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O PROFESSOR
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SUMÁRIO
PROGRAMA DO E-BOOK ............................................................................................ 7
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
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Custeio por absorção parcial ....................................................................................47
Métodos de custeio ....................................................................................................48
Tradicional ....................................................................................................................48
Método do custo padrão ...........................................................................................49
Método dos centros de custos..................................................................................52
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Benefícios do Mapeamento ................................................................................... 103
Etapas do Mapeamento .......................................................................................... 104
O que é Desperdício?.............................................................................................. 105
OS 10 TIPOS DE DESPERDICÍOS .......................................................................... 105
Como enxergar os desperdícios?.......................................................................... 108
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Programa do E-book
A proposta inicial deste e-book é propiciar uma visão apropriada dos aspectos
conceituais e das metodologias de custeios que permitam distinguir o que é
irrelevante daquilo que é útil em termos de informações para a tomada de
decisão, o que é essencial à gestão dos processos. Tópicos abordados: Gastos:
Terminologia e Conceitos. Sistemas de custeio: Por processo, Por Produção e
Custeio baseado em atividades (ABC). Relação custo-volume-lucro. Análise da
variação de custos. Ferramentas de Planejamento e Controle.
A segunda parte do e-book trata da aplicação do modelo de gestão Lean
Manufacturing, que consiste em um grupo de técnicas que, quando
combinadas e amadurecidas, permitirão você reduzir e depois eliminar os dez
desperdícios. A ideia central é maximizar o valor para cliente com menos
recursos e minimizar o desperdício.
O Sistema do Lean Manufacturing não irá somente tornar sua empresa mais
enxuta, mas também irá torná-la mais próspera e sustentável, flexível e mais
responsiva por meio da redução dos desperdícios.
Objetivos específicos
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Não sobrevive a espécie mais
forte, mas a que se adapta à
mudança. ”
Charles Darwin
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INTRODUÇÃO
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contrário, desde os primórdios do período medieval, comerciantes e artesãos
asseguraram, ainda que em bases precárias, a produção e a circulação de bens
entre os domínios senhoriais. Essas pessoas habitavam os burgos, lugares
fortificados que impulsionaram a retomada da vida urbana. O estilo de vida dos
burgueses mostrava-se bem diferente daquele que ocorria dentro dos feudos,
e suas atividades estariam entre os fatores responsáveis pela destruição do
próprio sistema feudal.
Em meados do século XIII, as transformações oriundas da maneira de
distribuir os produtos e da maneira de como a sociedade civil se subsidiava fez
com que surgisse um sistema bancário e de escrituração contábil que são
utilizados até hoje. Tais atividades tiveram início com os Cavaleiros da Ordem
dos Templários.
Por volta do século XI, era a Ordem dos Templários (Ordem Militar dos
Cavaleiros do Templo de Salomão) que administrava a maior corporação
bancária internacional. Suas propriedades, verdadeiras fortificações, foram
transformadas em locais ideais para depositar dinheiro e bens de valor. Além
disso, os Templários garantiam transporte seguro para objetos de valor por
longas distâncias, efetuavam o câmbio, administravam fundos e concediam
empréstimos aos reis.
A ordem ficou rica e se expandiu. Tal fato acabou concorrendo para a sua
destruição, uma vez que a cobiça pelo negócio e capital acumulado, fez com
que o rei Felipe IV da França, Felipe O Belo, iniciasse um período de
perseguição aos cavaleiros até que estes fossem queimados em praça pública.
Os cavaleiros da Ordem dos Templários foram substituídos em sua
empreitada bancária e contábil por famílias italianas de Pisa, Florença, Veneza
e Gênova, cidades-estados em que o comércio possuía uma enorme
relevância. Bancos familiares e privados operavam com dinheiro de diversas
sociedades sem o limite do Estado ou da Igreja. Os italianos realizavam
negócios na maioria dos mercados e feiras europeias. Estes iam desde compra
e venda de produtos agropastoris e artesanato até o câmbio e empréstimos.
Para facilitar suas transações, os banqueiros italianos utilizavam letras de
câmbio. As letras de câmbio ajudavam a superar o obstáculo do tempo e a
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dificuldade de lidar com moedas em grande quantidade, fato que acabou
impulsionando ainda mais o comércio. Além disso, os italianos criaram a
escrituração contábil com partidas dobradas e o cheque. Assim, o
aparecimento de banqueiros, cambistas e usurários das mais variadas origens,
impulsionou a expansão de crédito que favoreceu as atividades comercial e
industrial, ocupações nitidamente urbanas.
O mundo do trabalho também assistiu a transformações importantes durante
a Baixa Idade Média. Nos domínios dos senhores, foram abolidas algumas
obrigações servis e os camponeses, principalmente após o século XII, passaram
a exigir pagamento em dinheiro ou em parte do excedente agrícola. Nos
burgos, desenvolveram-se as corporações de ofício, instituições responsáveis
pela organização e distribuição de determinados produtos manufaturados.
Essas associações típicas da sociedade medieval reuniam profissionais do
mesmo ramo, desde os mestres de perícia reconhecida até os aprendizes.
Entre as atribuições das corporações de ofício estava a de evitar a
concorrência entre os artesãos locais e os de outras cidades. Para tal, fixavam o
preço do produto, controlavam a qualidade das mercadorias, a quantidade de
matérias-primas necessárias à indústria e os salários dos produtores.
Todas essas mudanças provocadas pelo incremento comercial, industrial e
urbano provocaram o confronto entre as visões de mundo dos senhores
feudais, por um lado, e dos comerciantes e artesãos, por outro lado. A questão
da riqueza talvez tenha sido um dos maiores pontos de controvérsia. A riqueza,
para um senhor feudal, apesar de não estar unicamente relacionada à terra, se
associava ao número de seus vassalos diretos, isto é, dependentes e agregados
que viviam dentro de suas propriedades. Já para a burguesia, riqueza
significava poupança e investimentos adquiridos com a administração de seus
bens.
Por volta dos séculos XIV e XV, a economia da Europa ocidental passou por
uma violenta depressão, após um longo período de prosperidade. Ao mesmo
tempo, os europeus começaram a ver o mundo de um modo diferente,
questionando a ordem feudal. Associada à crise de retração econômica, a
mudança de mentalidade contribuiu para profundas modificações políticas,
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econômicas, sociais e culturais, que acabaram resultando no colapso de muitas
das estruturas do sistema em vigor. Os presságios de uma nova ordem estavam
a caminho e em breve a “Europa do latim” deixaria de existir, a modernidade
estará a caminho.
Vimos anteriormente que o comércio e a indústria não eram atividades
incompatíveis com o feudalismo. Mesmo assim, a expansão econômica na
Baixa Idade Média encontrou vários obstáculos, tais como as divergências entre
os mercadores e as corporações de ofício, o precário sistema de transportes, a
falta de moedas e de capital circulante e a distribuição desigual da renda. Outro
entrave à expansão das relações econômicas diz respeito à natureza da
economia de mercado, expressão que o economista Paul Singer define da
seguinte maneira:
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desenvolvimento do capitalismo, políticas estas que ficaram conhecidas como
mercantilismo.
Nas condições de poder descentralizado do feudalismo, alguns nobres
toleraram e até incentivaram as atividades em seus domínios de mercadores,
banqueiros, negociantes de armas e artesãos, indivíduos autônomos e
importantes na estrutura social.
Aos poucos e de maneira desigual, iniciou-se, principalmente na Europa
ocidental, uma centralização da autoridade política, fundamental ao
desenvolvimento econômico. Nesse sentido, diversos Estados nacionais
optaram por diferentes práticas mercantilistas, responsáveis por uma expansão
sem precedentes e por uma competição predatória. Nessa selva econômica,
saíram vencedores aqueles países que demonstraram capacidade de
adaptação e competitividade. Algumas práticas que emergiram desse universo
econômico tiveram como diretrizes o metalismo, a balança comercial credora,
o cameralismo e o colonialismo.
De maneira sucinta, é possível caracterizar os metalistas ou bulionistas
como indivíduos que preconizavam que a riqueza estava relacionada com a
capacidade de se conseguir acumular o máximo de ouro e prata. Essa prática
foi adotada especialmente pelos espanhóis entre os séculos XVI e XVII, graças
à descoberta de metais preciosos em suas colônias na América.
A ideia de uma balança comercial credora teve como resultado duas
práticas, que ficaram conhecidas como industrialismo e comercialismo. O
objetivo era promover um superávit da balança comercial, isto é, exportar mais
do que importar. Isso permitiria o ingresso de riquezas, expresso em entrada
de moeda metálica, no Estado nacional.
O industrialismo também se tornou conhecido como Colbertismo,
devido ao impulso que essa política recebeu de Colbert, ministro de Luís XIV.
Na França do século XVII, foi incentivada a indústria manufatureira, que tinha
produção mais regular e mais previsível do que outros setores da economia,
como a agricultura, por exemplo, e gerava bens exportáveis de maior valor
específico. Tecidos de luxo, malharia, tapeçaria, porcelana, objetos de vidro,
armas e papéis passaram a fazer parte da pauta de exportações dos franceses.
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Já os ingleses optaram pelo comercialismo através de estímulos à
produção manufatureira, especialmente de têxteis. Também foram
incentivados o desenvolvimento da marinha mercante e as atividades dos
piratas, que pilhavam os galeões espanhóis carregados de metais preciosos. A
política mercantilista inglesa dos séculos XVI e XVII coincidiu com a expansão
marítima e colonial. O resultado desta política expansionista se fez sentir no
desenvolvimento do comércio exterior e na marinha mercante britânica.
Posteriormente, no século XVIII, a Inglaterra seria o primeiro país do mundo
ocidental a realizar uma Revolução Industrial.
Fragmentados em centenas de unidades com diferentes tamanhos e
graus de soberania, os Estados germânicos adotaram uma política econômica
mercantilista que ficou conhecida como cameralismo. A política econômica
adotada pelos cameralistas teve como diretriz o aumento da riqueza tributável,
isto é, o aumento dos impostos e, como consequência, o crescimento da renda
dos Estados. Por meio de regulamentações, os príncipes das unidades políticas
mais significativas, sobretudo a Áustria, organizaram e controlaram a produção
agrícola e manufatureira. As exportações de matérias-primas e as importações
de produtos manufaturados foram proibidas.
Essas práticas sobreviveram nos Estados germânicos durante
aproximadamente três séculos. Contribuíram para que eles se aproximassem
da autossuficiência econômica no século XIX, quando foram unificadas em uma
só entidade política, a Alemanha imperial.
Na Holanda, uma ativa burguesia mercantil e bancária desenvolveu uma
política mercantilista apoiada em três sólidos pilares: a Companhia das Índias
Orientais, encarregada de dirigir o comércio holandês no Oriente (compras,
remessas de ouro, venda das mercadorias recebidas); o Banco de Amsterdã,
responsável pelo fornecimento de crédito e de moedas de todos os países aos
mercadores, para que pudessem comprar mercadorias de qualquer origem; e
uma frota mercante capaz de transportar cargas pesadas e volumosas ao longo
das rotas marítimas.
A política colonialista, por sua vez, teve como preocupação a
incorporação de extensas regiões da África, do Oriente e da América à
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economia europeia. Baseou-se no chamado pacto colonial. Pelo pacto ou
exclusivismo colonial, a colônia existiria em função da metrópole, e apenas para
ela. Isso significa que a produção colonial deveria possibilitar lucros elevados
aos comerciantes metropolitanos, que monopolizavam as importações e as
exportações. A atividade econômica das colônias deveria apenas
complementar as respectivas metrópoles, sem jamais concorrer com elas. Essa
política restritiva foi adotada por Portugal e outros Estados europeus
detentores de impérios coloniais.
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O mercado consumidor da nascente indústria britânica foi, no princípio,
a própria Grã-Bretanha, uma vez que os fabricantes se preocuparam em
produzir mercadorias socialmente úteis, tais como produtos da indústria de
cerâmica para a construção ou utilidades domésticas. Posteriormente, o Estado
incentivou uma política econômica mais agressiva e partiu para a conquista de
mercados fora de seus limites territoriais, acelerando a arrancada imperialista.
Na produção lanígera e a algodoeira, foram responsáveis pela
multiplicação das manufaturas têxteis e pela supremacia britânica no setor. A
indústria da lã estava ligada à economia camponesa, associada desde muitas
gerações à criação de ovelhas. Já a indústria algodoeira vinculava-se ao
comércio ultramarino, tanto pelo fornecimento de matérias-primas (como o
fustão e a chita dos mercados orientais), como pelo aproveitamento do
algodão cultivado em algumas áreas coloniais inglesas da América.
No curso da Revolução Industrial, desenvolveu-se a indústria de base,
representada principalmente pela metalurgia e, em especial, pela siderurgia.
Sua demanda estava ligada ao setor militar, em menor escala, e posteriormente
às ferrovias, construídas durante o primeiro quartel do século XIX e
responsáveis pelo transporte de mercadorias e de um enorme contingente de
pessoas.
O desenvolvimento do setor de transportes ferroviários só se tornou
possível graças a pudlagem e à mineração do carvão, utilizado como fonte de
energia para a indústria, uso doméstico e importante combustível para as
locomotivas. O domínio desses processos permitiu que a burguesia britânica
acumulasse bens de capital, fundamentais para a consolidação da economia
industrial.
Cabe destacar o setor técnico-científico, que alguns historiadores
apontam como um dos fatores determinantes do avanço britânico no setor
industrial. Trata-se de um tema polêmico, uma vez que não existe uma
unanimidade quanto à superioridade tecnológica e científica da Grã-Bretanha.
Assim, podemos dizer que a industrialização na Grã-Bretanha foi muito mais do
que o fruto de uma revolução técnica e científica. Ela representou uma
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mudança social profunda na medida em que transformou a vida dos homens,
sem se preocupar com os custos sociais e ambientais dessa mudança.
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necessárias à manutenção da entidade durante o período, à venda dos bens e
ao financiamento de suas atividades (Martins, 2003, p. 19). Surgiu daí a
Demonstração do Resultado do Exercício, utilizada até hoje pelas empresas”.
Com a chegada da Era Industrial, ficou mais difícil atribuir valor aos
Estoques; “seu valor de compras na empresa comercial estava agora
substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção
utilizados” (Martins, 2003, p. 19).
Houve então a necessidade de adaptar os critérios de avaliação dos
estoques industriais, seguindo o mesmo raciocínio utilizado na empresa
comercial.
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Escola Alemã
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controle para administradores e para outros usuários das informações da
entidade, sendo muito mais aplicada que a economia empresarial. É composta
por quatro segmentos básicos que direcionam suas atividades: escrituração
(Buchhaltung ou Buch-fuhrung), cálculo de custos (Kostenrechnung e
Kalkulation), orçametos (Planungsrechnung) e estatística da empresa
(Betriebsstatistik).
O primeiro elemento, a escrituração, também denominada de
Contabilidade stricto sensu, já que muitos autores alemães designam a
Rechnungswesen como Contabilidade lato sensu (ou sistema de cálculo), é
sistemática, contínua e representa o passado, e é dividida em períodos. Sua
operacionalização é o registro cronológico das variações de valor e de
composição ocorridas no patrimônio, como forma de demonstrar, ao final de
cada período, seu resultado por meio da demonstração de resultado, e a atual
situação patrimonial, por meio do balanço patrimonial. Esta Contabilidade
pode, dependendo do ramo de atividade da empresa, estar dividida em
Contabilidade financeira e Contabilidade industrial ou de exploração,
podendo esta ser subdividida de acordo com os tipos e centros de custos etc.
O segundo segmento, cálculo de custos, compreende a apuração dos
custos fora da escrituração, utilizando-se de processos peculiares para cálculo
dos custos dos produtos. Não possui o caráter formal do anterior.
O orçamento representa a parte da disciplina voltada para o
planejamento de operações futuras e constitui-se da previsão de receitas e
despesas de períodos futuros.
O último segmento, estatística da empresa, operacionaliza-se com o
desenvolvimento de tabelas e quadros, com cálculo de valores médios e
coeficientes, com a comparação e pesquisa de tendências, com a elaboração
de diagramas, ou seja, é a parte que trata da análise e ordenação dos números
que a escrituração e o cálculo de custos lhes fornecem e de outras informações
importantes, como evolução dos preços, progressão das vendas, rotatividade
dos estoques, distribuição das vendas por regiões, etc.
20
A escola americana
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orçamentos flexíveis e os preços de transferência. Como a demanda por
informações contábeis aumentou, a participação da Contabilidade dentro das
organizações ampliou-se. Os contadores passaram a trabalhar na preparação
dos orçamentos, a dar assistência no trabalho de determinação de preços e nas
operações de controle interno das organizações.
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Por se tratar de uma visão nova, de apenas algumas décadas, ainda está
em desenvolvimento e são necessárias certas adaptações aos Princípios e às
Regras geralmente aceitas na Contabilidade de Custos, pois sua finalidade era
apenas avaliar os estoques e não para fornecer dados a Administração.
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Contabilidade Geral
Contabilidade de Custos
Contabilidade Contabilidade
Financeira Gerencial
Falk (2001, p. 18) apresenta através desta figura uma comparação, dentro da
Contabilidade Geral, da Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e
Contabilidade de Custos. Segundo ele, a Contabilidade Financeira fornece
informação primariamente para pessoas e entidades externas à instituição, tais
como: bancos, fornecedores, sócios, governo e organizações financeiras.
Normalmente consiste em informação referente a receita, balanço, fluxo de
caixa e alterações em fundos específicos.
A Contabilidade Gerencial, por outro lado, tem mais uma utilização
interna e fornece informação aos administradores a fim de melhor gerenciar a
instituição. Os relatórios não têm formato pré-definidos e podem ter
informação sobre custos em âmbito departamental, negociações sobre preços
e taxas a cobrar, e normalmente são direcionados para o planejamento
estratégico e análise da rentabilidade da organização.
A Contabilidade de Custos inclui a Contabilidade Gerencial, mas focaliza
também certos elementos da Contabilidade Financeira que estão intimamente
relacionados com “a medição e o registro de custos”, que precisam ser
encaminhados a entidades externas reguladoras.
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COMPONENTES DOS CUSTOS DAS EMPRESAS
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QUADRO COMPARATIVO ENTRE A APURAÇÃO DO RESULTADO
DAS EMPRESAS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
EMPRESA COMERCIAL EMPRESA INDUSTRIAL
Receita Líquida de Vendas Receita Líquida de Vendas
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (-) Custo dos Produtos Vendidos - CPV
= Lucro Bruto com Mercadorias + Estoque inicial de materiais diretos
(-) Despesas Operacionais + Compras de materiais diretos
- Administrativas + Gastos com a Mão de Obra Direta
- Despesas com vendas + Demais Custos Indiretos de
Fabricação
- Financeiras (-) Estoques finais de matérias primas
- Tributárias (-) Estoques finais de produtos (pe e
pa)
= Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
- Administrativas
- Despesas com vendas
- Financeiras
-Tributárias
= Resultado Operacional = Resultado Operacional
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Exemplo Gastos: Gastos com compra de matéria-prima.
DESPESA - São os
bens ou serviços
(gastos) consumidos
direta ou
indiretamente para
obtenção de receitas.
Exemplo: Salários e
comissões.
CUSTOS DIRETOS
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CUSTOS INDIRETOS
São custos que não podem ser identificados diretamente aos produtos.
Não podem, portanto, ser quantificados, pois, precisam ser distribuídos por
meio de rateio. São custos relacionados muito mais à atividade, que
propriamente a fabricação dos produtos. Exemplo: aluguel, iluminação,
encargos de
depreciação, mão
de obra dos
supervisores e
dos gerentes da
fábrica, gastos
com manutenção
das máquinas,
honorários do
diretor industrial,
etc.
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Características dos custos
CUSTOS FIXOS
CUSTOS VARIÁVEIS
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Exemplo: Aquisição de máquinas para a produção.
PERDA E DESPERDÍCIO
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CUSTOS SEMIVARIÁVEIS: São custos que variam juntamente com o nível
da produção, entretanto, tem uma parcela fixa existente independentemente
de haver produção.
Exemplos:
A energia da fábrica varia na medida em que a produção vai
acontecendo, contudo, se não houver produção, a empresa pagará uma taxa
mínima à companhia energética fornecedora da energia.
Tijolos refratários para altos-fornos aumentam seu consumo à medida que a
produção também aumenta, entretanto, se não houver produção, os tijolos
deverão ser empregados, em quantidade específica, para que os fornos não
esfriem.
CUSTOS SEMIFIXOS: São Custos que são fixo numa determinada faixa
da produção, mas variam se há mudança da faixa da produção.
Exemplo:
Supervisores de produção: na medida em que o volume de produção vai
crescendo na escala produtiva, exige a necessidade de mais supervisores.
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Princípios fundamentais aplicados à contabilidade de custos
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acordo com a estrutura de custeio escolhida pela empresa. Ou seja, o plano de
contas, no que se refere aos custos, deve ser de tal forma que facilita ao máximo
o processo extra contábil de apuração dos custos aos produtos. Por exemplo,
se a produção é contínua, o processo de apuração, é de acumulação dos custos
por fase, até se chegar ao produto acabado. Daí, seria melhor utilizarmos na
contabilidade, um sistema de contas por departamentos produtivos que
acumulassem os custos até o departamento de acabamento do produto. Por
outro lado, se a produção é por ordem, ou seja, por encomenda, valeria mais a
pena, montar um plano, em que se controlassem por encomenda, os gastos
incorridos, de tal forma, que ao final se teria numa única conta, o custo total do
pedido.
Na Contabilidade Industrial, as principais contas específicas são os
estoques e as contas de custos de produção, como por exemplo:
ESTOQUES
Estoques de materiais
o Estoques de materiais diretos
o Estoques de materiais indiretos
Custos Diretos
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Custos Indiretos
Mão de obra indireta, incluindo todos os encargos sociais.
Aluguel
Depreciação de máquinas
Gastos com manutenção
Vigilância da fábrica
Impostos de bens imóveis (IPTU)
Energia não consumida no processo de produção
Conta de telefone, água e esgoto não consumido diretamente na
produção
Etc.
Custos diretos
Materiais diretos
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UEPS E O CUSTO MÉDIO. Portanto, quando do cálculo do consumo dos
materiais diretos, podemos resumidamente identificá-lo através da seguinte
fórmula:
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TOTAL DA NOTA FISCAL DO FORNECEDOR DO MATERIAL DIRETO
(-) ICMS DESTACADO NO DOCUMENTO FISCAL, EMBUTIDO NO PREÇO
(-) IPI DESTACADO NO DOC. FISCAL, ACRESCIDO AO PREÇO
+ VALOR TOTAL DO CTRC
(-) ICMS DESTACADO NO CTRC
+ SEGURO PAGO PELO TRANSPORTE DA MATÉRIA PRIMA
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Temos também uma mão de obra indireta localizada em um
departamento produtivo direto. Imaginemos aquele tempo disponível para o
trabalho nos produtos, mas que por qualquer motivo não foi utilizado nestes
produtos. Fato comum neste aspecto é o que ocorre com a nossa legislação
trabalhista e previdenciária, pois os trabalhadores recebem na folha de
pagamento um mínimo de 220 horas/mês. Entretanto, este trabalhador não
está disponível para o trabalho as 220 horas, se considerarmos os sábados não
trabalhados, os domingos e os feriados, ele estará à disposição para a
produção um percentual relativamente menor que estas 220 horas. Supondo
que ele estivesse 190 horas a disposição para a produção. Entretanto
provavelmente, ele também não trabalhará as 190 horas nos produtos, devido
à falta de matéria prima, de pedidos, tempo ocioso com idas aos banheiros,
lanches etc. Daí este tempo efetivamente produtivo ainda diminui. Portanto,
podemos considerar como Mão de Obra Indireta aquele tempo que foi
remunerado na folha de pagamento aos empregados produtivos, mas que
efetivamente não foi computado para a realização da fabricação.
Custos indiretos
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Demais custos fabris e outros muitos, todos não identificáveis com a
produção e não quantificáveis.
A soma dos custos indiretos de fabricação é chamada de CIFS (CUSTOS
INDIRETOS DE FABRICAÇÃO). Dado a sua própria natureza, de não poder ser
facilmente identificável aos produtos, os Custos indiretos precisam de métodos
que possam em uma base razoável e coerente com a realidade da empresa,
ser atribuídos aos produtos. Esses métodos são denominados de CRITÉRIOS
DE RATEIO. Rateio é um artifício empregado para distribuição dos custos, ou
seja, é o fator pelo qual vamos dividir os CIFS. Várias são as bases de rateio que
podemos empregar. Devemos sempre utilizar aquela que melhor espelhe a
realidade operacional da empresa. As bases mais conhecidas são:
Unidades produzidas;
Horas de MOD;
Valor da MOD;
Matéria prima;
SISTEMAS DE CUSTOS
38
CUSTOS INDUSTRIAIS
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longo prazo, quanto à utilização dos fatores de produção e a avaliação dos
estoques de matéria-prima, de produtos em processo e de produtos acabados.
Sabe-se que o papel da contabilidade de custos, como instrumento de
gestão de administração empresarial, é fornecer informações úteis para
valoração de estoques e apuração do resultado, planejamento e controles
operacionais, e tomada de decisões. Entretanto, deve-se ressaltar que a
literatura acerca da contabilidade de custos tem dedicado elevado percentual
de páginas aos primeiros objetivos. Deve-se reconhecer, porém, que obras
mais recentes revelam uma tendência cada vez maior para a tomada de
decisões.
Leone (2000, p.19) considera que “para cada necessidade, a
contabilidade de custos projeta e produz uma informação diferente de custos”,
ou seja, de acordo com a informação requerida, a contabilidade de custos
proverá os dados precisos para o dito fim.
Outros autores, como Polimeni, Fabozzi e Frank et al. (1995) e Martins
(2001), também indicam o mesmo: a informação que provê um sistema de
contabilidade de custos deve estar de acordo com as necessidades gerenciais,
ajustando-se às modificações que ocorrem no processo de manufatura, pois
dela dependerá o sucesso das decisões tomadas.
Em termos de vantagem competitiva, Porter (1986) propôs duas formas
genéricas em que as empresas podem desenvolver vantagem competitiva
sustentável: baixo custo e diferenciação. Baixo custo e diferenciação
apresentam como objetivos:
a) baixo custo - o foco principal desta estratégia é obter um baixo custo
em relação aos concorrentes, o que se pode conseguir mediante economias
de escala de produção, efeito da curva de aprendizagem, rígido controle e
minimização de custos;
b) diferenciação - o foco principal desta estratégia é diferenciar a oferta
de produtos da unidade de negócios, criando um diferencial que seja
percebido pelos clientes como sendo algo único.
Dessa forma, a liderança em custos é considerada como uma das
principais estratégias competitivas.
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Sistema de gestão de custos
Objetivos e finalidades
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c) fornecer informações que servem ao planejamento e ao processo
decisório, quanto a preços, controle da produção, alocação de novas linhas de
produção, fabricação interna, dentre outros.
Segundo Matz (1976, p.49), “para o termo custo não é fácil encontrar
uma definição ou explicação que não deixe dúvida quanto ao seu significado.
”
As dificuldades para a definição de custos e despesas residem no
emprego de conceitos sempre seguidos de atributos, misturando aspectos
financeiros, econômicos, contábeis, populares, além da dificuldade de
entender qual a diferença entre eles.
Nesse sentido, como forma de reduzir as dificuldades apontadas, são
resumidas as conclusões a que chegaram alguns autores já Martins (2001),
Lawrence (1977) e Horngren (1985). Tais autores definem o custo como
consumo de fatores de produção para a obtenção de um produto, serviço ou
de uma atividade. As despesas são definidas como gasto consumido direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas, ou seja, se bens ou serviços forem
utilizados no processo produtivo, tem-se um custo. Entretanto, se forem
consumidos com outro fim, como para obtenção de receitas, tem-se uma
despesa do período, isto é, os gastos necessários para vender e enviar os
produtos, de modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e
comerciais. Gastos, define-se como sacrifício econômico e financeiro
necessário ao alcance de quaisquer objetivos.
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A diferença entre gasto, custo e despesa pode ser visualizada na Figura.
Custo Produção
Gasto
Despesa Período
Pode-se assumir uma regra prática para fazer a distinção entre esses
termos. Até o momento em que os produtos estão prontos para a venda, tem-
se custos, a partir desse momento, tem-se despesas. Valores irrelevantes
devem ser considerados como despesa, segundo o Princípio de
Conservadorismo e Materialidade. Os valores, cujo rateio é arbitrário, também
devem ser considerados como despesas do período.
Assim, conclui-se que a distinção ocorrida entre custo e despesa é
importante para o cálculo da demonstração de lucros e perdas.
Custeio
Princípios de custeio
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Bornia (1995) cita três princípios básicos de custeio: a absorção total, a
absorção parcial e o custeio direto, sendo que as diferenças básicas entre eles
se mostram pelas separações dos custos pelas suas naturezas. Ou seja, é o
tratamento que é dado aos custos fixos e variáveis quando de sua consideração
nos produtos e serviços.
No Brasil, pelos critérios contábeis geralmente aceitos, apenas o
princípio de custeio por absorção total é aceito como válido, inclusive para
efeitos fiscais do Imposto de Renda (IR). No entanto, isto não impede que
internamente a empresa adote o critério que melhor atenda às suas
necessidades de controle e informação, desde que nos relatórios contábeis
para os usuários externos, ajustem-se os valores de acordo com o custeio por
absorção total.
A diferença entre ambos reside no tratamento dado aos custos indiretos
fixos de fabricação. No custeio variável consideram-se como elementos do
custo de fabricação somente a mão-de-obra direta, os materiais diretos e o
componente variável dos custos indiretos de fabricação, sendo a parcela fixa
deste custo considerada como despesa do período. Já no custeio por absorção
total, todos os custos de produção, quer sejam diretos ou indiretos, fixos ou
variáveis, são alocados ao custo dos produtos.
A controvérsia existente em torno dos três princípios é que os defensores
do custeio por absorção total consideram que todos os custos incorridos no
processo produtivo devem ser agregados aos produtos, independentemente
de serem eles, identificáveis ou não com o produto. Já os defensores do
princípio por absorção parcial consideram apenas a parcela do custo bom, ou
seja, separa-se a parcela relativa às perdas ocorridas durante o processo
produtivo. Ao passo que os defensores do custo variável consideram os custos
indiretos fixos como custo do período (despesa) por não estarem diretamente
ligados ao produto elaborado.
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Tipos de custeio
45
outro lado, também, ao contrário do custeio por absorção total, por não
distribuir os custos fixos pelos produtos, obriga-se a uma análise deles na sua
forma original, portanto, sendo mais fácil detectar suas variações.
Nos últimos anos, a utilização do custeio direto foi aumentando por ser mais
apropriado às necessidades de planejamentos, controle e tomada de decisões
da gerência.
46
fixos, mais de materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de
fabricação variáveis.
CUSTEIO
CARACTERÍSTICAS Variável Integral Absorção
Alocação dos custos fixos aos produtos Não Sim Sim
Alocação das perdas aos produtos Não Sim Não
Necessidade da definição de capacidade Não Não Sim
Relevância para decisões de curto prazo Alta Baixa Baixa
Relevância para decisões de longo prazo Baixa Média Alta
Relevância para o processo de mediação das Baixa Média Alta
perdas
Objetivos a que se destinam Gerencial Fiscal Gerencial
47
Métodos de custeio
Tradicional
48
Método do custo padrão
Preço
Custo-padrão
Quantidade
Figura 10 – Custo-padrão
Fonte: Viceconti e Neves (2000, p.182).
49
e) no sistema de custo-padrão produzem-se relatórios que tornam
possível um controle mais rápido das operações por parte da administração;
f) os custos-padrão oferecem grandes facilidades para o trabalho de
avaliação dos estoques.
Jacobsen e Backer (1997) também observam a predeterminação do
custo do produto ao identificarem o planejamento baseado em condições
ideais de eficiência e volume.
Na opinião do Kliemann Neto (2001), este método tem é mais utilizado
para controlar e acompanhar a produção do que propriamente para medir seus
custos. Deve ser encarado como um instrumento de apoio gerencial que
permite a avaliação de responsabilidades, bem como a identificação de
medidas corretivas e oportunidades de redução de custos, o que acaba
provocando constantes correções nos padrões monetários. Desta forma, estes
padrões são custos predeterminados, cuidadosamente apurados e deveriam
ser atingidos dentro de condições operacionais eficientes.
Para Bornia (1995, p.22), o objetivo principal da metodologia do custo
padrão é fornecer:
50
da empresa, sem nenhuma parada por qualquer motivo,
a não ser as já programadas em função de uma perfeita
manutenção preventiva, dentre outros.
51
marketing e vendas e no serviço pós-venda não podem ter sua origem
atribuída aos produtos e clientes individuais com esses sistemas de custeio. Em
grande parte, devido ao fato de essas outras categorias de custos não serem
consideradas inventariáveis ou parte do cálculo do custo de bens vendidos em
um demonstrativo de resultados periódicos, presta-se pouca atenção à
atribuição dessas categorias de custo a produtos e clientes individuais
(ATKINSON, 2000).
Outra limitação dos sistemas de custo padrão deriva de sua utilização
para controle de custos e monitoramento da eficiência. Segundo Atkinson
(2000) esse uso, oferecendo feedback através de variações mensais, baseia-se
em um sistema de padrões de trabalho e custos-padrão desenvolvidos há um
século por engenheiros do movimento de administração científica. Esse
sistema de padrões de custos e de trabalho reflete uma filosofia na qual
engenheiros e gerentes determinam as tarefas dos operadores.
As limitações específicas dos sistemas de custo padrão para o controle
operacional são representadas pelo: atraso nos relatórios; utilização de
medidas exclusivamente financeira; direção de cima para baixo; foco na
melhoria da tarefa local; e controle individual e pela adoção de padrões
históricos.
Como menciona Bornia (1995, p.68), o método do custo padrão é:
52
Martins (2001), método das seções homogêneas, é provavelmente a técnica de
alocação de custos aos produtos mais usada no Brasil e no mundo. Segundo
Bornia (1995) a sua sistemática representa, perfeitamente, os procedimentos
da contabilidade de custos tradicional.
Segundo Bornia (2002) esse método trabalha apenas os custos de
transformação, não sendo apropriado para os custos de matéria-prima. A
característica principal desse método é a divisão da organização em centros de
custos. Os custos são alocados aos centros, por meio de bases de distribuição
e, depois, repassados aos produtos por unidades de trabalho.
Bornia (1995) cita as principais informações fornecidas pelo método dos
centros de custos: a identificação da natureza dos gastos; a identificação dos
gastos por áreas funcionais (departamentos); e a boa base de relação entre o
consumo dos gastos e a finalidade para os quais estes gastos foram aplicados
através dos critérios de distribuição.
No entanto, este método apresenta algumas limitações a responder a
uma das questões básicas de um sistema de custos. O que ele não responde é
a questão da eficiência e da perda da ociosidade. Esta é apontada como sua
principal deficiência. O método não separa dos custos bons, ou seja, os gastos
efetivamente empregados na produção, a parcela ruim, quais sejam as perdas
por ociosidade e ineficiência. Além disso, vários gastos são distribuídos aos
produtos sem que haja uma rigorosa identificação das atividades que os
originaram, como é feito pelo método ABC.
Outra limitação deve-se à alocação dos custos aos produtos de forma
muito simples em empresas que possuem um único produto. Essa não é uma
característica comum às empresas, haja vista que elas fabricam mais de um
produto. Nesta situação, a alocação dos custos fixos aos produtos necessita de
maiores considerações, além de técnicas e métodos mais sofisticados
(BORNIA, 1995).
O método dos centros de custos, primeiramente, divide a empresa em
centros de custos, que é a menor unidade de acumulação de custos
considerada pelo método. Em seguida, distribui todos os itens de custos a
53
serem alocados aos produtos nestes centros, mediante bases de rateio. Dessa
forma, conseguem-se os custos totais do período para cada centro de custos.
Em um segundo momento, os custos são alocados a partir dos centros
produtivos que trabalham diretamente com a produção, os produtos. Para isto,
os custos dos centros auxiliadores de produção, que são utilizados
basicamente para execução de serviços e transferidos para aqueles que deles
se beneficiam mediante bases de rateio, ditas secundárias.
Em seguida, os custos acumulados nos centros de custos produtivos são
alocados aos produtos, segundo critérios fixados. Os principais critérios ou
bases de rateios empregados são a hora de MOD, horas-máquina e custo de
MOD, quando estes são os itens de custos mais significativos. Entretanto,
quando não o são, os custos dos centros são atribuídos aos produtos,
lançando-se mão de várias bases de rateio.
Para Martins (2001, p.83) “a departamentalização é obrigatória em
custos para uma racional distribuição dos custos indiretos”. Resumidamente,
cada departamento pode ser dividido em mais de um centro de custos, de
produção e de serviços.
Departamento é conceituado por Martins (2001, p.70) como “a unidade
mínima para a contabilidade de custos, representada por homens e máquinas
(na maioria dos casos), que desenvolve atividades homogêneas”.
Para a apropriação dos custos indiretos é necessário que os
departamentos de produção absorvam os custos dos departamentos de
serviços mediante rateios e, somente então, serão atribuídos aos custos da
produção.
Para Bornia (1995), há certa dificuldade no uso deste método para apoio
ao melhoramento constante do processo produtivo, apesar de a primeira fase
do método funcionar bem em ambientes modernos de fabricação,
propiciando informações de quanto foi despendido e quais centros de custos
são os responsáveis pelos gastos. A dificuldade se revela na determinação dos
custos dos produtos e na localização das perdas para o processo de melhoria.
Por não trabalhar com atividades, torna-se difícil a diferenciação entre custos e
perdas nos vários centros de custos.
54
ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA AVALIAÇÃO DE
ESTOQUES E APURAÇÃO DE RESULTADO
DIAGRAMA I
DETALHAMENTO DAS CONTAS DE CUSTO REFERENTES A ESTOQUES
55
DIAGRAMA II
INTEGRAÇÃO DA CONTABILIDADE GERAL COM A CONTABILIDADE DE CUSTOS
56
As saídas dos materiais requisitados para utilização na produção são
registradas a crédito de MATERIAIS DIRETOS e a débito de PRODUTOS EM
ELABORAÇÃO.
A diferença entre os débitos e créditos lançados na conta corresponde
ao valor dos materiais não empregados no período, que constituirão o estoque
inicial do período seguinte. Caso a empresa levante o Balanço neste momento,
este estoque será classificado no Ativo Circulante.
Os gastos relativos à remuneração dos empregados diretamente ligados
à produção (inclusive encargos sociais) são denominados de MÃO DE OBRA
DIRETA (MOD) e debitados a uma conta específica com este nome, em
contrapartida à conta representativa de Salários e Encargos a Pagar. O que são
empregados "diretos" e como se calcula sua remuneração (inclusive encargos)
são temas analisados no item 6.3.
A conta de MÃO DE OBRA DIRETA é encerrada no final do período
contra PRODUTOS EM ELABORAÇÃO.
O restante da folha de pagamento relativa ao pessoal da fábrica que não
seja classificada como MOD é denominada de MÃO DE OBRA INDIRETA
(MOI).
Os demais gastos efetuados na produção e que não correspondam ao
consumo de Materiais Diretos ou ao pagamento de Mão de Obra Direta são
chamados de GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO (GGF). São, entre outros:
Materiais Indiretos
Mão de Obra Indireta
Energia Elétrica
Combustíveis
Manutenção de Máquinas
Conta de telefone da fábrica
Aluguel da fábrica ou de equipamentos
Depreciação e Seguros da fábrica
Imposto Predial
57
Estes gastos serão debitados à conta de GASTOS GERAIS DE
FABRICAÇÃO, com contrapartida em CAIXA, BANCOS ou CONTAS A PAGAR.
No caso de Seguros e Depreciação, a contrapartida será em DESPESAS
ANTECIPADAS e DEPRECIAÇÃO ACUMULADA, respectivamente.
No final do período, a conta de GGF é encerrada contra PRODUTOS EM
ELABORAÇÃO.
Como visto, as contas de custo são encerradas contra a conta de
PRODUTOS EM ELABORAÇÃO. Esta conta, que pode ter um estoque inicial
representativo de produtos ainda não terminados, oriundos do período de
produção anterior, recebe a seu débito todo o CUSTO DE PRODUÇÃO do
período. À medida em que, no próprio período, os produtos vão sendo
terminados, a conta será creditada pelo valor de custo a eles relativos. No final
do período, seu saldo devedor corresponderá ao estoque remanescente de
produtos não acabados e irá constituir o estoque inicial destes no período
seguinte.
A conta de PRODUTOS ACABADOS recebe a seu débito o valor de custo dos
produtos acabados no período (CUSTO DA PRODUÇÃO ACABADA). À
medida em que estes produtos forem sendo vendidos, a conta será creditada
pelo valor de custo a eles referentes. Seu saldo, ao final do período,
corresponderá aos produtos acabados que não foram vendidos e constituirá o
estoque inicial do período seguinte.
A conta CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS recebe a seu débito o
valor correspondente ao custo dos produtos comercializados pela empresa.
Por se tratar de conta de resultado, será encerrada no final do período contra a
conta de APURAÇÃO DE RESULTADO. Seu valor, deduzido das VENDAS
LÍQUIDAS, corresponderá ao LUCRO BRUTO da empresa industrial e é
também denominado de RESULTADO INDUSTRIAL.
58
Contemporâneo
59
$ $ $
Despesas Despesas Despesas
relativas a relativas a relativas a
recursos recursos recursos
(1) (2) ••• (x)
60
entre atividades e produtos. Utilizando-se o conceito de cost drivers
(direcionadores de custos ou vetores), apura-se o custo das diversas atividades,
sendo esses custos alocados aos produtos via direcionadores específicos. O
interesse desta técnica concentra-se nos gastos indiretos, sendo o objetivo do
sistema a atribuição mais precisa de gastos indiretos ao bem ou serviço
produzido pela empresa.
O objetivo do sistema é a atribuição mais criteriosa de gastos indiretos
ao bem ou serviço produzido na empresa. Já as finalidades desse sistema são
apropriar os custos às atividades executadas pela empresa, obter controle mais
efetivo dos custos e das despesas da empresa e dar melhor suporte às decisões
gerenciais.
Considera-se atividade tudo aquilo que é executado em uma empresa.
A fabricação de um produto envolve atividades diretas e indiretas ligadas ao
processo de manufatura. Essas atividades incluem o sistema de relação cliente
e fornecedor (compra de materiais), os tempos de preparação da máquina (set-
up time), o controle do fluxo de materiais, o controle do chão de fábrica, as
atividades ligadas às vendas e uma série de outras atividades.
Para atingir a sua finalidade, as atividades consomem recursos, e os
produtos consomem as atividades. É necessário analisar quais as atividades
dentre as envolvidas no processo de manufatura, desde a compra até a
expedição do produto, agregam valor ao produto e quais deverão ser
eliminadas por não lhe agregarem valor.
Assim, verifica-se que as atividades diferem de empresa para empresa,
sendo indispensáveis discernimento, bom-senso, capacidade de observação,
sobretudo, conhecimento das operações da empresa, para que se consiga
identificar, adequadamente, as atividades significativas.
61
custos, isto deverá ser levado em conta. Assim, nesse tipo de custeio, são
utilizadas bases específicas na alocação dos custos para cada atividade, sendo,
portanto, possível mensurar com maior precisão, a quantidade de recursos
consumidos para cada produto durante a fabricação (SHANK E
GOVINDARAJAN, 1995; BRIMSON, 1996).
Os direcionadores de custos são transações que determinam a
quantidade de trabalho e não a sua duração. É através deles que se determina
o custo real do produto, propiciando um melhor rateio dos CIFs. A análise dos
direcionadores de custos consiste em examinar, quantificar e explicar seus
efeitos às atividades, produtos e clientes.
Para a seleção dos direcionadores de custos, devem-se considerar os
seguintes fatores:
a) facilidade ou dificuldade de coletar e processar os dados relevantes, já
que os custos de mensuração, juntamente com os custos associados aos
erros de decisão determinam o sistema ótimo de custeio ABC;
b) grau de correlação com o consumo de recursos. Por exemplo: o número
de pedidos atendidos deve ser proporcional ao montante de recursos
consumidos para atendê-los;
c) efeitos comportamentais, que é o critério que oferece o maior grau de
risco na escolha dos direcionadores.
Estabelecer os direcionadores constitui-se fase principal do sistema de
custeio por atividade e, para consegui-los, deve-se conhecer o processo de
fabricação.
Pamplona (1994) faz referência à escolha dos direcionadores, expondo só o
grau de correlação citado, o que não é suficiente. Pode-se afirmar que isso
ocorre pelo fato da correlação entre o direcionador de custos e os custos
incorridos serem unitários para que o custeio dos produtos possa ser
considerado preciso. Mas é improvável que isto aconteça. Dessa forma, o
pesquisador propõe a utilização do F de Snedecor como auxílio à escolha dos
direcionadores. A Fórmula do F de Snedecor é:
62
F = r2 (n-2)
1 – r2
Onde:
r = coeficiente de correlação;
n = tamanho da amostra.
Como exemplo das bases de alocação não relacionadas com o volume
de produção, pode-se indicar o número de vezes de preparação de máquinas.
Estes são apurados dividindo-se todos os custos e preparação pelo número de
vezes de preparação.
De maneira geral, nas empresas existem algumas atividades que
ocorrem, mas em todas elas somente alguns direcionadores de custos são
críticos e possuem um impacto significativo no sucesso da empresa. A Figura
14 mostra alguns direcionadores na visão de Padoveze (1996).
DEPARTAMENTOS DIRECIONADORES
Compras Ordens de compras.
Energia Kwh Consumo de energia.
Depreciação Horas-máquina.
Pessoal e recrutamento Número de empregados.
Recebimento e expedição Unidades manuseadas;
Quantidade de embarque;
Quantidade de recebimento;
M2 ocupados pelos materiais.
Manutenção Horas de máquinas ou homens- trabalhadas;
Quantidade de pessoal e equipamentos
ocupados à disposição de cada produto.
Planejamento e controle de Quantidade de ordens controladas.
produção
Engenharia Horas de análise trabalhadas.
Quantidades de processos desenvolvidos.
Pessoal ocupado à disposição de cada linha de
produção.
Almoxarifado e M2 ocupados.
movimentação de materiais Quantidade de itens estocados;
Volumes manuseados;
Equipamentos à disposição de linhas de
produção;
Quilometragem percorrida.
Figura 14 - Departamentos versus direcionadores
Fonte: Padoveze (1996, p.238-239).
63
Implementação do sistema de custeio baseado em atividades
64
Segundo Cogan (1994b) para a implantação do custeio ABC, deve-se
considerar certos aspectos:
a) o primeiro aspecto consistirá na confirmação de que a diretoria da
empresa tenha conhecimento do sistema e que está disposta não só a investir
nele os recursos humanos e econômicos requeridos, como também a
concretizar as mudanças organizacionais que venham a ser recomendadas;
b) em seguida o sistema requererá recursos humanos e equipamentos
eletrônicos (computadores, hardware e software);
c) por último, a identificação correta de direcionadores de custos é outro
fator importante, haja vista quanto menor a correlação do direcionador de
custos como o consumo real da atividade, maior o número de direcionadores
de custos serão necessários.
Origem e evolução
65
congressos e seminários, e a partir daí, surgiram divulgações em nível de
dissertações de Mestrado.
66
Segundo Bornia (1995:45):
67
O ponto principal, todavia, é a que a constância das relações, base da
teoria ora apresentada é encontrada realmente na prática, com ótima
aproximação, quaisquer que sejam as variações das condições econômicas,
dos salários e dos preços. As excelentes propriedades das relações,
evidenciadas precedentemente, são determinadas desta constância.
Fica evidente, portanto, que as relações entre os esforços de produção,
apresentam uma constância muito grande, fazendo por ser, a base de todo o
método.
c) Princípio das estratificações
Relacionado diretamente ao princípio das relações constantes, o princípio das
estratificações apregoa que, uma vez unificada a produção diversificada das
empresas multiprodutoras, estatisticamente, é como se estas empresas fossem
monoprodutoras, pois, é como se fabricassem apenas um produto, uma vez
que toda a produção foi mensurada em apenas uma unidade de medição.
A operacionalização do método
68
Portanto, o método das UEPs concentra a sua aplicação sobre os custos de
transformação, ou seja, o método se torna eficaz na medida em que consegue
medir os esforços dos postos operativos e apropriá-los aos produtos à medida
que estes vão sendo processados.
Cálculo das UEP.
A metodologia de operacionalização dos esforços de produção, passa
pelos seguintes procedimentos básicos, segundo Bornia (1995):
a) Definição de todas as operações de fabricação, ou postos operativos,
máquinas ou postos manuais;
b) Identifica-se, para cada posto operativo, o custo horário. Ressaltem-se as
ideias de Bornia (1995:47):
69
f) Multiplicando-se as quantidades de cada produto pelo seu valor em UEP
unitário, encontramos o total da produção do período em UEP.
g) Dividindo-se o total dos custos de transformação do período pela
quantidade total em UEP do período, encontra-se o valor de uma UEP,
e assim multiplicando pela quantidade de UEP de cada produto,
encontram-se os custos unitários de cada um deles, no período.
Vantagens
a) Simplicidade
c) Linguagem Comum
70
Desvantagens
Métodos
Características Centro de
Custo - Padrão ABC UEPs
Custos
Análise dos Custos de MP Boa Não Faz Não Faz Não faz
Análise dos custos indiretos de fabricação Ruim Boa Boa Boa
Potencial para medição de perdas Ruim Ruim Bom Bom
Análise das despesas de estrutura Ruim Regular Bom Ruim
Tabela 3.2: comparação entre os princípios de custeio
Fonte: Bornia, 1995 p.67
71
Note-se que, os princípios de custeio tornam-se eficientes na medida de
suas finalidades, não existindo este ou aquele princípio que seja totalmente
aplicável a todos os objetivos empresariais, cabendo à organização, escolher
aquele que melhor atenda aos seus objetivos primordiais. Estes objetivos
devem estar relacionados, dentre outras coisas: com a melhor apuração dos
custos de produção possíveis, com as análises das variações de
comportamento entre os padrões estabelecidos, com as medições de perdas
por ociosidade e ineficiência, com objetivos estratégicos de longo prazo, com
decisões de curto prazo quando do melhor aproveitamento da capacidade,
com o atendimento a usuários de relatórios externos e tantos outros, a escolha
do princípio de custeio a ser adotado deve levar em conta todos estes aspectos,
de modo a ser o mais útil possível.
Da mesma forma que os princípios de custeio, os métodos de
custeamento precisam atender aos diversos objetivos empresariais. Ou seja, a
escolha dos métodos de custeio a serem utilizados pela empresa devem
contribuir para alcance dos objetivos que devem concentrar-se em uma melhor
identificação do custo dos produtos em si, abrangendo as finalidades de
controle dos gastos e redução de perdas, sinalizando sobre o processo de
ações a serem tomadas para um contínuo processo de melhoria de
desempenho de sua performance.
Conclusões
72
elaboração dos produtos ou serviços. Além disso, os métodos de custeio
apresentados centralizam suas atenções no custeio dos produtos.
Já o custeio baseado em atividade vai além do custeio dos produtos,
organizando as informações de custos por atividades, o que permite análises
de médio e longo prazos e promove o aperfeiçoamento da empresa por meio
do gerenciamento das atividades. Por esse motivo, para fins desta pesquisa,
resolveu-se adotar o ABC. A Figura 15 apresenta as principais características de
cada método de custeio.
CARACTERÍSTICAS MÉTODOS
CUSTO-PADRÃO RKW ABC
Análise dos custos de MP Boa Não faz Não faz
Análise dos CIF Ruim Boa Boa
Potencial para medição das perdas Ruim Ruim Bom
Análise das despesas de estrutura Ruim Regular Bom
Figura 15 - Características dos métodos de custeio
Fonte: Bornia (1995, p.68).
73
Sistemas de apuração, distribuição e alocação de custos (custeio)
Custeio por Absorção (Sistema legalmente aceito pelo Fisco e pelas Auditorias
Externas)
Este sistema de custeamento tem sua característica principal
fundamentada na distinção entre custos e despesas, uma vez que as despesas
são lançadas diretamente no resultado do exercício, e somente os custos
variáveis terão o mesmo tratamento.
Já os custos fixos não poderão ser lançados integralmente ao resultado
do exercício, caso a produção não seja totalmente vendida ou, ainda, se
permanecer uma parte desta produção em processo produtivo ou ativado em
estoques.
Neste caso, os custos fixos serão rateados,
indo parte para o resultado do exercício referente à parcela dos produtos
vendidos e parte para os estoques de produtos em processo e/ou produtos
acabados.
Contudo, este sistema de custeamento determina que todos os custos
(diretos ou indiretos) sejam absorvidos no processo produtivo, sob forma de
rateio.
Custeio Direto ou Variável (Sistema utilizado gerencialmente para tomada de
decisões)
Neste sistema de custeamento, somente os custos variáveis são
apropriados à produção. Os custos fixos são levados diretamente ao resultado,
como é feito com as despesas. Esse sistema considera que os custos fixos
ocorrerão independentemente do volume de produção. Os custos fixos seriam
tratados como despesas gerais da empresa.
74
Esquema comparativo custeio direto e custeio por absorção
75
a) Apuração do resultado do período pelo sistema de custeio por
absorção.
Movimentação $
Vendas -> 100.000 ton a $ 220,00/ton 22.000.000,00
15.000.000,00
absorção dos custos
76
b) Apuração do resultado do período pelo sistema de custeio direto.
Movimentação $
Vendas -> 100.000 ton a $ 220,00/ton 22.000.000,00
Custos e despesas variáveis (100.000 x $ 50,00/ton) 5.000.000,00
Lucro bruto 17.000.000,00
Despesas fixas -6.000.000,00
Custos fixos -9.000.000,00
77
A partir deste estudo, podemos então afirmar que:
78
Estudo da Margem de contribuição da Indústria de Artefatos de Aço S/A
Produto.A
Receita 200.000,00
200.000,00 - 105.000,00 = 47.50%
CPV 105.000,00
ou 200.000,00
MC 95.000,00
Produto.B
Receita 187.500,00
CPV 115.625,00 187.500,00 - 115.625,00 = 38,33%
ou 187.500,00
MC 84.375,00
Produto.C
Receita 190.000,00
190.000,00 - 142.500,00 = 25%
CPV 142.500,00 ou 190.000,00
MC 57.500,00
Ponto de equilíbrio
79
Fórmula:
PE = CDF
PV – C D V
80
ECONÔMICO = 4.000,00 + 1.000,00 (LUCRO) = 2.500 un/ano
2,00
81
GESTÃO INTELIGENTE DE CUSTOS COM EXCELÊNCIA
82
A gestão inteligente de custos e o gerenciamento dos gastos de uma empresa
Além da tomada de
decisão, saber quais são os
gastos se torna um dos
principais objetivos para
acompanhar a rentabilidade
e o desempenho financeiro
da empresa, assim como contribui para o planejamento e controle das operações.
A análise dos custos também é essencial para compor o preço dos produtos
e serviços. É preciso saber quais são os gastos envolvidos na composição de
produtos e serviços para a empresa entregar ao cliente aquilo que ele deseja e
considerá-lo na formação do preço.
83
Por que a empresa precisa sempre melhorar?
Já se perguntou isso?
Pense: os seus produtos e serviços podem até serem ótimos, mas como a
exigência do mercado e a concorrência sempre aumenta, o seu ótimo de
hoje pode não ser o ótimo de amanhã.
84
VAMOS ANALISAR O QUADRO A SEGUIR APLICÁVEL EM UMA EMPRESA
FABRICANTE DE UM SÓ PRODUTO:
Composição Composição
Custos Custos
em custos em custos
Produção em totais totais
unitários unitários Total
unidades
Fixos Variáveis Fixos Variáveis
Veja o comportamento dos custos fixos no quadro acima, quanto maior a demanda,
menor é o custo fixo por unidade. Então, é de extrema importância a gestão dos
custos fixos. Detalhe: se são fixos, você já os conhece.
85
Se você sabe quais itens fazem
mais sucesso financeiramente ou
quais deles têm o melhor custo-
benefício, pode focar mais seus
esforços de venda neles.
Como melhorar?
Kaizen
86
AS FILOSOFIAS DO PENSAMENTO ENXUTO
87
São as pessoas que
tratam os problemas;
A capacidade de desenvolvimento
das pessoas é ilimitada.
88
O tempo de todo trabalhador é dividido em dois elementos
Desperdícios
Lead Time
D D D D D
Matéria-Prima Entrega
89
Reduzindo os Prazos
Acredito que pequenas melhorias ao longo do tempo têm o mesmo impacto que
ideias geniais.
Benefícios:
90
Quais os resultados típicos da implantação do Lean?
O tempo do trabalhador
91
O que é desperdício?
Desperdício é tudo aquilo que não é necessário para criar valor para o cliente.
A todo momento, quem trabalha com vendas fala em:
Princípio Lean 1:
Interessante, não é?
Outro ponto que devemos prestar muita atenção é que nós devemos vender:
(devemos vender valor e não preço). Valor é tudo aquilo que nós construímos na
cabeça do nosso cliente, de forma subjetiva, e o que leva o cliente tomar a decisão de
comprar ou não.
92
O que é o Preço?
A demanda;
O que é o valor?
Necessidade;
Qualidades;
Atributos.
93
Só quando o cliente é capaz de perceber esse valor é que ele consegue
adquirir a sensação de que a aquisição foi um bom negócio, não importa qual o
preço investido, muitas vezes o que importa é se, de fato, foi um negócio vantajoso.
Para algumas pessoas, esse sentimento de ter algo valioso é bem mais forte
ou preciso do que para outras.
94
Já o Valor Total para o Cliente envolve outros quatro elementos:
Valor da imagem
Valor do pessoal
Valor dos serviços
Valor do produto
1- Custo psíquico
O cliente com quem você trata tem sobre suas costas toda a responsabilidade
de tomar uma decisão complexa e que pode impactar tanto positiva como
negativamente.
95
3- Custo de tempo
4- Custo monetário
O preço do produto deve ser encarado pelo vendedor como a peça menos
importante de toda esta equação.
Baixar o preço para criar valor para o cliente é a pior solução possível, como
veremos mais adiante.
Simplesmente baixar o preço ou aumentar o número de parcelas sem uma
compensação do cliente não cria valor, apenas deprecia o produto ou serviço que
sua empresa comercializa.
Valor Total para o Cliente
96
1- Valor da imagem
2- Valor do pessoal
97
4- Valor do produto
O valor é um
parâmetro qualitativo. Ele
diz respeito não ao preço
que será pago, mas sim à
diferença que aquela
mercadoria, produto ou
serviço fará na vida de
quem a compra.
Para um homem que joga futebol e é apaixonado por isso, comprar a camisa
do seu time de coração, que tenha a assinatura de um ídolo do seu time, tem um
valor bem mais alto do que para sua esposa, que muitas vezes não se interessa pelo
esporte e, caso o preço fique acima do que ela considera aceitável, a camisa se
tornará cara.
Estabelecer o valor de uma marca pode ser uma coisa um pouco mais
complicada do que o preço, porque afinal, ele é algo intangível. É uma percepção
bastante variável, dependendo muito do ponto de vista de cada pessoa.
O valor que o seu cliente enxerga, que é o que define o quanto ele está
disposto a pagar;
98
Esses três são completamente diferentes. É importante que você entenda a
diferença entre preço e valor de um produto ou serviço.
R$ 1,50 R$ 15,00
99
1. Eliminar as perdas;
2. Reduzir o trabalho adicional;
3. Aumentar trabalho efetivo.
100
Aprendendo a enxergar
Valorizar o cliente.
101
da sua empresa.
Produzir mais com menos recursos é algo que parece impossível à primeira
vista, mas o Lean traz o conceito de uma produção enxuta e afim de acabar com
desperdícios.
Pensando nisso, eliminar tudo que não agrega valor, ao produto ou cliente,
como processos e fluxos de informação, é de suma importância.
Para que isso fique claro, é imprescindível traçar um fluxo de valor
(fluxograma), de forma que o caminho, desde a chegada da matéria prima até a
distribuição ao consumidor, fique bem detalhada.
Pois, dessa forma, qualquer um consegue entender a trajetória de informações
102
“Produza mais com menos carga de trabalho, ataque os desperdícios. ”
Benefícios do Mapeamento
Análise Fluxo de Valor permite:
103
Etapas do Mapeamento
“Faço o retrabalho para ganhar dinheiro, se eu não fizer vou jogar muitos
produtos fora. ”
104
O que é Desperdício?
Fica claro quais são ações que de fato têm importância e as que podem (e
devem) ser removidas.
A fim de economizar tempo de produção e trabalho, esse fluxo de processos
de valor deve ser contínuo, ou seja, com pouca ou nenhuma interrupção. A única
exceção disso tudo são as atividades eventuais que, apesar de não agregarem valor,
são essenciais para auxiliar e manter o funcionamento desses processos mais
importantes e, portanto, devem ser mantidas.
Em relação aos desperdícios, é muito comum ouvir falar dos 10 desperdícios.
No geral, é um dos maiores obstáculos para a empresa além de gerar custos
indesejáveis, é considerado um dos principais desafios da gestão no modelo de
Lean produção enxuta, os quais serão demonstrados da seguinte forma:
OS 10 TIPOS DE DESPEDICÍOS
2º - Transporte e movimentação
105
Movimentação - Também chamado de “Transporte Interno” a movimentação
de materiais diz respeito ao movimento de produtos dentro de uma pequena
área. Dentro de uma fábrica, por exemplo, isso significa toda a movimentação
com o objetivo de repor a matéria-prima da linha de produção e o transporte
para diferentes setores ou galpões.
3º - Falhas e retrabalhos
4º - Estoque
5º - Processo desnecessário
6º - Super Produção
Super Produção significa produzir o que ainda não é necessário ou que não
foi pedido pelo cliente seja interno ou externo.
7º - Espaço
106
8º - Recursos usados de forma ineficiente
São definidos pelo uso de materiais e tecnologias pelos quais o cliente não
irá pagar.
9º - Processos complexos
O cliente não paga por todos os processos complexos que utilizamos, por isso
devem ser na maioria das vezes simplificados.
O cliente não paga por todos os processos complexos que utilizamos, por isso
devem ser na maioria das vezes simplificados.
107
Como enxergar os desperdícios?
Basta ir aonde as coisas acontecem, observar e anotar etapa por etapa de como
o processo funciona.
Produção Enxuta
108
Toyota de Produção.
Ele estabelece que, de uma forma geral, a produção deve entregar ao cliente
exatamente aquilo que ele precisa, na quantidade necessária e no tempo que o
cliente precisar.
Ou seja, a empresa deve conhecer as necessidades do cliente. Assim, a
produção poderá atendê-lo na medida certa.
109
o Trabalho de acordo com a demanda;
o Custos dramaticamente menores.
110
Entregas no prazo atingindo 98% - 99%
Aumento de produtividade de 10% a 60%
Reduções de custos de 10% a 40%
Melhoria sensível da qualidade
Qualidade Total
Minimizar Desperdícios
Melhoria Contínua - Kaizen
Processos “Pull”
Flexibilidad
Operações Padronizadas
Os pilares JIT e Jidoka estão assentados sobre uma base formada pelo
heijunka (nivelamento da produção), operações padronizadas e kaizen (melhoria
contínua), Soikufu – pensamento criativo ou ideias inventivas, capitalizado nas
sugestões dos empregados.
111
A casa da Toyota
Just-In-Time significa que cada processo deve ser suprido com os itens certos,
112
Heijunka é a criação de uma programação nivelada através do
sequenciamento de pedidos em um padrão repetitivo e do nivelamento das
variações diárias de todos os pedidos para corresponder à demanda no longo prazo.
A programação da produção (PCP) através do heijunka permite a combinação
de itens diferentes de forma a garantir um fluxo contínuo de produção, nivelando
também a demanda dos recursos de produção.
O heijunka, da forma como é utilizado na Toyota, permite a produção em
pequenos lotes e a minimização dos inventários.
Operações Padronizadas
Os pilares JIT e Jidoka estão assentados sobre uma base formada pelo
heijunka (nivelamento da produção), operações padronizadas e kaizen (melhoria
contínua). O primeiro desses elementos – a operação padronizada – pode ser
definido como um método efetivo e organizado de produzir sem perdas.
A padronização das operações procura obter o máximo de produtividade
através da identificação e padronização dos elementos de trabalho que agregam
valor e da eliminação das perdas. O balanceamento entre os processos e a definição
do nível mínimo de estoque em processamento também são objetivos da
padronização das operações.
Os componentes da operação padronizada são: o takt time, a rotina padrão
de operações e a quantidade-padrão de inventário em processamento.
Takt time é um termo que vem do alemão Taktzeit, em que Takt significa
compasso/ritmo e Zeit significa tempo, período, ou seja, podemos defini-lo como o
tempo em que se deve produzir uma peça ou produto, baseado no ritmo de vendas,
para atender a demanda dos clientes.
MIFA
KAIZEN
PDCA
113
POKA YOKE
MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO
Fonte – Daniel Franco - Professor in the Production Engineering Course of University São Judas
Figura – Mapa do fluxo de implementação
Pensamento Lean
114
4. PUXAR a produção pelo que o cliente solicita, não empurrar produções
previstas para estoque;
115
Kaizen e a melhoria contínua
116
empresas pequenas e médias com resultados igualmente positivos, é preciso
manter o foco em atender às necessidades do cliente. É dele que parte a orientação
geral, que deverá pautar toda a produção enxuta.
É diferente do que se vê em grande parte das empresas, que orientam sua
produção com base em estimativas. Quem opera dessa forma, geralmente, se
confronta com problemas como excesso de itens em estoque,
baixa rotatividade de produtos e mão de obra ociosa.
KAIZEN
O que é kaizen?
117
Financeiras.
O KAIZEN foca as necessidades do cliente e concentra-se nas atividades que
agregam valor para ele. Todo restante das atividades é designado por “Muda”
(Desperdício), o qual se procura eliminar.
Basicamente são adotadas duas abordagens para o desenvolvimento:
Eliminação do Desperdício - que envolve todos na organização; Inovação - por
pequenos grupos de especialistas.
A metodologia KAIZEN equilibra de forma notável estas duas abordagens,
mobilizando os esforços de todos no âmbito de uma visão estratégica coletiva de
melhoria contínua.
Os resultados alcançados, fora da cultura japonesa e em particular na Europa,
têm sido espetaculares. Está provado que o KAIZEN é uma metodologia eficaz de
aplicação universal.
Os benefícios mais citados da adoção da filosofia KAIZEN pelas empresas
ocidentais são as seguintes:
118
de pensar para gerentes e funcionários da fábrica.
FILOSOFIA KAIZEN
Dessa maneira, a empresa precisa manter uma filosofia de fazer bem feito,
resolvendo os problemas apresentados de uma vez por todas.
O exemplo mais evidente está nas atividades de set up, ou seja, nas tarefas
necessárias para uma linha de produção, como a alimentação com matéria prima e
119
a manutenção das máquinas e equipamentos.
De uma forma geral, qualquer empresa evita maior número de set ups ou
paradas. Pois, com isso, é preciso produzir grandes lotes, havendo a necessidade de
manter melhor flexibilidade na variedade de itens.
Quando se trata de flexibilidade menor, é mais difícil trabalhar no sistema de
produção puxada. Para mudar a produção diversas vezes ao longo do dia, a empresa
vai perder muito tempo. Essa situação vai prejudicar a produtividade.
Para que haja boa produtividade, é necessário trabalhar no sistema de
produção empurrada, fazendo altos estoques e tornando a produção menos enxuta.
A única solução para conseguir produção enxuta é reduzindo o tempo
utilizado com set up. Para isso, é essencial melhorar continuamente o processo de
paradas através do kaizen. Assim, a empresa poderá reduzir o tempo do processo
de manutenção, conseguindo maior flexibilidade e gerando o que se espera, ou
seja, uma produção enxuta.
KAIZEN EVENTOS
120
O PDCA traz uma abordagem científica para fazer melhorias:
O que é PDCA?
PDCA surgiu nos Estados Unidos na década de 20, criado pelo estatístico
americano Walter Andrew Shewhart. Inicialmente, conhecido como clico de
Shewhart, era composto por apenas três passos repetidos continuamente
(especificação, produção e inspeção). Anos depois, em 1951, William Edwards
121
Deming notou a necessidade da inserção de mais um passo, nascendo assim a
“Roda de Deming”, a qual era composta por quatro passos também repetidos de
forma contínua: especificação, produção, colocar no mercado e reprojetar.
Após diversos anos de evolução, hoje o PDCA é um método mundialmente
reconhecido como uma ferramenta de melhoria contínua composta pelas seguintes
etapas:
122
Produzir de forma enxuta não é simples
123
que o cliente precisa e grande capacidade de adaptação às mudanças. Você se
sente preparado para isso?
POKA YOKE
Evitar o erro.
O que é?
É uma técnica de prevenção para evitar possíveis erros humanos na realização
de qualquer atividade produtiva.
É bom que as soluções adotadas sejam o mais simples possível e de custo
reduzido, definidas desde o início do projeto do posto de trabalho, dos
equipamentos, ferramentais e, sobretudo do produto. Desta maneira são possíveis
Poka – Yoke a custo zero.
Por trás do Poka -Yoke se tem a convicção que não é aceitável produzir uma
peça defeituosa e que a qualidade a custo zero se obtém impedindo que aconteçam
os defeitos e nunca os recuperando.
124
MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
Produção
Qualidade
125
Manutenção
A matriz de priorização é uma ferramenta para priorizar e classificar solução
de problemas.
Dessa forma, essa metodologia, além de ser simples, pode ser aplicada em
qualquer empresa de qualquer porte, e auxilia nos processos de tomada de
decisão estratégicas.
REF.
AÇÕES DE IMPACTO CUSTO TEMPO MODELO
MELHORIAS ABRANGENCIA IMPLEM. IMPLEM. EM TOTAL
PROD.
PESO 5 3 4 2
01 Quando o 5 5 5 5 70
fornecedor
recebe o
pedido deve
informar
o cadastro.
02 Criar um 5 5 5 3 66
treinamento
específico
para os
mecânicos
realizarem as
trocas de
modelo.
126
MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO DE PROCESSOS
Alin. Impacto
Critério Custo Segurança Outros TOTAL
Estratégico cliente
Ponderação (1 a 5) (1 a 5) (1 a 5) (1 a 5) (1 a 5)
Processo 1
Processo 2
Processo 3
Processo n
A MATRIZ GUT
A matriz GUT é uma metodologia facilmente aplicável que pode gerar ótimos
resultados se bem feita. Porém, o que é importante ressaltar, é que ela apresenta
como gargalo, a própria empresa.
Isso ocorre pois, como visto na primeira etapa da matriz, é necessário listar
127
todos problemas da organização, e caso os setores não reconheçam suas falhas, ou
não se esforcem para identificá-las, não será possível aplicá-la no empreendimento.
Dessa maneira, o que se identifica é que essa matriz depende fortemente do
auxílio dos colaboradores e gerentes de cada setor. Assim, o que se sugere é que
seja realizado um bom alinhamento através de um brainstorming entre
colaboradores e gerentes, como forma de ajudar os setores na determinação de
seus problemas que nem sempre são claros em um primeiro momento.
Então, como forma de melhorar o futuro do negócio e garantir o seu
crescimento, aplicar a matriz de priorização pode ser uma estratégia eficaz para
conseguir compreender melhor o funcionamento da empresa, e identificar seus
gargalos.
Com isso, o que se conclui é que essa metodologia pode ser tão conveniente,
que a organização muitas vezes encontra problemas que ela nem imaginava ter, e
pode ser um auxílio para estabelecer o planejamento estratégico para o próximo
ano.
Dessa forma, ela facilita nas tomadas de decisão estratégicas, além de ser
aplicável para qualquer setor ou empresa, e auxilia na alocação eficiente de recursos
e redução de tempos de processo e de custos.
128
Contribuições gerenciais
129
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perda: Tudo que eleva o custo do produto ou serviço e não lhe acrescenta valor.
DICA ESPECIAL
130
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
131
MONDEN, Yasuhiro. What makes the Toyota Production System really tick?
Industrial Engineering, [S.l.], p. 36-46, Jan. 1981.
SEKINE, Kenichi. One-Piece Flow: Cell Design for Transforming the Production
Process. Portland, Oregon, Productivity Press, 1992.
132
SHINGO, Shigeo. Study of Toyota production system from industrial
engineering viewpoint. Tokyo, Japan Management Association, 1981.
WOMACK, James P., JONES, Daniel T. & ROOS, Daniel. A máquina que
mudou o mundo. 2. ed. Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1992.
WOMACK, James P. & JONES, Daniel T. Lean Thinking. Simon & Schuster, New
York, 1996.
133