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Conteúdos:

1. Promoção da saúde: objetivos, atividades e estratégias


• Principais Conferências Internacionais
• Estratégias de Promoção para a Saúde e Educação para a
Saúde

Saúde Pública e Epidemiologia


Prof. Ausenda Machado

Ano Letivo de 2023/24 – 1º Ano / 1º Semestre

Licenciatura em Ortoprotesia
Mod.CPD.05.03
Saúde pública: funções essenciais

 Prevenir
 Promover
 Proteger
 Vigiar
 Investigar e diagnosticar
 Desenvolver políticas e estratégias
 Organizar serviços e respostas a problemas de saúde
 Comunicar
 Avaliar
 Fazer investigação científica relevante
 Inovar metodologicamente
 Formar e educar
 Advogar
Promoção da Saúde

“Processo que confere às populações os meios e a capacidade para


exercer uma maior intervenção e controlo sobre a sua saúde.”

OBJECTIVOS:

Valorizar o potencial de saúde individual e coletiva através de um


conjunto de estratégias diversificadas que ajudam os indivíduos e
os grupos a:
- Identificar os fatores que ameaçam a sua saúde
- Realizar as suas aspirações e satisfazer as suas necessidades
- Modificar ou adaptar-se ao meio
Promoção da Saúde

A Promoção da Saúde consiste em:

1 - Assegurar a integridade física e mental;

2 - Desenvolver as capacidades vitais de cada um (desejo, criatividade, prazer, orazer e relação


activa com o ambiente);

3 - Reduzir as ameaças que o ambiente (fisico, psicológico e social) possui para cada pessoa;

4 – Manter as contradições a um nível tal que possam ser geridas sem reduzir as suas
capacidades vitais

Pissarro (1985)
Promoção da Saúde

Centra-se na procura da equidade em saúde, visando:

• Reduzir as desigualdades existentes nos níveis de saúde das


populações;

• Assegurar a igualdade de oportunidades e recursos;

• Garantir às populações o controlo dos factores que condicionam


o seu potencial de saúde.
Promoção da Saúde

Não pode ser uma responsabilidade exclusiva do sector da


saúde, pois envolve todos os agentes e factores que
contribuem para o bem estar, integrando-os na vida
quotidiana das populações.

Exige uma acção coordenada de todos os intervenientes:


governos, sectores da saúde, social e económico,
organizações não governamentais e de voluntários,
autarquias, empresas e comunicação social.
Promoção da Saúde
Contributo dos Serviços de Saúde:

- Melhorar a saúde dos doentes;


- Prevenir algumas doenças;
- Reduzir as inequidades;
- Controlar alguns factores de risco;
- Fortalecer alguns factores de protecção;
- Educar para a saúde;
- Estimular ambientes saudáveis;
- Apoiar políticas adequadas.
Promoção da Saúde

Contributo das Autarquias:

- Saneamento básico;
- Ocupação do território (Plano
Director Municipal - PDM);
- Protecção e Segurança;
- Educação e Cultura;
- Convivência/integração;
- Tempos livres e lazer.
Promoção da Saúde
Atores Relevantes:

- Profissionais/ técnicos de saúde (médicos, enfermeiros,


farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, etc.);
- Especialistas em intervenção social;
- Educadores;
- Ambientalistas;
- “Opinion-Makers”
- Grupos de interesse (“Stakeholders”)
Promoção da Saúde
Meios de Concretização:

Atividades Programa – conjunto de actividades com objectivos determinados e


métodos definidos;

Serviços – estruturas complexas e hierarquizadas que facultam a prossecução de


actividades e programas;

Organismos – entidades complexas que integram serviços.


Promoção da Saúde
Gestores de sistemas de informação;
Investigadores;
Observatórios;
Ações: Laboratórios;
Universidades.
- Conhecer
Líderes de opinião
- Capacitar Educadores e Sistema Educativo
Serviços de saúde
- Intervir Associação de Farmácias
“Media”
- Avaliar
Clínicos, enfermeiros, farmacêuticos;
Técnicos especializados;
Unidades de Saúde (Farmácias);
Associações de utentes Autarquias;
Unidades de gestão; Serviços diversos.
Agências de contratualização.
Promoção da Saúde

Desafios Atuais

- Implicar atores eficientes para influenciar atitudes e


comportamentos;
- Utilizar a comunicação apropriada;
- Reforçar os factores de protecção;
- Facilitar a implementação de políticas promotoras de saúde.
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

1978 – Conferência Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários . Alma-Ata 1997 – Jakarta – Indonésia
(Cazaquistão)
Saúde para todos no ano 2000;
2001 – Cidade do México – México
1986 – 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde.
Ottawa (Canadá) 2005 – Banguecoque – Tailândia
Promoção da Saúde nos Países Industrializados – Orientações para atingir a
Saúde para todos no ano 2000;
2009 – Nairobi – Quénia
1988 – 2ª conferência Internacional sobre Promoção da Saúde.
Adelaide (Austrália)
Promoção da Saúde e Políticas Publicas Saudáveis.
2013 – Helsinkia – Finlandia

1991 – 3ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde.


Sundsvall (Suécia)
Promoção da Saúde e Ambientes favoráveis.
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

1986 – Ottawa – Canadá


1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde.
Definiu um conjunto de estratégias e intervenções na área da Promoção da Saúde, visando
alcançar a meta Saúde para todos no ano 2000 (Carta de Ottawa)

1. Construir políticas públicas saudáveis


2. Criar ambientes apropriados
3. Fortalecer a ação comunitaria
4. Desenvolver as capacidades pessoais
5. Reorientar os serviços de saúde
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

Compromisso em:

- Intervir na área da politica de saúde e a defender um claro compromisso para a saúde e equidade
de rodos os setores;
- Contrariar as pressões a favor de produtos nocivos, depleção de recursos, insalubridade e má
nutrição;
- Responder às diferenças em saúde intra e inter sociedades;
- Reconhecer as populações como o principal recurso de saúde, apoiá-las e capacitá-las para a
conservação da saúde através de meios financeiros e outro;
- Reorientar os Serviços de Saúde e os seus recursos para a promoção da saúde, partilhando o
poder com outros setores e as próprias populações;
- Reconhecer a saúde como o maior investimento e desafio social e orientar a forma de viver numa
perspectiva ecológica.
1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde
(Ottawa, Canadá)

Intervenções em Promoção de Saúde

1- Construir Políticas Saudáveis

A promoção da saúde inscreve a saúde na agenda dos decisores políticos, em todos


os setores e a todos os níveis, consciencializando-os das consequências para a saúde
das suas decisões e levando-os a assumir as responsabilidades neste campo.

Uma política de promoção da saúde exige a identificação de obstáculos para a adoção


de políticas públicas em sectores não estritamente de saúde.
1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde
(Ottawa, Canadá)
2- Criar Ambientes Favoráveis

A promoção da saúde deve ter em conta a conservação dos recursos naturais, bem como a proteção dos
ambientes naturais e dos criados pelo Homem numa perspectiva de responsabilidade global.

Uma política de promoção da saúde deve assegurar a avaliação sistemática da actividade humana no
ambiente e suas repercusssões na saúde.
1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde
(Ottawa, Canadá)

3- Reforçar a Ação Comunitária

A promoção da saúde desenvolve-se através do reforço de poder (empowerment) das comunidades,


para que assumam o controlo dos seus próprios esforços e destinos.

A intervenção das comunidades visando a resolução dos problemas de saúde desenvolve-se a partir dos
seus recursos materiais e humanos, com base na auto-ajuda e no suporte social, e do acesso pleno e
contínuo à informação, através de oportunidades de aprendizagem sobre saúde e do adequado suporte
financeiro.
1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde
(Ottawa, Canadá)

4- Desenvolver Competências Pessoais

A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimento pessoal e social, e reforço das competências que
habilitem para uma vida saúdável e a fazer opções conducentes à saúde.

É fundamental capacitar as pessoas ao longo do ciclo de vida, na escola, em casa, no trabalho e nas
organizações comunitárias através de ações realizadas por organismos educacionais, empresariais e de
voluntariado.
1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde
(Ottawa, Canadá)

5- Reorientar os Serviços de Saúde

A responsabilidade da Promoção de Saúde deve ser partilhada entre os governos, os profissionais e as


instituições de saúde com os indivíduos e os grupos comunitários.

Os Serviços de Saúde devem orientar-se cada vez mais para a Promoção da Saúde, o que implicará
uma mudança de atitudes e da sua organização, focalizando-se nas necessidades totais do indivíduo,
enquanto pessoa, compreendido na sua globalidade.
Sintese da DAA e CO: pontos em comum

1. Assumem a Saúde como um Direito Humano Fundamental, de importância maior para o desenvolvimento das
Nações;
2. Partilham e assentam em princípios e valores como a justiça social; equidade em saúde; igualdade entre cidadãos;
solidariedade nacional e internacional; responsabilidade individual e coletiva; transparência de governos e
instituições;
3. Declaram como pré-requisitos essenciais: paz, habitação, educação, alimentação, recursos económicos, ambiente;
4. Defendem a abordagem multidisciplinar e interdisciplinar (mais abrangente na Carta de Ottawa) por forma a
resultar ações coordenada de vários sectores (saúde, economia, política, sociedade, cultura, ambiente…);
5. Apelam à intervenção e ao apoio da comunidade e organizações internacionais;
6. Partem da convicção de que pela vontade e esforço conjunto se poderia atingir a Meta de “Saúde para Todos no
Ano 2000” (e seguintes) − são recomendações e orientações para a sua persecução;
7. A Meta não foi atingida mas ambos geraram resultados e impactos – ganhos em saúde (com especificidades do
seu paradigma).

21
Síntese da DAA e CO

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Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

1988 – Adelaide – Áustrália


Intervenções:

- Apoiar a saúde das mulheres


- Alimentos e Nutrição
- Tabaco e Álcool
- Criar ambientes apropriados
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

1991 – Sundsvall – Suécia

Intervenções:
- Reforçar a defesa do ambiente através da acção comunitária
- Habilitar as comunidades e os indivíduos a controlar a saúde e
o ambiente
- Criar alianças pela saúde e ambientes apropriados
- Moderar os conflitos de interesse para assegurar a equidade
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

1997 – Jakarta – Indonésia

Promover a responsabilidade social pela saúde


Aumentar os investimentos no desenvolvimento da saúde
Restringir a produção e o comércio de produtos e substâncias prejudiciais
Salvaguardar o cidadão perante o mercado e a pessoa no local de trabalho
Incluir o impacto da equidade na saúde como integrante da apreciação de políticas de
desenvolvimento
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

2001 – Cidade do México – México


Intervenções:

- Reforçar a promoção da saúde baseada na evidência


- Investir na saúde
- Promover a responsabilidade social
- Incrementar a capacidade e o poder das comunidades
- Infraestruturas para a promoção da saúde
- Reformar o setor da saúde
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

2005 – Banguecoque - Tailândia


Intervenções:
- Promover a saúde com base nos direitos humanos e na solidariedade
- Investir em políticas sustentáveis, ações e infraestruturas para atuar nos determinantes da
saúde
- Desenvolver capacidades para o desenvolvimento de políticas, liderança, prática de
promoção da saúde, transferência de conhecimento, pesquisa e conhecimentos básicos de
saúde
- Regular e legislar para assegurar um alto nível de proteção de riscos e criar oportunidades
iguais de saúde e bem estar para todas as pessoas
- Construir parcerias e alianças com organizações públicas, privadas, não governamentais e
sociedade civil, com o objectivo de criar ações sustentáveis
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

2009 – Nairobi - Quénia


Intervenções:

- Adoptar políticas favoráveis à saúde


- Desenvolver competências no domínio da Promoção da Saúde
- Apoiar actividades comunitárias de saúde
- Reorientar os serviços de saúde colocando o Homem no centro de todas as actividades
- Criar condições que permitam às pessoas um maior controlo sobre as suas próprias
vidas
Conferências Mundiais para Promoção da Saúde

2013 – Helsinkia – Finlandia

- Saúde em Todas as Políticas


Estratégias de Promoção da Saúde

Devem ser adaptadas às necessidades de locais, aos


recursos disponíveis, aos sistemas sociais, culturais e
económicos, bem como às características do problema
em estudo.
A promoção da saúde combina diversas abordagens
complementares, nomeadamente estratégias pedagógicas,
legislativas, fiscais e de comunicação.
Estratégias de Promoção da Saúde

A Definição da Estratégia depende de:

- Perceção das necessidades


- Informação disponível
- Recursos que podem ser disponibilizados
A Qualidade da Estratégia adoptada depende de:

- Finalidade e objectivos
- Recursos disponíveis
- Reconhecimento dos obstáculos
- Redes estabelecidas
- Monitorização e avaliação
Estratégias de Promoção da Saúde
Tipos de Estratégias
Educação para a Saúde.
• Processo pedagógico que visa informar, motivar e ajudar as populações a adotar ou
manter comportamentos saudáveis.
Proteção da Saúde
• Conjunto de medidas, de natureza legislativa, fiscal ou social, visando a valorização
do ambiente de forma a criar condições favoráveis de saúde.
Marketing Social
• Conjunto de medidas, que recorrendo à imagem da saúde como um bem de
consumo visam evidenciar as vantagens da adoção de um comportamento
Lobby Político
• Intervenção multisetorial dos líderes da comunidade no sentido de colocar as
realizações no contexto da saúde na sua agenda política
Educação para a Saúde

“Processo de ambito intelectual, psicológico e


social, cujas actividades se destinam a aumentar a
consciência de saúde e as responsabilidades dos
indivíduos para assumirem decisões fundamentadas
acerca do seu bem-estar individual e dos grupos
onde se inserem”.
(OMS)
Educação para a Saúde

Objectivos da Educação para a Saúde

 Aumentar os conhecimentos actuais dos indivíduos e dos


grupos acerca dos fatores que favorecem a saúde
 Oferecer apoio para ações educativas no âmbito da saúde
 Fomentar e desenvolver a responsabilidade de cada um
pela sua saúde e pela saúde da comunidade
 Promover a capacidade dos indivíduos para identificar as
relações que existem entre a saúde e as condições sociais
e ambientais
Educação para a Saúde

Tendências Atuais...
 Cada vez mais cidadãos têm a possibilidade de escolher os seus
comportamentos relacionados com a saúde
 Interesse evidente por alguns determinantes da saúde
 Informação sobre tópicos de saúde cada vez mais disponível
 Expansão do acesso a tecnologias de informação
 Consciência dos direitos individuais e vontade de fazer escolhas
esclarecidas
Educação para a Saúde

Condicionantes...
1 – Na aquisição de conhecimentos
 As expetativas sobre as soluções
 A comunicação entre educadores e educados
 A informação sobre os problemas de Saúde

É essencial que:
O emissor acredite no recetor
O emissor acredite na mensagem
O recetor acredite no emissor
O recetor acredite na mensagem
A mensagem seja simples, precisa e
oportuna
Educação para a Saúde

Condicionantes...

2 – Na Modificação de Comportamentos

 A consciência dos problemas


 A motivação para os evitar ou resolver
 A capacidade em superar as dificuldades
 A capacidade de experimentar novos comportamentos e avaliar o efeito da mudança

Obstáculos a ultrapassar...

 Ideias pré-concebidas (impotência, fatalidade, vergonha, etc.)


 Assuntos Tabu (morte, cancro, sida, etc.)
 Inércia (dificuldade em assumir a mudança)
 Conflito entre desejo de saúde e outro desejo (ex.: prazer)
Educação para a Saúde

Aquisição de Conhecimentos e
Modificação de Comportamentos Actuar
(Interiorização)

Acreditar

Compreender
Relação de
Saber Ajuda
Motivação

Ações
Informação
Sistemáticas
Educação para a Saúde
Motivação – mecanismo psicológico com origem em estímulos
internos e externos, que levam o individuo à ação para obtenção de
um dado objectivo.
FATORES DE MOTIVAÇÃO

Internos/Individuais Externos/Grupais
Inteligência Pressão Social
Personalidade Sucesso/Prestígio
Motivações de Grupo
Motivações Individuais Aptidão Pessoal Realização Pessoal  A necessidade de saber
Afetividade Utilidade Social  A necessidade de afirmação
 Tipo de Caráter  A competição
 Aptidões Pessoais  A presença do Grupo
 Sensibilidade para  A perceção da utilidade e
o Problema da finalidade
 A pressão da conformidade
Educação para a Saúde

Programação da 1
Problema de Saúde
Educação para a Saúde
2
Etapas: Colheita de Dados/Construção de
Indicadores

3
Análise de Indicadores/Diagnóstico
da Situação

6
5 4
Avaliação Planificação
Execução
Educação para a Saúde
2

Colheita de Dados
1) Caracterizar a dimensão do problema de saúde
2) Caracterizar a comunidade quanto a aspectos culturais e sócio-
económicos:
- identificar tradições e valores que influenciam o problema de
saúde
- conhecer as decisões tomadas a nível local
- identificar lideres formais e informais
3) Identificar as unidades de saúde e outras organizações a envolver
4) Identificar os comportamentos a modificar
5) Identificar os fatores que influenciam os comportamentos
Educação para a Saúde
4

Planificação – seleção do modo de intervenção na comunidade através da


escolha dos meios, métodos, serviços a integrar nas ações a empreender.

- Modo de acesso à população (Centro de saúde, media, local de trabalho, clubes, etc.)
- População-alvo (total, grupos de risco)
- Abordagem (preventiva, pedagógica, comunitária)
- Método (activo, passivo)
- Meios de ação (conferências, mass media, animação comunitária)
- Meios de avaliação

Critérios de Seleção do Modo de Intervenção:


 Aceitação para a população e para os profissionais de saúde
 Pertinência relativamente a objectivos
 Eficiência (custo/benefício)
Educação para a Saúde
5

3 - Execução
Meios e técnicas a utilizar:
Sessões Educativas
- Palestras e debates
- Filmes, fotografias, diaporamas
- Fantoches, canções, danças
- Demonstrações
- Exposições temáticas

Comunicação de massas
- Jornais, rádio, Tv
- Cartazes, panfletos
Educação para a Saúde

6 Avaliação - processo através do qual se estima o impacto


de um programa da população-alvo
A avaliação é indispensável para:
1-Verificar se os objectivos foram alcançados
2 - Melhorar actividades futuras
3 – Comparar diferentes métodos
4 – Justificar as ações desenvolvidas
Educação para a Saúde
Programação em Educação para a Saúde

No final da etapa de Análise e Diagnóstico devem ser definidos:


- Objectivos intermediários
- População-Alvo
- Estimativa dos recursos disponíveis (financeiros, humanos, materiais)

No final da etapa de Planificação devem ser definidos:


- Objectivos específicos
- Estimativas de custos
- Estruturas e metodologias de ação e avaliação

No final da etapa de Execução deverão existir:


- Resultados quantificáveis e interpretáveis
Saúde pública: funções essenciais

 Prevenir
 Promover
 Proteger
 Vigiar
 Investigar e diagnosticar
 Desenvolver políticas e estratégias
 Organizar serviços e respostas a problemas de saúde
 Comunicar
 Avaliar
 Fazer investigação científica relevante
 Inovar metodologicamente
 Formar e educar
 Advogar
Saúde pública: funções essenciais

Prevenção da doença
 Conjunto de medidas que visam não só evitar a ocorrência da doença e a redução dos fatores
de risco mas também diminuir a sua progressão e as sequelas, uma vez estabelecida a doença.

Fonte: http://www.emro.who.int/about-who/public-healthfunctions/health-promotion-disease-prevention.html

Abordagem de alto risco (DGS, 2017)


Dirigida a indivíduos particularmente predispostos a uma doença

Abordagem populacional
Controlar os fatores da população como um todo
Exemplo: vacinação VASPR (todas as crianças, abordagem populacional) e vacinação antigripal (abordagem de alto risco) ou
suplementação alimentar.
O que é Doença?

Hospedeiro
Produto da interação Comprometimento do estado normal de um ser vivo que
perturba o desempenho das funções vitais. Manifesta-se
através de sinais e sintomas e é resposta a fatores
ambientais, agentes infeciosos específicos, alterações
orgânicas ou combinações destes fatores.
Hospedeiro - Indivíduo
Vetor Doença Agente Fonte: https://www.merriam-webster.com/dictionary/
Agente- biológico, químico, físico,
nutricional
Meio ambiente- contexto da exposição

Vetor – Como mosquito, carraças


Meio
Ambiente
Mecanismos de transmissão

• Direta : transmitida de pessoa a • Indireta: transmitida através de


pessoa por contato direto um veículo comum (água, ar, etc)
• Exemplos: ou vetor
• Exemplos
• Gripe,
• Doenças sexualmente • Dengue
transmissíveis • Mesotelioma
• COVID-19..

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História natural da doença

Gravidade da doença

Início Evidência Sinais e Procura de


biológico da patológica sintomas da cuidados Diagnóstico Tratamento
doença da doença doença médicos
História Natural da Doença

 As etapas são:
 Fase de suscetibilidade
 Fase pré-sintomática
 Fase de doença clínica
 Fase de cura, incapacidade ou morte
História natural da doença

Cura, controlo,
incapacidade,
Fase pré-clinica Fase clinica morte

Início Evidência Sinais e Procura de


biológico da patológica sintomas da cuidados Diagnóstico Tratamento
doença da doença doença médicos

Fase suscetibilidade
História Natural da Doença

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Fase de Suscetibilidade

FACTORES DE RISCO

Neste fase a doença não se desenvolveu, mas os seus


alicerces estão criados pelo contacto com fatores de risco.
A presença destes fatores está associada a uma maior
probabilidade de que determinada doença venha a
desenvolver-se.
Fase Pré-sintomática

Devido à interação dos factores de risco, começam a


ocorrer alterações que estão abaixo do nível do
“horizonte clínico”, isto é, há alterações patológicas
mas não são detetáveis sinais ou sintomas.
Fase de Doença Clínica

 Nesta fase há alterações orgânicas suficientes para


produzir sinais ou sintomas evidentes de doença.
 É importante subdividir esta fase para melhor
tratamento dos doentes e possibilitar o estudo
epidemiológico.
 A classificação pode ter como base uma subdivisão de
ordem morfológica, funcional ou terapêutica.
Fase de Cura, Incapacidade ou Morte

 Algumas doenças seguem o seu curso e curam-se


completamente, seja de modo espontâneo, seja sob a influência
da terapêutica.

 Outras situações dão lugar a efeitos residuais de curta ou longa


duração, podendo progredir para efeitos graves que terminam
com a morte do hospedeiro.
Níveis de Prevenção

 Primordial

 Primária

 Secundária

 Terciária
Prevenção Primordial

Prevenção da emergência Exemplos:


de padrões e estilos de vida • Utilização obrigatória de cinto
segurança
de ordem social, económica • Utilização obrigatória capacete
para motociclos
e cultural que contribuem

para aumentar o risco de

doença.

59
Prevenção Primária

Exemplo de sucesso

Prevenção da doença

através do controle dos


Exemplo de insucesso fatores de risco.

60
Prevenção Secundária

Redução nas consequências da doença,

através do diagnóstico precoce e tratamento.

Rastreio pré-natal Diagnóstico pré-natal


Colposcopia - rastreio neo colo do utero

61
Prevenção Terciária

Redução das complicações

da doença sendo um

importante aspeto da

terapêutica e da reabilitação

62
Níveis de Prevenção

Prevenção primordial: determinantes


Prevenção primária: risco individual
Prevenção secundária e terciária: doença
específica e subgrupos populacionais

Slide cedido pela Prof. Ana João Santos


História natural da doença e níveis de
prevenção
Cura, controlo,
incapacidade,
Fase pré-clinica Fase clinica morte

Início Evidência Sinais e Procura de


biológico da patológica sintomas da cuidados Diagnóstico Tratamento
doença da doença doença médicos

Fase
suscetibilidade

Prevenção
Prevenção Prevenção terciária
primária secundária
Estratégias de prevenção e controlo de doença

Estratégia
de Prevenção Prevenção Prevenção
primária secundária terciária
prevenção

Fase da doença na assintomática assintomática sintomática


população

Efeitos Redução da Redução das


Redução da
da estratégia prevalência complicações
incidência
de prevenção /consequências /incapacidade

65
 A Prevenção Primária atua na fase de suscetibilidade, visa
limitar a incidência da doença controlando as causas e os fatores
de risco.
 A Prevenção Secundária atua antes da fase sintomática e tem
como objetivo reduzir a prevalência da doença.
 A Prevenção terciária atua após a fase clinica da doença e tem
como objetivo reduzir a prevalência da doença e a mortalidade.
Da história natural à prevenção…
Diabetes
Doença crónica que ocorre quando há níveis elevados de glicose no sangue, porque o
organismo produz menos insulina e a insulina faz menos efeito (DIABETES ATLAS,
International Diabetes Federation, 2019)

Slide cedido por Prof Dulce do Ó


Diabetes Tipo 2
Quais os fatores de risco?

 Idade

 Alimentação pouco saudável

 Sedentarismo / inatividade física

 Obesidade

 Diabetes gestacional / Filhos com excesso de peso à nascença

 Doença vascular ou fatores de risco cardiovascular

 Historia familiar de diabetes

68
Slide cedido por Prof Dulce do Ó
Fase
Fase suscetibilidade Fase pré-clinica Fase clínica
controlo/incapacidade

Complicações
Alterações Procura de
Fatores de risco (retinopatia, pé
metabolismo cuidados saúde
diabético)

Prevenção
Prevenção primária Prevenção secundária Prevenção terciária
secundária/terciária

Controlo peso Alimentação


Diagnóstico adequada Rastreio da
Prática exercício físico Retinopatia
precoce
Alimentação saudável Medicação Diabética
Avaliação do
Cálculo de risco
do Pé Diabético
https://www.dgs.pt/programa-nacional-para-a-diabetes/material-de-
campanha/evite-ou-retarde-as-consequencias-da-diabetes-jpg.aspx
Referências

• Beaglehole, R., Bonita, R., Horton, R., Adams, O. & McKee, M. (2004). Public health in the new
era: improving health through collective action. Lancet, 363: 2084–86
• Bonita, R., Beaglehole, R., Kjellström, T. (2010). Epidemiologia básica. Livraria Santos, 2ª edição:
São Paulo.
• Direção-Geral da Saúde (2017). Semântica da informação em saúde. Direção de Serviços de
Informação e Análise, DGS: Portugal.
• Loureiro, I. & Miranda, N. (2010). Promover a saúde: dos fundamentos à áção. Almedina:
Coimbra.
• Miguel, J. P. (2011). Investigação em saúde pública: precisa-se! In Direçãop Geral de Saúde (Ed)
Public Health: Information, Knowledge and Action. Gradiva Publicações: Lisboa
• World Health Organisation (2018). Essential public health functions, health systems and health
security: developing conceptual clarity and a WHO roadmap for action. Geneva: World Health
Organization; 2018. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

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