Você está na página 1de 130

Manual do Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto

Anatomia Funcional
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância
Anatomia Funcional i

Direitos de autor
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros) sem permissão expressa da entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique-Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Autor: Mestrando.Djossefa José Nhantumbo

Colaborador da Univesidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
82-5018440
23-311718
82-4382930
Moçambique

Fax:
E-mail: eddistsofala@teledata.mz
Website: www. ucm.mz
Anatomia Funcional ii

Agradecimentos
Agradeço a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Pelo meu envolvimento nas equipas do CED


Universidade Católica de Moçambique
como Colaborador, na área de Educação
Centro de Ensino à Distância.
Física e Desporto.
À Coordenação do Curso de Educação Física Pela contribuição e enriquecimentos ao
e Desporto. conteúdo
À Coordenadora: Mestre Bridgette Simone Pela facilitação, orientação e prontidão
Bruce durante a concepção do presente manual.
Anatomia Funcional iii

Visão geral 7
Bem vindo ao Ensino de Anatomia 1º Ano ...................................................................... 7
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 7
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 8
Ícones de actividade .......................................................................................................... 8
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 9
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 9
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 9
Avaliação ........................................................................................................................ 10

Unidade nº 1 11
Células e tecidos ............................................................................................................. 11
Sumário ........................................................................................................................... 27
Exercícios 1..................................................................................................................... 27

Unidade nº 2 28
Terminologia Anatómica ................................................................................................ 28
Sumário ........................................................................................................................... 30
Exercício 2 ...................................................................................................................... 30

Unidade nº 3 31
Componentes do esqueleto axial..................................................................................... 31
Articulações da cabeça.................................................................................................... 33
Coluna vertebral .............................................................................................................. 34
O Esterno ........................................................................................................................ 37
Sumário ........................................................................................................................... 45
Exercício 3 ...................................................................................................................... 45

Unidade nº 4 46
Componentes do Esqueleto Apendicular ........................................................................ 46
Articulações da cintura superior ..................................................................................... 48
Movimentos da cintura escapular ou torácica................................................................. 48
Articulações o braço e do antebraço ............................................................................... 50
Movimentos da articulação do cotovelo. músculos que participam como agonistas.
ligamentos ....................................................................................................................... 51
Músculos do braço e do antebraço .................................................................................. 52
Estrutura da mão, sua importância na actividade física .................................................. 52
Articulações da mão........................................................................................................ 53
Principais movimentos que se realizam na mão, músculos que participam ................... 54
Estrutura da cintura pélvica ............................................................................................ 56
Articulações da cintura pélvica ....................................................................................... 56
Movimentos da cintura pélvica e músculos que participam ........................................... 57
Ossos do pé ..................................................................................................................... 59
Articulações da porção livre dos membros inferiores .................................................... 60
Movimentos que efectudos pelos membros inferiores. músculos que intervem ............ 61
Anatomia Funcional iv

Sumário ........................................................................................................................... 68
Exercício 4 ...................................................................................................................... 68

Unidade nº 5 69
Sistema Respiratório ....................................................................................................... 69
Sumário ........................................................................................................................... 75
Exercício 5 ...................................................................................................................... 75

Unidade nº 6 76
Sistema Circulatório ....................................................................................................... 76
O Sangue ......................................................................................................................... 77
Vasos sanguíneos ............................................................................................................ 78
Veias ............................................................................................................................... 78
Artérias............................................................................................................................ 78
Capilares ......................................................................................................................... 79
Vasos aferentes e eferentes do coração ........................................................................... 81
Circulação maior ou sistémica ........................................................................................ 82
Circulação menor ............................................................................................................ 82
Artérias e veias da circulação maior ............................................................................... 83
Sumário ........................................................................................................................... 84
Exercício 6 ...................................................................................................................... 84

Unidade nº 7 85
Sistema Digestivo ........................................................................................................... 85
Cavidade oral .................................................................................................................. 86
Faringe e esófago ............................................................................................................ 87
Estómago ........................................................................................................................ 87
Intestino Delgado ............................................................................................................ 89
Intestino Grosso .............................................................................................................. 90
Glândulas salivais ........................................................................................................... 91
Fígado ............................................................................................................................. 91
Pâncreas .......................................................................................................................... 92
Sumário ........................................................................................................................... 95
Exercício 7 ...................................................................................................................... 95

Unidade nº 8 96
Sistema Urogenital .......................................................................................................... 96
Os rins ............................................................................................................................. 97
Ureteres ......................................................................................................................... 100
Bexiga urinária .............................................................................................................. 100
Uretra ............................................................................................................................ 101
Uretra Masculina........................................................................................................... 101
Uretra Femenina ........................................................................................................... 101
Sumário ......................................................................................................................... 104
Exercício 8 .................................................................................................................... 104
Anatomia Funcional v

Unidade nº 9 105
Sistema Endócrino ........................................................................................................ 105
Sumário ......................................................................................................................... 112
Exercício 9 .................................................................................................................... 112

Unidade nº 10 113
Sistema Nervoso ........................................................................................................... 113
Estrutura da neurona ..................................................................................................... 114
Sinapses ........................................................................................................................ 115
Classificação das neuronas ........................................................................................... 116
Medula espinhal ............................................................................................................ 117
Funções da medula espinhal ......................................................................................... 118
Nervos espinhais ........................................................................................................... 118
Encéfalo ........................................................................................................................ 119
Cérebro.......................................................................................................................... 119
Hipotálamo.................................................................................................................... 121
Cerebelo ........................................................................................................................ 121
Funções do cerebelo...................................................................................................... 121
Tronco encefálico ou cerebral....................................................................................... 122
Medula oblongada......................................................................................................... 122
Ponte de varolio ............................................................................................................ 122
Sistema nervoso somático ou voluntário ..................................................................... 122
Sistema nervoso autónomo ou vegetativo .................................................................... 123
Vías de conducção eferentes ......................................................................................... 126
Visão ............................................................................................................................. 126
Olfacto .......................................................................................................................... 127
Gosto ............................................................................................................................. 127
Sumário ......................................................................................................................... 128
Exercício 10 .................................................................................................................. 128

BIBLIOGRAFÍA 129
Anatomia Funcional 7

Visão geral
A Cadeira de Anatomia Funcional foi introduzida para os Formandos, que, na sua maioria, são já
Professores do EP e/ou do ESG. Começa nestas Presenciais, para, segundo o seu propósito,
desenvolver uma forma inovadora de estar e ser, conhecer e aplicar a mesma. Nesta cadeira vamos
falar de uma forma geral do corpo humano, sua estrutura celular, esquelética e muscular bem como
da composição de sistemas tais como o Respiratório, Circulatório, Urogenital, Nervoso e
Endócriono.

Bem vindo ao Ensino de


Anatomia 1º Ano
Pretendemos que este módulo seja um contributo para que os
aprendentes adquiram um conhecimento aprofundado da Didáctica de
Desenho 1.

Quando terminar o estudo da Anatomia Funcional – 1º Ano, o


formando será capaz de:

 Compreender a organização anatómica global do corpo humano;


 Identificar os grupos musculares, ósseos e articulações mais
importantes para o movimento humano e o exercício;
 Identificar as cadeias articulares, grupos musculares e inserções
ósseas intervenientes nos principais movimentos que se relacionam
com o exercício;
Objectivos
 Compreender a interacção mecânica entre os sistemas nervoso e
músculo-esquelético;
 Compreender a organização estrutural e bases fisiológicas dos
principais aparelhos e sistemas orgânicos, sua importância nos
processos de manutenção do equilíbrio do meio interno e as inter-
relações com o aparelho locomotor.

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para os estudantes do 1º ano do curso
de Licenciatura em Educação Física e Desporto.
Anatomia Funcional 8

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por CED - UCM encontram-
se estruturados da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, e uma ou mais actividades para auto-
avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem
incluir livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Anatomia Funcional 9

Habilidades de estudo
Caro Estudante, antes de mais o ensino à distância requer
de ti uma grande responsabilidade, ou seja, é necessário que
tenhas interesse em estudar, porque o teu estudo é ‘auto-
didáctico’. Entretanto, vezes há em que te acharás possuidor de
muito tempo, enquanto, na verdade, é preciso saber gerí-lo por
forma a que tenhas em tempo útil as fichas informativas lidas e
os exercícios do módulo resolvidos, evitando que os entregues
fora de tempo exigido.

Precisa de apoio?

Há exercícios que o caro estudante não poderá resolver sozinho, neste


caso contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste
período pode apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre
outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de
forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas
competências

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Anatomia Funcional 10

As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser


dirigidos aos tutores/docentes da cadeira em questão.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plágio deve ser evitado. A avaliação da cadeira será controlada da
seguinte maneira:

Avaliação
Os exames são realizados no final da cadeira e os trabalhos marcados
em cada sessão têm peso de uma avaliação, o que adicionado os dois
pode-se determinar a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)
testes e 1 (exame).
Anatomia Funcional 11

Unidade nº 1
Células e tecidos
O século XIX, reconheceu a célula como "unidade de matéria viva" ou
"o primeiro reapresentamte de vida" também descobriu que uma única
célula isolada pode ser um organismo inteiro ou, agrupados e se
diferençar em tecidos e órgãos e formar um organismo multicelular.
Hoje sabemos que a célula é uma pequena porção de matéria viva, que
é a unidade estrutural e funcional de todos os organismos, constituído
por um material de membranas citoplasmáticas delimetadeas e
nuclear. A célula participa nos processos metabólicos e está em
constante troca com o ambiente.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a composição, estrutura das células;


 Conhecer os tecidos básicos que compõem o corpo humano.

Objectivos

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


• ADN – ácido desoxirribonucléico
• ARN – ácido ribonucléico
Terminologia
• ATP – Adenosintrifosfato

Os componentes químicos celulares podem ser classificados como:


1. Inorgânicos (água e iões minerais);
2. Orgânicos (proteínas, carbohidratos, ácidos nucleicos, lípidos,
entre outros).
Dentro dos primeiros com poucas excepções, por exemplo osso e
dente, a água é o componente que se encontra em maior quantidade e
Anatomia Funcional 12

joga un papel fundamental na actividade metabólica, já que os


processos fisiológicos se produzem no meio aquoso. Os iões minerais,
que aparecen em forma de sais ou combinados com proteínas,
carbohidratos ou lípidos desempenham um importante papel no
equilíbrio ácido-base e na pressão osmótica celular. Entre os
componentes orgânicos encontramos os aminoácidos, que podem estar
livres ou constituindo as proteínas, compostos encarregados da
fisiología e da estrutura celular. Atenção especial merecem as
enzimas, moléculas proteícas localizadas nos compartimentos
celulares especiais e genéticamente determinadas, encarregadas de
levar a cabo o metabolismo celular em condições de temperatura,
concentração iónica e PH determinados. Por outra parte, os
carbohidratos são a fonte de energía celular e os lípidos, com
diferentes funções de acordo com a sua localização, podem ser fonte
de energía ou formar parte constitutiva de diferentes estruturas. Os
compostos celulares orgânicos de maior importância biológica são os
ácidos nucleicos, constituintes do ADN e do ARN onde se codifica e
se transmite a informação genética. Também se encontram presentes
na composição celular coenzimas, vitaminas e hormonas que
desempenham funções de vital importância para o desenvolvimento da
vida.

A morfología funcional está baseada em acções biológicas, com um


enfoque que pode ser deslocado a todos os níveis de organização da
matéria viva. Pode-se dizer também que a célula constitui um
complexo funcional resultante de um processo evolutivo que tem nas
ecucariotas a sua melhor expressão. Entre os organismos mais
inferiores ou procariotas (aos que falta um verdadeiro núcleo) e os
eucariotas (organismos mais evoluídos), existem várias formas
intermédias. O mais pequeno micróbio vivente e uma célula de um
organismo superior, a simples vista, tem diferênças extraordinárias,
mas ao consider-se a ambas estruturas com um nível igual em termos
de organização as semelhanças são também notáveis. Em ambas
aparecem os ribossomas, moléculas de ARN, proteínas globulares e
fibrosas que incluem muitas enzimas e a água. depois aparecem as
numerosas membranas intracelulares com a segregação do ADN no
interior do núcleo e a formação de muitos organelos celulares que
ocupam grande parte do citoplasma e permitem o complexo nível de
funcionamento dos organismos superiores. Num organismo
multicelular, como é o caso do homem, as células tem formas e
estruturas variadas, condicionadas pelas adaptações para as funções
que realizam nos diferentes órgãos e tecidos, persistindo contudo
alguns atributos que lhes são comuns.
Anatomia Funcional 13

A membrana citoplasmática, como a maioría das membranas celulares,


é uma cobertura molecular assimétrica que delimita externamente a
todas as células. Sua estrutura básica é uma bicapa lipídica a qual
associam-se proteínas, com uma disposição não regular, e em outras
oquaseões se associam carbohidratos; esta disposição das moléculas na
membrana é móvel e permite ser reordenadas em dependência do seu
desempenho. A função desta membrana é ser uma barreira,
selectivamente permeável, entre a célula e seu ambiente, para isso
aapresenta uma diferençação na sua composição química interna e
externa, o que provoca que o seu interior estexa carregado
negativamente com respeito ao exterior que se carrega positivamente.
Este contraste cria o chamado potencial de membrana que joga um
papel fundamental na actividade celular. O intercâmbio através da
membrana citoplasmática com o meio ambiente pode efectuar-se por
simples difusão (transporte passivo) a favor do gradente de
concentração o contra, selectivamente, com gasto de energía celular
(transporte activo). Este intercâmbio implica movimento molecular,
isto é, entrada do substâncias necessárias à célula para realizar suas
funções vitais e saída de outras indesexáveis. Também, esta membrana
pode incorporar porções do meio externo através de partes dela,
capazes de as envolver, processo conhecido como endocitosis e,
depois de ser digeridas no interior celular, por uns organelos
conhecidos como lisossomas, expulsar os restes ao exterior por um
processo inverso, conhecido como exocitosis. Na cara exterior da
membrana aparecem sítios específicos, associados às proteínas,
conhecidos como receptores moleculares que são responsáveis, entre
outros, do reconhecimento hormonal e da resposta inmumlógica do
organismo. A membrana também desempenha funções importantes
na relação com as células que a rodeiam.

Figura 1. Membrana Citoplasmática


Anatomia Funcional 14

O citoplasma é definido como o conteúdo celular sem incluir o


núcleo, separado do meio exterior pela membrana citoplasmática. É
constituída por uma substância não corpuscular conhecida como
citosol, formado por uma solução coloidal, tipo sol, composta
fundamentalmente por água e outras substâncias tanto orgánicas como
inorgánicas. O citosol é o meio onde se produz grande parte do
metabolismo celular e alberga o conjunto de orgánelos
citoplasmáticos.

Dividem-se em dois grupos: membros e não membranos:

1. Membranosos: São aqueles que possuem uma membrana que


inclui o citoplasma da célula procariota. Exemplos:
Mitocôndrias, Retículo Endoplasmático, Complexo de Golge,
Membrana nuclear e Lisossomas.

1.1. Mitocôndrias: Organelo com forma tubular ou ovoide


composta por uma dupla membrana, uma exterior lisa e outra
interior con uma série de invaginações ou dobra chamados
crestas mitocôndriais. O interior da mitocôndria é ocupado
por um líquido amorfo chamado matriz. No seio desta matriz
encontram-se ribossomas (diferentes das do citosol) e um
fragmento de ADN. As mitocôndrias tem a capacidade de
autoduplicarse, seu número varía de célula para célula mas
em alguns casos superam as 2 000 unidades. A matriz
mitocôndrial é especialmente rica em enzimas oxidativas.
Com efecto, as mitocôndrias são responsáveis pela oxidação
dos compostos orgânicos que permitem dispor de energía em
forma de ATP. Em actividades desportivas se consumem
grandes quantidades de energía por parte do músculo
esquelético. As mitocôndrias são os organelos celulares
encarregados de produzir esta energía biológica em forma de
ATP. Foi reportado, que em sujeitos altamente treinados o
número de mitocôndrias aumenta, e incrementa-se em
longitude a membrana interna mitocondrial, em relação aos
indivíduos não treinados; se se ter em conta que é aquí onde
se encontram as enzimas necessarias para a formação de ATP
Anatomia Funcional 15

se comprende a importância desta modificação. Também a


concentração ribosómica aumenta en esta condições, o que se
percebe, se nos recordarmos que os ribossomas participam na
síntese de proteínas (ou enzimas).

1.2. Retículo Endoplasmático: Conjunto ramificado de


membranas que recorrem o interior do citoplasma. Estas
membranas são similares em composição à membrana
citoplasmática e dispõem-se em paralelo, deixando um
espaço entre elas conhecido como lúmen. Quando
aapresentam ribossomas aderidas à superfície da sua cara
externa, constituem o Retículo endoplasmático rugoso ou
granular, e quando não estão presentes os ribossomas se
denomina Retículo endoplasmático agranular ou liso. Em
algumas zonas, o Retículo endoplasmático tem uma
continuidade na membrana nuclear que é dupla e não é mais
que uma diferençação particular do mesmo. Também
relaciona-se e entra em contacto com o Complexo de Golge e
com os lisossomas. Sua função é secretora, pois participa na
formação de hormonas e lípidos; também actúa como um
circuito rápido de transporte de algumas substâncias como
proteínas e gorduras.

1.3. Complexo de Golge: Conjunto de vesículas aplanadas e


amontoadas que formam uma estrutura específica ao redor
desta, e como producto da sua actividade, se forman
vesículas secretoras cujos productos diferem tendo em conta
o tipo de célula. Sua ultraestrutura revela que são membranas
idénticas à do citoplasmática, formadas por lipoproteínas e
ricas em lípidos. Encontra-se mais desenvolvido nas células
secretoras, pois esta é sua função. Las secreções elaboradas
dependem do tipo de tecido do qual pertencem.

1.4. Membrana nuclear: Tem a mesma estrutura que a


citoplasmática, embora é constituída por duas capas. A capa
externa, como já mencionou quando falou-se do Retículo
endoplasmático, apresenta ribossomas aderidas à sua
superfície e, entre ambas capas encontra-se o espaço
perinuclear. A membrana nuclear apresenta poros que
facilitam o intercâmbio do núcleo com o citoplasma. Apesar
da facilidade deste intercâmbio esta membrana é
imprescindível para a vida da célula durante o período
interfásico, isto é, quando a célula não está em processo de
divisão.

1.5. Lisossomas: Cavidades citoplasmáticas cujo conteúdo são


enzimas producidas pelo Complexo de Golge e pelo Retículo
endoplasmático; são responsáveis pela digestão celular,
digirindo as partículas ingeridas pelas células por endocitosis.
Anatomia Funcional 16

2. Não membranosos: São aqueles que não possuem


membranas. São eles: Centríolos, Ribossomas

2.1. Centríolos: Corpos cilíndricos ricos em proteínas situados nas


proximidades do núcleo e desempenham um papel importante
durante a divisão celular.

Ribossomas: Estruturas de aspecto globular de reduzido tamanho


constituídos por duas sub-unidades. Podem apresentar-se livres ou
ajustadas ao Retículo endoplasmático. Em oquaseões aparecem
formando sequências lineares, conhecidas como poliribossomas,
associadas a moléculas de ARN. Formam-se no nucléolo e estão
compostos por água, ARN e proteínas. Sua função consiste em
participar, junto com o ARN, na síntese de proteínas. A quantidade de
ribossomas depende da actividade celular (nos processos de
diferençação celular os concentrados ribosómicos são muito elevados),
portando nos desportistas ou em aqueles indivíduos que practicam
sistematicamente actividades físicas, a actividade muscular determina
um aumento na síntese de proteínas e um incremento da actividade
hepática, e estes processos estão muito ligados com a actividade deste
organelo, devemos recordar que durante as actividades desportivas os
músculos e tendões sofrem desgastes e lesões, pelo que requiere-se de
um incremento maior de proteínas que garantam o crescimento,
recuperação e desenvolvimento destas estruturas. Por outro lado nas
membranas internas das mitocôndrias existem ribossomas, cuja
quantidade também aumenta nos indivíduos treinados devido à
necessidade de sintetizar proteínas com função enzimática que
favoreçam os processos respiratórios.

O NÚCLEO
É uma estrutura fundamental em todas as células eucariotas. Tem
forma esférica ou ovoide e a sua ultraestrutura indica que está formado
pela membrana nuclear, que delimita o núcleoplasma (solução
equivalente ao citosol), onde se encontram imersos os cromossomas e
nucléoos.

ORGANELOS NUCLERAES

Núcleos: São organelos muito refringentes, formados por ARN e


proteínas, encontrando-se associados a regiões específicas dos
cromossomas. Sua função está relacionada com a formação dos
ribossomas.

Cromossomas: O cromosoma é o organelo nuclear portador do


património genético do indivíduo. Desde o ounto de vista bioquímico
está formado por ADN e proteínas, estrutura conhecida como
cromatina pela sua afinidade com os corantes básicos. O ADN é a
substância mais significativa, por ser a portadora dos carácteres
Anatomia Funcional 17

hereditários. As proteínas acompanhantes permitem o funcionamento


do cromosoma mas não contém informação. Os membros de uma
especie tem sempre el mesmo número e os mesmos cromossomas,
embora estes não contenham a mesma informação para cada carácter;
isto permite marcar a diferença entre indivíduos.
O homem possue dois jogos de 23 cromossomas distintos, isto é, n=23
mas cada um deles duas vezes (46 cromossomas no total), um
proveniente do pai e o outro da mâe por isso se chamam diploides.
Estes pares de cromossomas são designados 1-22, denominando-se
autossomas; os últimos membros (par 23), como podem ser distinguir-
se segundo o sexo, são designados com as letras XX (mulher) e XE
(homem), denominando-se cromossomas sexuais. Os organismos
diploides apresentam células haploides (um só jogo de cromossomas),
conhecidos como gâmetas; este processo de obtenção das gâmetas
denomina-se meiose. A divisão celular meiótica, que só ocorre nas
células sexuais, é um processo indispensável para a reproducção
sexual, já que supõe a fusão de duas células, a femenina e a masculina,
onde cada uma aporta sua informação genética. Se não ocorresse
processo prévio, que reduz o número de cromossomas à metade, as
células filhas ou os filhos, em geral, teriam o dobro de cromossomas
que seus pais. Aparte deste importante facto, a Meiose garante a
recombinação génica dos progenitores para manter a variabilidade
individual. As restantes células do corpo reproduzem-se por um
processo conhecido como Mitose, que é um tipo de divisão celular
conservativo, isto é, de uma célula diploide (2n) obtêm-se duas células
diploides. Esta divisão permite manter constantes as características
genéticas da espécie. O cromosoma contêm a informação hereditária,
a que se encontra organizada dentro do mesmo em genes. Cada gene
responde à disposição da estrutura do ADN que o conforma, esta
estrutura é “traduzida”, através do ARN e com a participação dos
ribossomas, em aminoácidos, e a sequência de aminoácidos forma
uma proteína. Esta proteína, directamente ou como enzima, é a
responsável de manifestar o carácter, sexa na função, reparação,
crescimento ou na divisão da célula.

DIFERNCIAÇÃO CELULAR
A diferençação celular é um aspecto importante no estudo biológico
dentro do que habitualmente se enfoca como desenvolvimento de um
organismo. As células adaptam-se com preferência a determinadas
funções e a sua morfolología modifica-se, é sempre a transformação
de algo mais geral e homogéneo em algo mais especial e heterogéneo
e se reflecte nos carácteres morfológicos e fisiológicos. Pode definir-se
como a especialização celular progressiva em estrutura e função. Os
genes localizados no núcleo controleam tanto o comportamento celular
como a sua especialização, com a participação activa do citoplasma e
con a interacção constante com o ambiente. A diferençação celular
produz-se continuamente durante toda a vida do organismo.
Constantemente as células indiferenciadas se diferenciam com o
objetivo de promover a substitução e a reconstrucção celular. Não
obstante, durante o período embrionário a diferenciação celular
alcança a sua maior expressão e constitue um dos processos mais
Anatomia Funcional 18

importantes. Os organismos se desenvolvem apartir de uma só célula,


o ovo fecundadeo, que potencialmente pode dar origem a todos os
tecidos e órgãos. Esta célula divide-se activamente até constituir uma
forma embrionária chamada Blástula, na qual todavía não existem
definições. Este processo é principalmente quantitativo, isto é,
aumento por multiplicação no número de células (mitose). Apartir
daquí, as células da blástula começam a reagrupar-se por um processo
conhecido como Gastrulação, etapa importante do processo
embrionário pois é aquí onde se forman as três capas germinativas do
embrião, conhecidas como: ectodermo, endodermo e mesodermo e se
realiza a “determinação” dos futuros órgãos. Apartir deste momento
produz-se o processo de Diferençação Celular, com a formação dos
diferentes tecidos e órgãos.

TECIDOS BÁSICOS
Como foi dito, graças ao processo de Diferençação celular as células
se especializam e adquirem formas e funções diferentes, o que conleva
à aparição dos tecidos.
Os órgãos do corpo humano constam de diferentes tecidos. Cada
tecido reapresenta um sistema único de células e de substância
intercelular, que tem uma estrutura determinada e que cumpre no
organismo uma função específica. Em dependência da estrutura e
função distinguem os siguientes grupos de tecidos básicos ou
fundamentais:
1. Epitelial;
2. Conectivo;
3. Muscular;
4. Nervoso.

Tecido epitelial: Tecido formado por células íntimamente unidas, com


pouca substância intercelular, que recobrem a superfície externa e as
cavidades interiores do corpo, ademais encontram-se em diferentes
órgãos e glândulas. As células que constituem este tecido são
denominadas epitéliocitos e glandulocitos.
Segundo sua forma, podem ser planas, cúbicas e cilíndricas. Pelo
número de capas, os epitélios podem ser:
a) Epitélio simples (quando dispõe de um só extracto); e,

b) Epitélio multiextractificado (quando se apresentam vários


extractos).

Nos glandulocitos encontram-se muito desenvolvidos os organelos que


participam na síntese da secreção (retículo endoplasmático) e na sua
excreção em forma de gránulos secretórios (Complexo de Golge). En
alguns órgãos (traqueia, brônquios, útero) as células deste tecido tem
cílios, estes são derivados dos centríolos.
As células epiteliais do fígado se denominam hepatocitos, estas são
consideradas como sendo as células mais multifuncionais do
organismo. As que forman o intestino delgado podem receber o nome
Anatomia Funcional 19

de enterocitos e possuem excrecências ínfimas (microvelosidades), as


quais participam nos processos de absorção das substâncias. Nos
túbulos do rim também existem glandulocitos con microvelosidades.
O epitélio da pele desempenha a função de defesa pois protege o
organismo de distintas acções químicas, térmicas e mecánicas.
também participa no metabolismo pois elimina alguns productos de
desintegração e da entrega de calor. O epitélio de outros órgãos
desempenha função de secreção, absorção e intercâmbio.

Tecido conectivo ou conjuntivo: Constituído por células e substância


intercelular, mas a diferença de outros tecidos, este se caracteriza por
ter a saus células e substância intercelular bem desenvolvidas. De
acordo às particularidades da estrutura e função se distinguen vários
tipos deste grupo de tecido:

a) Fibroso (laxo e denso);


b) Adiposo,
c) Cartilaginoso,
d) Ósseo,
e) Sangue, e
f) Linfa.

Este tecido caracteriza-se morfológicamente por apresentar diversos


tipos de células separadas por abundante material intercelular,
sintetizado por elas. As fibras do tecido conjuntivo são de três tipos
principais: colágenas, reticulares e elásticas. Os tecidos do grupo
conjuntivo são originados apartir do mesênquima, que é um tecido
embrionário caracterizado por possuir células estreladas com
prolongações submergidas em abundante substância intercelular
amorfa e pouco viscosa. O mesénquima deriva da capa embrionária
média ou mesodermo; esta capa, ademais de dar origem a este tecido,
forma outras estruturas como os vasos sanguíneos, as células
sanguíneas e os tecidos musculares.
As fibras do tecido conjuntivo são proteínas que formam estruturas
alargadas presentes em proporções variadas nos diversos tipos de
tecidos deste grupo. O colágeno constitui uma familia de proteínas que
se diferenciam durante a evolução e adoptam uma morfología e
patología características. São as mais frequentes no tecido conjuntivo.
As elásticas se distinguem facilmente por serem mais delgadas e não
apresentar estriações longitudinais. O seu componente principal é a
elastina, proteína mais resistente que o colágeno.

Tecido adiposo: as suas células são os adipocitos e a sua


vascularização não é muito abundante. É um tecido que aparece
distribuido no corpo humano segundo o biotipo, sexo e idade, e
constitui uma reserva de energía (em forma de triglicéridos) e uma
protecção contra o frío. Este tecido tem outras funções: por localizar-
se debaixo da pele, modela a superfície, sendo en parte o responsável
pelas diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem,
também forma almofadas amortizadoras dos golpes, principalmente na
planta dos pés e na palma das mãos, por outra parte ajuda a manter
certos órgãos na sua posição normal.
Anatomia Funcional 20

Tecido Sangue: É o tecido que forma o meio interno do organismo,


cumpre funções vitalmente necessárias, relacionadas com o
metabolismo, a respiração, o transporte de substâncias biológicamente
activas, etc. Este tecido entra na constituição do plasma sanguíneo e
dos elementos formes que se encontran na mesmo em estado de
suspensão: eritrocitos o glóbulos vermelhos, leucócitos o glóbulos
brancos e trombocitos ou plaquetas).
• Eritrocitos: São anucleados o que facilita um maior
volume de oxigênio transportado, em forma de disco
bicóncavo. São células flexíveis o que permite adaptar-se
à forma as vezes irregular dos capilares. Duram 2 a 3
meses e cada um pode carregar 100 milhões de moléculas
de hemoglobina. São formados no baço durante o
desenvolvimento uterino e posteriormente na Medula
óssea. Transportam gases como o Oxigénio e o Dióxido
de Carbono.
• Leucócitos: São células nucleadas, incoras, podem ser
esféricas ou adoptar a forma de uma ameba, são as mais
grandes do tecido, são formadas no baço, duram entre 2 a
4 días, excepto os linfócitos T que duram 13 días. São os
encarregados da defesa do organismo.
• Trombocitos: São corpúscuos anucleados, derivados de
células gigantes da Medula óssea, duram 9 días, tendem a
aparecer em grupos. São encarregados da coagulação da
sangue.
• Plasma sanguíneo: É uma solução aquosa que contém
proteínas, aminoácidos, vitaminas, hormonas e
lipoproteínas. Tem como função transportar substâncias
nutritivas, excreções, hormonas e participa também no
transporte de gases.

Tecido fibroso: falaremos do denso, que constitui os tendões, os


ligamentos e a base cutânea da pele. Se distingue pelo grande
desenvolvimento da substância intercelular, suas fibras colágenas
estão muito desenvolvidas e se observam também fibras elásticas.
Entre as fibras se dispõem as suas células que são os fibrocitos. Este
tecido tem função de suporte.
Tecido cartiláginoso: É uma variedade densa do tecido conectivo,
cujas células são os condrocitos, derivados do mesénquima
embrionário, organizados na matriz com fibras colágenas e elásticas
com substância amorfa rica em mucopolissacáridos, daí suas
propriedades de rigidez, elasticidade e resiliência. O cartílago sempre
está coberto pelo pericôndrio, excepto nas articulações e não apresenta
vascularização, portanto a sua regeneração, quando há algún tipo lesão
é lenta e dificultosa.
Anatomia Funcional 21

VARIEDADES DO TECIDO CARTILAGINOSO


• Hialino: É o mais difundido, presente em todas as articulações
sinoviais, costais e vías respiratórias, apresenta uma grande
quantidade de condrocitos. É resistente à compressão e à
torção e débil ao roçamento e deslizamento.
• Fibroso: Apresenta haces de fibras colágenas com poucos
condrocitos, típico nos discos intervertebrais, sínfisis do púbis,
cabeças femorais e la unão dos tendões com o osso. Es
resistente al rozamento e el deslizamento, mas débil à
compressão e à torsão.
• Elástico: Su matriz es enriquecida con fibras elásticas e
poucos elementos celulares, o encontramos no pavilhão da
orelha, tubo auditivo, epiglote e arborizações bronquiais. A
sua função fundamental consiste em reforçar e manter a forma
dos órgãos.

TECIDO ÓSSEO
É uma variedade do tecido conectivo muito mineralizado e
vascularizado, e conforma o componente rígido do esqueleto; suas
células fundamentais são os osteocitos, incluidos em cavidades
constituindo lagunas relacionadas através de canalíquos (osteón ou
sistema haversiano) que constitue a unidade estrutural e funcional do
osso. Composto por um sistema de lâminilhas concéntricas dispostas
ao redor de um canal de acordo com a carga funcional do osso, por
exemplo: nos ossos largos estão paralelas ao eixo longitudinal, nos
ossos curtos perpendiculares ao eixo vertical e no crâneo paralelas à
superfície em forma radial. As agrupações de ostiões forman las
trabéculas que ao dispor-se em diferentes formas originam o tecido
ósseo esponjoso e compacto, presentes nas epífisis e nas diáfisis dos
ossos respectivamente. Estas trabéculas se dispoem organizadamente
em função das linhas de forças e condições funcionais do osso (tendo
em conta a pressão, tracção, compressão e distensão)
Este tecido responde a diferentes funções:
Suporte: Mantem a todos os órgãos no seu lugar e da ao corpo uma
forma e posição no espaço.
Movimento: Mantem os músculos associados e serven de alavancas
para os movimentos.
Protecção: Resguardam os órgãos de acções mecânicas.
Metabólicas: Função hematopoética (formação de componentes
celulares do sangue), pela presença e actividade da Medula óssea.

CARACTERÍSTICAS DO OSSO
O osso está rodeado no seu interior por endósteo e no exterior pelo
periósteo. Seus extremos são constituídos pelas epífises e o centro a
diáfises ou corpo. Dentro da cavidade óssea encontramos a Medula
Anatomia Funcional 22

óssea, encarregada da função hematopoética, desenvolve os glóbulos


vermelhos e brancos do sangue, intervem na nutrição e
nodesenvolvimento e crescimento do osso. Depois do nascimento
forma os glóbulos vermelhos, mas no adulto o seu papel principal es
formar os glóbulos brancos.

Medula Vermelha: Intervem directamente na formação do osso e


funções hematopoéticas do organismo.Nas crianças encontra-se todo o
osso, mas gradualmente é substituída pela Medula amarela, e na
pubertade só se encontra no osso esponjoso.

Medula Amarela: Formada por tecido adiposo que vai substituendo a


Medula vermelha quando a pessoa vai-se tornando adulta. Tem pouca
actividade na formação de células do sangue.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS OSSOS


Químicamente o osso está composto por um 1/3 de substâncias
orgânicas (osteína e fibras colágenas que lhe brindam flexibilidade e
resistência, e 2/3 de substâncias inorgânicas (sais de Cálcio, fosfatos,
carbonatos, etc.) que lhe brindam dureza e fragilidade ao osso.

DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO DO OSSO


Sabemos que os ossos são formações que aparecen mais tarde no
processo ontogenético dos organismos. Estas estruturas não tem um
desenvolvimento directo, é preciso uma formação anterior de menor
especialização para a sua substituição, existindo portanto existem duas
vías de desenvolvimento dos ossos:

1. Desenvolvimento membranoso: É realizado directamente


sobre o tecido conectivo (mesênquima) apartir de um centro
de ossificação em forma radial, formando-se as trabeculas
primárias que se irão relacionando de acordo com o tipo de
osso, Exemplo: ossos craneais e da cara, parte da clavícula.
2. Desenvolvimento endocondral: Neste requere-se uma
formação cartilaginosa prévia à estrutura final do osso. Ocorre
a custa da morte do cartílago e o seu lugar é ocupado
progressivamente pelo osso apartir do periósteo. Implica a
entrada da vascularização, o que determina a organização dos
ostiões. Exemplo: Ossos do tronco e extremidades, parte da
clavícula, parte do ramo ascendente da mandíbula, etc.

CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS


Classificar os ossos sempre foi um tema dificil pela diversidade de
critérios que se podem estabelecer, é por isso que pode-se encontrar
distintas classificações nas diferentes bibliografias que se consultem.
Por exemplo há autores que dão 4 classificações: tubulares,
Anatomia Funcional 23

esponjosos, planos e mixtos, mas há outras que subdividem esta


classificação em outras mais.

1. Ossos tubulares: podem ser largos, minilargos e curtos. Ex:


Largos (Úmero, rádio, cúbito, fémur, tíbia, perôneo);
Minilargos (metacarpianos e metatarsianos); Curtos (falanges
dos dedos de ambas extremidades).
2. Ossos esponjosos: podem ser largos e curtos. Ex. Largos
(costelas e esterno);Curtos (vértebras, ossos do carpo e do
tarso)
3. Ossos planos: (podem ser largos e finos) Ex. Largos (crâneo,
o ilíaco); finos (as costelas).
4. Ossos irregulares o mixtos: São ossos formados por distintas
partes. Ex: o sacro e suas relações com o coxal, as vértebras
no caso da sua estrutura completa.

Estas classificações estão estreitamente relacionadas com as


capacidades funcionais dos ossos e com a distribuição das variedades
esponjosa e compacta nos mesmos.

GENERALIDADES SOBRE AS ARTICULAÇÕES


Quando falamos do término articulação devemos entender que é uma
relação entre dois o mais ossos entre os quais es possível estabelecer
un deslocamento, servir de protecção o sostén al organismo. Uma
relação articular é a culminação total ou parcial dos ossos ou parte
deles, válido inclusive, paraos que no permiten ningún tipo de
movimentos. A amplitude (extensão) dos movimentos de uma
articulação é garantida por factores como a forma das superfícies
articulares, sua função, a acção muscular, o estado do seus
componentes articulares, a idade e pelo estado de saúde.

CLASSIFICACÇÃO DAS ARTICULAÇÕES


Sinartrósicas ou imóveis: são as articulações que permitem o
movimento e sua função básica é proteger, se manifestar na forma de
sindesmose, sincodrosis, sinostose, exemplos: as relações dos ossos do
crânio, a pélvis, etc.
Anfiartrósicas ou semi-móveis: estas articulações permite pequenos
deslocamentos com as mentes papel fundamental de proteção e órgão
de apoio, por exemplo, a sínfise púbica, membrana obturadora, as
articulações intervertebrais, e assim por diante.
Diartrósicas, sinovial ou móveis: aquelas que permitem uma ampla
gama de movimentos. São responsáveis por garantir a mobilidade do
sistema humano, juntamente com músculos, ossos e tendões, por isso é
necessário um conjunto de componentes que servem como apoio e
proteção de desempenho entre estes componentes têm a cápsula
Anatomia Funcional 24

articular, meniscos, tendões, ligamentos, superfícies articulares, a


cápsula sinovial (que contém o líquido sinovial ou sinóvia).

São funções do fluído Sinovial:


− Lubrificacção das superfícies articulares
− Garante a nutrição da cartilagem articular (difusão)
− Actuam na fagocitose
− É um tampão ao longo da cartilagem hialina

CLASSIFICACÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DIARTRÓSICAS

Uniaxiais: se movem num eixo de movimento e movimento


geralmente permitem apenas dois exemplos: flexão/extensão,
pronacção/supinacção.

As uniaxiais podem ser:


a) Troclear ou Gingles: eles geralmente são articulações que
permitem flexão e extensão, lesões ósseas geralmente
apresentam movimentos limetadeos.
a) Trocoide: são as articulações que se movem em forma
circular com ligamentos cupulares ou anulares que
condicionam o movimento.
b) Artrodias ou planas: são pequenas articulações que permitem
o movimento de deslocamento e deslizamento.

Biaxiais: se deslocam à custa de dois eixos de movimento. Podem ser:


a) Condíleas: são articulações onde uma das caras articulares é
convexa (côndilo) e outra côncava, às vezes apresenta
fibrocartilagem (menisco) para tornar coerente as caras
articulares.
b) Encaixe recíproco ou sela de montar: os seus rostos estão
articulações articulares que se assemelham a uma sela de
montar

Triaxiais: Se deslocam à custa de tres eixos de movimentos e


infinidade de trajectórias. Podem ser:

a) Enartrósicas ou esferóides: são articulações que permiten


uma ampla gama de movimentos e trajectórias destes.
Anatomia Funcional 25

TECIDO MUSCULAR

Tecido altamente especializado, caracterizado pela sua capacidade de


contracção. Apresentam-se em três variedades: cardíaco, liso e
estriado. Constituem variedades do tecido muscular os seguintes:

a) Músculo cardíaco tecido estriado: é caracterizado por


células ramificadas e anastomosados com núcleos organizados
no centro. A sua actividade é contínua, sem demonstrar
cansaço. É o tecido que compõe o coração.
b) Tecido muscular liso: formado por células fusiformes e
uninucleadas com o núcleo em posição central. Controleada
pelo Sistema Nervoso Autônomo ou vegetativo e são,
portanto, de contracção involuntária. Suas fibras se contarem
lentamente, mas são muito resistentes à fadiga. Revestem as
paredes do trato digestivo, vasos sanguíneos, bexiga e útero.
c) Tecido muscular estriado esquelético: Composto por células
fundidas como sincícios, na aparência é uma grande célula
multinucleada com os núcleos dispostos na periferia. O
sarcoplasma citoplasma contém numerosas mitocôndrias e
miofibrilas, estas últimas alinhadas o que determina sua
aparência estriada. As células musculares são agrupadas para
formar as fibras que estão rodeados por uma membrana ou
sarcolema e se dispõem em pacotes rodeados por novas
membranas constituindo o músculo. É controleada pelo
sistema nervoso central e é responsável pelos movimentos
voluntários.

O músculo é constituído por um conjunto formado pelos fascículos,


rodeiados pelo perimísio. Os fascículos são associações de asas
envoltos também pelo perimísio. Estas asas são grupos mais pequenos
de fibras, cada um rodeado pelo endomísio. Em cada grupo de
pequenas fibras se podem apreciar as fibras musculares formadas por
miofibrilas rodeadas pelo sarcolema. Todas estas envolturas na
estrutura estriada estão cubiertas externamente pelo epimísio e todas
convergem nos extremos do ventre ou massa muscular, conformando
os tendões. A fibra muscular estriada apresenta bandas escuras e clara
salternas, que lhe dão uma aparência de estriações, tanto nas
transversais como nas longitudinais.

− São designadas bandas ou franjas às zonas que se apreciam


transversalmente e se lhe chamam franja A ( Anisotrópicas ou
birrefringente) e franja I (Isotrópicas ou monorrefringente), e
se explica porque nas miofibrilas há formações cilíndricas
com diferentes índices de refracção.
− Dentro da franja I encontra-se uma muito mais estreita
chamada disco ou linha Z e na franja A se descreve uma zona
central chamada zona H.
Anatomia Funcional 26

− Os discos o linhas Z delimitam os espaços das miofibrillas que


estão ocupados por miofilamentos e que são os que organizan
a unidade estrutural e funcional do músculo estriado: o
sarcómero ou sarcómera
− Os miofilamentos grossos estão constituídos por miosina e os
finos por actina os quais constituem proteínas musculares. A
miosina é uma proteína de tipo fibroso e a actina de tipo
globular.
− O encurtamento do músculo responde à soma das contracções
dos sarcómeros que o integram, e estes encurtamentos e
alongamentos nos sarcómeros deve-se aos deslizamentos dos
miofilamentos.Na contracção a franja I diminue, os filamentos
de actina pénistram na franja A, a zona ou linha H diminue à
medida que os filamentos se sobrepõem aos grossos, então a
fibra sofre um encurtamento.

Entre as fibras musculares se distinguem as “vermelhas”, as


“brancas”e as “intermédias”. Nas “vermelhas” há mais mitocôndrias e
mioglobina, mas menos miofibrillas que nas “brancas. Os músculos
que tem mais fibras “vermelhas””são capazes de contracçõess largas e
os músculos nos quais predominam as fibras “brancas”se contraem
mais rápida e fortemente. Além das fibras musculares, na composição
do músculo entra o tecido conjuntivo. Este forma túnicas: ao redor do
músculo – epimísio e ao redor dos fascículos – perimísio e também
pénistra entre as fibras musculares – endomísio.
Devemos sublinhar que o tecido muscular, ao contrário do tecido
ósseo cresce em número de fibras só no período embrionário
(hiperplasia). Depois do nascimento só pode ocorrer aumento do seu
volume (hipertrofia), só conseguido, de forma natural, através da
Actividade Física sistemática.

TECIDO NERVOSO
Tecido altamente especializado que é o componente principal do
sistema nervoso, tendo como unidade funcional a neurona, únicas
células capazes de producir e propagar o impulso nervoso. As
neuronas tem forma estrelada, geralmente com numerosas
ramificações chamadas dendritas que recebem e conduzem o impulso
nervoso, para além do axônio estrutura capaz de transmitir o impulso a
outras células. O tecido nervoso é o mais especializado de todos que
formam os seres viventes embora tenha perdido a sua capacidade de
reproduzir-se.
Anatomia Funcional 27

Figura 2. Estrutura do músculo, do sarcómero e dos miofilamentos de


actina e miosina

Sumário
A Anatomía pertence ao grupo de Ciências Biológicas,
disciplina que trata da estructura e das relações espaciais, da
constitução dos organismos e da arquitectura do organismo em
acção.

Exercícios 1
1. O que é Anatomia Funcional? Qual é o seu objecto de estudo?
2. Quantos tipos de tecidos existem no corpo humano?
3. Concentre-se nos tecidos ósseo e muscular. Pode explicar em
pequenos detalhes a sua composição?
Anatomia Funcional 28

Unidade nº 2
Terminologia Anatómica
Esta unidade começa definindo a terminologia anatômica como a
nomenclatura geral que define a estrutura do corpo no espaço.
Assim, é possível localizar um segmento do corpo no espaço,
localizar uma região e descrever as alterações espaciais. Para
fazer isso, a posição anatômica que deve ser adoptada é parado,
o corpo reto, braços ao longo do corpo e palmas das mãos
viradas para a frente.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a importâcia do da Terminología Anatômica;


 Saber descrever a posição do corpo e dos segmentos corporais no
espaço e as suas alterações segundo o tipo de movimento por este
Objectivos efectuado.

Através do corpo são traçados planos que caracterizam o seu


movimento. Os planos podem ser:

1. Plano sagital ou plano médiano: divide o corpo da frente


para trás em duas metades simétricas (direita e esquerda).

2. Plano frontal: divide o corpo dado a lado lateralmente em


duas metades (frente e verso).

3. Plano horizontal ou transversal: divide o corpo


horizontalmente em duas partes superior (cranial) e inferior
(caudal).
Anatomia Funcional 29

Eixo transversal: O eixo imaginário que passa através do corpo da


direita para a esquerda e está relacionado com o plano sagital.

Eixo Vertical: O eixo imaginário vai de cima para baixo e está


relacionado com o plano transversal ou na horizontal.

Eixo sagital: O eixo imaginário que passa através do corpo da frente


para trás, está relacionada ao plano frontal.

Plano Sagital (Eixo Transversal):

− Flexão (dorsal, ventral, palmar, plantar, etc): Ampliação do


ângulo articular
− Extensão: Redução do ângulo articular
− Anteversão e Retroversão

Plano Frontal (Eixo Sagital):

− Abducção: Separação da linha média.


− Adducção: Aproximação à linha média
− Flexão Lateral (direita e esquerda)

Plano Transversal (Eixo Vertical):

− Rotação direita e esquerda


− Pronação
− Supinação
− Inversão
− Eversão

Em geral a designação e localização dos planos obedece ao seguinte


critério:
− Medial: Tudo o que está cerca do plano médio.
− Lateral: Tudo o que está situado mais afastado do plano
médio.
− Anterior ou ventral: Tudo o que está cerca da superfície
anterior do corpo.
− Posterior ou dorsal: Tudo o que está mais cerca da superfície
posterior.
Anatomia Funcional 30

− Superior ou craneal: O que está situado perto do extremo


superior do corpo.
− Inferior ou caudal: O que está situado mais perto do
extremo inferior.
− Proximal: As partes situadas mais perto do ponto de inserção
do membro ao corpo.
− Distal: As partes mais afastadas do ponto de inserção do
membro ao corpo.
− Palmar ou volar: Refere-se a todos os relacionado com a
palma da Mão.
− Epífise: Extremidades dos ossos largos.
− Diáfise: Refere-se à zona central ou corpo dos ossos largos.

Sumário
Quando o homem se movimenta, ele geralmente faz nestes planos, que
correspondem a três eixos de movimento que estão num ângulo de 90°
em relação a eles. Isto permite classificar o movimento das actividades
do homem. Embora cada movimento articular podem ser classificados
dentro de um plano e eixo específicos, geralmente os nossos
movimentos não ocorrem inteiramente dentro de um só plano, mas é
conduzida como uma combinacção de movimentos de mais de um
plano e eixo. Também no organismo se podem extrair a quantidade de
paraplanos (planos paralelos), se necessário no corpo, de acordo com
as articulações activas no movimento que se realiza.

Exercício 2
1. Identifique os planos e eixos nas seguintes situações:
a) O movimento de um ginasta na barra fixa.
b) A participação de um atleta numa corrida de 100
metros.
c) O remate num jogo de Futebol.
Anatomia Funcional 31

Unidade nº 3
Componentes do esqueleto
axial

Nesta unidade envolverá a discussão sobre os conjuntos esquelético,


articular e muscular da cabeça e tronco e sua importância na
actividade física.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Saber definir o esqueleto;


 Conhecer o conjunto de ossos que formam a cabeça e o tronco;
 Conhecer o conjunto de músculos localizados na cabeça e no tronco;
Objectivos
 Conhecer as articulações da cabeça e do tronco.

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


• SNC – Sistema Nervoso Central

Terminologia

O conjunto de ossos do nosso corpo constitue o esqueleto, o qual está


formado por mais de 200 ossos. Para o seu estudo se divide em
esqueleto axial e esqueleto apendicular. O primeiro está integrado
pelos ossos da cabeça e do tronco, e o segundo, pelos das extremidade
superiores e inferiores. A cabeça é uma formação diferenciada de
grande especialização como consequência do desenvolvimento do
sistema nervoso, principalmente nos níveis centrais, visão, audição,
equilibrio e conducta espacial. A capacidade da cavidade oral para
garantir a nutrição e organização para o aproveitamento do ar para
alcançar a linguagem articulada. O esqueleto da cabeça é conformado
Anatomia Funcional 32

por ossos relacionados através de juntas sinartrósicas em forma do


suturas excepto nas articulações temporomandibular e nas formadas
entre os pequenos ossos do ouvido médio. Os ossos da cabeça são
agrupados em dois conjuntos:

1. Ossos do crâneo: que forman a cavidade craneal


2. Ossos do esqueleto facial: que conforman las cavidades
orbitais, nasais e oral.

Figura 3. Crâneo (Vista Frontal, Lateral e Inferior)

Ossos do crâneo: Estes ossos tem as características de ser diploedes,


esponjosos, alguns irregulares e outros planos. São eles: 1 frontal, 1
occipital, 1 esfenoides, 2 parietais e 2 temporais.
Ossos da cara: 2 nasais , 2 lagrimais, 2 conchas nasais inferiors, 2
zigomáticos ou malares, 2 palatinos, 2 maxilares, 1 vômer (conforma o
tabique nasal), 1 mandíbula, 6 pequenos ossos do ouvido (estribo,
eunque e martillo), 1 hioides, 1 etmoides (uma porção facial e outra
cranial, pelo que pode ser classificado de ambas formas).

Como já foi mencionado antes com excepção da articulação


temporomandibular o resto são sinartrósicas mediante suturas e vários
destes ossos formam diversas cavidades:

Cavidade orbital: (frontal, esfenoides, etmoides, zigomáticos,


maxilares, lagrimais, palatinos)

Cavidade nasal: (frontal, esfenoides, etmoides, maxilares, lagrimais,


palatinos, vómer)

Cavidade oral: (maxilares, palatinos, esfenoides, mandíbula)

Compartimento auditivo: (ossos temporais)

Base do crâneo: (occipital, esfenoides, etmoides)

Cavidade e paredes do crâneo: (frontal, parietais, occipital, etc.)


Anatomia Funcional 33

ARTICULAÇÕES DA CABEÇA

Temporomandibular: relação óssea de tipo condílea, formada pela


cavidade convexa glenoidea do temporal e o tubérculo zigomático dos
temporais. Apresenta fibrocartílagos e permite uma grande liberdade
de movimentos, como:
− Elevação e depressão (descida)
− Movimentos laterais
− Propulsão e retropropulsão

MÚSCULOS DA CABEÇA

Mastigadores e elevadores da mandíbula: (masetero, temporal,


pterigoideo, esternotiroideo)
− Propulsão: Pterigoideos laterais
− Lateralidade: Pterigoideos do lado contrário
− Retropropulsão: acções associadas de temporais e maseteros
− Depressores da mandíbula: (glenoideo, digástrico, tiróides)

Músculos buco-nasais: Orbicular da boca, Depresor do ângulo da


boca, Buzinador o trompetero, Elevador dos labios, Elevador do ala da
nariz, Zigomáticos, Elevador do ângulo da boca, Risório, Depresor do
ângulo da boca, Músculo depressor do labio inferior, Músculo borla da
barba, Músculo nasal, Músculo platisma, Músculos orbitais, Orbicular
dos párpados, Superciliares.

Músculos auxiliares: Auricular anterior, Auricular superior e


Auricular posterior .

Músculos epicraneais: Occipitofrontal, Frontal, Occipital,


Temporoparietal e Piramidal..

Todos estes músculos da cara incluindo os epicraneais são


considerados miméticos por que intervem na mímica e na expressão da
cara. Os músculos da mastigação são inervados pelo quinto par craneal
ou trigémino e os da mímica pelo sétimo par craneal ou nervo facial.

A importância da cabeça no desporto vem dada principalmente pela


localização nela do SNC do qual falaremos nos próximos capítulos e
também pela localização dos princippais órgãos do sentidos (visual,
olfacto, auditivo, etc.).
Anatomia Funcional 34

O tronco, bloco central do corpo, apresenta uma conformação


trapezoidal, de diámetro maior na sua parte superior com relação à sua
parte inferior para os homems. Nas mulheres, geralmente é mais largo
na sua parte inferior (relacionado com a cintura pélvica).
No seu interior aparece uma grande cavidade, dividida em duas
porções pelo músculo diafragma. A cavidade superior torácica,
denominada tórax (onde encontramos os pulmões, coração, esófago,
gânglios, etc) e a cavidade inferior ou abdominal que tem continuidade
na cavidade pélvica (as quais contém órgãos do aparelho digestivo,
sistema urinário e genital).

COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral se encontra formada por anés ósseos isolados
ordenadamente um sobre o outro chamados vértebras (ossos
esponjosos finos).

Função: esqueleto axial que suporta o corpo, protege a Medula


Espinhal situada no seu canal e participa nos movimentos do tronco e
da cabeça. A situação e forma da coluna vertebral estão determinadas
pela marcha bípeda do homem.

Diz-se que as vértebras são constituídos por estes elementos comuns:


corpo, arco e processos.

Corpo: estrutura de suporte situada na parte anterior, engrossada em


forma de pequenha coluna.

Arco: estrutura insertada à parte posterior do corpo que cerra o buraco


vertebral e da conjunção destes últimos é constituído o canal vertebral
que protege a Medula Espinhal incluida no seu interior, pelo que a
função principal do arco é a defesa.

Processos (apófise): Acessórios ósseos necessários para os


movimentos da coluna vertebral. São classificados em:
− Processo espinhoso: Situado pela linha média do arco
dirigido à parte posterior. Neles estão insertados os ligamentos
e músculos para o movimento das vértebras.
− Processos transversos: Situados a cada lado do arco (direito e
esquerdo).
− Processos (facetas) articulares: Situados embaixo e acima do
arco. São delimetadeas por detrás por uns entalhes pares
denominadas incisuras (cortes) vertebrais superior e inferior,
as que ao sobrepor-se uma vértebra sobre a outra formam os
buracos intervertebrais para os nervos e vasos da Medula
Anatomia Funcional 35

Espinhal. A sua função é de ser constituintes das articulações


intervertebrais onde verifica-sen os movimentos da coluna
vertebral.

Ao longo da coluna vertebral as vértebras apresentam forma e


dimensões diferentes pelo que classifica-sem em:
− Vértebras cervicais (7 vértebras verdaderas)
− Vértebras torácicas (12 vértebras verdaderas)
− Vértebras lombares (5 vértebras verdaderas)
− Vértebras sacras (5 vértebras falsas, fusionadas formando o
osso sacro)
− Vértebras coccígeas (4 vértebras falsas, fusionadas forman o
osso coccígeo)

A coluna vertebral apresenta quatro curvaturas, que são


alternadamente cóncavas e convexas. As duas cóncavas (lordose),
chamadas cervical e lombar chamam-se curvaturas primárias porque
existem desde a vida fetal e estão relacionadas à acomodoção das
vísceras. As dos convexas (cifose), torácica e sacro, são denominadas
secundárias ou compensadoras porque se desenvolvem depois do
nascimento. A curvatura cervical começa a aparecer quando a criança
é capaz de sustentar a sua cabeça (ao redor dos 3-4 meses) e está bem
formada quando senta-se em posição erecta (ao redor dos 19 meses). A
curvatura lombar forma-se quando a criança começa a caminhar, entre
os 12 e 18 meses de idade.

Figura 4. Regiões, Curvaturas e Sectores funcionais da Coluna


Vertebral
Anatomia Funcional 36

COSTELAS

Anterior Posterior

Figura 5. Caixa Torácica

A convexidade das costelas está dirigida para fora o que


proporciona o aspecto redondo às paredes do tórax e aumenta o
tamanho da seu cavidade; as costelas se dirigen para adiante e
abaixo apartir da sua inserção na coluna vertebral, de maneira
que a sua extremidade esternal está muito mais abaixo do que o
seu extremo vertebral. A borda inferior das costelas está em
forma de canal para receber os nervos e vasos sanguíneos
intercostais. Os espaços que ficam entre as costelas são
denominados, espaços intercostais, os quais são ocupados por
músculos, membranas e ligamentos. Os Espaços intercostais são
limetadeos por cima e por baixo por duas costelas vezinhas, por
diante com o bordateral do esterno e por detrás pelas vértebras
(estes espaços são ocupados por músculos, membranas e
ligamentos.
Anatomia Funcional 37

O ESTERNO

Osso impar alargado, com cara anterior convexa e posterior


cóncava. Ocupà parte média da parede anterior do tórax. Está
formado por tres porções: a parte superior se denomina
manúbrio, a parte média e mais larga, o corpo, e a porção
posterior apófisis xifoides. Em ambos lados do manubrio e do
corpo existem entalhes onde se acoplam (se estabelecem) os
extremos esternais dos sete cartílagos costais superiores. O
apófisis xifoides não une costelas mas ajuda na inserção deste a
alguns músculos abdominais.
A postura, a actividade Física e os hábitos dietéticos tem muito
que ver com a forma do esterno e também da cavidade torácica.

As relações entre as estruturas ósseas do tronco se estabelecem através


das siguientes articulações: intervertebrais, esternoclaviculares,
costovertebrais, esternocostais.

ARTICULAÇÕES INTERVERTEBRAIS

As articulações da coluna vertebral, funcionalmente, pertencem ao


grupo de articulações pouco móveis, formam-se entre os corpos e os
processos ou apófisis das vértebras.

CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DA COLUNA


VERTEBRAL

Sincondrósicas (Articulação semi-móvel): articulações separadas por


un cartílago (discos intervertebrais) que permitem pouco movimento.
Presentes nos corpos de uma série de vértebras até no sacro.

Diartrósicas (articulações móveis): classificam-se tendo em conta à


quantidade de eixos sobre os quais se verifique o seu movimento
como:
a) Artródias: movimento num só eixo (deslocamento).
Presentes nos processos articulares, fundamentalmente nas
vértebras cervicais e dorsais.
Anatomia Funcional 38

b) Trocoides: movimento num só eixo presente na


articulação atlantoaxoidea (dente do axis).

c) Condíleas: movimento em dois eixos sem rotação.


Presente na articulação atlantoccipital.

LIGAMENTOS DAS ARTICULAÇÕES INTERVERTEBRAIS

Entre as vértebras encontramos os ligamentos largos ou comuns e os


curtos.

Ligamentos largos: Ligamentos que se extendem desde as


proximidades da articulação do atlas com o occipital até ao sacro.
Participam de modo directo na conformação do suporte corporal.

a) Ligamento vertebral comum anterior: Empede a extensão


excessiva da coluna para atrás.

b) Ligamento vertebral comum posterior: Dificulta a flexão,


sendo o antagonista funcional do ligamento vertebral comum
anterior.

Ligamentos curtos:
a) Ligamentos amarelos: Entre os arcos desde a 3ª vértebra
cervical até ao sacro. Contribuem para o indireitamento da
coluna e para a marcha bípeda.
b) Ligamentos interEspinhais: Entre os processos espinhosos
de duas vértebras vizinhas. Se unem com os ligamentos
amarelos e com o ligamento supraEspinhal.
c) Ligamento supraEspinhal: Entre os ápices dos processos
espinhosos das vértebras torácicas e lombares. A nível da 7ª
vértebra cervical tem uma continuidade no ligamento nucal.
d) Ligamento nucal: Tem forma triangular. Vem desde o
processo espinhoso da 7ª vértebra cervical para cima, dilata-se
e inserta-se na cresta occipital.
e) Ligamentos intertransversários: Mais desenvolvidos na
porção lombar. Limitam os movimentos laterais da coluna
para o lado oposto.

MOVIMENTOS PERMITIDOS PELA COLUNA VERTEBRAL


− Flexão dorsal
− Flexão ventral
− Flexão atero direita e latero esquerda
− Rotações direita e esquerda
Anatomia Funcional 39

− Alargamento ou encurtamento às custas do aumento ou


disminução das curvaturas (dadas pela contracção ou
distensão dos músculos)
− Circundução (ver como o conjunto de movimentos que
permitidos pela coluna vertebral)

Articulações esternoclaviculares:

Articulações formadas entre as incisuras articulares, direita e esquerda,


do bordo superior do manúbrio do esterno e o extremo esternal das
clavículas. Estas articulações são efectuadas através de cartílagos
intrarticulares, classificando-se como diartrósica de encaixe recíproco.
Movimentos permitidos:
− Anteversão
− Retroversão
− Elevação
− Depressão

Articulações esternocostais:

Articulações formadas entre as incisuras costais das bordas (margens)


do corpo do esterno e o corpo costal das costelas, através do cartílago
costal. Os 7 primeiroos pares de costela articulam-se diretamente
através do seu cartílago (menos a I o qual o seu cartílago consolida-se
com o esterno) e da 8-10ª, através do cartílago da 7ª costela. Os pares
11 e 12 não se articulam ao esterno.

Músculos que intervem na flexão ventral

Músculos Localização Outras funções

Recto abdominal Superfície anteromedial Flexões laterais lombares


do abdomen entre a
caixa torácica e o púbis

Oblíquo externo Ambas zonas laterais do Rotações laterais lombares


abdomen

Oblíquo interno Ambas zonas laterais do Rotações laterais lombares


abdomen quando o
externo relaxa-se

Psoas ilíaco Superfície interna do Flexão da cadera


osso ilion ao trocánter
menor.
Anatomia Funcional 40

Escalenos Apófisis transversas das Rotações laterais cervicais


vértebras cervicais

Esternocleidomastoideo Região anterolateral do Rotações laterais cervicais


pescoço diagonal

Largo do percoço Sobre as vértebras Rotações laterais cervicais


cervicais

Músculos que intervem na flexão dorsal

Interespinhoso Entre os processos


espinhosos da coluna
vertebral

Rotadores Do osso occipital às Flexão laterais da coluna


apófisis espinosas vertebral
cervicais e torácicas

Multífidos Do osso occipital às Flexão laterais da coluna


apófisis espinosas vertebral
cervicais e torácicas

Semiespinhoso Do osso occipital às Flexão laterais da coluna


apófisis espinosas vertebral
cervicais e torácicas

Epéspinoso Apófisis transversas da Flexãos e rotações laterais


região cervical à lombar

Intertransversos Entre os processos Flexãos e rotações laterais


transversos das vértebras

Ilicostal Da cervical ao sacro Rotações laterais lombares


posterior às costelas

Dorsal largo Apófisis transversas da Rotações laterais cervicais


região cervical à lombar

Complexo maior e
menor

Esplénios da cabeça Região cervical e dorsal


da coluna vertebral
Rotações laterais da
cabeça e do pescoço
Esplénios do pescoço Da região dorsal ao
occipital

Trapézio Desda base do crâneo Elevação, rotação e


até a 12º vértebra dorsal adducção das escápulas
e lateralmente desda
coluna vertebral até as
escápulas
Anatomia Funcional 41

Músculos que intervem na flexão laterais

Quadrado lombar Lado posterointerno da Estabiliza a pélvis


cresta iliaca até a 4
vértebras lombares e la
12º dorsal

Todos os músculos que participam nas flexãos ventrais e dorsais

Músculos que intervem na rotações laterais

Ilicostal Da cervical al sacro Flexão dorsal


posterior às costelas
(rotações do lado do Flexões laterais
movimento)

Oblicuo externo Ambas zonas laterais do Flexão ventral


abdomen
(rotação contraria al Flexões laterais
movimento)

Oblicuo interno Ambas zonas laterais do Flexão ventral


abdomen quando el
(rotações do lado do Flexões laterais
externo relaxa-se
movimento)

Largo do pescoço Sobre as vértebras Flexão ventral


cervicais
(rotação contraria al Flexões laterais
movimento)

Escalenos Apófisis transversas das Flexão ventral


vértebras cervicais
(rotação contraria al Flexões laterais
movimento)

Esternocleidomastoideo Região anterolateral do Flexão ventral


pescoço diagonal
(rotação contraria ao Flexões laterais
movimento)

SECTORES FUNCIONAIS DA COLUNA VERTEBRAL


O Doctor em ciências médicas Roberto Hernández Corvo apresenta os
seguintes sectores funcionais da coluna vertebral:
1. Sector oculovestíbulocefalogiro: osso occipital, vértebras
atlas e axial.
2. Sector cervical: tercera vértebra cervical actual até a segunda
torácica actual. São incluidas a primera e segunda costelas e o
manúbrio esternal.
Anatomia Funcional 42

3. Sector primo vertebral: terceira vértebra torácica actual até a


octava torácica actual. Incluem-se as unidades funcionais da
dinámica ventilatória.
4. Sector resorte bípedo: Nona vértebra torácica actual até o
cóccix. Inclui-se o resto dos arcos costais. Constitui o
ángulo bípedo lumbosacro.

1. Sector oculovestíbulocefalogiro vertebral: Este sector tem


relação com os olhos (visão ocular), com o aparelho vestibular
ou as suas funciões e com os giros da cabeça. A capacidade de
movimentos deste sector da coluna organiza-se tendo as
entidades esqueléticas que se relacionam. Assim, a
occipitoatlantoidea facilita movimentos anteroposteriores
(flexão ventral e dorsal) às custas de um eixo transversal e
sobre um plano sagital. As flexões laterais (direita a esquerda)
num eixo sagital e plano frontal. As rotações desenvolvem-se
sob um eixo vertical e uum plano transversal com a
atlantoaxoide.

2. Sector cervical vertebral: Este sector representa


verdadeiramente o esqueleto do pescoço propriamente dito e
ademais o esqueleto básico da relação vertebral com o
membro superior. Este segmento da coluna vertebral é
también zona de transição entre o pescoço e o tórax, tipificada
pela situação das extremidades superiores. O primeiro
alargamento medular, os plexos nervosos cervical e braquial
lhe conferem uma grande importância para este sector.

3. Sector primovertebral: Representa em certo modo a parte


central da coluna vertebral. Lhe correspondem as principais
unidades costais ventilatórias, do terceiro a oitavo pares
costais.

4. Sector resorte bípedo vertebral: Este sector da coluna


vertebral é, desde o ponto de vista bípedo, o factor principal
para alcançar a independência e estabilidade contra a acção
gravitacional. As suas relações com a base intermédia (cintura
inferior) é directa, o que quer dizer que tem relação através de
um conjunto articular (quinta vértebra lombar, o sacro e os
coxais). A relação articular directa faz com que este sector
dependa muito da conformação estructural da base intermédia
e do quadril. De manera indirecta este sector condiciona a
acomodação funcional do pé. Comparando-o com os sectores
anteriores é o mais largo, descrevendo uma dupla curvatura:
uma lordótica com origem na região torácica e outra cifótica
(convexidade posterior), que corresponde ao segmento inferior
sacro coccígeo. Se analizarmos estas duas curvaturas,
podemos integrar um valor angular que resume
funcionalmente o sector: o denominamos ângulo resorte
bípedo. Este sector vertebral define muitas das situações
gravitacionais do sistema humano e da sua estabilidade
bípeda. Toda a função do trem superior recai sobre o resorte
Anatomia Funcional 43

bípedo transformado-o em mola funcional para soportar o


peso do tronco e manter o seu equilíbrio. Neste sector é onde
con maior frequência aparecem as hernias discais. É a região
que permite o acesso ao conduto raquídeo para a
administração das anestesias epi ou peridurais.

DINÂMICA VENTILATÓRIA

O acto da respiração implica a inspiração e a espiração, repetidas


rítmicamente. A inspiração é efectuada da seguinteforma: Pelo influxo
dos impulsos nervosos contraem-se os músculos participamtes no acto
da inspiração: o diafragma (motor principal), os músculos intercostais
externos e outros. O diafragma, ao contrair-se, descende o qual conduz
ao aumento da dimensão vertical da cavidade torácica. Pela contracção
dos músculos intercostais externos e de alguns outros músculos
elevam- se as costelas e com isso aumentam os diámetros antero
posterior e transversal da cavidade torácica Como resultado da
contracção muscular, aumenta volume total da cavidade. Como
resultado da falta de ar na cavidade pleural e da pressão na mesma ser
negativa, juntamente com o aumento do volume da cavidade torácica
tem lugar a dilatação dos pulmões. Ao dilatarem-se os pulmões, a
tensão do ar no interior dos mesmos baixa (torna-se mais baixa que a
atmosférica) e o ar atmosférico irrompe nos pulmões, através das vías
respiratórias. Assim, na inspiração tem lugar de modo consecutivo: a
contracção muscular, o aumento do volume da cavidade torácica, a
dilatação dos pulmões, a disminução da tensão no interior deles e o
ingresso do ar atmosférico nos pulmões através das vías respiratórias.
A espiração produz-se como continuação da inspiração. Os músculos
que participam no acto da inspirações relaxam-se (com isso, diafragma
eleva-se); as costelas, devido à contracção dos músculos intercostais
internos e de outros músculos e também pela seu próprio peso,
descendem. O volume da cavidade torácica diminue, os pulmões
estreitam-se, a tensão no seu interior aumenta (torna-se mais alta do
que a atmosférica), e o ar é expelido ao exterior através das vías
respiratórias. Os movimentos respiratórios são rítmicos. No adulto, em
estado de reposo, tem lugar de 16 a 20 movimentos respiratórios por
minuto. Nas crianças a respiração é algo mais frequente (no recém
nascido por volta de 60 por minuto). Como norma, a carga física,
sobretudo nas pessoas pouco treinadas, é acompanhada por um
aumento da frequência da respiração. Em muitas doenças se observa
também o aumento na frequência dos movimetos respiratórios. A
aceleração da respiração pode ser acompanhada pelo descenso da sua
profundidade. Durante o sono a respiração é mais lenta. Distinguem-se
dois tipos de respiração: a abdominal (predominante nos homems) e a
torácica (nas mulheres). No primeiro tipo, o volume da cavidade
torácica aumenta, principalmente a consequência da contracção do
diafragma (aumento da dimensão vertical); no segundo tipo, como
resultado da contracção de outros músculos (aumento das dimensões
antero posterior e transversal da cavidade torácica).
Anatomia Funcional 44

Músculos que intervem na inspiração


Músculos Localização Outras funções
Diafragma Dividindo as cavidades
(músculo da respiração por torácica e abdominal
excelência)
Intercostais internos e Entre os arcos costais
externos
Esternocleidomastoideo Região anterolateral do Rotações laterais
pescoço diagonal cervicais

Escalenos Apófisis transversas das Flexão ventral


vértebras cervicais Flexões laterais

Supracostais Da 7ª vértebras cervical


(elevam as costelas) à 12ª torácica e à região
posterior das costelas

A nível das últimas


vértebras torácicas e
Serratos primeiro as lombares,
(baixa as costelas lateralmente para cima
inferiores) por baixo do romboides
Pectoral menor Por debaixo do pectoral
maior
Desde a base do crâneo
até a 12º vértebra dorsal Elevação, rotação
Trapézio e lateralmente desda e adducção das
coluna vertebral até as escápulas
escápulas
Músculos que intervem na expiração
Intercostais internos Entre os arcos costais

Transverso do abdomen Região lateroinferior do


(estira a parede abdominal abdomen
interior )
Superfície anteromedial
do abdomen entre a Flexões laterais
Recto abdominal caixa torácica e o púbis lombares
Oblíquo externo Ambas zonas laterais do Rotações laterais
abdomen lombares
Ambas zonas laterais do
Oblíquo interno abdomen quando o Rotações laterais
externo relaxa-se lombares
Serratos A nível das últimas
(baixa as costelas vértebras torácicas e
inferiores) primeiras lombares,
lateralmente para cima
por baixo do romboides
Triangular do esterno Detrás do esterno e os 6
(depressão do peto primeiros cartílagos
esternoscostocondral) costais
Anatomia Funcional 45

Sumário
O Esqueleto axial é composto pelos conjuntos esquelético, articular e
muscular da cabeça e tronco.

Exercício 3
1. Explique como funciona as articulações e músculos nas
seguintes situações da actividade física e desportiva:
a) Lançamento ao arco no Basquetebol;
b) Lançamento do dardo em Atletismo;
c) Remate em suspensão no Voleibol;
d) Movimento dos braços na corrida dos 100 metros
planos.
Anatomia Funcional 46

Unidade nº 4
Componentes do Esqueleto
Apendicular
Esta unidade irá debruçar sobre os conjuntos esquelético, articular e
muscular da cintura torácica e dos membros superiores.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Saber definir o esqueleto apendicular;


 Conhecer os ossos do esqueleto apendicular
 Conhecer as articulaçoes e músculos da cintura torácica e dos
Objectivos membros superiores.

A relação dos membros superiores com a coluna vertebral tem um


carácter sistémico onde joga um papel determinante a cintura superior.
Os movimentos dos membros superiores são acompanhados pelos
movimentos da escápula e estes por sua vez pelos da clavícula,
relacionada com a coluna vertebral através do esterno que articula con
os arcos costais, também entre a escápula e a coluna vertebral
estabelecem-se enlances musculares compostos pelos músculos
romboides, serrato anterior, trapézio, o elevador da escápula e o
pectoral menor, de modo que se do ponto de vista estrutural não se
encontre a relação da escápula e o eixo vertebral, do ponto de vista
funcional existam vários elementos que estabelecem uma estreita
relação. A importância da cintura superior não radica só em facilitar a
liberdade de movimentos, mas também há que considerar quando
muda a sustentação do corpo dos membros inferiores aos superiores,
quando ocorrem agarres mãodigitais ou quando se produzem acções
com meios de relação entre as mãos, como por exemplo:
levantamentos de pesos, flexões de braços, etc. A cintura superior está
composta pelas escápulas (omoplatas) e as clavículas.
Anatomia Funcional 47

Escápula: É um osso plano de forma triangular comprendido entre a


2ª e 7ª costelas, onde distinguem-se três bordes que convergem
formando tres ângulos, o ângulo lateral tem um engrossamento onde
encontramos a cavidade glenoidea, por cima desta encontramos o
tubérculo glenoideo onde inserta-se o tendão do bíceps braquial e por
baixo o tubérculo infraglenoideo onde inserta-se a porção larga do
tríceps braquial, da borda superior perto da cavidade glenoidea parte o
processo coracoides. Também a escápula apresenta duas caras, a
anterior excavada constituindo a fossa subescapular e a posterior está
dividida pela espina escapular em duas fossas uma superior chamada
fossa supraespinosa e a inferior fossa infraespinosa. Esta espina
escapular continua com o acrómio que articula com a clavícula.

Figura 6. Escápulas

Clavícula: É o único osso que une o membro superior com o


esqueleto do tronco. A sua importância funcional é extraordinária
porque mantém a articulação escapulohumeral à distância necesséria
do tórax, condicionando uma maior amplitude de movimentos do
membro superior. Pertence aos grupo dos ossos tubulares e comprende
um corpo e duas extremidades, esternal e acromial com facetas
articulares para a articulação com o esterno e acróomio. Na sua cara
inferior encontramos o tubércuos coronoideo como marca de inserção
a ligamentos.

Figura 7. Clavícula
Anatomia Funcional 48

ARTICULAÇÕES DA CINTURA SUPERIOR

Articulação Esternoclavicular: é uma articulação diartrósica biaxial


do tipo sela de montar ou encaixe recíproco, composto pelas caras
articulares do manúbrio do esterno e da cara articular esternal da
clavícula. Esta articulação se complementa com o cartílago
intrarticular ou menisco que amplia as possibilidades de movimento da
articulação, ademais está reforçada por ligamentos tais são: os
ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior, o ligamento
costoclavicular e o ligamento interclavicular. Esta articulação
possibilita que todo a cintura superior esteja movimento.

Acromioclavicular: É uma articulação diartrósica do tipo plana ou


artrodia, que relaciona a cara interna do acromio com o extremo
acromial da clavícula. É muitas vezes composta por um disco articular.
A sua cápsula está reforçada por fortes ligamentos tais como:
coracoclavicular e o acromioclavicular.

Dentro da cintura superior encontram-se outras articulações, como as


costovertebrais, esternocostais das duas primeiras costelas e a
escapulohumeral citadas anteriormente.

MOVIMENTOS DA CINTURA ESCAPULAR OU TORÁCICA


Os movimentos da cintura superior estão estreitamente relacionados
com os movimentos dos membros superiores, já que actuam como
uma unidade que proporciona uma grande amplitude de movimentos
ao sector. O conjunto muscular da cintura superior e os membros
superiores estão agrupados em cuatro grupos fundamentais de acordo
com a sua disposição:

1. Musculatura troncoescapular: Este grupo relaciona a


escápula e o tronco, garante a posição e deslocamentos
escapulares e e também garante a acção de outros planos
musculares. Exemplos: músculo trapézio, elevador da
escápula, romboides, serrato anterior, pectoral menor,
subclavio.

2. Musculatura escapuloumeral: Este grupo garante a


interacção e interdependência entre a escápula e o Úmero,
ademais actuam como verdaderos ligamentos da articulação
escapulohumeral. Nele podemos definir dois sub-grupos, o
escapuloclavículohumeral ou superficial e o escapulotuberal
ou profundo, estes estão compostos pelos músculos: sub-
escapular, supraespinhoso, infraespinhoso, dotoides, redondos
menor e maior, e também o coracobraquial.
Anatomia Funcional 49

3. Musculatura troncoumeral: este grupo está constituído pelo


pectoral maior e pelo dorsal largo.

4. Musculatura toracocérvicocraneal: neste grupo agrupamos


um conjunto de músculos anteriores laterais e posteriores que
conformam a estrutura piramidal do pescoço, com uma
importância extraordinâria na prática desportiva, isto porque o
relaxamento ou perca de tonicidade destes músculos empede a
execução dos movimentos da região cervical e craneana.
Exemplo: os músculos escalenos, esternocleidomastoideo,
largo do pescoço, interespinhosos, rotadores, complexos maior
e menor, esplénios da cabeça e do pescoço, músculos situados
perto do osso hioideo e os suboccipitais.

Todo um conjunto de ossos, articulações e músculos com


características muito particulares conformam os membros superiores,
onde os movimentos tem uma estreita relação con os da cintura
superior o que faz possível o desenvolvimento dos movimentos
harmónicos na educação física e no desporto. Os membros superiores
estão compostos pelos siguientes ossos: Úmero, cúbito, rádio, carpo,
metacarpo e falanges.

Úmero: é um osso tubular largo que conforma o esqueleto do braço, é


constituída por duas epífisis e uma diáfisis ou corpo, que tem
contornos triangulares onde se distinguem três bordes e três caras. Na
sua epífisis proximal encontramos a cabeça do Úmero que articula
com a cavidade glenoidea da escápula conformando a articulação
escapulohumeral, este acidente ósseo está separado do osso pelo
pescoço anatómico, onde encontramos os trocánteres maior e menor
que servem de pontos de origem e inserção fa vários músculos,
também encontramos o pescoço quirúrgico como rasto da presença do
cartílago metaepifisiário sobre o qual cresce o osso na idade infantil.
Na epífisis distal encontramos a tróclea, os cóndios medial e lateral e
seus correspondentes epicóndios que servem de pontos de inserção aos
músculos e ligamentos e ademais facilitan a relação articular com os
ossos do antebraço.

Cúbito ou Ulna: é um osso tubular largo localizado na porção externa


do esqueleto do antebraço, é constituída por duas epífisis e uma
diáfisis ou corpo, este tem contornos triangulares onde se distinguem
três bordes e três caras (anterior, posterior e interóssea), na epífisis
proximal encontramos o olécranon na zona posterior e na anterior o
processo coronoideo, entre estes encontramos a incisura troclear que
serve de articulação para a tróclea do Úmero, no lado interno do
Anatomia Funcional 50

processo coronoideo encontramos a incisura radial para possibilitar a


articulação com a cabeça do rádio. Na epífisis distal encontramos a
cabeça do cúbito (aplanada) com uma cara articular para a relação com
o rádio, e ainda encontramos o processo estilóideo.

Rádio: é um osso com características semelhantes aos anteriores que


ocupam a parte medial do antebraço, contrariamente aa cúbito tem
mais engrossada a sus parte distal. A sua epífisis proximal apresenta
uma cabeça cilíndrica aplanada por cima para a articulação com o
Úmero e uma cara articular para a relação com o cúbito. A sua epífisis
distal apresenta uma cara por baixo em forma cóncava destinada à
articulação com os ossos do carpo e uma lateral para a articulação com
o cúbito, nela encontramos também o processo estilóideo.

Figura 8. Estrutura dos ossos do braço e antebraço

ARTICULAÇÕES O BRAÇO E DO ANTEBRAÇO

Articulação escapulohumeral: é a relação articular que se estabelece


entre a cavidade glenoidea da escápula e a cabeça do Úmero. Esta é
uma articulação que classifica-se como diartrósica triaxial, enartrósica,
com possibilidades de movimentos nos três eixos (transversal, sagital e
vertical) e planos (frontal, sagital, transversal), apresentando uma
grande amplitude de movimentos para facilitar o trabalho dos
membros superiores, pelo que é considerada uma das articulações
principais do organismo humano.

Articulação humerocubital: é uma articulação diartrósica uniaxial do


tipo troclear, e movimentos se realizam sob o eixo transversal e no
plano sagital.

Articulação Humeroradial: é uma articulação diartrósica que desde o


ponto de vista estrutural pode ser classificada como uniaxial, mas na
realidade estas posibilidades de movimentos são limetadeas pela
presença da tróclea do Úmero, pelo que se convierte em biaxial
condílea ao participar nos movimentos de flexão e extensão
Anatomia Funcional 51

acompanhando a articulação humerocubital e na pronação e supinação


graças à articulação rádiocubital. Estabelece uma relação com o
cóndilo interno do Úmero e sua cara articular.
Articulação rádiocubital: está composta por duas articulações
diartrósicas uniaxiais do tipo trocoides, rádiocubital proximal e distal,
que conformam uma trocoide geral no braço. Estas se relacionam
através das cara articulares laterais dos ossos cúbito e rádio.

É importante sublinhar que as articulações que formam a articulação


do cotovelo apresentam uma cápsula comum que as cobre que é
reforçada por fortes ligamentos colaterais cubital e medial e o
ligamento anular. A membrana sinovial não se limita somente às
articulações, mas também cobre o olécranon, a fossita radial, a fossa
coronoidea e chega até ao ligamento anular, permitindo a realização de
complexos movimentos sem surgirem lesões para o organismo dos
desportistas. Exemplo: Pitchers ou lançadores (Beisebol), lanzadores
de dardo, bala, tenistas, etc.

MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO.


MÚSCULOS QUE PARTICIPAM COMO AGONISTAS.
LIGAMENTOS

Flexão: este movimento é efectuado no plano sagital sobre um eixo


transversal, tem uma amplitude de movimentos entre 140 –150 º.
Participam como motores principais, o músculos bíceps braquial,
braquial, braquioradial, pronador redondo, palmar maior e primeiro
radial, e intervem como elementos limitantes os ligamentos colaterais
interno e externo, superfície anterior do braço.

Extensão: este movimento é efectuado no plano sagital sobre um eixo


transversal, tem uma amplitude de movimentos entre 140º –150º.
Participam como músculos agonistas, o músculo tríceps braquial,
ancôneo e intervem como elementos limitantes os ligamentos
anteriores, choque do olécranon com o Úmero.

Supinação: este movimentos é efectuado no plano transversal sobre o


eixo vertical com uma amplitude de movimentos de 175º a 180º.
Como músculos agonistas participam, o bíceps braquial, supinador
largo e o braquioradial, intervem como elementos limitantes os
ligamentos quadrado e rádiocubital.

Pronação: este movimentos é efectuado no plano transversal sobre o


eixo vertical com uma amplitude de movimentos de 175º a 180º,
intervem como agonistas os músculos pronador redondo e pronador
quadrado e como limitantes os ligamentos quadrado e rádiocubital.
Anatomia Funcional 52

MÚSCULOS DO BRAÇO E DO ANTEBRAÇO

Vamos falar dos músculos de acordo com o lugar de origem e inserção


para o seu melhor estudo e compreensão:

− Relação escapular: músculos bíceps braquial e cabeça larga


do tríceps braquial.
− Relação humerocubital: músculo tríceps braquial (vastos
interno e externo), músculo braquial, ancôneo
− Relação humerocubitoradial: pronador redondo, supinador
curto, braquioradial, pronador quadrado, palmar maior,
primeiro radial.

ESTRUTURA DA MÃO, SUA IMPORTÂNCIA NA


ACTIVIDADE FÍSICA

As características da mão dependem da necessidade do homem de


realizar uma infinidade dabores manuais com os quais garante a sua
existência e estas actividades por sua vez promovem o
desenvolvimento da Mão em função da variada actividade humana.
Destacam-se como características:
− A separação e independência entre os dedos o que lhes
permite funcionar como instrumentos independentes;
− A contraposição do pulgar em função do agarre mão-digital;
− Continuidade linear com o antebraço o que a faz ser um
extremo de alavanca óssea ideial.

Ossos do carpo: o carpo está constituído por um conjunto de ossos


curtos esponjosos, organizados em duas filas:

1. 1ª fila ou proximal (piramidal, semi-lunar, escafoides,


pisiforme);
2. 2ª fila (trapézio, trapezoide, osso grande e ol osso ganchoso),
conformando a palma da Mão.

Metacarpo: está constituído por cinco ossos mini-largos que


conformam a palma da Mão, compostos por uma base, um corpo e
uma cabeça ou epífisis verdadera, articulam com os ossos do carpo e
entre sí, mediante caras articulares que se encontram nas suas bases.
As suas cabeças também apresentam caras articulares para a relação
com as falanges proximais dos dedos.

Falanges: são catorce ossos monoepifisários que conformam os dedos


das Mãos e cada dedo apresenta três falanges (proximal, média,
distal), excepto o dedo pulgar que apresenta somente duas falanges.
Anatomia Funcional 53

Figura 9. Ossos da Mão

ARTICULAÇÕES DA MÃO

Articulação rádiocarpiana: é uma articulação diartrósica biaxial do


tipo condílea que se estabelece entre a cavidade cóncava do rádio e a
cara convexa ou cóndilo que conformam os ossos da primeira fila do
carpo. Permite movimentos de flexão palmar e dorsal no plano sagital,
eixo transversal, também a abducção cubital e a abducção radial no
plano frontal às custas do eixo sagital, e ainda permite movimentos de
circundução sobre os três planos e eixos.

Articulações intercarpianas: são articulações diartrósicas artródias


ou planas com pequenos movimentos de deslizamentos e não existe
independência entre as duas filas de ossos. Estas articulações estão
reforçadas por fortes ligamentos que mantém a sua consolidação.

Articulações carpometacarpianas do II ao V metacarpianos: são


relações articulares que se estabelecem entre as caras articulares
planas dos ossos do carpo e os metacarpianos do II ao V dedo. A sua
cápsula articular inserta-se nas bordas dos ossos relacionados. Estas
articulações permiten movimentos muito limetadeos e classifica-sem
como diartrósicas planas ou artródias.

Articulação Carpometacarpiana do I metacarpiano: nesta


articulação se relacionam o osso trapézio e a base do I metacarpiano,
classifica-se como diartrósica biaxial de encaje recíproco ou sela de
montar, permitindo movimentos nos dois planos e eixos e ainda a
circundução.

Articulações intermetacarpianas: classificam-se como diartrósicas


planas ou artródias, onde se relacionam as caras planas laterais dos
metacarpianos, permitindo pequenos movimentos de deslizamentos.
Estas articulações estão reforçadas pelos ligamentos dorsais, palmares
e intercarpianos.

Articulações metacarpofalángicas: nesta se relacionam as cabeças


dos metacarpianos e as primeiras falanges dos dedos. As articulações
do II ao V metacarpianos classificam-se como diartrósicas biaxiais
condílias e a do dedo pulgar classifica-se como diartrósica uniaxial
Anatomia Funcional 54

troclear. Estas articulações estão reforçadas pelos ligamentos


colaterais, os ligamentos palmares e os transversos profundos.

Articulações interfalángicas: estas articulações classificam-se como


diartrósicas uniaxiais trocleares, permitindo a flexão e extensão dos
dedos. Estão reforçadas pelos ligamentos palmares.

PRINCIPAIS MOVIMENTOS QUE SE REALIZAM NA MÃO,


MÚSCULOS QUE PARTICIPAM

Articulação Rádiocarpiana: articulação diartrósica, biaxial, condílea


que se estabelece entre o rádio e os ossos da primeira fila do carpo.
Permite movimentos nos dois planos e eixos incluindo a circundução.
a) Flexão palmar o volar: este movimento efectua-se sobre o
plano sagital no eixo transversal. Nele participam os
músculos palmar maior, cubital anterior, palmar menor e os
flexores dos dedos.
b) Flexão dorsal: este movimento efectua-se sobre o plano
sagital no eixo transversal, nele participam os músculos
primeiro e segundo radiais externos, cubital posterior e os
extensores dos dedos.
c) Abducção radial: neste movimento ocorre uma separação da
linha média en direcção al rádio, se leva a cabo en le plano
frontal no eixo sagital, participam os músculos, palmar maior
e menor, primeiro e segundo radiais, extensor largo do pulgar
e abductor do pulgar.
d) Abducção cubital: neste movimento ocorre uma separação da
linha média em direcção ao cúbito, é efectuado no plano
frontal, eixo sagital. Nele participam os músculos cubitais
anterior e posterior, primeiro e segundo radiais, flexores e
extensores e os dedos e o abductor largo do pulgar.
e) Circundução: Intervem todos os músculos anteriormente
citados.

Articulação Carpometacarpiana do pulgar: articulação diartrósica,


biaxial do tipo encaixe recíproco ou sela de montar que se estabelece
entre o osso trapézio e a base do primeiro metacarpiano. Permite
movimentos nos dois planos e eixos, incluindo a circundução.

a) Flexão do pulgar: este movimento efectua-se sobre o plano


sagital no eixo transversal, e nele participa o músculo flexor
curto do pulgar.

b) Extensão do pulgar: este movimento efectua-se sobre o plano


sagital no eixo transversal e nele participa músculo extensor
curto do pulgar.
Anatomia Funcional 55

c) Abdução do pulgar: este movimento efectua-se no plano


frontal no eixo sagital, e participam os músculos palmar
menor, Abductor largo e curto do pulgar.

d) Adducção do pulgar: efectua-se no plano frontal no eixo


sagita. Participa o músculo adductor do pulgar.

e) Oposição do pulgar al menhique: efectua-se no plano frontal


no eixo sagital. Participam os músculos oponente do pulgar e
oponente do dedo mindinho.

Articulação Metacarpofalángicas do II al V dedo:

a) Flexão dos dedos: efectua-se sobre o plano sagital no eixo


transversal. Participam os flexores superficial e profundo dos
dedos.

b) Extensão dos dedos: efectua-se sobre o plano sagital no eixo


transversal. Participam os extensores dos dedos, extensores do
índice e o dedo mindinho.

c) Abducção dos dedos: efectua-se no plano frontal no eixo


sagital. Participam o abductor do dedo mindinho e músculos
interósseos dorsais.

d) Adducção dos dedos: efectua-se no plano frontal no eixo


sagita. Participam os músculos interósseos palmares.

A cintura pélvica, diferentemente da cintura torácica apresenta


características estruturais e funcionais muito específicas, com
articulações com uma mobilidade mais limitada, com uma grande
repercussão sobre ela por parte da coluna vertebral e a presença da
pélvis como um anel ósseo fibroso. Isto se justifica porque a cintura
pélvica ou inferior tem funções diferentes da torácica, como a
protecção dos órgãos pélvicos, e também se encarrega dos
movimentos pela presença da articulação coxofemural (participando
na locomoção); mas predomina entre todas as funções a de sustento ou
suporte do peso corporal deslocando todos os segmentos do corpo
situados por cima dos membros inferiores, destacando-se como a base
intermédia da sustentação do corpo humano.
Anatomia Funcional 56

ESTRUTURA DA CINTURA PÉLVICA

A cintura pélvica é constituida por:

Ossos Coxais: são três ossos independemtes (ílio, ísquio e púbis) que
se ossificam entre os 16 e 18 anos consolidando-se num só par plano.
A união destes três ossos conformam a cavidade acetabular ou
acetábulo onde estabelece-se a relação articular entre a cintura e o
membro inferior, precisamente neste ponto a carga da cintura é maior.
O acetábulo está situado na cara externa do osso coxal, tem uma
aparência de fossa esférica profunda, delimetadea por um reborde
elevado onde encontramos a incisura do acetábulo, e no fundo deste
encontramos a cara semi-lunar articular lisa que serve de inserção à
cabeça do fémur. Estes ossos apresentam outros acidentes ósseos
como são as fossas ilíacas, as espinhas ou cretas ilíacas, a sínfisis do
púbis, caras articulares para a relação com o sacro, servindo como
pontos de relação aos ossos, músculos, tendões e ligamentos.

Osso Sacro: é um osso irregular, constituido pela fusão de cinco


vértebras que conservam os sinais desta fusão em forma de crestas e os
buracos sacros anteriores e posteriores. Este osso articula-se pelas suas
caras laterais com os coxais, por cima com a última vértebra lombar e
por baixo com o cóccix.

Cóccix: é do tipo irregular, resultados da fusão de 3 e 4 vértebras.

Figura 10. Ossos da cintura pélvica (Anterior, Posterior e


Lateral)

ARTICULAÇÕES DA CINTURA PÉLVICA

Articulações sacroilíacas: estas articulações são estabelecidas entre


as caras laterais do sacro e os ossos coxais, a pesar de que
estruturalmente é uma articulação do tipo sinovial, funcionalmente é
quase imóvel (sinartrósicas), isto porque está reforçada por uma gama
de fortes ligamentos, como o sacroilíaco interósseo (possívelmente o
mais forte do organismo humano), os sacroilíacos ventrais, dorsais e o
Anatomia Funcional 57

ligamento iliolombar. Estas características respondem à função de


suporte da cintura pélvica.

Sínfisis do púbis: esta relaciona aos dois ossos púbicos e se encontra


reforçada por fortes ligamentos, é uma articulação semi-móvel
(anfiartósica), sincondrósica (catalogada como a mais avançada do seu
género), já que permanece invariável toda a vida do indivíduo.

Membrana obturadora: é uma membrana fibrosa que fecha o buraco


obturador, que em união entre os músculos obturadores e o canal do
mesmo nome, conformam o canal obturador que dá passagem aos
vasos e nervos homónimos e servem de origem e inserção aos
diferentes músculos.

MOVIMENTOS DA CINTURA PÉLVICA E MÚSCULOS QUE


PARTICIPAM

Projecção anterior: movimento onde a sínfisis do púbis se dirige para


baixo e para trás. Efectua-se sobre o plano sagital, eixo horizontal.

Projecção posterior: movimento onde a sínfisis do púbis se dirige


para cima e para frente. Efectua-se sobre o plano sagital, eixo
horizontal.

Inclinações laterais: este movimento provoca a depressão (descida)


de uma cresta ilíaca enquanto a outra eleva-se. Denomina-se direita ou
esquerda em dependência da cresta que sofre a descida. Efectua-se
sobre um plano frontal, eixo combinado sagitohorizontal.

Torções laterais: este movimento efectua-se sobre um plano


horizontal, eixo vertical. É denominado láterodireita o lateroesquerda
em dependência da posição anterior ou posterior das espinhas ilíacas
(quando se adianta a espina ilíaca direita a direcção da sínfisis do
púbis é à esquerda, portanto a torção é lateroesquerda)

Fémur: É uma osso tubular largo, considerado o mais largo e grosso


do esqueleto humano devido às grandes cargas que recebe. Apresenta
uma diáfisis de forma cilíndrica e torcida no seu eixo maior, e duas
epífisis (uma proximal e outra distal), e também apresenta duas caras
(anterior e posterior). Na epífisis proximal encontramos os trocánteres
maior e menor, a linha intertrocantérica, e pescoço anatómico, e
pescoço quirúrgico e a cabeça do fémur. Ainda nesta zona na sua cara
Anatomia Funcional 58

posterior apresenta-se a linha áspera. Todos estes elementos permitem


a inserção de ligamentos, tendões e músculos e a relação do fémur
com a pélvis. Na epífisis distal apresentam-se os cóndios medial e
lateral para facilitar a articulação com a tíbia, com caras lisas
anteriores para facilitar a relação com a rótula e os seus
correspondentes epicóndios que servem de inserção unm série de
ligamentos e tendões.

Tíbia: é um osso tubular largo de corpo triangular que apresenta três


bordes (anterior, interósseo e interno) e três caras (anterior, média e
interóssea). A epífisis proximal apresenta dois cóndios (medial e
lateral) que se relacionam com o fémur. Na zona posterior e lateral do
cóndilo lateral distingue-se uma cara articular para a relação com a
cabeça do perôneo ou fíbula. Debaixo dos côndios na cara anterior
localiza-se a tuberosidade da tíbia que serve de inserção
fundamentalmente ao tendão do quadríceps femural. A epífisis distal
apresenta o maléolo interno ou medial e uma cara articular para a
articulação com a polia do astrágalo e outra cara lateral para a relação
com a faceta medial do astrágalo, e nesta zona no seu bordateral
aparece a incisura ou cara articular para a relação com o perôneo.

Perôneo ou Fíbula: é um osso tubular largo e fino de corpo triangular


torcido eixo longitudinal e encurvado para trás que apresenta três
bordes e três caras (lateral, interóssea e posterior). Na sua epífisis
proximal apresenta a cabeça do perôneo para a articulação com o
cóndilo lateral da tíbia e sua epífisis distal forma o maléolo lateral
onde encontramos a cara articular para a tíbia.

Rótula ou Patela: é o osso sesamoideo mais grande do esqueleto


humano. Encontra-se incluido dentro do tendão do músculo
quadríceps femural, tem um borde superior arredondada chamado base
e a borda inferior é agude e se denomina ápice, este apresenta duas
caras, uma anterior rugosa e a outra posterior lisa que articula-se com
a cara rotuliana do fémur.

Figura 11. Ossos do membro inferior e joelho


Anatomia Funcional 59

OSSOS DO PÉ

O pé constitui o extremo mais distal do membro inferior e tem um


papel importante na aquisição da posição erecta, isto porque nele recai
todo o peso do organismo, o que justifica a sua complexa estrutura,
fundamentalmente nos ossos do tarso. Estes agrupam-se e articulam-se
para formar uma estrutura abobodada ou cupular que, para além de
servir para soportar o peso do corpo, permite a propulsão e a
aceleração.

Tarso: zona do pé constituida por 7 ossos curtos esponjosos situados


em duas filas, a posterior ou proximal e a anterior ou distal.

Fila proximal: é constituída por dois ossos relativamente


voluminosos: o talo (caule) ou astrágalo e o calcâneo (por baixo do
talo).

Fila distal: está dividida em duas partes medial e lateral, onde


encontramos o osso navicular ou escafoides e os 3 ossos cuneiformes
(na parte medial) e o osso cuboides (na parte lateral).

Metatarso: constituído por cinco ossos tubulares minilargos,


monoepifisiarios chamados metatarsianos, onde distingue-se uma
epífisis proximal chamada base e uma distal ou cabeça, os quais se
encontram situados em fila, separados pelos espaços interdigitais e se
contan apartir da borda medial do pé.

Falanges: são os ossos que conformam os dedos do pé, classificam-se


como ossos tubulares mini-largos (mais pequenos que os da Mão).
Cada dedo é constituída por três falanges (proximal, média e distal),
exceptuando o dedo grosso que só tem dois e os suas dimensões são
relativamente maiores que o resto dos dedos.

Ossos sesamoideos: no pé estes ossos estão situados nas articulações


metatarsofalángicas (constante no primeiro dedo) e na interfalángica
do primeiro dedo.

Figura 12. Região Dorsal e Plantar do pé


Anatomia Funcional 60

ARTICULAÇÕES DA PORÇÃO LIVRE DOS MEMBROS


INFERIORES

Articulação coxofemural: articulação diartrósica sinovial, triaxial,


classificada como enartrósica. Em união à articulação
escapulohumeral, são consideradas as principais do sistema
esquelético-articular e muscular do homem. Nela se relacionam a
cavidade acetabular e a cabeça do fémur, com uma grande quantidade
de ligamentos que a reforçam como, o iliofemural, pubofemural,
isquiofemural, e o transversal do acetábulo.

Articulação femorotibialrotuliana: é a articulação mais voluminosa


e complicada do sistema esquelético-articular e muscular do homem,
isto porque nela se articulam as alavanca largas do membro inferior
que realizam os movimentos de maior amplitude durante a marcha. Na
sua formação participam a epífisis distal do fémur, a rótula e a epífisis
proximal da tíbia. Serve de articulação aos cóndios do fémur, a cara
posterior da rótula e as cara articulares da tíbia. Devemos considerar
que as cara articulares da tíbia e do fémur não são proporcionais pelo
que complementam-se mediante dois fibrocartílagos ou meniscos, um
medial e o outro lateral. Estes meniscos são láminas em forma semi-
lunar que se encontram insertados na fossa inter-condílea. Esta
articulação apresenta uma cápsula articular muito complexa que se
inserta algo distante das bordas das cara articulares e cobre todos os
elementos articulares, insertando-se nos cóndios e epicóndios do
fémur, ficando estes últimos fora para a inserção de músculos e
tendões. Ademais também aparece uma membrana sinovial formando
dobra e bolsas, como a bolsa suprapatelar. Esta articulação é
reforçada pela presença de fortes ligamentos capsulares e
intracapsulares. Entre os capsulares temos os ligamentos colaterais
externos e internos, o rotuliano e o poplíteo, e nos intracapsulares, os
cruzados anterior e posterior e el transverso da joelho. Esta articulação
classifica-se como diartrósica uniaxial do tipo troclear, embora sem
apoio do pé permita outros movimentos.

Articulação Tibiomasnea: Constitue a relação entre os ossos da


perna, e está composta por duas articulações diferentes, a proximal que
forma uma articulação plana ou artrodia e a distal que classifica-se
como uma sindesmósica (semi-móvel ou anfiartrósica). Esta reduzida
possibilidade de movimento é devido à função de suporte da perna e à
obligada consolidação para assimilar as relações com o pé.

Outro complemento articular o constitue a membrana inter-óssea,


constituída por fibras dispostas obliquamente para fora e para baixo
distribuída desde cima até embaixo entre as crestas inter-ósseas de
ambos ossos, o que favorece a origem e inserção aos diferentes planos
musculares do pé.

Articulação tibiomasneoastragalina (tibiotarsiana ou taloclural): É


uma articulação diartrósica uniaxial troclear, que se estabelece entre os
ossos da perna (tíbia e perôneo) e o astrágalo.

Articulação astragalocalcánea (subtalar): Articulação diartrósica


uniaxial trocóide, que se estabelece entre o astrágalo e o calcâneo.
Anatomia Funcional 61

Articulação astragalocalcâneoescafoidea o talocalacáneonavicular:


Se estabelece entre o caule, o calcâneo e o osso navicular ou
escafóides e classifica-se como diartrósica uniaxial artródia.

Articulações Intertarsianas, Tarsometatarsianas e


Intermetatarsianas: Relações articulares estabelecidas entre os
demais ossos do tarso que classificam-se como anfiartrósicas ou semi-
móveis. As articulações Metatarsofalángicas no geral classificam-se
como comodiartrósicas biaxiais condíleas.

Articulações interfalángicas: são articulações trocleares que se


estabelecem entre as falanges dos dedos do pé.

MOVIMENTOS QUE EFECTUDOS PELOS MEMBROS


INFERIORES. MÚSCULOS QUE INTERVEM

Articulação Coxofemural:

• Anteversão: Este movimento tem uma amplitude de


movimento de 120º e se executa sobre um plano sagital e um
eixo transversal. Os músculos que limitam este movimento
são os posteriores da coxa e os tegumentos (camada que
reveste externamente o corpo animal) do abdomen. Intervem
como motores principais o psoas iliaco, quadríceps femural,
tensor da fascia lata, o sartório, o pectíneo e os abductores
maior, médio e menor.

• Retroversão: Este movimento tem uma amplitude de


movimento desde a Anteversão de 150º e desde a posição
normal de 30º e executa-se sobre um plano sagital e eixo
transversal. Os músculos principais que limitam este
movimento são os ligamentos iliofemorais e pubofemorais.
Participam os músculos glúteo maior, médio e menor, bíceps
femural, semitendinoso, semimembranoso e o adductor maior.

• Abducção: Este movimento tem uma amplitude de


movimento desde a posição inicial de 40º, executa-se num
plano frontal e eixo sagital. É limetadeo pelos ligamentos
pubofemorais e o choque entre a cabeça femural e a cabeça
cotiloidea ou acetábulo. Participam o glúteo maior, meio e
menor, o tensor da fascia lata e o piriforme ou piramidal.

• Adducção: é o regresso à posição inicial ou o cruzamento da


linha média do corpo. Tem uma amplitude de movimento de
55º, e executa-se num plano frontal e eixo sagital. Seu
limitante fundamental é a presença da coxa do outro membro.
Participam os músculos pectíneo, adductores maior, médio e
menor e recto interno ou grácil.

• Rotação interna: Este movimento tem uma amplitude de


movimento de 35º, e executa-se num plano transversal e eixo
Anatomia Funcional 62

vertical. Seu limitante mais importante é o ligamento


isquiofemural. Participam os músculos glúteos maior, maior,
meio e menor, o tensor da fascia lata e o recto interno ou
grácil.

• Rotação externa: Sua amplitude de movimento é de mais ou


menos 15º apartir da posição inicial. Executa-se num plano
transversal e num eixo vertical e o seu limitante fundamental é
o ligamento redondo. Participam os músculos obturadores
externo e interno, o quadrado femural, gêmeos superior e
inferior, o psoas iliaco, os glúteos maior, médio e menor, o
pectíneo, os adductores maior, médio e menor e o sartório.

• Circundução: Este movimento constitue uma soma de todos


os demais movimentos. Entram em acção os três planos e
eixos conhecidos, ademais tem uma ampla gama de
trajectórias, portanto intervem todos os músculos antes
mencionados.

Movimentos do joelho:

• Extensão: Sua amplitude de movimentos está no intervalo de


160 – 180º. verifica-se no plano sagital e eixo transversal.
Pode ser maior ou menor caso haja deformações no joelho
(joelhos semi-flexionados ou hipertextendidos). É limetadea
pelos ligamentos, os meniscos e os mesmos ossos que
compõem a articulação. Participam os músculos quadríceps
femural integrado pelos músculos recto femural, vastos
externo, médio e interno (extensor por excelencia da perna) e
o músculo tensor da fascia lata.

• Flexão: Tem uma amplitude de movimento de 160º. Verifica-


se no plano sagital e eixo transversal. É limetadeo pelos
ligamentos cruzados e a própria massa muscular do coxa.
Participam os músculos bíceps femural, semi-tendinoso, semi-
membranoso, gêmeos, poplíteo, sartório, recto interno.

• Rotações interna e externa: Para que estes movimentos se


realizem às custas só do joelho, esta deve estar flexionada, isto
porque quando o joelho está em extensão recai sobre os
movimentos de rotação da cintura inferior. Participam os
músculos poplíteo, semi-tendinoso, semi-membranoso,
sartório, recto interno e o bíceps femural.

Movimentos do pé:

• Flexão plantar: Aumento do ângulo de movimento do pé.


Efectua-se no plano sagital e no eixo transversal.
Participam os músculos gêmeos, sóleo, flexor largo dos
Anatomia Funcional 63

dedos, tibial posterior, flexor do dedo grosso, masneos


largo e curto.

• Flexão dorsal: Disminução do ângulo de movimento do


pé, efectua-se no plano sagital e no eixo transversal.
Participam os músculos tibial anterior, extensor dos dedos,
extensor largo do dedo grosso, masneos anterior e tercero.

• Pronação: Está associada à flexão dorsal e avalia como


integrante da eversão (elevação da borda externo do pé
para cima e para dentro. O dedo grosso dirigido para fora
e ligeramente para baixo). Participam os músculos masneo
lateral largo, curto e anterior ou tercero e o extensor largo
dos dedos.

• Supinação: Associa-se à flexão plantar e se avaliaa como


integrante da inversão (elevação para cima e para fora da
borda interno do pé. O dedo grosso dirige-se para dentro e
ligeramente para cima). Participam os músculos gêmeos,
sóleo, tibial anterior e posterior, flexor largo dos dedos e o
flexor largo do dedo pulgar.

• Circundução: Neste movimento manifiestam-se os


movimentos (é uma soma deles) nos três planos e nos
três eixos e participam todos os músculos anteriormente
mencionados.

SISTEMA CUPULAR DO PÉ. FUNÇÃO DE APOIO PLANTAR

Os pés são uma estrutura que requere especial atenção por parte dos
professionais de Educação Física e do Desporto, isto porque
constituem a base geral de sustentação, garantindo a conducta bípeda
do homem. O pé humano de acordo com o seu esqueleto e suas
relações musculares tem forma de cúpula, com radiais de curvatura
que a ajustam segundo as acções as quais é submetida, elevando-se
para assimilar o peso corporal ou alcançar a propulsão.

A CÚPULA DO PÉ

A cúpula do pé apoia-se em três pontos:


1. Cabeça do primeiro metatarsiano;
2. Cabeça do quinto metatarsiano;
3. Tuberosidade inferior e posterior do calcâneo.
Anatomia Funcional 64

Nela descrevem-se três arcos funcionais

1. Arco maior o arco longitudinal interno: composto pelo


calcâneo, o astrágalo, o navicular, o primeiro cuneiforme e o
primeiro metatarsiano. Este define-se como o propulsor ou
motor, está reforçado pelos siguientes músculos, tibial
posterior, masneo lateral largo, flexores e adductores do dedo
grosso e fortes ligamentos. Quando observamos as tendências
rotacionais do pé, comprovamos que elas facilitan a propulsão
e a utilização do arco interno. Sobre esta base o treinador ou
professor de Educação Física deve observar o desgaste do
calçado dos seus atletas e não permitir que este chegue ao seu
desgaste total, porque podem trazer transtornos na cúpula do
pé e do resto do sistema em geral.

2. Arco, arco menor o arco longitudinal externo: composto


pelo calcâneo, o cuboides, e quinto metatarsiano. É muito
mais rígido e estável, por isso é denominado suporte e está
reforçado por fortes ligamentos, fundamentalmente o
calcâneocuboideo inferior e os músculos masneos laterais
largos e curtos e o abductor do quinto dedo.

3. Arco, arco anterior o transverso: dispõe-se do primeiro ao


quinto metatarsianos. Susccita muita controvérsia, mas se
comprovou que si existe e que participa no equilibrio do
centro de gravidade do sistema. Está reapresentado pela acção
da musculatura do dedo grosso, fundamentalmente o adductor
do dedo grosso e o masneo lateral largo.

A debilidade destes elementos produto de malas posturas, calçado


inadequado, desequilíbrio no apoio dos pés, sobrecargas ao organismo
e algumas enfermidades (raquitismo e outras) podem provocar
deformações no pé tais como: pé valgo, varo, equino, plano ou cavo,
entre outras. Estas podem ser facilmente descobertas e tratadas a
tempo, através do plantograma, que pode ser realizado com poucos
recursos e de maneira simples pelos entrenadores e professores de
educação física e desportos.

ANÁLISE MORFOFUNCIONAL DA CONDUTA ESPACIAL


NA EDUCAÇÃO FÍSICA E NO DESPORTO.

A estrutura harmônica do movimento é o resultado da integração da


conducta espacial dos diferentes segmentos corporais. A estrutura das
cinturas torácica e pélvica, permite a possibilidade de acções próprias
ao tronco e ademais interactuar com as extremidades. Também as
extremidades podem actuar de forma separada. Exemplo: os
movimentos do braço, a Mão, coxa e do pé, etc. As extremidades
apresentam suas diferenças quanto à capacidades. As inferiores tem
capacidades relacionadas com a sua função de suporte e propulsão,
enquanto que as superiores ficaram libertadas da função de suporte,
Anatomia Funcional 65

devido à homem a posição bípeda, alcançando independência


funcional, sobretudo a mão como órgão altamente diferenciado com
grandes possibilidades de movimentos e a utilização independemte dos
dedos como instrumentos de trabalho. Resumindo pode-se dizer que o
movimento harmônico é o resultado da conjugação dos movimentos
do tronco e do bloque apendicular, e ainda da análise dos movimentos
independemtes do braços, mãos e pés.

Toda a relação tronco-bloque apendicular implica desde o ponto de


vista morfofuncional:
• Os componentes esqueléticos do sistema humano;
• As relações articulares que se estabelecem;
• As distribuções musculares;
• As acções musculares associadas;
• A coordenacção e harmonia de movimentos.

Desde o ponto de vista biomecânico deve ter-se em conta:


• A análise biomecânico;
• A reapresentações da expressão do movimento;
• Os cálculos dos deslocamentos lineares e angulares,
momentos e as forças de movimento;
• As acções musculares associadas.

Isto demonstra a complexidade estrutural do movimento por


segmentos corporais, e oferecem finalmente a estrutura harmônica do
movimento geral do corpo na conducta espacial do sistema humano.

As acções musculares associadas, reapresentam a superior


participação do sistema nervoso no controle e equilíbrio face às tarefas
delineadas pela constante interacção com o meio. No homem,
podemos estabelecer dois tipos de acções musculares associadas ou
cadeias musculares:

1. Associações para a consolidação estrutural do sistema:


Onde geralmente associam-se músculos curtos,
monoarticulares e profundos, que formam a parte da
conformação esquelética do sistema humano. Exemplo: os
músculos transversos espinhosos, os multífidios, etc.

2. Associações para lograr las interacções entre os segmentos


do sistema: Neste tipo de cadeias musculares estabelecem-se
dois sub-grupos:
a) As que garantem a fixação ou estabilidade de um segmento
para poder facilitar os deslocamentos de outros (músculos
fixadores ou estabilizadores);
b) As que determinan a estética ou expressão harmônica mais
coordenada e acabada do movimento (músculos agonistas,
antagonistas e sinergistas) .
Anatomia Funcional 66

Neste segundo tipo de associações completa-se o critério para a


organização complexa e estrutural da harmonia do movimento.
Relacionada a isto, na Actividade Física fica evidente que os
movimentos podem classificar-se como:

1. Movimentos básicos não ordenados: Relacionados com as


cadeias musculares que intervem na consolidação da estrutura
do sistema humano e com as cadeias musculares que garantem
a fixação de determinados segmentos corporais.

2. Movimentos harmônicamente estruturados: Relacionados


com as cadeias musculares pertencentes ao segundo tipo de
cadeias musculares, sempre que a consolidação estrutural seja
alcançada.

O mais importante é o alcance da associação final, que determina a


máxima expressão de beleza e harmonia do movimento,
indissoluvelmente ligadas ao desenvolvimento psíquico e físico do
organismo do sujeito. As cadeias de acções musculares, reflectem o
critério de enlaces de acções para conseguir um objetivo determinado.
Esta podem ser classificadas, tendo em conta como se estabelecem e
como alcançam a sua expressão final:
1. Cadeias musculares abiertas
2. Cadeias musculares cerradas
3. Cadeias musculares de origem distal
4. Cadeias musculares de origem proximal

Desde o ponto de vista das acções musculares que se integram, as


cadeias musculares podem ser flexoras ou extensoras, abductoras ou
adductoras; mas, realmente, na práctica fica muito difícil poder as
categorizar. O biologicamente normal é a participação harmônica,
sinérgica e antagónica compensatória das acções musculares para
alcançar um objetivo determinado. Por exemplo: vencer uma corrida
resistência de maior ou menor grau. Na Actividade Física e na vida
cotidiana en geral, estas manifestações podem-se agrupar em formas
básicas ou modo de movimentos com a participação combinada de
diferentes actividades. Tendo em conta este ponto de vista podemos
encontrar cadeias musculares que garantam o estar parado, caminhar,
correr e parar, saltar (em longitude ou altura), deslizamentos e caídas,
estar sentados, arrancadas e puxões, suspensões, levantamentos,
transportes, lançar e receber, agarres (com as Mãos e os pés), etc, que
são, em definitiva, as acções que tem facilitado a existência do
homem.
Anatomia Funcional 67

COORDENACÇÃO E HARMONIA DOS MOVIMENTOS

A eficiência dos movimentos harmônicamente estruturados, é


resultante da combinação e integração de diferentes tipos de factores, a
interacção dos diferentes sistemas e órgãos, a actividade nervosa e as
energías do meio, associadas frente à solução de determinada tarefa,
conseguindo resolver-la com o máximo de qualidade, no menor tempo
e com um mínimo de perca de energía. Estes factores podem ser
identificados como sendo os seguintes:

a) Factores físico-fisiológicos: Concernente à resistencia e


preparação geral, flexibilidade, consolidação esquelética do
tronco e das cinturas, desenvolvimento muscular, agudeza e
capacidades sensoriais, fundamentalmente a extero e
próprioceptivas, o tempo e a velocidade de reacção.

b) Factores psicológicos: Concernente ao estado de preparação


psicológica do indivíduo, controlee emocional, memória dos
movimentos, percepção à distância, paralelismo, direcções de
forças, tomada de decisões e mudanças de conductas, análise
do tempo e ritmo da acção, etc.

c) Controle da sustentação o apoio: Relacionado com o


balanço e domínio espacial, as projecções gravitacionais e as
bases de sustentação intermédia (a cintura pélvica) e geral (os
pés).

d) Controle do tempo biológico: Relação com os objetos do


mundo exterior, a coordenacção visual-acção, momento da
acção para o impacto ou agarre, chute, etc., para além da
relação com outras partes do mesmo sistema humano: ritmo
de movimento, velocidade, sucessão de movimentos e duração
dos mesmos.

e) Controle muscular das acções voluntárias e involuntárias:


As acções voluntárias estãs relacionadas com a sequência das
contracções para cumprir uma tarefa dada, tomando em conta
a força e a velocidade, duração e intensidade das contracções,
a fixação de partes do sistema para que outras funcionem e a
economía das contracções e dos movimentos.

f) Acções involuntárias: relacionadas com a regência


neurovisceral que contribue, entre outros aspectos, para a
regulação do ritmo cardiaco e respiratório como factor
condicionante do controle do intercâmbio gasoso e dos
processos metabólicos dos músculos (oxidativos e
glucolíticos).
Anatomia Funcional 68

Figura 13. Esqueleto do Corpo Humano

Sumário
Esta unidade permitiu conhecer de forma profunda o esqueleto
apendicular, isto é, os conjuntos esquelético, articular e muscular
da cintura torácica e dos membros superiores.

Exercício 4
1. Fale da importância do esqueleto apendicular na actividade
física. Dê alguns exemplos.
Anatomia Funcional 69

Unidade nº 5
Sistema Respiratório
O sistema respiratório assegura o intercâmbio gasoso necesário para a
manuntenção da vida e também funciona como aparelho vocal.
Permite o transporte de oxigênio ao sangue e por meio dele aos
tecidos, e a expulsão ao exterior do ar não oxigenado (dióxido de
carbono).

Figura 14. Sistema Respiratório do Corpo Humano

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer o Sistema Respiratório;


 Identificar os componentes do Sistema Respiratório;
 Identificar as vias respirações;
Objectivos
 Conhecer os pulmões, sua estrutura e função.
Anatomia Funcional 70

O sistema respiratório assegura o intercâmbio gasoso necesário para a


manuntenção da vida e também funciona como aparelho vocal.
Permite o transporte de oxigênio ao sangue e por meio dele aos
tecidos, e a expulsão ao exterior do ar não oxigenado (dióxido de
carbono).

TIPOS DE RESPIRAÇÃO NA ESCALA ANIMAL

a) Intercâmbio através de membranas: é a forma mais simples e se


produz por intercâmbio celular. Os organismos unicelulares
tomam do meio os elementos energéticos necessários.

b) Respiração cutánea: o oxigênio pénistra no organismo através da


pele (por exemplo as lombrigas).

c) Respiração traqueial: o oxigênio entra ao organismo através de


finos tubinhos ou traqueias que se ramificam no seu interior
(típico de insectos).

d) Respiração branquial: Nos animais aquáticos os órgãos


respiratórios são as brânquias, que são os dispositivos especiais
do sistema digestivo. Nestes casos a água banha as brânquias, que
apresentam uma grande quantidade de hemocapilares, assim o
oxigênio é absorvido directamente ao sangue e o dióxido de
carbono é eliminada pela água.

e) Respiração pulmonar: Quando os animais passam para a tierra


branquias são substituídas pelos pulmões , que são órgãos
respiratórios do tipo aéreo. Esta é uma substituição paulatina ,
assim os anfibios quando são larvas respiram por brânquias e em
estado adulto por pulmões. E apartir dos répteis a função
respiratória é realizada exclusivamente por pulmões.

Para a actividade vital do organismo são necessárias não ssomente as


substâncias alimentares, mas também oxigênio. O oxigênio participa
nos processos do metabolismo. Durante o metabolismo nos tecidos
tem lugar um consumo ininterrumpido de oxigênio e a formação de
Anatomia Funcional 71

anidrido carbónico. A cessação do ingresso de oxigênio conduz ao


falecimento dos tecidos e do organismo. O tecido mais sensível à
insuficiência de oxigênio é o nervoso. O abastecimento de oxigênio
aos tecidos e a eliminação dos mesmos do anidrido carbónico,
elaborado durante o processo do metabolismo, é feito pelo sangue.
Este processo tem lugar também nos pulmões (nos alvéolos
pulmonares) e denomina-se respiração pulmonar ou primeiro
intercâmbio gasoso. A respiração pulmonar consiste na passagem de
oxigênio dos alvéolos ao sangue e n passagem do anidrido carbónico
do sangue aos alvéolos. O intercâmbio gasoso que tem lugar nos
tecidos, isto é, o consumo de oxigênio e a eliminação de anidrido
carbónico pelas células e substância intercelular denomina-se
respiração tisular ou segundo intercâmbio gasoso. O intercâmbio
gasoso nos pulmões está condicionado pelo facto de que nos alvéolos
pulmonares e no sangue venoso que circula para os pulmões, a pressão
do oxigênio e do ácido carbónico são diferentes: a pressão do oxigênio
nos alvéolos é mais elevada que no sangue e por outro lado a pressão
do anidrido carbónico no sangue é maior que nos alvéolos. O
intercâmbio gasoso nos tecidos transcorre pelo mesmo princípio que
nos pulmões. O oxigênio da região de tensão parcial elevada (plasma
sanguíneo) passa à região de tensão parcial menor (líquido tisular) .

O homem realiza a respiração através dos pulmões mas também é


necessário um dispositivo que assegure o movimento do ar pela
superfície respiratória, isto é, a circulação do ar. O aparelho
respiratório é constituída por duas partes:
1. As vías respiratórias (altas e baixas);
2. Os pulmões.

A participação das estruturas osteoarticulares e musculares do tórax


são fundamentais para assegurar a constante circulação do ar
atmosférico ao largo das vías respiratórias, a sua chegada até aos
alvéolos e posterior expulsão carregado de carbono. A esta rítmica
entrada e saída do ar é chamada ventilação. A dinâmica ventilatória
estudamos duas fases (inspiração e espiração). A ventilação pulmonar
é um processo mecânico, onde os pulmões são passivos e obedecen às
mudanças demenciais da caixa torácica. Nela joga um importante
papel o músculo diafragma e as diferenças de pressões entre o tórax e
abdomen. As vías respiratórias são as encarregadas da entrada e saída
do ar. A entrada desde o exterior ambiental até aos pulmões (oxigênio)
e a saída ao exterior (dióxido de carbono) que por sua vez é
aproveitada e regulada, provocando a emissão de ruído ou som
primário, que modulado, se transforma na voz humana.
Anatomia Funcional 72

INTEGRANTES DAS VÍAS RESPIRATÓRIAS


• Vías respiratórias altas: fosas nasais, faringe
• Vías respiratórias baixas: laringe, traqueia e brônquios

A característica fundamental destas vías é que estão conformadas por


paredes de tecidos não flexíveis (ósseo e cartilaginoso) graças ao qual
não se deprimem e o ar pode circular livremente em ambas direcções,
tanto na inspiração como na espiração, apesar das grandes mudanças
de pressões que se exercem nestes processos.

FOSAS NASAIS

Para além da cavidade nasal apresenta-se o nariz externo, composto


por um esqueleto ósseo e cartilaginoso, dividida em duas metades
simétricas por um tabique, o septo nasal, que por detrás é ósseo e por
diante cartilaginoso. Ambas metades comunicam-se por diante com o
ar atmosférico e por detrás com a faringe. Toda esta estrutura está
tapeçada por uma mucosa que por diante comunica-se com a pele e
por detrás com a mucosa faríngea.

FUNÇÕES DA MUCOSA DAS FOSAS NASAIS

A função fundamental da mucosa das fosas nasais é a elaboração do


ar inspirado antes da sua pénistração nos pulmões. Pela acção dos
cílios da mucosa sedimenta-se o pó e é expulsado ao exterior. Pela
secreção das glândulas nasais da mucosa as partículas de pó são
envoltas e facilita-se a sua saída ao exterior e ainda humedecem o ar.
Pela presença dos capilares venosos da mucosa se aquece e se regula a
corriente de ar. Nas fosas nasais também aparece um dispositivo, na
sua parte superior, conhecido como pituitário amarelo (órgão do
olfato), e a este chegam terminações periféricas do nervo olfatório que
determinam o olfato.

FARINGE

Forma parte tanto das vías respiratórias como do tubo digestivo e é o


enlace entre as cavidades nasal e oral e o esófago e laringe pelo outro.
Extiende-se desde a base do crâneo até o nível das 6ª-7ª vértebras
cervicais. Em correspondência com os órgãos situados diante dela
pode ser dividida em: porção nasal, porção oral e porção laríngea. A
porção nasal desde o ponto de vista funcional é estreitamente
respiratória. Diferentemente das outras porções as suas paredes não se
deprimem, são inmóveis e a sua mucosa esta tapeçada por um epitélio
vibrátil, em correspondência com a sua função respiratória. Porque na
faringe tem lugar o cruzamento das vías respiratórias e digestivas,
Anatomia Funcional 73

existe um mecanismo que as isola durante a ingestão de alimentos. Por


acções musculares (da lengua, do paladar duro, do paladar brando, etc)
a porção nasal é separada do porção oral e a por sua vez o glote,
abertura que serve de comunicação entre a faringe e a laringe e o resto
das vías respiratórias é cerrada por uma lingüeta móvel cartilaginosa
denominada epiglote, impossibilitando a entrada dos alimentos nas
vías respiratórias.

LARINGE

Situada ao nível das 4ª, 5ª e 6 vértebras cervicais na parte anterior do


pescoço. Atrás dela encontra-se a faringe, por baixo comunica-se com
a traqueia. A Laringe funciona como um instrumento musical, na
realidade como dois, um de vento e outro de corda, gracias às dobras
situados ao longo das suas caras laterais, conhecidos como cordas
vocais. A relação entre o ar espirado, que faz vibrar as cordas vocais e
o estiramento destas, por acção dos músculos próprios da zona,
provoca o som. Por outra parte pela acção muscular (músculos da
cavidade oral, a lengua, a faringe e a própria laringe), dirigida pelo
sistema nervoso, é possível efectuar-se a regulação da coluna por
acção do ar espirado, o que é indispensável para a linguagem e o
canto. Dadas estas funções a laringe estrutura-se de igual forma que o
aparelho locomotor, distinguindo-se um esqueleto em forma de
cartílagos com os seus ligamentos e articulações, o que lhe permite
variar as suas dimensões.

TRAQUEIA

É a prolongação da laringe, que se inicia ao nível da borda inferior da


6ª vértebra cervical até a borda superior da 5ª vértebra torácica onde
bifurca-se (divide-se) nos brônquios (direito e esquerdo). Está
estruturada como anés cartilaginosos incompletos (cartílagos
traqueiais), já que cada anel ocupa só dois terços da circunferência,
unidos entre sí por ligamentos fibrosos (ligamentos anulares). A
parede membranosa posterior da traqueia é aplanada e contém
fascículos do tecido muscular liso transversais e longitudinais que
asseguran os seus movimentos durante a respiração, tosse, etc.Tanto a
laringe como a traqueia apresentam as suas mucosas tapeçadas pelo
tecido epitelial vibrátil (menos nas cordas vocais e a epiglote).

BRÔNQUIOS

Os brônquios primários, que tem origem da bifurcação da traqueia,


dirigem-se ao pulmão correspondente. O brônquio direito é mais largo
do que o esquerdo, isto porque o pulmão direito é mais voluminoso.
Por sua vez o brônquio esquerdo é duas vezes mais largo que o direito,
isto porque o pulmão esquerdo é mais largo. A mucosa do brônquio é
igual à da traqueia. Apresentam-se ramificados no interior do pulmão,
Anatomia Funcional 74

formando a árvore bronquial (brônquios secundários), à medida que


se vão ramificando os seus diámetros diminuem, até chegar a formar
os brônquios, que são os condutos com menos de um milímetro de
diâmetro. Os brônquios levam o oxigênio aos alvéolos pulmonares
(cavidades ou cámaras onde efectua-se o primeiro processo de
intercâmbio gasoso ou hematose).

Estãos localizados no peito, ao lado do coração e dos grandes vasos.


Os pulmões estão dispostos dentro dos sacos pleurais separados pelo
mediastino.

Pleura: membra serosa de origem conjuntiva em torno dos pulmões. É


composta por duas folhas:

1. Pleura pulmonar (predominandemente vasos sanguíneos.


Desempenha a função exsudativa);

2. Pleura parietal (predominam dois vasos linfáticos e


ramificações de reabsorsão.

Mediastino: espaço entre os pulmões localizada entre a abertura do


esterno, a coluna vertebral, o diafragma e a abertura torácica superior.

O pulmão direito com três lóbulos é mais volumoso que o


esquerdo com dois e também o mais curto e mais largo. Isto sucede
porque o diafragma é mais elevado nesta zona pela acção do volumoso
lóbulo direito do fígado e, além disso, porque o coração está
localizado mais à esquerda, o que faz diminuir a largura do pulmão
esquerdo. O pulmão tem quatro faces ou caras:
1. Diafragmática;
2. Costal,
3. Medial (comunica-se com o Pericárdio e os lotes Vertebral e
Mediastinal);
4. Interlobulares.

Na parte do mediastino encontra-se o hilo do pulmão, lugar de entrada


dos brônquios, nervos e das artérias pulmonar e brônquica e local de
partida das veias pulmonares, dos brônquios e dos vasos linfáticos. A
combinação de todas estas estruturas forma a raiz do pulmão. A
estrutura dos alvéolos e apresença de uma extensa rede capilar
conformam a unidade funcional para a hematose (primeira troca
gasosa) nos pulmões. A partir daqui o sangue oxigenado é levado para
Anatomia Funcional 75

o coração para distribuição por todos os tecidos e órgãos.


Subsequentemente, quando estiver carregado de dióxido de carbono
repete-se o processo.

Figura 15. Estrutura dos Pulmões e Alveólos

Sumário
O sistema respiratório assegura o intercâmbio gasoso necesário para a
manuntenção da vida e também funciona como aparelho vocal.
Permite o transporte de oxigênio ao sangue e por meio dele aos
tecidos, e a expulsão ao exterior do ar não oxigenado (dióxido de
carbono).

Exercício 5
1. Explica como a respiração (intercâmbios gasosos são
importantes para assegurar o éxito já seja durante o treino
desportivo ou durante a competição e até mesmo na vida
quotidiana.
Anatomia Funcional 76

Unidade nº 6
Sistema Circulatório
O movimento do sangue pelo corpo é denominado circulação de
sangue, graças a ele é possível executar todas as funções vitais do
corpo humano. Este processo, chamado Sistema de Sangue é parte do
Sistema Vascular, além disso, também faz parte dele o Sistema
Linfático. A diferença existente entre estes sistemas, o linfáticos e
sanguíneo, é dada pelas suas peculiaridades morfológicas e
fisiológicas. Mas o que é sangue? Por onde circula? O que é que
permite o seu movimento? O que é o sistema linfático?
.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Definir o Sistema Circulatório e seus componentes;


 Conhecer o Sanhue e a Linfa e suas funções no organismo.

Objectivos

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


• A.D – Átrio direito
• V.D – Ventrículo direito
Terminologia
• A.E – Átrio esquerdo.
• V.E – Ventrículo esquerdo.

O conjunto de células, tecidos e órgãos que tornam possível a


circulação de sangue por todo o corpo, assim como as funções
inerentes, é conhecido como sistema Circulatório. Tem como
principais características ser fechado, completo e duplo.
− Fechado: o sangue nunca deixa os vasos, assim ele não
entram em contacto directo com os tecidos.
Anatomia Funcional 77

− Completo: não há mistura de sangue oxigenado e não


oxigenado no coração.
− Duplo: o sangue passa duas vezes pelo coração antes de
atingir seu destino.

FUNÇÃO E ESTRUTURA DO SISTEMA SANGUÍNEO

A partir daqui, serão melhor compreendidas as características


explicadas, começaremos por analisar a estrutura funcional de cada um
dos componentes da estrutura do sistema sanguíneo (o sangue, o
coração e os vasos sanguíneos).

O SANGUE
As funções gerais do sangue são:
− Transporte de oxigênio e nutrientes por todo o corpo,
− Leva os produtos residuais do corpo para os rins;
− Transporte de dióxido de carbono para os pulmões;
− Transporte de hormônios e anticorpos, por isso ajuda a
coordenar as atividades de todos os organismos e colabora na
defesa imune contra microorganismos;
− Papel transcendental no controle da temperatura do corpo para
variar o fluxo de sangue que circula sob a pele;
− Papel homeostático (manutenção da perseverança na
característica físico-química no ambiente).

Figura 16. Componentes da Sangue


Anatomia Funcional 78

VASOS SANGUÍNEOS

Os vasos são um conjunto de células estruturadas de tal forma a


permitir a passagem de fluídos através deles, no caso do sistema de
sangue estes vasos, ou seja, artérias, veias e capilares, têm a função de
vincular todos os órgãos e tecidos do corpo para permitir que o sangue
chegue neles.

Figura 17. Veias, Artérias e Capilares

VEIAS

As veias são os vasos sanguíneos que levam o sangue dos órgãos e


tecidos para o coração. Em maior circulação eles carregam sangue
pobre em oxigênio, enquanto que na menor circulação conduzem o
sangue oxigenado desde os pulmões. As veias são estruturalmente
semelhantes às artérias, com a diferença que suas paredes são mais
finas já que a sua camada muscular é fracamente desenvolvida o que
faz com que elas se achatem facilmente. Como característica, muitos
deles apresentam válvulas, que abrem no sentido da corrente
sangüínea e são fechadas no sentido oposto, que impede o
recolhimento do sangue. Os seus diâmetros diminuem no interior dos
órgãos formando vênulas, que se ramificam para formar capilares ou
hemocapilares. À medida que se aproximam ao coração os seus
diâmetros aumentam.

ARTÉRIAS

As artérias são vasos sanguíneos que conduzem o sangue do coração


para os órgãos e tecidos. Na maior circulação levam o sangue
oxigenado, enquanto que na circulação menor levam o sangue sem
oxigênio para os pulmões. Estruturalmente as artérias apresentaram
nas suas paredes três camadas:
1. Túnica interna: formada por tecido conjuntivo que reveste a
cara interna do vaso;
2. Túnica média: formada por fibras musculares lisas e
circulares também têm tecido conjuntivo e fibras elásticas;
Anatomia Funcional 79

3. Túnica externa: formado por fibras de colágeno e elásticas.

Dependendo do grau de desenvolvimento dos componentes do


músculo da túnica média as artérias podem ser classificadas em:
1. Artérias do tipo elástico (aorta e tronco pulmonar);
2. Artérias do tipo músculo elástico (carótidas, femorais e o
resto das artérias de calibre igual);
3. Artérias do tipo de muscular (outras artérias).

Quanto mais estiverem se afastando do coração, os seus diâmetros


tendem a diminuir, formando no interior dos órgãos arteriolas que se
ramificam para formar capilares ou hemocapilares.

CAPILARES

Os capilares são vasos sanguíneos estruturados en forma de rede com


as paredes endoteliais muito finas e diámetros muito reduzidos,
constituem a união entre arteriolas e vénulas e representam a zona
onde se produz o intercâmbio de substâncias entre a sangue e as
células. A rede capilar, não obstante, não funciona sempre a plena
capacidade, mas segundo as necessidades, os capilares permiten o não
o intercâmbio. Em estado de reposo do órgão a maioría do seus
capilares encontram-se contraídos, ficando práticamente parada a
circulação sanguínea, recomeçando a funcionar com o reinício da
actividade deste. Como se vê, a estrutura geral dos vasos sanguíneos é
muito semelhante, mas apresentam diferenças que estão directamente
relacionados com a função que desempenham. Aos nos referirmos às
artérias analisamos que são formados por uma forte camada muscular,
o que se dever entender por são elas as encarregadas de levar o sangue
para todo o corpo para que ele possa realizar as suas funções vitais,
inclusive analisamos entre elas diferenças, atendendo à área da seu
acção e às pressões que tem a apresentar durante o ciclo cardiaco sem
entrar em colapso. Quanto as veias, verificamos que sua camada
muscular é menos desenvolvido e, portanto, são mais finas do que as
artérias, mas dentro de muitos delas (particularmente as pequenas e as
médias) é coberto com válvulas em forma de meia lua que impedem o
refluxo do sangue. Não podemos esquecer que o sangue vem com
pressão do coração através de artérias e deve retornar por algumas
veias contra o gradiente, tal como acontece com as veias provenientes
dos membros inferiores. A ascensão do sangue das pernas para o
coração é causada pela compressão das veias devido ao músculo
esquelético e, em seguida, é onde intervem as válvulas para impedir o
refluxo. Como vimos, o calibre e a espessura das paredes dos vasos
mudam de acordoo com a distância em relação ao coração, e isto é
devido à sua divisão sucessiva em órgãos e tecidos do corpo,
apresentando características particulares em cada estrutura,
conformando as redes venosos ou artériais. Em geral cada órgão
recebe sangue fornecido pelos vários vasos, sempre um principal e
outros colaterais. Estes últimos tem a função de fornecer suprimentos
para o vaso principal se este desmorona, processo que é acentuado
Anatomia Funcional 80

com a idade do indivíduo. Os capilares, estruturas onde veias e artérias


alcanzan sus menores diámetros, permiten através do seus finas
paredeé o intercâmbio celular, isto é el paso desda sangue paraos
tecidos de: Oxigênio, substâncias nutritivas e parte do plasma
sanguíneo do qual se formà linfa, entre outros. Mentras que desdos
tecido haciao sangue pasa el Dióxido de Carbono e outros productos
do metabolismo. O sangue Artérialna sua camino pelos capilares se
convierte en sangue no oxigenada, la qual afluee aos capilares venosos
con su carga de CO2, por eso afirmamos que nos capilares es onde
ocorre el nexo entre artérias e veias e ademais corroboramos que el
Sistema Circulatório do homem é um Sistema Cerrado, o lo que es lo
mesmo o sangue nunca sale fora dos vasos ni se pone en contacto
directo con os tecidos. Os Capilares, estruturas onde as veias e artérias
alcançar seus diâmetros inferiores, permitem o intercâmbio celular
através das suas paredes finas, ou seja, a passagem do sangue para os
tecidos: oxigênio, nutrientes e parte do plasma sanguíneo que forma a
linfa, entre outros. Enquanto que desde os tecidos para o sangue passa
o dióxido de carbono e outros produtos de metabolismo, o sangue
Artérial no seu trajecto através de capilares não se converte em sangue
não oxigenado o qual flui para os capilares venosos com a sua carga
de CO2. Por conseguinte, pode-se afirma que nos capilares é onde
ocorre a ligação entre as artérias e veias e também chega-se a
conclusão que o sistema Circulatório do homem é um sistema fechado,
ou o que é o mesmo sangue nunca sai fora dos vasos e nem é colocado
em contato direto com os tecidos.

O coração é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba e


faz circular o sangue por todo o corpo. Tem uma forma cónica, com
um peso aproximado de 300g e está localizado na parte inferior do
mediastino anterior, entre as pleuras, com a sua maior parte na metade
esquerda da cavidade torácica. Dispõe-se dentro de um saco seroso,
conhecido como pericárdio, que consiste em três túnicas:
1. Interna ou endocárdio: formado por fibras colágeno e
elástico, células conjunctivas e musculares lisas. Estofados
internamente por um endotélio que forma as válvulas do
coração.
2. Média ou miocárdio: músculo cardíaco, representa a parte
mais portente e mais grossa do coração.
3. Externo ou epicórdio: tecido fino e transparente.

Ao mesmo tempo, o coração é dividido em quatro câmaras: átrio e


ventrículo direitos e átrio e ventrículo esquerdos. Cada lado se
comunica entre si pelas válvulas auriculoventriculares esquerda e
direita. Entre os lados esquerdo e direito se encontram dispostos os
Anatomia Funcional 81

SEPTOS interauriculares e interventriculares (paredes membranosas


que dividem duas cavidades) que impedem a ambos os lados para se
comunicar (no feto entre aurículas encontra-se o buraco oval, que
oblitera após o nascimento). Na parte metade esquerda circula o
sangue oxigenado (artérial) e na metade direita circula o sangue não
oxigenado (venoso).

O coração apresenta as seguientes válvulas:


− Válvula Tricúspide (aurículoventricular direita)
− Válvula Bicúspide ou Mitral (aurículoventricular esquerda)
− Válvula Tronco pulmonar (três válvulas semi-lunares)
− Válvula Aórtica (três válvulas semi-lunares).

Figura 18. Estrutura do Coração

VASOS AFERENTES E EFERENTES DO CORAÇÃO

Como se pode perceber, o coração está dividido em duas metades,


esquerda e direita, para que resulte mais fácil a comprensão dos vasos
que entran e saem. Ao Átrio direito (A.D.) chegam como vasos
aferentes as Veias Cava (inferior e superior), enquanto que aferência
ao Átrio esquerdo (A.E)é garantida quatro Veias Pulmonares. Por
outro lado, a eferência do ventrículo direito (V.D.) é realizada pelo
Tronco Pulmonar e a do ventrículo esquerdo (V.E.) pela Artéria Aorta
(que como veremos posteriormente subdivide-se em Tronco Aórtico,
Aorta Ascendente e Aorta Descendente). A irrigação própria do
coração é feita pelas artérias coronárias direita e esquerda, que partem
da porção inicial da aorta (Tronco Aórtico), enquanto que o sangue
venoso do coração concentra-se no seio venoso que desemboca no
Átrio direito.
Anatomia Funcional 82

CIRCULAÇÃO MAIOR OU SISTÉMICA

Começa no ventrículo esquerdo, onde, através de uma contração


potente muscular (Sístole), o sangue passa para a aorta artéria, o vaso
maior e paredes mais espessas do corpo. A aorta é dividida em várias
artérias que se ramificam novamente e subdividem-se para alimentar
todas as partes do corpo. O sangue Passa das artérias às arteríolas e
destas aos capilares dos tecidos. A troca de água, gases, sais e
substâncias orgânicas é feita através das paredes dos capilares. O
retorno do sangue ao coração ocorre através de duas grandes veias: a
veia cava superior e veia cava inferior.

CIRCULAÇÃO MENOR

Ela começa no tronco pulmonar que sai do ventrículo direito e


transporta o sangue carregado de CO2 para os pulmões através da
artéria pulmonar, já nos pulmões o sangue passa por pequenos vasos
capilares existentes nas membranas que cobrem os alvéolos, onde
retorna para reoxigenar e desprende seu anidrido carbônico. Então vai
para a veia pulmonar que pénistra no átrio esquerdo. A análise, tanto
da menor como da maior circulação permite entender a característica
funcional dupla do sistema circulatório.

Figura 19. Circulação Maior e Menor


Anatomia Funcional 83

ARTÉRIAS E VEIAS DA CIRCULAÇÃO MAIOR

Os vasos aferente e eferentes do coração ramificam-se para que


durante o processo de maior circulação, atingem todas as filiais e os
tecidos do corpo, na tabela a seguir são relacionados os vasos
principais que derivam da artéria aorta e os sistemas das veias Cava.

CICLO DE TRABALHO CARDÍACO


O trabalho do coração é em função de contracções e relaxamentos,
que determinan o ritmo cardíaco. As contracções são denominadas
sístole e os relaxamentos diástole. Este processo é realizado em três
fases que constituem o CICLO DE TRABALHO CARDÍACO:
1. Contraem-se conjuntamente os dois átrios e o sangue passa
aos ventrículos os quais relaxam-se;
2. Contraem-se conjuntamente os 2 ventrículos e os átrios
relaxam-se, então o sangue é impulsado ao tronco pulmonar e
à aorta;
3. Relaxamento dos átrios e ventrículos, é uma pausa total que
permite a entrada de sangue aos átrios. À equierda o sangue
procedente dos pulmões e à direita que vem de todo corpo.

Nos tecidos do corpo existe um líquido que está em contacto con


células e com os capilares sanguíneos, o qual recebe o nome de tecido
linfático ou linfa. Essencialmente é um filtrado do plasma, mn líquido
que se forma por exsudação de água com substâncias dissolvidas
através das paredes dos capilares. Quando o sangue circula pelos
capilares parte do seu plasma, com o seu conteúdo de substâncias
nutritivas e oxigênio, sai destes vasos para os tecidos que os rodeiam,
passando a formar o líquido tisular. Este líquido tisular juntamente
com os productos do metabolismo regressa parcialmente ao sangue já
que uma parte dele pénistra nos linfocapilares, constituindo o linfa.
Isto implica, que para além da rede vascular sanguínea, o organismo
possui uma rede linfática conhecida como sistema linfático, que é um
sistema adicional que complementa a rede venosa. O Sistema
Linfático constitue uma rede de pequenos vasos denominados
linfocapilares que circulam paralelos às veias, embora menos
ramificados e numa só direcção (desdos órgãos), que recolhe os
exsudados dos vasos sanguíneos (linfa) e os devolvem ao Sistema
sanguíneo, a nível da veia cava, perto do coração. Em determinados
pontos do sistema aparecem protuberâncias especiais de tecido
linfoide chamados gânglios linfáticos, cuja função é de protecção
Anatomia Funcional 84

através dos linfocitos. Também recolhem grande parte das gorduras


absorvidas durante a digestão. O baço é uma parte do sistema linfático,
capaz de actuar como armazém e conter entre um terço e um quinto de
sangue; serve para regular o volume de sangue no resto do corpo.
Ademais elabora glóbulos brancos (linfocitos) e destrui os glóbulos
vermelhos velhos. A linfa desempenha um papel importante no
transporte entre as células, na absorção no intestino delgado de
algumas proteínas e gorduras e na inmunidade.

Não obstante as características explicadas do músculo cardíaco de


poder autorregular a sua actividade, existem outras circunstâncias que
podem variar o seu comportamento. Sabe-se que o Sistema Nervoso
Vegetativo é capaz de modificar, tanto o seu automatismo, como na
sua conducção, provocando a variação da frequência cardiaca e da
força de contracção do coração. Também existem factores que regulan
o fluxo sanguíneo, como por exemplo as necessidades de oxigênio nos
tecidos. Se as pressões parciais deste gas diminuem e aumentam as do
dióxido de carbono, isto faz com que se dilatem os hemocapilares e o
fluxo de sangue para os tecidos aumente e assim, o oxigênio e as
substâncias nutritivas. Esta situação apresenta-se ao aumentar a carga
física no treinamento desportivo, o que se manifesta num aumento da
frequência cardiaca. Por outra parte, podem aparecer adaptações a um
tipo de actividade específica, por exemplo u indivíduo treinado en
reposo diminue notavelmente a sua Frequência cardiaca, pois o seu
coração adquire com o treino sistemático um volume tal que, nestas
condições, bombando menos sangue es capaz de suprir as suas
necessidades fisiológicas. Outros factores são capazes de produzir
mudanças de dilatação nos vasos, nas hormonas, como por exemplo a
adrenalina, secretada pelas glândulas suprarrenais, provoca
vasoconstricção. também, o próprio Sistema Nervoso Vegetativo
apresenta inervações nos vasos que podem actuar neste sentido.

Sumário
Neste capítulo vimos que o movimento do sangue pelo corpo é
denominado circulação de sangue, e é graças esta circulação que
se torna possível garantir a vida pois o movimento do sangue
permite fazer chegar a todos os órgãos e tecidos nutrientes que
servem de combustível para todas as funções vitais do
corpo humano.

Exercício 6
1. Fale das funções do sangue. O que voçê entendeu?
2. Como funciona a frequência cardíaca? Qual é a diferença entre
a frequência cardíaca de indivíduos treinados e não treinados?
Anatomia Funcional 85

Unidade nº 7
Sistema Digestivo
A digestão é um processo importante para a sobrivivência. Através
dela o organismo pode absorver nutrientes vitais para garantir o
funcionamento de órgãos e tecidos.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a estrutura do sistema digestivo;


 Conhecer a função dos diferentes órgaos do sistema digestivo.

Objectivos

O sistema digestivo do homem apresenta um comprimento que varia


de 8 a 10 m, compreende os seguintes órgãos: cavidade oral, faringe,
esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso que termina no
ânus. Também tem glândulas anexas tais como: glândulas salivares,
fígado, pâncreas e vesícula biliar como reservatório para a Bílis. Neste
conjunto de órgãos tem lugar a transformação química e mecánica dos
nutrientes incorporados, a absorção das substâncias digeridas e a
excreção dos resíduos alimentícios não digeridos.
A parede que forma a estes órgãos é constituída por três túnicas ou
capas:

1. Interna ou túnica mucosa: estofada de epitélio, com grande


quantidade de vasos sanguíneos e em algumas porções do
conduto se apresenta um grande número de glândulas, cujas
secreções contêm substâncias especiais (enzimas) que
participam nos processos de digestão dos alimentos.

2. Média ou túnica muscular: Composta por dois estratos: um


interno com fibras musculares circulares (estrato circular) e
outro externo con fibras longitudinais (estrato longitudinal).
Como resultado das contracções desta túnica o alimento
avança pelo tubo digestivo.
Anatomia Funcional 86

3. Externa ou túnica serosa: denomina-se peritoneo e cobre os


órgãos digestivos localizados na cavidade abdominal. A
faringe e o esófago por não cruzar-se nesta cavidade estão
recobertos por um tecido conjuntivo chamado túnica
adventicia (Membrana ou camada externa da parede artérial)

Figura 20. Sistema Digestivo do Corpo Humano

CAVIDADE ORAL

Parte inicial do tubo digestivo, onde tem lugar a digestão oral. Divide-
se em duas porções: vestíbulo da boca e cavidade oral. Nesta última
encontram-se os dentes, a lengua e as glândulas salivais.

Dentes: Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar


superior e mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão
implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos
sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão
protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é
a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa,
da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea
chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um
tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um
tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental,
que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e
composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina
camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na
extremidade da raiz, pénistram vasos sanguíneos, nervos e tecido
conjuntivo.
Anatomia Funcional 87

Língua: A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a


garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem
dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os
quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C)
e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos.
A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície
da língua, não é homogênea.

FARINGE E ESÓFAGO

A faringe, situada no final da cavidade oral, é um canal comum aos


sistemas digestório e respiratório: por ela passam o alimento, que se
dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe. O esôfago, canal
que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do
coração, e atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do
abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorre-lo.

ESTÓMAGO

O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado


esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um
órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função
principal é a digestão de alimentos protéicos. Um músculo circular,
que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um
litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir
alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma
de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos
agudos.

Figura 21. Estómago

Segmento superior: é o mais volumoso, chamado "porção vertical".


Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande
tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina
pela pequena tuberosidade.
Anatomia Funcional 88

Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está


separado do duodeno pelo piloro, que é um esfíncter. A borda direita,
côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, é
dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia.

As túnicas do estômago: o estômago é composto por quatro túnicas;


serosa (o peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa
(tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gástrico). Quando
está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado.
O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua
homogeneização. O estômago produz o suco gástrico, um líquido
claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico,
muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do
estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular
dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica
iniciada pela mastigação. A pepsina, enzima mais potente do suco
gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é inativo,
não digere as células que o produzem. Por ação do ácido cloródrico,
o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em
pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas.

A pepsina, ao catalizar a hidrólise de proteínas, promove o


rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos.
Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina,
muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa
enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres. A renina, enzima
que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela
mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o
de flocular a caseína, facilitando a ação de outras enzimas
proteolíticas. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de
muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante
corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de
muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e
mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre
sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja
totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre
desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em
inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento
de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa
gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da
vitamina B12. O bolo alimentar pode permanecer no estômago por
até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado
pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma
massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um
esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
Anatomia Funcional 89

INTESTINO DELGADO

O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de


comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três
regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo
(cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de
ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior
do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino. A
digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas
primeiras porções do jejuno. No duodeno actua também o suco
pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas
digestivas. Outra secreção que actua no duodeno é a bile, produzida
no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre
8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou
emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de
microgotículas). O suco pancreático, produzido pelo pâncreas,
contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de
sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção
digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de
alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos.
A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose;
a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura (os
triacilgliceróis), originando glicerol e álcool; as nucleases actuam
sobre os ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos. O suco
pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio,
formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas
tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as
proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o
tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima
secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se me
tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor
inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima activa. A
tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-
os em oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina
rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de
aminoácidos. A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico,
solução rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma
dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as
dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos
(sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há enzimas que dão
sequência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem acção
das peptidases, resultando em aminoácidos. No intestino, as
contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes
musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é
atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado
em quilo. A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos
ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície
interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros
dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões),
chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de
absorção intestinal. As membranas das próprias células do epitélio
intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas
denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve
Anatomia Funcional 90

a água ingerida, os iões e as vitaminas. Os nutrientes absorvidos


pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem
distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de
gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam
ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros
nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas
em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de
proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos
linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as
células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.

INTESTINO GROSSO

Figura 22. Velosidades Intestinais. Intestino Delgado e Grosso

É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das


secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos
por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas
da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes,
facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. Mede cerca de 1,5 m
de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon
transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto
chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter
anal. Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso.
Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não
assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo
contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades. As fibras
vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem
absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa
fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis
de serem eliminadas. O intestino grosso não possui vilosidades nem
secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água, em
quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve
muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos
inúteis, que são evacuados.
Anatomia Funcional 91

GLÂNDULAS ANEXAS

São estruturas que embora não fazendo parte do tubo digestivo


desempenhan um papel importante na digestão dos alimentos. São
consideradas glândulas exocrinas, por apresentar condutos para a saída
das seus secreções.

GLÂNDULAS SALIVAIS

Existem três pares: parótidas, sub-mandibular e sub-lingual, seus


condutos abrem-se na cavidade oral. Secretam a saliva , actuando
sobre os alimentos durante a digestão oral.

FÍGADO

É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a


mais volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem
adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada,
superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no
quadrante superior direito da cavidade abdominal. O tecido hepático
é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos,
compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas
por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile,
secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o
ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar,
forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no
duodeno. As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as
substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas,
bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um
órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas.
Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a
partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol
e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo
hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a
cirrose.

FUNÇÕES DO FÍGADO:

− Secretar a bile, líquido que actua no emulsionamento das


gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase;
− Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as
quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; nos
momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em
moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
Anatomia Funcional 92

− Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;


− Metabolizar lipídeos;
− Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores
imunológicos e de coagulação e de substâncias
transportadoras de oxigênio e gorduras;
− Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na
desintoxicação do organismo;
− Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais,
transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento
castanho-esverdeado presente na bile.

Figura 23. Fígado

PÂNCREAS

O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de


comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente
sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno,
sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa
no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção
externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de
Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco
na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente
imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino. O pâncreas exócrino
produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas
ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos,
por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca
no duodeno, durante a digestão. O pâncreas endócrino secreta os
hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema endócrino.
Anatomia Funcional 93

Figura 24. Pâncreas

Para poder subsistir, o organismo precisa realizar diariamente distintas


actividades nas quais pelo que perde energía e outros elementos os
quais que deve repor continuamente. Os encarregados de recolocar no
organismo esses elementos perdidos são os alimentos e através deles
nosso organismo pode:
− Obter energía e manter o calor do corpo
− Crescer, desenvolver e manter-se
− Regular as suas funções

ALIMENTO

É tudo o que fornece substâncias nutritivas ao nosso organismo, e está


composto por diferentes suabstâncias chamadas nutrientes. Uma
alimentação correcta constitui a base para um bom rendimento
desportivo, e embora não exista uma dieta que eleve o rendimento,
sabe-se que uma alimentação deficiente diminue a capacidade de
rendimento e conduz ao cansaço. O desportista deve incorporar na sua
dieta diária nutrientes como: proteínas, lípideos, carbohidratos,
vitaminas, minerais e água; estes actuam como material plástico,
energético e regulam o funcionamento do organismo.

Proteínas: São essenciais para treino da força, pois ajudam a depositar


aminoácidos e proteínas estruturais nos músculos e nos ossos,
Anatomia Funcional 94

substituindo o desgaste nos tecidos e jogam um papel essencial na


reconstrucção celular. Também são necessárias para producir
diferentes enzimas no organismo e hormonas como a insulina e a
adrenalina. Estes nutrientes podem ser utilizados como uma fonte de
combustível, embora esta não seja a sua principal função, uma vez que
é mais difícil para o organismo converter a proteína em energía do que
usar os carbohidratos; não obstante, quandool glucógeno tem um baixo
fornecimento (por exemplo no final de um treino árduo) aumenta a
quantidade de proteína que é transformada em energía, contribuindo
com mais do 10% da mistura de combustível.

Carbohidratos e lípidos (gorduras): São fonte de energía, uma vez


que são utilizados como combustível através do exercício muscular,
contudo, a sua necessidade varía de acordo com o tipo de exercício, a
duração e intensidade do treino e os níveis individuais da forma física.
O consumo de gorduras contribue para a incorporação da vitamina E
visto que esta encontra-se em alimentos oleosos.

Vitaminas e minerais: Devem estar presente em toda a dieta isto


porque o treino desportivo consome uma quantidade elevada de
energía. O organismo necessita fósforo, hierro, Cálcio, para além do
consumo de outros oligoelementos como o cobalto, cobre, flúor, etc.
As actividades físicas como o desporto aumentam as solicitações de
vitaminas e minerais.

Outro alimento necessário é o sal, isto porque o elevado suor


provocado pelo desporto provoca a eliminação deste elemento e
também do cloro. O consumo de líquidos deve manter-se a num
mesmo nível, pois um exceso da perda de líquidos traz como resultado
um baixo rendimento e um exceso dos mesmos representaría uma
carga maior.
Anatomia Funcional 95

Figura 25. Pirámide Alimentar

Sumário
Uma alimentação correcta constitui a base para um bom
rendimento desportivo e quotidiano. Uma alimentação deficiente
diminue a capacidade de rendimento e conduz ao cansaço.
.

Exercício 7
1. Reveja o processo da digestão e explique.
2. Porquê é importante a ingestão do sal? Qual é a função
dos carbohidratos e gorduras?
Anatomia Funcional 96

Unidade nº 8
Sistema Urogenital

O sistema urogenital compreende os órgãos urinários e os órgãos


genitais. Estes órgãos estão íntimamente relacionados entre sí pelo seu
desenvolvimento; ainda por cima as sus vías excretoras estão
associadas, ora num conduto urogenital comum (a uretra masculina),
ou abrindo-se num espaço comum (o vestíbulo vaginal na mulher).

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Saber definir os aparelhos urinário e genital;


 Conhecer a sua constituição;
 Estabelecer o vínculo entre ambos.
Objectivos

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


• 1ª e 2ª – Primeira e segundaFormando, estudante.
• % – Porcento.
Terminologia
• ml – Mililitros.
• NaCl – Cloreto de Sódio
• Na – Sódio
• Cl – Cloro
• g – Grama
• H20 – Água

O Aparelho urinário ou sistema urinário é um conjunto de órgãos


envolvidos com a formação, depósito e eliminação da urina. Os órgãos
urinários são compostos por:
Anatomia Funcional 97

− Dois rins
− Dois ureteres
− Uma bexiga urinária
− Uma uretra

OS RINS

É um órgão par excretório, situado na parede posterior da cavidade


abdominal, atrás do peritoneo, de ambos os lados da coluna vertebral,
a nível da vértebra 12 (torácica) e das 1ª e 2ª vértebras lombares. O
rim direito está situado algo mais abaixo do que o esquerdo (em
dependência da pressão exercida pelo lóbulo direito do fígado). O seu
peso é de 150 g. Cerca de 5 litros de sangue são bombados pelo
coração em cada minuto. Aproximadamente 1.200 ml, ou seja, pouco
mais de 20 % deste volume flui, neste mesmo minuto, através dos
nossos rins. Trata-se de um grande fluxo se considerarmos as
dimensões anatómicas destes órgãos. O sangue entra em cada rim
através da artéria renal. No interior de cada rim, cada artéria renal se
ramifica em diversas artérias interlobares que se ramificam em artérias
arqueadas que, por sua vez, ramificam-se em numerosas artérias
interlobulares. Cada artéria interlobular, no córtex renal, ramifica-se
em numerosas arteríola aferentes. Cada arteríola aferente ramifica-se
num tufo de pequenos capilares denominados, em conjunto,
glomérulos. Os glomérulos, milhares em cada rim, são formados,
portanto, por pequenos enovelados de capilares.Na medida em que o
sangue flui no interior de tais capilares, uma parte filtra-se através da
parede dos mesmos. O volume de sangue filtrado a cada minuto
corresponde a, aproximadamente, 125 ml. Este sangue filtrado
acumula-se, então, no interior de uma cápsula que envolve os capilares
glomerulares (cápsula de Bowman). A cápsula de Bowman é formada
por 2 membranas: uma interna, que envolve intimamente os capilares
glomerulares e uma externa, separada da interna. Entre as membranas
interna e externa existe uma cavidade, por onde se acumula o filtrado
glomerular.O filtrado glomerular, tem o aspecto aproximado de um
plasma: um líquido claro, sem células. Porém, diferente do plasma, tal
filtrado contém uma quantidade muito reduzida de proteínas
(aproximadamente 200 vezes menos proteínas), pois as mesmas
dificilmente atravessam a parede dos capilares glomerulares. O
filtrado passa a circular, então, através de um sistema tubular contendo
distintos segmentos: Túbulo Contornado Proximal, Alça de Henle,
Túbulo Contornado Distal e Ducto Colector.

1. Túbulo Contornado Proximal: ao passar pelo interior deste


segmento, cerca de 100% da glicose é reabsorvida (transporte
activo) através da parede tubular e retornando, portanto, ao
sangue que circula no interior dos capilares peritubulares,
externamente aos túbulos. Ocorre também, neste segmento,
reabsorção de 100% dos aminoácidos e das proteínas que
porventura tenham passado através da parede dos capilares
glomerulares. Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos
Anatomia Funcional 98

aproximadamente 70% das moléculas de Na+ e de Cl- (estes


últimos por atracão iónica, acompanhando os catiões. A
reabsorção de NaCl faz com que um considerável volume de
água, por mecanismo de osmose, seja também reabsorvido.
Desta forma, num volume já bastante reduzido, o filtrado
deixa o túbulo contornado proximal e atinge o segmento
seguinte: a Alça de Henle.

2. Alça de Henle: esta se divide em dois ramos: um descendente


e um ascendente. No ramo descendente a membrana é bastante
permeável à água e ao sal (NaCl). Já o mesmo não ocorre com
relação à membrana do ramo ascendente, que é impermeável à
água e, além disso, apresenta um sistema de transporte ativo
que promove um bombeamento constante de íões de sódio do
interior para o exterior da alça, carregando consigo iões
cloreto (por atração iónica). Devido às características descritas
acima, enquanto o filtrado glomerular flui através do ramo
ascendente da alça de Henle, uma grande quantidade de iões
sódio é bombeada activamente do interior para o exterior da
alça, carregando consigo iões cloreto. Este fenómeno provoca
um acumulo de sal (NaCl) no interstício Medular renal que,
então, se torna hiperconcentrado. Essa osmolaridade elevada
faz com que uma considerável quantidade de água
constantemente flua do interior para o exterior do ramo
descendente da alça de Henle (este segmento é permeável à
água e ao NaCl) enquanto que, ao mesmo tempo, NaCl flui em
sentido contrário, no mesmo ramo. Portanto, o seguinte fluxo
de iões e de água se verifica através da parede da alça de
Henle: No ramo descendente da alça de Henle flui, por difusão
simples, NaCl do exterior para o interior da alça, enquanto que
a água, por osmose, flui em sentido contrário (do interior para
o exterior da alça). No ramo ascendente da alça de Henle flui,
por transporte ativo, NaCl do interior para o exterior da alça.

3. Túbulo Contornado Distal: Neste segmento ocorre um


bombeamento constante de iões de sódio do interior para o
exterior do túbulo. Tal bombeamento se deve a uma bomba de
sódio e potássio que, ao mesmo tempo em que transporta
activamente sódio do interior para o exterior do túbulo, faz o
contrário com iões potássio. Esta bomba de sódio e potássio é
mais eficiente ao sódio do que ao potássio, de maneira que
bombeia muito mais sódio do interior para o exterior do túbulo
do que o faz com relação ao potássio em sentido contrário. O
transporte de iões sódio do interior para o exterior do túbulo
atrai iões cloreto (por atracão iónica). Sódio com cloreto
formam sal que, por sua vez, atrai água. Portanto, no túbulo
contornado distal do néfron, observamos um fluxo de sal e
água do Lumen tubular para o interstício circunvizinho. A
quantidade de sal + água reabsorvidos no túbulo distal
depende bastante do nível plasmático do hormônio
aldosterona, secretado pelas glândulas supra-renais. Quanto
maior for o nível de aldosterona, maior será a reabsorção de
NaCl + H2O e maior também será a excreção de potássio. O
transporte de água, acompanhando o sal, depende também de
Anatomia Funcional 99

um outro hormônio: ADH (hormônio antidiurético), secretado


pela neuro-hipófise. Na presença do ADH a membrana do
túbulo distal se torna bastante permeável à água,
possibilitando sua reabsorção. Já na sua ausência, uma
quantidade muito pequena de água acompanha o sal, devido a
uma acentuada redução na permeabilidade à mesma neste
segmento.

4. Ducto Colector: Neste segmento ocorre também reabsorção


de NaCl acompanhado de água, como ocorre no túbulo
contornado distal. Da mesma forma como no segmento
anterior, a reabsorção de sal depende muito do nível do
hormônio aldosterona e a reabsorção de água depende do nível
do ADH. Responsável por coletar, concentrar e transportar a
Urina. O Ductor colector não faz parte do Nefrón.

URINA

A urina é composta de aproximadamente 97 % de água. Os principais


excretas da urina humana são: a uréia, o cloreto de sódio e o ácido
úrico.

FORMAÇÃO DA URINA

Os tecidos recebem do sangue as substâncias nutritivas. Os compostos


químicos tóxicos que neles se formam como resultado do complexo
fenômeno da nutrição devem ser eliminadas do organismo evitando
assim a intoxicação:
1. Os rins, que filtram o sangue e são os verdadeiros órgãos
ativos no trabalho de seleção das substâncias de rejeição

2. Dos bacinetes renais com os respectivos ureteres,a urina passa


a bexiga, que é o reservatório da urina

3. Da uretra a urina é excretada do organismo.

O Nefrón e a unidade funcional do Rim. Cada rim contém cerca de um


milhão de nefróns, cada um deles capaz de forma urina. O rim não
pode regenerar novos nefróns. Portanto com a lesão renal, doença ou
envelhecimento, há um gradual declinio no numero de nefróns. Cada
nefrón contém um grupo de capilares glomerulares chamados
glomérulos, pelo qual grandes quantidades de líquidos são filtrados do
sangue, e um longo túbulo, no qual o líquido filtrado é convertido em
urina no trajeto para a pelve renal. Os glomérulos apresentam uma
pressão hidrostática alta e todo o glomérulo esta envolvido pela
cápsula de Bowman. O líquido filtrado dos capilares glomérulares flui
para o interior da cápsula de Bowman e dai para o interior do túbulo
proximal. A partir do túbulo proximal, o líquido flui para a alça de
Henle, a qual mergulha no interior da Medula renal. Cada alça consiste
Anatomia Funcional 100

em um ramo ascendente e um descendente. No final do segmento


espesso do ramo ascendente esta um segmento curto, que na realidade
é uma placa na parede do túbulo chamada de mácula densa. A mácula
densa tem um papel importante na função do néfron. Depois da
mácula densa o entra no líquido túbulo distal, que como o túbulo
proximal, situa-se no córtex renal. Este é seguido pelo túbulo conector
e o túbulo coletor cortical, que leva ao ao ductor coletor cortical. Os
ductos coletores se unem para forma ductos progressivamente maiores
que se esvaziam na pelve renal atraves das papilas renais. A principal
função do sisitema urinário é produzir e eliminar a urina do corpo, o
rim tem 12 cm de comprimento, cor vermelho-escuro, a quantidade de
urina eliminada por dia é de 1L a 1,5L

URETERES

É um um tubo de uns 30cm de comprimento, sai do hilio renal, con um


diámetro de 4 a 7 mm. Extende-se se pela parede abdominal posterior
até a pélvis menor, onde perfura a parede da bexiga urinária e abre-se
por um orifício (orifício uretral) na cavidade da mesma. Distinguem-
se: a porção abdominal, até o seu cotovelo marginal na linha terminal
onde tem continuidade junto à porção pelviana, situada na cavidade da
pélvis menor. A parede do uréter, é composta por três camadas:
1. Externa (de tecido conjuntivo): túnica adventicia;
2. Interna (estufada por glândulas mucosas): túnica mucosa,
3. Túnica muscular, intercalada entre a adventicia e a mucosa e
graças às suas contracções o uréter apresenta movimentos
peristálticos.

BEXIGA URINÁRIA

A bexiga urinária, é um receptáculo para a acumulação da urina que é


eliminada periódicamente através da uretra. A sua capacidade é de 500
a 700 ml, isto em média. Quando a bexiga está vazía, situa-se
inteiramente na pélvis menor, atrás da sínfisis do púbis, separada do
recto pela sua face posterior no homem pelas vesículas seminais e
pelas porções terminais dos condutos deferentes, e na mulher, pela
vagina e pelo útero. Ao encher-se de urina, a parte superior da bexiga,
variando de forma e de dimensões, eleva-se por cima do púbis.
Quando se encontra repleta de urina, apresenta uma forma ovalada,
con a particularidade de que a sua parte inferior fixa, mais ancha,
chamada fundo vesical, está dirigida paraabaixo e para trás, para o
recto ou para a vagina; estreitando-se, tem continnuidade na uretra em
forma de pescoço vesical; a porção mais aguda da mesma, o ápice
vesical está aplicado à parte inferior da parede abdominal anterior. A
porção que se encontra entre ápice e o fondo é denominado corpo
vesical
Anatomia Funcional 101

URETRA

Uretra Masculina

Tem um comprimento de 16-18 cm, passa pela próstata, diafragma


urogenital e pelo corpo cavernoso do pénis. Distinguem-se três
porções: a prostática, a membranosa e a cavernosa.
1. Porção Prostática: tem comprimento de 3 cm. Encontra-se
nela o tubérculo seminífero onde se abrem os dois tubos
ejaculadores, por onde é expelido o sêmen (esperma).
2. Porção Membranosa: tem comprimento de 1 cm. Encontra-
se aderida ao diafragma urogenital.
3. Porção Cavernosa: tem comprimento de 12-14 cm, é a mais
larga, no glande, pelo orifício externo da uretra, a parte
posterior é mais alargada, denomina-se zona bulbar. Por aquí
abrem-se os dois tubos denominadas glândulas bulbouretrais.
O tubo conduto uretral apresenta dois esfíncteres (um involuntário e o
outro voluntário). A uretra apresenta dois acodaduras. A posterior é
permanente e a anterior endireita-se ao levantar o pénis
(endurecimento).

Uretra Femenina

Começa na bexiga apartir do orifício uretral interno. A sua longitud é


de 3-3,5 cm mais larga do que a masculina e ligeramente dilatável.
Estufada por uma grande quantidade de glândulas; cruza através do
diafragma urogenital a frente da vagina e abre-se no vestíbulo vaginal
pela sua orifício externo. Contêm 2 esfíncteres (interno e externo).

Figura 26. Estrutura do sistema renal, do Rim e do Nefrón


Anatomia Funcional 102

São constituídos por duas partes:


1. Órgãos genitais internos: situados na pélvis (os Ovários, os
tubos uterinos, útero e a vagina), e
2. Os órgãos genitais externos (a vulva ou pudendo
femenino): nos quai são incluídos os labios maiores, os labios
menores, o clítoris e o hímen.

Ovários: São 2 órgãos onde se desenvolvem e amadurecem as células


femeninas (o Óvulo) e elaboram-se as hormonas sexuais femeninas.
Estão localizados na pélvis menor em ambos os lados do útero, tem
uma forma oval com um peso de 5-6 g. No Ovário distinguem-se dois
tipos de substâncias: substância Medular e cortical. Na Medular
encontra-se o tecido conjuntivo por onde entram os vasos e nervos. Na
cortical encontram-se os folícuos ováricos que se desenvolvem
juntamente com o Óvulo e com o seu amadurecimento passam ao tubo
uterina, onde o folículo rompe-se e sai o Óvulo no que denominamos
ovulação. Ao não ser fecundade madura ocorre a menstruação.

Tuba uterina: órgão par, que possibilita a propulsão desde o Ovário


até ao útero. As suas paredees estão compostas por tres capas, mucosa,
muscular, e uma serosa. A muscular está composta pelo tecido
muscular liso que se encarrega da propulsão do Óvulo.

Útero: Órgão muscular , destinado ao amadurecimento, contenção e


expressão do feto. Situa-se na pélvis menor entre a bexiga e o recto.
Apresenta um pescoço (pescoço do útero) que dirige-se para a vagina.
O útero torna-se móvel quando a bexiga se enche e se movimenta para
atrás e quando o recto enche se movimenta para frente.

VAGINA

É constituída por três partes:


Interna ou Endométrio: Ao não ser fecundadeo o Óvulo esta parte
desprende-se e os seus vasos sanguíneos rompem-se dando início à
menstruação .
Médio ou Miometrio: Composto por tecido muscular liso que facilita
a saída do feto.
Externa ou Perímetrio: Cobre e protege o útero.
Anatomia Funcional 103

LÁBIOS PUDENDOS MAIORES E MENORES

Clítoris: tem dois corpos cavernosos que facilitam a sua excitação e


grande quantidade de terminações nervosas.

Os órgãos genitais masculinos compreendem os testículos com as suas


túnicas, os condutos deferentes com as vesículas seminais, a próstata,
as glândulas bulbo uretrais e o pénis, composto pelos corpos
cavernosos.

Testículos: estão contidos no escroto onde acontece a multiplicação e


produção dos espermatozoides e onde são produzidas as hormona
sexuais. Apresenta o epidídimo, localizada na sua parte posterior, que
tem continuidade no conduto deferente com um comprimento de 40 a
50 centímetros, o qual permite a passagem do sêmen. No canal
inguinal este forma o fonículo espermático onde entram nervos, vasos
sanguíneos e linfáticos.

Vesícula seminal: é um órgão par de 4 a 5 centímetros de


comprimento situado no fundo a bexiga urinária e o recto, são o
reservatório do sêmen. Depois encontramos conduto ejaculador que
permite a passagem do sêmen para a uretra.

Próstata: localiza-se bem no fundo da bexiga, segrega uma substância


que entra na composição do líquido espermático.

Glândula bulbouretral: é a glândula que se encarrega de segregar o


líquido lubricante antes da ejaculação, o qual ademais, previne a saída
de resíduos juntamente com o sêmen, como restos de urina, etc.

O escroto: é uma bolsa cutánea que serve de depósito paraos


testículos e seus apéndices.

O pénis: está composto pela cabeça ou glande, corpo e raíz. Na glande


encontra-se o orifício externo da uretra. Este apresenta uma grande
quantidade de cavidades ou células pequenas que durante a excitação
se enchem de sangue e provocan a sua erecção.
Anatomia Funcional 104

Sumário
O Sistema Urogenital é o estudo combinado dos sistemas urinário e
genital. Nele estudamos a estrutura do rim e também dos orgãos
genitais masculinos e femininos.

Exercício 8
1. Fale da importância do Sitema Urinário no desporto.
Anatomia Funcional 105

Unidade nº 9
Sistema Endócrino
Durante o exercício físico o nosso corpo enfrenta tremendas
exigências, o quais trazem muitas mudanças fisiológicos. O ritmo de
utilização de energía é incrementado e por outra lado os resíduos
metabólicos devemm ser eliminados, perde-se água com o suor, o
ambiente interno do nosso corpo encontra-se num estado de constante
fluxo. De todos os modos sabemos que a homeostase deve manter-se
para que possamos sobreviver e quanto mais rigoroso for o exercício
físico, mais dificil se torna esta manutenção. Uma grande parte da
regulação requerida durante este exercício físico é feita pelo Sistema
Nervoso, mas existe outro sistema que se encontra em contacto com
todas as células do corpo e que controla constantemente o meio
interno deste, observando todos as mudanças que produzidas e
reagindo com rapidez para procurar que a homeostasis não sofra um
trastorno rápido. Esse sistema é o Sistema Endócrino, que exerce o seu
controle mediante as hormonas que liberta.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer o sistema endócrino e seus componentes;


 Conhecer a importância do sistema endócrino no desporto.

Objectivos

As glândulas podem classificarse em dois grupos:


1. Glândulas exocrinas ou de secreção externa: as quais
vertem as suas secreções mediante condutos para as cavidades
do corpo ou na sua superfície.
2. Glândulas endocrinas ou de secreção interna: as quais
vertem os seus productos diretamente para o líquido tisular e
para o sangue.
Algumas glândulas produzem secreções exocrinas e endocrinas e são
chamadas glândulas mixtas. Um exemplo delas é o pâncreas.
Anatomia Funcional 106

Figura 27. Sistema Endócrino do Corpo Humano

As glândulas que formam o sistema endócrino são muito ricas em


vasos sanguíneos já que é precisamente sistema circulatório o que
transporta as substâncias porduzidas nelas. Estas substâncias químicas,
chamadas mensageiros biológicos são as hormonas, e elas exercem a
sua acção reguladora à distância através da difusão no plasma
sanguíneo. As funções destas hormonas são variadas:
− Regulan funções metabólicas relacionadas com a utilização da
energía durante la execução da Actividade Física,
− Relacionadas com o crescimento e desenvolvimento,
− Relacionadas con la reproducção
− E con os mudanças durante la adolescencia, etc.
Anatomia Funcional 107

Entre as glândulas que constituem o sistema endócrino temos a


hipófisis, tiroides, paratiroides, suprarrenais, pâncreas, e gónadas
(Ovários e testículos)
Existe uma estreita relação entre o sistema endócrino e o sistema
nervoso. Em primeiro lugar as glândulas recebem uma abundante
inervação do sistema nervoso vegetativo e em segundo lugar a
secreção das glândulas tem influência reciproca sobre os centros
nervosos, actuando através do sangue. O enlace entre estes sistemas é
estabelecido mediante a relação entre o hipotálamo e a glândula
hipófisis.

HIPÓFISIS

É a glândula mais importante do sistema endócrino. É de pequenho


tamanho com forma esférica ou oval de cor avermelhada, localizada
na cadeira turca do osso esfenóides, unida ao Cérebro através do corpo
mamilar e infundíbulo, a suas dimensões são pequenas de 8 a l0 mm.
Na mesma distinguem-se três lóbulos de diferentes estruturas pela sua
função e desenvolvimento:
1. O lóbulo anterior ou adenohipófisis (de origem ectodermo
formada por células secretoras),
2. O lóbulo médio
3. O lóbulo posterior ou neurohipófisis (por estar conectado com
o Cérebro apresenta elementos do tecido nervoso).

A diferença de estrutura e desenvolvimento dos lóbulos determina a


diferença das funções que apresentam. O lóbulo anterior exerce uma
influência sobre o crescimento e desenvolvimento de todo o
organismo (hormona somatotrópica) e estimula a actividade de outras
glândulas endócrinas: ex. da tiroides (hormona tiroutropina), da
Corteza suprarrenal (hormona adrenocorticoutropina) e das gládulas
sexuais (hormona gonadotrópica). O lóbulo posterior intensifica o
trabalho da musculatura lisa dos vasos, elevando a pressão sanguínea
(vasopresina), e a do útero (oxitocina), exercendo uma influência
também na reabsorção da água nos rins (antidiurética).

Figura 28. Glândula Hipófisis


Anatomia Funcional 108

TIROIDES

É a glândula de secreção interna mas voluminosa do corpo


humano.Está situada no pescoço diante da traqueia e das paredes
laterais da Laringe muito relacionada com o cartílago tiróide onde
recebe a sua designação. É composto por dois lóbulos direito e
esquerdo e por um istmo que os une formando o lóbulo piramidal.
Detrás dos lóbulos entram em contacto com a Faringe e com o
Esófago e por isso no bócio são possíveis as manifestações de
trastornos da deglutição (ingestão), devido à compressão do Esófago.
Pela seu diámetro transverso a glândula mede uns 50-60 mm e o seu
peso oscila entre l8 e 40 g. No feto e durante a primeira infância esta é
relativamente mais voluminosa que no adulto. A Tiroxina, hormona
elaborada por esta glândula participa no desenvolvimento normal dos
tecidos, particularmente dos ósseo, regula as mudanças do
metabolismo e o funcionamento do sistema nervoso.

PARATIROIDES

São corpos epiteliais correspondentes em número de quatro situadas


nas faces posteriores dos lóbulos tiroideos. As sus dimensões médias
são ao redor dos 6 mm de comprimento. Durante a idade juvenil tem
uma cor rosa pálida que com os anos vai adquirindo uma tonalidade
amarela e escura. Regulam o metabolismo do Cálcio e do Fósforo no
organismo e a sua extirpação induz eà morte com manifestações de
tetania. Esta glândula regula o metabolismo do Cálcio e do fósforo no
organismo através da parathormona, hormona que segrega.

Paratiro

Tiroide

Figura 29. Glândula Tiroide e Paratiroides

TIMO

Glândula localizada na cavidade torácica, detrás do manúbrio do


esterno. Nas crianças sobressai até ao pescoço. Divide-se em dois
lóbulos nos quais evidencia-se uma Medula e uma Corteza. O seu peso
Anatomia Funcional 109

é de ronda os 15 a 25 gramas. As suas hormonas não estão definidas,


mas está comprovado a sua acção sobre o sistema inmumlógico,
estimulando a multiplicação dos linfócitos. Na infância inibe o
desenvolvimento das glândulas sexuais. Desaparece quando a pessoa
atinge a idade adulta.

SUPRARRENAIS

Constituídas por órgãos pares situadas na extremidade superior dos


rins. O seu peso é aproximadamente 4 g e com o aumento da idade
não se observa um aumento considerável desta glândula. Estas
glândulas estão formadas por uma cápsula fibrosa que emite trabéculas
isoladas para o interior da mesma. Num corte são observados nela
duas regiões:
− A Corteza de cor amarela;
− A Medula de aspecto polposo e cinzento.

Ambas estruturas diferenciam-se pela suas características e funções. A


Medula contém grande quantidade de fibras nervosas amielínicas e
ganglionares simpáticas, relacionadas directamente com a secreção das
catecolaminas que constituem mediadores químicos de diferentes
funções metabólicas. Diferentemente da Corteza suprarrenal segrega
hormonas que actuam principalmente sobre o metabolismo dos sais
minerais e da água e outras hormonas especiais idénticas às sexuais.
Embora existam diferenças anátomo -funcionais entre as duas partes,
ambas unem-se na realização das reacções defensivas e de adaptação
do organismo. A Medula suprarrenal produz duas hormonas que
recebem o nome de catecolaminas (a adrenalina e a noradrenalina),
que são importantes na Actividade Física já que aumentam o ritmo e a
força das contracções do coração, intensificam a descomposição do
glucógeno em glicose no fígado, incrementam respiração. Por sua vez,
a Corteza segrega hormonas como o Cortisol e a Aldosterona. O
Cortisol tem uma grande importância já que estimula a
gluconeogênese assegurando uma contribuição adequada de
combustível ao organismo, e ainda converte os ácidos gordurosos
livres em fonte de energía.

GÔNADAS

Nos testículos intercalados entre as células intersticiais (células de


Leedig) encontram-se as glândulas de secreção interna, que exercem
uma influência no desenvolvimento das características sexuais
secundárias, na erotização do sistema nervoso e também no
metabolismo das gorduras. Nos Ovários a secreção das hormonas
específicas está relacionada com a secreção interna dos próprios
folículos. Ademais disto, nos próprios Ovários periodicamente
participa na secreção o corpo amarelo (verdadero e falso), ambos
Anatomia Funcional 110

idénticos pela sua origem depois de expulso o Óvulo. O primeiroo


mantém-se na mulher durante 9 meses alcanzando dimensões
relativamente voluminosas enquanto que o segundo só tem um mês de
duração. Os dois realizam funções tróficas específicas sobre o
aparelho genital, sobre a menstruação, sobre os carácteres sexuais
secundários e sobre a erotização do sistema nervoso. O Ovário produz
hormonas como o Estrádiol e a Progesterona, enquanto que os
testículos produzem a Testesterona. Existem outros órgãos que no
pertencem a este sistema, mas que também desempenhan uma função
endócrina no nosso organismo, pois produzem secreções (hormonas)
que actuan sobre outros órgãos. Por Ex: el estómago segrega a
gastrina, o intestino produz a secretina que estimula a secreção do
pâncreas para que produza o suco pancreático e a Colecistocinina que
estimula a secreção da Bílis pela vesícula biliar.

PÂNCREAS (Ver sistema digestivo)

O pâncreas apresenta uma porção exócrina, que produz enzimas


digestivas, e uma porção endócrina, que produz insulina e
glucagina, entre outras substâncias. A porção endócrina é
constituída pelas ilhotas de Langerhans que apresentam 3 tipos
de células: β - produzem insulina e amilina; α – produzem
glucagina; δ – produzem somatostatina.

Figura 30. Pâncreas


Anatomia Funcional 111

FUNÇÕES DA INSULINA

1- Efeitos sobre o metabolismo glucídico:


− Aumenta o transporte de glucose através da maioria das
membranas celulares;
− Promove o armazenamento do excesso de glucose nos tecidos
sob a forma de glicogénio (glicogénio sintetase).

2- Efeitos sobre o metabolismo lipídico:

− Promove o transporte do excesso de glucose para o tecido


adiposo, estimulando a sua conversão em gordura.

3- Efeitos sobre o metabolismo proteico:


− Promove o aumento do transporte de aas para as células;
− Promove o aumento da formação de RNA mesageiro;
− Promove o aumento da síntese proteica nos ribossomas.

Sempre que a glicemia aumenta, a insulina liberta-se e baixa


rapidamente esses níveis. Este fenómeno ocorre devido ao efeito
básico mais importante da insulina, que é a sua capacidade de
aumentar o transporte de glicose através da maioria das membranas
celulares. Na ausência desta hormona o transporte de glicose para as
células resume-se a 1/4 do normal. Por outro lado, na presença de uma
hipersecreção de insulina, o transporte de glicose para as células pode
atingir 5 vezes o valor normal. Isto significa que a velocidade do
transporte de glicose para as células pode ser alterada até cerca de 20
vezes.

FUNÇÕES DA GLUCAGINA

A glucagina é secretada pelas células alfa das ilhotas de Langerhans


no pâncreas endócrino. As suas funções são totalmente opostas às da
insulina. A sua função mais importante é o aumento da glicemia -
efeito hiperglicémico (efeito oposto ao da insulina).

São funções da Glucagina:


1. Aumenta a glicogenólise hepática – promove o rápido
aumento da glicemia (estimula a fosforilase)
2. Aumenta a gluconeogénese hepática - fomentando a
proteólise extra-hepática e aumentando o transporte de aas
para o fígado
Anatomia Funcional 112

3. Aumenta a lipólise adiposa - com libertação de glicerol para


conversão em glicose no fígado

Sumário
O Sistema Endócrino ajuda a equilibrar o funcionamento do
organismo libertando hormonas. É de vital immportância para o
crescimento, controle de emoções, etc.

Exercício 9
1. Fale da importãncia do Pâncreas e das catecolaminas para a
prática desportiva.
Anatomia Funcional 113

Unidade nº 10
Sistema Nervoso
Toda a actividade do corpo humano está condicionada pela actividade
do sistema nervoso. Este proporciona às vías pelas quais são recibidos
e mandados os impulsos eléctricos para todo o corpo. O Cérebro actúa
como um ordenador, integrando a informação que entra, seleccionando
uma resposta apropriada e instruindo depois as partes implicadas para
que empreendam a acção, permitindo a comunicação e a coordenacção
entre os tecidos do corpo e deste com o meio exterior.

Figura 31. Sistema Nervoso do Corpo Humano

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer o SN e as partes que a constituem;


Conhecer a sua importância para a actividade física.

Objectivos
Anatomia Funcional 114

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


• SN – Sistema Nervoso.
• SNC – Sistema Nervoso Central.
Terminologia
• SNS – Sistema Nervoso Simpático.
• SNP – Sistema Nervoso Parasimpático.

Todo organismo vive e recebe estímulos do meio que lhe rodeia e


responde aos mesmos com reacções convenientes que o relacionan
com o meio exterior; sendo o tecido nervoso o principal responsável
por este processo. O tecido nervoso é o componente principal do
sistema nervoso, e é um tecido que requer o ingresso constante de
substâncias nutritivas e de oxigênio. É altamente especializado. Os
elementos celulares que o integram são as neuronas e as neuroglias ou
células glías. A função das neuronas está baseada no desenvolvimento
de duas propriedades fundamentais que são:

1. Excitabilidade: Dada porque as suas células são capazes de


detectar pequenos estímulos, e os transformar em excitações
nervosas e ademais responder perante eles de forma
desproporcionada.

2. Conductibilidade: Transmite o seu estado de excitação.

ESTRUTURA DA NEURONA

É comporto por três partes: corpo ou soma, dendritos e axônio. O


corpo ou soma contém o núcleo, é de forma estrelada, com numerosas
prolongações chamadas dendritos que servem de receptores dos
impulsos nervosos e os conduzem até o axônio; este é o transmisor da
neurona, levando os impulsos nervosos fora do corpo da mesma; este
axônio ramifica-se no seu extremo, formando as terminais do axônio
que contém substâncias químicas chamadas neurotransmissores que
permitem a comunicação das neuronas entre sí, isto é, tornam possível
a sinapses.
Anatomia Funcional 115

Figura 32. A Neurona

SINAPSES

É a relação entre as neuronas para garantir a continuidade do impulso


nervoso.

TIPOS DE SINAPSES

Axo-axônica, Axo-somática, Axo-dendríticas, Axo-espinosas, Dendro-


dendrítica e Placa neuromuscular (sinapses entre as fibras nervosas e
fibras musculares)

Figura 33. Placa Neuromuscular


Anatomia Funcional 116

CLASSIFICAÇÃO DAS NEURONAS

1. Tendo em conta o número de ramificações que apresentam:


a) Monopolares;
b) Bipolares;
c) Multipolares.

2. Tendo em conta a sua função:


a) Aferentes;
b) Eferentes.

3. Tendo em conta o comprimento do axônio:


a) Golge I (largo);
b) Golge II (curto).

SUBSTÂNCIA CINZENTA E BRANCA NO TECIDO


NERVOSO

a) Cinzenta: Determinada pela presença de corpos neuronais

b) Branca: Determinada pela presença de fibras nervosas

No Cérebro e no Cerebelo a substância cinzenta está localizada na


Corteza e a branca no centro. Mas na Medula Espinhal a cinzenta
localiza-se no centro em forma de letra H ou asas de mariposa e a
branca na periferia.

No sistema nervoso central tem lugar não só o processo de excitação


mas também o de inibição. A inibição manifiesta-se por uma
diminuição ou desaparecimento da actividade reflexa. A excitação e a
inibição estão vinculadas entre sí e reapresentam um processo único na
actividade nervosa. Nos desportos, por exemplo no atletismo, tem
lugar a alternação da excitação e da inibição nos centros nervosos que
Anatomia Funcional 117

regulam o trabalho dos músculos flexores e extensores. A excitação do


centro dos músculos flexores provoca uma contracção dos mesmos e
uma vez realizada a flexão dá-se a inibição de dito centro, portanto os
músculos flexores distendem ou relaxam-se. Ao mesmo tempo a
inibição do centro dos músculos extensores (relaxamento) muda pela
excitação dos mesmos (contracção) e assim sucessivamente. Isto
manifesta-se em todos os desportos cíclicos (carridas, natação, etc)
O sistema nervoso está constituido por:
a) Medula Espinhal;
b) Encéfalo.

Tanto a Medula Espinhal como o Encéfalo estão cobertos por três


membranas ou meninges denominadas:
a) Externa ou dura;
b) Média ou aracnoides;
c) Interna ou pia-máter.

Entre as meninges ou membranas e no interior do sistema nervoso,


encontramos o líquido Cefalorraquídeo (similar ao plasma sanguíneo),
o qual desempenha uma função protectora no sistema nervoso.

MEDULA ESPINHAL

Localizada no conduto vertebral. Apresenta a forma de um cordão,


algo achatado em direcção anteroposterior. Por cima, através do
buraco magno do occipital a Medula continua na Medula oblongada e
por baixo termina à altura da margem da 2ª vértebra lombar, onde
torna mais estreita e designa-se Cono Medular. Em toda a sua extensão
apresenta dois engrossamentos ou inchaços, cervical e lombosacra,
que se correspondem com as raízes dos nervos que inervam aos
membros superiores e inferiores; destes engrossamentos o mais amplo
é o inferior (lombosacro), mas o mais especializado é o cervical
porque está relacionado com a utilização da Mão como órgão de
trabalho. Na seu parte anterior e posterior extendem-se sulcos
longitudinais que a dividem em duas metades simétricas. Ademais
encontramos um sulco dorsolateral que, em união do lugar da saída
das raízes anteriores dos nervos, dividem a cada metade em três
funículos ou cordões (anterior, lateral e posterior), por onde entram as
vías nervosas que unem a Medula ao Encéfalo, constituindo as vías de
conducção aferentes e eferentes. A este nível a substância cinzenta
localiza-se no interior em forma de “H” o “Asas de mariposa”, onde
encontramos os cornos anteriores e posteriores, para além das raízes
anteriores e posteriores (também existem cornos laterais na zona
dorsal e parte da lombar com responsabilidade simpática). Nos cornos
laterais encontramos células nervosas motoras por onde partem raízes
nervosas para os buracos intervertebrais. Nos cornos encontramos
células nervosas que servem de vínculo entre as células sensitivas,
motoras e simpáticas que formam as raízes posteriores. As células
Anatomia Funcional 118

sensitivas não localizam na Medula Espinhal, porém nos buracos


intervertebrais, formando Gânglios Espinhais no traejecto dos nervos
sensitivos ou receptore. Posteriormente estas raízes unem-se formando
os Nervos Espinhais.

FUNÇÕES DA MEDULA ESPINHAL

a) Função reflexa: Na Medula encontram-se os centros reflexos


de diferentes funções do organismo, como a actividade
muscular (cada segmento relaciona-se com um grupo
determinado de músculos) e o grau de tensão muscular.

b) Função condutora: Vem dada pela presença das vías de


condução aferentes e eferentes e pela composição dos nervos
Espinhais por fibras motoras e sensitivas.

NERVOS ESPINHAIS

Os nervos Espinhais soman um total 31 pares, dispostos da seguinte


forma:
− 8 cervicais;
− 12 dorsais;
− 5 lombares;
− 5 sacros;
− 1 coccígeo.

Estes nervos logo ao sair dos buracos intervertebrais agrupam-se em


dois ramos:
1. Ramos posteriores: que inervan os músculos profundos das
costas e a pele da região vertebral.
2. Ramos anteriores: que se entrelaçam, constituindo plexos
nervosos (entrelaçamento de muitas ramificações de nervos),
estabelececiendo 4 plexos em cada lado:

O plexo cervical: constituído pelos nervos auricular maior (inerva


a zona da orelha), occipital menor (inerva a região occipital),
supraclavicular (inerva a pele da zona clavicular) e o nervo frénico
que inerva o diafragma, as pleuras e el pericardio. O plexo
braquial que está formado pelos quatro nervos cervicais inferiores
e o ramo anterior do nervo torácico, inervando toda a zona
torácica e os membros superiores. O plexo lombar integrado pelos
ramos anteriores dos nervos lombares e o XII nervo torácico,
inervando a pele e os músculos da zona inferior.
Anatomia Funcional 119

ENCÉFALO

Está alojado na cavidade craneal e subdivide-se em: Cérebro,


Cerebelo e Tronco Encefálico ou cerebral. Cada uma destas porções é
diferente desde o ponto de vista anatómico, funcional e filogenético. O
Cérebro cobre o Cerebelo e Tronco Encefálico, de maneira que estas
porções são observadas apartir do lado da sua face inferior.

Figura 34. Encéfalo

CÉREBRO

Representa a porção mais grande e maciça do Encéfalo, ocupando a


maior parte da cavidade craneal. Apresenta dois hemisférios cerebrais,
um direito e outro esquerdo, ambos unidos pelo corpo caloso. Nestes
hemisferios são distinguidos lóbulos, giros e sulcos.

Lóbulos:
− Frontal (nele radica a zona motora e a zona da fala);
− Parietal;
− Occipital (nele radica a zona óptica);
− Temporal (nele radicam as zonas da sensibilidade cutánea:
tacto, dor, térmica), olfatória, acústica);
− Lóbulo da ínsula (é o mais pequeno e interno).

Giros: Encontram-se nos lóbulos :


− Precentral;
− Frontais;
− Postcentrais;
− Occipitais;
Anatomia Funcional 120

− Temporais.

Sulcos:
− Central;
− Lateral;
− Interparietal;
− Precentral;
− 2 Frontais (superior e inferior).

Na substância branca do Cérebro encontramos 3 núcleos importantes:


1) Caudado;
2) Lentiforme;
3) Corpo amigdalino.

Os núcleos caudadeo e lentiforme dos hemisferios compõem o sistema


extrapiramidal e são considerados centros motores subcorticais,
assegurando o automatismo dos movimentos e a contracção muscular
numa combinação e sucessão determinada (por exemplo na marcha,
nas carridas, etc). O corpo amigdalino encontra-se na porção anterior
do lóbulo temporal do hemisferio e entra na composição do sistema
límbico. Este sistema límbico está relacionado com as diferentes
porções do Cérebro tais como o hipotálamo e a formação reticular.
Tem sob sua responsabilidade funções tais como:
− Conjuntamente com o hipotálamo regula a actividade dos
órgãos internos que se encontram inervados pelo sistema
nervoso vegetativo, e ainda são encarregados pela formação
de diversas emoções (alegría, medo, etc)
− Favorece a manutenção da constância do meio interno do
organismo (homeostase)

Na base do Cérebro observamos duas estruturas, o Tálamo e o


Hipotálamo. É um núcleo muito importante pelas funções e tem sob
sua responsabilidade:
− Receber todos os impulsos sensitivos do organismo, já seja
directa ou indirectamente
− Receber fibras da Corteza cerebral, do Cerebelo, da Medula
Espinhal e de outros núcleos
− Seleccionar os impulsos aferentes que lhe chegam de níveis
inferiores para os enviar às áreas especializadas da Corteza
cerebral.
Anatomia Funcional 121

HIPOTÁLAMO

Situado debaixo do tálamo, é responsável pelas seguintes funções:


− Participa na regulação da actividade parasimpática
− Regula os movimentos viscerais e as funções sexuais
− Regula o sono e os estados emocionais
− Regula as funções relacionadas com a perda de calor como a
transpiração e a vasodilatação
− Intervem no metabolismo dos carbohidratos e das gorduras
− Regula o metabolismo da água

CEREBELO

Localizado na fossa posterior do crâneo, atrás do Caule Encefálico.


Apresenta dois hemisférios cerebelosos. Une-se ao resto do Encéfalo
por meio de fibras nervosas que permite a comunicação com o
Cérebro, com a ponte e com a Medula Oblongada. No espessor da
substância branca do Cerebelo localizam-se núcleos pares da
substância cinzenta, situados em cada metade do órgão. Estes núcleos
são:
− Fastígio ou do tecto;
− Globoso;
− Emboliforme;
− Dentado.

FUNÇÕES DO CEREBELO

− Desempenha um importante papel no equilíbrio do corpo no


espaço;
− Relacionado com a coordenacção, precisão e segurança dos
movimentos;
− Relacionado com o manutenção do grau de tensão muscular;
− Exerce Influência sobre as funções vegetativas do organismo.

A actividade do Cerebelo tem carácter reflexo, os impulsos nervosos


vão dos músculos pela vía aferente ou ascendente (espinhocerebeosa)
e as respostas são transmitidas através das vías descendentes o
eferentes.
Anatomia Funcional 122

TRONCO ENCEFÁLICO OU CEREBRAL

É composto pela Medula Oblongada e pela Ponte de Varólio.

MEDULA OBLONGADA

Situada por cima da Medula Espinhal. Nesta estrutura a substância


cinzenta encontra-se na sua zona interna em forma de núcleos que se
ramificam e formam os doze pares de nervos craneais. Por sua vez a
substância branca encontra-se na periferia onde se apresentam fibras
nervosas da Medula Espinhal.

PONTE DE VAROLIO

É uma engrossamento situado em cima da Medula Oblongada e por


baixo do Cerebelo. Ambos desempenhan duas funções:

Função reflexa: relacionada com a presença dos núcleos que


conformam os pares craneais e os centros nervosos. Esta função
reflexa é muito importante para o funcionamento de diferentes
sistemas de órgãos (circulatório e respiratório) pelo que um trastorno
nesta região pode produzir a morte.

Função condutora: relacionada com a presença de vías condutoras


aferentes e eferentes que envíam os impulsos da Medula ao Encéfalo e
vice-versa.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)

Este sistema é constituido por fibras e nervos que partem de diferentes


estruturas do sistema nervoso central e se distribuem por todo o corpo
regulando o funcionamento deste. Pela sua forma de actuar este
sistema se divide em:
− Sistema Nervoso Somático ou Voluntário
− Sistema Nervoso Autónomo ou Vegetativo

SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO OU VOLUNTÁRIO

Inerva os músculos esqueléticos fundamentalmente, onde se elabora a


informação sensorial e são controlados os movimentos voluntários.
Anatomia Funcional 123

SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO OU VEGETATIVO

Com características involuntárias que inervam os órgãos internos,


onde são reguladas as funções viscerais. O SNP está composto por 43
pares de nervos que servem de conexão entre o SNC e o resto do
organismo (músculos, ossos, tendões, órgãos internos, etc). Estes
nervos se dividem em:
− 12 pares de nervos craneais o encefálicos
− 31 pares de nervos Espinhais o raquídeos

Estes nervos tem diferentes funções no organismo e de acordo a estas


funções classificam-se em:
1) Nervos motores
2) Nervos sensitivos
3) Nervos mixtos

A exposição anterior permite subdividir o Sistema Nervoso Periférico


em duas categorías:
1) Sistema sensor
2) Sistema motor

Sistema sensor: tem origem na periferia do organismo (vasos


sanguíneos e linfáticos, órgãos internos e dos sentidos, músculos,
articulações, etc), deslocando a informação para o SNC, no qual é
detectada por diferentes receptores dispostos nos diferentes níveis no
organismo:

a) Mecanoreceptores: são sensívels a estímulos mecânicos


como a pressão, o tacto, a gravidade, os estiramentos, as
contracções, etc.

b) Termoreceptores: são sensívels às mudanças de temperatura.

c) Nociceptores: são sensívels a estímulos nocivos para a saúde


do homem.

d) Fotorreceptores: são sensívels aos estímulos lumínicos,


exemplo: os cones no olho.

e) Quimiorreceptores: sensívels às substâncias químicas, aos


alimentos, etc., exemplo: as papilas gustativas.

f) Próprioceptores:encontram-se nos músculos, tendões, tecidos


conjuntivos e esqueléticos que não produzem sensações bem
definidas, mas ajudam a coordenar a posição das extremidades
e tem sob sua responsabilidade as chamadas sensações
cinestésicas.
Anatomia Funcional 124

Sistema motor: tem origem no sistema nervoso central, e é o


encarregada para enviar as respostas para todo o organismo, apartir da
informação que recebe do sistema sensor. Os sistemas sensor e motor
estão integrados de tal forma que para que o impulso que é detectado
pelos receptores chegue ao SNC, elaboram a resposta adequada que
será transportada por vía motora até ao órgão efector, o que se conhece
como integração sensomotora. Pela sua parte o sistema nervoso
autónomo ou vegetativo, devido à acção que exerce sobre os órgãos
internos divide-se em:

1. Sistema Nervoso Simpático: É o nosso sistema de luta ou fuga.


Prepara o nosso corpo para a actividade. Também gera efectos como:
− Aumento da frequência cardiaca;
− Dilatação dos vasos sanguíneos;
− Maior irrigação sanguíneo aos músculos (vasodilatação);
− Diminue a irrigação sanguínea aos órgãos internos
(vasoconstricção);
− Aumenta a tensão artérial;
− Produz broncodilatação, o que provoca o maior intercâmbio
de gases;
− Aumenta o ritmo da actividade mental;
− Aumento da secreção de glucosa pelo fígado.

Este sistema é constituinte da porção toracolombar e comprende duas


cadeias longitudinais de Gânglios conectados entre sí, situadas diante
das vértebras e da artéria aorta. As fibras que saem da Medula
Espinhal entram nos Gânglios simpáticos em forma de fibras
preganglionais e ao sair como fibras postgangloionares unem-se a cada
grupo para formar um plexo e logo se distribuem pelos vários órgãos.
Por exemplo, os nervos do plexo celíaco distribuem-se pelo estómago,
fígado, etc.

2. Sistema Nervoso Parasimpático: É o nosso sistema de economía,


cumprindo uma função importante nos processos como a digestão, a
excreção, a respiração, etc. É mais activo quando estamos em estado
de calma ou reposo. Gera os efeitos opostos ao sistema simpático,
trabalhando de forma alterna e coordenada em dependência das
necessidades do organismo. Este sistema é constituinte da porção
craneosacra e comprende fibras de certos nervos craneais, que vao ao
iris, coração, pulmões, estômago, intestino delgado e outras fibras
inervan os órgãos do abdomen. A maior parte dos órgãos viscerais
estão inervados por ambos sistemas, que são como afirmou-se
anteriormente antagónicos até certo ponto.
Anatomia Funcional 125

VÍAS DE CONDUCÇÃO

Foi ressaltado que a integração do organismo como um todo e único e


a sua unidade com o meio, gera-se graças à regulação neurohumoral,
onde o sistema nervoso joga um papel reitor. Na actividade do sistema
nervoso produz-se um processo imprescindível para o seu adequado
funcionamento “O acto reflexo”, este é a trajectária que recorrida pela
informação ou estímulo nervoso, desde o momento que entra no
organismo até o momento que se dá a resposta.
Ocorre pela existência de vías de conducção da informação que se
dividen em dois grandes grupos, segundo a sua função:
1) Vías de conducção aferentes
2) Vías de conducção eferentes

Estas conectam a Medula Espinhal com o resto dos componentes do


Sistema Nervoso Central (Medula oblongada, Cerebelo, Cérebro).

VÍAS DE CONDUCÇÃO AFERENTES


1) Vías de condução que conectam a Medula Espinhal à
Medula oblongada:
− Vía de Goll e Burdach.

2) Vías de condução que conectam a Medula Espinhal ao


Cerebelo :

− Vías espinocerebeosas anterior e posterior.

3) Vías de conducção que conectam a Medula Espinhal ao


Cérebro:

− Vía espinotalámica, vía talamocortical, vía


espinotectal

Vía de Goll e Burdach: conecta a Medula Espinhal à Medula


oblongada. Encarrega-se de receber e transportar as aferências
somáticas exteroceptivas gerais (ouvido, vista, tacto), encarregando-se
fundamentalmente do tacto fino.

Vía espinocerebeosa: conecta a Medula Espinhal ao Cerebelo.


Recebe e transporta aferências próprioceptivas gerais (do tipo
inconscientes ou involuntárias) provenientes dos órgãos internos,
músculos, ossos, articulações, etc.

Vía espinotalámica: conecta a Medula Espinhal ao Cérebro.


Encarrega-se de receber e transportar aferências somáticas
Anatomia Funcional 126

exteroceptivas gerais (tacto, ouvido, vista, olfato), encarregando-se do


tacto grosso, as mudanças de temperatura, pressão, dor, etc.

VÍAS DE CONDUCÇÃO EFERENTES

Vías piramidais: conectam a Medula Espinhal ao Cérebro. Estão


relacionadas com a actividade consciente ou voluntária do aparelho
muscular do homem, na marcha vertical e em toda a sua Actividade
Física em geral. Quando ocorren lesões deste sistema podem produzir-
se paralisias severas dos membros. Estão divididos em dois tipos:
1. Vía piramidal directa
2. Vía piramidal cruzada

Vías extrapiramidais (RubroEspinhal): conectam a Medula


Espinhal ao o Cérebro. Garantem a automatização dos movimentos, a
coordenacção muscular, a manutenção do equilibrio corporal,
conservação da tonicidade muscular, a superação a inércia e a força de
gravidade. Tem grande importância na função da Mão como órgão de
trabalho e no desenvolvimento de capacidades motoras em geral. As
lesões nestas vías podem provocar espasticidade (rigidez muscular) e
movimentos involuntários. Devemos destacar que o desenvolvimento
destas vías de conducção e o seu funcionamento é directamente
proporcional ao desenvolvimento e funcionamento do sistema nervoso
do homem.

ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

Os órgãos dos sentidos percebem e distinguem distintos influxos do


entorno e do meio ambiente. Com ajuda dos condutores nervosos,
transmitem as percepções à Corteza do Encéfalo. Os órgãos do
sentidos tem na sua composição as células sensitivas (receptores).
Estas células contém proteínas receptoras específicas. Dependendo da
naturaleza das células sensitivas distinguem-se: a vista, o olfato, o
gosto, o tacto e a audição.

VISÃO

O órgão visual, está alojado na órbita, cavidade óssea que lhe serve de
protecção. É constituída por três membranas, chamadas esclerótica,
coroides e retina, e de três corpos transparentes denominados humor
aquoso, cristalino e humor vítreo. Possue um disco vertical, o iris, de
cor variável, que tem um pequeno buraco chamado pupila.
Anatomia Funcional 127

AUDIÇÃO

O órgão do ouvido, é constituída por três partes: ouvido externo,


médio e interno. O externo compreende o pavilhão da orelha que
recolhe e concentra as vibrações do ar, e o conduto auditivo externo. O
ouvido médio ou caixa do tímpano é uma cavidade aberta no osso
temporal, em comunicação com a Faringe através de um conduto
chamado “trompa de Eustáquio”. Esta cavidade comunica-se com o
conduto auditivo externo por meio da membrana timpánica, que está
tensa e fecha a passgem entre ambos. O ouvido interno, chamado
também laberinto pela sua grande complicação, faz limite com o
ouvido meio pela janela oval e pela redonda. Dentro deste laberinto
ósseo se encontra o laberinto membranoso e ambos estão banhados por
um líquido (perilinfa). No laberinto ósseo distingue-se a cóclea e o
vetíbulo, com duas bolsas: utrículo, da qual partem três canais semi-
circulares, e sáculo, na qual tem a sua origem o caracol. Este contém
no seu interior e em toda o seu comprimento os “Órgãos de Corti“ que
são de grande importância por possuir as terminações do nervo
auditivo. Na cara interna das ampolas membranosas vestibulares e dos
canais semicirculares há umas formações especiais chamadas
“máculas e crestas”. Nelas estão incluidas células sensitivas. O
vestíbulo e os canais constituem juntos o chamado “aparelho
vestibular”que é o órgão da percepção da posição e do movimento do
corpo no espaço; às células deste aparelho chegam as fibras de outra
parte do nervo vestibulococlear, ou seja, o nervo vestibular.

OLFATO

O órgão olfativo, é a mucosa que estufa a parte interior e superior das


fossas nasais, chamada pituitária amarela, a qual é muito rica em
terminações nervosas do primeiro par de nervos craneais (nervo
olfativo).

GOSTO

O órgão do gusto, é a lengua, músculo grosso e carnoso recoberto por


uma mucosa que apresenta diversas granulações. A mucosa que
recobre a lengua é assento de numerosas papilas gustativas, que nos
permitem apreciar o sabor dos alimentos que ingerimos, e de
diferentes formas ou aspectos. Estas podem ser: filiformes,
fungiformes e caliciformes.

TACTO
Anatomia Funcional 128

O órgão táctil, é a pele e é constituída por duas partes: a derme ou capa


interna e a epiderme ou capa externa. Neste órgão existem receptores
que nos permitem perceber mudanças de temperatura, pressão, dor,
etc.

Figura 35. Órgão dos Sentidos

Sumário
Todo organismo vive e recebe estímulos do meio que lhe rodeia e
responde aos mesmos com reacções convenientes que o relacionan
com o meio exterior; sendo o tecido nervoso o principal responsável
por este processo. O tecido nervoso é o componente principal do
sistema nervoso, e é um tecido que requer o ingresso constante de
substâncias nutritivas e de oxigênio. É altamente especializado.

Exercício 10
1. Como definiria a relação entre os SNS e SNP?
2. Qual é a relação que faz entre os órgãos de sentido e a
aprendizagem de novas habilidades motores e/ou desportivas?
Anatomia Funcional 129

BIBLIOGRAFÍA

♦ Anatomía e fisiología humana. Diana Clifford Kimber


♦ Anatomía humana. M. Prives.
♦ Anatomía e fisiología humana. V.G.Tatarinov.
♦ Morfología funcional desportiva. Roberto Hernández Corvo. La
Habana, 1987.
♦ Zoología geral. Storer-Usinger.
♦ Biología. Villee.
♦ Atlas da estrutura microscópica e ultramicroscópica das células,
tecidos e órgãos. V.G.Eliséiev, Eu. I. Afanásiev, E. F. Kotovski.
♦ Las ciências. El mundorgánico. Andrés Haro.
♦ Biología celular. De Robertis, Nowinski, Saez.
♦ Programa BodeWorks.
♦ Histología básica. Junqueira & Carneiro (4ª edição).
♦ Psicología e salud. Nunhez de Villavicencio.
♦ La antomía desportiva. Jurgen Weineck.
♦ Tratado geral de musculação. Bill Pearl.
♦ Manual de Kinesiología estrutural. Clem W. Thompsão.
♦ Kinesiología e antomía aplicada à Educação Física.
♦ Anatomía e fisiología humana. David Levae.

Você também pode gostar