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Promoção da Saúde

História e definições:

 Busca de modelos de atenção à saúde que extrapolem a assistência médico-curativa;


 Resgata a concepção de saúde como produção social e busca desenvolver políticas
públicas e ações de âmbito coletivo que extrapolem inclusive o enfoque de risco (campo
da prevenção);
 Intimamente relacionada à vigilância à saúde e a um movimento de crítica à medicalização
do setor;
 Concepção que não restrinja a saúde à ausência de doença, mas que seja capaz de atuar
sobre seus determinantes;
 Extrapola a prestação de serviços clínico-assistenciais, supondo ações intersetoriais que
envolvam a educação, o saneamento básico, a habitação, a renda, o trabalho, a
alimentação, o meio ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre outros
determinantes sociais da saúde;
 A definição original da promoção, que enfatiza os “fatores gerais” de determinação da
saúde, difere da concepção difundida pelo Informe Lalonde, de 1974, que privilegiou os
“fatores particulares”;
 Questionou oficialmente o impacto e o custo elevado dos cuidados médicos na saúde;
 Lalonde destacara a limitação das ações centradas na assistência médica, insuficientes
para atuar sobre os grupos de determinantes originais da saúde: os biológicos, os
ambientais e os relativos aos estilos de vida;
 Propusera ampliar o campo de atuação da Saúde Pública, priorizando medidas
preventivas e programas educativos que trabalhassem com mudanças
comportamentais e de estilos de vida;
 As práticas de promoção ao longo da década de 1970, em sua maioria, tiveram foco
restrito à modificação de hábitos, estilos de vida e comportamentos não saudáveis,
centrando-se na prevenção de doenças crônico-degenerativas.
 Labonte critica a concepção de promoção relativa a hábitos particulares por tratar-se de
uma tentativa de contenção de custos da atenção às doenças;
 Cerqueira, além de apontar o alcance limitado de tal enfoque, destaca a responsabilização
individual e a culpabilização consequentes a essa abordagem, já que, ao considerar os
indivíduos como exclusivos responsáveis pela saúde, as determinações sócio-políticas e
econômicas ficam mascaradas;
 Os governos e os formuladores de políticas são desresponsabilizados e a “culpa” pela
situação de saúde recai no indivíduo;
 Custo elevado e baixos resultados das campanhas de marketing social da década de
1980.
 A “nova promoção da saúde” é dirigida aos fatores gerais, estruturais;
 Instiga o compromisso político e fomenta as transformações sociais.

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 Ministério da Saúde: promoção de Saúde é o nome dado ao processo de capacitação da


comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma
maior participação no controle deste processo;
 Carta de Ottawa: a promoção da saúde consiste em proporcionar aos povos os meios
necessários para melhorar a sua saúde e exercer um maior controle sobre a mesma;
 Compromisso com a equidade;
 Todos os setores, inclusive os não diretamente implicados, devem assumir a saúde
como meta e compreender as implicações de suas ações para a saúde da população;
 A promoção tem como objetivo garantir o acesso universal à saúde e está afinada com
o princípio de justiça social;
 A participação ativa da população é um meio essencial para a operacionalização da
promoção;
 Estabelecimento de políticas públicas favoráveis à saúde;
 Criação de ambientes propícios;
 Fortalecimento da ação comunitária;
 Desenvolvimento de habilidades pessoais;
 Reorientação dos serviços sanitários.
 2ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Declaração de Adelaide):
 Elaboração de políticas públicas saudáveis com o principal propósito de criar ambientes físicos
e sociais favoráveis à saúde.
 3ª Conferência Internacional (Declaração de Sundsvall):
 Desenvolvimento sustentável;
 Interdependência entre ambiente e saúde;
 A criação de ambientes promotores de saúde deve sempre ser guiada pelo princípio da
equidade.
 4ª Conferência Internacional (Declaração de Jacarta):
 Reitera o que foi dito nas anteriores.
 5ª Conferência Internacional:
 Prioridades para a promoção de saúde no século XXI;
 Promover a responsabilidade social em matéria de saúde;
 Ampliar a capacitação das comunidades e dos indivíduos;
 Aumentar a “inversão” no desenvolvimento da saúde;
 Assegurar a infra-estrutura necessária à promoção de saúde e fortalecer sua base
científica;
 Reorientar os sistemas e serviços de saúde.
 O Artigo 196 expressa uma importante conquista da Reforma Sanitária brasileira ao
instituir a Saúde como direito de todos e dever do Estado;
 Ao estimular o desenvolvimento e fortalecimento dos sistemas locais de saúde, a
descentralização da saúde criou condições para ampliar a participação social e fortalecer a
democracia;
 Não se trata de promover ações individuais saudáveis e processos condutistas, mas de
desenvolver ações coletivas no cotidiano da população, tendo como ponto de partida a
análise do contexto socioeconômico e político e suas desigualdades;
 A concepção de desenvolvimento social não tem como foco o crescimento econômico,
mas sim o “bem-estar social”, pressupondo a justiça, a ética e os direitos sociais;

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 No espaço comunitário, as diversas práticas de cuidado em saúde como práticas religiosas,


tradicionais e populares significam muitas vezes, o único acolhimento e cuidado
disponíveis, ao mesmo tempo em que significam práticas culturais e afetivas que afirmam
e reforçam a identidade comunitária;
 Caráter polissêmico;
 O empoderamento e a participação social são princípios-chave;
 Práticas transversais, multidisciplinares, intersetoriais, de natureza individual ou coletiva,
que abrangem grupos, organizações e instituições;
 Os saberes e praticas no campo da promoção da saúde deveriam ser pensados como
saberes e práticas mais amplos ligados a um conjunto de políticas sociais, convergindo em
torno de um projeto de defesa e promoção da vida;
 Ações que compreendem desde o incentivo à comunicação social, educação em saúde,
acesso aos alimentos, atividades físicas e reorganização dos serviços de saúde, às políticas
que atuam no nível da macroeconomia, do mercado, da proteção ambiental e cultura de
paz, além de medidas que fortalecem a participação social e investimentos para melhorar
as condições de vida como acesso a água, saneamento básico, habitação e emprego
saudável;
 Nos coletivos sociais (sindicatos, associações de moradores, etc) saúde adquire significado
a partir da doença e da necessidade de serviços;
 Reconstrução da saúde como produção social em que cada sujeito é protagonista;
 É no processo de constituição de sujeitos que são desenvolvidas ações de promoção da
saúde por meio de práticas educativas críticas e reflexivas;
 Conscientização das pessoas sobre seu lugar no mundo e o questionamento sobre a
naturalização das desigualdades, do sofrimento e da miséria.

Princípios:

 Concepção holística:
 Determina que as iniciativas de promoção fomentem a saúde física, mental, social e
espiritual e pressupõe a compreensão ampliada de saúde.
 Intersetorialidade:
 Articulação de saberes e experiências no planejamento, realização e avaliação de
ações para alcançar efeito sinérgico em situações complexas visando ao
desenvolvimento social e à inclusão social;
 A descontinuidade das políticas costuma ser outro obstáculo à operacionalização da
intersetorialidade e aí se apresenta o princípio da sustentabilidade.
 Participação social:
 Envolvimento dos atores diretamente interessados no processo de eleição de
prioridades, tomadas de decisões, implementação e avaliação das iniciativas;
 No desenvolvimento de políticas de promoção de saúde, deve haver contínua
consulta, diálogo e troca de ideias entre indivíduos e grupos, tanto leigos como
profissionais;
 Investir na formação de cidadãos e trabalhar para a instituição de espaços
verdadeiramente democráticos;

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 A disseminação da informação e a educação são bases para a tomada de decisão;


 Distinção entre participação comunitária e participação popular, esta ligada ao
exercício político de luta pelos direitos sociais, à “cidadania ativa”;
 É fundamental que a participação seja politizada.
 Necessidade de fortalecer os canais de representação da sociedade, viabilizando o
diálogo;
 Ampliação do diálogo entre Estado e sociedade civil;
 O que determina o caráter e a extensão da participação é como ela se dá
concretamente, ou seja, se é qualificada e se de fato delibera sobre os rumos das
políticas.
 Empoderamento:
 Processo de capacitação dos indivíduos e comunidades para assumirem maior controle
sobre os fatores pessoais, sócio-econômicos e ambientais que afetam a saúde;
 Assumir o empoderamento como a parte mais essencial à promoção é preocupante,
pois pode incorrer nos riscos de enfocar simplesmente a dimensão singular ou
particular da mudança, sem atrelá-la ao processo estrutural maior, e de fomentar a
responsabilização individual, desresponsabilizando o Estado, não articulando a
capacitação com a participação ativa e cidadã que de fato permite impulsionar
mudanças nos determinantes socioeconômicos e ambientais da saúde.
 Equidade:
 Alcançar a equidade consiste em eliminar as diferenças desnecessárias, evitáveis e
injustas que restringem as oportunidades para se atingir o direito de bem-estar, sendo
necessário reorientar os serviços sanitários, visando ampliar o acesso, e criar
ambientes de suporte, com políticas que viabilizem condições de vida favoráveis à
saúde, priorizem grupos desprivilegiados e vulneráveis e revertam as desigualdades
sociais instaladas.
 Ações multi-estratégicas:
 Envolvimento de diferentes disciplinas;
 Combinação de métodos e abordagens variadas;
 Trabalho com os múltiplos setores onde os problemas e iniquidades estão radicados.
 Sustentabilidade:
 Dupla perspectiva;
 Criar iniciativas que estejam de acordo com o princípio do desenvolvimento
sustentável e garantir um processo duradouro e forte;
 A continuidade das políticas de promoção de saúde é essencial por se tratarem de
iniciativas de natureza complexa, envolvendo processos de transformação coletivos
com impacto a médio e longo prazo.

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