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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Economia

Contabilidade e Finanças – Laboral

Nível 4

Empreendedorismo

Grupo 1

Constituição de Empresas em Moçambique

Docentes:

• Prof. Doutor Hilário Langa (R)


• Eng.º Eugénio Mulungo (A)

Estudantes:

Octávio Lepeque
Clayton Maunde
Jóbia Mapandzene
Zuraida Matiquite

Cidade de Maputo, agosto de 2023


Introdução
Em Moçambique, a criação legal de uma empresa não é indispensável visto que é de obrigação
de todos aqueles que formalmente queiram exercer alguma actividade económica. Portanto,
para que isso torne-se realidade, é necessário observar todos os procedimentos legalmente
impostos pelo Estado para que, tanto a constituição assim como, a adopção de forma jurídica
da empresa sejam aceites.
Esse trabalho, foi feito predominantemente por leituras e resumos da Legislação indicada,
assim como pesquisas pela internet e livros.
Este trabalho subdivide-se em:
• Introdução
• Índice
• Desenvolvimento
- Constituição de empresas em Moçambique
- Diferentes formas de empresas em Moçambique
• Conclusão
• Referências Bibliográficas

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Índice
Introdução 2
Registo de empresas em Moçambique 4
Formas Jurídicas de empresas em Moçambique 6
Vantagens e inconvenientes das diferentes formas de empresa 9
Empresas Individuais 9
Sociedade em nome colectivo de responsabilidade limitada 10
Sociedade por Quota 11
Sociedade Anónima 12
Sociedade por Ações Simplificada 13
Resumo integrado das vantagens/desvantagens das formas de empresa 14
Conclusão 15
Referências Bibliográficas 16

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Registo de empresas em Moçambique

No processo de registo de uma empresa em Moçambique existem certas especificidades que


dependem do setor que a empresa irá operar, contudo, existem alguns passos considerados
gerais para quase todo tipo de forma jurídica ou atividade que a empresa irá exercer. Estes são
os passos descritos sequencialmente:

1. Reserva de Nome
A reserva de nome faz-se na Conservatória do Registo Comercial ou nos Balcões de
Atendimento Único. Os sócios ou o proprietário único devem apresentar a empresa, a sua
atividade e o sector onde irá actuar, e informar do valor do investimento, para que possa ser
feita a reserva do nome. A designação da empresa deve ser escolhida previamente e verificado
na Conservatória do Registo Comercial para aferir se o nome em questão ou um outro bastante
semelhante não existe. A denominação será sempre seguida da indicação da forma legal da
sociedade. Por exemplo: no caso da limitada a abreviação usada é “Lda.”.

1.1. Certidão Negativa


Certidão Negativa é o documento a obter nas Conservatórias do Registo Comercial mediante
requerimento, comprovativo de que não existe nenhuma sociedade comercial/empresa com o
mesmo nome ou com um nome que se assemelha ao que se pretende registar.

2. Elaboração dos Estatutos


Com a ajuda de um assessor será feito um contrato/pacto social onde vai estar estabelecido o
objecto da empresa (o ramo de negócio que a empresa pretende seguir) pode ser um ou vários;
Constarão no mesmo pacto social os nomes dos sócios ou o sócio, com o respectivo capital
social, dinheiro inicial de investimento para a empresa poder arrancar, distribuído em quotas
caso sejam mais de um sócio ou terá quota única caso seja apenas um sócio; fará parte do
mesmo pacto social o endereço da empresa e as diversas vontades dos futuros sócios para com
a empresa. Também vai constar o tipo de sociedade que os sócios gostariam de constituir.

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3. Abertura de Conta Bancária
Uma das fases do registo de empresa em Moçambique é a abertura de uma conta bancária para
fins de depósito do capital social. Para tal, é preciso apresentar cópia autenticada do certificado
de reserva do nome da empresa, o projecto de estatutos da empresa e a cópia autenticada dos
documentos de identificação dos acionistas. A abertura de uma conta bancária numa das
instituições financeiras existentes na praça em nome da futura empresa (é importante definir o
número das assinaturas dos cheques que podem criar obrigações a empresa - se forem 3 sócios,
2 podem ser suficientes. Se forem 2 sócios, assinam os 2). Alguns bancos não permitem que a
conta seja movimentada antes da apresentação da escritura pública (constituição da empresa).

4. Certidão Definitiva

Após o pacto social ser feito e de ter sido feito o depósito bancário, esta documentação deverá
ser submetida às entidades legais onde as vontades dos sócios serão registadas pela entidade
competente, acompanhando a documentação de cópias autenticadas das identificações dos
sócios ou o sócio. Após esta submissão, será emitida a certidão definitiva comercial mediante
o pagamento de uma taxa que é calculada como uma percentagem do capital social. A
sociedade está então constituída e definitivamente registada para efeitos comerciais.

5. Registo fiscal e obtenção do NUIT

Estando a empresa legalmente registada e a publicação dos estatutos no Diário Oficial, feita
pela Conservatória, a empresa deve ter um registo fiscal e obter o respectivo número de registo
de impostos, Número de Identificação Tributária (NUIT).

6. Publicação no Boletim da República

Após a emissão da certidão definitiva, os estatutos devem ser publicados no BR para que seja
do domínio publico a existência da empresa. Essa ação só é possível mediante o pagamento de
uma taxa que varia, isto é, depende da quantidade de letras que possui o pacto social.

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7. Emissão do Alvará

Para a obtenção da licença comercial, a empresa deve primeiro ter completado o processo de
constituição acima. O pedido para a emissão de uma licença é dirigido ao Governador
Provincial e submetido à Direcção Provincial de Indústria e Comércio relevante. O
requerimento deve conter: Nome social; Endereço da sede social e o Tipo de actividade
comercial a realizar de acordo com o Classificador de Actividades Económicas (CAE).

Para casos específicos, principalmente de empresas com pontos comercias como lojas,
padarias, mercearias e restauração devem ser pedidos as licenças no conselho municipal; A
obtenção do alvará, é feita mediante pagamento de uma taxa que varia consoante os ramos de
negócio.

8. Início de Actividade

Após a obtenção de toda documentação citada acima, dever-se-á dirigir ao Bairro Fiscal da
área onde a empresa pertence para preencher os devidos formulários e anexar a documentação
já existente da empresa de modo a dar o seu início de actividade junto da Autoridade Tributária.

Formas Jurídicas de empresas em Moçambique

Neste âmbito de abordagem, discursar-se-á em voga das formas que legalmente o Estado
Moçambicano atribui a personalidade jurídica que subjaz às entidades que venham a exercer
alguma actividade económica. Realça-se, no entanto, que nesse trabalho, com afinco elucidar-
se-á acerca das formas jurídicas captadas pelas entidades privadas. Portanto, uma das
imposições para que uma entidade que visa prosseguir fins económicos, e que por sua vez, faz
parte de um dos procedimentos de constituição ou nascimento da mesma na qualidade de
empresa é a adopção de uma forma jurídica que permita delimitar nos termos da lei, o capital
social a realizar, as responsabilidades dos seus titulares/constituintes, os estatutos, entre outros
aspectos. Assim sendo, o Decreto-Lei n. º1/2022 de 25 de Maio do actual Código Comercial
prevê as seguintes formas: Empresa Individual (EI), Sociedade em Nome Coletivo de
Responsabilidade Limitada, Sociedade por quota, Sociedade anónima e Sociedade por Ações
Simplificada.

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De acordo com o actual Código Comercial, considera-se empresário: o empresário individual
e a sociedade empresarial. Assim, à luz do Decreto-Lei n.º 1/2022, podemos ter:

a) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EI) ou Ilimitada

É empresário individual a pessoa singular que, profissional e habitualmente, exerça a


actividade empresarial. O empresário individual pode registar-se sem ou com responsabilidade
limitada ao valor declarado no registo que é o seu capital social. Pela dívida resultante da
actividade do empresário individual, que tenha instituído a responsabilidade limitada,
respondem apenas os bens do empresário individual até o valor declarado no registo, e/ou, a
falta de limitação de responsabilidade expressa torna ilimitada a responsabilidade do
empresário individual, respondendo pelas dívidas contraídas no exercício da actividade com
todos os bens que integram o seu património (aqui tanto o património pessoal assim como o
empresarial é chamado a quitar as dívidas para com os credores). A administração do
empresário individual cabe ao seu titular; e, pode ser liquidada por declaração do seu titular,
expressa em documento particular; por sentença que declare a insolvência do titular; e pela
impossibilidade de venda judicial na execução movida por um credor do titular.

b) Sociedade em nome colectivo de responsabilidade limitada (SNCL)

Na sociedade em nome colectivo de responsabilidade limitada o sócio não responde


subsidiariamente, em relação à sociedade, pelas obrigações sociais, limitando assim, a sua
responsabilidade ao património social. A sociedade em nome colectivo só pode ser constituída
por, pelo menos, dois sócios, que podem contribuir com capital ou com trabalho; o sócio que
satisfaça obrigações da sociedade tem direito de regresso contra os restantes sócios, na
proporção em que cada um deva quinhoar nas perdas da sociedade. O valor da contribuição em
trabalho não é computado no capital social, o sócio de trabalho, na relação interna, não quinhoa
na perda, salvo cláusula estatutária em contrário. A gestão e representação da sociedade
competem aos administradores e todos têm, salvo estipulação em contrário no contrato de
sociedade, poderes iguais e independentes;

Quanto a dissolução e liquidação, a sociedade dissolve-se se o número de sócios ficar reduzido


à unidade sem que, no prazo de seis meses, seja reconstituída a pluralidade de sócios ou a
sociedade se transforme num outro tipo societário e as demais disposições da lei.

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c) Sociedade por quota (Lda.)

Na sociedade por quota o capital é representado por quotas e os sócios são solidariamente
responsáveis pela realização do capital social; a quota não pode ser incorporada em título
negociável; o sócio apenas é obrigado a outras prestações quando a lei ou o contrato de
sociedade assim o estabeleçam; o património da sociedade pertence apenas à sociedade e não
ao sócio, só o património social responde por dívidas da sociedade para com o credor da
mesma. No contrato de sociedade pode estipular-se que um ou mais sócios, respondem
também, com o seu património pessoal, perante o credor da sociedade até determinado
montante; essa responsabilidade tanto pode ser solidária com a da sociedade, como subsidiária
em relação a ela, mas, para todo o sócio que assim deve responder, deve ser igual, o sócio que
pagar dívida social, tem direito de regresso contra a sociedade pela totalidade do que houver
pago, mas não contra o outro sócio. Uma sociedade por quota não pode ter mais de trinta sócios;
o capital social deve sempre corresponder ao somatório do valor nominal das quotas, cabe ao
sócio fixar o valor do capital social. O capital social que cada sócio subscreva no acto da
constituição da sociedade apenas pode corresponder a uma quota; Se o sócio não realizar
pontualmente a sua quota, não efetuando, no prazo fixado, a prestação a que está obrigado, o
outro sócio é obrigado, proporcionalmente às suas quotas, mas solidariamente para com a
sociedade, a realizar a parte em mora.

d) Sociedade Anónima (SA)

Na sociedade anónima o capital é dividido em ações e cada sócio limita a sua responsabilidade
ao valor das ações que subscreveu; A qualidade de acionista adquire-se com a outorga do
contrato de sociedade, do registo da deliberação de aumento de capital ou do registo de
transmissão de acções, não dependendo da emissão e entrega do título de acção.

O contrato de sociedade pode autorizar que a administração delibere o aumento de capital


social até determinado limite, sem necessidade de deliberação de acionista nem de alteração do
contrato de sociedade; pode ter mais de trinta sócios; pode ser constituída por subscrição
pública ou por entrada directa dos seus sócios fundadores; tem espécie de acções e categorias
de acções; as suas acções são transmissíveis. Cada acionista responde apenas pela realização
da ação que tiver subscrito; Cada acção é indivisível em relação à sociedade; pode emitir
obrigações que lhe permita obter financiamento; e demais disposições previsto nessa lei.

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e) Sociedade por ações simplificada (SAS)

A sociedade por ações simplificada é constituída por uma ou mais pessoas, singular ou
colectiva, com responsabilidade limitada, independentemente da actividade prevista no seu
objecto social. Na sociedade por acções simplificada o capital é dividido em ações e cada
acionista limita a sua responsabilidade ao valor das ações que subscreveu; A ação emitida pela
sociedade por ações simplificada não é registada na Central de Valores Mobiliários, nem pode
ser cotada ou negociada no Mercado de Bolsa. A subscrição e a realização de capital são feitas
nas condições, proporções e prazos previstos no documento de emissão das ações, a acção pode
ser realizada mediante contribuição em dinheiro, em espécie ou serviço, de acordo com os
termos e condições contidos no contrato de sociedade.

Em suma, todas as sociedades empresariais dispõem de: Assembleia Geral; Administração; o


Secretário de Sociedade; e o Conselho Fiscal ou o Fiscal Único; direitos e deveres dos sócios
ou accionistas; estatuto ou contrato de sociedade; livros e contas da sociedade; podem ser
alterados em termos de forma jurídica por fusão, cisão ou incorporação; a sua dissolução e
liquidação é feita por deliberação de sócio ou acionista, pelo decurso do prazo de duração, se
o houver, pela realização completa do objecto social, se este for determinado, pela ilicitude
superveniente do seu objecto se, no prazo de quarenta e cinco dias, não for deliberada a
respectiva alteração, pela insolvência; todos os factos e actos da sociedade devem ser
registados; as acções ou quotas próprias podem ser adquiridos nos termos da lei; as acções ou
quotas podem ser alienados embora sejam indivisíveis.

Vantagens e inconvenientes das diferentes formas de empresa

Empresas Individuais

As EIs têm três vantagens importantes:


1. Fácil constituição: São formadas de forma fácil e barata relativamente a outros tipos
de sociedades empresariais
2. Pouca regulamentação: Estão sujeitas a poucas regulamentações governamentais
relativamente às sociedades;
3. Tributação mais baixa: Impostos sobre o rendimento mais baixos do que as
sociedades empresariais.

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No entanto, os proprietários também têm três limitações importantes:
1. Responsabilidade Ilimitada: Os proprietários podem ter responsabilidade pessoal
ilimitada pelas dívidas do negócio, o que pode resultar em perdas que excedem o
dinheiro que investiram na empresa;
2. Difícil captação de capital: É difícil para os proprietários obterem grandes somas de
capital como financiamento;
3. Vida útil: A vida de um negócio organizado como empresa individual limita-se à vida
do indivíduo que o criou.
Por estas razões, as empresas em nome individual são utilizadas principalmente para pequenas
empresas ou negócios de família. No entanto, as empresas são frequentemente iniciadas como
empresas individuais e depois convertidas em sociedades quando o seu crescimento faz com
que as desvantagens de ser proprietário superem as vantagens.

Sociedade em nome colectivo de responsabilidade limitada

Vantagens
1. Limitação de Responsabilidade: Os sócios não respondem subsidiariamente pelas
obrigações sociais da empresa, limitando a sua responsabilidade ao patrimônio social.
Isso protege os ativos pessoais dos sócios em caso de problemas financeiros.
2. Direito de Regresso: O sócio que satisfaça obrigações da sociedade tem direito de
regresso contra os restantes sócios, na proporção em que cada um deva quinhoar nas
perdas da sociedade. Isso pode oferecer um mecanismo de proteção aos sócios que
contribuíram mais para a empresa.
3. Gestão Equitativa: Todos os sócios têm poderes iguais e independentes de gestão e
representação. Isso pode facilitar a tomada de decisões e evitar conflitos de poder.
4. Contribuição em Trabalho: Os sócios podem contribuir com trabalho em vez de
capital, oferecendo flexibilidade na forma como os recursos são investidos na empresa.
Desvantagens:
1. Limitação de Capital: A estrutura de sócios limita o acesso à capital externo, o que
pode dificultar o crescimento e a expansão da empresa.
2. Conflitos de Decisão: A gestão igualitária pode levar a desacordos e dificuldades na
tomada de decisões, especialmente se os sócios tiverem opiniões divergentes.
3. Dependência de Cooperação: A dependência de todos os sócios para a gestão pode
tornar a empresa vulnerável se um ou mais sócios não estiverem comprometidos ou não
colaborarem.
4. Restrição de Transformação: A empresa deve se transformar em outro tipo societário
se o número de sócios ficar reduzido à unidade. Isso pode limitar a adaptabilidade da
estrutura da empresa a diferentes cenários.

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Sociedade por Quota

Vantagens:
1. Limitação de Responsabilidade: Os sócios têm responsabilidade limitada ao valor das
quotas que subscreveram, protegendo seus ativos pessoais em caso de problemas
financeiros da empresa.
2. Flexibilidade na Contribuição: Os sócios podem contribuir com capital ou trabalho,
o que permite maior diversidade na forma como os recursos são investidos na empresa.
3. Representação Equitativa: A divisão de quotas oferece uma representação clara da
participação de cada sócio no capital social, evitando desentendimentos sobre
apropriação de lucros e poder de decisão.
4. Possibilidade de Responsabilidade Adicional: No contrato de sociedade, é possível
estipular que um ou mais sócios respondam com seu patrimônio pessoal perante
credores da empresa, o que pode aumentar a confiança dos credores e a capacidade de
obter financiamento.
Desvantagens da Sociedade por Quotas (Lda.):
1. Responsabilidade Solidária: Os sócios são solidariamente responsáveis pela
realização do capital social. Isso significa que cada sócio pode ser responsável pelas
dívidas da empresa até o valor total das quotas que subscreveram.
2. Número Limitado de Sócios: A legislação estabelece um limite de trinta sócios para a
Sociedade por Quotas, o que pode limitar o acesso a investidores e parceiros em
empresas maiores.
3. Dependência dos Sócios: A falta de um grande número de sócios pode significar que
a empresa depende fortemente do compromisso e envolvimento de cada um deles.
4. Realização de Quotas: Se um sócio não realizar sua quota pontualmente, outros sócios
podem ser obrigados a cobrir a parte em atraso, o que pode causar atritos e pressões
financeiras.
5. Restrição na Transferência de Quotas: As quotas não podem ser incorporadas em
títulos negociáveis, o que pode dificultar a transferência de participações entre sócios
ou para terceiros

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Sociedade Anónima

Vantagens:
1. Vida ilimitada: uma empresa pode continuar após o falecimento de seus proprietários e
originais;
2. Fácil transferibilidade da participação acionária: a participação acionária é dividida em
ações, que podem ser transferidos muito mais facilmente do que os interesses das empresas
individuais;
3. Responsabilidade limitada: as perdas são limitadas aos fundos efetivamente investidos.
4. Captação de capital: A divisão em ações permite uma ampla captação de capital através da
venda de ações a investidores públicos e privados, facilitando a expansão e financiamento da
empresa.
5. Emissão de obrigações: A S.A. pode emitir obrigações para obter financiamento adicional,
diversificando suas fontes de captação de recursos.
6. Possibilidade de Subscrição Pública: A S.A. pode ser constituída por subscrição pública,
permitindo que um grande número de investidores participe como acionistas.
7. Administração Ágil: O contrato de sociedade pode autorizar a administração a deliberar o
aumento de capital sem necessidade de aprovação dos acionistas, agilizando o processo de
financiamento.

Desvantagens:
1. Dupla tributação: Os lucros das sociedades podem estar sujeitos a dupla tributação: os
rendimentos das sociedades são tributados à taxa nível corporativo e (IRPC a 32%), em
seguida, os lucros pagos como dividendos são tributados novamente como rendimento aos
acionistas (IRPS).
2. Difícil constituição: A criação de uma sociedade anónima (ou corporação) envolve a
preparação de um estatuto, a redação de um conjunto de estatutos e o arquivamento de muitos
relatórios e contas exigidas, o que é mais complexo e demorado do que criar uma empresa
individual ou outros tipos de sociedade.
3. Complexidade de Gestão: A S.A. tende a ser mais complexa de administrar devido à
necessidade de cumprir requisitos regulatórios, divulgação de informações financeiras e
governança corporativa.
4. Requisitos de Divulgação Financeira: A S.A. é obrigada a divulgar informações
financeiras e operacionais de forma transparente, o que pode ser exigente em termos de tempo
e recursos.
5. Governança Corporativa Rigorosa: As S.A. estão sujeitas a regulamentações rígidas de
governança corporativa, exigindo estruturas formais de administração, comitês, relatórios e
auditorias.

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6. Complexidade Legal e Regulatória: A operação de uma S.A. envolve requisitos legais e
regulatórios mais complexos e custosos em comparação com outros tipos de empresas.
7. Responsabilidade dos Administradores: Os administradores têm uma responsabilidade
fiduciária em relação aos acionistas, o que pode expô-los a riscos legais e responsabilidade.
8. Emissão de Obrigações: A emissão de obrigações implica o pagamento de juros aos
investidores, o que pode aumentar os custos financeiros da empresa.

Sociedade por Ações Simplificada

Vantagens:
1. Facilidade de Constituição: A sociedade por ações simplificada é de fácil
constituição, permitindo a formação de uma empresa com procedimentos mais ágeis.
2. Responsabilidade Limitada: Os acionistas têm responsabilidade limitada ao valor das
ações que subscreveram, protegendo seus ativos pessoais.
3. Flexibilidade na Subscrição de Capital: Os acionistas podem subscrever e realizar
capital em dinheiro, em espécie ou através de serviços, conforme acordado no contrato
de sociedade.
4. Não Cotada em Bolsa: As ações emitidas por essa sociedade não são cotadas em bolsa,
o que pode ser vantajoso para empresas que desejam manter sua atividade e controle
mais restritos.
5. Possibilidade de Constituição por Pessoa Singular: Uma pessoa singular pode
constituir uma sociedade por ações simplificada, o que é útil para empreendedores
individuais.
Desvantagens:
1. Restrição de Cotação: As ações emitidas não podem ser cotadas ou negociadas em
mercado de bolsa, o que pode limitar a liquidez e a capacidade de atrair investidores.
2. Complexidade de Gestão: Embora seja simplificada em relação a alguns aspectos,
ainda exige cumprimento de requisitos legais, contábeis e regulatórios.
3. Falta de Experiência Prática: Como é um novo tipo de sociedade, pode haver falta de
jurisprudência e orientação clara em algumas situações.
4. Limitação de Escala: Pode não ser a melhor opção para empresas que buscam
expansão substancial ou captação de capital significativa.
5. Falta de Acesso a Mercado de Capitais: A falta de cotação em bolsa pode limitar o
acesso a financiamento por meio de emissões públicas de ações.
6. Limitações na Negociação de Ações: As ações emitidas não podem ser negociadas em
bolsa, o que pode dificultar a saída de investidores ou a transferência de propriedade.

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Resumo integrado das vantagens/desvantagens das formas de empresa

Embora, já detalhado cada tipo de empresa com seus pontos fortes e fracos, convém sumarizar
a informação de maneira integrada, mas sempre prevalece, de acordo com a especificidade de
cada empresa a constituir o que foi mencionado antes:

Empresa individual SNCL, SAS, SQ Sociedade Anónima


- O proprietário recebe todos - Pode captar mais - Os proprietários têm
os lucros (e assume todos os recursos do que as responsabilidade limitada, o
prejuízos) empresas individuais que garante que não podem
- Custo baixo de organização - Responsabilidade perder mais do que investem.
- Lucro incluído e tributado limitada - Pode alcançar porte
na declaração de rendimento - Poder de substancial com a venda de
de pessoa física do endividamento ampliado ações
proprietário com a existência de mais - As participações (ações) são
Pontos fortes - Independência sócios facilmente transferíveis
- Sigilo - Maior disponibilidade - Duração ilimitada
- Facilidade de dissolução de conhecimentos e - Pode contratar gestores
habilidades de gestão profissionais
- Lucro incluído e - Tem acesso mais fácil a
tributado na declaração financiamento
de rendimento de pessoa - Pode oferecer planos de
física dos sócios aposentadoria atraentes

- Responsabilidade ilimitada - Os proprietários podem Dupla tributação – nos lucros


- A capacidade limitada de ser obrigados a saldar as da empresa e no rendimento
captação de recursos tende a dívidas de outros sócios. individual
restringir o crescimento - Difícil liquidação e - Custo mais elevado de
- O proprietário precisa fazer dissolução da sociedade organização.
Pontos fracos de tudo um pouco - Sujeita-se à regulamentação
- Difícil conferir aos mais intensa.
funcionários oportunidades - Ausência de sigilo, pois os
de carreira de longo prazo acionistas recebem relatórios
- Perda de continuidade em anuais.
caso de morte do proprietário.

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Conclusão

Conclui-se, portanto, que para que uma empresa seja constituída é necessário que observe essa
sequência: Reserva de Nome, obtenção do Certidão Negativa, Elaboração dos Estatutos,
Abertura de Conta Bancária, Certidão Definitiva, Registo fiscal e obtenção do NUIT,
Publicação no Boletim da República, obtenção do Alvará, Início de Actividade.

E é nesse processo de reserva de nome que se atribui a forma jurídica pela qual a empresa irá
pautar-se, em termos de responsabilidade social, estatutos, alterações societárias, dissolução e
liquidação da mesma. Realça-se o facto de que, cada forma jurídica adoptada tem as suas
vantagens assim como desvantagens em detrimento de outra conforme explanado ao longo
desse trabalho.

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Referências Bibliográficas

Boletim da República. (25 de maio de 2022). Código Comercial. Decreto-Lei n.º 1/2022.
Moçambique. (21 de Agosto de 2023). Portal do Governo. Obtido de Registo de Sociedades:
https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Empresas/Registos/Registo-de-Sociedades
Brigham, E., & Ehrhardt, M. (2011). Financial Management: Theory and Practice. Thirteen
edition.

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