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ESCOLA SUPERIOR MADRE CELESTE LTDA – ME

DIREITO CONSTITUCIONAL II

EULLER SANTIAGO

ANANINDEUA
2023
EULLER FABRICIO BITTENCOURT SANTIAGO

DIREITO CONSTITUCIONAL II: SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Atividade Avaliativa – 2º NPC apresentada a


Escola superior Madre Celeste – ESMAC como
requisito avaliativo para a disciplina Direito
Constitucional II
Orientador: Prof. Dr. Pedro Odival Gomes da Silva

ANANINDEUA
2023
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

CONCEITO DE TRIBUTO

A legislação brasileira traz duas definições (legais) de tributo. Uma delas está no art.
3º da Lei n. 5.172/1996, o Código Tributário Nacional (CTN) e a outra no art. 9º da
Lei n. 4.320/64, a chamada “Lei Geral de Orçamentos”.

Na definição do CTN, tributo é essencialmente uma “prestação pecuniária”, e na da


Lei Geral de Orçamentos, é uma receita derivada. A bem dizer, são fases diferentes
de um mesmo fenômeno, dois lados da mesma moeda. O cidadão paga tributo ao
Estado, e este o toma para si como receita pública, a ser empregada para custear os
serviços e demais atividades que lhe são atribuídas pela Constituição e pela
legislação em vigor.

Fundamenta-se, com base na obra Curso de Direito Tributário Brasileiro, 17 o edição,


de autoria do jurista Sacha Calmon Navarro Coelho / Coelho (2020).

O conceito de tributo presente no Código Nacional Tributário (CNT), em seu artigo 3º


diz que se trata de uma prestação pecuniária (obrigação de dar dinheiro)
compulsória, por força de lei. Nada impede, a lei, de escolher para fato gerador de
dado imposto um contrato, de “venda”, “consignação” ou “doação”, ou mesmo
institutos jurídicos como o da transmissão de imóveis pelo registro.

Outrossim, é também um conjunto das normas destinadas a regular a instituição, a


cobrança, a arrecadação e a partilha de tributos dá-se o nome de “Sistema Tributário
Nacional”, abrangendo disposições constitucionais, leis, decretos, instruções
normativas etc.

Do mesmo modo, o tributo é todo pagamento em dinheiro em favor do Estado ou de


pessoa por ele indicada, tendo como finalidade um fato lícito, previsto em lei,
instituidor de relação jurídica, diferenciando-se da multa porque esta, embora
prevista em lei em favor do Estado, decorre de um fato ilícito (ter o “multado”
descumprido algum dever contratual ou legal).

No Brasil, os tributos podem ser instituídos e cobrados por qualquer dos três níveis
de governo: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Todos os entes políticos
têm o que se chamada de “competência tributária”: a aptidão de instituir leis que
determinam pagamentos compulsórios ao Poder Público a título de tributo. É a
própria Constituição Federal que dá esse “poder” aos entes políticos e estabelece os
limites que devem ser respeitados para o exercício dessa competência, sobretudo
os previstos no art. 150 da Constituição.

Mas quem cobra o quê? Por que os Estados não cobram imposto sobre a renda
para custear suas despesas? Por que só os Municípios podem instituir IPTU? Há, no
texto constitucional, regras voltadas à divisão da competência tributária e definição
dos fatos que podem ser tributos por cada um dos entes políticos. São elas que
definem, afinal, quem tributa o quê. Essas regras estão previstas em diversos
dispositivos constitucionais – Tabela 1.
ESPECIÉS TRBUTARIAS

Observa-se, sob a ótica de Coelho (2020), que o tributo é categoria genérica que se
reparte em espécies: impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Constata-se no discurso constitucional. Em conformidade, a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios poderão instituir (poder faculdade) os seguintes
tributos:
a) impostos;
b) taxas, de polícia e de serviços públicos;
c) contribuições de melhoria pela realização de obras públicas benéficas.

IMPOSTOS

Enfatiza-se, no estudo do jurista Coelho (2020), a Lei Maior, em seu artigo 145,
parágrafo 1º, o efeito do marco da imposição tributária a respeito à capacidade
econômica do contribuinte, no parágrafo 1º da Constituição Federal é consagrado o
caráter do imposto pessoal e será graduado segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte, respeitando os direitos individuais e nos termos da lei.

TAXAS

Depreende-se, sobre a letra da lei do Código Tributário Nacional (CTN), no artigo 77,
que descreve a norma referente a taxa da seguinte forma: “As taxas cobradas pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
“Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos
que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das
empresas.”
Desse modo, considerando o estudo de Coelho (2020), a taxa é a cobrança de
serviços públicos prestados ou posto à disposição do contribuinte, baseado no poder
de polícia ou fundado em outra atividade do Estado (fornecimento de esgoto
sanitário ou de água), traduzido em unidades de medida e atribuído ao sujeito
passivo.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

A Contribuição de Melhoria a ser exigida pela União, Estado, Distrito Federal e


Municípios para fazer face ao custo das obras públicas, será cobrada pela Unidade
Administrativa que as realizar, adotando-se como critério o benefício resultante da
obra, calculado através de índices cadastrais das respectivas zonas de influência, a
serem fixados em regulamentação do Decreto-lei nº 195/67, prevista na Constituição
Federal tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas
beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas.

É um tributo justo porque não onera qualquer valorização imobiliária, é necessário


que a causa real dessa valorização seja obra pública que beneficie imóveis urbanos
ou rurais.

EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

Os empréstimos compulsórios, são, como o nome indica, empréstimos que o


governo obtém dos contribuintes de forma compulsória, cujo valor necessariamente
deve ser devolvido na forma que vier a ser estabelecida pela lei complementar que o
instituir, sendo necessário que tal norma determine o prazo do empréstimo e as
condições de seu resgate (CTN, artigo 15, parágrafo púnico).

Considerando ainda que o empréstimo obtido pela União em dinheiro, deve ser pago
também em dinheiro, corrigido e acrescido de juros.

Uma vez que, deve-se dividir em dois momentos distintos essa operação de
empréstimo, como é feito como qualquer outro: a débito e a crédito. E na instituição
do empréstimo, ocorre o débito sobre os contribuintes, sendo que surge ao mesmo
tempo um crédito para estes, aguardando sua devolução/pagamento.
IMPOSTOS

UNIÃO

Pode instituir impostos sobre:

a) IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS (II);


b) EXPORTAÇÃO, PARA O EXTERIOR, DE PRODRUTOS NACIONAIS OU
NACIONALIZADOS (IE);
c) RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA (IR);
d) PRODRUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI);
e) OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, OU RELATIVOS A
TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS (IOF);
f) PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR);
g) GRANDES FORTUNAS (IGF).

A Constituição dá a União também a competência para instruir novos impostos e


impostos extraordinários (artigo 154, I e II, respectivamente).

Haja vista, que só a União tem competência para tal, pois os demais entes políticos
só podem cobrar os impostos que são taxativamente na Lei Maior.

Os Estados e o Distrito Federal, com base no art. 155, podem estabelecer


impostos sobre:

a) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD ou


ITCMD);

b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de


serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação
(ICMS);

c) propriedade de veículos automotores (IPVA).

Os Municípios são competentes para instituir impostos sobre:

a) propriedade predial e territorial urbana (IPTU);


b) transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI);

c) serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar (ISS ou


ISSQN).

O Distrito Federal acumula a competência tributária estadual e municipal. Ou seja,


pode instituir os impostos de competência dos Estados e também os de
competência municipal (art.147).

O pagamento de tributos é, por definição, compulsório. Representa uma forma de


invasão do patrimônio particular pelo Poder Público, mas é também o cumprimento
de um dever fundamental do cidadão intimamente conectado com a própria noção
de cidadania.

Há um sem-número de disposições que regulam a instituição e a existência dessas


prestações no ordenamento jurídico brasileiro. A esse amplo conjunto, que vai desde
a Constituição até os atos normativos infralegais de menor hierarquia, dá-se o nome
de Sistema Tributário Nacional, estrutura hierárquica de disposições agregadas em
torno de uma conceito-chave: o tributo.

O texto constitucional em vigor regula detalhadamente a matéria tributária. Define as


competências de cada ente federado, impõe-lhes limites ao poder de tributar e
partilha o produto da arrecadação de impostos. Em alguns casos, disciplina
pormenores, como no caso do ICMS. O detalhamento visa a proteger o contribuinte
e a evitar conflitos e sobreposições, na atuação das fazendas públicas e nas
legislações dos diversos entes políticos.
Mas nem o que consta no nível constitucional tampouco o que está abaixo dele
estão imunes à mudança. A necessidade de reformas é antes um desafio
permanente de qualquer sistema tributário, e, no do Brasil, agravado pela marca da
urgência, diante das graves críticas que enfrenta a legislação tributária em vigor.
Complexo e injusto, o sistema tributário brasileiro carece de reformas. E ainda que
não haja consenso quanto aos caminhos pelos quais se há de seguir, o certo é que
todos eles devem confluir para o Congresso Nacional.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

Em um ponto intermediário, entre o direito/dever de arrecadação do Fisco e


direito/dever de pagamento de tributos pelos contribuintes, encontram-se os
princípios do direito tributário. Eles servem para guiar e estabelecer os vetores a
fim de que sejam alcançadas as finalidades almejadas pelo ordenamento.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:

O princípio da legalidade genérica encontra fundamento no art. 5º, II, da Constituição


Federal e o princípio da legalidade tributária no art. 150, I, da Carta Magna.
Não obstante esses enunciados normativos sejam tratados como princípios, eles se
revelam como verdadeiras regras. Devemos lembrar que as regras,
diferentemente dos princípios, são normas prescritivas, as quais regulam as
condutas dos destinatários.
O art. 5º, II, CF prescreve que:
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei.

Já o art. 150, I, CF:

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,


aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça

Dessa forma, o tributo que for criado ou majorado sem lei será flagrantemente
inconstitucional. Dirimindo eventuais dúvidas que possam surgir quanto a redução
dos tributos, podemos recorrer ao art. 97, II, do Código Tributário Nacional. Ele
prevê expressamente que somente a lei poderá estabelecer majoração ou redução
de tributos, ressalvadas algumas hipóteses.
Cabe mencionar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, hoje, é
pacífica quanto à possibilidade de Medida Provisória criar, aumentar ou reduzir
tributos, por ter força de lei, devendo obedecer aos procedimentos previstos na
Constituição. É importante atentar que é vedado à Medida Provisória tratar de
matéria reservada à disciplina de lei complementar.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA

O segundo dos princípios do direito tributário é o da isonomia (ou igualdade).


Previsto no art. 150, II, Constituição Federal, trata da regra que veda à União,
Estados, Distrito Federal e Municípios instituírem tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Além disso, impede
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida.
Isso independente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
A isonomia foi consagrada pelo ordenamento jurídico não apenas no sentido
formal, que é atendido com a edição de lei genérica e abstrata, aplicável a todos. Foi
também no sentido material, haja vista impor que os iguais sejam tratados
igualmente, e os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

O terceiro da lista de princípios do direito tributário tem fundamentação legal no art.


150, III, ‘a’, da Carta Magna, que diz:

em prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os


houver instituído ou aumentado

O trecho versa sobre a vedação de uma nova lei (que houver instituído ou majorado
tributos) retroagir a fim de alcançar fatos geradores ocorridos antes do início de sua
vigência. Ou seja, a nova lei se aplicará aos fatos geradores ocorridos no futuro
apenas, jamais para aqueles ocorridos antes de sua edição.
O princípio da irretroatividade se caracteriza como um dos pilares da segurança
jurídica, entendida como a previsibilidade, estabilidade e compreensão do Direito.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

Outro pilar da segurança jurídica, o princípio da anterioridade impede que uma lei
nova venha a ser aplicada de imediato.

Subdivide-se em dois tipos de anterioridade, sendo a clássica prevista no art. 150,


III, ‘b’, da Constituição:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;”

E a anterioridade nonagesimal (ou noventena) com previsão no art. 150, III, ‘c’, do
mesmo Diploma:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;”

A primeira determina que é vedado aos Entes Federativos cobrarem tributos no


mesmo exercício financeiro em que tenham sido editadas as respectivas leis. Já a
segunda anterioridade, estabelece que a cobrança dos tributos não poderá ser
exercida antes de transcorridos noventa dias da data da lei que os instituiu ou
majorou.

PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO E CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.

Tendo em vista o direito de propriedade e da liberdade, a Constituição prevê,


expressamente, que os tributos não sejam utilizados com efeito
confiscatório (art. 150, IV, CF/88).

Em que pese o problema de materializar o que vem a ser um efeito de confisco,


podemos sustentar que a preocupação do constituinte, nesse caso, foi de preservar
a eficácia mínima dos princípios da proteção da propriedade e da liberdade em favor
da tributação.
Caberá ao Judiciário dizer quando um tributo será ou não confiscatório. Cumpre
destacar que há autores que defendem que a vedação ao confisco diz respeito
apenas aos tributos e outros que sustentam que as penalidades pecuniárias (multas)
também estão abrangidas por esse princípio.

Nossa Constituição Federal prevê, no art. 145, §1º, que, sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade
econômica do contribuinte.

Retornando ao início do texto, esse enunciado normativo configura um dos


verdadeiros princípios do direito tributário. Isso porque, tem caráter finalístico, com
pretensão de complementariedade e parcialidade, almejando um estado de coisas a
ser alcançado.

ORDEM ECONÔMICA

LIVRE INICIATIVA

Conceitua-se, assim, o direito à livre iniciativa, enquanto direito à criação de


empresa (isto é, o direito de empreender) e à sua gestão de forma autônoma, o qual
compreende:

a) a liberdade de investimento ou de acesso, a qual se traduz no direito de escolha


da atividade econômica a desenvolver;

b) a liberdade de exercício e de organização da empresa, ou seja, a liberdade de


determinar como será desenvolvida a atividade, incluindo-se a forma, qualidade,
quantidade e o preço dos produtos ou serviços a serem produzidos a liberdade de
contratação ou liberdade negocial, por meio da qual são estabelecidas de forma livre
e isonômica18 as relações jurídicas e seu conteúdo;

c) a liberdade para concorrer, isto é, o direito ao exercício da atividade econômica


em um sistema de livre concorrência, sem que entraves sejam impostos pelo poder
público ou pelo poder (econômico) privado.
Em sua concepção atual, entretanto, a livre iniciativa não deve ser entendida apenas
como uma faculdade privada do indivíduo, mas como um direito-função, ou seja, um
poderdever a ser exercido em atenção à (sua) função social.

A liberdade para criar e explorar uma dada atividade econômica não deve, assim,
ser admitida de forma absoluta, mas relativizada em função de seu valor social, de
forma a assegurar a todos existências dignas, conforme os ditames da justiça social
(CF, art. 170, caput).

LIVRE CONCORRÊNCIA

A proteção da livre concorrência, como abordado no item anterior, decorre da


compreensão de que a livre iniciativa, na acepção de liberdade de iniciativa
empresarial, pressupõe não apenas a ideia de liberdade para acessar o mercado,
mas também a ideia de liberdade para permanecer no mercado, isto é, a livre
concorrência, entendida esta como liberdade para exercer a luta econômica sem a
interferência do Estado e os obstáculos impostos pelos outros agentes econômicos.

Conclui-se, portanto, que a livre concorrência apresenta caráter dúplice:

a) de um lado, na acepção de liberdade de acesso e de permanência no mercado,


constitui mero desdobramento do princípio da livre iniciativa;

b) de outro, entretanto, instrumentaliza o controle do exercício da livre iniciativa


alheia, o que basta ao reconhecimento de sua autonomia como princípio
fundamental da ordem econômica positivada pela Constituição de 1988.

DEFESA DO CONSUMIDOR

O consumidor é o destinatário econômico final das normas concorrenciais, e o seu


bem-estar é o objetivo último a ser alcançado pela legislação antitruste. O bem-
estar aqui é tomado não somente no sentido de eficiência econômica, mas no
sentido de liberdade de escolha, capaz de assegurar a repartição dos ganhos
provenientes de uma maior eficiência econômica entre produtores e consumidores.
Contudo, embora o mercado seja destinado aos consumidores, ele nem sempre
resguarda os interesses destes, razão pela qual se faz necessária a adoção de
políticas destinadas à proteção da concorrência, que garantirá a proteção da
liberdade de escolha.

ORDEM SOCIAL

SEGURIDADE SOCIAL

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos


poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.

SAÚDE

O conteúdo compreende o conjunto de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e


da sociedade, destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e
à assistência social.

Ela é regida pelos princípios da universalidade da cobertura e do atendimento, da


igualdade, da unidade de organização, e da solidariedade financeira. Os
financiamentos da seguridade social são provenientes de toda a sociedade,
indireta ou diretamente, assim como de recursos vindos dos orçamentos públicos e
contribuições sociais.

É concebida como direito de todos (princípio de universalidade e igualdade) e


dever do Estado, que deve garanti-la mediante políticas sociais e econômicas. As
ações e serviços de saúde são sujeitos exclusivamente à regulamentação,
fiscalização e controle do Poder Público, que pode executá-los diretamente ou por
terceiros, pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o meio pelo qual o Poder Público busca
atender esse direito. O programa é financiado com recursos do orçamento da
seguridade social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
além de outras fontes.

A Constituição Federal também admite a iniciativa privada como uma participação


complementar ao SUS, sendo, porém, vedada a destinação de recursos públicos
para auxílios às instituições privadas com fins lucrativos.

PREVIDÊNCIA SOCIAL
Segundo a Constituição Federal, a previdência social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, e compreende
prestações de benefícios e serviços.

Os benefícios previdenciários são prestações pecuniárias aos segurados e a


qualquer pessoa que contribuiu para a previdência social, abrangendo os seguintes
tópicos: auxílios por doença, maternidade, reclusão e funeral; seguro-desemprego;
salário-família; pensão por morte do segurado; aposentadoria por invalidez, tempo
de contribuição ou por idade.

Quanto a retribuição da aposentadoria (chamada de proventos), esta é calculada


com base no salário de contribuição, cujo máximo depende de fixação legal. É
permitido que pessoas de altos salários complementem sua aposentadoria
pagando contribuição adicional.

Os serviços previdenciários compreendem apenas o serviço social e o serviço de


habilitação e reabilitação profissional. O serviço social visa prestar orientação e
apoio em relação a solução de problemas pessoais e familiares e à melhoria de
sua inter-relação com a previdência social. Já os serviços de habilitação e
reabilitação tem como objetivo proporcionar ao beneficiário incapacitado para o
trabalho e aos indivíduos com deficiência os meios para sua participação no
mercado de trabalho e no contexto em que vivem.
O regime de previdência social é considerado público, já que é instituído e mantido
pelo Estado, e obrigatório, porque a ele tem que se filiar todos os trabalhadores no
regime CLT. No entanto, o regime de previdência complementar é privado e
facultativo, pois é destinado a suplementar os benefícios previdenciários para
aqueles que a ele aderirem. O regime complementar é composto por entidades
fechadas (formas de fundação ou sociedades de fins não lucrativos) e entidades
abertas (forma de sociedade anônima, acessíveis a qualquer pessoa física).

Há o direito adquirido à aposentadoria e à pensão, e ainda o direito de opção à


aposentadoria para o regime geral quando atender aos seguintes requisitos: I-
constar cinquenta e três anos de idade (indivíduos do sexo masculino) e quarenta
e oito anos (indivíduos do sexo feminino); II- tempo de contribuição (trinta e cinco
anos se homem e trinta se mulher) ou período adicional de contribuição
equivalente a vinte por cento do tempo que faltava para atingir o limite de tempo.

ASSISTÊNCIA SOCIAL
Os benefícios e serviços assistenciários são prestados a todos indivíduos que
deles necessitarem, e não dependem de qualquer tipo de contribuição ao Estado.
A assistência social abrange as hipóteses de: proteção à família, maternidade, à
velhice, à infância e à adolescência aos carentes; promoção da integração ao
trabalho; habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiências; e
garantia de um salário-mínimo à pessoa deficiente e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção. Também é dever da União instituir
um programa de renda mínima destinado a assegurar a subsistência das pessoas
e famílias de baixa renda.

São exemplos de leis complementares em matéria tributária: a Lei Complementar


123/2006, que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte; a Lei Complementar n. 87/1996, que dispõe sobre o imposto dos
Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação (Lei Kandir); Lei Complementar n. 24/1975, que dispõe sobre os
convênios para a concessão de isenções do imposto sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e a Lei Complementar n. 116/2003, que dispõe sobre o
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do
Distrito Federal.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, José E. C. Sistema Tributário como entrave para o desenvolvimento


nacional. Cadernos ASLEGIS, Brasília, nº 52 (Mai/Ago 2014), p. 19 – 37. 2017.

BRASIL. Congresso. Senado. Comissão de Assuntos Econômicos. Relatório do


grupo de trabalho destinado a avaliar a funcionalidade do Sistema Tributário
Nacional. Relator: Senador Ricardo Ferraço. Brasília, DF, out. 2017.

BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal do Brasil. Estudos


Tributários. Carga Tributária no Brasil – 2017 (Análise por Tributo e Bases de
Incidência). Novembro de 2018. Disponível em: <
https://receita.economia.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-
2017.pdf>.

CORREIA NETO, Celso de Barros. O Avesso do Tributo. 2ª ed. São Paulo:


Almedina, 2016.

____. Os Impostos e o Estado de Direito. São Paulo: Almedina, 2017.

LUKIC, Melina de Sousa Rocha. Reforma Tributária no Brasil: ideias, interesses e


instituições. Curitiba: Juruá – FGV Direito Rio, 2014.
SOARES, Murilo Rodrigues da Cunha. Anotações sobre Reforma
Tributária. Câmara dos Deputados. Consultoria Legislativa. Biblioteca Digital da
Câmara dos Deputados. 2011.

BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal do Brasil. Estudos Tributários.


Carga Tributária no Brasil – 2017 (Análise por Tributo e Bases de Incidência).
Novembro de 2018.

BRASIL. Congresso Nacional. Senado Federal. Comissão de Assuntos


Econômicos. Relatório do grupo de trabalho destinado a avaliar a
funcionalidade do Sistema Tributário Nacional. Relator: Senador Ricardo
Ferraço. Brasília, DF, out. 2017

BRUNA, Sérgio Varella. O poder econômico e a conceituação do abuso em seu


exercício. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. CUNHA, Miguel Maria Tavares
Festas Gorjão-Henriques da. Da restrição da concorrência na comunidade europeia:
A franquia de distribuição. Coimbra: Almedina, 1998.

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