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MOÇÂMEDES, 2021
Observação: este material tem um carácter consultivo/complementar, pelo que, para uma
maior comprensão dos conteúdos nele relatados bem como os que constam do programa da
ficha da unidade curricular recomenda-se aos alunos que participem activamente das aulas,
façam os trabalhos para os quais foram orientados, consultem a bibliografia da cadeira e a
legislação fiscal ☺
LISTA DE SIGLAS, ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS
CGT – Código Geral Tributário
II – imposto industrial
IS – Imposto de selo
SS – segurança social
Índice
De acordo com Quintino (2020), os documentos escritos mais antigso conhecios são peças
de barro de 4.000 A.C., encontrados na Mesopotânea. Nestes materiais já é peossível
encontrar referências aos impostos que eram cobrados na época – que exigiam que parte
dos alimentos produzidos fosse entregue ao governo. Além disso, parte do povo era
obrigado a passar até cinco meses por ano trabalhando para o rei.
De acordo com o autor (id), esta mesma lógica guiou inúmeros povos ao longo dos tempos.
A história dos impostos evoluiu juntamente com a história que conhecemos – passando pelo
Egipto, Império Romano, Grécia, Idade Média e chegando aos modelos de tributação que
temos hoje em dia.
Por seu turno, Ferreira (2015) afirma que o texto mais antigo encontrado e que retrata a
cobrança de tributos na antiguidade é uma placa de 2.350 A. C., em escrita cuneiforme, que
descreve as reformas empreendidas pelo rei Urukagina na cidade-estado de Lagash,
localizada na antiga Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates. O documento relata a cobrança
de impostos extorsivos e leis opressivas, exploração de funcionários corruptos e confisco de
bens para o rei.
O autor (id), afirma ainda que, também entre os egípcios encontramos um texto, do segundo
milênio A. C., que retrata as dificuldades encontradas por um camponês para pagar ao
escriba do faraó os impostos sobre a colheita.
O tributo tem hoje grande significado social, por ser o maior responsável pelo financiamento
dos programas e ações do governo nos vários domínios da vida social. No entanto, é preciso
zelar sempre para que os princípios constitucionais sejam observados e que os recursos
arrecadados possam ser aplicados em obras e serviços que atendam às necessidades da
população, como um todo, principalmente da parcela mais pobre.
De acordo com o nosso ordenamento jurídico, os tributos podem ser, impostos incluindo
direitos aduaneiros, taxas ou contribuições especiais1. São impostos os tributos com natureza
unilateral, em virtude da sua obrigação não constituir a contrapartida de qualquer prestação
individualizada do Estado e demais ente públicos.
1
Os regimes jurídicos de criação, modificação e extinção das taxas ou de outras contribuições especiais constam
de Leis reguladoras próprias, constituindo o o CGT, legislação subsidiária relativamente a esses regimes.
2
Regra geral, as contribuições de melhoria são tributos decorrentes de obras públicas permanentes que venham
a valorizar imóveis particulares, sendo que o fato gerador é a valorização de imóvel decorrente de uma obra
pública, o sujeito passivo é o proprietário do imóvel no momento do término da obra e a base de cálculo é a
diferença entre os valores iniciais e finais dos imóveis beneficiados pela valorização. De realçar que o valor da
obra pública deve ser dividido entre os proprietários dos imóveis beneficiados, observando cada valorização
individual. Desta forma, não existe uma alíquota fixa para este tributo, pois depende do valor total da obra
dividido pelo número de beneficiários, além da valorização individual de cada imóvel. Por isso, existem dois
limites máximos a serem respeitados.
O regime jurídico das contribuições para a segurança social, das contribuições de natureza
idêntica que se recolham conjuntamente com elas e das contraprestações devidas por
actividades ou serviços prestados por entidades ou organismos públicos ou concessionárias
de serviços públicos, segundo normas de direito privado, bem como de outras
contraprestações previstas na Lei constam de legislação específica, constituindo o presente
Código legislação subsidiária relativamente à sua regulamentação.
Os tributos podem ser classificados quanto a sua finalidade, quanto à vinculação à atividade
estatal, e quanto a quantidade.
3
A literatura sobre a matéria fala de “contribuições especiais” e “empréstimos compulsórios” como sendo
figuras distitntas dentro das espécies de tributação.
Por último, mas não menos importante, a classificação quanto à quantidade, em que se
destacam as teorias tripartite e pentapartite. Na teoria tripartite existem apenas 3 tributos:
os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Nessa teoria, os empréstimos
compulsórios e as contribuições ou são taxa ou são contribuição de melhoria. Na teoria
pentapartite existem 5 tributos: os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, os
empréstimos compulsórios e as contribuições.
Enquanto as receitas dos impostos visam a custear, por exemplo, despesas como por exemplo
serviços públicos gerais/universais, segurança pública, educação e limpeza pública (sem que
haja a partida uma alocação directa), as taxas são tributos vinculados, retributivos ou
contraprestacionais, ou seja, são cobrados em troca da prestação de um serviço público aos
contribuintes.
A taxa é cobrada porque há alguma contraprestação dos serviços aos contribuintes. Essa
contraprestação é de natureza individual, concretizando-se, em regra, numa Vantagem ou
Utilidade para o sujeito passivo5.
Assim, as Taxas são pagamentos em dinheiro feitos pelos cidadãos às Entidades Públicas, com
um carácter definitivo, estabelecidas por lei, como pagamento dos serviços prestados pelo
Estado ou pela utilização de bens públicos (estradas, pontes, espaços públicos, etc.).
4
De realçar que essa ideia não é de todo válida, isto é, aceitável sem reservas na medida em que é necessário
que se estabeleçam limites de tributação para não asfixiar aqueles que são detentores dos maiores rendimentos
porque tal facto pode levá-los a canalizarem a sua riquesa/poupança/inestimento para regiões mais favoráveis
do ponto de vista fiscal.
5
Há, porém, taxas em que os particulares não obtêm qualquer benefício não sendo sequer eles que solicitaram
a actividade pública que concretiza a contraprestação.
Nota: o nosso ordenamento jurídico é dos poucos que ainda faz menção ao tributo como
sendo “prestações patrimoniais, pecuniárias ou susceptíveis de avaliação pecuniária”,
porque, noutras latitudes o tributo é apenas tido como sendo “toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Direitos e indiretos. Os impostos diretos são aqueles que o ônus não repercute em terceiros,
quem paga é o contribuinte de direito (aquele que pratica o fato gerador). Por outro lado, os
indiretos: o ônus repercute em terceiros, quem paga é o contribuinte de fato (o consumidor
final).
Pessoais e impessoais (reais). Enquanto os impostos pessoais são subjetivos, incidindo sobre
condições particulares (rendimentos, dependentes, gastos) e a capacidade contributiva de
cada um os reais são de matéria tributária (incidem sobre bens e serviços).
6
Uma outra classificação acresce os impotos Ordinários e extraordinários. Sendo impostos ordinários os normais,
comuns. Os extraordinários são os que exigem uma situação extraordinária, incomum, excepcional.
Teóricos e de obrigação Única. Os teóricos também chamados de periódicos, são aqueles que
incidem sobre manifestações de capacidades contributiva com caráter estável e duradouro ou
seja aqueles cujo facto tributário se renova por diferentes períodos fiscais (como os impostos
sobre o rendimento). Os de obrigação Única. São aqueles que o facto tributário nasce ou se
extingue com um fato ou negócio jurídico: consumo, importação, aquisição onerosa ou
gratuita.
Quotas fixas e quotas variáveis. De quota fica são o que a lei estabelece uma importância fixa
(Taxa Ad valorem) a pagar pelo contribuinte ou seja, a lei determina o montante fixo para
todos os contribuintes. Dispensa-se o processo de autoliquidarão. Por exemplo o ato de
emissão de cheque (imposto de selo). Os de quota variável são aqueles cujo o montante varia
em função da variação da matéria coletável seja esta variação: (a) taxas excedentes, aquelas
que aumentam a medida em que se eleva o valor da matéria coletável (impostos progressivos)
e (b) taxas descendentes aquelas que diminuem a medida que diminuem o valor da matéria
coletável (impostos regressivos).
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Para uma melhor comprensão dessa matéria recomenda-se que os alunos usem como analogia a matéria de
calculo financeiro onde falávamos da taxa nominal e da taxa real. Como a inflção reduz o valor real da moeda,
daí a razão de termos (entenda-se termos tido) os conceitos de UCF na legislação fiscal, de modo a manter
constante, por exemplo o valor em termos de UCF, sendo apenas necessário actualizar o valor real da mesma
para corrigir os efeitos da inflação ou deflação. Quem não julgar que os exemplos dados em aulas não foram
suficientes poderá fazer buscas individuais e em caso de dúvidas poderá contactar-me nos dias em que eu estiver
na instituição.
A par da incidência positiva (Definadas pelas chamadas normas de incidência reas e pessoas),
temos que considerar uma incidência negativa, integrada pelas normas que estabelecem
isenções de imposto, quer excluindo da tributação situações que, a não ser a norma de
isenção, caberiam no âmbito de previsão da norma real impositiva (incidência real negativa),
quer excluido do universo dos contribuintes, sugeitos que, sem a norma de isenção se
constituiram normalmente com devedores do imposto (incidência pessoal negativa). Um e o
outro caso, bem diferente das situações de uma tributação, em que om âmbito de previsão
da norma de incidência positiva não compreende os factos e os sugeitos considerados, não
sendo necessaria nenhuma norma de isenção para que estes fiquem fora do quadro legal de
sugeição de imposto.
Cobrança8, (Pagamento), cobrança e pagamento são expressões que, por regra, traduzem a
mesma realidade juridica. A primeira assumida do ponto de vista da administração fiscal, que
cobra o imposto, a segunda encarada do ponto de vista de contribuinte, que o paga. É a fase
final da vida do imposto para que tende a relação juridica fiscal. Com a cobrança (pagamento)
8
Como abordado em aula, vale ressaltar que a cobrança/pagamento começa por ser voluntária. Se a mesma
não tiver sucesso então o órgão público responsável pela cobrança do tributo aciona os mecanismos legais
para levar o sujeito passivo a cumprir com as suas obrigações fiscais.
A obrigação tributária constitui-se com a verificação dos factos que definem a incidência do
respectivo tributo, salvo nos casos previstos na Lei.
9
Aconselha-se a leitura dos artigos 24º a 27º do CGT
10
Ide, por favor, pesquisar por vós mesmos, pois os colegas que falaram desse tema já forneceram bons subsídios
a respeito do mesmo e eu, também, reforcei suficientemente em aula. Ademais, tendes os CGT como um bom
elemento de consulta relativamente à esta matéria.
11
Idem.
12
Idem.
g) A emissão de certidões sobre os actos e termos do procedimento que lhe digam respeito e
sobre a sua concreta sitúação tributária no prazo de 10 (dez) dias ou para período inferior
àquele, mediante uma taxa de urgência a definir no regulamento a que se refere o n.º 2 do
Artigo 78.º do CGT.
13
Igual a nota 10.
Os princípios orientam na interpretação das normas jurídicas, são vetores que norteiam sua
aplicação e âmbito de abrangência. Princípio é o alicerce, o pilar que fundamenta as demais
normas jurídicas positivas que compõem o sistema.
3. As leis, os tratados e os demais actos do Estado, dos órgãos do poder local e dos entes
públicos em geral só são válidos se forem conformes à Constituição.
O entendimento deste princípio do direito tributário é de que o Estado deve obedecer a leis
para que tenha a competência de criar, instituir, cobrar impostos, não podendo atuar, assim,
14
Bem como os que ficarão para leituras individuais.
Por seu turno, o O art. 102° da Constituição da República de Angola aborda sobre os impostos
onde fica, desde já, constitucionalmente consagrado que (1) os impostos só podem ser criados
por lei, que determina a sua incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes; (2) as normas fiscais não têm efeito retroactivo, salvo as de carácter
sancionatório, quando sejam mais favoráveis aos contribuintes; (3) a criação de impostos de
que sejam sujeitos activos os órgãos do poder local, bem como a competência para a sua
arrecadação, são determinadas por lei.
Portanto, só a lei pode criar (ou instituir), majorar (elevar alíquotas ou ampliar a base de
cálculo), reduzir ou extinguir tributos.
15
CASTRO, Aldemario Araujo. Primeiras Linhas de Direito Tributário. 5 ed. Belo Horizonte:
Fórum, 2009.
Sendo assim, o lado positivo da igualdade (dever de distinguir desigualdade) impõe-se seja o
tributo quantificativo segundo a capacidade contributiva de cada um, que é diversificada, e o
lado negativo do princípio (dever de não discriminar) constrange o legislador a tributar, de
forma idêntica, cidadãos de idêntica capacidade contributiva16.
1. Todos gozam dos direitos, das liberdades e das garantias constitucionalmente consagrados
e estão sujeitos aos deveres estabelecidos na Constituição e na lei.
3. Todos têm deveres para com a família, a sociedade e o Estado e outras instituições
legalmente reconhecidas e, em especial, o dever de: a) Respeitar os direitos, as liberdades e a
propriedade de outrem, a moral, os bons costumes e o bem comum; b) Respeitar e considerar
os seus semelhantes sem discriminação de espécie alguma e manter com eles relações que
permitam promover, salvaguardar e reforçar o respeito e a tolerância recíprocos.
16
Misabel de Abreu Derzi e Sacha Calmon (1982, p. 56/61)
17
Nalgumas literaturas também tratado como princípio da generalidade
Por isto é que, mesmo quando instituído ou aumentado por lei, não se deve admitir a cobrança
do tributo se não há capacidade contributiva. Saber quando isto acontece é outra questão –
de deslinde difícil, é certo, mas não impossível. De todo modo, admitindo-se que está ausente
a capacidade contributiva necessária no caso, a lei instituidora do tributo há de ser
considerada inconstitucional. Por outro lado, a capacidade contributiva não justifica a
cobrança de tributo que não tenha sido instituído ou aumentado por lei18.
Como se tem dito, não há regra sem exceção, logo, por uma questão de justiça tributária ou
ainda para atender aos fins estratégicos do estado, por exemplo, pode se dar o caso de
deterinadas leis fiscais contemplerem em si algumas isenções que, regra geral, poderão estar
relacionadas (1) ao (s) aspecto (s): espacial, temporal, pessoal, material; e (2) formas:
condicionada, incondicionada, por prazo certo, por prazo incerto.19
Nota: Outros pricípios para objecto de consulta pessoal e aprofundamento das matérias
fiscais: Princípio da Isonomia, princípio da neutralidade, princípio da simplicidade, Princípio da
Vedação ao Confisco, Princípio da Irretroatividade, princípio da Uniformidade Geográfica.
18
Hugo de Brito Machado (2013, p. 47)
19
4. A incidência pessoal e real, os benefícios fiscais e as taxas de cada imposto estadual ou local, as
garantias impugnatórias ou não impugnatórias dos contribuintes e as competências de arrecadação
dos tributos locais, são determinados por Lei ou decreto legislativo presidencial autorizado (art 4º / 4
do CGT)
5. A obrigação de pagamento de taxas
6.3.1 Compensação
• Âmbito de Aplicação
O presente regime é aplicável aos contribuintes com residencial fiscal em Angola em todas as
transmissões de bens, prestações de serviços, adiantamento ou pagamentos antecipados que
realizem no exercício da sua actividade comercial, industrial de prestação de serviço, de
profissão liberal, bem como actividade civil com ou sem forma comercial.
20
Vide, por favor, os artigos 2º, 3º, 42º – 44 e 55º – 63º do CGT
21
Os amigos já têm em posse, desde o ano passado, o Guia do Sistema Tributário Angolano de 2021. Logo, além
do trabalho dos colegas e das explicações dadas em aulas podem baseiar-se também naquele elemento de
consulta.
• A data e o local em que os bens foram colocados à disposição dos adquirentes, em que
os serviços foram prestados, bem como, se aplicável, a data em que foram efectuados
pagamentos antecipados;
• A data da emissão;
• O volume de negócios a que se refere o disposto no ponto acima é o apurado com base
na declaração de rendimentos referente ao exercício fiscal anterior, aplicando a taxa
de câmbio média anual do Banco Nacional de Angola;
• Sempre que seja reimpressa uma factura ou documento equivalente, deve o mesmo
conter a menção “2.ª via, em conformidade com o original”;
• Arquivamento de Facturas
• Âmbito de Aplicação
O presente regime é aplicável às entidades com residência fiscal em Angola, que possuam
contabilidade e que no exercício de actividades económicas adquiram, no território nacional,
produtos dos sectores da agricultura, silvicultura, aquicultura, apicultura, avicultura, pescas,
pecuária e outros, bem como na aquisição de qualquer serviço, desde que a transmissão de
bens ou prestação de serviços seja efectuada por pessoas singulares, sem capacidade para
emitir facturas ou documentos equivalentes.
• Descrição dos bens transmitidos ou serviços prestados com indicação das quantidades
ou unidades de referência;
As entidades adquirentes de bens ou serviços com residência fiscal em Angola e que possuam
contabilidade obrigam-se a diligenciar, junto da AGT, o cadastro ou a inscrição dos sujeitos a
quem se substituem, quando estes não tenham sido ainda cadastrados, sempre que se
verificar uma das seguintes situações:
• Efectuem a autofacturação ao mesmo sujeito, por mais três vezes, durante um período
mínimo de três meses;
• O valor de uma única aquisição seja igual ou superior a Kz: 500 000,00 (quinhentos mil
Kwanzas).
As entidades adquirentes de bens ou serviços com residência fiscal em Angola e que possuam
contabilidade que se dediquem a actividade de comércio a grosso, devem reportar à
Repartição Fiscal do seu domicílio sempre que efectuarem venda de mercadorias a favor de
pessoas singulares, com valores a partir de Kz: 1 000 000,00 (um milhão de Kwanzas), devendo
a informação ser submetida por transmissão electrónica de dados, nos termos definidos pelos
serviços AGT competente, contendo:
• O nome do comprador;
As entidades adquirentes de bens ou serviços, abrangidas pelo presente regime, devem emitir
as facturas/recibos através de programas informáticos certificados nos termos da legislação
• Limites da Autofacturação
Nos casos em que os produtos adquiridos nos sectores da agricultura, silvicultura, aquicultura,
apicultura, avicultura, pescas, pecuária e outros concorram, exclusivamente, para a realização
do objecto social da entidade adquirente, os custos resultantes da autofacturação podem ser
considerados em 60%.
A Segurança Social, também entendida como Protecção Social Obrigatória, é uma realidade
assumida colectivamente pelo Estado, de indiscutível importância em quatro vectores
essenciais: económico, social, jurídico e político. Como técnica de Protecção Social, a
Segurança Social define-se, geralmente, como:
“Aprotecção que a sociedade proporciona aos seus membros, através de uma série de
medidas públicas, contra as carências económicas e sociais que, de outra forma poderiam
ocorrer pela supressão ou redução substancial dos rendimentos em resultado de doença,
maternidade, acidentes de trabalho e doenças profissionais, desemprego, velhice, morte e
encargos familiares".
Neste sistema todas as contribuições são arrecadadas para o posterior pagamento, de forma
temporária ou vitalícia, de prestações pecuniárias (subsídios ou pensões) substitutivas dos
rendimentos do trabalho nas situações de perda ou interrupção do mesmo, como sejam
maternidade, encargos familiares, invalidez, velhice e morte.
Quem é o Segurado?
Com a inscrição e contribuição neste Sistema, os Segurados e a suas famílias estão legalmente
protegidos.
• Clero e Religioso.
O importante é que contribua efectivamente para a Segurança Social, de acordo com as regras
definidas em lei, para ser Segurado e, nessa condição, ter direito às prestações sociais nas
situações de perda de rendimentos provenientes do trabalho.
Incidência Objectiva
Incidência Subjectiva
O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) é devido pelas pessoas singulares, quer
residam, quer não, em território nacional, cujos rendimentos sejam obtidos por serviços
prestados, directa ou indirectamente, a pessoas singulares ou colectivas com domicílio, sede,
direcção efectiva ou estabelecimento estável no país.
Grupos de Tributação
Grupo A
• Os rendimentos auferidos por titulares dos órgãos sociais das pessoas colectivas;
Grupo B
Neste grupo incluem-se todas as remunerações percebidas pelos trabalhadores por conta
própria que desempenhem, de forma independente, actividades constantes da lista de
profissões anexa ao presente Código.
Grupo C
Não Sujeição
Isenção
Grupo A
Grupo B
A matéria colectável dos rendimentos pagos por pessoas singulares, colectivas ou equiparadas
que possuam contabilidade ou modelo de contabilidade simplificada, corresponde ao valor do
serviço.
A matéria colectável dos rendimentos pagos por entidades sem contabilidade, é apurada pelo
próprio sujeito passivo, com base na sua contabilidade, modelo de contabilidade simplificada,
registos disponíveis sobre compras e vendas ou serviços prestados.
Quando o contribuinte preste ou contrate serviços sujeitos à retenção na fonte, nos termos
do CII, a matéria colectável corresponde ao valor do serviço.
Grupo C
A matéria colectável é a que consta da tabela dos lucros mínimos ou sobre a venda e serviços
prestados.
Quando o contribuinte preste ou contrate serviços sujeitos à retenção na fonte, nos termos
do CII, a matéria colectável corresponde ao valor do serviço.
Quando o contribuinte preste ou contrate serviços sujeitos à retenção na fonte, nos termos
do CII, a matéria colectável corresponde ao valor do serviço.
Taxa
Grupo A
Grupo B
À matéria colectável não sujeita a retenção na fonte aplica-se a taxa de 25% (Vinte cinco por
cento).
À matéria colectável sujeita a retenção na fonte aplica-se a taxa de 6,5%;( seis vírgula cinco
por cento)
Grupo C
À matéria colectável não sujeita a retenção na fonte aplica-se a taxa de 25% (Vinte cinco por
cento).
À matéria colectável sujeita a retenção na fonte aplica-se a taxa de 6,5%;( seis vírgula cinco
por cento)
Liquidação
Grupo A
A liquidação deve ser efectuada pela entidade responsável pelo pagamento dos rendimentos,
mensalmente, após a realização das deduções previstas no CIRT, pela aplicação das taxas
constantes da Tabela do IRT.
Grupo B
Grupo C
A liquidação do imposto devido pelos contribuintes deste grupo é efectuada nos seguintes
termos:
Pagamento e Entrega
Grupo A
O Imposto devido pela atribuição de rendimentos deste grupo deve ser entregue, pela
entidade empregadora, até ao final do mês seguinte ao do respectivo pagamento, na
Repartição Fiscal competente.
• Pelo titular do rendimento, até ao final do mês em que deve ser entregue a
declaração anual de rendimentos, quanto aos rendimentos pagos por pessoas,
singulares ou colectivas, sem contabilidade.
Grupo C
• Pelo titular desses rendimentos, até ao último dia do mês de Março, quanto aos
rendimentos liquidados com base na Tabela dos Lucros Mínimos, anexa ao CIRT;
INCIDÊNCIA
O Imposto Industrial (II) incide sobre os lucros obtidos no exercício de qualquer actividade de
natureza comercial ou industrial, ainda que acidental.
A actividade das sociedades cujo objecto consista na mera gestão de uma carteira de imóveis,
de participações sociais ou outros títulos;
SUJEITOS PASSIVOS
As pessoas colectivas que não tenham sede ou direcção efectiva em Angola, mas que
obtenham rendimentos no país;
REGIMES DE TRIBUTAÇÃO
1. Regime Geral
2. Regime Simplificado
O presente regime aplica-se aos contribuintes sujeitos ao Imposto Industrial que estejam
abrangidos pelo regime de não sujeição do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
ISENÇÕES
TAXAS
Regime Geral de Tributação: Até ao último dia útil do mês de Maio de cada ano;
Regime Simplificado de Tributação: Até ao último dia útil do mês de Abril de cada ano.
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS
1. Regime Simplificado
UN – FCSH MATERIAL DE APOIO DA CADEIRA DE FSCALIDADE 34 |48
Os contribuintes sujeitos ao Regime Simplificado de Tributação devem apresentar,
anualmente, até ao último dia do mês de Abril, o Modelo de Declaração Simplificada ou o livro
de registo de compra e venda e serviços prestados, podendo, a obrigação, ser cumprida na
Repartição Fiscal de domicílio ou por via da submissão electrónica, nos termos
regulamentares.
2. Regime Geral
A Declaração Modelo 1 deve ser entregue, obrigatoriamente, sob pena da sua não recepção
pela Repartição Fiscal, acompanhada da Demonstração de Resultados por Natureza,
Demonstração de Fluxo de Caixa, Balanço, Balancete Razão e Balancete Geral Analítico, antes
e depois dos lançamentos de rectificação ou regularização e de apuramento dos resultados
do exercício e respectivos anexos, devidamente assinados pelo contabilista responsável pela
sua elaboração.
CESSAÇÃO DE ACTIVIDADE
1. Regime Geral
2. Regime Simplificado
• Incidência Objectiva
O Imposto Predial (IP) incide sobre o valor patrimonial ou renda dos prédios urbanos e rústicos
e bem assim sobre as transmissões gratuitas ou onerosas de bens imóveis, qualquer que seja
o título a que tais transmissões são operadas.
• Incidência Subjectiva
O Imposto Predial sobre a detenção ou sobre a renda é devido pelo proprietário do prédio ou
titular do rendimento, respectivamente;
Nos casos de usufruto, direito de superfície, domínio útil e comodato, o Imposto Predial é
devido pelo titular do respectivo direito;
Nas transmissões gratuitas, incluindo as aquisições por usucapião, são sujeitos passivos do
imposto os beneficiários dos bens imóveis, bem assim o beneficiário da transmissão do direito
a águas, ainda que sob a forma de autorização para as explorar ou para minar em terreno
alheio;
Nas transmissões onerosas, são sujeitos passivos do imposto os adquirentes dos bens imóveis.
• Isenções
• A primeira transmissão onerosa de imóveis com valor igual ou inferior a Akz 3 000
000,00 (três milhões de kwanzas), que sejam afectos à habitação própria e
permanente do adquirente;
• Os prédios rústicos localizados nas zonas rurais com dimensão igual ou inferior a
7 hectares;
• Matéria Colectável
A matéria colectável nos prédios urbanos corresponde ao valor patrimonial que resulta da
avaliação efectuada nos termos da legislação aplicável.
A matéria colectável nos prédios rústicos corresponde ao valor patrimonial de Akz 10 397,00
(dez mil, trezentos e noventa e sete kwanzas) por hectar.
• Taxa
A taxa do Imposto Predial sobre a detenção aplicável aos prédios urbanos, excepto nos
terrenos para construção, é determinada de acordo com a tabela seguinte:
• Liquidação
Na transmissão gratuita de imóvel operada por morte, doação ou por qualquer título que
implique a transmissão gratuita, incluindo a usucapião, a liquidação é efectuada pelo sujeito
passivo até ao último dia útil do mê seguinte, salvo nos casos de inventário judicial.
Nas transmissões onerosas, o imposto é liquidado pelo sujeito passivo até ao último dia útil
do mês do mês seguinte, a contar do acto que opera a transmissão ou pela Repartição Fiscal
do local da situação do imóvel, com base na declaração do sujeito passivo ou a título oficioso.
• Pagamento
O Imposto Predial sobre a detenção de imóvel deve ser pago até ao último dia útil do mês de
Março pelo sujeito passivo, podendo, todavia, ser pago em seis prestações consecutivas, a
pedido do sujeito passivo.
O Imposto Predial sobre a renda sujeita à retenção na fonte deve ser entregue pelo substituto
tributário até ao último dia útil do mês seguinte à retenção, que responde pela totalidade do
Nas transmissões onerosas e gratuitas, o imposto é pago pelos respectivos sujeitos passivos,
até ao último dia útil do mês seguinte à celebração do contrato ou prática do acto que a opere.
Se a transmissão se opere por acto, contrato ou facto ocorrido no estrangeiro, o pagamento
do impsto deve ser efectuado até ao último dia do segundo mês seguinte ao da prática do
acto, celebração do contrato ou da participação da morte.
Quando, em processo judicial, se mostre não terem sido cumpridas quaisquer obrigações
previstas no CIP, directa ou indirectamente relacionadas com a causa, deve o Tribunal exigir
previamente o comprovativo do cumprimento das obrigações, no prazo de 10 (dez) dias.
Os serviços consulares não devem realizar nem dar seguimento a qualquer procedimento de
legalização relacionado com a transmissão onerosa ou gratuita de imóveis, situados na
República de Angola, realizado ou a realizar no estrangeiro, sem que lhe seja apresentado o
comprovativo do Imposto Predial, quando devido.
INCIDÊNCIA OBJECTIVA
• Secção A
Esta secção compreende os juros de capitais mutuados, qualquer que seja a forma de
apresentação; os rendimentos de contrato de crédito e os rendimentos originados pelo
diferimento na prestação ou mora no pagamento.
• Secção B
Compreende: Os lucros atribuídos aos sócios e accionistas (residentes ou não em Angola) das
sociedades comerciais e civis sob forma comercial e cooperativas; os juros, prémios de
amortização e outras remunerações das obrigações e títulos de participação emitidos pelas
sociedades, bem como os dos Bilhetes do Tesouro, das Obrigações do Tesouro e dos Títulos
do Banco Central; o quantitativo dos juros, prémios de amortização e outras remunerações
das obrigações e títulos de participação, os dos Bilhetes do Tesouro, das Obrigações do
Tesouro e dos Títulos do Banco Central, do período entre o último vencimento ou emissão ou
primeira colocação e a sua transmissão; juros de suprimentos ou de abonos dos sócios ou
accionistas ás sociedades; saldo de juros apurados em conta corrente; importância atribuída
às empresas pela suspensão da sua actividade; lucros de contratos de conta em participação;
emissão de acções com reserva na subscrição; Royalties; prémios de fortuna ou azar, rifas,
lotarias, apostas; mais-valias da alienação de participações sociais ou outros rendimentos
sujeitos a IAC, que não sejam sujeitos a Imposto Industrial ou IRT.
INCIDÊNCIA SUBJECTIVA
O IAC é devido pelos titulares dos respectivos rendimentos, sem prejuízo da sua exigência a
outras entidades, nos casos previstos na lei.
• Isenções
• Taxa
Os factos constantes da Secção A são tributados à taxa de 15%, ao passo que os factos
constantes da Secção B são tributados, em regra, à taxa de 10%, salvo nos casos dos
rendimentos admitidos à negociação em mercado regulamentado e dos rendimentos
• Liquidação
• Secção A
• Secção B
Com excepção dos rendimentos resultantes da emissão de acções com reserva de preferência
na subscrição, a liquidação do Imposto é efectuada pelas entidades a quem incumbe o
pagamento dos rendimentos, que ficam responsáveis pela totalidade do Imposto e acréscimos
no caso de não pagamento.
• Prazo de Pagamento
O pagamento do Imposto sobre a Aplicação de Capitais faz-se até ao último dia do mês
seguinte àquele que respeite o imposto.
• Obrigações Declarativas
Incidência Objectiva
O Imposto de Selo incide sobre todos os actos, contratos, documentos, títulos, livros, papéis,
operações e outros factos previstos na tabela anexa ao Código ou em leis especiais.
Incidência Subjectiva
Encargos
Isenções
• Os contratos de trabalho.
Taxa
As taxas são as que constam da tabela anexa ao Código, expressas em valor absoluto ou em
percentagem.
Liquidação e Pagamento
O Imposto de Selo é liquidado pelos sujeitos passivos e deve ser pago até ao final do mês
seguinte àquele em que a obrigação tributária se tenha constituído.
Obrigações Declarativas
Código Geral Tributário - Lei Nº 21-20 que Altera a Lei Nº n.º 21/14, de 22 de Outubro
Fereira, R. (2015, Agosto 21). Tributos: origem e evolução. Breve abordagem histórica sobre
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Misabel de Abreu Derzi e Sacha Calmon. (1982). Direito Tributário Aplicado: estudo e
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https://www.youtube.com/channel/UCeCiG0x6Xp6GI9z1F8E2nIA/featured