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Deborah Teixeira
Conceitos de promoção da
saúde, prevenção de doenças
e reabilitação da saúde
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os conceitos de promoção da saúde, prevenção de do-
enças e reabilitação da saúde.
Verificar que a alimentação e a nutrição são importantes formas
de promover a saúde.
Identificar as diferenças de saúde preventiva e curativa e ver como
esses conceitos (promoção, prevenção e reabilitação) podem ser
aplicados na prática assistencial de saúde.
Introdução
Neste texto, você estudará os conceitos de promoção da saúde, pre-
venção de doenças, reabilitação da saúde. Também identificará as
características que diferenciam saúde preventiva e saúde curativa.
Por muito tempo, as ações de saúde preventivas eram separadas das
curativas. Hoje, prevenção e cura andam de mãos dadas para a pro-
moção da saúde, a prevenção das doenças, o diagnóstico precoce e
o tratamento e a reabilitação da saúde, buscando a integralidade da
atenção à saúde.
Promoção da saúde
Historicamente, a atenção à saúde no Brasil foi desenhada com ênfase na
prestação de serviços médicos individuais, de enfoque curativo, a partir da
procura espontânea da população aos serviços de saúde.
O conceito abrangente de saúde, definido na Constituição de 1988, nor-
teou a mudança progressiva dos serviços. O modelo assistencial centrado na
doença e no atendimento evoluiu para um modelo de atenção integral à saúde,
com incorporação progressiva de ações de promoção e de proteção da saúde,
ao lado das medidas de recuperação.
Prevenção de doenças
Você pode consultar o capítulo específico desta obra em que são explicadas
com detalhe as diferenças entre saúde pública e saúde coletiva. Embora carre-
guem aparente similaridade, os termos se referem a dois campos distintos: a
saúde pública está ligada ao setor governamental e voltada aos problemas de
saúde que atingem a população. A saúde coletiva diz respeito a um processo
mais amplo, de trabalho com foco na promoção da saúde, na prevenção de
riscos e agravos, na reorientação da assistência, na melhoria da qualidade de
vida, privilegiando relações entre as pessoas e instituições envolvidas no cui-
Exemplo
Reabilitação da saúde
As ações de recuperação/reabilitação envolvem o diagnóstico e o tratamento
de doenças, acidentes e danos de toda natureza, a limitação da invalidez e a
reabilitação. Essas ações são exercidas pelos serviços públicos de saúde (am-
bulatoriais e hospitalares) e, de forma complementar, pelos serviços particu-
lares, contratados ou conveniados, que integram a rede do SUS, nos níveis fe-
deral, estadual e municipal, particularmente nos dois últimos, onde deve estar
concentrada a maior parte dessas atividades. As ações típicas são consultas
médicas e odontológicas, a vacinação, o atendimento de enfermagem, exames
diagnósticos e o tratamento, inclusive em regime de internação, em todos os
níveis de complexidade. A realização de todas essas ações para a população
deve corresponder às suas necessidades básicas, que transparecem tanto pela
demanda, como pelos estudos epidemiológicos e sociais de cada região, ser-
vindo como base para o planejamento da produção de serviços.
O tratamento deve ser prestado ao paciente portador de qualquer alteração
de sua saúde, devendo ser conduzido, desde o início, com a preocupação de
impedir o surgimento de eventuais incapacidades decorrentes das diferentes
doenças e danos.
A reabilitação consiste na recuperação parcial ou total das capacidades
no processo de doença e na reintegração do indivíduo ao seu ambiente so-
cial e à sua atividade profissional. Com essa finalidade, são utilizados os
serviços hospitalares e também os comunitários, para fins de reeducação e
treinamento, reemprego do reabilitado ou sua colocação seletiva, por meio
de programas específicos junto às indústrias e ao comércio, para a absorção
dessa mão de obra.
As ações de recuperação da saúde podem e devem ser planejadas, por
meio de estudos epidemiológicos, definição de cobertura e concentração das
ações ambulatoriais e hospitalares, aplicando-se parâmetros de atendimento.
No caso da atenção a grupos de risco, a previsão e o planejamento dessas
ações tornam-se conjugadas às ações de promoção e proteção da saúde.
A avaliação e a redução de riscos tanto pode ser realizada em uma abordagem
individual voltada para as pessoas de alto risco, como também em uma abordagem
populacional, para reduzir o risco geral do agravo quando este está distribuído
na população. Na abordagem populacional, a prevenção acontece de forma mais
Daí vem o conceito e prática dos programas de saúde, que são parte da pro-
dução geral das ações de saúde pelas instituições, unidades e profissionais da área.
Você percebe, assim, que os programas de saúde são eficientes para a população-
-alvo somente quando as normas nacionais e estaduais respeitam as condições
sociais, epidemiológicas, institucionais e culturais existentes ao nível regional ou
microrregional, passando por adaptações e até recriações nesses níveis.
2. Você sabe que fazem parte da prática que NÃO corresponde a uma ação da
das equipes de Atenção Primária saúde preventiva, e sim curativa.
(por exemplo, na estratégia saúde da a) Protocolo de atendimento à
família e Unidades Básicas de Saúde dengue – principalmente nos
Tradicionais) ações coletivas e indi- meses chuvosos.
viduais para prevenção de doenças. b) Avaliação cognitiva e de risco de
Assinale a alternativa CORRETA que queda anualmente dos idosos.
corresponde a essas ações. c) Grupos educativos de orientação
a) Campanhas Nacionais de Imu- nutricional para redução de risco
nização contra influenza, HPV e de obesidade e suas comorbi-
poliomielite. dades.
b) Orientação da população e veri- d) Protocolo de rastreamento e
ficação das condições das casas detecção precoce do câncer de
no que diz respeito à procura de mama.
possíveis focos para o mosquito e) Grupos educativos de risco de au-
transmissor da dengue: prato de tomedicação, cuidado com medi-
planta sem areia, pneus, garrafas camentos e armazenamento.
e caixas d’água destampadas, etc. 4. A palavra “prevenção” deriva do latim
c) Coleta de colpocitologia oncótica praeventionis, que é a ação de prevenir
(popularmente conhecido como advertindo. Ou seja, anteceder-se a
exame de Papanicolaou, que algo. Mas, no âmbito da saúde, o con-
visualiza o colo do útero e coleta ceito de prevenção é mais amplo e visa
material histológico para análise) a nortear também ações e operacio-
em todas as mulheres com idade nalizar o sistema. Sobre este conceito,
entre 25 e 64 anos que mantêm assinale a alternativa INCORRETA.
atividade sexual. a) As ações de prevenção primária
d) Busca ativa de sintomáticos res- acontecem antes do adoeci-
piratórios com coleta de escarro mento e visam à mudança dos
de todos os usuários do serviço hábitos e maior qualidade de
de saúde que estão com tosse há vida. Neste caso, ações como
mais de três semanas. orientação de alimentação,
e) Todas as alternativas estão corretas. higiene, sono e vacinação podem
3. Há cerca de 70 anos, as pessoas procu- ser exemplos bem definidos.
ravam o médico quando tinham uma b) Na prevenção secundária, as
dor, uma ferida, um sangramento, ações já preveem o aconteci-
enfim, apenas quando algo estava mento da doença, sendo defi-
errado. Era com base nessa procura nidas como diagnóstico e trata-
que os serviços de saúde organizavam mento precoce.
seus atendimentos. Ações preventivas c) As ações de prevenção terciária
eram poucas, como a vacinação em são de reabilitação, pois já existe a
massa. Hoje, você tem à disposição doença ou lesão instalada.
diversos protocolos de atendimento d) O conceito ampliado de pre-
que visam à prevenção como nortea- venção inclui todas as ações
dora das ações. Assinale a alternativa possíveis e aplicadas para impedir
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