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PREPARATÓRIO PARA CONCURSO PREFEITURA DO RECIFE – CARGO CIRURGIÃO DENTISTA 1

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AULAS 26 A 30

AULA 26 - POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo,


caracterizando-se pela articulação e cooperação intra e intersetorial, pela formação da Rede de
Atenção à Saúde (RAS), buscando articular suas ações com as demais redes de proteção
social, com ampla participação e controle social”

Valores e princípios:

❑Reconhece a subjetividade das pessoas e dos coletivos no processo de atenção e


cuidado em defesa da saúde e da vida;

❑ Considera a solidariedade, a felicidade, a ética, o respeito às diversidades, a


humanização, a corresponsabilidade, a justiça e a inclusão social como valores fundantes no
processo de sua concretização;

❑ Adota como princípios a equidade, a participação social, a autonomia, o


empoderamento, a intersetorialidade, a intrasetorialidade, a sustentabilidade, a integralidade e
a territorialidade

Objetivo geral:

“…promover a equidade e a melhoria das condições e modos de viver, ampliando a


potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e riscos à
saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais”

Temas prioritários

I. Formação e educação permanente: mobilizar, sensibilizar e promover capacitações


para gestores, trabalhadores da Saúde e de outros setores para o desenvolvimento de
ações de educação em promoção da saúde, a fim de incluí-las nos espaços de
educação permanente.

II. Alimentação adequada e saudável: promover ações relativas à alimentação adequada


e saudável, visando à promoção da saúde e à segurança alimentar e nutricional,
contribuindo com as ações e com as metas de redução da pobreza, com a inclusão
social e com a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável.

III. Práticas corporais e atividades físicas: promover ações, aconselhamento e divulgação


de práticas corporais e de atividades físicas, incentivando a melhoria das condições
dos espaços públicos, considerando a cultura local e incorporando brincadeiras, jogos,
danças populares, entre outras práticas.

IV. Enfrentamento ao uso do tabaco e de seus derivados: promover, articular e mobilizar


ações para redução e controle do uso do tabaco, incluindo ações educativas,
legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais.

V. Enfrentamento do uso abusivo de álcool e de outras drogas: promover, articular e


mobilizar ações para redução do consumo abusivo de álcool e de outras drogas, com
corresponsabilização e autonomia da população, incluindo ações educativas,
legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais.

VI. Promoção da mobilidade segura: buscar avançar na articulação intersetorial e


intrassetorial, envolvendo a vigilância em saúde, a atenção básica e as redes de
urgência e emergência do território na produção do cuidado e na redução da
morbimortalidade decorrente do trânsito. Orientar ações integradas e intersetoriais nos
territórios, incluindo ações de saúde, educação, trânsito, fiscalização, ambiente e nos
demais setores envolvidos, além da sociedade, a fim de definir um planejamento
integrado, parcerias, atribuições, responsabilidades e especificidades de cada setor

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para a promoção da mobilidade segura. Avançar na promoção de ações educativas,


legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais, fundamentadas em
informação qualificada e em planejamento integrado, para que garantam o trânsito
seguro, a redução de morbimortalidade e, consequentemente, a paz no trânsito.

VII. Promoção da cultura da paz e dos direitos humanos: promover, articular e mobilizar
ações que estimulem a convivência, a solidariedade, o respeito à vida e o
fortalecimento de vínculos. Desenvolver tecnologias sociais que favoreçam a mediação
de conflitos, o respeito às diversidades e diferenças de gênero e de orientação sexual e
à identidade de gênero, entre gerações, étnico-raciais, culturais, territoriais, de classe
social e em relação às pessoas com deficiências e necessidades especiais, garantindo
os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Promover a articulação da Rede de
Atenção à Saúde com as demais redes de proteção social, produzindo informação
qualificada e capaz de gerar intervenções individuais e coletivas, contribuindo para a
redução das violências e para a cultura da paz.

VIII. Promoção do desenvolvimento sustentável: promover, mobilizar e articular ações


governamentais e não governamentais, incluindo o setor privado e a sociedade civil,
nos diferentes cenários (cidades/municípios, campo, floresta, águas, bairros, territórios,
comunidades, habitações, escolas, igrejas, empresas e outros), permitindo a interação
entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável na produção social da
saúde, em articulação com os demais temas prioritários.

Para se operar a política de saúde, incluindo a de promoção da saúde, é necessária a


consolidação de práticas voltadas para indivíduos e coletividades, em uma perspectiva de
trabalho multidisciplinar, integrado e em redes, de forma que considere as necessidades
em saúde da população, em uma ação articulada entre os diversos atores, em um
determinado território.

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Propõe-se, então, que as intervenções em saúde ampliem seu escopo, tomando como
objeto os problemas e as necessidades de saúde e seus determinantes e condicionantes, de
modo que a organização da atenção e do cuidado envolva, ao mesmo tempo, as ações e os
serviços que operem sobre a saúde e o adoecimento, com um olhar para além dos muros das
unidades de saúde e do sistema de saúde, incidindo sobre as condições de vida e favorecendo
a ampliação de escolhas saudáveis.

Provocar mudanças nos modos de organizar, planejar, realizar, analisar e avaliar o trabalho
em saúde.

AULA27 – Política Nacional de Atenção Básica

PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 estabelece a revisão de diretrizes para


a organização da Atenção Básica, no âmbito do SUS

Atenção básica “é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que


envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de
danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de
cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à
população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade
sanitária”.

• Conceitos do SUS

I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios


limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a
organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;

II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre


entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na
rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas
de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos
necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde;

III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS;

IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes


federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS;

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V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e


serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade
instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde
do sistema;

VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis


de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à
saúde;

VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o


atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de
atendimento especial; e

VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos
e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos
de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem
seguidos pelos gestores do SUS.

Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:

I - atenção primária;

II - urgência e emergência;

III - atenção psicossocial;

IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e

V - vigilância em saúde.

São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à
Saúde os serviços:

I - de atenção primária;

II - de atenção de urgência e emergência;

III - de atenção psicossocial; e

IV - especiais de acesso aberto.

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Princípios

Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e


resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da RAS (primeiro
contato), acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela
atenção às suas necessidades de saúde.

Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde e de


acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas
diferenciações sociais e deve atender à diversidade, ficando proibida qualquer exclusão

Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às


necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da
saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos
cuidados paliativos

Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção Básica


como ponto de comunicação entre esses.

Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o planejamento, a programação


descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um
território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde
das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele.

População Adscrita: população que está presente no território da UBS, de forma a estimular o
desenvolvimento de relações de vínculo e esponsabilização entre as equipes e a população,
garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o
objetivo de ser referência para o seu cuidado

Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma


singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões,
competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua
própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva.

O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades


na busca de uma vida independente e plena

Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e


articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica
ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas,
centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e
grupos sociais.

Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com


construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e
de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de
outros elementos na vida das pessoas , evitando a perda de referências e diminuindo os riscos
de iatrogenia

Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos
de atenção das RAS.

- Centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo


cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e
integrada, com objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral.

- Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas,


comunitárias e sociais.

Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua


responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos

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de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como, a
programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas.

Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária


das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de
ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e
coletividades do território.

- Intersetoriedade e controle social

Todo o conjunto de profissionais que compõem as equipes de Atenção Básica sejam


imbuídos de determinadas atribuições e desenvolvam as seguintes competências:

 participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da


equipe;

 manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema de


informação indicado pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados
para a análise da situação de saúde;

 realizar o cuidado da saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da


unidade de saúde, e quando necessário no domicílio e nos demais espaços
comunitários

 promover a integralidade por meio da realização de ações de promoção, proteção e


recuperação da saúde e prevenção de agravos; da realização das ações
programáticas, coletivas e de vigilância à saúde;

 participar do acolhimento dos usuários que procuram a unidade por demanda


espontânea realizando a escuta qualificada das necessidades de saúde, procedendo a
primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de vulnerabilidade, coleta de
informações e sinais clínicos) e identificação das necessidades de intervenções de
cuidado, proporcionando atendimento humanizado, se responsabilizando pela
continuidade da atenção dentro ou fora da unidade de saúde;

 realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória e de


outros agravos e situações de importância local;

 praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais que visa propor
intervenções que influenciem os processos de saúde doença dos indivíduos, das
famílias, coletividades e da própria comunidade;

 realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento e avaliação


das ações da equipe;

 garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de informação na Atenção


Básica;

 realizar ações de educação em saúde a população adscrita;

 participar das atividades de educação permanente para aprimoramento das


competências da equipe e (re)organização de seus processos;

 promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle


social;

 identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações


intersetoriais.

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Principais mudanças desta PNAB 2017:

1. Financiamento federal de equipes de Atenção Básica (eAB), assim como era feito
apenas com as equipes de Saúde da Família (eSF).

2. Integração com as vigilâncias: a Atenção Básica e Vigilância em Saúde devem se unir

3. Estabelecimento de prazo de implantação das equipes (cadastrar equipes em até 4


meses após o credenciamento)

4. Cobertura do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB)

5. redução do teto populacional: população adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB)
e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas

6. Criação do gerente de Unidade Básica de Saúde (UBS): o gerente deve ser um


profissional qualificado, preferencialmente com nível superior, com o papel de garantir
o planejamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e comunidade,
a organização do processo de trabalho, coordenação e integração das ações.

AULA 28 - Portaria 635/2023 E-multi

Art. 1º Esta portaria institui incentivo financeiro federal de implantação e custeio para as
equipes Multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde - eMulti.

Parágrafo único. Para efeitos desta Portaria entende-se por eMulti equipes compostas por
profissionais de saúde de diferentes áreas de conhecimento que atuam de maneira
complementar e integrada às demais equipes da Atenção Primária à Saúde - APS, com
atuação corresponsável pela população e pelo território, em articulação intersetorial e com a
Rede de Atenção à Saúde - RAS.

Art. 2º São diretrizes e objetivos do processo de trabalho das eMulti, para atender a demanda
em saúde da pessoa, da população e do território:

I - facilitar o acesso da população aos cuidados em saúde, por meio do trabalho colaborativo
entre profissionais das eMulti e das equipes citadas no parágrafo único do art. 4º;

II - pautar-se pelo princípio da integralidade da atenção à saúde;

III - ampliar o escopo de práticas em saúde no âmbito da APS e do território;

IV - integrar práticas de assistência, prevenção, promoção da saúde, vigilância e formação em


saúde na APS;

do cuidado.

V - favorecer os atributos essenciais e derivados da APS, conforme orientado pela Política


Nacional da Atenção Básica - PNAB, por meio da atenção interprofissional, de modo a superar
a lógica de fragmentação do cuidado que compromete a corresponsabilização clínica;

VI - oportunizar a comunicação, integração e articulação da APS com os outros serviços da


RAS e intersetoriais, contribuindo para a continuidade de fluxos assistenciais;

VII - contribuir para aprimorar a resolubilidade da APS; e

VIII - proporcionar que a atenção seja contínua ao longo do tempo, por meio da definição de
profissional de referência da eMulti e equipe vinculada, a fim de qualificar a diretriz de
longitudinalidade do cuidado.

Parágrafo único. Incumbe às eMulti, prioritariamente, o desenvolvimento da integralidade das


seguintes ações:

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I - o atendimento individual, em grupo e domiciliar;

II - as atividades coletivas;

III - o apoio matricial;

IV - as discussões de casos;

V - o atendimento compartilhado entre profissionais e equipes;

VI - a oferta de ações de saúde à distância;

VII - a construção conjunta de projetos terapêuticos e intervenções no território; e

VIII - as práticas intersetoriais.

Art. 3º As eMulti são classificadas em 03 (três) modalidades de acordo com a carga horária de
equipe, vinculação e composição profissional:

I - equipe Multiprofissional Ampliada - eMulti Ampliada;

II - equipe Multiprofissional Complementar - eMulti Complementar; e

III - equipe Multiprofissional Estratégica - eMulti Estratégica.

Art. 4º Todas as modalidades de eMulti deverão atender aos seguintes requisitos:

I - as eMulti serão compostas por um conjunto fixo e variável de profissionais de nível superior
descritos no Anexo I desta Portaria;

II - a carga horária individual mínima médica exigida por equipe é de 10 horas semanais; e

III - a carga horária individual mínima das demais categorias profissionais exigida por equipe é
de 20 horas semanais.

§ 1º As eMulti deverão ser vinculadas a uma ou mais das seguintes tipologias de equipes ou
serviços:

I - equipe de Saúde da Família - eSF;

II - equipe de Saúde da Família Ribeirinha - eSFR;

III - equipe de Consultório na Rua - eCR;

IV - equipe de Atenção Primária - eAP; ou

V - equipe de Unidade Básica de Saúde Fluvial - UBSF.

§ 2º Nenhuma equipe poderá estar vinculada a mais de uma eMulti simultaneamente.

Art. 5º Cada modalidade do eMulti deverá atender aos requisitos do art. 4º, bem como:

I - para a eMulti Ampliada:

a) ser vinculada a, no mínimo 10 (dez) e no máximo 12 (doze), equipes citadas no parágrafo


único do art. 4º, no mesmo município ou em um conjunto de municípios;

b) cumprir a carga horária mínima de 300 (trezentas) horas semanais por equipe; e

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c) não compor a carga horária de equipe com mais de 120 (cento e vinte) horas da mesma
categoria profissional ou especialidade.

II - para a eMulti Complementar:

a) ser vinculada a no mínimo 5 (cinco) e no máximo 9 (nove) equipes citadas no parágrafo


único do art. 4º;

b) cumprir a carga horária mínima de 200 (duzentas) horas semanais por equipe; e

c) não compor a carga horária de equipe com mais de 80 (oitenta) horas da mesma categoria
profissional ou especialidade.

III - para a eMulti Estratégica:

a) ser vinculada a no mínimo 1 (uma) e no máximo 4 (quatro) equipes citadas no parágrafo


único do art. 4º;

b) cumprir a carga horária mínima de 100 (cem) horas semanais por equipe; e

c) não compor a carga horária de equipe com mais de 40 (quarenta) horas da mesma categoria
profissional ou especialidade.

§ 2º Um conjunto de municípios poderão pleitear a eMulti Ampliada, desde que atendam aos
seguintes requisitos:

I - no ato da solicitação de credenciamento, deverá ser indicado o município eleito como sede
do agrupamento de municípios, para fins de transferência mensal fundo-a-fundo do incentivo
financeiro de custeio federal; e

II - a solicitação de credenciamento para conjunto de municípios deverá ser pactuada e


aprovada na Comissão Intergestora Bipartite - CIB e, no caso do Distrito Federal, a pactuação
dar-se-á no Colegiado de Gestão da Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal -
CGSES/DF, havendo o encaminhamento da resolução respectiva via Sistema Eletrônico de
Informações - SEI.

§ 3º A carga horária mínima exigida por equipe, de acordo com cada modalidade, deverá
considerar o somatório da carga horária individual dos profissionais que compõem as eMulti.

§ 4º A participação de profissional em mais de uma equipe não configura duplicidade


profissional, não sendo hipótese de suspensão da transferência de custeio federal, desde que
haja compatibilidade de carga horária entre as equipes.

Art. 6º Todas as eMulti deverão:

I - ter cadastro no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - SCNES;

II - fazer uso da Estratégia e-SUS APS, através do Prontuário Eletrônico do Cidadão - PEC,
para registro das informações dos atendimentos; e

III - enviar produção no Sistema de Informação da Atenção Básica - SISAB.

§ 1º A Estratégia e-SUS APS poderá ser substituída pela eMulti, mediante uso de sistema
terceiro, desde que contemple as mesmas funcionalidades;

§ 2º A identificação, no SCNES, das equipes credenciadas, nas modalidades tratadas no art.


3º, será definida em ato normativo da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, devendo
estas estarem cadastradas nos mesmos tipos de estabelecimentos das equipes vinculadas.

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Art. 7º Todas as eMulti poderão realizar, no processo de trabalho colaborativo com as equipes
vinculadas, a integração e troca de informações de maneira virtual, além da presencial.

§ 1º O atendimento remoto deverá acontecer de forma assistida, com a presença de


profissional da área de saúde intermediando os processos gerenciais demandantes entre
pessoa atendida e profissional de saúde que realiza a consulta remotamente, bem como a
utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC.

§ 2º Para a execução do atendimento remoto, os estabelecimentos de saúde deverão dispor,


minimamente, de:

I - sala para a atividade de atendimento remoto, por eMulti;

II - profissional da área da saúde, preferencialmente de nível técnico ou superior, para


intermediar a utilização das TIC e os processos gerenciais da consulta; e

III - equipamentos de TIC suficientes para a realização de consultas de forma virtual, em


qualidade adequada, incluindo, além do computador, webcam acoplada e microfone, ou
equipamentos equivalentes, bem como conexão de internet.

§ 3º Os materiais de que trata o inciso III do parágrafo anterior poderão ser obtidos conforme
lista da Relação de Equipamentos e Materiais financiáveis pelo para SUS - Renem, devendo
seguir as normativas que regulamentam a estruturação de estabelecimentos de saúde.

§ 4º A oferta do atendimento remoto deverá estar disponível em todo o horário de


funcionamento da unidade de vínculo da eMulti.

Art. 8º O credenciamento das eMulti seguirá as regras estabelecidas no item III - Do


Credenciamento do tópico 6 do Anexo 1 do Anexo XXII da Portaria de Consolidação GM/MS nº
2, de 28 de setembro de 2017, com exceção dos critérios de priorização.

§ 1º Para fins de financiamento federal, fica estipulado o seguinte teto de credenciamento de


eMulti, de acordo com a proporção abaixo:

I - eMulti Ampliada: a cada 10 (dez) equipes vinculadas homologadas, o município fará jus a 1
(uma) eMulti;

II - eMulti Complementar: a cada 05 (cinco) equipes vinculadas homologadas, o município fará


jus a 1 (uma) eMulti; e

III - eMulti Estratégica: a cada equipe vinculada homologada, o município fará jus a 01 (uma)
eMulti.

§ 2º Para alcance do teto eMulti, o município poderá compor com mais de uma modalidade,
observadas as singularidades do território e mediante análise do Ministério da Saúde.

§ 3º Em razão do disposto no §2º do art. 4º, cada equipe homologada só será contabilizada
para o credenciamento de uma eMulti, independentemente da modalidade.

Art. 9º Os critérios de priorização de credenciamento das modalidades de eMulti são:

I - o Índice de Vulnerabilidade Social - IVS do requerente, feito pelo Instituto de Pesquisa


Econômica Aplicada - IPEA, na seguinte ordem de prioridade:

a) vulnerabilidade social muito baixa: IVS < 0,2;

b) vulnerabilidade social baixa: IVS > 0,2 e < 0,3;

c) vulnerabilidade social média: IVS > 0,3 e < 0,4;

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d) vulnerabilidade social alta: IVS > 0,4 e < 0,5; e

e) vulnerabilidade social muito alta: IVS > 0,5 e < 1; e

f) a maior eficiência na solicitação de equipes eMulti;

Art. 9º Os critérios de priorização de credenciamento das modalidades de eMulti são:

§ 1º Considera-se mais eficiente a solicitação que, utilizando a totalidade de uma determinada


quantidade de equipes homologadas, requer o credenciamento de um número menor de
equipes eMulti, por utilizar-se de modalidades mais abrangentes, tal como a eMulti Ampliada.

§ 2º Serão, também, priorizadas solicitações referentes a equipes em funcionamento e ainda


não credenciados ou sem adesão homologada pelo Ministério da Saúde, devidamente
cadastrados no SCNES, atendendo às regras de composição e carga horária profissional,
conforme Portaria SAPS/MS nº 60, de 26 de novembro de 2020.

Art. 10. O credenciamento para as eMulti deverá ser solicitado por meio de sistema de
informação específico disponibilizado em endereço eletrônico do Ministério da Saúde referente
à Atenção Primária à Saúde, conforme previsto no item III - Do Credenciamento, do tópico 6 do
Anexo 1 ao Anexo XXII à Portaria de Consolidação nº 2, de 2017.

Art. 11. O acompanhamento e monitoramento das ações de saúde desenvolvidas pelas eMulti
serão realizados por meio do SISAB.

Parágrafo único. O cadastro da eMulti e o envio regular de dados, conforme o cronograma dos
sistemas de informação vigentes, são de responsabilidade da gestão municipal e distrital e dos
profissionais das equipes.

Art. 12. Fica definido o incentivo financeiro de custeio das eMulti para os municípios, em
conformidade com os critérios estabelecidos nesta Portaria, a ser repassado mensalmente, nos
seguintes valores:

I - R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) por eMulti Ampliada;

II - R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) por eMulti Complementar; e

III - R$ 12.000,00 (doze mil reais) por eMulti Estratégica.

Art. 13. A eMulti que ofertar atendimento remoto de forma assistida, mediado por TIC,
conforme art. 7º, fará jus, além do disposto no artigo anterior, a incentivo financeiro federal de
custeio, nos seguintes valores:

I - R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) como incentivo mensal; e

II - R$ 15.000,00 (quinze mil reais) como incentivo na homologação em parcela única.

§ 1º Os incentivos financeiros de que tratam o caput são destinados à manutenção e


estruturação das atividades de atendimento remoto pela eMulti.

§ 2º O credenciamento da eMulti que ofertar atendimento remoto de forma assistida ocorrerá


de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira do Ministério da Saúde.

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Art. 14. Fica definido o incentivo financeiro de Pagamento por Desempenho das eMulti, para os
municípios em conformidade com os critérios estabelecidos nesta Portaria, e que alcançarem
os indicadores, em avaliação quadrimestral, a ser repassado mensalmente, nos seguintes
valores:

I - R$ 9.000,00 (nove mil reais) por eMulti Ampliada;

II - R$ 6.000,00 (seis mil reais) por eMulti Complementar; e III - R$ 3.000,00 (três mil reais) por
eMulti Estratégica.

Parágrafo único. O dispositivo de pagamento por desempenho definido neste caput será
aplicado a todas as modalidades de eMulti que estiverem credenciadas, homologadas e pagas
pelo Ministério da Saúde, iniciando-se a aferição de indicadores a partir da competência de
janeiro de 2024.

Art. 15. São indicadores do Pagamento por Desempenho a serem observados na atuação das
eMulti:

I - percentual de solicitações respondidas pela eMulti em 72 horas;

II - satisfação da pessoa atendida pela eMulti;

III - resolução das ações interprofissionais com as eMulti;

IV - quantidade de ações realizadas pela eMulti; e

V - percentual de atendimentos remotos mediados por TIC realizados pela eMulti.

§ 1º O indicador do inciso V deste caput, será acompanhado e monitorado para fins de


pagamento por desempenho apenas na eMulti homologada nos termos do art. 13.

§ 2º Após pactuação tripartite, as metas para os indicadores de que trata este artigo serão
definidas em ato normativo específico da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, com a
especificação técnica dos indicadores definida em ficha de qualificação.

§ 3º O conjunto de indicadores do pagamento por desempenho e as regras de apuração


poderão ser alterados após o monitoramento, avaliação e repactuação tripartite.

Art. 16. A apuração dos indicadores será realizada quadrimestralmente, entre os meses de
janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro, e os resultados serão disponibilizados
no quadrimestre subsequente.

§ 1º O pagamento mensal por desempenho de cada quadrimestre estará vinculado ao


resultado obtido pelo município e pelo Distrito Federal no quadrimestre anterior.

§ 2º Em caso de irregularidades, a suspensão da transferência dos incentivos financeiros


federais de custeio adotará as regras de suspensão estabelecidas na Portaria SAPS/MS nº 60,
de 26 de novembro de 2020, considerada a competência utilizada para o cálculo de que trata
este artigo

Art. 17. Ao final de cada ciclo anual, será devido, no mês subsequente ao último quadrimestre,
pagamento de incentivo adicional de desempenho, em parcela única correspondente ao valor
equivalente ao disposto no art. 14, de acordo com a média de alcance pela eMulti dos
indicadores dos 03 (três) quadrimestres.

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Parágrafo único. Para fins de cálculo do 1º (primeiro) ano, será considerada a média dos 02
(dois) últimos quadrimestres.

Art. 18. As eMulti credenciadas, em 2023, farão jus às parcelas mensais transferidas em
depósito único referentes a este exercício financeiro.

§ 1º Para fins de repasse serão consideradas as competências de julho a dezembro de 2023.

§ 2º O repasse referente à competência de junho de 2023 será depositado para fins de


incentivo de implantação.

§ 3º Fica estabelecido como prazo para solicitação e cadastro das eMulti de que trata este
caput a competência de junho de 2023.

Art. 19. O repasse de recursos será descontinuado nos casos de:

I - descumprimento dos critérios previstos nesta Portaria, comprovados por meio dos sistemas
de informação oficiais vigentes do Ministério da Saúde, por monitoramento e/ou supervisão
direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria de Estado da Saúde - SES ou por auditoria da
Auditoria- Geral do Sistema Único de Saúde - Audsus, e demais órgãos de controle;

II - no caso de ausência de qualquer um dos profissionais previstos no Anexo I; e

III - descumprimento do dever de registro no SISAB, havendo omissão de informações por 03


(três) competências consecutivas.

Art. 20. O Ministério da Saúde propiciará o monitoramento dos resultados alcançados aos
níveis de estado, município, unidade e equipe, relacionados aos indicadores contidos no art.
15, a serem disponibilizados em endereço eletrônico do Ministério da Saúde referente à
Atenção Primária à Saúde.

Parágrafo único. O monitoramento das regras estabelecidas neste caput ocorrerá conforme
disponibilização de painel para o monitoramento e avaliação dos indicadores, ficando
suspensas as penalidades na avaliação quando derivadas da indisponibilidade do referido
instrumento.

Art. 21. Os municípios, estados e DF poderão estabelecer mecanismos locais complementares


de autoavaliação, controle, regulação, cofinanciamento e acompanhamento sistemático dos
resultados alcançados pelas ações das eMulti.

Art. 22. Os recursos orçamentários desta Portaria correrão por conta do orçamento do
Ministério da Saúde, podendo onerar as seguintes Funcionais Programáticas:

I - 20.36901.10.301.5019.2E89 - Incremento Temporário ao Custeio dos Serviços de Atenção


Primária à Saúde para Cumprimento de Metas, Plano Orçamentário (PO) A400 - Dotações
classificadas com RP 2;

II - 10.301.5019.219A - Piso de Atenção Primária à Saúde, Plano Orçamentário (PO) 000A -


Incentivo para Ações Estratégicas; e

III - 10.301.5019.8581 - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Primária à Saúde, Plano


Orçamentário (PO) 0000 - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Primária à Saúde -
Despesas Diversas.

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Art. 23. O credenciamento das equipes de que trata o art. 1º observará disponibilidade
orçamentária e financeira do Ministério da Saúde.

Art. 24. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

AULA 29 - POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR

Art. 1º Esta Portaria institui a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do
Sistema Único de Saúde (PNEPSSUS).

Art. 2º A PNEPS-SUS reafirma o compromisso com a universalidade, a equidade, a


integralidade e a efetiva participação popular no SUS, e propõe uma prática político-
pedagógica que perpassa as ações voltadas para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a partir do diálogo entre a diversidade de saberes, valorizando os saberes populares, a
ancestralidade, o incentivo à produção individual e coletiva de conhecimentos e a inserção
destes no SUS.

Art. 3º A PNEPS-SUS é orientada pelos seguintes princípios:

I - diálogo;

II - amorosidade;

III - problematização;

IV - construção compartilhada do conhecimento;

V - emancipação; e

VI - compromisso com a construção do projeto democrático e popular.

§ 1º Diálogo é o encontro de conhecimentos construídos histórica e culturalmente por sujeitos,


ou seja, o encontro desses sujeitos na intersubjetividade, que acontece quando cada um, de
forma respeitosa, coloca o que sabe à disposição para ampliar o conhecimento crítico de
ambos acerca da realidade, contribuindo com os processos de transformação e de
humanização.

§ 2º Amorosidade é a ampliação do diálogo nas relações de cuidado e na ação educativa pela


incorporação das trocas emocionais e da sensibilidade, propiciando ir além do diálogo baseado
apenas em conhecimentos e argumentações logicamente organizadas.

§ 3º A problematização implica a existência de relações dialógicas e propõe a construção de


práticas em saúde alicerçadas na leitura e na análise crítica da realidade.

§ 4º A construção compartilhada do conhecimento consiste em processos comunicacionais e


pedagógicos entre pessoas e grupos de saberes, culturas e inserções sociais diferentes, na
perspectiva de compreender e transformar de modo coletivo as ações de saúde desde suas
dimensões teóricas, políticas e práticas.

§ 5º A emancipação é um processo coletivo e compartilhado no qual pessoas e grupos


conquistam a superação e a libertação de todas as formas de opressão, exploração,
discriminação e violência ainda vigentes na sociedade e que produzem a desumanização e a
determinação social do adoecimento.

§ 6º O compromisso com a construção do projeto democrático e popular é a reafirmação do


compromisso com a construção de uma sociedade justa, solidária, democrática, igualitária,
soberana e culturalmente diversa que somente será construída por meio da contribuição das
lutas sociais e da garantia do direito universal à saúde no Brasil, tendo como protagonistas os
sujeitos populares, seus grupos e movimentos, que historicamente foram silenciados e
marginalizados.

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Art. 4º São eixos estratégicos da PNEPS-SUS:

I - participação, controle social e gestão participativa;

II - formação, comunicação e produção de conhecimento;

III - cuidado em saúde; e

IV - intersetorialidade e diálogos multiculturais.

§ 1º O eixo estratégico da participação, controle social e gestão participativa tem por objeto
fomentar, fortalecer e ampliar o protagonismo popular, por meio do desenvolvimento de ações
que envolvam a mobilização pelo direito à saúde e a qualificação da participação nos
processos de formulação, implementação, gestão e controle social das políticas públicas.

§ 2º O eixo estratégico da formação, comunicação e produção de conhecimento compreende a


ressignificação e a criação de práticas que oportunizem a formação de trabalhadores e atores
sociais em saúde na perspectiva da educação popular, a produção de novos conhecimentos e
a sistematização de saberes com diferentes perspectivas teóricas e metodológicas, produzindo
ações comunicativas, conhecimentos e estratégias para o enfrentamento dos desafios ainda
presentes no SUS.

§ 3º O eixo estratégico do cuidado em saúde tem por objeto fortalecer as práticas populares de
cuidado, o que implica apoiar sua sustentabilidade, sistematização, visibilidade e comunicação,
no intuito de socializar tecnologias e perspectivas integrativas, bem como de aprimorar sua
articulação com o SUS.

§ 4º O eixo estratégico da intersetorialidade e diálogos multiculturais tem por objeto promover o


encontro e a visibilidade dos diferentes setores e atores em sua diversidade, visando o
fortalecimento de políticas e ações integrais e integralizadoras.

Art. 5º A PNEPS-SUS tem como objetivo geral implementar a Educação Popular em Saúde no
âmbito do SUS, contribuindo com a participação popular, com a gestão participativa, com o
controle social, o cuidado, a formação e as práticas educativas em saúde.

Art. 6º São objetivos específicos da PNEPS-SUS:

I - promover o diálogo e a troca entre práticas e saberes populares e técnico-científicos no


âmbito do SUS, aproximando os sujeitos da gestão, dos serviços de saúde, dos movimentos
sociais populares, das práticas populares de cuidado e das instituições formadoras;

II - fortalecer a gestão participativa nos espaços do SUS;

III - reconhecer e valorizar as culturas populares, especialmente as várias expressões da arte,


como componentes essenciais das práticas de cuidado, gestão, formação, controle social e
práticas educativas em saúde;

IV - fortalecer os movimentos sociais populares, os coletivos de articulação social e as redes


solidárias de cuidado e promoção da saúde na perspectiva da mobilização popular em defesa
do direito universal à saúde;

V - incentivar o protagonismo popular no enfrentamento dos determinantes e condicionantes


sociais de saúde;

VI - apoiar a sistematização, a produção de conhecimentos e o compartilhamento das


experiências originárias do saber, da cultura e das tradições populares que atuam na dimensão
do cuidado, da formação e da participação popular em saúde;

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VII - contribuir com a implementação de estratégias e ações de comunicação e de informação


em saúde identificadas com a realidade, linguagens e culturas populares;

VIII - contribuir para o desenvolvimento de ações intersetoriais nas políticas públicas


referenciadas na Educação Popular em Saúde;

IX - apoiar ações de Educação Popular na Atenção Primária em Saúde, fortalecendo a gestão


compartilhada entre trabalhadores e comunidades, tendo os territórios de saúde como espaços
de formulação de políticas públicas;

X - contribuir com a educação permanente dos trabalhadores, gestores, conselheiros e atores


dos movimentos sociais populares, incorporando aos seus processos os princípios e as
práticas da educação popular em saúde; e

XI - assegurar a participação popular no planejamento, acompanhamento, monitoramento e


avaliação das ações e estratégias para a implementação da PNEPS-SUS.

Art. 7º Compete ao Ministério da Saúde:

I - implementar as ações da PNEPS-SUS, incorporando-as no Plano Nacional de Saúde;

II - estabelecer estratégias e ações de planejamento, monitoramento e avaliação da PNEPS-


SUS construídas no âmbito do Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde (CNEPS);

III - garantir financiamento para implementação integral da PNEPS-SUS;

IV - promover a articulação intrasetorial permanente para a implementação da PNEPS-SUS;

V - promover a intersetorialidade entre as políticas públicas que apresentam interface com a


PNEPS-SUS; e

VI - apoiar tecnicamente as Secretarias Estaduais de Saúde na implementação da PNEPS-


SUS.

Art. 8º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde:

I - garantir a inclusão da PNEPS-SUS nos respectivos Planos Estadual e Plurianual de Saúde;

II - estabelecer estratégias e ações de planejamento, monitoramento e avaliação da PNEPS-


SUS construídas de forma participativa com atores da sociedade civil implicados com a
Educação Popular em Saúde;

III - apoiar tecnicamente as Secretarias Municipais de Saúde na implementação da PNEPS-


SUS;

IV - garantir financiamento complementar aos Municípios para a implantação da PNEPS-SUS;

V - promover a articulação intrasetorial permanente no âmbito estadual para a implementação


da PNEPS-SUS; e

VI - promover a intersetorialidade entre as políticas públicas que apresentam interface com a


PNEPS-SUS.

Art. 9º Compete às Secretarias Municipais de Saúde:

I - garantir a inclusão da PNEPS-SUS nos respectivos Planos Municipal Plurianual de Saúde,


em consonância com as realidades, demandas e necessidades locais;

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II - estabelecer e implementar estratégias e ações de planejamento, monitoramento e avaliação


da PNEPS-SUS construídas de forma participativa com atores da sociedade civil implicados
com a Educação Popular em Saúde;

III - implementar o Plano Operativo da PNEPS-SUS;

IV - garantir financiamento solidário para a implantação da PNEPS-SUS;

V - promover a articulação intrasetorial permanente no âmbito estadual para a implementação


da PNEPS-SUS; e

VI - promover a intersetorialidade entre as políticas públicas que apresentam interface com a


PNEPS-SUS.

Art. 10. À Secretaria de Saúde do Distrito Federal compete as atribuições reservadas às


Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios.

Art. 11. Compete às Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e Comissões Intergestores


Regional (CIR) avaliar e aprovar os Planos Operativos da Educação Popular em Saúde,
considerando as especificidades locais e a PNEPS-SUS.

Art. 12. A Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS) articulará, no âmbito do


Ministério da Saúde a elaboração de instrumentos com orientações específicas que se fizerem
necessários à implementação da PNEPS-SUS.

Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

AULA 30 – PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Objetivo geral

Ampliar a oferta de novos recursos terapêuticos no SUS.

Objetivos específicos

Incorporar e implementar a PNPIC no SUS;

Contribuir para o aumento da resolubilidade do SUS e para a ampliação do acesso às PICS;

Promover a racionalização das ações de saúde;

Estimular as ações referentes ao controle /participação social.

DIRETRIZES

1. Estruturação e fortalecimento da atenção em PIC no SUS.

2. Desenvolvimento de estratégias de qualificação em PIC para profissionais o SUS, em


conformidade com os princípios e diretrizes estabelecidos para educação permanente.

3. Divulgação e informação dos conhecimentos básicos da PIC para profissionais de


saúde, gestores e usuários do SUS, considerando as metodologias participativas e o
saber popular e tradicional.

4. Estímulo às ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o desenvolvimento


integral das ações.

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5. Fortalecimento da participação social.

6. Provimento do acesso a medicamentos homeopáticos e fitoterápicos na perspectiva da


ampliação da produção pública, assegurando as especificidades da assistência
farmacêutica nestes âmbitos na regulamentação sanitária.

7. Garantia do acesso aos demais insumos estratégicos da PNPIC, com qualidade e


segurança das ações.

8. Incentivo à pesquisa em PIC com vistas ao aprimoramento da atenção à saúde,


avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segurança dos cuidados prestados.

9. Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação da PIC, para


instrumentalização de processos de gestão.

10. Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências da PIC nos


campos da atenção, da educação permanente e da pesquisa em saúde.

11. Garantia do monitoramento da qualidade dos fitoterápicos pelo Sistema Nacional de


Vigilância Sanitária.

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens


terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da
saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre
ser humano, meio ambiente e sociedade.

Estas práticas foram institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC) e, atualmente, o Sistema Único de
Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e
Complementares (PICS) à população.

Essas condutas terapêuticas desempenham um papel abrangente no SUS e podem ser


incorporadas em todos os níveis da Rede de Atenção à Saúde, com foco especial na Atenção
Primária, onde têm grande potencial de atuação.

Uma das ideias centrais dessa abordagem é uma visão ampliada do processo saúde e
doença, assim como a promoção do cuidado integral do ser humano, especialmente do
autocuidado. As indicações às práticas se baseiam na no indivíduo como um todo, levando em
conta seus aspectos físicos, emocionais, mentais e sociais.

As Práticas Integrativas e Complementares não substituem o tratamento tradicional. Elas


são um adicional, um complemento no tratamento e indicadas por profissionais específicos
conforme as necessidades de cada caso.

2006 5 PRÁTICAS: MTC/Acupuntura| Homeopatia| Fitoterapia| Antroposofia | Termalismo.

2017 INCLUÍDAS 14 PRÁTICAS: Terapia Comunitária Integrativa| Arteterapia| Ayurveda|


Biodança| Dança Circular| Meditação|Musicoterapia| Shantala| Yoga|
Naturopatia|Osteopatia|Yoga| Quiropraxia| Reflexoterapia| Reiki.

2018 INCLUÍDAS 10 PRÁTICAS: Apiterapia| Aromaterapia| Bioenergética| Constelação


Familiar| Cromoterapia| Geoterapia| Hipnoterapia| Imposição de mãos| Ozonioterapia|Terapia
de florais.

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