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EDUCAÇÃO EM

SAÚDE
PROFA LARISSA RODRIGUES MATTOS
CONTEÚDO DA AULA

Educação em Saúde
e Educação na
Saúde;

O que é
aprendizagem;

Educação
Permanente e
Educação em Saúde.
OBJETIVOS DA AULA

Apresentar os
conceitos de Discutir as
Problematizar o
Educação em diferenças entre
conceito de
Saúde e Educação
aprendizagem
Educação na Continuada e
significativa na
Saúde e suas Educação
Enfermagem.
interfaces com a Permanente
Enfermagem;
Leitura em sala do artigo:

Falkenberg, Mirian Benites et al. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e


implicações para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2014, v. 19, n. 03
[Acessado 16 Agosto 2021] , pp. 847-852. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-
81232014193.01572013>. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-
81232014193.01572013 .
Educação em saúde
◦ O Ministério da Saúde define educação
em saúde como:
◦ Processo educativo de construção de
conhecimentos em saúde que visa à
apropriação temática ela população [...].
Conjunto de práticas do setor que
contribui para aumentar a autonomia
das pessoas no seu cuidado e no debate
com os profissionais e os gestores a fim
de alcançar uma atenção de saúde de
acordo com suas necessidades.

(FALKENBERG et al, 2014)


As práticas de educação em saúde
envolvem três segmentos de atores
prioritários:
População que
Profissionais de
necessita
saúde que
construir seus
valorizem a
Gestores que conhecimentos e
prevenção e a
apoiem esses aumentar sua
promoção tanto
profissionais; autonomia nos
quanto as
cuidados,
práticas
individual e
curativas;
coletivamente.

Embora a definição do MS apresente elementos que pressupõem essa interação entre


os três segmentos das estratégias utilizadas para o desenvolvimento desse processo,
ainda existe grande distância entre retórica e prática. (FALKENBERG et al, 2014)
Educação em saúde e a atuação
do enfermeiro
Atividades com os
nossos pacientes;

Cenários Atividades com a

possíveis: equipe de saúde;

Educação em cursos
técnicos e na
graduação.
Educação em saúde
➢A educação em saúde como processo político pedagógico requer o desenvolvimento
de um pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações
transformadoras que levem o indivíduo à sua autonomia e emancipação como sujeito
histórico e social, capaz de propor e opinar nas decisões de saúde para cuidar de si,
de sua família e de sua coletividade.
➢As práticas de educação em saúde são inerentes ao trabalho em saúde, mas muitas
vezes estão relegadas a um segundo plano no planejamento e organização dos
serviços, na execução das ações de cuidado e na própria gestão.
➢Outras formas de educação em saúde eram caracterizadas por ações verticais de
caráter informativo com o intuito de transformar hábitos de vida, colocando o
indivíduo como o responsável pela sua saúde.
➢Deve ser enfatizada a educação popular em saúde, que valoriza os saberes, o
conhecimento prévio da população e não somente o conhecimento científico.

(FALKENBERG et al, 2014)


Educação para a saúde
➢Também é outro termo usual ainda hoje nos serviços de saúde.

➢Aqui se supõe uma concepção mais verticalizada dos método e práticas educativas, que remete ao que
Paulo Freire chamou de educação bancária.

➢É como se os profissionais de saúde devessem ensinar uma população ignorante o que precisaria ser feito
para a mudança de hábitos de vida, a fim de melhorar a saúde individual e coletiva.

➢ Muitas práticas educativas nos serviços de saúde ainda são feitas com esta visão, apesar da participação
comunitária estar presente na retórica de muitos gestores, profissionais de saúde e educadores e
preconizada nos princípios e diretrizes do SUS9.

➢ Movimentos sociais, tais como o Movimento de Educação Popular, protagonizado pelo educador Paulo
Freire, na década de 1960, influenciaram o campo de práticas da educação em saúde, incorporando a
participação e o saber popular à área, dando lugar a processos educativos mais democráticos.

(FALKENBERG et al, 2014)


Educação popular em saúde
➢É um movimento histórico de mudanças, inicialmente proposta por profissionais de saúde insatisfeito com as práticas
mercantilizadas e repetitivas dos serviços de saúde, que não atendiam às camadas mais necessitadas da população
brasileira.

➢A educação popular em saúde passou a se constituir em uma estratégia de enfrentamento aos problemas de saúde
encontrados, procurando fortalecer os movimentos sociais e criar vínculos entre a ação médica e o pensar cotidiano da
população.

➢Organiza-se a partir da aproximação com outros sujeitos no espaço comunitário, privilegiando os movimentos sociais
locais, num entendimento de saúde como prática social e global e tendo como balizador ético-político os interesses das
classes populares.

➢Baseia-se no diálogo com os saberes prévios dos usuários dos serviços de saúde, seus saberes “populares”, e na análise
crítica da realidade.

➢A educação em saúde, então, é prática privilegiada no campo das ciências da saúde, em especial da saúde coletiva, uma
vez que pode ser considerada no âmbito de práticas onde se realizam ações em diferentes organizações e instituições por
diversos agentes dentro e fora do espaço convencionalmente reconhecido como setor saúde.

➢Continua sendo hoje um desafio aos gestores e profissionais na busca por práticas integrais, mais voltadas às reais
necessidades das populações e considerando, como suporte para essas práticas, tanto processos de informação e
comunicação como de participação popular e participação social.
(FALKENBERG et al, 2014)
Educação na saúde
➢Consiste na produção e sistematização de conhecimentos relativos à formação e ao desenvolvimento para a
atuação em saúde, envolvendo práticas de ensino, diretrizes didáticas e orientação curricular.

➢Os cenários de atuação dos profissionais da saúde são os mais diversos e com o rápido e constante
desenvolvimento de novas tecnologias.

➢Além de exigências diárias envolvendo inteligência emocional e relações interpessoais se faz necessário que haja
algo para além da graduação, que possa tornar os profissionais sempre aptos a atuarem de maneira a garantir a
integralidade do cuidado, a segurança deles próprios como trabalhadores e dos usuários e a resolubilidade do
sistema.

➢Nesse processo de múltiplas determinações e relações torna-se fundamental o papel das instituições de serviço
para o desenvolvimento das capacidades dos profissionais, de maneira a contribuir para essa formação.

➢Para tanto, há duas modalidades de educação no trabalho em saúde: a educação continuada e a educação
permanente.
◦ Deve ser enfatizada a educação permanente em saúde, de maneira a buscar nas lacunas de conhecimento dos
profissionais, ações direcionadas a qualificação dos processos de trabalho em saúde considerando as
especificidades locais e as necessidades do trabalho real.
EDUCAÇÃO CONTINUADA

Envolve as atividades de
Consiste no processo de
ensino após a graduação,
aquisição sequencial e
possui duração definida e
acumulativa de informações
utiliza metodologia tradicional,
técnico- científicas pelo
tais como as pós-graduações,
trabalhador, por meio de
enquanto a educação
escolarização formal, de
permanente estrutura-se a
vivências, de experiências
partir de dois elementos: as
laborais e de participação no
necessidades do processo de
âmbito institucional ou fora
trabalho e o processo crítico
dele.
como inclusivo ao trabalho;

(FALKENBERG et al, 2014)


Educação permanente
O desafio da educação permanente é
estimular o desenvolvimento da
consciência nos profissionais sobre o seu
Já a educação permanente consiste em
contexto, pela sua responsabilidade em
ações educativas embasadas na
seu processo permanente de
problematização do processo de
capacitação. Assim, é necessário que os
trabalho em saúde e que tenham como
serviços de saúde revejam os métodos
objetivo a transformação das práticas
utilizados em educação permanente, de
profissionais e da própria organização do
forma que esta seja um processo
trabalho, tomando como referência as
participativo para todos. Ela tem como
necessidades de saúde das pessoas e
cenário o próprio espaço de trabalho,
das populações, a reorganização da
no qual o pensar e o fazer são insumos
gestão setorial e a ampliação dos laços
fundamentais do aprender e do
da formação com o exercício do
trabalhar. Essa seria uma educação
controle social em saúde.
muito mais voltada para a
transformação social do que para a
transmissão cultural.

(FALKENBERG et al, 2014)


Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2018-2019
Breve histórico das legislações que
embasam a Política Nacional de
Educação Permanente em Saúde
Constituição Federal de 1988:

• Art. 196°: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas”. →As ações e serviços públicos de saúde passam a integrar
uma rede regionalizada e hierarquizada, constituindo um sistema único em todo o
território nacional.
• Art. 200°: cabe ao sistema único de saúde, dentre outras funções, a ordenação da
formação de recursos humanos na área de saúde.

Lei n° 8080 de 1990

• Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a


organização eo funcionamento dos serviços correspondentes, reafirma o papel
formador do então novo sistema público de saúde do país, quando descreve a
ordenação da formação de recursos humanos como campo de destaque de
atuação para o setor.
Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2018-2019
Em 2004, foi então instituída a Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde (PNEPS) por meio da então Portaria GM/MS nº 198
◦ “Conceito pedagógico, no setor da saúde, para efetuar relações orgânicas entre ensino e as ações e
serviços, e entre docência e atenção à saúde, sendo ampliado, na Reforma Sanitária Brasileira, para as
relações entre formação e gestão setorial, desenvolvimento institucional e controle social em saúde”.

Em 2007, o Ministério da Saúde publicou as diretrizes para a


implementação da Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde, a qual reafirmava a
“responsabilidade constitucional do Sistema Único de
Saúde de ordenar a formação de recursos humanos para a
área de saúde e de incrementar, em sua área de atuação,
o desenvolvimento científico e tecnológico”.

Esta Portaria ainda apresentou as orientações


acerca da elaboração dos Planos Estadual e
Regionais de Educação Permanente em Saúde,
além de ter instruído, pela primeira vez, a
transferência de recursos federais destinados à
PNEPS para os estados e suas regiões de saúde.

Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2018-2019


Leitura em sala do artigo:

Sousa, Alana Tamar Oliveira de et al. A utilização da teoria da


aprendizagem significativa no ensino da Enfermagem. Revista
Brasileira de Enfermagem [online]. 2015, v. 68, n. 4 [Acessado 22
Agosto 2021] , pp. 713-722. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/0034-7167.2015680420i>. ISSN 1984-0446.
https://doi.org/10.1590/0034-7167.2015680420i.
O que se entende por aprendizagem
significativa?
A Aprendizagem Significativa é uma
abordagem que se apropria de É uma abordagem em que o elemento
experiências e de vivências anteriores estudado ou apreendido tem relação
dos profissionais e estimula no indivíduo o direta com alguma realidade presente
desejo de aprender cada vez mais, uma na memória cognitiva do profissional, isto
vez que compreende que o é, quando o objeto do conhecimento
conhecimento deve ser construído, estudado lhe é familiar e reconhecível no
considerando os novos conhecimentos e mundo concreto e faz sentido como
o que já se tem como consolidado na parte da sua vida.
memória dos profissionais.

Considera assim aprendizagem como um Esse conceito está embasado na


processo contínuo, pessoal, dinâmico, de produção de conhecimentos que
interação (entre a nova informação e o respondam aos questionamentos que
conhecimento prévio) e interativo surgiram nas experiências e nas vivências
(porque se estabelece entre sujeitos). dos profissionais.

Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2018-2019


A Política de Educação Permanente em Saúde parte
do pressuposto da Aprendizagem Significativa, ou seja,
educadores e estudantes tem papéis diferentes dos
tradicionais. Nessa direção, o professor não é mais a
fonte principal da informação (conteúdos), mas
facilitador do processo ensino-aprendizagem, que
deve estimular o aprendiz a ter postura ativa, crítica e
reflexiva durante o processo de construção do
conhecimento. Os conteúdos trabalhados devem ter
funcionalidade e relevância para a prática profissional
e devem valorizar os conhecimentos prévios do
estudante.

Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2018-2019


Referências
➢Falkenberg, Mirian Benites et al. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e
implicações para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2014, v. 19, n. 03
[Acessado 16 Agosto 2021] , pp. 847-852. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-
81232014193.01572013>. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-
81232014193.01572013 .
➢Governo do Estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado de Saúde. Bases para diálogos e
reflexões em Educação Permanente em Saúde. Rio de Janeiro - RJ 2018 / 2019.
➢Sousa, Alana Tamar Oliveira de et al. A utilização da teoria da aprendizagem significativa no
ensino da Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. 2015, v. 68, n. 4
[Acessado 22 Agosto 2021] , pp. 713-722. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0034-
7167.2015680420i>. ISSN 1984-0446. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2015680420i.

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