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• Foram instituídas pelo SUS através da Portaria n° 4.279 de 30 de dezembro de 2010;


• Surge como uma estratégia pensada para desenvolver os serviços de saúde
regionalizados com intuito de instaurar um acolhimento com eficiência,
efetividade e resolubilidade para a população dos municípios;
• A proposta é que o usuário do sistema de saúde seja atendido pelo serviço mais
adequado à sua situação de saúde quando necessitar, favorecendo assim maior
satisfação com o serviço ofertado e melhores resultados.

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SAÚDE PÚBLICA
• Dos Princípios e Diretrizes Gerais da Atenção Básica, esta por sua vez, define a
organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS) como: “estratégia para um
cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população”.

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• A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde,
melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e
contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS.
• A transição entre o ideário de um sistema integrado de saúde conformado em
redes e a sua concretização passam pela construção permanente nos territórios,
que permita conhecer o real valor de uma proposta de inovação na organização e
na gestão do sistema de saúde.

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• Um dos maiores problemas do Sistema Único de Saúde reside na incoerência entre
a situação de condição de saúde brasileira de tripla carga de doença, com o forte
predomínio relativo das condições crônicas, e o sistema de atenção à saúde
adotado, que é fragmentado, episódico, reativo e voltado prioritariamente para as
condições e os eventos agudos.

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• Nesse sentido, as RAS surgem como uma real possibilidade de correção para tal
desafio, uma vez que consistem em arranjos organizativos de ações e serviços de
saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de
sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão buscam garantir a integralidade
do cuidado.

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• Além disso, no Brasil, a organização do SUS sob os moldes de redes de
atenção também tem sido apontada como estratégia para consolidação de
seus princípios: universalidade, integralidade e equidade.

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• Segundo a Portaria nº 4.279 que estabelece as diretrizes da RAS no âmbito
do SUS, os atributos essenciais das RAS são:

• População e territórios definidos. • Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e


• Extensa gama de estabelecimentos de saúde nas comunidades, levando em consideração as
prestando diferentes serviços. particularidades de cada um.
• APS como primeiro nível de atenção. • Integração entre os diferentes entes federativos a fim
• Serviços especializados. de atingir um propósito comum.
• Mecanismos de coordenação, continuidade do • Ampla participação social.
cuidado e assistência integral fornecidos de forma • Gestão integrada dos sistemas de apoio
continuada. administrativo, clínico e logístico.
• Sistema de informação integrado. • Recursos suficientes.
• Ação intersetorial. • Financiamento tripartite.
• Gestão baseada em resultados

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Uma Rede de Atenção à Saúde possui três elementos fundamentais: uma
população; uma estrutura operacional e um modelo de atenção à saúde.

• População:

O primeiro elemento circunscrito a uma área geográfica é a razão de ser da rede e está
sob sua responsabilidade sanitária e econômica. Assim, a referida população deve ser
segmentada, subdividida e subpopulações por fatores de risco em relação às condições
de saúde.

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• Estrutura operacional:

O segundo elemento, a estrutura operacional, é formada pelos pontos de atenção


das redes e pelas ligações materiais e imateriais que integram esses diferentes
serviços e possui cinco componentes que fazem parte da estrutura operacional:
centro de comunicação; pontos de atenção à saúde secundários e terciários;
sistemas de apoio; sistemas logísticos e sistemas de governança .

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• Modelos de Atenção à Saúde:

O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS,
articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações
estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os
diferentes tipos de intervenções sanitárias, definido em função da visão prevalecente da
saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde,
vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade.

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• Com o processo de organização das Redes de Atenção à Saúde é esperado:

Um sistema de saúde
Maior integração entre Fortalecimento da
com serviços melhores Ampliação da rede de
os níveis de atenção à Atenção Básica com
distribuídos nos Urgência e Emergência;
saúde; aumento de equipes;
territórios da cidade;

Maior reconhecimento,
Organização clareza e apropriação
Maior uso da tecnologia
racionalizada da rede do funcionamento do
para o aprimoramento
hospitalar; melhoria na sistema de saúde
do cuidado ofertado;
gestão da clínica; municipal pelos seus
usuários.

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Os níveis de atenção da A comunicação das redes ocorrem por
RAS são: meio de instrumentos pactuados:

Atenção Fichas de
Atenção Primária à
Ambulatorial Atenção Hospitalar compartilhamento do Contrarreferências
Saúde
Especializada cuidado

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

• Nas RAS o centro de comunicação é a Atenção Primária à Saúde (APS), sendo esta
ordenadora do cuidado.
• Refere-se a serviços e sistemas integrados que poderão ser capazes de dar
atenção integral aos usuários na medida em que, conseguindo solucionar
aproximadamente 80% dos problemas de saúde que são demandados pela APS, os
outros 20% dos casos seguem um fluxo cuja densidade tecnológica do tratamento
aumenta a cada nível de atenção que se sucede. Ao final, a continuidade da
atenção deverá ser mantida pelas equipes da AB.

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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
• A lógica de organização do SUS em redes de atenção a partir da Atenção Básica (AB) reafirma o
seu papel de:
1. ser a principal porta de entrada do usuário no sistema de saúde;
2. de ser responsável por coordenar o caminhar dos usuários pelos outros pontos de atenção da
rede, quando suas necessidades de saúde não puderem ser atendidas somente por ações e
serviços da APS;
3. e de manter o vínculo com estes usuários, dando continuidade à atenção (ações de promoção
da saúde, prevenção de agravos, entre outros), mesmo que estejam sendo cuidados também
em outros pontos de atenção da rede. Essa posição estratégica da APS no fluxo da atenção à
saúde do usuário tem por objetivo potencializar a garantia da integralidade, continuidade,
eficiência e eficácia do sistema de saúde.

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ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE

• É formada pelos serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com


densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a terciária,
historicamente interpretada como procedimentos de média complexidade. Esse
nível compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e
terapêutico e atendimento de urgência e emergência.

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ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE

• É importante observar que, caso haja um déficit de atendimento na atenção


primária e o paciente seja, precocemente, encaminhado para um médico
especialista (atenção secundária), isso poderá resultar no requerimento de
exames desnecessários, gerando transtornos financeiros públicos ou particulares
e, até mesmo, falhas de diagnóstico, de forma a dificultar o tratamento da doença.

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ATENÇÃO TERCIÁRIA À SAÚDE

• Designa o conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização.


Organiza também procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo,
como oncologia, cardiologia, oftalmologia, transplantes, parto de alto risco,
traumato-ortopedia, neurocirurgia, diálise (para pacientes com doença renal
crônica), otologia (para o tratamento de doenças no aparelho auditivo).

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ATENÇÃO TERCIÁRIA À SAÚDE

• Envolve ainda a assistência em cirurgia reparadora (de mutilações, traumas ou


queimaduras graves), cirurgia bariátrica (para os casos de obesidade mórbida),
cirurgia reprodutiva, reprodução assistida, genética clínica, terapia nutricional,
distrofia muscular progressiva, osteogênese imperfeita (doença genética que
provoca a fragilidade dos ossos) e fibrose cística (doença genética que acomete
vários órgãos do corpo causando deficiências progressivas).

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• Partindo das definições e das análises apresentadas, torna-se clara a necessidade
da divisão em níveis proposta pela OMS. Quando tais áreas atuam integradas, elas
complementam-se de modo a oferecer a melhor experiência possível para o
paciente, de forma a tratá-lo ou a curá-lo sem transtornos desnecessários.

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• Com o correto manejo dos três níveis, há diminuição da sobrecarga nos hospitais
e otimização do tratamento do paciente, que possui seu problema resolvido nas
UBSs.
• Reitera-se, portanto, como fator imprescindível ao bom funcionamento do sistema
de saúde no Brasil e no mundo, a necessidade de cooperação.

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CONTRARREFERÊNCIA

• Para a operacionalização das RAS pelos serviços de saúde, é preciso o


funcionamento do sistema de contrarreferência (RCR), o qual se refere ao
mecanismo para o estabelecimento da comunicação.
• Através desse sistema é possível perceber, nos serviços de saúde, que o usuário
obtém a continuidade no cuidado ofertado, em que cada informação sobre o
usuário, advinda por diferentes profissionais de saúde e por diferentes serviços, é
sempre válida para continuidade do cuidado desse indivíduo, visto como um todo
e recebendo atenção integral.

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CONTRARREFERÊNCIA

• O sistema de Contrarreferência faz parte dos sistemas logísticos, entendidos


como tecnologias de informação que fornece a organização racional do trânsito de
informações de saúde de cada indivíduo assistido.
• Ou seja, são contrafluxos de informações dos usuários entre os serviços que
formam a rede, assim como das pessoas e produtos entre os serviços que
compõem as redes, fazendo com que seja eficaz a troca de informações ao longo
dos pontos das RAS, estabelecendo uma comunicação para a constituição da
integralidade do cuidado de cada usuário.

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• Vem-se estabelecendo um consenso gradativo de que a organização dos
sistemas de saúde sob a forma de redes integradas é a melhor estratégia
para garantir atenção integral, efetiva e eficaz às populações assistidas,
com a possibilidade de construção de vínculos de cooperação e
solidariedade entre as equipes e os níveis de gestão do sistema de saúde.

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