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PREPARATÓRIO PARA CONCURSO IPOJUCA – CARGOS ODONTÓLOGO 1

PROFESSOR EDUARDO HENRIQUE SANTOS @ehs_odontocursos PROIBIDA A REPRODUÇÃO


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AULA 03 – PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA E PACTO PELA SAÚDE

A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo


com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores
estaduais e municipais, representados respectivamente pelo Conass e Conasems, como
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma
reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios,
diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação
de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-
efetividade.

I - Existência de equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, no


mínimo:

a) médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e


Comunidade,

b) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família,

c) auxiliar ou técnico de enfermagem e

d) agentes comunitários de saúde,

* podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os


profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família,
auxiliar e/ ou técnico em saúde bucal.

II - O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com
um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não
ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe;

III - Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000
pessoas, sendo a média recomendada de 3.000, respeitando critérios de equidade para essa
definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere o grau de
vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de
vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe;

IV - Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas uma eSF, exceção feita


somente ao profissional médico, que poderá atuar em, no máximo, duas eSF e com carga horária
total de 40 horas semanais; e

V - Carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde membros


da equipe de Saúde da Família, à exceção dos profissionais médicos (podem ser 2 com carga
horária de 20h cada).

PSF E TERRITORIALIZAÇÃO

É princípio da atenção básica: Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir
o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e
intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e nos determinantes da saúde das

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coletividades que constituem aquele território, sempre em consonância com o princípio da


equidade. Além disso, consta como atribuição de todos os profissionais:

I - Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da


equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; A ESF
incorpora os princípios do SUS e se estrutura a partir da Unidade Saúde da Família (USF), tendo
como princípios norteadores:

• Integralidade e Hierarquização: A USF está inserida na atenção primária à saúde. Suas


equipes devem realizar o diagnóstico de saúde do território adscrito, identificando o perfill
epidemiológico e sociodemográfico das famílias, reconhecendo os problemas de saúde
prevalentes e os riscos a que esta população está exposta, elaborando, com a sua participação,
um plano local para o enfrentamento dos problemas.

• Territorialização e Adscrição da Clientela: a USF trabalha com território de abrangência


definido, sendo responsável pelo cadastramento e acompanhamento da população.

• Equipe Multiprofissional: composta por um enfermeiro, um médico generalista ou de


família, um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Além desses,
odontólogos, assistentes sociais e psicólogos, dentre outros, poderão fazer parte das equipes
ou formar equipes de apoio.

• Caráter Substitutivo: substituição das práticas tradicionais de assistência, com foco nas
doenças, por um novo processo de trabalho, centrado na Vigilância à Saúde.

A territorialização é um dos pressupostos básicos do trabalho do PSF. Essa tarefa


adquire, no entanto, ao menos três sentidos diferentes e complementares:

• demarcação de limites das áreas de atuação dos serviços;

• reconhecimento do ambiente, população e dinâmica social existente nessas áreas;

• estabelecimento de relações horizontais com outros serviços adjacentes e verticais


com centros de referência.

A definição e análise do território constitui-se a base para o trabalho das equipes de


saúde da família que devem: cadastrar as pessoas dentro das famílias e mapear riscos,
indicadores de saúde, morbidade e mortalidade e potencialidades dentro dos territórios nos
quais atuam. Dentre os objetivos para a prática da Territoriedade, tem-se:

• Delimitar um território de abrangência;

• Definir a população favorecida e apropriar-se juntamente com ela do perfil da área e


da comunidade;

• Reconhecer dentro da área de abrangência barreiras e acessibilidade;

• Conhecer condições de infra-estrutura e recursos sociais;

• Levantar problemas e necessidades, definido um diagnóstico da comunidade


(continuo);

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• Identificar o perfil demográfico, epidemiológico, socioeconômico e ambiental;

• Identificar e assessorar-se em lideranças formais e informais;

• Potencializar os resultados e os recursos presentes nesse território.

NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF)

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo de ampliar
a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade.

São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de


conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes
de Saúde da Família, das equipes de atenção básica para populações específicas (Consultórios
na Rua, equipes Ribeirinhas e Fluviais etc.) e Academia da Saúde, compartilhando as práticas e
saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade dessas equipes, atuando diretamente no
apoio matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território
dessas equipes.

Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS
principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade
de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos
quanto sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF:
discussão de casos, atendimento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta de
projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos
populacionais e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde,
discussão do processo de trabalho das equipes etc.

Os NASF podem ser organizados em duas modalidades, NASF 1 e NASF 2. A implantação


de mais de uma modalidade de forma concomitante nos municípios e no Distrito Federal não
receberá incentivo financeiro federal.

O NASF 1 deverá ter equipe formada por uma composição de profissionais de nível
superior escolhidos entre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguintes condições:

I - A soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve acumular, no
mínimo, 200 horas semanais;

II - Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas; e

III - Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter, no mínimo, 20 horas e, no


máximo, 80 horas de carga horária semanal.

O NASF 2 deverá ter equipe formada por uma composição de profissionais de nível
superior escolhidos entre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguintes condições:

I - A soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve acumular, no
mínimo, 120 horas semanais;

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II - Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas; e

III - Cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter, no mínimo, 20 horas e, no


máximo, 40 horas de carga horária semanal.

Poderão compor os NASF 1 e 2 (mediante gestor municipal) as seguintes ocupações do


Código Brasileiro de Ocupações (CBO): médico acupunturista; assistente social;
profissional/professor de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico
ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista; médico pediatra; psicólogo; médico
psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica médica); médico
do trabalho; médico veterinário; profissional com formação em arte e educação (arte educador);
e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-
graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas.

ATENÇÃO DOMICILIAR

A atenção domiciliar (AD) é a forma de atenção à saúde oferecida na moradia do


paciente e caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e
tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da continuidade do cuidado e integrada à
Rede de Atenção à Saúde.

Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço está disponível no Sistema Único de
Saúde (SUS) e é oferecido de acordo com a necessidade do paciente, a partir do atendimento
de diferentes equipes.

De acordo com a necessidade do paciente, esse cuidado em casa pode ser realizado por
diferentes equipes. Quando o paciente precisa ser visitado com menos frequência, por exemplo,
uma vez por mês, e já está mais estável, este cuidado pode ser realizado pela equipe de Saúde
da Família/Atenção Básica de sua referência. Já os casos de maior complexidade são
acompanhados pelas equipes multiprofissional de atenção domiciliar (EMAD) e de apoio
(EMAP), do Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) – Melhor em Casa.

A Atenção Domiciliar proporciona ao paciente um cuidado ligado diretamente aos


aspectos referentes à estrutura familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida
pelos serviços para esse tipo de assistência. Dessa forma, evita-se hospitalizações
desnecessárias e diminui o risco de infecções.

Além disso, melhora a gestão dos leitos hospitalares e o uso dos recursos, bem como
diminui a superlotação de serviços de urgência e emergência. Os pacientes que precisam de
equipamentos e outros recursos de saúde e demandam maior frequência de cuidado, com
acompanhamento contínuo, também podem ser assistidos pelo Melhor em Casa.

MODALIDADES DE ATENÇÃO DOMICILIAR

Modalidade AD1 – Atenção Básica Destina-se a pacientes que possuam problemas de


saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até
uma unidade de saúde; e/ou pacientes que necessitem de cuidados de menor intensidade,
incluídos os de recuperação nutricional, de menor frequência de visitas, com menor necessidade

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de recursos de saúde e dentro da capacidade de atendimento de todos os tipos de equipes que


compõem a atenção básica.

Modalidade AD2 e AD3 – Melhor em Casa (SAD) Destina-se, na modalidade AD2, a


usuários que possuam problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção
até uma unidade de saúde e que necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde
e acompanhamento contínuo, podendo ser oriundos de diferentes serviços da rede de atenção,
com necessidade de frequência e intensidade de cuidados maior que a capacidade da rede
básica. A modalidade AD3 destina-se aos usuários semelhantes aos da AD2, mas que façam uso
de equipamentos específicos. São pacientes de maior complexidade que dificilmente terão alta
dos cuidados domiciliares.

Composição da EMAD Tipo 1 – para municípios com população de 40 mil habitantes ou


mais

• Profissional(is) médico(s) com somatório de carga horária semanal (CHS) de, no


mínimo, 40 (quarenta) horas de trabalho por equipe;

• Profissional(is) enfermeiro(s) com somatório de CHS de, no mínimo, 40 (quarenta)


horas de trabalho por equipe;

• Profissional(is) fisioterapeuta(s) ou assistente(s) social(is) com somatório de CHS de,


no mínimo, 30 (trinta) horas de trabalho por equipe; e

• Profissionais auxiliares ou técnicos de enfermagem, com somatório de CHS de, no


mínimo, 120 (cento e vinte) horas de trabalho por equipe;

Composição da EMAP

A EMAP deverá oferecer apoio à EMAD, bem como às equipes de atenção básica
(inclusive equipes de Saúde da Família e Núcleos de Apoio à Saúde da Família). A EMAP terá
composição mínima de 3 (três) profissionais de nível superior, escolhidos entre as ocupações
listadas a seguir, cuja soma das CHS de seus componentes será de, no mínimo, 90 (noventa)
horas de trabalho:

MELHOR EM CASA

O Melhor em Casa é um serviço indicado para pessoas que apresentam dificuldades


temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma unidade de saúde, ou

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ainda para pessoas que estejam em situações nas quais a atenção domiciliar é a mais indicada
para o seu tratamento.

A atenção domiciliar visa a proporcionar ao paciente um cuidado mais próximo da rotina


da família, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de infecções, além de
estar no aconchego do lar.

Nos casos em que o paciente precisa ser visitado semanalmente ou mais, ele poderá ser
acompanhado por equipes específicas de Atenção Domiciliar, como as que fazem parte do
Programa Melhor em Casa.

O atendimento é realizado por equipes multidisciplinares, formadas prioritariamente


por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta ou assistente social. Cada
equipe poderá atender, em média, 60 pacientes, simultaneamente.

Benefícios do Melhor Em Casa

- Melhorar e ampliar a assistência no SUS a pacientes com agravos de saúde, que possam
receber atendimento humanizado, em casa, e perto da família;

- Estudos apontam que o bem estar, carinho e atenção familiar, aliados à adequada
assistência em saúde são elementos importantes para a recuperação de doenças;

- Pacientes submetidos a cirurgias e que necessitam de recuperação, quando atendidos


em casa apresentam redução dos riscos de contaminação e infecção;

- Melhor em Casa representa um avanço para a gestão de todo o sistema público de


saúde, já que ajudará a desocupar os leitos hospitalares, proporcionando um melhor
atendimento e regulação dos serviços de urgência dos hospitais.

Para disponibilizar o serviço, o município deve aderir ao programa do Governo Federal.


Além disso, é preciso atender aos critérios de implantação:

• População municipal igual ou superior a 20.000 (vinte mil) habitantes, com base na
população mais recente estimada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Essa população mínima pode ser atingida por um município isoladamente, ou por meio
de agrupamento para alcançar os vinte mil habitantes, devendo ocorrer, no último caso,
pactuação prévia na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e, se houver, na Comissão
Intergestores Regional (CIR);

• Hospital de referência no município ou região a qual integra; e

• Cobertura de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192 ou similar, de


acordo com porte populacional).

Ao acessar o sistema, para solicitar habilitação para o custeio das equipes do Melhor em
Casa, o município precisará fornecer informações referentes a dados demográficos e
epidemiológicos do município, objetivos, quantidade de equipes, profissionais, estruturação da
rede no município, infraestrutura, educação permanente dos profissionais e suporte aos
cuidadores, monitoramento e avaliação.

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O Ministério da Saúde repassa, por mês, R$ 50 mil para o custeio das Equipes
Multiprofissionais de Atenção Domiciliar Tipo 1 (EMAD 1), R$ 34 mil para o custeio das Equipes
Multiprofissionais de Atenção Domiciliar Tipo 2 (EMAD 2) e R$ 6 mil para as equipes de apoio
(EMAP). Os repasses do Ministério não excluem a possibilidade de aporte de recursos pelos
gestores locais. Os recursos são transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos
municipais ou estaduais de saúde, incorporados ao Teto de Média e Alta Complexidade – MAC.

As equipes de Atenção Domiciliar do Melhor em Casa são contratadas por estados e


municípios. O serviço organiza o trabalho da Equipe Multidisciplinar de Atenção Domiciliar
(EMAD) no formato de cuidado horizontal (diarista) de segunda a sexta-feira, com jornada de 12
(doze) horas/dia de funcionamento, e garante o cuidado à saúde nos finais de semana e feriados,
podendo utilizar nesses casos o regime de plantão, de forma a assegurar a continuidade da
atenção em saúde.

Os pacientes recebem atendimentos domiciliares regulares das equipes, sendo que a


frequência de visitas é definida conforme o estado clínico e avaliação de cada paciente. É
importante que exista, também, um cuidador, que poderá ser ou não membro da família. O
cuidador será a referência da família para as equipes do Melhor em Casa.

MONITORAMENTO

Somente vão receber recursos do Ministério os gestores municipais e estaduais com


equipes habilitadas em portaria, cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (SCNES) e que realizam envio regular de informações acerca dos
atendimentos para o Sistema de Informações em Saúde da Atenção Básica (SISAB).

PACTO PELA SAÚDE

Ao longo de sua história, houve muitos avanços e também desafios permanentes a


superar. Isso tem exigido dos gestores do SUS um movimento constante de mudanças, pela via
das reformas incrementais. Contudo, esse modelo parece ter se esgotado, de um lado, pela
dificuldade de se imporem normas gerais a um País tão grande e desigual; de outro, pela sua
fixação em conteúdos normativos de caráter técnico-processual, tratados, em geral, com
detalhamento excessivo e enorme complexidade.

Vale ressaltar que o Pacto pela Saúde é divulgado pela Portaria n. 399 de 2006, trazendo
os objetivos e indicadores para aquele ano. A Portaria citada foi revogada pela Portaria 2.048 de
2009, que traz o conteúdo do Pacto em seu anexo III. (GERALMENTE ESTES INDICADORES NÃO
SÃO COBRADOS).

Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do SUS assumem o


compromisso público da construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será anualmente
revisado, com base nos princípios constitucionais do SUS, ênfase nas necessidades de saúde da
população e que implicará o exercício simultâneo de definição de prioridades articuladas e
integradas nos três componentes:

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Essas prioridades são expressas em objetivos e metas no Termo de Compromisso de


Gestão e estão detalhadas no documento Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006.

PACTO PELA VIDA

O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários,


expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde
do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais.

Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco
em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros
para o alcance desses resultados.

As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:

• SAÚDE DO IDOSO: – Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando


a atenção integral.

• CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E DE MAMA: – Contribuir para a redução da mortalidade


por câncer de colo do útero e de mama.

• MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: – Reduzir a mortalidade materna, infantil


neonatal, infantil por doença diarreica e por pneumonias.

• DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, NA HANSENÍASE, NA


TUBERCULOSE, NA MALÁRIA E NA INFLUENZA – Fortalecer a capacidade de resposta do sistema
de saúde às doenças emergentes e às endemias.

• PROMOÇÃO DA SAÚDE: – Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da


Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, de forma
a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regular, da alimentação
saudável e do combate ao tabagismo.

• ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE – Consolidar e qualificar a Estratégia Saúde da Família


como modelo de Atenção Básica à Saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde
do SUS.

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PACTO EM DEFESA DO SUS

O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias
federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de
governos; e de defender, vigorosamente, os princípios basilares dessa política pública, inscritos
na Constituição.

A concretização desse Pacto passa por um movimento de “repolitização” da saúde, com


uma clara estratégia de mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade brasileira,
extrapolando os limites do setor e vinculada ao processo de instituição da saúde como direito
de cidadania, tendo o financiamento público da saúde como um dos pontos centrais

As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são:

• IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A


FINALIDADE DE:

– Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal
garantidor desses direitos.

– Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional n. 29, de 14 de


setembro de 2000, pelo Congresso Nacional

– Aumento do investimento no SUS

– Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para


a saúde.

– Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão,
explicitando o compromisso de cada uma delas.

• ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS

PACTO DE GESTÃO DO SUS

O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de


forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê,
contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS.

Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um País continental e com
muitas diferenças e iniquidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais é necessário
avançar na regionalização e na descentralização do SUS, tornando-se por base uma unidade de
princípios e uma diversidade operativa que respeite as singularidades regionais.

Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os


Estados, e para os Municípios, promovendo um choque de descentralização, acompanhado da
desburocratização dos processos normativos.

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• Reforça a territorialização da saúde como base para organização dos sistemas,


estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional.

• Reitera a importância da participação e do controle social com o compromisso de


apoio à sua qualificação.

• Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite:

As prioridades do Pacto de Gestão são:

• DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA


GESTORA DO SUS: federal, estadual e municipal, superando o atual processo de habilitação.

• ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com ênfase na:

– Descentralização;

– Regionalização;

– Financiamento;

– Programação Pactuada e Integrada;

– Regulação; – Participação e Controle social;

– Planejamento; – Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.

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