e ocupação do solo nos termos
VI - forma de participação da população na imple- deste Plano Diretor.
mentação e gestão das intervenções previstas; § 1° A participação da população deve ser assegu-
VII - fontes de recursos para a implementação das rada em todas as fases do processo de planejamento
intervenções; e gestão territorial e do orçamento público municipal.
VIII - atividades de geração de emprego e renda; § 2° É assegurado aos cidadãos do município de
IX - plano de ação social; São Gabriel da Cachoeira o direito de receber infor-
X - propostas de realocação de famílias que ocu- mações, esclarecimentos e documentos dos órgãos
pam imóvel em situação de risco para áreas próximas públicos e apresentar alegações escritas.
e dotadas de infra-estrutura de saneamento básico. § 3° O Poder Executivo Municipal incluirá a reali-
zação de debates, audiências, assembléias territoriais
Art. 60. Deverão ser constituídos em todas as Zonas e consultas públicas sobre as propostas do plano plu-
Especiais de Interesse Social 1, Núcleos Gestores rianual, lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento
compostos por representantes dos moradores e do anual como condição obrigatória para sua aprovação.
Poder Executivo Municipal que deverão participar de
todas as etapas de elaboração e implementação do Art. 64. Além deste Plano Diretor, o sistema descen-
Plano de Urbanização e Recuperação Ambiental. tralizado de planejamento e gestão democrática terri-
torial será composto por:
Art. 61. Os proprietários de lotes ou glebas e as en- I - órgãos técnicos da administração municipal;
tidades representativas dos moradores de Zonas Es- II - conselho municipal de desenvolvimento terri-
peciais de Interesse Social 1 poderão apresentar ao torial;
Poder Executivo Municipal, propostas para o Plano de III - fundo municipal de desenvolvimento territo-
Urbanização e Recuperação Ambiental. rial;
IV - conferência municipal de desenvolvimento
Art. 62. Para o desenvolvimento e implementação dos territorial;
Planos de Urbanização e Recuperação Ambiental das V - sistema de informações municipais;
Zonas Especiais de Interesse Social 1, o Poder Execu- VI - código de obras;

25
VII - lei municipal de parcelamento do solo; IV - setor de fiscalização e controle urbano;
VIII - audiências públicas; V - setor de projetos e obras.
IX - assembléias territoriais;
X - plebiscito e referendo popular; CAPÍTULO II - CONSELHO MUNICIPAL DE
XI - consulta pública; DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
XII - iniciativa popular de projetos de lei, de planos, Art. 66. Fica instituído o Conselho Municipal de De-
programas e projetos de desenvolvimento territorial; senvolvimento Territorial como instância e mecanismo
XIII - acordos de convivência; central do Sistema Municipal de Planejamento e Ges-
XIV - programa de capacitação sobre planejamen- tão Territorial de São Gabriel da Cachoeira.
to e gestão territorial; Parágrafo único. As regulamentações do Con-
XV - regiões administrativas demarcadas no mapa selho Municipal de Desenvolvimento Territorial e dos
5 anexo; Conselhos Regionais, mencionados nos Artigos 66 e
XVI - conselhos regionais das regiões administra- 90, deverão ser feitas por meio de Decretos Municipais
tivas; expedidos em conjunto.
XVII - planos diretores regionais.
Art. 67. O Poder Executivo Municipal submeterá, anu-
CAPÍTULO I - ÓRGÃOS TÉCNICOS almente, ao Conselho Municipal de Desenvolvimento
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL Territorial, relatório de avaliação da política de desen-
Art. 65. O Poder Executivo Municipal deverá criar, no volvimento territorial e as atividades previstas para o
prazo de 12 meses a partir da aprovação desta Lei ano seguinte.
e com base na revisão das Leis Municipais 57/1997 e Parágrafo único. Após a análise efetuada pelo
58/1997, órgão técnico responsável pelo planejamento e Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial, o
gestão territorial com competência para desenvolver: Poder Executivo Municipal dará publicidade ao rela-
I - a política habitacional municipal; tório de avaliação referido no caput deste Artigo e o
II - a política de saneamento ambiental municipal; enviará à Câmara Municipal.
III - a política de mobilidade municipal;
IV - a política de regularização fundiária munici- SEÇÃO I - ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
pal; MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO
V - a política ambiental municipal; TERRITORIAL
VI - a regulação do uso e ocupação do solo urbano Art. 68. As atribuições do Conselho Municipal de De-
e rural. senvolvimento Territorial são:
Parágrafo único. O órgão técnico municipal res- I - monitorar, fiscalizar e avaliar a implementação
ponsável pelo planejamento e gestão territorial deverá deste Plano Diretor, analisando e deliberando sobre
ter, no mínimo: questões relativas a sua aplicação;
I - setor de análise e licenciamento de novas edi- II - monitorar, fiscalizar e avaliar a implementação
ficações; dos instrumentos de política urbana previstos neste
II - setor de análise e licenciamento de novos lote- Plano Diretor;
amentos urbanos; III - participar na elaboração e implementação do
III - setor de informações municipais; Plano Municipal de Saneamento Ambiental;

26
IV - participar na elaboração e implementação do XX - tratar de assuntos federativos pertinentes a
Plano Municipal de Habitação; política urbana e propor acordos nos casos de confli-
V - participar na elaboração e implementação do tos de interesse federativo;
Plano Municipal de Mobilidade; XXI - aprovar a outorga de títulos de Concessão
VI - participar na elaboração de legislações decor- de Direito Real de Uso;
rentes deste Plano Diretor e outras que dispõem sobre XXII - elaborar e aprovar o seu regimento inter-
assunto relacionados com o planejamento e gestão no.
territorial; Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal
VII - instituir normas para o desenvolvimento terri- deve fornecer informações, divulgar documentos ofi-
torial com base nos Planos Diretores Regionais; ciais e garantir suporte técnico, infra-estrutura e recur-
VIII - monitorar, fiscalizar e avaliar a realização dos sos necessários ao pleno funcionamento do Conselho
investimentos prioritários previstos neste Plano Diretor Municipal de Desenvolvimento Territorial.
e nos Planos Diretores Regionais;
IX - deliberar sobre a utilização dos recursos do SEÇÃO II - COMPOSIÇÃO DO CONSELHO
Fundo Municipal de Desenvolvimento Territorial; MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO
X - deliberar sobre a utilização dos recursos do TERRITORIAL
Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social nos Art. 69. O Conselho Municipal de Desenvolvimento
termos da Lei Federal 11 124/2005; Territorial será composto por 30 Membros Titulares,
XI - deliberar e emitir pareceres sobre proposta de sendo 12 representantes de governos e órgãos públi-
alteração deste Plano Diretor; cos e 18 representantes dos diversos segmentos da
XII - participar na elaboração e implementação sociedade civil, assim distribuídos, de acordo com as
dos Planos Diretores Regionais; proporções aprovadas no processo da 2ª Conferencia
XIII - deliberar sobre projetos de lei de interesse Nacional das Cidades:
da política territorial (política ambiental, habitacional, I - representantes dos Governos e Órgãos Públi-
mobilidade, saneamento ambiental, fundiária, urbana), cos (12 Conselheiros Titulares - 40% do total):
antes de seu encaminhamento à Câmara Municipal; a) 1 Representante da Secretaria Municipal de
XIV - receber, de setores da sociedade, matérias Meio Ambiente, Turismo e Cultura;
de interesse coletivo relacionadas com o planejamento b) 1 Representante da Secretaria Municipal de
e gestão territorial e encaminhar para discussões; Obras;
XV - zelar pela integração das políticas setoriais; c) 1 Representante do Departamento Municipal de
XVI - deliberar sobre as omissões e contradições Águas;
da legislação que incidem no planejamento e gestão d) 1 Representante do Instituto de Terras do Mu-
territorial do município; nicípio;
XVII - convocar, organizar e coordenar as Confe- e) 1 Representante das Forças Armadas (Ministé-
rências Municipais de Desenvolvimento Territorial; rio da Defesa);
XVIII - convocar audiências públicas quando achar f) 1 Representante da Secretaria Municipal de
necessário discutir temas relacionados com o planeja- Educação;
mento e gestão territorial; g) 1 Representante da FUNAI (Ministério da Jus-
XIX - propor acordos de convivência; tiça);

27
h) 1 Representante do IBAMA (Ministério do Meio § 3° O mandato dos membros do Conselho Muni-
Ambiente); cipal de Desenvolvimento Territorial será de 4 anos.
i) 1 Representante da CEAM – Companhia Ener-
gética do Amazonas; SEÇÃO III – FUNCIONAMENTO DO
j) 1 Representante da Secretaria Municipal de CONSELHO MUNICIPAL DE
Saúde; DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
k) Representante da FUNASA/Dsei (Ministério da Art. 70. O Conselho Municipal de Desenvolvimento
Saúde); Territorial será presidido por um de seus membros es-
l) Representante da Câmara Municipal (Verea- colhido entre seus pares.
dor).
II - representantes de Segmentos da Sociedade Art. 71. O Conselho Municipal de Desenvolvimento
Civil (18 Conselheiros Titulares – 60% do total): Territorial será formado por Câmaras Técnicas das
a) 5 Representantes dos Conselhos Regionais; áreas de habitação, saneamento ambiental, mobili-
b) 1 Representante da Federação das Organiza- dade, meio ambiente, regularização fundiária e terras
ções Indígenas do Rio Negro (FOIRN); indígenas.
c) 3 Representantes de Associações de Morado- § 1° As Câmaras Técnicas têm por objetivo reunir
res da Região Administrativa Táwa; os conselheiros para realizarem estudos, discussões e
d) 1 Representante da Associação do Assenta- deliberações acerca dos setores temáticos abordados
mento Teotônio Ferreira; pelo conselho.
e) 1 Representante dos Trabalhadores/Produtores § 2° As Câmaras Técnicas reunirão os conselhei-
Agrícolas; ros pôr área de atuação, interesse e conhecimento de
f) 3 Representantes dos Comerciantes, Empreen- acordo com critérios aprovados no Regimento Interno
dedores e/ou outro ramo ligado ao desenvolvimento do Conselho.
econômico urbano e/ou territorial;
g) 1 Representante de Instituição de Ensino e SEÇÃO IV - DA CÂMARA DE
Pesquisa; ASSUNTOS FEDERATIVOS
h) 1 Representante de Organização Não Governa- Art. 72. A criação da Câmara Federativa no âmbito do
mental (ONG) com atuação no município; Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial de-
i) 1 Representante da Associação de Professores verá prever a reunião de diferentes órgãos e instâncias
Indígenas; governamentais em nível municipal, estadual e federal
j) 1 Representante de Instituição Religiosa. com o fim de deliberar sobre aspectos de relevante
§ 1° Para cada membro titular do conselho será interesse para o desenvolvimento do município.
eleito um membro suplente, apto a substituí-lo em § 1° As atribuições da Câmara de Assuntos Fede-
caso de necessidade. Os conselheiros suplentes se- rativos são:
rão escolhidos no mesmo processo que os conselhei- I - viabilizar a regularização fundiária das terras
ros titulares. públicas e de assentamentos em terras públicas;
§ 2° Os membros do Conselho Municipal de De- II - analisar e avaliar projetos e programas de ini-
senvolvimento Territorial serão escolhidos nas Confe- ciativa de órgãos da União e do Estado do Amazonas
rências Municipais de Desenvolvimento Territorial. que afetam o território local;

28
III - realizar mediação e promover acordos com V - contribuições ou doações de entidades inter-
os órgãos competentes da União e do Estado do Ama- nacionais;
zonas sobre projetos e programas de desenvolvimento VI - acordos, contratos, consórcios e convênios;
territorial que resultem em conflitos de interesse fede- VII - rendimentos obtidos com a aplicação de seu
rativo; próprio patrimônio;
IV - analisar e avaliar empreendimentos de im- VIII - contribuição de Melhoria decorrente de obras
pacto territorial e socioambiental no Município de São públicas realizadas;
Gabriel da Cachoeira; IX - receitas provenientes da concessão do Direito
V - estabelecer metas e ações, programas e pro- de Superfície;
jetos de forma integrada com os órgãos competentes X - retornos e resultados de suas aplicações;
da União e do Estado do Amazonas para a implemen- XI - multas, correção monetária e juros recebidos
tação da política de desenvolvimento territorial e do de suas aplicações;
Plano Diretor. XII - recursos do Fundo Nacional de Habitação
§ 2° Os órgãos competentes da União e do Esta- de Interesse Social, de acordo com a Lei Federal 11
do do Amazonas são membros convidados da Câmara 124/2005;
de Assuntos Federativos. XIII - outras receitas eventuais.

CAPÍTULO III - FUNDO MUNICIPAL Art. 75. Os critérios de distribuição dos recursos do
DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL Fundo Municipal de Desenvolvimento Territorial serão
Art. 73. Fica criado o Fundo Municipal de Desenvolvi- definidos posteriormente por meio de Decreto Muni-
mento Territorial com o objetivo de centralizar e geren- cipal.
ciar recursos para a implementação do planejamento
e gestão territorial no município através deste Plano SEÇÃO II - DESTINAÇÃO DOS RECURSOS
Diretor e dos Planos Diretores Regionais. DO FUNDO MUNICIPAL DE
DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
SEÇÃO I - FONTES DE RECURSOS DO Art. 76. Os recursos do Fundo Municipal de Desenvol-
FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO vimento Territorial deverão ser utilizados para:
TERRITORIAL I - realização dos investimentos prioritários previs-
Art. 74. As fontes de recursos financeiros do Fundo tos neste Plano Diretor;
Municipal de Desenvolvimento Territorial são: II - Realização dos investimentos prioritários pre-
I - dotações orçamentárias anuais do Município, vistos nos Planos Diretores Regionais;
que não poderão ser inferior a 2% da previsão de re- III - implementação do Sistema Descentralizado
ceita municipal estipulada na Lei Orçamentária Anual; de Planejamento e Gestão Territorial;
II - repasses ou dotações de origem orçamentária IV - implementação do Plano Municipal de Sanea-
da União e do Estado do Amazonas a ele destinado; mento Ambiental;
III - empréstimos ou operações de financiamento V - implementação do Plano Municipal de Habi-
internos ou externos; tação;
IV - contribuições ou doações de pessoas físicas VI - implementação do Plano Municipal de Mobi-
ou jurídicas; lidade;

29
VII - realização dos investimentos previstos no Ar- VIII - sugerir, ao Poder Executivo Municipal, ade-
tigo 11 da Lei Federal 11124/2005 que dispõe sobre o quações em planos, programas, projetos, ações, inter-
Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. venções e investimentos voltados para o planejamento
e gestão territorial,
CAPÍTULO IV - DA CONFERÊNCIA IX - eleger os membros do Conselho Municipal de
MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO Desenvolvimento Territorial, com exceção dos mem-
TERRITORIAL bros dos Conselhos Regionais que serão eleitos con-
Art. 77. As Conferências Municipais de Desenvolvi- forme Artigo 90;
mento Territorial ocorrerão ordinariamente a cada 4 X - dirimir divergência entre as deliberações do
(quatro) anos, e extraordinariamente quando convo- Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial e
cadas pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento entendimento do Poder Executivo.
Territorial ou pelo chefe do Poder Executivo Municipal
nos seguintes casos: CAPÍTULO V - SISTEMA DE
I - necessidade de alteração do Plano Diretor em INFORMAÇÕES MUNICIPAIS
virtude de comprovação técnica de efeitos nocivos aos Art. 78. O objetivo do Sistema de Informações Mu-
princípios e valores previstos nesta lei; nicipais é fornecer informações para implementação,
II - alteração importante no projeto de lei aprovado monitoramento, avaliação e revisão do Plano Diretor e
na Conferência de Desenvolvimento Territorial. de outras políticas públicas subsidiando processos de
§ 1° As Conferências Municipais de Desenvolvi- tomada de decisões.
mento Territorial serão abertas à participação de todos § 1° O Sistema de Informações Municipais deverá
os cidadãos. obedecer as seguintes diretrizes:
§ 2° Os objetivos das Conferências Municipais de I - simplificação, economicidade, eficácia, clareza,
Desenvolvimento Territorial são: precisão e segurança das bases de dados e cadastros;
I - avaliar a implementação deste Plano Diretor; II - democratização, publicização e disponibili-
II - sugerir propostas de alteração do Plano Dire- zação das informações, em especial as relativas ao
tor, a serem consideradas no momento de sua modifi- processo de implementação, controle e avaliação do
cação ou revisão; Plano Diretor.
III - formular propostas para o Plano Municipal de § 2° As bases de dados que devem compor o Sis-
Saneamento Ambiental; tema de Informações Municipais são:
IV - formular propostas para o Plano Municipal de I - cadastro georreferenciado dos imóveis urbanos
Habitação; e rurais do município;
V - formular propostas para o Plano Municipal de II - cadastro georreferenciado das estradas e lo-
Mobilidade; gradouros urbanos e rurais;
VI - formular propostas para os programas fede- III - planta georreferenciada de valores genéricos
rais e estaduais relacionados com o planejamento e dos imóveis urbanos e rurais;
gestão territorial; IV - cadastro georreferenciado de sedes de em-
VII - avaliar os relatórios anuais sobre o planejamen- presas instaladas no município;
to e gestão territorial no município, elaborados pelo Poder V - cadastro georreferenciado das terras indíge-
Executivo Municipal, apresentando críticas e sugestões; nas homologadas;

30
CAPÍTULO VII - LEI MUNICIPAL DE
VI - cadastro georreferenciado da macro e micro
PARCELAMENTO DO SOLO
hidrografia do município;
VII - cadastro georreferenciado das terras públicas Art. 80. O Poder Executivo deverá rever, no prazo de
municipais, estaduais e federais; 18 meses contados a partir da aprovação deste Plano
VIII - cadastro georreferenciado do sistema de Diretor, a Lei Municipal nº 27 de 11 de novembro de
abastecimento de água, coleta de esgoto, drenagem 1993 que dispõe sobre o parcelamento do solo urba-
e de gestão dos resíduos sólidos; no, com base neste Plano Diretor, em processos parti-
IX - cadastro georreferenciado do sistema de ge- cipativos e nas características locais.
ração e distribuição de energia elétrica e de iluminação
pública; CAPÍTULO VIII - AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
X - censos demográficos do Instituto Brasileiro Art. 81. O Poder Executivo Municipal realizará audiên-
de Geografia e Estatística – IBGE por setores censi- cias públicas referentes a empreendimentos, públicos
tários; ou privados, de impacto urbanístico ou ambiental com
XI - dados de receitas e despesas municipais; efeitos potencialmente negativos na vizinhança para
XII - dados desagregados de crianças, adolescen- os quais são exigidos Estudos Prévios de Impacto de
tes, jovens e adultos não alfabetizados; Vizinhança (EIV) e Relatórios de Impacto de Vizinhan-
XIII - cadastro da oferta de vagas de educação ça (RIV).
infantil, fundamental, médio, profissionalizante e supe- § 1° Todos os documentos relativos ao tema da
rior por equipamento de ensino; audiência pública deverão ser colocados à disposição
XIV - cadastro da oferta de serviços e da popula- de qualquer interessado, inclusive por meio eletrônico,
ção atendida nos equipamentos de saúde; com antecedência mínima de 48 horas da realização
XV - dados de morbidade e causas de mortalidade da respectiva audiência pública.
por local de ocorrência e de residência da vítima; § 2° As intervenções realizadas em audiência
XVI - inventário do patrimônio histórico-cultural pública serão registradas por escrito e gravadas para
material e imaterial existente no município; qualquer necessidade do processo e para acesso e
XVII - cadastro das linhas de transporte público com divulgação públicos.
respectivos pontos de embarque e desembarque. § 3° O Poder Executivo Municipal regulamentará os
§ 3° O Sistema de Informações Municipais deverá procedimentos para realização das audiências públicas.
conter e manter atualizadas outras bases de dados e
informações sociais, culturais, econômicos, financeiros, CAPÍTULO IX - DAS ASSEMBLÉIAS
patrimoniais, administrativos, físico-territoriais, ambien- REGIONAIS DE POLÍTICA
tais, imobiliários relevantes para os seus objetivos. TERRITORIAL
Art. 82. As Assembléias Regionais de Política Territo-
CAPÍTULO VI - CÓDIGO DE OBRAS rial se realizarão sempre que necessário, e no mínimo
Art. 79. O Poder Executivo Municipal deverá elaborar a cada dois anos, e terão a seguinte competência:
no prazo de 12 meses contados a partir da aprovação I. Discutir e aprovar, mediante resolução, seu re-
deste Plano Diretor, com base em processos partici- gulamento interno, definindo, no mínimo, o número e
pativos e nas peculiaridades e culturas construtivas a forma de escolha dos delegados com direito a voto
locais, a Lei Municipal que institui o Código de Obras. que participarão de suas reuniões;

31
II. Eleger os membros dos respectivos Conselhos dos eleitores do Município ou 2% (dois por cento) dos
Regionais de Política Territorial, na forma estipulada eleitores de cada Região Administrativa, a depender
no Artigo 90 deste Plano Diretor. dos impactos dos planos, programas e projetos.
III. Discutir e aprovar, mediante resolução, o re- § 1° Qualquer proposta de iniciativa popular de
gimento interno dos respectivos Conselhos Regionais planos, programas e projetos de desenvolvimento ter-
de Política Territorial, fixando, no mínimo, o número ritorial deverá ser apreciada pelo Poder Executivo Mu-
de membros e os critérios para concorrer ao cargo de nicipal em parecer técnico circunstanciado sobre o seu
Conselheiro Regional. conteúdo e alcance, no prazo de 120 (cento e vinte)
IV. Discutir e aprovar o Plano Diretor Regional e dias a partir de sua apresentação.
suas modificações, na forma dos Artigos 92 e 93 deste § 2° Deve ser dada publicidade a qualquer pro-
Plano Diretor. posta de iniciativa popular de planos, programas e pro-
V. Avaliar a implementação dos Planos Diretores jetos de desenvolvimento territorial.
Regionais, emitindo orientações à Prefeitura e ao Con-
selho Regional de Política Territorial sobre prioridades CAPÍTULO XIII – DOS ACORDOS
de gasto. DE CONVIVÊNCIA
Parágrafo Único. As resoluções das Assembléias Art. 86. Os conflitos de interesses expressos por di-
Regionais de Política Territorial serão publicadas no ferentes grupos em determinada área poderão ser re-
Diário Oficial do Município ou fixadas na Câmara Mu- solvidos por meio de Acordo de Convivência, mediado
nicipal e na Prefeitura e também em locais públicos pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Territo-
nas regiões administrativas. rial e homologado pelo Executivo.
Parágrafo único. Os conflitos de interesses, ex-
CAPÍTULO X - PLEBISCITO E pressos nos diferentes grupos em determinada área,
REFERENDO POPULAR que envolvam conflitos com a legislação de uso e ocu-
Art. 83. O Plebiscito e Referendo Popular serão con- pação do solo, serão mediados pelo Conselho Muni-
vocados e realizados com base na legislação federal cipal de Desenvolvimento Territorial, por meio de uma
e estadual. Negociação de Convivência que poderá gerar propos-
ta de alteração da legislação a ser encaminhada à Câ-
CAPÍTULO XI - CONSULTA PÚBLICA mara Municipal pelo Poder Executivo Municipal.
Art. 84. A Consulta Púbica será convocada e realizada
com base no Artigo 94 da Lei Orgânica do Município CAPÍTULO XIV - PROGRAMA DE
de São Gabriel da Cachoeira. CAPACITAÇÃO SOBRE PLANEJAMENTO E
GESTÃO TERRITORIAL
CAPÍTULO XII - INICIATIVA POPULAR DE Art. 87. Os órgãos técnicos da administração muni-
PROJETOS DE LEI, DE PLANOS, cipal deverão elaborar e implementar, no prazo de 6
PROGRAMAS E PROJETOS DE meses, um programa permanente de capacitação so-
DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL bre planejamento e gestão territorial com base neste
Art. 85. A iniciativa popular de projetos de lei, planos, Plano Diretor voltado para os membros do Conselho
programas e projetos de desenvolvimento territorial Municipal de Desenvolvimento Territorial, dos Conse-
poderá ser tomada por, no mínimo, 2% (dois por cento) lhos Regionais e interessados em geral.

32
CAPÍTULO XV - DAS REGIÕES
§ 3°. O Conselho Regional de Política Territorial
ADMINISTRATIVAS
deverá necessariamente ser ouvido durante o processo
Art. 88. Ficam instituídas as Regiões Administrativas, de consulta pública, sem prejuízo da participação das
segundo mapa 5 anexo, com o objetivo de definir a organizações representativas dos povos indígenas.
base territorial para a descentralização do planeja-
mento e gestão do território municipal. CAPÍTULO XVI - CONSELHOS REGIONAIS
§ 1°. As denominações das Regiões Administra- DE POLÍTICA TERRITORIAL
tivas são: Art. 90. Ficam instituídos os Conselhos Regionais de
I. Região Administrativa Hiniáli; Política Territorial com o objetivo de descentralizar o
II. Região Administrativa Baixo Rio Uaupés e Ti- planejamento e a gestão do território municipal.
quié; § 1°. Os membros dos Conselhos Regionais de
III. Região Administrativa Alto Rio Negro e Xié; Política Territorial serão eleitos pelas respectivas As-
IV. Região Administrativa Médio e Alto Rio Uaupés sembléias Regionais de Política Territorial dentre os
e Papuri; cidadãos pertencentes às respectivas Regiões Admi-
V. Região Administrativa Marié e Cauaburis; nistrativas.
VI. Região Administrativa Táwa. § 2°. Cada Conselho Regional de Política Territo-
§ 2°. Em cada Região Administrativa será institu- rial será composto por no mínimo 4 (quatro) e no má-
ído um Conselho Regional de Política Territorial, com ximo 12 (doze) membros, de acordo com o número de
exceção da Região Administrativa Táwa. habitantes e comunidades da região, e suas decisões
serão tomadas por maioria absoluta.
Art. 89. Quando forem propostos pelos Poderes Le- § 3°. O número de membros, a forma de eleição
gislativo ou Executivo Municipal, planos, políticas, e a periodicidade de reunião de cada Conselho Regio-
projetos, obras ou programas a serem implementados nal de Política Territorial serão definidos por meio de
nas Macrozonas de Terras Indígenas e que possam resolução de sua respectiva Assembléia Regional de
afetar de qualquer forma os direitos coletivos dos po- Política Territorial.
vos indígenas, deverá haver um processo específico § 4°. O mandato dos membros dos Conselhos Re-
de consulta prévia aos povos interessados, mediante gionais de Política Territorial será de 4 (quatro) anos.
procedimentos apropriados e através de suas organi- § 5°. A função de conselheiro é considerada de re-
zações representativas. levante interesse público e exercida voluntariamente,
§ 1°. A consulta deverá ocorrer desde a fase de sem qualquer tipo de remuneração.
planejamento do plano, política, projeto, obra ou pro- § 6°. A secretaria executiva dos Conselhos Re-
grama mencionados no caput, realizada de boa fé e de gionais será realizada pelo órgão previsto no artigo 65
maneira apropriada às circunstâncias étnicas, organi- e, até a sua instalação, pela Secretaria Municipal de
zativas, culturais e geográficas locais, com o objetivo Meio Ambiente,
de se chegar a um acordo e consentimento acerca das
medidas propostas. SEÇÃO I - ATRIBUIÇÕES DOS CONSELHOS
§ 2°. Deverá ser previsto e assegurado pelo pro- REGIONAIS DE POLÍTICA TERRITORIAL
ponente os recursos e o tempo necessários para a re- Art. 91. As atribuições dos Conselhos Regionais de
alização adequada da consulta pública. Política Territorial são:

33
I. Coordenar a elaboração e a implementação dos § 2°. O Poder Executivo deverá apoiar financeira-
Planos Diretores Regionais segundo diretrizes apre- mente a elaboração dos Planos Diretores Regionais.
sentadas no Artigo 92 deste Plano Diretor; § 3°. Os Planos Diretores Regionais serão elabo-
II. Indicar 2 (dois) membros para participar do rados pelos respectivos Conselhos Regionais, apro-
Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial. vados pelas respectivas Assembléias Regionais de
III. Convocar e coordenar a realização da respec- Desenvolvimento Territorial e oficializados por meio de
tiva Assembléia Regional de Desenvolvimento Territo- Resolução do Conselho Municipal de Desenvolvimen-
rial; to Territorial.
IV. Avaliar previamente a realização de investi-
mentos públicos destinados às respectivas regiões Art. 93. Os Planos Diretores Regionais serão revistos
administrativas; no mínimo com a mesma periodicidade que o Plano
V. Decidir sobre a destinação do dinheiro do Fun- Diretor Municipal.
do de Desenvolvimento Territorial vinculados à respec-
tiva região; TÍTULO V – DAS DISPOSIÇÕES
VI. Opinar, obrigatoriamente, sobre a proposta de FINAIS E TRANSITÓRIAS
plano plurianual antes de seu envio pelo Poder Execu- Art. 94. O Poder Executivo encaminhará à Câmara
tivo à Câmara Municipal; Municipal:
VII. Apresentar propostas ao Poder Executivo e à I - projeto de emenda para alteração dos Artigos
Câmara Municipal sobre qualquer assunto de interes- 36 a 39 dos Atos das Disposições Transitórias, dos Ar-
se da Região Administrativa; tigos 193 a 202 da Lei Orgânica Municipal;
VIII. Participar dos processos de consulta prévia II - plano Municipal de Habitação;
de políticas, projetos, obras ou programas a serem im- III - plano Municipal de Saneamento Ambiental;
plementados nas Macrozonas de Terras Indígenas. IV - plano Municipal de Mobilidade;
V - código de Obras;
CAPÍTULO XVII - PLANOS DIRETORES VI - lei Municipal sobre Direito de Preempcão, de
REGIONAIS acordo com o Parágrafo 2º do Artigo 49 deste Plano
Art. 92. Cada Região Administrativa deverá elaborar Diretor;
seu respectivo Plano Diretor Regional segundo as pe- VII - lei Municipal de parcelamento urbano de
culiaridades socioambientais locais, com exceção da acordo com o Artigo 80 deste Plano Diretor.
Região Administrativa Táwa.
§ 1°. São diretrizes para a elaboração dos Planos Art. 95. Fazem parte integrante desta Lei, os seguin-
Diretores Regionais: tes anexos:
I. Participação ampla das comunidades que vivem I - mapa do macrozoneamento – mapa 1;
nas Regiões Administrativas; II - mapa do zoneamento urbano e do zoneamento
II. Definição dos investimentos prioritários para o especial – mapa 2;
desenvolvimento territorial das Regiões Administrativas; III - mapa das melhorias viárias – mapa 3;
III. Definição de prazos e métodos para a reali- IV - mapa dos equipamentos comunitários – mapa
zação do zoneamento socioambiental do território da 4.
respectiva Região Administrativa. V - mapa das regiões administrativas – mapa 5.

34
Art. 96. Esta Lei entra em vigor na data da sua publica-
ção, revogadas as disposições em contrário.

Gabinete do Prefeito Municipal de São Gabriel da


Cachoeira, Estado do Amazonas, em 30 de novembro
de 2006.

JUSCELINO OTERO GONÇALVES


PREFEITO MUNICIPAL

35
impressão e acabamento desta brochura
Printon Gráfica, SP, SP

impressão e acabamento do mapa-pôster


Ipsis Gráfica e Editora, SP, SP

tiragem
2.000 exemplares
SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA Macrozoneamento e Regiões Administrativas de São Gabriel da Cachoeira O Plano Diretor foi feito com a participação de todos
As propostas e prioridades incorporadas ao PD-SGC foram discutidas ao longo de um processo par-
AMAZONAS ticipativo de vários meses, antes de serem aprovadas na Câmara dos Vereadores.
Em outubro de 2005 foi formado um Núcleo Gestor com aproximadamente 50 representantes de
PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO instituições governamentais e da sociedade civil.
Representantes deste Núcleo Gestor acompanharam as leituras técnicas e comunitárias.
Lei municipal nº 209 de 21 de novembro de 2006 Os moradores de todos os bairros da cidade, como também de Taracuá e de Cucuí, participaram
de oficinas para mapear problemas e prioridades.
Foram feitas várias reuniões de consulta com as secretarias municipais, instituições federais e
organizações da sociedade civil.
Esse processo subsidiou as propostas do Plano Diretor incluídas no Anteprojeto de Lei, discutido
e votado pelos membros do Núcleo Gestor no Congresso da Cidade, em 25 de setembro de 2006.
Este Anteprojeto foi enviado para a Câmara dos Vereadores que o aprovou, em 21 de novembro
de 2006, com pequenas mudanças, transformando-o em lei.
Os princípios que orientaram o PD-SGC:
Coordenação Parceria e Laboratório Assistência técnica
do processo de Geoprocessamento Democratização, descentralização do planejamento e gestão territorial
Respeito aos direitos coletivos dos povos indígenas
Função socioambiental da cidade e da propriedade urbana
A situação especial do município, pela sua extensão e complexidade. Habitado majoritariamente
por indígenas de 23 etnias, está situado na faixa de fronteira internacional, é o terceiro do país em
extensão territorial (109.180 km2) e com a maior parte da sua área ocupada por terras indígenas e
unidades de conservação ambiental.

Um município indígena e Composição do Núcleo Gestor


Para colocar o Plano Diretor em prática é preciso conhecer os direitos
e deveres estabelecidos pela Lei municipal 209/2006. É preciso criar
os conselhos previstos na lei para todos participarem no planejamento
ribeirinho na fronteira geopolítica Associação das Artesãs Indígenas de SGC - ASSAI Associação do Bairro da
Fortaleza Associação do Bairro da Praia Associação do Bairro Dabarú e na gestão do município.
Associação do Bairro Centro Associação do Bairro Graciliano Gonçalves

da Amazônia brasileira Associação do Bairro Nova Esperança Associação do Bairro Pe. Cícero
Associação do Bairro Tiago Montalvo Associação dos Professores Indígenas
O PD-SGC instituiu 7 Regiões Administrativas: Hiniali, Baixo Rio Uaupés
e Tiquié, Alto Tiquié, Alto Rio Negro e Xié, Médio e Alto Rio Uaupés e
do Alto Rio Negro - APIARN Banco do Brasil Câmara de Vereadores Rio Papuri, Baixo Rio Negro e Tawa (núcleo urbano da sede municipal).
Colégio Marchesi Colégio São Gabriel Coordenação das Organizações Cada uma dessas Regiões deve ter orçamento próprio, um Conselho
Indígenas do Rio Tiquié, Baixo Uaupés e Afluentes - COITUA Coordenadoria
Regional com 4 membros eleitos de 4 em 4 anos e um Plano Diretor
das Associações Indígenas do Alto Rio Negro e Xié - CAIARNX Coordenação
Localizado no extremo noroeste do estado do Amazonas, no Alto Rio Negro, fronteira com a Co- das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê - COIDI Coordenadoria
Regional elaborado com a participação das comunidades indígenas.
lômbia e Venezuela, São Gabriel da Cachoeira apresenta características especiais que orientaram a das Associações Indígenas Baniwa e Coripaco - CABC Coordenadoria das O Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial é o principal ca-
elaboração do seu Plano Diretor. Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro - CAIBRM Diocese/Pastoral nal de participação social nos processos de planejamento e gestão
da Criança Distrito Sanitário Especial Indígena/FOIRN Empresa Brasileira de territorial. Possui várias responsabilidades, inclusive definir o uso dos
São Gabriel da Cachoeira é habitado por 23 povos indígenas, que somam mais 90% dos 37,5 mil Infraestrutura Aeroportuária - Infraero-SGC Escola Agrotécnica Escola Tiago
habitantes (IBDS, DSEI/Foirn, 2005) distribuídos entre a sede (15 mil, ISA/2005), localidades maio- Montalvo Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - FOIRN
Fundos Municipais de Desenvolvimento Territorial e de Habitação de
res como Iauareté e Cucuí, e comunidades que estão à beira dos rios que formam a maior bacia de Fundação Nacional da Saúde - FUNASA/SGC Fundação Nacional do Interesse Social. Esse Conselho é composto por 30 membros: 12 re-
águas pretas do mundo. Índio - FUNAI Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais presentantes da prefeitura e de órgãos públicos estaduais e federais;
Renováveis - IBAMA/SGC Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sanitário 18 representantes de segmentos da sociedade civil.
O mais indígena dos municípios brasileiros é também o terceiro maior do país, com 109.180 km² de Instituto Socioambiental Maraska.net Poder Judiciário Polícia Federal
extensão, e faz fronteira com Japurá e Santa Izabel do Rio Negro, no Amazonas. A prefeitura deve realizar, junto com os membros do Conselho, de 4
5º Batalhão de Infantaria da Selva Saúde Sem Limites Secretaria Municipal
de Saúde Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS 2ª Brigada de
em 4 anos, as Conferências Municipais de Desenvolvimento Territo-
Seu território abrange a quase totalidade das Terras Indígenas Alto Rio Negro, Médio Rio Negro I, rial para eleger os novos membros do Conselho, discutir os problemas
Infantaria de Selva 2ª Cia. Independente da Polícia Militar Universidade
Médio Rio Negro II, parte das Terras Indígenas Yanomami e Rio Téa, a Terra Indígena Balaio em Estadual do Amazonas - UEA Universidade Federal do Amazonas - UFAM territoriais de São Gabriel da Cachoeira e debater os rumos do Plano
processo de demarcação, e a Terra Indígena Marabitanas Cué Cué, em processo de identificação, Diretor.
que somam quase 90% da área do município.
Há também duas Unidades de Conservação, uma federal (Parque Nacional Pico da Neblina) e outra

Beto Ricardo/ISA, 2005

Beto Ricardo/ISA, 2002


Beto Ricardo/ISA

Beto Ricardo/ISA, 1996

Beto Ricardo/ISA, 2005


Aloisio Cabalzar/ISA
Sônia Lorenz/ISA, 2005

estadual (Reserva Biológica Morro dos Seis Lagos), que ocupam 6,34% do município, e uma área
afetada ao uso especial do Exército Brasileiro.
Esse território apresenta grande importância socioambiental, com diferentes paisagens que se dis-
tribuem nas florestas de terra firme, nas caatingas, nos igapós e nos chavascais da região e deter-
minam, em grande parte, a forma de distribuição da população e de manejo dos recursos naturais e
culturais. Por exemplo, as formações de caatinga, igapó e chavascal são totalmente impróprias para
a agricultura, sendo, entretanto, largamente utilizadas para obtenção de inúmeros recursos alimen-
tares, tecnológicos e medicinais.
A vida em São Gabriel corre pelos rios. É através deles que circulam as pessoas, as mercadorias e
recursos na região.
Petróglifos, Cachoeira de Iauaretê. Maloca Tuyuka. A caminho da roça, Taracuá. Roça de mandioca, Alto Tiquié. Serra do Curicuriari, Terra Indígena Médio Rio Negro. Porto Queiróz Galvão. Presença do Exército.
Beto Ricardo/ISA, 1998

Macrozona Urbana e Zoneamento Especial

novembro, 2007
tiragem: 2.000 exemplares
acompanha este mapa-pôster um livreto com a íntegra da Lei nº 209
Comunidade Taperera, Terra Indígena Médio Rio Negro.

O que é o Plano Diretor?


O Plano Diretor de São Gabriel da Cachoeira (PD-SGC) é a Lei Municipal 209/2006, aprovada
na Câmara dos Vereadores em 21 de novembro de 2006, depois de um processo participativo da
sociedade civil, do poder executivo e legislativo local.
É uma exigência da Constituição Federal de 1988 e do Estatuto da Cidade (Lei Federal nº
10.257/01). Todos os municípios com mais de 20 mil habitantes estavam obrigados a elaborar um
Plano Diretor até 2006.
Organiza o crescimento e o funcionamento do município.
Planeja o futuro, de acordo com prioridades definidas por um conjunto de atores sociais que se
fizeram representar no processo da sua elaboração.
É uma ferramenta para melhorar a vida das pessoas que moram na cidade e nas comunidades do

projeto gráfico/produção/mapas: ISA


interior.
Obriga a prefeitura a fazer vários investimentos públicos para melhorar, por exemplo, a rede de
água e de esgoto, as escolas, os postos de saúde, o transporte público.
Estabelece regras para usar e ocupar adequadamente os terrenos da cidade e orienta o cresci-
mento urbano.
É um instrumento básico que permite a participação permanente da população do município,
através de suas variadas formas de organização, na definição e no controle das prioridades de in-
vestimentos públicos.
Primeiros passos para colocar Investimentos prioritários
o Plano Diretor em prática A prefeitura precisa investir tempo e dinheiro para fazer os projetos e as obras de infra-estruturas e equi- as condições das ruas e avenidas da sede municipal marcadas no mapa do Plano Diretor,
pamentos urbanos nos lugares marcados no mapa do Plano Diretor. Essas infra-estruturas e equipamen- que estão esburacadas, desalinhadas, sem iluminação pública e sem calçadas
A prefeitura tem a responsabilidade de implementar o Plano Diretor, tirando as propostas do pa- tos são necessários para ofertar serviços públicos de qualidade para os moradores. Esses investimentos
pel e aplicando na realidade. Os cidadãos de São Gabriel da Cachoeira têm a responsabilidade de o fornecimento de energia elétrica na sede municipal estudando, inclusive, a possibilidade
públicos devem ser planejados nas Leis dos Planos Plurianuais (PPAs), elaboradas no primeiro ano de de retomar a construção da Pequena Central Hidrelétrica do Miuá;
conhecer os conteúdos do Plano Diretor para acompanhar, fiscalizar, debater e dar sugestões na cada novo governo municipal, nas Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs), elaboradas no primeiro se-
realização dos investimentos prioritários, na aplicação das regras de uso e ocupação do solo e no mestre de cada ano, e nas Leis Orçamentárias Anuais (LOAs), elaboradas no segundo semestre de cada a oferta de equipamentos comunitários como escolas de ensino fundamental, postos de
processo contínuo de planejamento e gestão territorial. ano. Todas essas leis são enviadas pela prefeitura para serem aprovadas na Câmara dos Vereadores. saúde, locais de lazer, esporte, cultura e o mercado para vender os produtos das roças no
1. O primeiro passo é divulgar o Plano Diretor para todos conhecerem seu conteúdo. Outros pas- local assinalado no mapa do Plano Diretor;
O Plano Diretor de S. Gabriel da Cachoeira define quais são os investimentos prioritários que a prefeitura
sos importantes são: a organização dos setores da prefeitura que são responsáveis pelo planejamento e gestão
deve fazer para resolver os principais problemas da cidade.
2. Criar um órgão técnico responsável pelo planejamento e a gestão territorial do município, com territorial do município.
os seguintes setores: análise e licenciamento de novas edificações e novos loteamentos, de Assim, nos próximos dez anos (2006 a 2016), a prefeitura deve investir recursos para melhorar:
Além desses investimentos prioritários, a

Beto Ricardo/ISA, 2006


informações municipais, de fiscalização e controle urbano e de projetos e obras. Esses setores a captação e a rede de distribuição de água na sede municipal e nas comunidades indígenas; prefeitura deve elaborar os seguintes planos
devem ter infra-estruturas e equipes técnicas básicas. Essas equipes devem estabelecer os pro- a coleta e tratamento de esgoto e a situação dos igarapés da sede municipal, limpando-os e recupe- específicos no prazo de 12 meses contados
cedimentos administrativos necessários para o funcionamento de cada setor. Os técnicos que rando as matas que nascem nas suas margens; após 21 de novembro de 2006:
vão atuar nesses setores devem se envolver em atividades de formação para conhecer o Plano
Diretor e o funcionamento do orçamento municipal. Devem planejar constantemente os seus as moradias precárias, da sede municipal, que foram construídas nos lugares que inundam nos dias plano municipal de saneamento ambiental;
trabalhos; de chuva; plano municipal de habitação;

Beto Ricardo/ISA, 1998


3. Após a organização do setor de análise e licenciamento de novas edificações e novos loteamen- plano municipal de mobilidade.
tos, informar a população e as instituições públicas sobre a necessidade de obedecer às regras

Beto Ricardo/ISA, 2007


de uso e ocupação do solo para construir novas edificações e implantar novos loteamentos na
Macrozona Urbana;
Vista aérea do centro de São Gabriel da Cachoeira.
4. Organizar o setor de informações municipais a partir do cadastramento de todos os terrenos e
construções localizadas nas Macrozonas Urbana e Rural. Esse cadastramento tem como objeti- Bairro Areal.
vo a regularização fundiária desses imóveis e deve estar articulado com os cadastros do Cartó-
rio de Registro de Imóveis;
5. Eleger e dar posse aos membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial seguido
da elaboração do seu regimento interno e do planejamento de atividades com base nas suas
responsabilidades, objetivos e atribuições definidas no Plano Diretor;
6. Eleger e dar posse aos membros dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento Regional tam-
bém seguido da elaboração dos seus regimentos internos e do planejamento das suas ativida- equipamentos novos a serem implantados
des com base nas suas responsabilidades, objetivos e atribuições definidas no Plano Diretor; 1 Morro Fortaleza
2 Praça da Diocese
7. Criar o Fundo Municipal de Desenvolvimento Territorial com recursos do orçamento municipal 3 Centro Histórico
incluídos nas Leis Municipais de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual. Esse Fundo 4 Praia

deve ter conta bancária específica para evitar a mistura com outros recursos financeiros da espaços públicos
5
6
Praça do Hospital de Guarnição
Praça do Areal
prefeitura. O uso desses recursos deve ser decidido pela prefeitura junto com o Conselho Mu- 7 Espaço público e centro comunitário
nicipal de Desenvolvimento Territorial. As prioridades são os investimentos definidos no Plano Bairro na periferia da cidade. 8 Complexo Esportivo do Areal
9 Centro Comunitário do Miguel Quirino
Diretor; 10 Sede da ASSEPREM e Balneário Cachoeirinha
8. Promover a regularização fundiária dos terrenos e construções das Macrozonas Urbana e Rural 11 Espaço público
áreas públicas existentes 12 Centro Comunitário Boa Esperança
a partir do cadastramento realizado pelo setor de informações municipais. Essa regularização 13 Centro Comunitário Nova Esperança
fundiária deve utilizar os instrumentos incluídos no Plano Diretor;
Beto Ricardo/ISA, 2007
14 Centro Comunitário Tiago Montalvo
15 Sede da Secretaria Municipal de Saúde
9. Elaborar os Planos Diretores Regionais com a coordenação da prefeitura e dos Conselhos Regio- equipamentos de saúde 16 Praça do Hospital de Guarnição
nais das Regiões Administrativas segundo as diretrizes definidas no Plano Diretor; 17 Equipamento de Saúde
18 Equipamento de Saúde
10. Elaborar o Plano Municipal de Saneamento Ambiental incluindo os projetos para a realização futuro mercado 19 Implantação de novo mercado
dos investimentos prioritários definidos no Plano Diretor. Esses projetos devem ter cronogra- equipamentos existentes a serem reformados
ma de implantação e cálculo dos custos das obras para serem incluídos nas Leis Municipais de 20 Centro Cultural e Desportivo

Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual. O Plano Municipal de Saneamento Ambiental espaços públicos
21
22
Praça do Rodoviário
Posto de Saúde
deve ser discutido com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial; 23 Centro Comunitário do Bairro da Paz

11. Elaborar o Plano Municipal de Habitação incluindo o dimensionamento das necessidades habita- 24
25
Sede da prefeitura
Barracão Recepção de Comunitários
cionais, os Planos de Urbanização das Zonas Especiais de Interesse Social 1 e os projetos para 26 Revitalização do Antigo Mercado
realocar as moradias localizadas nas áreas de risco e atender as necessidades habitacionais 27 Centro Comunitário Icuvema
28 Centro Comunitário Santo Antonio
existentes com os recursos financeiros disponíveis. Esses projetos devem ter cronograma de 29 Centro Comunitário Padre Cícero
implantação e cálculo dos custos das obras para acessar recursos do governo federal, especial- áreas públicas existentes 30 Centro Comunitário Graciliano Gonçalves

mente do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS). Esses custos devem ser 31
32
Barracão de Recepção de Comunitáios
Centro Comunitário Dabarú
incluídos também nas Leis Municipais de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual. O Entreposto de arte baniwa em S. Gabriel, bairro Dabaruzinho. 33 Centro Comunitário Areal
Plano Municipal de Habitação deve ser discutido com o Conselho Municipal de Desenvolvimen- 34 Centro Comunitário Bairro da Paz
35 Hospital de Guarnição
to Territorial;
12. Elaborar a Lei Municipal com os padrões e parâmetros para projetos e construções dos Empre-
endimentos Habitacionais de Interesse Social – conjuntos habitacionais e loteamentos urba-
Beto Ricardo/ISA, 2007

nos;
13. Elaborar o Plano Municipal de Mobilidade incluindo os projetos para a realização dos investimen-
tos prioritários definidos no Plano Diretor. Esses projetos devem ter cronograma de implantação
e cálculo dos custos das obras para serem incluídos nas Leis Municipais de Diretrizes Orçamen-
tárias e do Orçamento Anual. Este Plano Municipal deve ser discutido com o Conselho Munici-
pal de Desenvolvimento Territorial;
14. Elaborar os projetos para o melhoramento viário das ruas e avenidas definidas no Plano Diretor.
Esses projetos devem ter cronograma de implantação e cálculo dos custos das obras para se-
rem incluídos nas Leis Municipais de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual. Devem
ser apresentados e discutidos com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Territorial;
15. Elaborar os projetos para reforma e construção de escolas, postos de saúde, equipamentos
de lazer, esporte e cultura e do mercado definidos no Plano Diretor. Esses projetos devem ter
cronograma de implantação e cálculo dos custos das obras para serem incluídos nas Leis Mu-
nicipais de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual;
16. Elaborar o Plano de Manejo Agroflorestal da Zona Especial de Desenvolvimento Agroflorestal

Beto Ricardo/ISA, 2005


(Assentamento Teotônio Ferreira) e da Macrozona Rural segundo as diretrizes definidas no Pla-
no Diretor;
17. Elaborar o inventário e o projeto de sinalização dos locais de interesse histórico-cultural a partir
das definições do Plano Diretor;
Ponte do igarapé do Pe. Cícero, bairro de S. Gabriel.
18. Elaborar o projeto de reabilitação urbanística e arquitetônica dos Locais e Zonas Especiais de
Interesse Histórico-Cultural;
19. Elaborar o Decreto Municipal regulamentando os limites definitivos das Zonas Comunitárias
Indígenas.
Beto Ricardo/ISA, 2006

Beto Ricardo/ISA, 2005


Beto Ricardo/ISA, 2006

Andreza Andrade/ISA, 2007

Lixão da cidade.

Reunião de consulta comunitária: bairro da Praia, cidade de São Gabriel da Cachoeira. Caixas de água da Cosama, no morro da Fortaleza.
Praia da cidade. Porto de Camanaus.

Você também pode gostar