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Edilson Manuel Laimo

Influência dos Pais, Professores e Treinadores na prática desportiva. Estudo de caso da


Academia de Desporto para o Desenvolvimento Educacional e Económico de Moçambique
(ADDEEC MOZ).

Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto.

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2023
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Edilson Manuel Laimo

Influência dos Pais, Professores e Treinadores na prática desportiva. Estudo de caso da


Academia de Desporto para o Desenvolvimento Educacional e Económico de Moçambique
(ADDEEC MOZ).

Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto

Monografia a ser apresentada à Faculdade


de Educação Física e Desporto da
Universidade Pedagógica de Maputo, como
requisito para a obtenção do grau de
Licenciatura em Ensino de Educação Física.

Supervisor: Prof. Doutor Sílvio Saranga

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo
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2023
1 Índice

AGRADECIMENTOS.....................................................................................................................i

DEDICATÓRIA...............................................................................................................................i

DECLARAÇÃO DE HONRA.........................................................................................................i

ÍNDICE DE TABELAS...................................................................................................................i

ÍNDICE DE GRÁFICOS..................................................................................................................i

LISTA DE ABREVIATURAS.........................................................................................................i

RESUMO..........................................................................................................................................i

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1

1.1 Introdução.........................................................................................................................1

1.2 Problema...........................................................................................................................1

1.3 Objectivos:........................................................................................................................1

1.3.1 Objectivo geral:.........................................................................................................1

1.3.2 Objectivos Específico:...............................................................................................1

1.5. Justificativa.......................................................................................................................1

1.6. Estrutura do trabalho.........................................................................................................1

2. CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA......................................................................1

2.1. Desporto............................................................................................................................1

2.2. Futebol..............................................................................................................................1

2.2.1. Características do Futebol..........................................................................................1


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2.2.2. Iniciação Desportiva..................................................................................................1

3. CAPÍTULO III: MATERIAIS E MÉTODOS..........................................................................1

3.1. Tipo de pesquisa................................................................................................................1

3.3. Técnicas/instrumentos para a recolha de dados................................................................1

3.4. Técnicas de análise de dados............................................................................................1

4. CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......1

5. CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDACÕES.....................................................1

5.1. Conclusão..........................................................................................................................1

6. Referencias Bibliográficas.......................................................................................................1

7. APÊNDICEA............................................................................................................................1

7.1. APÊNDICE B...................................................................................................................1


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AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, agradeço a Deus pelo dom da vida e pelo sustento durante toda a minha trajectória
e por jamais ter-me abandonado.

De forma particular, gostaria de igual modo, de endereçar meu especial apreço ao meu
supervisor, Prof. Doutor Sílvio Saranga,pela forma sábia que me instruiu para a preparação desta
Monografia, pelos ensinamentos dados durante todo este percurso, mesmo com as dificuldades,
nunca desistiu de mim, a ele vai o meu muito obrigado!

Quero agradecer a todos os Professores, pela paciência que tiveram para comigo, durante as
aulas e a toda família da FEFD por esses quatro anos muito bem vividos e intensamente
aproveitados. É difícil olhar para a minha história académica sem a presença de muitos deles.

A todos os que me acompanharam neste percurso e que se transformaram numa rede de valor
para que este desafio se tornasse realidade, muito obrigado!
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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus pais: Nazaret Magaia e Manuel
Laimo.

Aos meus pais que me deram a vida, cuidaram de mim e que contribuíram bastante, de todas as
formas possíveis, para que eu conseguisse chegar onde estou.

A minha irmã, Jéssica Laimo, ao meu cunhado, Hélio Muchanga e a minha querida namorada e
futura esposa, Eunucy Manai, pelo apoio incondicional desde o início desta longa caminhada.

Ao meu grande amigo, Mário Júnior, pela amizade e suporte.


iii

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Edilson Manuel Laimo, declaro por minha honra que esta Monografia científica para a
obtenção do grau de Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto é resultado da minha
pesquisa e das orientações do meu Supervisor, Prof. Doutor Sílvio Saranga. Portanto o seu
conteúdo é original, sendo que, as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e
na bibliografia final.

Declaro ainda, que esta monografia não foi apresentada em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, 2023

______________________________

(Edilson Manuel Laimo)


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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Resumo do questionário das crianças e jovens (Fonte: Autor, 2023)..............................1

Tabela 2: Resumo do inquérito feito aos pais (Fonte: Autor, 2023)...............................................1

Tabela 3: Quadro do pessoal entrevistado (Fonte: Autor, 2023).....................................................1


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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Questão nº 12 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)...................1

Gráfico 2: Questão nº 10 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)...................1

Gráfico 3: Questão nº 5 referente ao questionário para as crianças e jovens (Fonte: Autor, 2023) 1

Gráfico 4: Questão nº 11 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)...................1

Gráfico 5: Questão nº 13 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)...................1


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LISTA DE ABREVIATURAS

JDC- Jogos Desportivos Colectivos

ET-Equipe Técnica

FEFD-Faculdade de Educação Física e Desporto

ADDEEC MOZ- Academia de Desporto para o Desenvolvimento Educacional e Económico de


Moçambique
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RESUMO

Esta monografia é resultado de uma investigação que procurou analisar a prática de futebol na
fase inicial do ponto de vista social e pedagógico. Trata-se de um estudo que busca compreender
a influência dos pais, professores e treinadores na Iniciação à prática de Futebol por Crianças e
Jovens da Cidade de Maputo, mais precisamente do Clube ADDEEC MOZ e como tais
interpretações podem estar relacionadas com um quadro socializador uma vez que na maior parte
da parcela de jovens e crianças começa a iniciação desportiva muito cedo. Diante dessa pesquisa,
é notório que existem problemas e questões ainda a serem pontuadas, a relações entre pais e
filhos quando da iniciação destes no futebol, nem sempre se desenvolve de maneira adequada e
positiva para o engajamento da criança. A amostra foi constituída por 96 participantes (crianças e
jovens), de sexo masculino e feminino, todos praticantes de futebol em escalões diferentes. A
faixa etária ficou circunscrita à idade mínima de 13 anos e máxima de 25 anos. Foi entrevistado
também um total de 96 Pais apresentando a seguinte distribuição; 59,37 % para mães e 40,63%
para os pais e 15 técnicos do clube. O estudo é do tipo descritivo pois é feita uma descrição do
papel dos pais, professores e dos treinadores na Iniciação à Prática de Futebol por Crianças e
Jovens da Cidade de Maputo. São usadas nesta pesquisa as seguintes técnicas para a recolha de
dados: a observação e a entrevista. Tanto as pesquisas bibliográficas realizadas nesse trabalho
assim como as técnicas de recolha e interpretação de dados vieram também comprovar o quanto
é indispensável actuação correta, bem orientada dos Pais nesses casos e principalmente o quanto
é importante uma boa formação de conhecimento para os técnicos que trabalham nessa área.
Exemplos desse comportamento ocorrem numa partida de futebol, quando a criança ou
adolescente realiza uma jogada especial e recebe a aprovação dos seus pais, na forma de
aplausos. Logo, pudemos constatar que os pais influenciam a criança durante a iniciação
desportiva no futebol desde a escolha pelo desporto até sendo fortes motivadores para a
permanência na actividade desportiva.

Palavras-chave:Desporto, Iniciação à Prática de Futebol, Influência dos Pais, Professores e


Treinadores.
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

O futebol é uma modalidade desportiva muito prática em quase todo mundo, trazendo benefícios
tanto para a sociedade como também para as crianças, em particular. Na sociedade, pode ser um
agente transformador contribuindo para a socialização de pessoas, inclusão social. Para as
crianças, ou seja, na iniciação ou ainda, na camada infantil este tipo de desporto traz inúmeros
benefícios, pois contribui para o condicionamento físico do corpo humano, além de facilitar o
relacionamento do individuo com outras pessoas, promovendo ascensão social e económica, para
a saúde e para o lazer das pessoas.

Diante disso, verifica-se que o incentivo e o acompanhamento dos pais para a prática desportiva
de seus filhos constituem factores geradores de prazer e de satisfação para as crianças e
adolescentes, principalmente durante seus jogos. Esta ideia é reforçada por Harris (1996), ao
afirmar que, “a criança pode almejar certas realizações não pelo prazer da perícia, mas a fim de
obter a aprovação parental”. Exemplos desse comportamento ocorrem numa partida de futebol,
quando a criança ou jovem realiza uma jogada especial e recebe a aprovação dos seus pais, na
forma de aplausos. Esse gesto proporciona prazer, gerando entusiasmo com a ideia de realizar
novamente outra jogada, com mais coragem.

Por sua vez, a prática do futebol tem sido bastante importante no processo de ensino-
aprendizagem, sobretudo no ensino básico, pois promove um desenvolvimento psicomotor,
físico e afectivo na criança. Além disso, é importante para o desenvolvimento da saúde, trabalha
os músculos, torna os praticantes mais habilidosos e resistentes reduzindo, assim, o risco de
desenvolvimento de várias doenças. Todavia, esta pratica é pouco incentivado na fase inicial.
Assim, o presente trabalho pretendemos compreender a influência dos pais, professores e
treinadores na Iniciação à prática de Futebol por Crianças e Jovens da Cidade de Maputo.
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1.2 Problema

A prática do futebol é bastante importante para a população no geral, tanto no processo de ensino
e aprendizagem, quando para a saúde física-metal ou mesmo para o relacionamento social entre
indivíduos.

Segundo a participação dos pais em jogos, treinos e diversos outros afazeres, faz com que a
criança tenha uma resposta a tal presença. É na fase de iniciação desportiva que acontecem as
grandes influências dos pais e familiares sobre a criança, determinando inúmeros aspectos,
inclusive se a criança irá ou não gostar do futebol, isso devido à grande cobrança que a maioria
delas sofre dos pais. Desta forma, a resposta à presença dos pais pode ser positiva ou negativa
(Machado et al., 1997).

Para Verardietal., (2010) a influência dos pais na iniciação desportiva é de total importância para
o desenvolvimento da criança, quando se vê motivada e induzida pelo pai a praticar determinado
desporto como no caso o futebol. Na mesma perspectiva, o mesmo autor sustenta que
“Influenciados por familiares, professores, técnicos e amigos, o desporto torna-se importante na
socialização das crianças e dos adolescentes”.

Num estudo recente de Wagnsson e colaboradores (2016), eles detectaram uma relação
importante dos pais, principalmente das mães, no desenvolvimento das tomadas de decisões
morais nos jogos. Estamos diante de uma tessitura complexa que coloca em relevo o papel dos
pais no sucesso na prática desportiva dos filhos e não se limita ao desporto de competição. Eles
são fundamentais no desenvolvimento da cultura desportiva de seus filhos, mas, evidentemente,
também devem compreender e ser integrados na cultura desportiva. Nesse cenário complexo,
cabe uma pergunta: Os professores e treinadores estão preparados para lidar com as
interferências dos pais? Principalmente por não ser possível apartar essa variável do cenário, de
facto é quase impossível controlar a influência deles sobre os filhos, pois ela se estende para fora
do ambiente desportivo.

Deste modo, como forma a dar nosso contributo teórico-prático, surge a seguinte questão: Que
influencia exercem os pais, professores e treinadores na iniciação à pratica do futebol por
crianças na ADDEEC MOZ?
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1.3 Objectivos:

1.3.1 Objectivo geral:

 Compreender a influência dos pais, professores e treinadores na Iniciação à pratica de


Futebol por Crianças na ADDEEC MOZ.

1.3.2 Objectivos Específico:

 Verificar como os pais, professores e treinadores influenciam na Iniciação à pratica de


Futebol;
 Descrever o papel dos pais, os professores e treinadores na Iniciação à Prática de Futebol
por Crianças.

1.4. Hipóteses

H 1 : Os pais, professores e treinadores são a base para iniciação da prática do desporto, pós
transmitem uma confiança e motivação para o sucesso do atleta.

H 2 :Os pais, professores e treinadores não são a base para iniciação da prática do desporto, pós
transmitem uma confiança e motivação para o sucesso do atleta.

1.5. Justificativa

O incentivo e o acompanhamento dos pais para a prática desportiva de seus filhos constituem
factores geradores de prazer e de satisfação para as crianças e adolescentes, principalmente
durante seus jogos. Esta ideia é reforçada por Costa et al., (2021), ao afirmar que os pais e
treinadores têm um papel importante na iniciação desportiva das crianças e jovens. O
envolvimento e apoio dos pais torna-se um dos requisitos fundamentais no desenvolvimento do
potencial desportivo, permanência e, principalmente, no bem-estar psicológico.

No entanto para Machado e Presoto (2001, p. 29), “na sociedade actual, percebe-se que os pais
incentivam seus filhos a prática desportiva, com ênfase na competição. Principalmente naquela
que acarretará a vitória e a divulgação do feito”. Para as crianças e adolescentes, o professor ou o
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técnico tem um papel importante nos jogos e nas competições desportivas, principalmente
quando se considera a maneira pela qual ambos se relacionam com os atletas durante os jogos.

Marques e Kuroda (2000, p.132) consideram “a importância desse profissional na mediação das
relações que a criança estabelece com os outros e com o mundo”. Contribuindo com a formação
de indivíduos, como seres humanos preparados para enfrentar a realidade imposta pela
sociedade. O desporto como um todo e principalmente o futebol, objecto desta pesquisa, durante
a sua prática, coloca a criança diante de inúmeras situações que podem ser extrapoladas para a
vida diária. Desta forma, diferentes situações vivenciadas num jogo (respeito às regras, à
autoridade do árbitro, atitudes de cooperação e de competição, comportamentos solidários ou
agressivos) deveriam ser exploradas construtivamente, portanto o futebol pode ser entendido e
desenvolvido do ponto de vista educacional, principalmente na faixa etária aqui abordada. Se isto
ocorre ou não, está na dependência directa das pessoas (professores, técnicos e pais) que
interagem directamente com os atletas (crianças e adolescentes) no contexto desportivo.

1.6. Estrutura do trabalho

Este trabalho é constituído de cinco capítulos.

Capitulo I: Reservadoa introdução, problemática, objectivos, hipóteses, perguntas de


investigação e justificativas do tema.

Capítulo II: Nesse capítulo dá-se a revisão bibliográfica, os conceitos básicos, teorias
importantes envolvidas no futebol: regras e/ou regulamento do futebol, esquema táctico e sua
importância social de modo a ter uma visão geral do objecto de estudo para que se possa fazer
uma análise coesiva do futebol.

Capítulo III: Este capítulo é reservado para metodologias de resolução do problema, onde
apresentar-se-ão os dados recolhidos nas entrevistas e inquéritos feitos aos profissionais: atletas,
professores e treinadores.

Capítulo IV: Reservado para apresentação, análise e discussão dos resultados, na base dos
gráficos, quadros e a parte de transcrições de entrevista, fazendo o confronto com a revisão
bibliográfica.
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Capítulo V: Constitui o último capítulo e é destinado as conclusões que são dadas em função
dos objectivos da investigação e dos resultados obtidos, e as recomendações para aplicações
práticas e pesquisas futuras.
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2. CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Desporto

O desporto sempre esteve intrinsecamente ligado a sociedade, por isso a sua relevância vai muito
além das barreiras desportivas. Na perspectiva de Pires (2003), o Desporto, entendido como
fenómeno social nos tempos modernos ou pós modernos, teve as suas origens nos séculos XVIII
e XIX, aquando da 1.ª revolução industrial, consequência da evolução das estruturas sociais nos
campos da Educação, das Ciências, da Tecnologia e da Cultura da Grã-Bretanha, pátria do
desporto moderno.

O movimento da cultura física já enraizado na sociedade, que foi inicialmente consagrado pelo
Conselho da Europa como o movimento do Desporto para Todos, surge, segundo alguns autores
como Enderle (2012), com a ruptura com a sociedade industrial mecanizada, e veio a dar origem
à consagração da Carta Europeia do Desporto Para Todos que aprovada pelos ministros
Europeus reunidos na 7.ª Conferência nos dias 14 e 15 de Maio de 1992 em Rhodes, define
Desporto da seguinte maneira:

“Entende-se por Desporto todas as formas de actividade física que, através de uma participação
organizada ou não, têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica, o
desenvolvimento das relações melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das
relações sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis”.

Na definição do conceito de desporto temos de atender dois conjuntos de elementos: o primeiro


conjunto, formado pelas capacidades naturais, as condições externas que nos elucidam sobre as
acções desenvolvidas no desporto, e o segundo conjunto, valores intrínsecos do homem, o
lúdico, rendimento e superação, que nos fornece pistas de alguns porquês e para quê. Do
cruzamento destes dois conjuntos elementares, associado àquilo que a sociedade aceita como
sendo valores do desporto, surge então, esta importante actividade.

O desporto pode também ser definido, segundo Marivoet (1998) como um sistema
institucionalizado de práticas competitivas, com dominante física, delimitadas, codificadas,
regulamentadas convencionalmente, cujo objectivo é apurar o melhor concorrente, ou registar a
melhor performance.
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2.2. Futebol

O futebol tem uma origem peculiar, derivada de vários jogos com bola. Desde o chinês T’su Chu
e o japonês Kemari, passando pelo grego Epyskiros e o romano Harpastum, até o Cálcio italiano,
o futebol como o conhecemos hoje surgiu de uma lenta evolução desses diferentes jogos que
visavam o contacto e o controle de uma bola com os pés (Scaglia, 1999).

De acordo com Filgueira (2005), O futebol é um dos desportos mais praticados em todo o
mundo, e tornou-se um fenómeno, tanto cultural como desportivo, onde crianças e jovens que
pretendem iniciar em alguma prática desportiva logo optam por ele. Por outro ladoGiulianotti
(2002), sustenta que futebol é um jogo que exerce uma atracção única, a nível mundial. Talvez
seja a sua simplicidade a explicação para tamanho sucesso. Por não ser tão sofisticado como
outros desportos, o futebol possibilita a participação de pessoas de classes mais baixas e de todos
os tipos físicos.

O Futebol é uma actividade que apresenta situações diversas e descontínuas exigindo do jogador
participante um grande potencial de criatividade na solução de tarefas e problemas do jogo. Os
praticantes dessa modalidade devem responder de uma forma ajustada e integrada com os
objectivos do jogo e atingir em cada uma das fases (ataque e defesa) os melhores resultados
parciais para finalmente chegar à vitória no confronto. Nesse desporto, tanto no ataque quanto na
defesa, oposição e cooperação são tarefas básicas reversíveis, e as mudanças que o jogo vai
experimentando resultam da forma como ambas as equipes se relacionam através da cooperação
e adversidade, em função do objectivo do jogo (Garganta, 1997).

Por outro lado, Moreno (1994) insere o Futebol no grupo de desportos de cooperação-oposição,
nos quais as acções de jogo são resultantes das interações entre os participantes, há um espaço
comum, onde as equipes se confrontam, consequentemente há uma participação simultânea dos
jogadores/equipes. Este autor considera à cooperação o papel primordial enquanto factor
configurador da especificidade dos JDC.

2.2.1. Características do Futebol

As modalidades desportivas coletivas podem ser agrupadas em uma única categoria por
apresentarem características invariáveis e por serem comuns entre si: a bola (ou implemento
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similar); um espaço de jogo; parceiros de equipa; adversários; um alvo a atacar (e ao mesmo


tempo um a defender) e regras específicas (Bayer, 1994).

Além dessas características, o árbitro é um elemento em comum nos desportos colectivos, que
nesses casos atuará como mediador da partida. Sua presença é fundamental para o regimento das
regras, a ordem e organização do jogo. No futebol especificamente, o árbitro é alvo de muitas
críticas, pois os lances muitas vezes são meramente interpretativos e geram dúvidas para o
mediador durante a partida, como por exemplo, a bola batida na mão do adversário. O árbitro
poderá assinalar como falta ou como “bola na mão”, de acordo com a intenção do jogador e de
acordo com a interpretação do árbitro.

O jogo de Futebol é uma atividade que apresenta situações diversas e descontínuas exigindo do
jogador participante um grande potencial de criatividade na solução de tarefas e problemas do
jogo. Os praticantes dessa modalidade devem responder de uma forma ajustada e integrada com
os objetivos do jogo e atingir em cada uma das fases (ataque e defesa) os melhores resultados
parciais para finalmente chegar à vitória no confronto. Nesse desporto, tanto no ataque quanto na
defesa, oposição e cooperação são tarefas básicas reversíveis, e as mudanças que o jogo vai
experimentando resultam da forma como ambas as equipes se relacionam através da cooperação
e adversidade, em função do objectivo do jogo (Garganta, 1997).

Bangsbo (2002), afirma que as exigências do futebol podem dividir-se em quatro componentes:
físicas, sociopsicológicas, técnicas e táctica. Corrêa etal., (2002), acrescenta dizendo que tais
factores influenciam na performance dos atletas. A componente psicológica abrange todas elas,
visto que não há como trabalhar com seres humanos sem levar em conta as questões
psicológicas.

Moreno (1994) relata que a técnica há tempos foi considerada como elemento fundamental e
básico para a configuração e desenvolvimento da ação de jogo nos desportos de uma equipe. No
domínio do desporto, as designadas técnicas do corpo, ou seja, as diferentes formas de utilizá-lo
permitem lidar de forma eficaz diante dos constrangimentos impostos por determinadas
características dos desportos. O corpo é o primeiro instrumento de que o homem dispõe, ele
constitui, um tempo, objeto e meio técnico (Mauss, 1980).
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A técnica é imprescindível para um ótimo rendimento dos futebolistas. Embora a leitura de jogo
seja importante para uma tomada de decisão, a solução dessa ação a ser exigida se dará pelo
número de recursos motores específicos que o jogador possuir ou for capaz de desenvolver.
Assim ele terá mais probabilidade de obter o sucesso no momento em que for materializar a
ação, ou seja, de definir a solução (Costa etal., 2010).

A dimensão tática é determinante para a coordenação entre os elementos de uma equipe, com
vista a atingir determinados objectivos (Cardoso, 2006). Garganta (1997) assegura que a tática é
dimensão nuclear, ao contrário do que acontece em outras modalidades de caráter energético-
funcional ou ainda de caráter técnico combinado.

Contudo, os estudos realizados ao nível do Futebol têm sido prioritariamente em outras


dimensões em detrimento da tática. Oliveira (2004) entende por tática o resultado da interação
entre diferentes dimensões: técnica, física e psicológica. Ele ressalta que a dimensão tática só se
evidencia com manifestações das demais dimensões, ou seja, a tática por si só não existe.

2.2.2. Iniciação Desportiva

A Iniciação desportiva é um período fundamental no processo de desenvolvimento desportivo a


longo prazo. Ao pensarmos em um Processo Formativo no Futebol qualificado e condizente com
as fases de desenvolvimento da criança/jovem atleta, deve-se visualizar a construção de
experiências positivas e diversificadas para a sequência destes no ambiente desportivo.

Neste sentido, a construção do talento desportivo que por muitos anos vinculou-se a um conjunto
de habilidades inerentes ao sujeito, ou seja, o atleta nascia com o dom para determinada acção,
tem modificado e comprovado através da ciência que o talento se relaciona com aquisições
operadas a partir de práticas sustentadas e estruturadas (quantidade e qualidade das práticas) com
o intuito de promover a melhoria do desempenho desportivo (Garganta, 2009), por outro lado,
Voser (2004), define a iniciação desportiva como um processo de ensino-aprendizagem mediante
a qual o indivíduo adquire e desenvolve as técnicas básicas para o desporto. E a infância é o
melhor período da vida para isso. Contudo, é preciso ir além da técnica.
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Scaglia (1996) defende que:

As funções das escolinhas de desporto (futebol) se materializam por meio de uma prática pedagógica
preocupada com um desenvolvimento global de seus alunos, respeitando os seus estágios de
crescimento e desenvolvimento, físico e cognitivo, e onde por meio de sua práxis pedagógica transmita
muito mais do que o aprendizado de gestos técnico-desportivos.

Paralelamente, Franchini (2001), aponta que este desenvolvimento é multifactorial, pois deve
considerar variáveis do tipo Táctica, técnica, aspectos Físicos, Psicológicos (como motivação para
a prática, aderência ao treinamento, autocontrole, autoconfiança e foco de atenção)
e sociais (suporte da família, relacionamentos afectivos, acesso ao treinamento, aspectos
económicos, culturais e identitários).

No entanto, é preciso conhecer a criança e seus estágios de desenvolvimento para então


desenvolver os programas de iniciação. Actualmente, verificamos que o processo de iniciação
tem ocorrido, mas muitas vezes cometendo o erro de ensinar práticas específicas às crianças
antes do tempo devido.

É preciso generalizar essa iniciação, para que as crianças possam adquirir mais habilidades
motoras básicas, o que é confirmado por Scaglia (1996, p.42) ao afirma que longe de uma
especialização precoce, o desporto deve permitir à criança iniciante a obtenção de uma boa
cultura motora. Proporcionando ao jovem uma aprendizagem motora adequada, estar-se-á
tornando a prática desportiva alargada a todos. Por sua vez, De Souza e De Almeida (2016),
Afirmam que participação e a influência dos pais na vida desportiva da criança durante a
iniciação desportiva no futebol é muito efectiva, pois entendemos que o filho percebe esta
influência advinda de seus pais de forma bem explícita, os efeitos que estas trarão, dependerão
de como essa relação entre pais e filhos será abordada e como será o comportamento da família
antes, durante e após os jogos, para com o filho, seus colegas e seu treinador, pois todos estes
factores estarão interligados com a vivência desportiva da criança.

a. O desporto como conteúdo pedagógico

Machado (2009), defende que o trabalho da iniciação desportiva deve ser um trabalho
pedagógico, e não simplesmente a repetição de técnicas estereotipadas. O futebol deve ser
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ensinado de forma que os alunos iniciantes se tornem alunos mais autónomos e críticos, capazes
de integrarem-se plenamente na sociedade na qual estão inseridos. Por outro lado, Drubscky
(2002) defende que é primordial a presença do educador no processo de iniciação ao futebol,
pois a formação de base é essencialmente técnica, e a especialização seria a causa de que etapas
fundamentais sejam ignoradas, como a educação para a vida profissional.

b. Papel dos pais e professores na iniciação a prática do Futebol

Segundo Coqueiro e Honorato (2008), o adolescente recebe influência muitas vezes dos pais e
dos professores para construir sua identidade, por isso no ambiente em que o adolescente vive
deve haver condições favoráveis para a formação desportiva, existindo um ambiente sem
cobranças exageradas e com a motivação positiva por parte dos responsáveis pelo
desenvolvimento do jovem e da criança. Ao acompanhar os filhos na prática desportiva os pais
devem incentivá-los, demonstrando reconhecimento e felicidade, proporcionando a eles
tranquilidade e confiança nos treinamentos e jogos. Nesta forma de companheirismo, o desporto
melhora o comportamento das crianças e jovens em relação aos pais, treinadores e outros atletas,
pois acarretará respeito, necessidade de ofertar ou contribuir com aquilo que os jovens estão
recebendo.

O papel dos pais para iniciação à prática do futebol de seus filhos constituem factores geradores
de prazer e de satisfação para as crianças e adolescentes, principalmente durante seus jogos. Esta
ideia é reforçada por Verardietal., (2010), ao afirmar que a influência dos pais na iniciação
desportiva é de total importância para o desenvolvimento da criança, quando se vê motivada e
induzida pelo pai a praticar determinado desporto como no caso o futebol.

Côté (1999), afirma que quando os atletas recebem um apoio apropriado dos pais, especialmente
na infância, há um enriquecimento de participação dos mesmos, possibilitando grandes
experiências e permanência no desporto. Weinberg e Gould (2001), relatam que a auto-estima de
um atleta está directamente relacionada com a sua motivação, sentir-se competente em ter
controlo sobre a aprendizagem e o desempenho de habilidades, isso aumentará sua satisfação,
seu orgulho e sua felicidade. O mesmo afirma que o papel do professor, no caso o técnico, tem
importante papel para a motivação do atleta, a maioria das vezes poderia fazer feedback positivo
e encorajá-lo.
19

Um estudo realizado por Baxter-Jones e Maffulli, (2003) na Inglaterra, teve o objectivo de averiguar
como os jovens talentos da natação, ginástica, tênis e futebol britânicos são iniciados em seus
desportos, identificando também como estes são encorajados para o “treinamento sistemático
intensivo”. Duzentos e oitenta e dois atletas de elite (8 a 17 anos de idade) e seus pais foram
entrevistados em suas casas para identificar como e porque eles iniciaram um “treinamento
específico”. Das quatro modalidades estudadas, os pais dos nadadores (70%) foram os que
demonstraram condutas mais apropriadas para incentivar o ingresso de seus filhos no desporto,
enquanto que somente 42% dos ginastas receberam orientação semelhante. Quase a metade dos
jogadores de futebol (47%) se envolveram neste desporto por iniciativa própria, e a maioria (65%)
fazendo a transição para o “treinamento intensivo” encorajado por seus treinadores. A auto-motivação
(27%) e a influência dos pais (57%) estimulou as crianças a praticarem tênis. Outro resultado obtido
nesta pesquisa mostrou que (25%) dos jovens atletas iniciaram, de forma espontânea, o “treinamento
intensivo”.

Portanto, este estudo reflete a complexidade do tema em relação ao comportamento humano,


sugerindo também que as decisões e condutas apresentadas, podem variar de acordo com o ponto
de vista pessoal dos pais, familiar e cultural. Parece existir algum tipo de relação positiva entre a
predisposição do jovem talento para o desporto, com o tipo de motivação que recebe por parte
dos pais.

Um outro estudo realizado por Valério etal., (2015) 1, que se desenvolveu através de
levantamentos bibliográficos em bases de dados dispostas pelos portais de estudos: SCIELO
(Scientific Eletronic Library Online), Enciclopédia Mirador Internacional, Confederação
Brasileira de Futsal e acervo bibliográfico da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de
Itapeva foi notório que existem problemas e questões ainda a serem pontuadas, as relações entre
pais e filhos quando da iniciação destes no futebol, nem sempre se desenvolve de maneira
adequada e positiva para o engajamento da criança.

As pesquisas bibliográficas realizadas nesse trabalho vieram também comprovar o quanto é


indispensável actuação correcta, bem orientada dos Pais nesses casos e principalmente o quanto é
importante uma boa formação de conhecimento para os técnicos que trabalham nessa área. Se for
trabalhada de forma correcta o aprendizado da criança, de forma motivadora e prazerosa, com o
objectivo de proporcionar a elas alegria e vontade por parte delas de participar, tudo que for

1
VALÉRIO, Matheus Almeida Oliveira, VESPASIANO, Bruno de Souza. Influência do Treinador e dos Pais na
vida da Criança no futebol, Brasil. 2015
20

ensinado de forma agradável nunca será esquecido e servira para a formação de um cidadão para
vida toda, não se prendendo a competições e vitoria, a criança terá um óptimo desenvolvimento.

Portanto, o estabelecimento de metas deve ser atractivo, desafiador e realista, com carácter
específico e controlável, tendo o professor/técnico um papel de grande importância no
planeamento e estabelecimento destas, usando seu poder de persuasão verbal e deixando claro
aos atletas que estes têm determinadas capacidades necessárias para vencer grandes obstáculos
(Cruz e Viana, 1996).

A competência destes profissionais não só demanda do domínio técnico, mas também da


capacidade para motivar, ajudar e a orientar adequadamente na prática desportiva. Seu êxito
profissional requer, portanto, a compreensão profunda dos factores que a afectam e dos
procedimentos para proporcionar um clima adequado para os indivíduos (Scalon, 1998).

O papel deste profissional envolvido, em relação ao estabelecimento de metas, também se faz


importante, no sentido de aguçar a percepção acerca das potencialidades e limitações de seus
alunos/atletas, mediando assim os motivos individuais em relação aos alvos a serem alcançados
(Machado, 1997).

 Alguns comportamentos básicos dos pais, que auxiliam no desenvolvimento dos seus
filhos segundo Barbanti (2005):
a) Motivar e apoiar os filhos a praticarem um desporto, porem se a criança não quiser participar
é importante atender a seu pedido;
b) Concentrar-se nos esforços, na dedicação e na actuação dos filhos mais do que no resultado
final dos jogos ou competições;
c) Ensinar que um esforço honesto é tão importante quanto uma vitória;
d) Jamais ridicularizar ou “perder a cabeça” em caso de derrota;
e) Lembrar que as crianças participam no desporto para suas próprias alegrias, não dos pais;
f) Valorizar o trabalho do treinador, ensinando para as crianças o valor da hierarquia.
21

c. Papel dos clubes na formação de um atleta

Os clubes desportivos, tem um papel importante e indispensável na formação de um profissional,


pois visam formar melhores atletas, alunos e prepara-los para o futuro. Para além de que a saúde
física, psicológica e emocional é importante na vida de qualquer pessoa, a percentagem de atletas
na formação de um clube que seguirá a carreira profissional é muito reduzida. Por isso é
fundamental incluir um outro acompanhamento na formação do atleta. Um acompanhamento
para assegurar que os clubes estão também a formar melhores alunos, a preparar as crianças e
jovens para o futuro e promover um estilo de vida mais saudável.

C 1) Estrutura organizacional de um clube de formação segundo (Guilherme, 2019)

Em maior ou menor dimensão, existe uma coordenação e colaboração entre várias pessoas para
proporcionar a melhor formação aos seus atletas. Entre estes destacamos alguns:

 Treinadores

Para além do ensino da modalidade, consoante a idade que se encontra o atleta, um treinador
procura ajudar em aspectos individuais como a coordenação, responsabilidade, motivação,
definição de objectivos, espírito sacrifício, superação, entre outros. Como também aspectos
colectivos: trabalho em equipa, camaradagem, entreajuda. Aspectos fundamentais que o ajudarão
em idade adulta. Por outro lado, Tadashi(2023), acrescenta afirmando que o treinador de futebol
é responsável pelo ensinamento dos fundamentos mais básicos do desporto, como condução,
domínio, passe, finalização, etc. Além disso, cria um ambiente lúdico para o aprendizado, visto
que são nestes momentos que o sentimento de liberdade se manifesta. Logo, é na ludicidade que
o indivíduo experiencia uma derrota, trabalha em equipa e respeita os adversários. Porém, não
podemos confundir liberdade com anarquia. O mesmo autor acrescenta: Com o intuito de uma
gestão eficaz, o treinador necessita apresentar o seu papel de líder democrático. Isto é, ter
autoridade e não ser autoritário. Há diferença, pois o treinador com autoridade, constrói um
espaço de ensino-aprendizagem, já o treinador autoritário, promove um ambiente mecanizado e
deseja vencer a qualquer custo.

Assessorado por uma comissão técnica, os treinadores elaboram o seu plano de trabalho para
indicar metas a curto, médio e longo prazo. Assim, inserem mais complexidade no aspecto
22

técnico/táctico durante os treinamentos. Isso significa, o aprimoramento do movimento com a


perfeita distribuição e gestão dos jogadores nos espaços do campo. Entretanto, com as
dificuldades financeiras de muitas instituições, existe a escassez de profissionais na comissão
técnica. Para isso, cabe ao treinador de futebol trabalhar os elementos físicos e psicológicos da
equipe também, mesmo sem formação adequada para estas actividades (Tadashi, 2023).

I. Principais funções de um Treinador de Futebol


1. Tácticas;
2. Aplicar nos treinos essas ideias tácticas;
3. Treinamento físico;
4. Liderar os processos de relacionamento interpessoal;
5. Convocação para os jogos;
6. Seleccionar a equipe base e os suplentes para cada jogo;
7. As acções da equipe durante um jogo;
8. Decidir as substituições a efectuar durante o jogo;
9. Negociar com a direcção os novos contratos (dispensas, renovações e contratações);
10. Ser o principal porta-voz da equipe.

 Fisioterapeutas

Não estão lá apenas para quando o atleta se lesiona ao serviço do clube. Estão lá sempre que um
atleta precisa de um apoio a nível clínico. Podem acompanhar a fase imprevisível no crescimento
ósseo e dos músculos, detecção precoce de problemas, orientação na prevenção de lesões ou
necessidade de treino específico.

 Psicólogos

O estado psicológico de uma criança e/ou jovem pode ser muito inconsistente. Ter uma pessoa
que possa orientar e aconselhar é sempre uma mais-valia. Hoje em dia muitos clubes já têm na
sua estrutura profissionais dedicados a esta área. Para além de um maior controlo emocional e
preparação psicológica a nível desportivo, um acompanhamento psicológico ajuda as crianças
em outras áreas da vida: maior força mental na superação de desafios, gestão do fracasso, do
stress, ou mesmo problemas mais graves, como a separação de pais, dificuldades
23

sociais/financeiras ou perda de um familiar próximo. Um acompanhamento enquanto pratica um


desporto que gosta e está num meio com um sentimento de pertença.

 Nutricionistas

Mais uma área que pode resultar numa vantagem competitiva a nível desportivo, contudo a
nutrição é importante em qualquer fase da vida de uma pessoa. Pode ser apenas um
acompanhamento regular, com algum objectivo específico como um melhor desempenho a nível
físico ou mesmo resolução de casos mais críticos. Num clube desportivo também é possível
encontrar pessoas dedicadas a esta área complementar à parte desportiva. Abreu (2020), por sua
vez, avança que todos os clubes contam já com o apoio de nutricionistas, com vista ao
planeamento das refeições, controlo da composição corporal dos atletas e elaboração de
estratégias para melhorar o rendimento ou a recuperação.

 Coordenadores e directores

Pessoas que asseguram, coordenam e apoiam os intervenientes anteriores para que possam
executar o seu trabalho com a melhor qualidade. São também responsáveis para acompanhar a
relação entre o clube, atletas e os pais.

Todo este acompanhamento e muitos outros benefícios enquanto uma criança se diverte, aprende
um desporto, cria amizades e reforça a sua responsabilidade, trabalho em equipa, entre muitas
outras oportunidades.

 Muito mais que um clube desportivo

É uma frase muitas vezes referenciada pelas entidades desportivas, mas é verdade que o que
podemos encontrar num clube é muito mais que um jogo. É todo um conjunto de pessoas que
estão presentes com objectivo de proporcionar as melhores condições para a prática de desporto
e formação dos seus atletas.
24

3. CAPÍTULO III: MATERIAIS E MÉTODOS

Todo trabalho científico preconiza a existência de uma metodologia, que constitui o farol que o
vai guiar durante o percurso investigativo. Por isso, a metodologia constitui a base sobre o qual a
pesquisa se alicerça, recorrendo a dados empíricos que constituem o corpus da pesquisa. Assim,
para essa pesquisa recorremos a duas técnicas metodológicas na recolha de dados.

3.1. Tipo de pesquisa

O presente estudo é do tipo descritivo pois é feita uma descrição do papel dos pais, professores e
dos treinadores na Iniciação à Prática de Futebol por Crianças e Jovens da Cidade de Maputo.

3.2 Amostra

A amostra foi constituída por 96 sujeitos de ambos os sexos, todos praticantes de futebol em
escalões de formação. A faixa etária foi compreendida entre os 13 anos e 25 anos. Foi
entrevistado também um total de 96 Pais apresentando a seguinte distribuição; 59,37 % para
mães e 40,63% para os pais e 15 técnicos do clube, conforme ilustrado na tabela 1. (ver no
capítulo que se segue)

3.3. Técnicas/instrumentos para a recolha de dados

Foi usada nesta pesquisa a seguinte técnica para a recolha de dados: Entrevista. A entrevista foi
realizada mediante a elaboração e aplicação de dois questionários com o propósito de obter as
relações interpessoais das famílias dos iniciantes no futebol. Em contacto com os participantes,
estes foram informados sobre as condições para o ingresso na pesquisa e orientados a preencher
o questionário e não deixar nenhuma resposta em branco, assinalando apenas uma alternativa em
cada resposta.

Não foram consideradas na pesquisa diferenças socioculturais e económicas dos entrevistados,


apesar de sua relevância. Na sequência apresentamos os dois questionários aplicados no estudo,
o primeiro respondido pelas crianças e pelos jovens e o segundo preenchido pelos pais.
25

Tabela 1: Resumo do questionário das crianças e jovens (Fonte: Autor, 2023)

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Questão 10
Respostas
1 14 86 22 48 4 27 46 40 41 5
2 10 10 36 25 61 60 12 17 37 83
3 8 0 18 15 29 9 10 20 18 8
4 45 0 20 8 0 0 28 19 0 0
5 20 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Questão 11 Questão 12 Questão 13 Questão 14 Questão 15 Questão 16 Questão 17 Questão 18 Questão 19 Questão 20
Respostas
1 62 77 50 68 40 37 90 0 52 0
2 34 19 29 21 31 25 6 0 44 0
3 0 0 17 7 5 26 0 60 0 0
4 0 0 0 0 18 5 0 0 0 0
5 0 0 0 0 2 3 0 36 0 0
26

Tabela 2: Resumo do inquérito feito aos pais (Fonte: Autor, 2023)

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Questão 10
Respostas
1 6 39 13 60 2 30 80 0 5 89
2 30 57 60 5 1 49 4 0 20 7
3 46 0 15 19 5 17 12 50 60 0
4 11 0 8 8 15 0 0 46 11 0
5 3 0 0 0 73 0 0 0 0 0

Questão 11 Questão 12 Questão 13 Questão 14 Questão 15 Questão 16 Questão 17 Questão 18 Questão 19 Questão 20
Respostas
1 10 46 24 28 24 5 96 9 70 10
2 43 36 10 12 32 15 0 60 26 86
3 38 13 4 56 18 6 0 27 0 0
4 5 1 58 0 22 50 0 0 0 0
5 0 0 0 0 0 20 0 0 0 0

3.4. Técnicas de análise de dados

Para a análise de dados foram usadas análises quantitativas, analisados através da estatística
descritiva da frequência de ocorrência absoluta e relativa das respostas obtidas, com a finalidade
de organizar e traduzir em números de forma a tornar possível o fornecimento de resposta para o
problema. Análise qualitativa, foi feita uma análise dos conteúdos recolhidos através de
entrevistas sem traduzir em números.
27

4. CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente estudo teve como principal objectivo a compreensão dos factores influenciadores na
inclusão e no incentivo dos pais, treinadores e professores na prática desportiva do futebol, onde
os resultados obtidos, convergem com os obtidos por Verardi e Marcos (2008), Scaglia (1996) e
Machado (2009), os quais defendem que o trabalho da iniciação desportiva deve ser um trabalho
pedagógico, e não simplesmente a repetição de técnicas estereotipadas ou modelos já
conhecidos.

A discussão dos resultados relacionados a importância atribuída à prática desportiva foi


fundamentada a partir das respostas das questões 2, 7 e 19. Com relação ao incentivo da família
para a prática de actividades desportivas, as perguntas do questionário agrupadas foram as de
número 10, 11 e 16, respectivamente. Nas respostas dos pais a respeito de quem deveria ser o
técnico da equipa de seu filho durante a competição, 47,92% responderam o professor de
educação física e 37,50%, um técnico profissional, 14% a favor de um ex jogador e 0,58% a
favor do autor. Estes dados permitem inferir que para os pais, há uma relação directa entre o
desporto e a Educação Física, sendo relevante também, a formação técnica. Pois além do aspecto
técnico, outras questões são pertinentes no aprendizado, como as emoções, o envolvimento
social, a táctica e o fisiológico.

De acordo com o gráfico 1, pode se notar a divergência no pensamento cultural, o qual qualifica
os ex-jogadores, sem nenhuma formação técnica, como melhor opção para assumir o comando
técnico de uma equipe.
28

47.92%

37.50%

13.54%

0.58%

Professor de Técnico Profissional Ex jogador de Você


educacao fisica futebol

Gráfico 1: Questão nº 12 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)

Quem você acha que deveria ser o técnico do time do seu filho durante uma competição?

Ao analisar os resultados obtidos isoladamente (Gráfico 1), observa-se que a opinião dos pais
está dividida entre o “professor de educação física” (47,92%) e o “técnico profissional”
(37,50%). É importante frisar que o técnico profissional possui uma formação especializada em
futebol, independentemente de ter sido ex-jogador de futebol profissional.

Muitos pais entendem que, para seus filhos aprenderem futebol, esta orientação deva acontecer
pela actuação de um técnico especializado em futebol ou um ex-jogador de futebol, e que estes
estarão mais habilitados a ensinarem futebol que o professor de educação física. Freire (2000)
considera existir bastante confusão entre os conceitos de “praticar desporto” e “ensinar
desportos”, acrescentando que o fato de jogar bem não garante as condições necessárias para
ensinar bem. Acrescenta dizendo que muitas crianças e jovens iniciam a prática do futebol, sendo
orientados por ex-jogadores e até mesmo por técnicos profissionais, porém não são avaliadas
suas capacidades como professor. Entendemos que o profissional responsável pela iniciação
desportiva no futebol deva ter formação académica e o devido cuidado para que este desporto
não seja excludente, procurando adaptar o nível de actividade, de acordo com o estágio de
desenvolvimento do aprendiz.
29

92.71%

7.29%

Sim Não

Gráfico 2: Questão nº 10 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)

Além do futebol, você incentiva seu filho a participar de outras actividades desportivas?

O encontrado no presente estudo mostra que todos os pais motivam seu filho a praticar desporto,
conforme aponta Matos (2011), onde em seu estudo constatou que os pais participam da vida
desportiva dos filhos de forma presente e essa participação potencializa a motivação da criança e
jovem em praticar o desporto e fortalece os lagos dessa relação com uma vida física mais activa.

De notar que do total dos pais entrevistados, 92,71% admitiram que incentivam seus filhos a
participarem de outras actividades desportivas além do futebol; apenas 7,29% disseram não
incentivar. Nota-se que a opinião dos pais (gráfico 2) confere da emitida por crianças e jovens
(gráfico 3).

6% 30% 64%

Não sabe não incentiva Incentiva

Gráfico 3: Questão nº 5 referente ao questionário para as crianças e jovens (Fonte: Autor, 2023)

O que os seus pais acham de você praticar o futebol ?


30

Ao observarmos os resultados (Gráfico 3) relacionados com o incentivo familiar para prática de


futebol: 63,75% dos entrevistados responderam que recebem incentivos; 30% disseram que não
recebem incentivos e 6,25% relataram que a família se quer sabe que praticar desporto.

44.79% 39.58%

10.42%
5.21%

Todos os jogos Nunca Raramente Frequentemente

Gráfico 4: Questão nº 11 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)

Você acompanha os jogos do teu filho?

Observa-se nos resultados (Gráfico 4) que 44,79% dos pais entrevistados nunca acompanham os
jogos do filho e 39,58% raramente se faz presente aos campos. Ao analisar os gráficos 2, 3 e 4
identificou-se que a maioria dos pais admitiu incentivar seus filhos a praticar futebol. Incentivo
este confirmado pelas crianças e jovens entrevistados. A análise destes dados permite identificar
as incongruências entre as respostas apresentadas pelos pais e pelas crianças, pois apesar da
maioria dos pais afirmarem incentivar a prática desportiva, 84,37% nunca ou raramente se faz
presente acompanhando os jogos dos filhos. Com isto depreende-se que, ainda que possa existir
de facto, este incentivo pode tornar-se estéril a partir do momento que os pais são ausentes do
momento “mágico” da criança em participar do jogo.

De notar que, Fernandes e colaboradores (2011), Indicam que o facto de os pais estarem
envolvidos nas actividades desportivas dos seus filhos, aumenta consideravelmente a chance do
filho estar mais empenhado na prática desportiva e assim obter melhor desempenho. É oportuno
ressaltar que, além do incentivo à prática desportiva, o acompanhamento dos pais durante os
jogos de seus filhos torna-se importante, pois a criança e o jovem no transcorrer de uma partida
de futebol estão diante da oportunidade de competir e, consequentemente, de demonstrar suas
habilidades. Ao receber o apoio e aprovação parental como “aplausos e elogios” sentem prazer e
31

satisfação, encorajando-as e motivando-as a se comprometer com o desporto (Harris, 1996) e


(Maffulli, 2003).

61%

25%

10%
4%

Social Emocional Intelectual Física

Gráfico 5: Questão nº 13 referente ao questionário para os pais (Fonte: Autor, 2023)

Qual o aspecto mais relevante que a prática desportiva pode proporcionar para a formação do seu filho?

Os dados mostram que 61% dos pais atribuem ao aspecto físico a maior importância da prática
desportiva para a formação do filho. Fica evidente pelas respostas, uma visão dicotómica, onde
as possibilidades do desenvolvimento físico prevalecem (Gráfico 5). Estes dados demonstram a
inequívoca falta de diálogo sobre estas questões desportivas entre pais e filhos, sugerindo a
necessidade de maior aproximação para que o significado da iniciação na prática do futebol seja
o mesmo para pais e filhos.

Importa reverter este quadro, orientando e conscientizando os pais que o desporto proporciona às
crianças e jovens experiências, que auxiliam a interagir com essas etapas da vida, de maneira
saudável, proporcionando o desenvolvimento integral dos mesmos (Machado, 2001). Contudo
39% dos pais consideram que a prática do futebol poderá contribuir na formação dos filhos,
desenvolvendo importantes valores educativos como o social, o emocional e o intelectual.
Portanto, cabe aos professores e técnicos a responsabilidade de discriminar os elementos
fundamentais para motivar o aprendiz à prática desportiva e competitiva, como a de ser um
agente transmissor dos valores educacionais que contribuam para o seu desenvolvimento global.
32

A tabela 1, faz a descrição do pessoal entrevistado durante a realização do trabalho.

Tabela 3: Quadro do pessoal entrevistado (Fonte: Autor, 2023)

ID Sexo Crianças Jovens Pais Mães ET Total

1 Masculino 29 35 39 _ 10 113

2 Feminino 14 18 _ 57 5 94

Total 43 53 39 57 15 207
33

CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDACÕES

5.1. Conclusão

A influencia tanto dos pais assim como dos treinadores é um factor determinante no
desenvolvimento e sucesso da vida desportiva de seus filhos na fase de iniciação. Independente
do desporto escolhido, a influência dos pais e a motivação que estes podem proporcionar para o
filho são fundamentais para a continuação da criança em alguma prática esportiva, seja ela qual
for consequentemente podendo esta criança se tornar um adulto ativo fisicamente.

O presente estudo nos mostra que a maioria dos pais está realmente preocupada com os
resultados dos jogos do filho, quando deveriam apenas proporcionar-lhe um momento de prazer
e satisfação na prática desportiva, independente do resultado.

A motivação é um factor relevante no quotidiano do atleta de futebol, principalmente quando é


criança e/ou jovem, pois necessita ser incentivada e ajudada pelos pais e professores a seguir em
busca dos seus objectivos, além da sua força de vontade, que deve ser potencializada pelos
treinadores e parentes na constante busca de atingir seus maiores desejos no futebol.

Com base no presente estudo pudemos constatar que os pais influenciam a criança durante a
iniciação desportiva no futebol desde a escolha pelo desporto até sendo fortes motivadores para a
permanência na actividade desportiva. Geralmente são os pais os responsáveis por introduzir as
crianças no meio desportivo, assim como são estes que as acompanham, incentivam e motivam
as mesmas para a prática desportiva.

Contudo, este estudo nos fez concluir que a participação dos pais na vida esportiva do filho está
intimamente ligada com a sua presença nos jogos, pois a totalidade destes está em todos ou em
quase todos os jogos. Em geral, a presença e a participação dos pais na vida desportiva do filho
são positivas, pois, a criança se sente bem e motivada, o apoio vindo da família é algo que
fortifica a relação do mesmo com o desporto, estabelecendo uma ligação segura entre criança,
pais e prática desportiva.
34

6. Referencias Bibliográficas

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37

7. APÊNDICEA

Questionário sobre a influência dois pais na formação desportiva dos filhos no Futebol.

INFORMAÇÕES PESSOAIS

IDADE:_______anos Pagante ( ) sim ( ) não

NÍVEL DE ESCOLARIDADE ( ) 1 a 7 classe do ensino primário. ( ) 8 a 12 classe do ensino


secundário ( ) 1 ao 3 ano do ensino médio

01 Porque escolheu praticar o futebol ?

( ) para estar com os meus amigos

( ) meus pais exigem que eu pratique

( ) meus pais querem que eu me torne um atleta

( ) porque me interessei

( ) por questões de saúde

02 - Você gosta do que está fazendo? ( ) sim ( ) não

03 Há quanto tempo joga futebol ?

( ) 2-3 anos ( ) 3-4 anos ( ) 4-5 anos ( ) mais de 5 anos

04 - De quantas competições você participa em média por semestre?

( ) uma ( ) de 1 a 2 ( ) 2 a 3 ( ) mais de 3

05- O que os seus pais acham de você praticar o futebol ?


38

( ) não sabe ( ) incentiva ( ) não incentiva

06- Seus pais participam de alguma maneira nessa prática?

( ) não ( ) sim como ? ( ) vão aos treinos jogos.

( ) arcando com as despesas necessárias

( ) as duas opções a cima

07 Caso você já tenha participado, como você considera os jogos de competição?

( ) muito importantes ( ) importantes ( ) pouco importantes

08- Como você acha que os seus pais veem como atleta ?

( ) como muito bom

( ) que não levo jeito

( ) como alguém que está perdendo tempo

( ) como alguém que luta por seus ideias

09- Seus pais costumam exigir resultados nas competições?

( ) sim ( ) não ( ) As vezes

10- Seus pais já obrigaram você a competir contra sua vontade?

( ) sim ( ) não ( ) as vezes

11- Seus pais já chamaram sua atenção ou brigaram com você na frente de todos ?

( ) não

( ) sim. Como você se sentiu quanto a isso?

( ) não liguei ( ) furioso ( ) envergonhado ( ) magoado


39

12- Já teve vontade de parar de treinar por causa dos seus pais ?

( ) sim ( ) não

13- Como você se sente antes de uma competição?

( ) “ uma pilha de nervos “ ( ) nervoso e inseguro ( ) calmo e confiante

14- Como você se sente quando falha, perante aos seus pais , ou ao público , numa
competição?

( ) envergonhado e com vontade de “sumir”

( ) furioso e com vontade de largar tudo

( ) não ligo

15- O que espera conseguir através da prática do futebol?

( ) reconhecimento ( ) dinheiro ( ) uma bolsa de estudos ( ) saúde ( ) nada

16 - Como é o seu relacionamento com o técnico?

( ) excelente ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

17 - Ocorre algum tipo de desentendimento entre seus companheiros durante os jogos?

( ) sim ( ) não

Em caso afirmativo, explique qual? _____________________________________

__________________________________________________________________

18 - Como o técnico pede para você reagir a essas situações?

( ) revidar logo após a agressão ( ) revidar em outra oportunidade

( ) reclamar com o arbitro ( ) reclamar com o agressor ( ) ignorar


40

19 - Você já foi expulso durante algum jogo?

( ) nunca ( ) uma vez ( ) mais de uma vez

20) Marque as actividades, e a quantidade de horas destinadas a elas durante a semana:

( ) escola, ____hs

( ) curso de informática, _____hs

( ) aulas de reforço escolar, ____hs

( ) escola de desportos, ____hs

( ) brincar, _____hs
41

7.1. APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO PARA OS PAIS (VERARDI, 2004)

01) Idade: ( ) 20-30 ( ) 31-40 ( ) 41-50 ( ) 51-60 ( ) 61-70

02) Sexo:( ) Masculino ( ) Feminino

03) Escolaridade:( ) ensino geral ( 1 - 12) ( ) ensino médio ( ) ensino superior


completo ( ) incompleto

04) Você se mantém informado sobre os acontecimentos atuais, principalmente por


intermédio de:( ) telejornal ( ) rádio/jornal ( ) jornal ( ) revistas

05) Além de suas actividades profissionais, qual actividade dedica-se principalmente:

( ) artes plásticas ( ) televisão ( ) cinema ( ) actividades desportivas ( ) nenhuma

06) Você conversa com seu filho sobre o significado da competição:

( ) sim ( ) não ( ) nunca pensei sobre isso

07) Qual é o seu principal sentimento quando seu filho ganha um jogo?

( ) satisfação e orgulho ( ) indiferença ( ) neutralidade, pois o importante é participar

08) Qual é o seu principal sentimento quando seu filho perde um jogo?

( ) raiva ( ) decepção ( ) tristeza ( ) neutralidade, pois o importante é participar.

09) Você participa ou participou de alguma competição?

( ) não ( ) sim, nível recreativo ( ) sim, nível amador ( ) sim, nível profissional

10) Além do futebol, você incentiva seu filho a participar de outras actividades desportivas?

( ) sim ( ) não

11) Você acompanha os jogos do seu filho?


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( ) todos os jogos ( ) nunca ( ) raramente ( ) frequentemente

12) Quem você acha que deveria ser o técnico do time do seu filho durante uma
competição?

( ) professor de educação física ( ) um técnico profissional ( ) um ex jogador de futebol


( ) você

13) Qual o aspecto mais relevante que a prática desportiva pode proporcionar para a
formação do seu filho?( ) social ( ) emocional ( ) intelectual ( ) física

14) Como você reage ao ver seu filho no banco de reservas ou ser substituído?

( ) não gosto ( ) não me importo ( ) normal

15) Em qual posição você avalia que seu filho é mais habilidoso?

( ) guarda-redes ( ) defesa ( ) meio campo ( ) ataque

16) Qual é o seu principal comportamento durante os jogos do seu filho?

( ) indiferente ( ) assiste tranquilamente ( ) aproveito para conversar com os amigos

( ) torço gritando, gesticulando e incentivando( ) reclamo nas agressões contra o meu filho

17) No caso de você realizar críticas após os jogos do seu filho, o que você prioriza?

( ) faz comentários com ele sobre as jogadas, elogiando as melhores e combatendo as piores

( ) faz comentários, discutindo somente as melhores jogadas

( ) faz comentários discutindo somente as piores jogadas

( ) não faz comentários sobre os jogos com seu filho


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18) Durante os jogos qual o principal comportamento do seu filho, como reacção aos
acontecimentos dentro de campo?

( ) torna-se agressivo, entrando num clima de briga ( ) tenta dialogar, impedindo as brigas

( ) não se envolve nas brigas

19) Você pretende ou gostaria que seu filho se torne um jogador de futebol profissional?

( ) sim ( ) não

20) Teve alguma dificuldade para responder a este questionário?

( ) sim ( ) não

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