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Solange Bertozi
4ª AULA
ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
A promoção da saúde é diferente da prevenção de doenças. A promoção implica em ações
mais amplas, nos diversos âmbitos da vida humana (familiar, de trabalho, estudos, lazer) que
pretendem criar saúde, ambientes salutares, hábitos e estilos de vida saudáveis, enquanto a
prevenção de doenças trata de orientar a prevenção de patologias específicas, por exemplo,
prevenir a hipertensão arterial, o diabetes melitus, a AIDS, e assim por diante. Ambas estão
relacionadas, pois ambas contribuem para a saúde como um todo. Mas como se pode promover
saúde? O que fazer para que a promoção da saúde aconteça? É sobre isto que trata esse capítulo.
Bons estudos.
Objetivos da Aprendizagem
Seções de Estudo
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Promoção e prevenção da saúde mental nas instituições –
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Deste modo, mais uma vez a promoção da saúde aparece atrelada à ideia de estilo
de vida: nutrição, ambiente (ambiente biológico/ ambiente social/ relações afetivas),
educação sexual, orientação para o matrimônio e parentalidade (ter filhos), moradia,
trabalho, lazer, manutenção da saúde com exames e educação. Sendo assim, a ideia de
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promover saúde perpassa a psicoeducação, temas que podem ser tratados num processo
psicoeducativo - relacionamentos, vida conjugal, educação sexual, reprodução, entre
outros, além destes, os temas básicos da inclusão social, também inclusos nos focos da
psicologia, tais como os direitos básicos – moradia, alimentação, etc., e direitos humanos.
Ou seja, toda a sociedade, todos os comportamentos humanos, modos de vida, ações de
trabalho, estudo, lazer, constituição de um grupo familiar estão englobados nas estratégias
de promoção de saúde.
Grosso modo, ao olhar para a questão do comportamento, algumas posições em
promoção da saúde se pautaram na questão individual, nos hábitos do indivíduo e seus
impactos sobre sua condição de saúde – observando fatores tais como, “fumo, obesidade,
promiscuidade sexual, abuso de substâncias psicoativas, entre outras” (BUSS, 2003 apud
PEREIRA; OLIVEIRA, 2014, p. 45). Todos estes fatores estão associados aos estudos
sobre a gênese saúde/doença, não devem ser considerados de forma isolada, mas em
conjunto aos fatores biológicos, sociais e psicológicos na determinação do processo
saúde/doença.
No Canadá, pesquisas sobre promoção de saúde mostraram a importância de se
investir no fator social, na criação de locais onde se priorizasse a promoção de saúde,
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como os esforços para a APS (Atenção primária em saúde) onde se tem a promoção e
prevenção em saúde. Uma meta para a saúde de todos foi estabelecida, elencando-se oito
medidas:
[...] educação em saúde, promoção de boa nutrição, abastecimento adequado
de água potável e saneamento básico, prevenção de doenças endêmicas locais,
tratamento adequado de doenças e lesões comuns; fornecimento de
medicamentos essenciais, assistência materno-infantil, imunização contra as
principais enfermidades infecciosas e planejamento familiar (UNICEF/Brasil,
1979 PEREIRA, OLIVEIRA, 2014, p. 45).
OLIVEIRA, 2014, p. 52). Trata-se tanto do espaço físico quanto do espaço social, nas
relações estabelecidas entre pessoas, que podem ser salutares ou não.
O fortalecimento da ação comunitária visa fortalecer o direito à participação das
comunidades. “[...] têm como objetivo fortalecer em direitos e em participação, grupos,
pessoas ou populações sujeitos a discriminação e exclusão, fiscalizar os poderes estatais
e os grandes interesses econômicos e lutar contra a opressão” (PEREIRA; OLIVEIRA,
2014, p. 52). Porém, esse fortalecimento depende da educação das pessoas para que
possam conhecer os mecanismos e pleitear suas demandas e direitos perante a sociedade,
viabilizando ações efetivas, depende do processo de aquisição de conhecimentos e de
poder político pelos indivíduos e pela comunidade (PEREIRA; OLIVEIRA, 2014).
O desenvolvimento de habilidades pessoais também depende do processo de
aquisição de conhecimentos e de poder político para os indivíduos e a comunidade, eles
devem ser educados para isso, preparados para defender seus pleitos. “Para tanto, é
imprescindível a divulgação de informações sobre a educação para a saúde, o que deve
ocorrer no lar, na escola, no trabalho e em muitos outros espaços coletivos” (PEREIRA;
OLIVEIRA, 2014, p. 53).
A reorientação dos serviços sanitários pauta-se em educar para a compreensão de
que a saúde não depende apenas de atenção médica e curativa, mas de diversos outros
elementos do cotidiano das pessoas.
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Boa parte dos estudos produzidos no Brasil sobre promoção da saúde, atualmente
se dividem em duas linhas principais. A primeira enfatiza estilos de vida saudáveis, mais
voltada aos comportamentos individuais. Esta visão está bastante associada à visão das
capacidades físico-funcionais e ao bem-estar físico, deste modo sendo mais
individualista. Neste modelo, as estratégias são direcionadas para as mudanças de
comportamento do indivíduo e do grupo (ÁVILA, 2014).
sociais, dentre eles, o esporte e o lazer” (SANTOS, 2014 apud OLIVEIRA; COSTA,
2021, p. 23), sobre os direitos ditos sociais, eles tem relação estreita com o estilo de vida,
logo, com o bem-estar e qualidade de vida, um dos pilares da promoção da saúde.
A segunda linha olha para os determinantes sociais da saúde:
“[...] fatores socioeconômicos, culturais, políticos, ambientais que demandam
intervenções na esfera política, na promoção de espaços saudáveis, no empoderamento
das populações e comunidades, bem como na reorientação dos serviços de saúde”
(ÁVILA, 2014, p. 205). Para esta visão, é necessário que haja diálogo e olhar crítico por
diversos profissionais e áreas de conhecimento, setores governamentais, que haja ampla
participação no debate, proposição e execução de soluções para problemas considerados
no bojo da questão social” (ÁVILA, 2014).
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Outra prática apontada nos estudos levantados por Avila (2014) diz respeito à
utilização de saberes, da produção deles para a transformação em situações de trabalho,
neste caso, voltados ao bem-estar no ambiente laboral. “Esta proposta está embasada na
perspectiva da Ergologia desenvolvida por Yves Schwartz, na França, que preconiza a
atividade como matriz da história humana” (ÁVILA, 2014, p. 207).
No Brasil, a Política Nacional de Promoção de Saúde (PNPS) enfatiza aspectos
como “modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer,
cultura, acesso a bens e serviços essenciais” (PEREIRA, OLIVEIRA, 2014, p. 59).
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O que se vê mais comumente como prática é tratar esses temas dentro de uma
perspectiva curativa e individual, enquanto que a promoção de saúde, dentro de uma visão
preventiva, não é realizada com o afinco que merece. Os avanços identificados em bem-
estar e saúde, em grande parte, devem-se a promoção e prevenção, as vacinas, por
exemplo, que diminuíram ou erradicaram doenças, significando um avanço importante e
crucial à saúde. Outro exemplo trata das discussões públicas sobre saúde e alimentação,
que regulam a indústria, visando contribuir para a promoção de melhor qualidade de vida,
e contribuir para a prevenção, por exemplo, de doenças como a hipertensão arterial e o
diabetes.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o
consumo de alimentos industrializados no País é responsável por 23,8% do
consumo de sódio, estima- se que essa participação aumente para 60% nos
próximos anos. Devido aos riscos do alto consumo de sódio, o Ministério da
Saúde desenvolveu o Plano Nacional da Redução do Sódio em Alimentos
Processados, objetivando o consumo indicado pela OMS. Para isso, entre 2017
e 2020 as reduções nos alimentos industrializados chegariam a 50% (PAES;
RAVAZI, 2018, p. 379).
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ATENÇÃO
!
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da aula 4. Vamos agora retomar os conteúdos?
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Leituras:
Baixe e leia: PNPS (Política Nacional de Promoção da Saúde). Brasília: DF, 2018.
Disponível em: <
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude.pdf>.
Acesso em 01/11/22.
Sites:
Filmes sugeridos:
Referências
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BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida (2000). Ciência &
Saúde Coletiva, 2000, 5(1): p. 163-177. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/csc/a/HN778RhPf7JNSQGxWMjdMxB/?format=pdf&lang=pt>
. Acesso em 15/10/22.
COHN, Amélia et al. A saúde como direito e como serviço. 6. ed. São Paulo: Cortez,
2010.
DUDH - DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Rio de
Janeiro: UNIC, 2009 [1948]. Disponível em:
https://www.oas.org/dil/port/1948%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20d
os%20Direitos%20Humanos.pdf. Acesso em 29/06/22.
PAES, João Antonio de Souza; RAVAZI, Rodrigo Fabiano (2018). Técnicas para
redução de sódio em alimentos industrializados. REGRAD, UNIVEM/Marília-SP,
agosto, v. 11, n. 1, p. 379-390. Disponível em: <
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact
=8&ved=2ahUKEwj8xYeBnN77AhWaqZUCHeiwDyoQFnoECD8QAQ&url=https%3
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A%2F%2Frevista.univem.edu.br%2FREGRAD%2Farticle%2Fview%2F2626%2F742
&usg=AOvVaw0_SZAjSNhBMqmDW7Nwwe2U>. Acesso em 12/11/22.
MINHAS ANOTAÇÕES
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