Você está na página 1de 36

PROF.

FRANCIELLY BORDON
NOTIFICAÇÃO
• Além das doenças ou eventos de “notificação imediata” (informação
rápida – ou seja, deve ser comunicada por e-mail, telefone, fax ou
web). A escolha dessas doenças obedece a alguns critérios, razão pela
qual essa lista é periodicamente revisada, tanto em função da
situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos
agentes, por alterações.
Brasil (2010) traz a seguinte afirmação:
Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são
incluídos no Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (SINAN).
Estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias de
interesse regional ou local, justificada a sua necessidade e definidos os
mecanismos operacionais correspondentes. Entende-se que só devem
ser coletados dados para efetiva utilização no aprimoramento das
ações de saúde, sem sobrecarregar os serviços com o preenchimento
desnecessário de formulários.
• Magnitude: aplicável a doenças de elevada frequência, que afetam grandes
contingentes populacionais e se traduzem por altas taxas de incidência,
prevalência, mortalidade e anos potenciais de vida perdidos.
• Potencial de disseminação: representado pelo elevado poder de
transmissão da doença, por meio de vetores ou outras fontes de infecção,
colocando sob risco a saúde coletiva.
• Transcendência: expressa-se por características subsidiárias que conferem
relevância especial à doença ou agravo, destacando-se: severidade, medida
por taxas de letalidade, de hospitalização e de sequelas; relevância social,
avaliada, subjetivamente, pelo valor imputado pela sociedade à ocorrência
da doença, e que se manifesta pela sensação de medo, de repulsa ou de
indignação; e relevância econômica, avaliada por prejuízos decorrentes de
restrições comerciais, redução da força de trabalho, absenteísmo escolar e
laboral, custos assistenciais e previdenciários, entre outros.
• Vulnerabilidade: medida pela disponibilidade concreta de instrumentos
específicos de prevenção e controle da doença, propiciando a atuação
efetiva dos serviços de saúde sobre indivíduos e coletividades.
• Compromissos internacionais: relativos ao cumprimento de metas
continentais ou mundiais de controle, de eliminação ou de erradicação de
doenças, previstas em acordos firmados pelo governo brasileiro com
organismos internacionais.
• Ocorrência de emergências de saúde pública, epidemias e surtos:
situações que impõe notificação imediata de todos os eventos de saúde
que impliquem risco de disseminação de doenças, com o objetivo de
delimitar a área de ocorrência, elucidar o diagnóstico e deflagrar medidas
de controle aplicáveis. Mecanismos próprios de notificação devem ser
instituídos, com base na apresentação clínica e epidemiológica do evento.
Os parâmetros para inclusão de doenças e agravos na lista de
notificação compulsória devem obedecer aos critérios a seguir:
Além da notificação compulsória, o Sistema de Vigilância Epidemiológica pode definir doenças e agravos como de
notificação simples. O Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) é o principal instrumento de coleta dos
dados de notificação compulsória.
SISTEMA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) compreende o


conjunto articulado de instituições do setor público e privado,
componente do Sistema Único de Saúde (SUS) que, direta ou
indiretamente, notifica doenças e agravos, presta serviços a grupos
populacionais ou orienta a conduta a ser tomada para o controle dos
mesmos (BRASIL, 2010).
• Brasil (2016) afirma que:
• Em dezembro de 1999, foi redefinida a sistemática de financiamento
na área de epidemiologia e controle de doenças, que também passou
para a modalidade fundo a fundo. Esses instrumentos legais
permitiram o direcionamento de recursos para o nível local do
sistema de saúde, com o objetivo de atender, prioritariamente, às
ações demandadas por necessidades locais, quanto à doenças e
agravos mais frequentes. A partir do ano 2000, o processo de
descentralização foi acelerado por várias medidas, que romperam os
mecanismos de repasses conveniais e por produção de serviços
(BRASIL, 2010).
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE
AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN)
• É o mais importante para a Vigilância Epidemiológica. Desenvolvido entre
1990 e 1993, para tentar sanar as dificuldades do Sistema de Notificação
Compulsória de Doenças/SNCD, e substituí-lo, tendo em vista o razoável
grau de informatização já disponível no país, o Sinan foi concebido pelo
Centro Nacional de Epidemiologia, com o apoio técnico do DataSUS, para
ser operado a partir das Unidades de Saúde, considerando o objetivo de
coletar e processar dados sobre agravos de notificação, em todo o
território nacional, desde o nível local.
• Mesmo que o município não disponha de microcomputadores em suas
unidades, os instrumentos desse sistema são preenchidos nesse nível, e o
processamento eletrônico é feito nos níveis centrais das Secretarias
Municipais de Saúde (SMS), regional ou nas Secretarias Estaduais (SES).
• O Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação
de casos de doenças e agravos, que constam da lista nacional de
doenças de notificação compulsória, mas é facultado a estados e
municípios incluir outros problemas de saúde, importantes em sua
região. Por isso, o número de doenças e agravos contemplados pelo
Sinan, vem aumentando progressivamente, desde seu processo de
implementação, em 1993, sem uma relação direta com a
compulsoriedade nacional da notificação, expressando as diferenças
regionais de perfis de morbidade registradas no sistema (BRASIL,
2010).
A entrada de dados no Sinan é feita mediante a
utilização de alguns formulários padronizados:
Ficha Individual de Notificação (Fin): é preenchida para cada paciente.
Quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação
compulsória (Portaria n. 1.943, de 18 de outubro de 2001) ou de interesse
nacional, estadual ou municipal e encaminhada pelas unidades
assistenciais, aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância
epidemiológica. Esse mesmo instrumento é utilizado para notificação
negativa.
Notificação negativa é a notificação da não ocorrência de doenças de
notificação compulsória, na área de abrangência da unidade de saúde.
Indica que os profissionais e o sistema de vigilância da área estão alertas
para a ocorrência de tais eventos.
Notificação Compulsória
• De acordo com a Lei n. 6.259/1975, notificação compulsória é a
notificação obrigatória de casos e surtos de doenças e outros
agravos constantes da listagem de doenças de notificação, cujos
critérios de elaboração serão vistos adiante. É dever de todo cidadão
notificar, sendo uma obrigação inerente aos profissionais da área da
saúde. Sua obrigatoriedade consta da Lei n. 6.259/1975.
PORTARIA N. 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE
2016
“Define a Lista Nacional de Notificação
Compulsória de doenças, agravos e eventos de
saúde pública nos serviços de saúde públicos e
privados em todo o território nacional, nos
termos do anexo, e dá outras providências.”

Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos


normativos relacionados à NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS), resolve:
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

• Art. 1º Esta Portaria define a LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO


COMPULSÓRIA de doenças, agravos e eventos de saúde pública:
• Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional,
serão considerados os seguintes conceitos:
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
• Art. 3º A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA é OBRIGATÓRIA para:
• § 1º A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA será realizada diante:
• De doença ou agravo, de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se,
também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS.
• § 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação
compulsória à autoridade de saúde competente também será realizada pelos
responsáveis por ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS OU PRIVADOS:

• § 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação


compulsória:
• Pode ser realizada à autoridade de saúde por QUALQUER CIDADÃO que deles
tenha conhecimento.
• Art. 4º A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA IMEDIATA:

DEVE SER REALIZADA:


• Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória
IMEDIATA, deverá informa-la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse
recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer
uma das doenças ou agravos.
• Art. 5º A notificação compulsória SEMANAL:
• Será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do
paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação
compulsória.
• Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde
do Distrito Federal.
• Art. 6º A NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, independente da forma como realizada,
também será registrada em sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de
compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

• Art. 7º As autoridades de saúde


• Garantirão o SIGILO das informações pessoais integrantes da notificação
compulsória que estejam sob sua responsabilidade.
• Art. 8º As autoridades de saúde:
• Garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação
compulsória para:
• Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
• Divulgarão, em endereço eletrônico oficial,

Você também pode gostar