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FACULDADE DE CIÊNCIAS

SOCIAIS E HUMANIDADES

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS


REGÊNCIA DO CURSO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

A importância da gestão financeira no sucesso das micros e pequenas


empresas no Município de Moçâmedes

Apresentado Por:
Aires de Nascimento Luciano Uluri

Moçâmedes, 2023
FACULDADE DE CIÊNCIAS
SOCIAIS E HUMANIDADES

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS

REGÊNCIA DO CURSO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

A importância da gestão financeira no sucesso das micros e pequenas


empresas no Município de Moçâmedes

Apresentado Por:
Aires de Nascimento Luciano Uluri

Trabalho de Fim de Curso apresentado à Faculdade


de Ciências Sociais e Humanidades da Universidade
do Namibe, como parte dos requisitos para aquisição
do grau de Licenciatura em Contabilidade e Gestão.
Sob orientação científica do Docente Afonso
Nsianduka Makassanda Muinguilo, Lic.

Moçâmedes, 2023

I
Unidade orgânica_______________________
Departamento de_______________________

Trabalho de Fim de Curso apresentado à Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades da


Universidade do Namibe, como parte dos requisitos para aquisição do grau de Licenciatura
em Contabilidade e Gestão.

Título:
A importância da gestão financeira no sucesso das micros e pequenas empresas no
Município de Moçâmedes

Apresentado Por:
________________________________
No de estudante: 2018128111

Orientado por:
_________________________________

Moçâmedes, 2023
II
A importância da gestão financeira no sucesso das micros e pequenas empresas no Município de Moçâmedes

3
2
0
2

ff

2022

III
DEDICATÓRIA

A toda minha família

IV
AGRADECIMENTO

A Deus Pai, protetor, companheiro e amigo.


Aos meus Pais, que nunca deixaram de acreditar que eu poderia concretizar tal feito e pelo
apoio incondicional nos momentos mais difíceis dessa jornada.
Ao meu orientador professor Afonso Muinguilo, que monitorou e acompanhou a
concretização deste trabalho.
Finalmente a Universidade do Namibe, concretamente a Faculdade de Ciências Sociais e
Humanidades que me ofertou a oportunidade de galgar estes degraus até o patamar almejado.

V
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo geral, apresentar a importância da gestão financeira
para o sucesso das micros e pequenas empresas no Município de Moçâmedes. E como
objectivos específicos fundamentar teoricamente os conceitos que sustentam o tema,
identificar os instrumentos de gestão financeira nas empresas e destacar as consequências na
falta de gestão financeira. Para a sua elaboração, usou-se diversas metodologias de pesquisa
descritiva, bibliográfica e estudo de caso. Quanto ao instrumento de colectas de dados, fez-se
levantamentos de dados por intermédio de questionário de resposta fechada. Relativamente a
abordagem da pesquisa, o presente trabalho classifica-se como pesquisa quantitativa. Quanto
à escolha de objecto de estudo, o presente trabalho, classifica-se como pesquisa de estudo por
amostragem. População de 425 empresas onde retirou-se amostra de 85 empresas. Quanto aos
resultados, os inquiridos afirmaram que têm conhecimento sobre a gestão financeira e
elaboram planeamento financeiro de curto prazo para o controlo de suas finanças. Os
instrumentos que utilizam para a gestão financeira, é o orçamento financeiro. Quanto as
consequências que as mesmas podem apresentar na falta de gestão financeira, é o
desequilíbrio financeiro. Portanto, conclui-se que, é imprescindível que as empresas tenham
conhecimento sobre a gestão financeira e percebam o quanto ela é importante com finalidade
de maximizarem a riquezas dos accionistas e de obterem sucesso no mercado em que operam.

Palavras-chave: Finanças; Gestão financeira; Empresa.

VI
ABSTRACT
The present work has the general objective of presenting the importance of financial
management for the success of micro and small companies in the Municipality of
Moçâmedes. And as specific objectives to theoretically substantiate the concepts that
underpin the theme, identify the management instruments in companies and highlight the
consequences of the lack of financial management. For its elaboration, several descriptive and
bibliographic research methodologies and case studies were used. As for the data collection
instrument, data were collected using a closed-ended questionnaire. Regarding the research
approach, the present work is classified as study research by sampling. Population of 425
companies from which a sample of 85 companies was withdrawn. As for the results, the
respondents stated that they have knowledge about financial management and they prepare
short-term financial planning to control their finances. The instruments they use for financial
management is the financial budget. As for the consequences that they may have in the
absence of financial imbalance. Therefore, it is concluded that it is essential that companies
have knowledge about financial management and realize how important it is in order to
maximize shareholder wealth and succeed in the market in which they operate.

Keywords: Finance; Financial management; Company

VII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Género ....................................................................................................................... 26
Figura 2: Idade .......................................................................................................................... 26
Figura 3: Habilitações literárias ................................................................................................ 27
Figura 4: Tempo de serviço ...................................................................................................... 27
Figura 5: Noção sobre a gestão financeira................................................................................ 28
Figura 6: Elaboração do planeamento financeiro ..................................................................... 28
Figura 7: Tipos de planeamento financeiro .............................................................................. 29
Figura 8: Instrumentos de gestão financeira ............................................................................. 29
Figura 9: Consequências na falta de gestão financeira ............................................................. 30
Figura 10: Empresas certificadas .............................................................................................. 37
Figura 11: Solicitação de recolhas de dados ............................................................................. 38
Figura 12: Fluxo de caixa ......................................................................................................... 39
Figura 13: Planeamento financeiro de curto prazo ................................................................... 40
Figura 14: Balanço ................................................................................................................... 41
Figura 15: Demonstração de resultado ..................................................................................... 42
Figura 16: Demonstração de Fluxo de Caixa ........................................................................... 43

VIII
LISTA DE ABREVIATURAS
AGT – Administração Geral Tributária
COVID (Coronavírus Disease) - Doença do Coronavírus
DRE - Demonstração de Resultado do Exercício
DFC - Demonstração de Fluxo de Caixa
INAPEM – Instituto Nacional de Apoio às Micros, Pequenas e Médias Empresas
LPA - Lucro Por Acção
ONGs – Organizações Não Governamentais
ROA (Return on total assets) - Retorno sobre Activo Total
ROE (Return on common equity) – Retorno sobre o Capital Próprio

IX
LISTA DE SÍMBOLOS
= (Igualdade)
/ (Divisão)
+ (Adição)
- (Subtração)
X (Multiplicação)

X
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

CAPÍTULO 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 3

1.1 Finança .............................................................................................................................. 3

1.1.1 Campos de aplicações de finanças ............................................................................. 4

1.1.1.1 Serviços financeiros ................................................................................................ 4

1.1.1.2 Administração financeira ......................................................................................... 4

1.1.1.2.1 Objectivo da administração financeira ................................................................. 5

1.1.1.2.2 Papel do administrador financeiro........................................................................ 6

1.1.2 Receitas e gastos......................................................................................................... 7

1.2 Gestão financeira .............................................................................................................. 8

1.2.1 Planeamento financeiro .............................................................................................. 9

1.2.1.1 Planeamento financeiro de curto prazo ................................................................. 10

1.2.1.2. Planeamento financeiro de longo prazo ............................................................... 12

1.2.2 Instrumentos de análises de gestão financeira.......................................................... 12

1.2.2.1 Orçamento financeiro ............................................................................................ 12

1.2.2.2 Documentos para as demonstrações financeiras ................................................... 14

1.2.2.2.1 Importância das demonstrações financeiras ....................................................... 20

1.2.3 Consequências na falta de gestão financeira ................................................................ 20

CAPÍTULO 2: ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO E RESULTADO ....................... 23

2.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................................. 23

2.2 Enfoque de Pesquisa ....................................................................................................... 24

2.3 População e Amostra ...................................................................................................... 24

2.3.1 Caracterização da população........................................................................................ 24

2.3.2 Amostra ........................................................................................................................ 24

2.4 Instrumento de recolha de dados .................................................................................... 25

2.5 Critério de inclusão e exclusão ....................................................................................... 25


2.6 Análise e Apresentação de Resultados ............................................................................ 26

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 31

SUGESTÕES ........................................................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 33

APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO DE INQUÉRITO ............................................................. 35

ANEXO 1 - EMPRESAS CERTIFICADAS ........................................................................... 37

ANEXO 2 – SOLICITAÇÃO DE RECOLHAS DE DADOS ................................................. 38

ANEXO 3 - FLUXO DE CAIXA ............................................................................................ 39

ANEXO 4 - PLANEAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO .................................... 40

ANEXO 5 - BALANÇO .......................................................................................................... 41

ANEXO 6 - DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ............................................................. 42

ANEXO 7 - DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA .................................................... 43


INTRODUÇÃO

A vida financeira da maioria das empresas, certamente passa por grandes desafios nos últimos
anos. A pandemia de Covid 19, causou choques na economia mundial e desencadeou a maior
crise económica global. A crise levou e tem levado a um aumento drástico na desigualdade
entre empresas. Diante disso, as empresas expuseram-se e expõem-se a uma série de riscos
estratégicos e operacionais, como atrasos ou interrupção do fornecimento de matérias-primas,
mudanças nas demandas dos clientes, aumento de custos, insuficiências logísticas que levam a
atrasos em entregas, níveis excessivamente de aumento de endividamento, queda do poder
aquisitivo, diminuição do acesso a recursos básicos e, em casos extremos, leva as empresas a
declararem a cessação de actividades.

No entanto, para se combater essas séries de riscos estratégicos e operacionais, é fundamental


que as empresas tenham um equilíbrio financeiro no intuito de garantirem a sua sobrevivência
no ambiente de negócio a fim de honrarem os seus compromissos e alcançar os seus
objectivos.

Para isso, esse combate se faz com ajuda de uma boa gestão financeira, que estimule
mudanças de estratégias de administrar as finanças das empresas. Mediante a esse quadro,
surgiu a seguinte situação problemática: Que importância tem a gestão financeira para o
sucesso das micros e pequenas empresas no Município de Moçâmedes?

O presente estudo tem como objectivo geral: Apresentar a importância da gestão financeira
para o sucesso das micros e pequenas empresas no Município de Moçâmedes.

Objectivos específicos:
1. Fundamentar teoricamente os conceitos que sustenta o tema;
2. Identificar os instrumentos de gestão financeira nas empresas;
3. Destacar as consequências na falta de gestão financeira.

Hipóteses:

1. A gestão financeira tem grande impacto no sucesso das micros e pequenas empresas;
2. A gestão financeira não tem grande impacto no sucesso das micros e pequenas
empresas.

1
Justificativa

O presente estudo se justifica, sob óptica das micros e pequenas empresas em saber qual o
nível de compreensão que as mesmas possuem em relação a importância e a influência que a
gestão financeira proporciona no sucesso empresarial.

Pois percebe-se que, a gestão financeira pode ajudar as micros e pequenas empresas a gerir os
recursos financeiros de forma mais eficiente. Por outro lado, a falta de gestão financeira pode
levar a problemas graves, como insolvência das empresas.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho está estruturado em dois capítulos. O primeiro capítulo trata da


fundamentação teórica, sobre os conceitos de finanças e tipologias de desenvolvimento nas
organizações. O segundo e último capítulo apresenta os procedimentos metodológicos
utilizados nesta pesquisa, instrumentos de recolha de dados, a população e amostra e
apresentação de resultados.

2
CAPÍTULO 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para falar sobre a gestão financeira, explana-se primeiramente sobre o que são finanças.

1.1 Finança

O pensamento financeiro está em várias actividades do nosso dia a dia. Podemos citar como
exemplo as actividades básicas que realizamos como a compra mensal de mantimentos no
supermercado ou aquelas decisões que envolvem um grande volume de dinheiro, como a
compra da casa própria.

Qualquer pessoa tem por objectivo maximizar suas satisfações, tanto no momento presente
como no futuro, utilizando-se de poupanças próprias ou de outros recursos. A economia como
ciência social reflete o somatório de atitudes individuais que buscam alcançar a realização de
objectivos económicos presentes e futuros. Tal realização é obtida pela poupança de parte da
produção actual da sociedade e pelo seu investimento em bens que aumentarão o fluxo de
satisfação nos anos seguintes.
Segundo Neto (2012, p. 6):
A própria evolução da área financeira imprimiu no administrador uma necessidade maior de
visualizar toda a empresa, realçando suas estratégias de competitividade, continuidade e
crescimento futuro. Em verdade, o administrador financeiro no contexto actual não pode
assumir posições menos envolventes de centrar suas preocupações unicamente nos mecanismos
de captação de fundos e aplicações nas actividades da empresa. Deve, por um lado, gerir esses
recursos de forma a manter a saúde financeira e económica da empresa e lograr ainda alcançar
suas metas estabelecidas.

Nestas situações, você terá que controlar seus recursos para realizar bons negócios, ou seja,
precisa avaliar, pesquisar e realizar controlos para gerir bem as suas finanças.
E o termo finanças, pode ser definido como a arte e a ciência de administrar o dinheiro.
Praticamente, todas as pessoas físicas e jurídicas, ganham ou levantam, gastam ou investem
dinheiro. Finanças diz respeito ao processo, às instituições, aos mercados e aos instrumentos
envolvidos na transferência de dinheiro entre as pessoas, empresas e órgãos governamentais.
(Gitmen, 2004, p. 6).

Ao analisar mais detidamente tal definição, constatamos que a actividade financeira no mundo
actual em que vivemos faz parte do nosso quotidiano, tanto como pessoas físicas e como
jurídicas. Compreender os processos que envolvem a decisão financeira traz benefícios para
qualquer indivíduo, pois lhe dará condições de conduzir melhor sua vida no campo financeiro
e o mesmo transcorrendo para qualquer empresa.

3
1.1.1 Campos de aplicações de finanças

Segundo Gitmen (2004, p. 3), “as principais áreas de finanças podem ser resumidas por meio
de uma análise das oportunidades de carreira que o sector oferece. Essas oportunidades
podem, para simplificar, ser divididas em duas grandes áreas: serviços financeiros e
administração financeira”.
1.1.1.1 Serviços financeiros

Serviços financeiros parte das finanças que se ocupa da concepção e distribuição de serviços de
assessoria e produtos financeiros a pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais.
Envolvem diversas oportunidades de carreira interessantes em instituições bancárias e afins,
assessoria financeira pessoal, investimentos, imóveis e seguros. (Gitmen, 2010, p. 3).

Conforme vimos na conceituação de finanças, existem vários segmentos nos quais o dinheiro
circula na economia. O segmento de serviços financeiros, por exemplo, está inserido no
mercado financeiro que, por sua vez, está inserido no contexto maior da economia do país.
O mercado financeiro é o conjunto de instituições e instrumentos financeiros que possibilita a
transferência de recursos dos ofertadores finais para os tomadores finais, e cria condições para
que os títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado.

Através do mercado financeiro e de suas subdivisões como mercado de crédito, mercado de


capitais, as empresas conseguem obter recursos para viabilizar suas operações através de
emissão de títulos de emissão própria como acções, como também através de operações de
crédito como empréstimos bancários, financiamento público entre outros.

1.1.1.2 Administração financeira

Segundo Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 4), “a administração financeira é a arte e a ciência
de administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza dos accionistas”.

A administração financeira pode ser exercida nas mais diversas organizações: indústria,
comércio ou serviços; empresas públicas ou privadas; voltadas ou não para lucros; governo,
escolas, hospitais, clubes recreactivos, ONGs (organizações não governamentais) e outras.

Este segmento está ligado diretamente ao funcionamento da empresa envolvendo todos os


seus aspectos operacionais.

Isto nos leva a deduzir que toda e qualquer empresa, independentemente de seu tamanho ou
do ramo de actuação em que esteja operando necessita de ter um sistema de informação de

4
gestão que lhe propicie condições de identificar por onde os recursos que ela utiliza estão
transitando.

Diante do exposto, toda empresa realiza actividades e operações tais como: integralização de
capital, compra de matéria-prima, produção de bens, pagamentos a fornecedores, empregados
e governos, vendas de produtos, investimentos em compra de equipamentos, etc.

Tais operações precisam ser registradas, processadas, calculadas, interpretadas e classificadas


num sistema de informações contabilísticas.

O segmento de administração financeira, é conduzido pelos administradores financeiros que


têm como missão a gestão dos negócios financeiros de empresas das mais variadas naturezas
como financeiras ou não, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos.

Por ter sua ênfase voltada para o processo de decisão, as atribuições da administração
financeira envolvem as mais diversas tarefas no campo financeiro.

Segundo Gitmen (2010, p. 4), “englobam o acompanhamento dos procedimentos


contabilísticos e alguns outros aspectos de fundamental importância, tais como: política de
concessão de créditos a clientes; gestão de contas a pagar; avaliação de investimentos e
captação de fundos; realização do planeamento”.

1.1.1.2.1 Objectivo da administração financeira

Segundo Júnior et al. (2010, p. 14), “o objectivo da administração financeira é maximizar a


riqueza dos accionistas”.

O objectivo normativo da administração financeira é maximizar a riqueza da empresa. Esse


objectivo deve atender também aos desejos mais específicos dos accionistas, as remunerações
de seus capitais, sob a forma de distribuição de dividendos.

Pois a administração financeira é a arte e a ciência de administrar recursos financeiros para


maximizar a riqueza dos accionistas. Mas para que essa gestão seja eficaz, é fundamental que
a área financeira tenha profissionais capacitados na gestão de toda essa movimentação
financeira. Esse profissional é o administrador ou gestor financeiro.

5
1.1.1.2.2 Papel do administrador financeiro

A figura de administrador financeiro, é o profissional que toma decisões de investimentos,


financiamentos e gerenciamentos dos movimentos dos recursos financeiros. (Berk, Demarzo,
& Harford, 2010).

O administrador financeiro, é o responsável de controlar estes recursos, buscando as melhores


opções e tomando as decisões mais oportunas para obter o maior lucro possível.

Já que a maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros, o


administrador financeiro desempenha um papel crucial na operação da empresa. Ele possui
uma visão sistêmica da organização, interagindo com todas as áreas da empresa:
contabilidade, produção, marketing, recursos humanos, pesquisas e assim por diante.

O administrador deve justificar necessidades de acréscimos de funcionários, negociar


orçamentos operacionais e, também, preocupar-se com a avaliação do desempenho financeiro
e defender propostas que tenham, pelo menos em parte, méritos financeiros para conseguir
recursos da alta administração.

Naturalmente, o gestor de finanças, para fazer previsões úteis e tomar decisões acertadas,
precisa ter disposição e capacidade de conversar com todos dentro da empresa, ocupando
assim um papel importante na estratégia organizacional.

Para realizar essa tarefa, ele deverá dispor de uma abordagem sistemática de trabalho
actualizado, cujas fronteiras são definidas por três decisões básicas.

Segundo Gitmen (2010), essas três decisões estão assim estruturadas no ambiente da gestão
financeira, são elas:

1. Decisões estratégicas de investimentos: a decisão de investimento leva em conta as


alternativas de aplicação desses recursos na empresa. Por isso, tal decisão está
vinculada do lado esquerdo do balanço patrimonial, ou seja, aos activos: correntes,
realizáveis a longo prazo e permanentes. O administrador financeiro tenta identificar
oportunidades de investimento que tenham bom custo-benefício;
2. Decisões estratégicas de financiamentos: a decisão de financiamento refere-se à
escolha das melhores fontes de captação de recursos para a empresa. Por isso, ela está
relacionada ao lado direito do balanço patrimonial, ou seja, os passivos exigíveis ou
6
capital de terceiros (passivo corrente e passivo exigível a longo prazo) e patrimônio
líquido ou capital próprio;
3. Decisões estratégicas de resultados: por fim, as decisões operacionais estão
preocupadas com o uso eficiente dos recursos na actividade da empresa e, como
consequência, a geração de lucro. Dessa forma, essa decisão tem relação com a
demonstração do resultado do exercício (DRE).

Salienta-se que, na gestão empresarial, os recursos financeiros dizem respeito a todo o


dinheiro que será movimentado durante o desenvolvimento da actividade do negócio. Esses
recursos estarão ligados aos recebimentos e pagamentos. Em outras palavras, são todas as
receitas e os gastos da empresa.

1.1.2 Receitas e gastos

É oportuno enfatizar que os recebimentos serão todas as entradas de dinheiro e os pagamentos


serão todas as saídas de dinheiro.
Dentro da estrutura empresarial, quando se concretiza um recebimento por uma venda,
também podemos dizer que recebemos um crédito. Na área empresarial também chamamos
essas várias entradas de recursos como receitas.
Receitas é o total das somas de dinheiro que uma pessoa natural ou jurídica recebe dentro de
certo espaço de tempo, relativamente aos seus negócios, proventos ou rendas. Resultado das
vendas à vista realizadas em determinado período financeiro (dia, mês ou ano), quantia
recebida. (Filho, 2012, p. 12).

Quando realizamos um pagamento ou repassamos dinheiro para comprar algo ou para alguém,
estamos realizando um gasto que também é chamado de débito. A empresa também terá que
pagar pelos gastos com impostos, salários, matéria-prima, telefone, energia eléctrica, etc. Na
empresa podemos também denominar todas essas saídas de recursos como desembolsos.

Aprender a analisar as receitas e os gastos é a melhor maneira de controlar o dinheiro. Para


tal, é preciso que se tenha uma gestão eficaz dos seus recursos financeiros.

7
1.2 Gestão financeira

A gestão financeira consiste no conjunto de decisões (tomadas pelo gestor financeiro) e


actividades que, no seio de uma determinada organização, e em função dos seus objectivos,
concorrem para a regulação dos fluxos financeiros de aplicação e de origem, de que ela é o
instrumento de ajustamento, (Fernandes, Pegunho, Vieira, & Neiva, 2016, p. 28).

Segundo Gitmen (2004, p. 4), “a administração financeira diz respeito as responsabilidades e


tarefas de controlo visando a melhoria do resultado da empresa”.

A actividade financeira engloba a circulação, controlo, aplicação e obtenção de recursos


financeiros, visando maximizar o resultado da organização e garantir seu funcionamento e sua
perenidade. Logo, é necessário que se tenha uma boa educação financeira.

A educação financeira é um processo constante de aprendizagem, que desenvolve a


capacidade integral do ser humano para tomar decisões sobre muitos aspectos da vida,
inclusive aqueles afetos à questão do dinheiro para viver bem e equilibradamente.
Segundo Teixeira (2022, p. 13):
A educação financeira não consiste somente em aprender a economizar, cortar gastos, poupar e
acumular dinheiro, é muito mais que isso. É buscar uma melhor qualidade de vida tanto hoje
quanto no futuro, proporcionando a segurança material necessária para obter uma garantia para
eventuais imprevistos.

A empresa no papel de unidade produtiva de bens e serviços fundamentais para a sociedade


aparece como o elemento intermediário para proporcionar satisfações, tanto materiais como
não materiais aos membros desta sociedade. Ao fazer isso, busca a maximização de
satisfações presentes e futuras dos seus proprietários através da utilização de recursos de
capital empregando suas próprias poupanças ou de terceiros.

Para que uma empresa seja bem-sucedida e contemple todos os seus objectivos, tanto no seu
processo de planeamento como na execução, será fundamental que se desenvolvam também
controlo confiáveis da movimentação de todos os recursos financeiros. Se esse controlo for
bem elaborado, podemos dizer que teremos uma boa gestão financeira.
A gestão financeira deve garantir a obtenção de meios de financiamento no devido tempo, ao
menor custo possível, assim como deve maximizar a rentabilidade da empresa, sem colocar a
sua continuidade. A gestão financeira é assim responsável pelos seguintes aspectos: Gerir as
tarefas que integram a gestão financeira; assegurar o processo de obtenção de recursos
financeiros, a fim de atingir e manter o nível de actividade desejada; garantir os objectivos
últimos da gestão; procurar a estabilidade e continuidade da empresa; gerar rentabilidade
através da capacidade de obter resultados com os recursos disponíveis. (Fernandes, Pegunho,
Vieira, & Neiva, 2016, p. 28)

8
Uma boa gestão empresarial busca atingir objectivos fixados através da utilização de recursos
humanos, técnicos e financeiros. O mundo das finanças envolve uma boa gestão financeira e
para tal, é preciso que se faça um eficaz planeamento financeiro.

1.2.1 Planeamento financeiro

O planeamento financeiro formaliza a maneira pelo qual os objectivos financeiros podem ser
alcançados.

Segundo Gitmen (2010, p. 105), “o planeamento financeiro é como um aspecto importante


das operações das empresas porque fornece um mapa para a orientação, a coordenação e o
controlo dos passos que a empresa dará para atingir seus objectivos”.

Segundo Tavares (2000), pode-se destacar alguns aspectos considerados relevantes para
alcançar a realização de um bom planeamento financeiro:

 É preciso que haja consistência e integridade das informações utilizadas para fins de
planeamento e análise e um perfeito engajamento entre as diversas áreas operacionais
da organização;
 Critérios claros e bem definidos para a projecção dos diversos itens;
 Identificação clara dos custos das diversas fontes de financiamento, principalmente
aquelas ligadas ao capital de terceiros de curto prazo e consistência com relação ao
padrão monetário utilizado;
 Realizar avaliações periódicas - real x orçado - visando efetuar revisões com um maior
grau de confiabilidade;
 Atenção permanente com o nível de capital de giro empregado, procurando optimizar
os diversos itens envolvidos.

Os aspectos acima mencionados, na verdade buscam atingir permanentemente o seguinte


objectivo: maximizar o nível de retorno sobre os capitais investidos.

No contexto do planeamento empresarial, devemos lembrar os objectivos a serem atingidos


pela administração, ou seja:

1. Objectivo económico - (capacidade de geração de lucros);


2. Objectivo financeiro - (capacidade de geração de caixa);

9
3. Objectivo patrimonial - (maximização do valor do património investimentos x
financiamentos).

Tão importante quando a capacidade de geração de lucros está a potencializada de geração de


caixa associada à estrutura do património e às fontes de financiamento utilizadas.

O processo de planeamento financeiro começa pelos planos financeiros de longo prazo, ou


estratégicos. Estes, por sua vez, orientam a formulação de planos e orçamentos de curto prazo,
ou operacionais. De modo geral, os planos e orçamentos de curto prazo implementam os
objectivos estratégicos de longo prazo, (Gitmen, 2010, p. 105).

1.2.1.1 Planeamento financeiro de curto prazo

O planeamento financeiro de curto prazo abrange os chamados orçamentos operacionais e


seus reflexos de carácter financeiro e patrimonial. Em linhas gerais, relaciona-se à projecção
da demonstração de resultados, balanço patrimonial e fluxo de caixa para o período base de 1
ano, com desdobramentos mensais e/ou trimestrais.

As decisões financeiras de curto prazo, em geral, envolvem as entradas e saídas de caixa que
ocorrem em um ano ou menos. Por exemplo, as decisões financeiras de curto prazo estão
envolvidas quando uma empresa encomenda matéria-prima, paga à vista, e prevê receber em
até um ano o caixa da venda dos produtos acabados, (Ross, Westerfield, Jordan, & Lamb,
2013, p. 622).

Entre os principais componentes da estrutura financeira de uma empresa estão o nível do


investimento em activo corrente e o de financiamento com passivo corrente que compõem o
capital de giro.

O termo giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente
identificados como aqueles que serão convertidos em caixa no prazo máximo de um ano.

Segundo Neto (2005):

O conceito de capital de giro ou capital circulante, está associado aos recursos que circulam ou
giram na empresa em determinado período de tempo. Ou seja, é uma parcela de capital da
empresa aplicada em seu ciclo operacional. Denominamos capital de giro e parcela dos
recursos próprios de empresa que encontramos disponíveis para aplicações.

O capital de giro líquido é normalmente definido como a diferença entre o activo corrente e o
passivo corrente de uma empresa. Quando o activo corrente supera o passivo corrente, a
empresa tem capital de giro líquido positivo. Quando o primeiro é inferior ao segundo, tem-se
capital de giro líquido negativo. (Gitmen, 2010).

10
O capital de giro geralmente é representado por activo corrente e passivo corrente. De acordo
com Lousã e Salguerinho (2018, p. 34):

O activo corrente é constituído por bens e direitos que se renovam várias vezes ao longo de um
exercício económico. No activo corrente podem considerar-se: existências, contas a receber,
disponibilidades e outros activos correntes. Já o passivo corrente, é composto pelo valor das
obrigações que se espera que venham a ser pagas pela entidade num período inferior a um ano.

O activo corrente, comumente chamado de capital de giro, representa a porção do


investimento que circula, de uma forma para outra, na condução normal dos negócios. Esse
conceito abrange a transição recorrente de caixa para estoques, destes para os recebíveis e de
volta para o caixa. Na qualidade de equivalentes de caixa, os títulos negociáveis também são
considerados parte do capital de giro.

Já o passivo corrente representa o financiamento de curto prazo de uma empresa, uma vez que
inclui todas as dívidas vencidas (isto é, a pagar) em um ano ou menos. Essas dívidas
normalmente abrangem valores devidos a fornecedores (contas a pagar), funcionários e
governo (despesas a pagar), além de bancos (empréstimos bancários), entre outros.

Segundo Neto (2003), essa parcela de capital aplicada pela empresa em seu ciclo operacional,
ou seja, o capital de giro, é constituída de quatro componentes principais:

1- Caixa;
2- Títulos negociáveis;
3- Contas receber;
4- Estoque.

O objectivo da administração financeira de curto prazo é gerir cada elemento do activo


corrente (estoques, contas a receber, caixa e títulos negociáveis) e de seu passivo corrente
(contas a pagar a fornecedores, despesas e empréstimos bancários a pagar) para atingir um
equilíbrio entre rentabilidade e risco que contribua positivamente para o valor da empresa.

Dessa forma, a empresa deve prestar atenção à questão da rentabilidade do investimento em


capital de giro. Pois todo investidor realiza aplicações com a expectativa de um retorno maior
do que o custo do financiamento, e nem sempre investimentos em giro geram retornos
significativos.
Porém, como o investimento em activos correntes é necessário para conduzir a empresa, as
decisões financeiras baseiam-se no dilema risco versus retorno.

11
Segundo Gitmen (2004, p. 547):
Há uma compensação entre a rentabilidade da empresa e seu risco. Rentabilidade, neste
contexto, é a relação entre as receitas e os custos gerados pelo uso dos activos de uma empresa
tanto correntes quanto fixos em actividades produtivas. Pode-se aumentar os lucros
aumentando-se as receitas ou reduzindo-se os custos. O risco, no contexto da administração
financeira de curto prazo, é a probabilidade de que a empresa não consiga pagar suas contas à
medida que vençam. Nesse caso, ela é considerada tecnicamente insolvente. Supõem-se, de
modo geral, que, quanto maior o capital de giro líquido, menor o risco. Em outras palavras,
quanto mais capital de giro líquido a empresa tiver, menor o risco de tornar-se tecnicamente
insolvente. Usando essas definições de rentabilidade e risco podemos demonstrar o intercâmbio
entre os dois por meio das variações no activo corrente e passivo.

Dessa maneira, o mais rentável para qualquer empresa seria manter em seus activos correntes
valores que atendam adequadamente as suas necessidades operacionais.

1.2.1.2. Planeamento financeiro de longo prazo

O universo de longo prazo relaciona-se mais directamente com as projecções de investimento


de capital, com base em projectos de aumento da capacidade, desenvolvimento tecnológico,
pesquisa de novos produtos, etc. São investimentos normalmente relacionados às questões
estratégicas da empresa.

Segundo Gitmen (2010, p. 106):


Os planos financeiros de longo prazo fazem parte de uma estratégia integrada que, juntamente
com os planos de produção e de marketing, orientam a empresa em direção a suas metas
estratégicas. Tais planos incluem propostas de dispêndio em activo imobilizado, actividades de
pesquisa e desenvolvimento, acções de marketing e desenvolvimento de produtos, estrutura de
capital e principais fontes de financiamento. Também podem constar o encerramento de
projectos, linhas de produto, ou linhas de negócio existentes; amortização ou eliminação de
dívidas em aberto; e quaisquer aquisições que estejam planeadas.

1.2.2 Instrumentos de análises de gestão financeira

1.2.2.1 Orçamento financeiro

O orçamento é a etapa do processo do planeamento estratégico em que se estima e determina


a melhor relação entre resultados e despesas para atender às necessidades, características e
objectivos da empresa no período.

“O planeamento financeiro de um negócio bem-sucedido começa na construção do


orçamento, comparando como um quite de sobrevivência, tendo como função, mostrar o que
vem adiante”. (Cerbasi, 2016, p. 40).

12
O orçamento é a projecção dos efeitos financeiros decorrentes de premissas que são
assumidas a partir de decisões que irão afectar os negócios futuros, deve servir como um guia,
indicando o caminho, portanto, deve ser flexível quando apresentar oportunidade de
aperfeiçoar e não tolher a criatividade.

Segundo Tavares (2000), o orçamento abrange funções e operações que envolvem todas as
áreas da empresa com necessidade de alocação de algum tipo de recurso financeiro, para fazer
face às despesas de suas acções.

Os seis principais objectivos do orçamento segundo Brooksin (2000), são:

1. Planeamento - auxiliar a programar actividades de um modo lógico e sistemático que


corresponda à estratégia de longo prazo da empresa;
2. Coordenação - ajudar a coordenar as actividades das diversas partes da organização e
garantir a consistência dessas acções;
3. Comunicação - informar mais facilmente os objectivos, oportunidades e planos da
empresa aos diversos gerentes de equipas;
4. Motivação - fornecer estímulo aos diversos gerentes para que atinjam metas pessoais e
da empresa;
5. Controlo - controlar as actividades da empresa por comparação com os planos
originais, fazendo ajustes onde necessário;
6. Avaliação - fornecer bases para a avaliação de cada gerente, tendo em vista suas metas
pessoais e as de seu departamento.

Segundo Brooksin (2000), menciona que, o orçamento tem as suas vantagens e desvantagens,
tais como:

Vantagens:
 Fornecem critérios de desempenho;
 Promovem a comunicação e a coordenação dentro da organização;
 Fixam objectivos e políticas concretas para a empresa;
 Forçam os colaboradores da empresa a focarem o futuro e não se aterem a problemas
diários da organização;
 Obrigam os administradores a datarem e quantificarem suas actividades;
 Melhoram o compromisso e conteúdo das decisões empresariais;

13
 Usam racionalmente os recursos.

Desvantagem:
 Dados e estimativas sujeitos a erros;
 Custo de implantação e manutenção;
 Implicação, obrigatoriamente, de um modelo de gestão participativa;
 Conjuntura económica dinâmica;
 Pode tornar-se uma peça burocrática.

1.2.2.2 Documentos para as demonstrações financeiras

As demonstrações financeiras podem ser consideradas como o produto final do processo de


apuração contabilística contém dados extraídos dos livros, registros e documentos que
compõem o sistema contabilístico de uma empresa.

Segundo Gitmen (2010), as quatro principais demonstrações financeiras exigidas, são:

 Demonstração de resultado: Fornece um resumo financeiro dos resultados


operacionais da empresa durante um determinado período. As mais comuns abrangem
um período de um ano encerrado numa data específica, normalmente 31 de dezembro
de cada ano. Muitas grandes empresas, contudo, operam num ciclo financeiro de 12
meses, chamado de ano fiscal, que se encerra em alguma outra data. Além disso, é
comum elaborar demonstrações de resultados mensais para uso da administração e
obrigatório fornecer aos accionistas de companhias abertas demonstrações de
resultados trimestrais
 Balanço patrimonial: É uma descrição resumida da posição financeira da empresa
em uma certa data. Essa demonstração equilibra os activos da empresa (aquilo que ela
possui) contra seu financiamento, que pode ser capital de terceiros (dívidas) ou capital
próprio (fornecido pelos proprietários e também conhecido como património líquido).
 Demonstração das mutações do património líquido: Essa demonstração nos
permite detalhar as principais modificações que afetaram o património líquido no
período. Através dela podemos verificar o destino do resultado obtido no período, se
ocorreram modificações no capital social, através de novos aportes de recursos dos
sócios, se foram constituídas reservas decorrentes de processos de reavaliação de
activos da empresa, entre outras situações.

14
 Demonstração dos fluxos de caixa: Resume os fluxos de caixa havidos no período
em questão. Esta demonstração permite distinguir os fluxos de caixa das operações, de
investimentos e de financiamentos da empresa e os concilia com variações do caixa e
títulos negociáveis durante o período.

Segundo Silva (2012), diz que, conhecer o fluxo de caixa e suas variáveis mais significativas
proporciona ao responsável pela gestão financeira da empresa a possibilidade de levantar
informações referentes às operações, aos investimentos realizados e às formas de
financiamento adotadas dentro de um determinado período de tempo das actividades da
empresa.

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) é um relatório que tem por fim evidenciar as
transações ocorridas em um determinado período e que provocaram modificações no saldo da
conta Caixa.

É uma demonstração que sintetiza a ocorrência dos factos administrativos que envolvem os
fluxos de dinheiro ocorridas num determinado período.

Segundo Silva (2008), é o principal instrumento da gestão financeira que planeja, controla e
analisa as receitas, as despesas, e os investimentos, considerando determinado período
projectado.

Seguem abaixo algumas das funcionalidades que a Demonstração do Fluxo de Caixa pode
propiciar aos seus usuários:

 Buscar o perfeito equilíbrio entre os diversos ingressos e desembolsos de caixa;


 Procurar saldar as obrigações da empresa nas respectivas datas de vencimento,
evitando assim onerar a operação;
 Evitar desembolsos em épocas de pouco encaixe de recursos;
 Determinar a disponibilidade de recursos próprios em determinado momento,
aplicando-os da forma mais rentável, visando à maximização dos níveis de retorno;
 Procurar optimizar a composição entre recursos próprios e de terceiros, objetivando
minimizar o custo de capital da empresa;
 Fixar o nível médio de caixa, com base no capital de giro empregado e no ciclo
operacional de caixa.

15
Segundo Matarazzo (1998), seguem abaixo informações que podem ser extraídas da
Demonstração do Fluxo:

 Quais as causas das mudanças na situação financeira da empresa?


 O que foi feito com o lucro gerado pelas operações?
 Qual a aplicação feita com os novos empréstimos?
 Como foi possível à empresa distribuir dividendos após o prejuízo do exercício?
 De que forma a empresa consegue manter seus pagamentos em dia se os resultados
vêm sendo negativos?
 Como está sendo financiada a expansão da empresa?
 Com que recursos a empresa amortizou antecipadamente dívidas de longo prazo?
 O que foi feito com as receitas da venda de algum imobilizado?
 Os recursos gerados pelas operações foram suficientes?
 Qual a habilidade dos administradores em obter recursos adequados às aplicações?
 A política de investimentos adotada pela empresa é apropriada?
 O nível em tesouraria (disponibilidades mais aplicações financeiras) é adequado?
 A política de distribuição de dividendos é compatível com a geração de recursos?

Segundo José (2012), as demonstrações financeiras podem ser efectuadas em função dos
seguintes índices:

1. Índices de actividade

Os índices de actividade medem a velocidade com que diversas contas se convertem em


vendas ou caixa, entradas ou saídas. Onde pode-se estimar os seguintes índices de actividade:

 Giro do estoque: O giro do estoque costuma medir a actividade, ou liquidez, do estoque


de uma empresa. É calculado da seguinte forma:
Giro do estoque = Custo das mercadorias vendidas/ estoque.
 Prazo médio de recebimento: Prazo médio de recebimento, tempo médio para
recebimento das contas devidas pelos clientes da empresa.
Prazo médio de recebimento = Contas a receber de clientes/Valor diário médio das
vendas.
 Prazo médio de pagamento: Tempo médio de pagamento das contas devidas pela
empresa aos fornecedores.

16
Prazo médio de pagamento = Fornecedores/Valor diário médio das compras.
 Giro do activo total: Indica a eficiência com que a empresa usa seus activos para gerar
vendas.
Giro do activo total = Vendas/Activo total.

2. Índices de endividamento

A situação de endividamento de uma empresa indica o volume de dinheiro de terceiros usado


para gerar lucros. De modo geral, o analista financeiro está mais preocupado com as dívidas
de longo prazo porque estas comprometem a empresa com uma série de pagamentos
contratuais ao longo do tempo. Quanto maior o endividamento, maior o risco de que ela se
veja impossibilitada de honrar esses pagamentos contratuais. Como os direitos dos credores
devem ser satisfeitos antes da distribuição de lucros aos accionistas, existentes e em potencial
dão muita atenção à capacidade da empresa de amortizar suas dívidas. Os credores também se
preocupam com o endividamento das empresas. Onde pode-se estimar os seguintes índices:

 Índice de endividamento geral: O índice de endividamento geral mede a proporção


do activo total financiado pelos credores da empresa. Quanto mais elevado, maior o
montante de capital de terceiros usados para gerar lucro. Esse índice é calculado da
seguinte forma: Índice de endividamento geral = passivo total/activo total.
 Índice de cobertura de juros: O índice de cobertura de juros mede a capacidade da
empresa de honrar seus pagamentos contratados de juros. Quanto maior seu valor,
maior a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações de pagamento de juros. O
índice de cobertura de juros é calculado por: Índice de cobertura de juros = lucro antes
de juros e imposto de renda/juros.
 Índice de cobertura de obrigações fixas: O índice de cobertura de obrigações fixas
mede a capacidade da empresa de fazer frente a todos os seus compromissos fixos, tais
como juros e principal, arrendamento mercantil e dividendos preferenciais. Como no
caso do índice de cobertura de juros, quanto maior o valor, melhor. O índice de
cobertura de obrigações fixas é calculada por: Lucro antes de juros e imposto sobre os
lucros+arrendamento /juros+arrendamentos+ {( amortização do principal+dividendos
preferenciais) x [1/(1-T)]}.

17
3. Índices de rentabilidade

Há muitas medidas de rentabilidade. Tomadas em seu conjunto, essas medidas permitem aos
analistas avaliar os lucros da empresa em relação a um dado nível de vendas, um dado nível
de activos ou o investimento dos proprietários. Se não houvesse lucro, uma empresa não
atrairia capital externo. Proprietários, credores e administradores dão muita atenção à
expansão dos lucros por causa da grande importância que o mercado lhes atribui. Onde pode-
se estimar os seguintes índices:

 Margem de lucro bruto: mede a percentagem de cada unidade monetária de vendas


que permanece após a empresa deduzir o valor dos bens vendidos. Quanto maior a
margem de lucro bruto, melhor (isto é, menor o custo das mercadorias vendidas).
 Margem de lucro operacional: mede a proporção de cada real de receita de vendas
remanescente após a dedução de todos os custos e despesas que não são juros, imposto
de renda e dividendos preferenciais. É o ‘lucro puro’ obtido em cada real de receita de
venda.
 Margem de lucro líquido: mede a percentagem de cada unidade monetária de vendas
remanescente após a dedução de todos os custos e despesas, inclusive juros, impostos
e dividendos de acções preferenciais. O lucro por acção (LPA) de uma empresa
costuma ser de interesse para accionistas existentes ou em potencial e para a
administração. Como já vimos, o LPA representa o número de unidades monetárias
ganhas durante o período para cada acção ordinária em circulação.
 Retorno sobre o activo total (ROA – return on total assets): o retorno sobre o
activo total (ROA), muitas vezes chamado de retorno sobre o investimento (ROI),
mede a eficácia geral da administração na geração de lucros a partir dos activos
disponíveis.
 Retorno sobre o capital próprio (ROE – return on common equity): o retorno
sobre o capital próprio (ROE) mede o retorno obtido sobre o investimento dos
accionistas ordinários na empresa.

18
Segundo Lousã (2011), os outros indicadores financeiros para análise financeira, são os
seguintes:

1 Grau de autonomia ou autonomia financeira – trata-se de um indicador


fundamental para a análise financeira da empresa pois mede a sua capacidade para
solver os seus compromissos a médio e longo prazo. É calculada da seguinte forma:
Total do capital próprio/Total do activo líquido.
2 Grau de dependência – trata-se de um indicador completamente do grau de
autonomia. É calculada da seguinte forma: Capitais alheios/Activo total líquido.
3 Grau de cobertura do activo fixo – trata-se de um indicador que dá-nos a conhecer
quantos kwanzas de capitais permanentes contribuíram para o financiamento de 100
kwanza. É calculada da seguinte forma: Capitais permanentes/Activo fixo.
4 Liquidez geral ou solvência técnica – trata-se de um indicador importante pois
permite dar uma ideia aproximada da capacidade da empresa para fazer face aos seus
compromissos no momento do seu vencimento. Ela é calculada da seguinte forma:
Activos correntes/Passivos correntes.
5 Liquidez reduzida – trata-se de um indicador que dá-nos a conhecer quais as
possibilidades da empresa em cobrir as dívidas com vencimentos inferior a 1 ano com
bens e direitos mais líquidos. É calculada da seguinte forma: Activos correntes-
Existencias/Passivo a curto prazo.
6 Solvabilidade – trata-se de um indicador que dá-nos a conhecer a capacidade da
empresa para solver os seus compromissos. O valor deste indicador depende
essencialmente do grau de cobertura do activo por capitais próprios e da capacidade da
empresa para obter lucros, condição essencial para se verificarem aumentos do capital
próprio. É calculada da seguinte forma: Capital próprio/Passivo total.

Os analistas muitas vezes desejam ter uma visão geral do desempenho e da situação financeira
de uma empresa. E os índices são indicadores que ajudam a obter explicações sobre
determinadas situações patrimoniais bem como a sua evolução.

19
Segundo Lousã (2011, p. 71):

O método dos rácios ou indicadores é, de entre os métodos de análise, o mais prático, mais
fácil de construir e o mais rico em conclusões, já que permite: Obter informações sintéticas
(embora parciais) sobre aspectos que interessam a gestão empresarial; Efectuar comparações
que não é possível fazer por meio de números absolutos; Recorrer à comparação de valores
assumidos no tempo pelo mesmo indicador; Avaliar a evolução da situação que se está a
quantificar; Relacionar vários indicadores interligados e entrando em linhas de conta com o
factor tempo, tirar algumas conclusões sobre os fenómenos em estudo e a sua evolução no
tempo; Contextualizar a empresa, comparando os valores dos seus indicadores com valores
padrão para empresas da mesma dimensão e características semelhantes.

1.2.2.2.1 Importância das demonstrações financeiras

A análise das demonstrações financeiras visa relatar, com base nas informações contábeis
fornecidas pelas empresas, a posição económica - financeira actual, as causas que
determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras.

Segundo Lousã (2011), o objectivo de um processo de análise económica - financeira é


permitir uma visão clara e abrangente do desempenho da empresa, considerando os vários
aspectos envolvidos. Pois através dela, pode-se ter uma visão clara em 3 posições diferentes
das empresas, tais como:

1- Em termos económicos – onde a empresa terá a capacidade de verificar a


potencialidade de geração de lucros;
2- Em termos financeiros – onde a empresa terá a capacidade de verificar a geração de
caixa;
3- Em termos patrimoniais – onde a empresa terá a capacidade de verificar a
optimização de investimentos e fontes de financiamentos.

1.2.3 Consequências na falta de gestão financeira


Segundo Lunkes (2008), afirma que na falta de educação financeira, as empresas correm os
seguintes riscos:

1. Desequilíbrio financeiro
O desequilíbrio financeiro transcorre devido ao facto de a empresa não estar conseguindo
adequar suas actividades operacionais com os respectivos tipos de financiamentos adotados.
Podemos relacionar algumas das principais causas da falta de recursos, consequências diretas
e medidas para o alcance do equilíbrio em curto prazo:

20
 Investimento inadequado em estoque: muita das vezes a empresa aplica recursos em
demasia em estoque devido às oportunidades de preços ou devido à sua estratégia
operacional. Aplicação de recursos em estoque deve ser alvo de profunda análise para
avaliar se existe realmente a necessidade de deslocarmos recursos que poderiam estar
sendo mais bem utilizados para outras oportunidades e qual o custo de oportunidade
envolvido.
 Ciclo operacional e financeiros desajustados: conforme já estudamos em aulas
anteriores, as empresas têm seus ciclos operacionais (prazo médio de permanência de
estoque + prazo médio de recebimento das vendas). Um excesso de estoque ou um
prazo mais do que necessário financiando os clientes em vendas a prazo pode gerar a
necessidade de financiamento para seu ciclo de caixa ou ciclo financeiro (ciclo
operacional – prazo médio de contas a pagar/fornecedores);
 Necessidade de financiamento para capital de giro crescente: as situações
anteriormente descritas vão implicar numa maior necessidade de recursos próprios ou
de terceiros para cobrir o ciclo de caixa ou ciclo financeiro;
 Imobilizações em excesso: as imobilizações feitas em excesso fazem com que a
empresa aplique recursos próprios ou de terceiros desnecessários em imobilizações
que, por vezes, não estão sendo utilizadas à plena capacidade, com baixa
produtividade. Estes recursos poderiam estar destinados às aplicações de curto prazo
como estoque e contas a receber dos clientes;
 Endividamento de curto prazo crescente: fica claro que, diante das situações acima
descritas, a utilização de recursos de terceiros tende a aumentar de forma substancial,
gerando elevadas despesas financeiras e reduzindo o potencial de lucro da empresa.

2. Redução da liquidez da operação

Na medida em que a empresa vai desestruturando seus ciclos operacional e financeiro, vai
necessitando de recursos de terceiros em curto prazo, o que vai comprometendo sua liquidez
corrente, que conforme já estudamos, é a capacidade de a empresa honrar suas contas de curto
prazo.

21
3. Fragilidade ante as flutuações do mercado
Devido à elevação do endividamento, a empresa perde o folego para suportar situações de
crise económica que refletem na queda do facturamento, chegada de um concorrente numa
guerra de preços, etc.

4. Perda crescente da capacidade de investimento


As situações anteriormente descritas levam a empresa a perder oportunidades de crescimento
através de novos investimentos.

5. Redução da credibilidade como instituição

Diante de uma situação na qual a liquidez está apertada, o endividamento elevado e os


resultados fracos a empresa começa a perder credibilidade entre seus fornecedores e credores
(instituições financeiras)

6. Falência
É o estágio final do somatório de erros cometidos ao longo de um determinado período de
tempo, muito provavelmente por falta de planeamento financeiro.

22
CAPÍTULO 2: ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO E
RESULTADO
Este capítulo destina-se a descrever a metodologia adotada no âmbito deste estudo. “A palavra
metodologia resulta da combinação das palavras métodos (do grego, organização) e logos (do
grego, palavra, estudo, razão), ou seja, é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo. (Reis, 2010, p. 57).

2.1 Tipo de pesquisa


A presente pesquisa, classifica-se como pesquisa descritiva. Segundo Prodanov e Freitas
(2013, pp. 51-52), “a pesquisa, sob o ponto de vista de seus objectivos, pode ser: exploratória,
descritiva e explicativa”.

Os mesmos autores explicam que, na pesquisa descritiva os factos são observados,


registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles,
isto significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, porém, não
manipulados pelo pesquisador.

Segundo Vergara (2000, p. 47), “a pesquisa descritiva expõe as características de determinada


população ou fenómeno, estabelece correlações entre variáveis e define sua natureza”.

Quanto aos meios ou procedimentos técnicos, a presente pesquisa classifica-se como,


pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

De acordo Prodanov e Freitas (2013, pp. 54-60):

A pesquisa bibliográfica é quando elaborada a partir de material já publicado, constituído


principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais,
boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objectivo de
colocar o pesquisador em contacto directo com todo material já escrito sobre o assunto da
pesquisa. Já o estudo de caso, consiste em colectar e analisar informações sobre determinado
indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de
sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa. É um tipo de pesquisa qualitativa e/ou
quantitativa, entendido como uma categoria de investigação que tem como objecto o estudo de
uma unidade de forma aprofundada, podendo tratar de um sujeito, de um grupo de pessoas, de
uma comunidade etc. São necessários alguns requisitos básicos para sua realização, entre os
quais, severidade, objectivação, originalidade e coerência.

Segundo Gil (2010, p. 37), “o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um
ou mais objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”.
Segundo Yin (2001), pode-se utilizar o procedimento técnico estudo de caso quando
deliberadamente quisermos trabalhar com condições contextuais – acreditando que elas
seriam significativas e pertinentes ao fenómeno estudado.

23
2.2 Enfoque de Pesquisa
A presente pesquisa classifica-se como, pesquisa quantitativa. Pois, de acordo Severino
(2017), as pesquisas científicas podem ser classificadas, quanto à abordagem, em dois tipos
básicos: qualitativa e quantitativa.

A Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir
em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos
e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de
correlação, análise de regressão etc.). (Prodanov & Freitas, 2013).

Segundo Mattar (2007), a pesquisa quantitativa busca a validação das hipóteses mediante a
utilização de dados estruturados, estatísticos, com análise de um grande número de casos
representativos, recomendando um curso final da acção. Ela quantifica os dados e generaliza
os resultados da amostra para os interessados.

2.3 População e Amostra

2.3.1 Caracterização da população


Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 98), “a população (ou universo da pesquisa) é a
totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um
determinado estudo”.

Nesta perspectiva, a população para o presente estudo, é composta por micros e pequenas
empresas certificadas na Província de Namibe.

De acordo aos dados fornecido pelo Instituto Nacional de Apoio às Micros, Pequenas e
Médias Empresas (INAPEM, 2023), concretamente, Departamento Provincial de Apoio
Empresarial do Namibe, existem 425 micros e pequenas empresas certificadas na Província de
Namibe. Dos quais, 376 micros e 49 pequenas empresas.

2.3.2 Amostra
Segundo Baranano (2008, p. 83):

O inquérito por amostragem é aquele que é levado a efeito sobre uma amostra, isto é, sobre
uma fração da população total estudada, com o objetivo de obter a informação necessária sobre
essa população no momento certo e ao menor custo possível.

Segundo Malhotra (2001), acrescenta ainda que, para populações infinitas, ou em contextos
de constante mudança, o estudo estatístico pode ser realizado com a coleta de parte de uma
população (amostragem), denominada amostra. Amostra é um subgrupo de uma população,
24
constituído de n unidades de observação e que deve ter as mesmas características da
população, selecionadas para participação no estudo. O tamanho da amostra a ser retirada da
população é aquele que minimiza os custos de amostragem e pode ser com ou sem reposição.

Tendo em conta o conceito apresentado, para o presente estudo amostra selecionada é


composta por 85 micros e pequenas empresas certificadas no Município de Moçâmedes.
Correspondendo 20% da população.

O princípio 80/20 afirma que ocorre um desequilíbrio entre as causas e os resultados, aonde a
maioria tem baixo impacto e a pequena maioria tem alto impacto. Ou seja, os resultados são a
derivação de uma pequena proporção das causas e esforços necessários para gerar esses
resultados. (Koch, 2015)

Quanto o tipo de amostragem, utilizou-se a amostra aleatória simples.

Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 99):

Nas amostras aleatória simples, cada elemento da população tem oportunidade igual de ser
incluído na amostra. A amostragem aleatória simples é o procedimento básico da amostragem
científica. Podemos dizer mesmo que todos os outros procedimentos adotados para compor
amostras são variações deste.

2.4 Instrumento de recolha de dados


Relactivamente a colectas de dados, a presente pesquisa fez-se levantamentos de dados por
intermédio de questionário de inquérito.

O questionário é a ferramenta utilizada para a obtenção de informação em primeira mão, onde


o entrevistador tem bastantes conhecimentos sobre o tema em análise e foca explicitamente os
aspectos essenciais em que tenciona aumentar os seus conhecimentos. Na investigação
empírica, o questionário é fundamental para a verificação das hipóteses previamente
formuladas. Para isso, recorre-se ao estabelecimento de relações entre duas ou mais variáveis
construídas a partir da informação obtida em diferentes questões do questionário. (Lakatos &
Marconi, 2003).

2.5 Critério de inclusão e exclusão

Os critérios permitem descrever as características necessárias do sujeito para ser incluído ou


excluído na pesquisa.

Neste contexto, o critério de inclusão é determinado segundo a Lei Nº 30 de 13 de Setembro


de 2011, no seu artigo 5º na sua alínea b) que classifica as empresas em micro, pequenas e
médias empresas.

Os critérios de exclusão identificam características específicas, que podem afetar a condição


do projecto de uma forma que torna a pesquisa imprópria, ou que diminua a chance de
sucesso no estudo.

25
2.6 Análise e apresentação de resultados
Nesta secção, serão analisados os dados e informações obtidos através dos questionários feitos
nas empresas na circunscrição urbana da cidade de Moçâmedes. O questionário foi entregue
de forma aleatória nas várias empresas da circunscrição urbana da cidade de Moçâmedes de
10 à 20 de Fevereiro de 2023 e foi recebido nos respectivos dias. Com base nos
conhecimentos teóricos a volta do tema, será feita análise aos dados que traduzem à
observação quantificada. Os dados serão apresentados em gráficos e as análises virão a seguir
a estes.

21%
Masculino

79% Feminino

Figura 1: Género
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 79% dos inquiridos correspondendo a maioria, são do género


masculino e 21% do género feminino. Essa informação, levou a entender que, existe uma
disparidade de gênero no mercado de trabalho nas micros e pequenas empresas no Município
de Moçâmedes, que é composta maioritariamente por homens.

14% 20-29 anos


38%
30-39 anos
48%
Mais de 40 anos

Figura 2: Idade
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 48% dos inquiridos correspondendo a maioria, estão na faixa etária de
20 á 29 anos de idade, 38% estão na faixa etária de 30 á 39 anos de idade e 14% estão na faixa
etária acima de 40 anos de idade. Isso pode indicar que as empresas estão em uma fase de
crescimento e expansão, onde o foco está em contratar funcionários jovens e altamente
qualificados, que possam ajudar a impulsionar a empresa para o sucesso a longo prazo.

26
0%
34% I Ciclo
46%
20% Ensino Médio

Bacharel

Licenciado

Figura 3: Habilitações literárias


Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 46% dos inquiridos correspondendo a maioria, são técnicos médios,
34% são licenciados, 20% são bacharel e nenhum dos inqueridos é do I Ciclo. De acordo a
esta informação, percebeu-se que, isso indica que as empresas estão mais focadas em aspectos
operacionais e técnicos de sua actividade, valorizando profissionais com conhecimento
específicos e habilitados a práticas para realizar tarefas específicas.

1-5 anos de serviço


4%
9%
20% 6-10 anos de serviço
67%
11-15 anos de serviço

Mais de 16 anos de serviço

Figura 4: Tempo de serviço


Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 67% dos inquiridos correspondendo a maioria, têm 1 á 5 anos de


serviço, 20% têm 6 á 10 anos de serviço, 9% têm 11 á 15 anos de serviço e 4% têm mais de
16 anos de serviço. Essa informação, levou a entender que, as empresas têm alto índice de
renovação de funcionários. Isso pode ser positivo, indicando que as empresas estão em fase de
crescimento e expansão, em que novas pessoas estão sendo contratadas para atender a
crescente demanda dos negócios.

27
Tem noção sobre a gestão financeira?

100%
Sim Não

Figura 5: Noção sobre a gestão financeira


Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 100% dos inquiridos correspondendo a maioria, foram unânimes em


afirmarem que sim. Essa informação, levou a entender que, as empresas têm noção do
controlo de fluxo de caixa, captação de recursos, controlo de contas a receber e a pagar. Além
disso, é essencial ter noção da gestão financeira para o desenvolvimento empresarial.

Será que a empresa tem elaborado planeamento financeiro para o controlo de suas
finanças?

Sim

100%
Não

Figura 6: Elaboração do planeamento financeiro


Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 100% dos inquiridos correspondendo a maioria, foram unânimes em


afirmarem que sim, têm elaborado planeamento financeiro para o controlo de suas finanças.
Essa informação, levou a entender que, o planeamento financeiro é essencial para que a
empresa consiga tomar decisões estratégicas para atingir os seus objectivos de curto, médio e
longo prazo. É a partir dele que a empresa consegue acompanhar com precisão os seus gastos,
facturamento e lucros.

28
Se sim, quais?

33% Curto Prazo

67% Médio Prazo


Longo Prazo
Todas as anteriores

Figura 7: Tipos de planeamento financeiro


Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 67% dos inquiridos correspondendo a maioria, responderam que têm
elaborado planeamento financeiro de curto prazo e 33% responderam que têm elaborado um
planeamento financeiro de curto, médio e longo prazo.
Essa informação, levou a entender que, a maioria das empresas têm elaborado planeamento
financeiro de curto prazo, o que é extremamente importante para micro e pequenas empresas
por uma razão: os recursos financeiros são limitados e, portanto, precisam ser geridos
cuidadosamente para garantir que a empresa tenha recursos financeiros suficientes para cobrir
suas despesas operacionais, sem deixar de lado as necessidades de longo prazo.

Quais os instrumentos de gestão financeiras que a empresa utiliza?

Orçamento financeiro
21% DFC
40%
22% Balanço Patrimonial
17%
Demonstração de resultados

Todas as anteriores

Figura 8:Instrumentos de gestão financeira


Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 40% correspondendo a maioria, responderam que o instrumento mais


utilizado é o orçamento financeiro por ser um documento previsional para o controlo das suas
receitas e despesas, 22% utilizam balanço patrimonial, demonstração de fluxo de caixa e
demonstração de resultado, 21% utilizam tanto o orçamento financeiro, demonstração de

29
fluxo de caixa, balanço patrimonial e demonstração de resultado e 17% utilizam somente a
demonstração de fluxo de caixa.

Quais as consequências que a empresa pode apresentar na falta de gestão


financeira?

Desiquilibrio financeiro

Fragilidade no mercado
28%
51%
21% Perda de investimento

Redução de Liquidez

Falência

Figura 9:Consequências na falta de gestão financeira


Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

De acordo a pesquisa, 51% dos inquiridos correspondendo a maioria, responderam que as


consequências que a empresa pode apresentar na falta de gestão financeira é o desequilíbrio
financeiro, 28% responderam que é falência e 21% responderam que é a redução de liquidez.
Essa informação, levou a entender que, isso pode indicar uma falta de controlo financeiro, alta
dívida, falta de fluxo de caixa adequado ou outros problemas financeiros que as empresas
acarretam.

30
CONCLUSÃO
A pesquisa permitiu, apresentar a importância da gestão financeira nas micros e pequenas
empresas, quando se utiliza os seus instrumentos para o maior controlo de recursos
financeiros.

O comportamento financeiro da empresa depende em grande medida dos administradores, pós


são eles que identificam os caminhos para que as empresas tenham as finanças equilibradas.
Ajudando a visualizar com mais clareza a situação económica e financeira da empresa e serve
de guia para a tomada de decisões.
Quanto aos objectivos, podemos afirmar que foram alcançados por termos identificados que
para o sucesso das micro e pequenas empresas é necessário ter o conhecimento dos
instrumentos de gestão financeira, que permitem elaborar o planeamento financeiro. Nas
empresas inquiridas maioritariamente afirmaram que elaboram mais o planeamento financeiro
de curto prazo.
Para as empresas que não fazem o controlo adequado das finanças correm o risco de ter como
consequências o desequilíbrio financeiro, falência ou mesmo perda de investimento.

A hipótese foi confirmada, pelo facto da gestão financeira ter grande impacto no sucesso das
micros e pequenas empresas.

31
SUGESTÕES
Sugere-se as empresas à:

 Fazerem o registro detalhado de todas as despesas e receitas, permite que seja


conhecido de onde vem e para onde vai o dinheiro do negócio e, assim, podem ser
feitos cortes ou substituições nos gastos, fazendo com que, as receitas sejam bem
compreendidas;
 Utilizarem instrumentos financeiras como o orçamento financeiro, demonstração de
fluxo de caixa, balanço patrimonial, demonstração de resultado e entre outras
ferramentas no sistema de gestão da empresa, pós elas auxiliam na gestão financeira
da empresa e no processo de tomadas de decisões.

32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Prática, Aplicação no ÂMBITO DO SNC. Lisboa: Edições Sílabos, Lda.
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Janeiro: Atlas.

Yin, R. K. (2001). Estudo de Caso: Planeamento e Métodos (Vol. 2). Porto Alegre:
Bookman.
APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO DE INQUÉRITO
Este inquérito académico insere-se no âmbito de uma investigação do trabalho de fim de
curso de Licenciatura em Contabilidade e Gestão na Faculdade de Ciências Sociais e
Humanidades da Universidade de Namibe. A finalidade do mesmo, consiste na análise de
dados que traduzam o impacto da educação financeira no sucesso das micros e pequenas
empresas no Município de Moçâmedes. Os dados fornecidos são confidenciais e anónimos, e
serão usados unicamente no fórum académico, pelo que, agradecemos pela sua colaboração e
sinceridade.

Por favor, leia atentamente e assinala com (X) no quadrante correspondente!

Dados pessoais do gestor:

Género: Masculino Feminino

Idade: De 20 -29 anos De 30- 39 anos Mais de 40 anos

Habilitações: I Ciclo Ensino Médio Bacharel Licenciado

Tempo de serviço: De 1- 5 anos De 6 – 10 anos De 11- 15 anos

Mais de 16 anos

Questões:

1- Tem noção sobre a gestão financeira?


a) Sim b) Não
2- Será que a empresa tem elaborado planeamento financeiro para o controlo de suas
finanças?
a) Sim b) Não
3- Se sim, quais: Curto prazo Médio prazo
Longo prazo
4- Quais os instrumentos de gestão financeira que a empresa utiliza?
a) Orçamento financeiro b) demonstração de fluxo de caixa

c) Balanço patrimonial d) demonstração de resultado

e) Todas as anteriores f) nenhuma das anteriores


5- Quais as consequências que a empresa pode apresentar na falta de gestão financeira?
a) O desequilíbrio financeiro
b) Fragilidade no mercado
c) Perda crescente da capacidade de investimento
d) Redução da credibilidade como instituição
e) Falência
f) Todas as anteriores h) nenhuma das anteriores
ANEXO 1 - EMPRESAS CERTIFICADAS
Figura 10: Empresas certificadas

Fonte: (INAPEM, 2023)


ANEXO 2 – SOLICITAÇÃO DE RECOLHAS DE DADOS
Figura 11: Solicitação de recolhas de dados

Fome: (AGT,2023)
ANEXO 3 - FLUXO DE CAIXA
Figura 12: Fluxo de caixa

Fonte: (Gitmen, 2010, p. 98)


ANEXO 4 - PLANEAMENTO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO
Figura 13: Planeamento financeiro de curto prazo

Fonte: (Gitmen, 2010, p. 107)


ANEXO 5 - BALANÇO
Figura 14: Balanço

Exercícios
Designação Notas 2xxx 2xxx 1

Activos
Activos não correntes:
Imobilizações corpóreas.......................................................... 4
Imobilizações incorpóreas....................................................... 5
Investimentos em subsidiárias e associadas............................ 6
Outros activos financeiros....................................................... 7
Outros activos não correntes.................................................... 9 ________ ________
________ ________

Activos correntes:
Existências.............................................................................. 8
Contas a receber...................................................................... 9
Disponibilidades..................................................................... 10
Outros activos correntes......................................................... 11 ________ ________
________ ________
Total do activo......................... ________ ________
Capital próprio e passivo
Capital próprio
Capital..................................................................................... 12
Reservas.................................................................................. 13
Resultados transitados............................................................ 14
Resultados do exercício.......................................................... ________ ________
________ ________

Passivo não corrente:


Empréstimos médio e longo prazos ....................................... 15
Impostos diferidos.................................................................. 16
Provisões para pensões........................................................... 17
Provisões para outros riscos e encargos................................. 18
Outros passivos não correntes................................................ 19 ________ ________
________ ________
Passivo corrente:
Contas a pagar ....................................................................... 19
Empréstimos de curto prazo................................................... 20
Parte cor. dos empr. A médio e longos prazos....................... 15
Outros passivos correntes....................................................... 21 ________ ________
Total do capital próprio e passivo.............. ________ ________

Fonte: (Lousã & Salgueirinho, 2018, p. 276)


ANEXO 6 - DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
Figura 15: Demonstração de resultado

Data
Designação Notas 2xxx 2xxx 1

Vendas 22
Prestações de serviços 23
Outros proveitos operacionais 24 ________ ________
________ ________
Variação nos produtos acabados e produtos em via de fabrico 25
Trabalho para a própria empresa 26
Custos das mercadorias vendidas e das matérias-primas e subsidiárias
consumidas 27
Custos com pessoal 28
Amortizações 29
Outros custos e perdas operacionais 30 ________ ________
Resultados operacionais ________ ________
Resultados financeiros 31
Resultados de filiais e associados 32
Resultados não operacionais 33 ________ ________
Resultados antes de impostos ________ ________
Impostos sobre rendimentos 35 ________ ________
Resultados líquidos das actividades correntes ________ ________
Resultados extraordinários 34
Imposto sobre o rendimento 35 ________ ________
Resultados líquidos do exercício ________ ________

Fonte: (Lousã & Salgueirinho, 2018, p. 277)


ANEXO 7 - DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA
Figura 16: Demonstração de Fluxo de Caixa

Exercícios
Designação Notas 2xxx 2xxx 1
Fluxo de caixa das actividades operacionais:
Recebimentos (de caixa0 de clientes...................................
Pagamentos (de caixa) a fornecedores e empregados.........
Caixa gerada pelas operações:
Juros pagos:
..............................................................................................
Impostos s/ os lucros pagos..................................................
Fluxos de caixa antes das rubricas extraordinária:
..............................................................................................
Caixa líquida proveniente das actividades operacionais......
Fluxo de caixa das actividades de investimentos:
Recebimentos provenientes de:
Imobilizações corpóreas................................................
Imobilizações incorpóreas.............................................
Investimentos financeiros.............................................. 45
Subsídios a investimentos..............................................
Juros e proveitos similares.............................................
Dividendos ou lucros recebidos.....................................
..............................................................................................
Pagamentos respeitantes a:
Imobilizações corpóreas................................................
Imobilizações incorpóreas.............................................
Investimentos financeiros.............................................. 46
Fluxos de caixa antes da rubrica extraordinária:
..............................................................................................
Caixa líquida usada nas actividades de investimento...........
Fluxo de caixa das actividades de financiamento:
Recebimentos provenientes de;
Aumento de capital, prestações suplementares
e vendas de acções ou quotas próprias........................
Cobertura de prejuízos................................................
Empréstimos obtidos...................................................
Subsídios à exploração e doações...............................
Pagamentos respeitantes a:
Reduções de capital e prestações suplementares….
Compras de acções ou quotas próprias.......................
Dividendos ou lucros pagos........................................
Empréstimos obtidos..................................................
Amortização de contractos de locação financeira.............
Juros e custos similares pagos....................................
.............................................................................................
Caixa líquida usada nas actividades de financiamento........
Aumento líquido de caixa e seus equivalentes....................
Caixa e seus equivalentes no início do período................... 43,47
Caixa e seus equivalentes no fim do período............................. 43,47

Fonte: (Lousã & Salgueirinho, 2018, p. 267)

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