Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Formação Administrativa
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, figura no município de
Cachoeiro de Itapemirim o distrito de São João do Muqui.
Elevado à categoria de vila com a denominação de São João do Muqui, pela Lei
Estadual n.º 826, de 22-10-1912, desmembrado de Cachoeiro de Itapemirim. Sede
na vila de São João do Muqui. Constituído de 2 distritos: São João do Muqui e São
Gabriel do Muqui, Ambos desmembrados de Cachoeiro de Itapimirim Instalado em
01-11-1912.
Nos quadros do recenseamento geral de I-IX-1920, São João de Muqui, figura
como distrito de Cachoeiro de Itapemirim.
Elevada à condição de cidade com a denominação de São João de Muqui, pela Lei
Estadual n.º 1.385, de 05-07-1923.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2
distritos: São João do Muqui e São Gabriel do Muqui.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-
1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 9.222, de 31-03-1938, o distrito de São Gabriel do
Muqui teve sua denominação simplificada para São Gabriel.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído
de 2 distritos: São João do Muqui e São Gabriel.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 15.177, de 31-12-1943 o município de São João do
Muqui passou a denominar-se Muqui e o distrito de São Gabriel a denominar-se
Camará.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município já
denominado Muqui é constituído de 2 distritos: Muqui (ex-São João do Muqui) e
Camará (ex-São Gabriel).
Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos:
Muqui e Camará.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2017.
Com terreno próspero e clima propício para a agricultura, várias fazendas começaram a
surgir. Nesse momento, Muqui recebeu o nome de “Arraial dos Lagartos”. Segundo
histórias do senso comum, vários lagartos ficavam sob as pedras na região. Em 1901,
com o intuito melhorar a logística no transporte de café para o Rio de Janeiro, a Linha
Férrea Leopoldina chegou ao vilarejo, alavancando a economia local. Portanto, a Linha
Férrea foi a responsável pelo desenvolvimento da produção de café, e
consequentemente do povoado.
Em 22 de outubro de 1912, sob o nome de São João do Muquy, o então distrito foi
elevado à condição de cidade, desmembrando-se do Município de Cachoeiro de
Itapemirim.
Com um carnaval animado pelos Bois desde 1970, a cidade conta com 22 grupos de
Bois Pintadinhos, sendo dois deles Vacas – incluindo a Vaca Mocha, bloco composto
apenas por mulheres – e Bois Mirins voltados para o público infantil. Os Jaguarás
também são entes que constante estão presentes no carnaval do Município.
Muqui sedia o maior e mais constante encontro de Folias do Brasil, segundo a Comissão
Nacional de Folclore. Com inicio na década de 1950, Muqui manteve a tradição dos
encontros anuais, realizados inicialmente na Região Sul Capixaba e posteriormente
abrangendo outros Estados Brasileiros. No intuito de preservar a memória coletiva, o
Encontro Nacional se deu de forma online durante os anos de 2020 e 2021, devido à
pandemia do COVID-19. Em 2022, o 72º Encontro Nacional de Folias de Reis será
realizado no formato presencial no dia 10 de dezembro.
Já o Caxambu, herança cultural afrodescendente, é uma linda expressão popular onde as
pessoas cantam, dançam, entoam poesias e rimas ao som do tambor e de outros
instrumentos. No “Morro do Querosene”, como é comumente conhecido na cidade, ou
Bairro São Pedro; a Família Rosa organiza essas manifestações desde o período de
1850. O Caxambu de Muqui, que também pode ser chamado de jongo, batuque, corimá
ou tambu, tem uma presença tão forte na comunidade que já foi reconhecido pelo
IPHAN como Patrimônio do Brasil.
Até os dias atuais, a economia do Município gira ao redor da agricultura, com enfoque
na produção de café de qualidade. Muqui detém, ainda, o título de Melhor Produtor de
Café Conilon do País, encontrado no Sítio Grãos de Ouro (aberto a visitações junto a
Rota turística da Morubia), eleito por mais de três mil pessoas durante o concurso
Coffee of the Year 2019, em Belo Horizonte. A cidade ainda conta com o Café Especial
“Pó de Mulheres”, produzido na comunidade rural de São Luiz, por um grupo feminino.
Tais atividades são coordenada pela CAFESUL – Cooperativa dos Cafeicultores do Sul
do Estado do Espírito Santo.
Muqui é o cenário perfeito para quem deseja viver o Patrimônio com a alegria do
interior e construir novas histórias entre as ruas de paralelepípedos.
Muqui; Muquy? São João do Muquy. São João dos Lagartos? Arraial dos Lagartos.
Cidade Menina, a origem do nome “Muqui” ainda permanece uma incógnita. Para
entendermos a etimologia (sua história, origem etnomorfológica e transformação pelos
anos até sua atual versão), primeiro precisamos entender a origem da própria cidade.
Originalmente “Arraial dos Lagartos”, sempre foi comum na região um tipo de lagarto
terrestre (tropidurus comum), conhecidos pelos moradores como lagartixas, que subiam
nas pedras espalhadas pela vila para se banharem ao sol durante o dia. É dito, porém,
que a conexão desse nome com a cidade vai além do animal em que se inspira – diz-se o
conhecimento popular que os habitantes da vila costumavam deitar ao sol durante a
tarde, também, tal quais os lagartos de onde receberam a homenagem.
Em 1912, quando o município se eleva a condição de cidade e se desmembra do distrito
de Cachoeiro de Itapemirim, recebe o nome São João do Muquy, abraçando o nome do
rio que corta seu território de ponta a ponta. O Rio Muqui do Norte, então, é onde se
inicia a pesquisa etimológica dessa palavra.
O território começou a ser explorado por colonos em cera de 1840, mas as terras já eram
previamente habitadas por povos indígenas e pelo quilombo do Rio “Moquim” (região
hoje conhecida como a cidade de Atílio Vivacqua), bem antes da chegada de José
Pinheiro de Souza Werneck à Fazenda do Sumidouro, primeiro marco de
“desbravamento” da região documentado na história. É importante notar que Muqui
fazia parte de um terreno de confronto entre indígenas, disputado pelos povos Krenak
(botocudos), Puris, Coroados e Coropós, com indícios da presença de Goitacás em suas
matas ao sul.
O município de Muqui comemora 109 anos no dia 22 de outubro de 2021. Está a 175 km
de Vitória, capital do Espírito Santo e sua história começa em 1850, com a chegada de
imigrantes vindos do Vale do Rio Paraíba a procura de novas terras para o plantio do café.
Em função das fazendas de café, Muqui viveu um período de muita riqueza nas décadas de
20 e 30 do século XX, construíram-se casarões, sobrados e palacetes, formando um
belíssimo conjunto arquitetônico com características da arquitetura eclética requintada.
Atualmente Muqui apresenta 186 imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico,
preservando um valioso Sítio Histórico, embelezado pelo Jardim Municipal.
No centro da cidade é possível visitar também a bela Igreja Matriz São João Batista, com
vitrais fabricados em São Paulo e no Rio de Janeiro e pinturas do italiano Giuseppe
Irlandini, executadas na década de 40.
A palavra muqui é de origem indígena e significa “entre morros”. Uma perfeita alusiva à
posição geográfica do Município que se apresenta resguardada entre majestosas
formações montanhosas.