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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA
FACULDADE DE MEDICINA

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS, E NORMAS DA POLÍTICA NACIONAL


DE ATENÇÃO BÁSICA

ALTAMIRA-PARÁ
JUNHO-2023
ANA BEATRIZ COSTA DA SILVA
FELIPE DA COSTA SOARES

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS, E NORMAS DA POLÍTICA NACIONAL


DE ATENÇÃO BÁSICA

Trabalho apresentado como requisito para


obtenção de nota parcial no eixo Medicina
da Família e Comunidade I pela
Universidade Federal do Pará, campus
Altamira.

ALTAMIRA-PARÁ
JUNHO-2023
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS

Os princípios do SUS podem ser definidos como aquilo que serve de


base, alicerce, para o sistema de saúde brasileiro; em contrapartida e ao
mesmo tempo, tais princípios representam os valores, os preceitos, as
bandeiras de luta que sustentam o sistema de saúde. Já as diretrizes seriam
meios, normas para atingir os objetivos do SUS que, em última instância,
estariam articuladas com seus princípios.

Princípios do SUS
1. Universalidade: a saúde é um direito e não um serviço ao qual
se tem acesso por meio de uma contribuição ou pagamento de qualquer
espécie. Todos os cidadãos brasileiros têm direito à atenção à saúde,
independente de raça, sexo ou religião.
2. Equidade: o princípio da equidade é fruto de um dos maiores e
históricos problemas da nação: as iniquidades sociais e econômicas. Essas
iniquidades levam a desigualdades no acesso, na gestão e na produção de
serviços de saúde. Portanto, o princípio da equidade, para alguns autores, não
implica a noção de igualdade, mas diz respeito a tratar desigualmente o
desigual, atentar para as necessidades coletivas e individuais,
procurando investir onde a iniquidade é maior. Justifica a prioridade na
oferta de serviços aos segmentos populacionais que enfrentam maiores riscos
de adoecer e morrer em decorrência da desigualdade na distribuição de renda,
bens e serviços.
3. Integralidade: a Constituição afirma que o atendimento integral
deve priorizar as áreas preventivas, sem prejuízo das áreas de assistência.
Isso significa afirmar que o usuário do SUS tem o direito a serviços que
atendam às suas necessidades, ou seja, da vacina ao transplante, com
prioridade para o desenvolvimento de áreas preventivas.

Diretrizes do SUS
A três diretrizes que devem se articular com os princípios do SUS são:
● Descentralização: a diretriz da descentralização corresponde a
distribuição de poder político, de responsabilidades e de recursos da
esfera federal para a estadual e municipal. Ou seja, estamos falando de uma
descentralização do poder da União para os estados e municípios, tendo como
objetivo a consolidação dos princípios e diretrizes do SUS. Em cada esfera de
governo há uma direção do SUS: na União, no ministério da saúde; nos
estados e distrito federal, nas secretarias estaduais de saúde ou órgão
equivalente; e nos municípios e nas secretarias municipais de saúde.
● Regionalização e hierarquização: a lei 8.080 dispõe sobre a
necessidade de regionalização e hierarquização da rede de serviços. Essa
diretriz diz respeito a uma organização do sistema que deve focar a noção de
território, onde se determinam perfis populacionais, indicadores
epidemiológicos, condições de vida e suporte social, que devem nortear os
serviços de saúde de uma região.

● Participação da comunidade: a participação popular é um dos


marcos históricos da Reforma Sanitária brasileira, quando, no final dos anos
70, sanitaristas, trabalhadores da saúde, movimentos sociais organizados e
políticos engajados na luta pela saúde como um direito, propunham um novo
sistema de saúde tendo como base a universalidade, a integralidade, a
participação da comunidade e os elementos que atualmente constituem o
arcabouço legal e a organização do SUS. O SUS possui instâncias
colegiadas de participação popular em cada esfera de governo. São elas:
os conselhos de saúde e as conferências de saúde.

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA

O que é atenção básica?

A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais,


familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção,
diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e
vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e
gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à
população em território definido, sobre as quais as equipes assumem
responsabilidade sanitária. A atenção básica é conhecida como a “porta de
entrada” dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o atendimento inicial.

Além dos princípios do SUS, temos ainda os seguintes pontos a serem


destacados na Atenção Básica:

o Territorialização: unidade geográfica única, de construção


descentralizada na execução das ações estratégicas.

o População Adscrita: está presente no território da UBS, de forma


a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização
entre as equipes e a população.

o Cuidado centrado na pessoa: o cuidado é construído de forma


singular com as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades.

o Longitudinalidade do cuidado: continuidade da relação de


cuidado, com construção de vínculo entre profissionais e usuários ao longo do
tempo e de modo permanente.

o Coordenação do cuidado: confere a uma gestão compartilhada da


atenção integral.

o Ordenação da rede: organizar as necessidades da população em


relação aos outros pontos de atenção à saúde.

o Regiões de Saúde: recorte espacial estratégico para fins de


planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde
em determinada localidade.

Funções na rede de atenção à saúde

A atenção básica deve cumprir algumas funções para cumprir o


funcionamento das redes de atenção à saúde:
I - Ser base: ser modelo de atenção e serviço em saúde com o mais
elevado grau de descentralização e capilaridade;
II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas em saúde
utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo;
III - Coordenar o cuidado: Elaborar, acompanhar e gerir projetos
terapêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos
funcionários entre os pontos de atenção das RAS.
IV - Ordenar as redes: Reconhecer as necessidades de saúde da
população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades em relação
a outros pontos de atenção.

Educação permanente as equipes de atenção básica

A educação permanente, além de sua dimensão pedagógica, deve ser


vista como uma estratégia de gestão, com grande potencial de mudanças no
cotidiano dos serviços, em sua micropolítica, bastante próxima dos efeitos
concretos das práticas de saúde da vida dos usuários.
A educação permanente deve embasar-se desde a
aquisição/atualização de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que
parte dos problemas e desafios encontrados.
Outro pressuposto é o planejamento/programação educação ascendente
que com base na análise coletiva dos processos dos trabalhos, identificam-se
os nós críticos a serem enfrentados na atenção/gestão.
Além disso, é de vital importância diversificar o repertório de ações
incorporando dispositivos de apoio e cooperação horizontal, tais como troca de
experiências e discussão de situações.
Por fim, é de vital importância que cada equipe, cada unidade de saúde
e cada município demandem, proponham e desenvolvam ações de educação
permanente em saúde. É importante sintonizar e mediar ofertas de educação
permanente pré-formatadas de acordo com o momento e contexto das equipes.
Atribuições do profissional médico na atenção básica à saúde:

I - realizar atenção à saúde dos indivíduos sob sua responsabilidade;


II - realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos,
atividades em grupo na UBS, e quando indicado ou necessário no domicílio
e/ou demais espaços comunitários;
III - realizar atividades programadas e de atenção à demanda
espontânea;
IV - encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de
atenção, respeitando fluxos locais;
V - indicar de forma compartilhada com outros pontos de atenção, a
necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a
responsabilidade pelo acompanhamento do usuário;
VI - contribuir, realizar e participar das atividades de educação
permanente de todos os membros da equipe e;
VII - participar dos gerenciamentos dos insumos necessários para
adequado funcionamento da UBS.

Especificidades da estratégia saúde da família (ESF)

São itens necessários à ESF:


I - equipe multiprofissional composta por no mínimo médico, enfermeiro,
técnico ou auxiliar em enfermagem, agentes comunitários de saúde (ACS),
cirurgião-dentista, auxiliar e/ou técnico em saúde bucal.
II - os ACS devem ser suficientes para cobrir 100% da população
cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS, e de 12 ACS por
equipe de saúde da família.
III - cada equipe de saúde da família deve ser responsável por no
máximo 4.000 pessoas, sendo recomendado uma média de 3.000 pessoas.
IV - cadastramento de cada profissional de saúde em apenas uma ESF,
com exceção do profissional médico que poderá atuar em no máximo duas
ESF com carga horária máxima de 40 horas semanais.

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