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Maputo
2022
Valy Alfredo Ismael
Supervisor:
Dr. Arnaldo Narrupaca
Maputo
2022
ii
Índice
LISTA DE GRÁFICOS ..................................................................................................................iv
DECLARAÇÃO .............................................................................................................................vi
RESUMO .......................................................................................................................................ix
ABSTRACT .................................................................................................................................... x
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
APÊNDICES ................................................................................................................................. 38
ANEXOS ....................................................................................................................................... 40
iv
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE ABREVIATURAS
BM - Banco de Moçambique
BM - Banco Mundial
INE - Instituto Nacional de Estatística
ONG - Organização não Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
vi
DECLARAÇÃO
Valy Alfredo Ismael, declaro por minha honra que esta Monografia é resultado da minha
investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as
fontes consultadas estão devidamente no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.
______________________________
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho aos meus pais Alfredo Ismael e Glória Inácio, pelo amor deles
concretizaram a minha existência.
Ao meu querido irmão Abdul Alfredo Ismael (em memória), que nos deixou há pouco tempo,
mas fez tanto por mim ao longo da sua vida e continua sendo minha maior força e inspiração da
vida.
viii
AGRADECIMENTOS
Agradecer a Universidade Pedagógica de Maputo, enquanto instituição de ensino superior, por ter
proporcionado todas as condições necessárias para a realização desta Licenciatura. Ao corpo
docente, com capacidades únicas e com conhecimentos ímpares, que sempre motivados
conseguiram transmitir o máximo de informação de forma intuitiva e prática.
Vai os meus agradecimentos a minha família, em especial ao meu irmão Abdul Ismael (em
memória) e minha cunhada Gertrudes Fernando (que me receberam na sua casa, cuidando de
mim, não deixando que faltasse nada); aos meus irmãos Isaura, Ismael, Omar, Taibo e Ussene
Ismael; aos meus sobrinhos Ahmad Ismael e Chaquil Ismael.
Também aos meus colegas da turma, em especial ao David Chemane, Edma Biatriz, Eusébio
Manjate, Flor Xerinda, Leonel Nzango, Lourenço Zimba, Marta Manhiça, Mauro Uamba,
Miriamo Ngove, Muanacha Cassimo, Natalino Simango e Ricardina Chaúque.
RESUMO
O presente trabalho tem como tema: O Contributo das Instituições das Microfinanças no
desenvolvimento do comércio informal caso: mercado municipal de xhikelene cidade de Maputo
de 2017 a 2019, foi realizado no âmbito da culminação do curso de licenciatura em gestão de
comércio na Universidade Pedagógica de Maputo e tem como objectivo Analisar o contributo das
instituições de microfinanças no desenvolvimento do comércio informal no mercado municipal
de xhikelene no período entre 2017 - 2019. Para o alcance deste objectivo, a pesquisa adoptou
uma metodologia qualitativa com uso de métodos e técnicas que permitiram recolher e analisar os
dados com vista alcançar os resultados expostos no trabalho. A análise e interpretação de dados
basearam-se no cruzamento entre as teorias defendidas pelos autores com as informações obtidas
no local onde foi realizada a pesquisa. Da análise de dados chegou-se a conclusão de que as
instituiçoes de microfinanças contribuem no desenvolvimento do comércio informal. Pois este é
uma ferramenta de extrema importância para o crescimento do comércio informal,
informalidades são todas as relações de natureza económica, jurídica, social ou burocrática que,
não estando reguladas parcial ou totalmente, existem e fazem parte das regras de funcionamento
da sociedade e contribuem para que os padrões de reprodução da sociedade e economia
persistam.
ABSTRACT
The present work has as its theme: The Contribution of Microfinance Institutions in the
development of informal commerce case: municipal market of xhikelene city of Maputo from
2017 to 2019, was carried out as part of the culmination of the degree course in trade
management at the Pedagogical University of Maputo and aims to analyze the contribution of
microfinance institutions in the development of informal trade in the municipal market of
xhikelene in the period between 2017 - 2019. To achieve this objective, the research adopted a
qualitative methodology using methods and techniques that allowed the collection of and analyze
the data in order to achieve the results exposed in the work. The analysis and interpretation of
data were based on the intersection between the theories defended by the authors and the
information obtained in the place where the research was carried out. Data analysis led to the
conclusion that microfinance institutions contribute to the development of informal commerce.
As this is an extremely important tool for the growth of informal commerce, informalities are all
economic, legal, social or bureaucratic relationships that, not being partially or totally regulated,
exist and are part of the rules of operation of society and contribute so that the reproduction
patterns of society and economy persist.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Visando cumprir o objectivo proposto, o trabalho está organizado com a seguinte estrutura: no
primeiro capítulo é apresentada a introdução do trabalho, aspectos relacionados a definição do
problema de pesquisa, de seguida são apresentados os objectivos geral e específicos, as hipóteses
levantadas, segue-se a delimitação do tema, e por fim é apresentada a justificativa da escolha do
tema e sua relevância. No segundo capítulo é realizada uma revisão da literatura sobre as
variáveis microfinanças, inclusão financeira e desenvolvimento económico local, suas
características, as metodologias adoptadas pelas instituições microfinanceiras para concessão do
crédito, diferença do termo microcrédito e microfinanças, ainda neste capítulo é feita uma breve
contextualização histórica dos principais acontecimentos a nível mundial e de forma particular no
contexto moçambicano em torno das microfinanças.
2
1.1.Problema de pesquisa
Nos últimos séculos deparamo-nos com uma crise económica profunda que, por sua vez, trás
consequências negativas para as camadas da sociedade mais pobres, principalmente ao nível do
desemprego, tornando as sociedades cada vez menos sustentáveis e competitivas (ARAÚJO,
2010).
A mesma fonte aponta que o índice de desenvolvimento humano da população de baixa renda
tem sido afetado negativamente pela má qualidade de vida, realçando que apesar do aumento de
instituições que operam no sistema financeiro nacional bem como os respectivos pontos de
acesso a serviços financeiros, o índice de inclusão financeira continua baixo.
1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
1.2.3. Específicos
1.3. Hipóteses
H1: As instituições de microfinanças contribuem no desenvolvimento do comércio informal, é
instrumento de redução de desemprego no sector informal, cria posto de trabalhos, gera rendas e
melhora a vida das famílias;
H2: As instituições de microfinanças não contribuem no desenvolvimento do comércio informal,
não é instrumento de redução de desemprego no sector informal, não cria posto de trabalhos, não
gera rendas e nem melhora a vida das famílias.
1.4. Justificativa
Tomando em análise, o tema desta pesquisa convém mencionar a relevância do assunto em
destaque na medida em que o fundamento da escolha deste é de grande importância, tendo em
conta que as microfinanças.
Diante dos aspectos acima arrolados viu-se a necessidade de estudar este tema para aferir a
importância do contributo das microfinanças no desenvolvimento do comércio informal.
A razão da escolha deste tema bastante actual e relevante para a pesquisa, prende-se com o facto
de procurar aliar o aprendizado teórico com a realidade prática dentro das organizações e de
forma particular aferir como as instituções de microfinaças tem gerido este processo que é
indispensável para mantê-la em funcionamento efectivo e sustentável.
4
Para a academia, esta temática reveste-se de grande relevância na medida em que servirá de fonte
de consulta para efeitos de prosseguimento de outras pesquisas relacionadas com o objecto da
presente pesquisa.
Para a Instituição pesquisada, esta pesquisa será de capital relevância na medida em que as
constatações que serão obtidas com base no trabalho de campo, pode auxiliar no aprimoramento
das estratégias de desenvolvimento do sector informal.
No contexto sociocultural, este tema constituiu elemento importante na medida em que vai
estimular o desenvolvimento do comércio informal, ao permitir que a população que não tem
acesso ao crédito bancário, o tema vai estimular o interesse por parte da população em usar os
serviços que melhor se adequem às suas necessidades, o que vai permitir desenvolver novos
negócios, investimentos, e melhoria das condições de vida desta população.
5
“Na sua plenitude, o microcrédito surge com a experiência iniciada em 1976, no Bangladesh por
Muhammad Yunus” (YUNUS, 2003).
Rapidamente Yunus, apercebeu-se que os resultados da sua estratégia não eram suficientes e não
abrangiam os mais necessitados. Decidiu então estar em contacto permanente com aqueles que
mais necessitavam para perceber a real natureza do problema, visto que estes faziam de tudo para
sir da extrema pobreza em que se encontravam.
Yunus percebeu que o problema residia no financiamento a que estas pessoas recorriam para
comprar as matérias-primas, as taxas cobradas nos empréstimos realizados eram demasiado altas
e o dinheiro da venda da produção servia inteiramente para o pagamento do empréstimo e dos
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juros, não sobrando deste modo recursos para conseguirem criar a auto-suficiência do seu
negócio, tornando assim os devedores dependentes dos seus credores.
Yunus decidiu financiar como seu próprio dinheiro estas pessoas, permitindo-lhes a compra de
matéria-prima e venda dos produtos a quem lhes oferecesse melhor valor. Dada esta
oportunidade, os devedores se tornaram independentes das instituições financeiras a quem tinham
recorrido anteriormente, dando-lhes a possibilidade de criarem fundos para sustentarem os seus
negócios e suas famílias. Então pela primeira vez, Yunus criou o Microcrédito.
Muhammad Yunus, ao verificar o sucesso da sua experiencia, teve vontade de expandir seu
projecto para uma escala mais alargada, com objectivo de proporcionar a cada vez mais famílias
a ajuda necessária para estes saírem da situação de pobreza em que se encontravam. Sem sucesso,
Yunus buscou ajuda junto d vários banqueiros, visto que o microcrédito era baseado em
confiança, não existindo deste modo garantias para os bancos em torno do reembolso total e
dentro do prazo por parte dos devedores (Idem, pp.16).
Em 1983, Yunus cria a primeira instituição para a prática do microcrédito. Surge então o
Grameen Bank, vocacionado para aqueles que mais necessitavam, implementando uma nova
forma de emprestar dinheiro. E com o passar dos anos foram surgindo várias instituições que se
inspiravam na perspectiva de Muhammad Yunus, enraizando deste modo o sector de
microfinanças a nível mundial.
2.2. Microfinanças
2.3.1. Público-alvo
Assim como no sector bancário tradicional, o sector microfinanceiro, de acordo com o grau do
seu desenvolvimento de região para região, possui um conjunto variado de produtos virados para
o cliente, contudo, os produtos mais comuns são:
2.4. Microcrédito
A metodologia designa a forma, através da qual a instituição irá oferecer os seus produtos e
serviços aos clientes que pretende atingir, esta metodologia deve ser concebida tendo em vista a
realização plena dos seus objectivos, quer seja, económicos, sociais entre outros, a metodologia
por si deve permitir a minimização do risco, ir ao encontro das espectativas dos clientes.
mudam ou diversificam para outra, de modo a não excluir certas categorias socioeconómicas de
clientes (ONU, 2012).
➢ Empréstimos de grupos
Os empréstimos de grupos são uma abordagem moderna que permite emprestar pequenas
quantias de dinheiro a um grande número de clientes que não possuem garantias colaterais. A
composição dos grupos vária, mas a maioria tem entre quatro e oito membros, o grupo alvo elege
os seus membros antes de pedirem o empréstimo.
➢ Empréstimos individuais
➢ Uniões de Crédito
As uniões de crédito são organizações populares que operam como cooperativas de poupança e
empréstimos baseadas num sistema de sociedade financeira. Estas organizações recolhem as
poupanças e fornecem créditos à curto prazo, a procura de empréstimos dos associados costumam
ser limitados a um múltiplo baixo das poupanças. Na maioria das áreas rurais, as uniões de
crédito são ainda a única fonte de serviços de depósito e de crédito, para além do mercado
financeiro paralelo, por terem tanto objectivos sociais como comerciais, as uniões de crédito
desenvolvem um papel chave na concessão de serviços financeiros para os mais carenciados.
fornecem linhas de crédito sem garantias colaterais para os empréstimos dos seus membros e
ainda um lugar onde investir as poupanças e promover a solidariedade social.
A agência que patrocina concede um empréstimo ao banco comunitário, o qual por sua vez,
concede empréstimos individuais aos seus membros, o banco concede este empréstimo porque
confia na pressão e apoio da sociedade entre os membros para assegurar as amortizações. O
crédito é associado às poupanças, e na maioria dos casos, o volume dos empréstimos está
relacionado com a quantia que cada beneficiário conseguiu poupar. As poupanças são guardadas
no banco e posteriormente emprestadas ou investidas para aumentar os recursos do banco.
➢ Não é operado por instituições financeiras convencionais, mas também por cooperativas,
associações, ONG’s e instituições especializadas em microcrédito;
➢ Está direcionado principalmente a clientes de baixa renda e tem como objectivo último a
melhoria das condições sociais e económicas destes clientes, de suas famílias e das
comunidades onde se encontram inseridas;
➢ Adota metodologias específicas, diferentes das práticas bancárias tradicionais, na análise,
liberação, acompanhamento e cobrança dos créditos, bem como formas alternativas de
garantia (como a fiança solidária), compatíveis com o perfil socioeconómico dos clientes;
➢ Buscar reduzir ao máximo o custo de transação para o cliente através de:
i) Localização de pontos de atendimento na proximidade espacial dos clientes;
ii) Simplificação e desburocratização dos procedimentos de crédito;
iii) Garantir agilidade na análise e liberação do crédito.
Ainda segundo o autor, o desempenho social não é apenas a mensuração destes objectivos e
resultados mas é também o conjunto de ações e medidas corretivas tomadas pela instituição de
microfinanças para gerar estes resultados.
O funcionamento de uma organização segue uma cadeia lógica entre: intenção, acções e efeito. E
o desempenho de uma instituição reflete-se nos resultados obtidos em cada componente de cadeia
de actividades, o que vai corresponder às possibilidades óptima da organização, ou seja,
corresponde aos resultados obtidos em termos de definição de objectivos e do impacto de acções
face aos meios envolvidos.
2.9.1. Económicos
Em todas as operações de crédito está presente o risco, que de acordo com Schrickel (1998,:.25)
“pelo facto de esta cessão patrimonial envolver expectativas quanto ao recebimento de volta da
parte cedida, é imperativo reconhecer que a qualquer crédito está associada à noção de risco”.
Para se chegar ao risco do crédito são estimadas as probabilidades de que os recursos cedidos não
sejam honrados, para tal consideram-se factores internos e externos que podem interferir no
pagamento ou não por parte do tomador.
A taxa de risco é uma parte incorporada ao spread com o intuito de formar um fundo que possa
garantir ao investidor o pagamento quando se tem tomadores inadimplentes, dessa forma quando
os bancos têm que devolver aos investidores o capital utilizado na concessão de empréstimos
recorrem a esse fundo para saldar o importe referente aos inadimplentes.
qualquer um destes profissionais, desde os que estão apenas começando até aqueles que precisam
investir em estoque, reformas, novos equipamentos, entre outras necessidades do negócio.
➢ Promove o empreendedorismo
Diferentemente do crédito tradicional, que pode servir a qualquer propósito, o microcrédito tem o
objetivo de diminuir a desigualdade social por meio do empreendedorismo. Por isso, a cada
solicitação de crédito é necessário ter um objetivo específico para aquele capital. Isso ajuda
empreendedores a crescerem com o seu negócio e gerarem renda para a sua família.
➢ O reembolso dos valores utilizados continua a ser necessário, pois trata-se de um crédito,
logo, não é uma dádiva mas sim um serviço prestado em troca da remuneração
considerada justa pelo que é concedido;
➢ Embora possuidor de custos substancialmente mais vantajosos face ao comum
dos financiamentos também implica o pagamento de juros, comissões e outras despesas.
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➢ E como os gastos adicionais raramente são vistos de bons olhos, tal significa um ponto
desfavorável no cômputo geral;
➢ Outra das desvantagens destes tipos de empréstimos é na verdade algo inerente à sua
divulgação, não correspondendo, por isso, a um aspecto negativo propriamente dito.
O sector de microfinanças tem recebido uma atenção especial e crescente por parte do Governo
Moçambicano e dos vários intervenientes, a nível nacional e internacional dada a sua importância
na prestação de serviços e produtos financeiros para a população de baixo rendimento. O
Governo considera que um sistema financeiro descentralizado e adequado à camada da população
que menos acesso tem a produtos e serviços financeiros, representa uma ferramenta ímpar no
combate à pobreza absoluta. Como resultado, o Governo de Moçambique iniciou um programa
de apoio à actividade de microfinanças através da criação do “Programa de Microfinanças”, em
1998.
empréstimos variam, em geral, entre US 20,00-UA 3.000,00 com um período máximo de vida de
um ano. É importante sublinhar que maior parte das instituições de microfinanças no país oferece
um leque limitado de produtos financeiros, nomeadamente: o crédito e poupança. Mas, apesar da
maior parte da população moçambicana ser de baixo rendimento tem necessidade de uma grande
diversidade de serviços financeiros. Nos dias actuais, a actividade das microfinanças em
Moçambique vem ganhando destaque devido ao reconhecimento da capacidade latente dos
pobres em desenvolver pequenos empreendimentos, desde que devidamente encorajados para o
efeito. Para além de contribuir para a criação do emprego, incluindo uma maior participação das
mulheres pobres e donas de casa na vida económica ativa, estas instituições podem contribuir
para o surgimento de uma nova classe empresarial formal.
2.14. Desenvolvimento
Para o INE (2005), comércio informal é toda actividade comercial não registada na Repartição de
Finanças. Fazem parte deste grupo unidades não licenciadas, vendedores de rua, de esquina, de
mercado, etc.
Lopes (2003) citando De Soto (1994) caracteriza o comércio informal como aquele que se realiza
à margem das normas estatais que regulam a actividade comercial, e até mesmo contra elas.
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Identifica dois tipos essenciais de comércio informal: O comércio realizado na rua que se
subdivide em comércio fixo e comércio itinerante (ambulante) e o comércio que se efectua nos
mercados.
O comércio informal está dentro da economia ou sector informal, sua especificação como
comércio informal se dá pelo facto de comerciaizar produtos ou serviços fora de um marco
regulatório estatal (CATALÁN, 2012).
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 1996), o comércio informal como uma
actividade da economia informal “é todo um vasto leque de comportamentos conómicos,
socialmente admissíveis, realizados fundamentalmente com finalidades de sobrevivência e que
escapam quase total ou parcialmente ao controlo dos órgãos de poder público local ou regional ou
nacional em matéria fiscal, laboral, comercial, sanitária ou de registo estatístico”.
19
3.1. Metodologia
A metodologia segundo Gil (2008), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático,
pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma
pesquisa científica.
3.2.1. Bibliográfica
3.5.1. Questionário
Segundo Gil (2008), pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por
um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações
sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores,
comportamento presente ou passado etc. Nesta pesquisa usou-se o questionário para a recolha de
informação a partir dos comerciantes do mercado municipal de xiquelene.
3.6.2. Monográfico
“O método parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser considerado
representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Esses casos podem ser
indivíduos, instituições, grupos, comunidades etc” (GIL,2008:18).
O Mercado Xhikelene (palavra tsonga que significa um local onde existe um buraco de grandes
dimensões, uma vez que a zona foi uma câmara de empréstimo de terras para a construção de
estradas), oficialmente conhecido por Mercado da Praça dos Combatentes, é considerado um dos
maiores mercados informais da cidade, onde o nível de investimentos realizados, a diversidade da
oferta de produtos e o movimento de pessoas que aí circulam, tem crescido nos últimos anos, de
forma absolutamente impressionante.
Situado na Praça dos Combatentes, o mercado está implantado numa zona desenhada para ser
uma confluência de várias estradas que ligam o aeroporto a zonas industriais, e à zona
habitacional de cimento, por vias mais rápidas que circundam as artérias mais movimentadas da
cidade. A sua formação inicial data de 1987, por razões e processos idênticos aos que levaram à
criação de outros mercados informais. Com um crescimento explosivo, em poucos anos
transformou-se num mercado com cerca de 5176 vendedores, entre grossitas e retalhistas. A zona
onde se situa este mercado, é também uma terminal de transportes semi-colectivos, com ligações
para todos os pontos da cidade, imprimindo assim a este local uma grande centralidade.
Embora tenha todas as características físicas de um mercado com estatuto de provisório, a avaliar
pela maior parte das construções existentes, ficaram-nos algumas dúvidas sobre o seu estatuto
real.
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Sexo
40%
Homem
60%
Mulher
Antunes (2000), as mulheres são elas que contribuem com o maior bolo do orçamento familiar,
mas não são reconhecidas por isso; têm menos formação, mas as políticas de educação e de
formação são discriminatórias; não estão inseridas na política, e não existem incentivos ou quotas
equitativas; e são relegadas para as tarefas menos remuneradas e muitas vezes sem qualquer tipo
de remuneração. E Antunes e Cavalcanti (2006), em muitas famílias o número de mulheres que
trabalha é igual ou superior ao número de homens, chegando em alguns casos a acontecer que são
elas que sustentam a família. A divisão sexual do trabalho mantém a designação quase exclusiva
das mulheres nas tarefas domésticas, reprodutivas e de lideres da casa e família. A isto
acrescentam-se as transformações sociais e demográficas que estamos a assistir, como a
imigração, o aumento da taxa de divórcio, e o aumento de mulheres chefes de família.
Em termos gerais, Banco Mundial (1990) demonstra que as mulheres não foram incluídas nas
estratégias do desenvolvimento impulsionadas na década precedente e, pior que isso, a sua
posição social deteriorou-se com estas estratégias de desenvolvimento, centradas em modelos de
desenvolvimento próprios de sociedades.
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Tempo
10% 1 a 5 anos
30% 6 a 10 anos
40%
20% 11 a 15 anos
16 anos em
diante
De acordo com os dados obtidos a maior parte dos comerciantes tem muita experiencia no
negócio, isto justifica-se pelo facto do mercado ser predominada na sua maioria por indivíduos
com mais de 5 anos. A partir dos dados acima pode se afirmar que os comerciantes têm muito
conhecimento do mercado. Assim sendo, há uma necessidade de criar certas condições bem como
promoção de negócio que possam permitir o desenvolvimento da experiência olhando para a
dinâmica do mercado.
Para Robbins (2005), o tempo de serviço é também uma variável importante para explicar a
rotatividade e desenvolvimento do capital humano e o relacionamento laboral. Quanto mais
tempo uma pessoa fica em um emprego maior é a probabilidade de desenvolver
profissionalmente e menor a probabilidade de ela se demitir.
25
3. Já fez um empréstimo?
Empréstimo
0%
Sim
100% Não
Silva (2008), para concessão deste tipo de crédito é levado a cabo um processo de análise que
inclui o preenchimento de fichas, entrevista e visitas a casa e ao negócio do futuro cliente. Este
procedimento é feito pelo agente de crédito e em caso de atraso de pagamento o cliente é
pressionado por este mesmo agente que faz a utilização de todos os mecanismos legais para
recuperação do crédito.
26
Motivos
30%
Taxa de juro
70%
Pouco tempo
Olhando para o gráfico acima sobre o que motivou-lhe a efectuar empréstimo nas microfinanças,
70% apontaram que leva pouco tempo na tramitação do processo no empréstimo e devolução.
As microfinanças são de certo modo criadas com objectivo de impulsionar a economia e promover o
emprego melhorando a inclusão financeira de espírito empreendedor. Para Rubbins (2005), a
hierarquia das necessidades de Maslow, o ser humano possui diversas necessidades que podem
ser separadas em categorias hierarquizadas. Para motivar uma pessoa, você deve identificar qual
é a categoria mais baixa na qual ela tem uma necessidade, e suprir estas necessidades antes de
pensar em outras em categorias mais altas.
27
Satisfação
10%
30%
Sim
Razoável
60%
Não
Daí que, a taxa de juro anunciada pelo emitente será tanto maior quanto maior for o risco de
incumprimento. Convém referir que no caso dos riscos de incumprimento é zero. Para calcular o
valor de juros ou de cupão, estes são iguais ao produto do valor nominal da obrigação, pela
respectiva taxa de juro. As taxas de juro podem ser fixas e indexadas. No caso de serem fixas,
estas são constantes ao longo da vida do empréstimo. Sendo indexadas, variam ao longo da vida
do empréstimo.
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Melhoria
10%
Sim
90% Não
Questionado se o empréstimo efetuado teve melhoria no negócio, 90% afirmam que sim tiveram
melhorias como mostra o gráfico acima. De acordo com Mosca (2009:71), o microfinanças traz
algumas desvantagens, relacionadas a “ambição de quem quer investir num projecto que gere
retornos e não tentativa de sobreviver; está exposto ao risco, nomeadamente ao risco de crédito;
não existe uma entidade reguladora, que influencia actividades dos intervenientes do
microfinanças, através da criação de normas, supervisão dessas normas, como formas de evitar
que os intervenientes actuem como bem entenderem, também como forma de servir como último
pessimista.
0%
Sim
100% Não
Vantagens
0%
Sim
Não
100%
Questionado se o comércio informar tem vantagens 100% respondeu sim que tem vantagens. O
comércio informal tem vantagens, os comerciantes assim como as famílias que não tem
condições de fazer as suas compras nos mercados formais recorrem ao mercado informal. Este
comércio tem vantagem para essas famílias porque adquirem esses produtos a preços baixos e
bastante acessíveis para os comerciantes porque não pagam impostos. Segundo MUCAVELE
(1999), uma das maiores vantagens é ter liberdade para organizar o horário de trabalho, sem que
haja a necessidade de assinar o livro de ponto, ou dar satisfação para o patrão caso não possa ir
trabalhar, por motivo de força maior. Essa flexibilidade no horário de trabalho permite com que o
trabalhador informal tenha maior qualidade de vida, já que não existe a pressão diária que,
inevitavelmente, muitas empresas colocam sobre o seu funcionário. Para De Valter (1996), diz
que o sector informal que contrata um trabalhador informal, também tem suas vantagens, pois,
ela pode negociar com o seu prestador de serviços os salários, sem que uma tabela de pagamentos
tenha que ser cumprida. Além disso, ele não tem a obrigação de pagar os tributos exigidos por lei.
Claro que isso é ilegal, mas de certa forma não deixa de ser um benefício.
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Empregar
35%
Sim
65%
Não
Mosca (2009), em Moçambique, grande parte da população está envolvida no sector informal. O
facto é que um número elevado de agentes económicos cria ou encontra o emprego lá, constitui
talvez a consequência mais importante do sector informal.
O sector informal oferece emprego maior parte de toda a força de trabalho, como refere o gráfico
9, olhando pelas dificuldades imposta pela conjuntura actual, os vendedores informais conseguem
criar os postos de trabalhos empregando os outros.
32
Rendimento
20%
Bom
55% 25% Baixo
Razoável
Segundo Munguambe (1988), ter um conhecimento sólido sobre rendimento mensal do comércio
informal na produção e comercialização tem desempenhado um papel importante no actual
estágio de desenvolvimento da sociedade Moçambicana; intervém na oferta de bens e serviços
adequados aos rendimentos e ao poder de compra de vasta camada da população desfavorecida.
O gráfico 10 apresenta as percentagens dos rendimentos mensais, isso depende com o
desempenho e movimentos da compra dos clientes, nos dados apresentados acima o rendimento é
positivo, eles conseguem sustentar as suas famílias.
33
Burocracia
0%
Sim
Não
100%
5. CONCLUSÃO
O presente trabalho tem como foco principal: o contributo das instituições das microfinanças no
desenvolvimento do comércio informal caso: mercado municipal de Xhikelene. No período
compreendido entre 2017-2019, procurou-se perceber em que medida as instituições de
microfinanças contribuem no desenvolvimento do comércio informal.
Analisando as respostas dos entrevistados, foram observados alguns pontos compatíveis com a
abordagem apresentada no referencial teórico e alguns elementos que ainda não haviam sido
contemplados, mas que merecem destaque para a conclusão sobre os principais aspectos que
contribuem no desenvolvimento do comércio informal bem como do próprio mercado municipal
de xhikelene.
Ao longo do trabalho faz -se a verificação das hipóteses levantadas, onde a partir dos resultados
desta, confirmou-se a validação da primeira hipótese que, refere que, as instituições de
microfinanças contribuem no desenvolvimento do comércio informal, é instrumento de redução
de desemprego no sector informal, cria posto de trabalhos, gera rendas e melhora a vida das
famílias; e refutou-se a segunda que: as instituições de microfinanças não contribuem no
desenvolvimento do comércio informal, não é instrumento de redução de desemprego no sector
informal, não cria posto de trabalhos, não gera rendas e nem melhora a vida das famílias.
Assim sendo, este contribui positivamente no desenvolvimento do comércio informal e cria o
auto emprego, na medida em que, os povos da renda mais baixa que procuram emprego no sector
formal e não encontram.
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Olhando para as informações obtidas a partir dos questionários constatou-se que a acção do
comércio informal torna-se um elemento fundamental na criação de emprego e desenvolvimento
do capital humano. A questão de saber como fazer das instituições de microfinanças contribuem
no desenvolvimento do comércio informal.
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6. REFERENCIAS BIBLIGRAFICAS
APÊNDICES
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1. Quanto ao sexo?
2. Há quanto tempo está no negócio?
3. Já fez um empréstimo?
4. O que motivou-lhe a efectuar empréstimo nas microfinanças?
5. A taxa de juro é satisfatória?
6. Do empréstimo efectuado teve melhoria no negócio?
7. As microfinanças melhoram as condições de vida (educação, saúde, bem estar)?
8. As microfinanças apresentam vantagens?
9. Já ofereceu emprego no seu negócio?
10. Qual é a renda média mensal das actividades?
11. Como avalia as microfinanças em termos de burocracia?
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ANEXOS
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