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14/03/2022

TRIBUTOS EM ESPÉCIES – 1ª parte


(Aula 2)

DOCENTE: SAVANNA KELLY


MACEIÓ/AL – MARÇO, 2022.

 Para compreendermos os TRIBUTOS e sua cobrança no sistema


jurídico brasileiro, é importante conhecer a diferença entre FATO
GERADOR e FATOR DE INCIDÊNCIA.

 De acordo com os ensinamentos do Profº Leandro Paulsen (2004,


p. 114), “A situação fática, quando corresponde à hipótese de
incidência prevista na norma tributária, chama-se fato gerador, pois,
ao sofrer a incidência da norma, dá origem à obrigação tributária. A
hipótese de incidência constitui antecedente ou pressuposto da
norma tributária impositiva”. Nessa direção, podemos afirmar:

Hipótese de
Incidência

Fato Gerador

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 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA:

FONTE DA IMAGEM: <https://trilhante.com.br/curso/suspensao-da-exigibilidade-do-credito-tributario/aula/arts-


151-a-155-a-do-ctn-1>.

 A Constituição Federal de 1988 prevê as espécies tributárias


constantes no ordenamento jurídico:

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AS ESPÉCIES DE TRIBUTOS QUE EXISTEM NO


ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO SÃO:

a. IMPOSTO

 A espécie tributária IMPOSTO está dividida em 03 tipos:

- Impostos Federais:
- Impostos Estaduais
- Impostos Municipais

FONTE DA IMAGEM: <http://sheiladenizesoareslogoscracia.blogspot.com.br/2015/09/tributo-e-suas-especies.html>.

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II – IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS.


IE – IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO, PARA O EXTERIOR, DE PRODUTOS
NACIONAIS OU NACIONALIZADOS.
IR – IMPOSTO SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA.
IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS.
IOF – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO OU
RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS.
ITR – IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL.
IGF – IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS.
IEG – IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA.
ITCD OU ITCMD – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E
DOAÇÃO, DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS.
ICMS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE
MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE
INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO.
IPVA – IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES.
IPTU – IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL URBANA.
ITBI – IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO INTER VIVOS, A QUALQUER
TÍTULO, POR ATO ONEROSO, DE BENS IMÓVEIS, POR NATUREZA OU
ACESSÃO FÍSICA, E DE DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS, EXCETO OS DE
GARANTIA, BEM COMO CESSÃO DE DIREITOS A SUA AQUISIÇÃO.
ISS – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA.

 Além dos IMPOSTOS citados antes, a União também possui


competência para instituir novos impostos chamados de
IMPOSTOS RESIDUAIS, por meio lei complementar, desde que
haja necessidade comprovada pelo País e que esses novos não
tenham seu fato gerador ou sua base de cálculo já previstos
em tributos anteriores, conforme determina a CF/88. Essa
possibilidade é chamada de COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
RESIDUAL (Art. 154, I, CF/88).

 Ressalta-se também que a União detém, ainda, outra


denominada de COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
EXTRAORDINÁRIA (art. 154, II, CF/88) para criar IMPOSTOS
EXTRAORDINÁRIOS, temporariamente, em caso de guerra
externa ou na iminência dessa guerra acontecer, com base no
CTN, em seu art. 76.

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b. TAXAS

 SEGUNDO O CTN, A TAXA TEM 02 FATOS GERADORES, ABAIXO


EXPLICADOS  apenas ocorrendo esses dois fatos geradores na
vida do cidadão a lei permite que a TAXA seja cobrada:

i. EXERCÍCIO REGULAR DO PODER DE POLÍCIA: O QUE É?

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EXEMPLOS DE TAXAS COBRADAS POR FORÇA DO PODER DE


POLÍCIA (=PODER FISCALIZATÓRIO):

1. TAXA DE ALVARÁ, FUNCIONAMENTO OU DE LOCALIZAÇÃO: exigida pelo


Município, em função da fiscalização exercida sobre a localização, a instalação
e/ou funcionamento de quaisquer estabelecimentos, em observância ao uso e
ocupação do solo urbano, da higiene, saúde, segurança e meio ambiente.

2. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS: cobrada em razão de fiscalização


do cumprimento da legislação disciplinadora da ordenação, exploração ou
utilização, por qualquer meio ou processo, de anúncios nas vias públicas ou em
locais visíveis ou audíveis ou, ainda, em quaisquer recintos de acesso ao público.

3. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DOS MERCADOS DE TÍTULOS E VALORES


MOBILIÁRIOS (CVM): base na Lei nº 7.940/89. O poder fiscalizatório é atribuído
à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para exigir o pagamento desse tributo
aos contribuintes (pessoas naturais e jurídicas) que integram o sistema de
distribuição de valores mobiliários, as companhias abertas, os fundos e
sociedades de investimentos, os administradores de carteira e depósitos de
valores mobiliários, os auditores independentes, os consultores e analistas de
valores mobiliários e as sociedades beneficiárias de recursos oriundos de
incentivos fiscais obrigadas ao registro na Comissão (CVM).

4. TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL (TCFA): essa taxa


substituiu a Taxa de Fiscalização Ambiental (TFA) e é cobrada para o controle e
a fiscalização ambiental, ficando, a princípio, sob responsabilidade do IBAMA.
Instituída pela Lei Federal Nº 6.938/1991, recai sobre qualquer pessoa física ou
jurídica que exerça atividade constantes do Anexo VIII desta Lei. Outro meio de
verificar o sujeito passivo deste tributo é através da Instrução Normativa IBAMA
06/2013.

5. TAXA COBRADA PELO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA,


QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO): regulada pela Lei nº 9.933/1999,
possibilita ao Inmetro (Autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior) sua cobrança pelo exercício exclusivo do poder
fiscalizatório administrativo na área de Metrologia Legal, que mede
características técnicas de produtos e serviços que não estejam sob a
competência de outros órgãos, como por exemplo, aferição de balança utilizada
no comércio, visando a segurança, bem como a proteção à vida e à saúde de
todos que estão no mercado consumidor.

6. TAXA DE RENOVAÇÃO DO LICENCIAMENTO ANUAL DE VEÍCULO


(TRLAV): emitida juntamente com a guia do IPVA, quando exigida, pressupõe a
regularidade do veículo. A taxa para obter a licença está submetida aos Órgãos
de Trânsito Estaduais e cada Estado possui a sua própria especificação.

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ii. COBRANÇA PELA UTILIZAÇÃO, EFETIVA OU POTENCIAL, DE


SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO OU DIVISÍVEL PRESTADO AO
CONTRIBUINTE OU POSTO A SUA DISPOSIÇÃO: O QUE SIGNIFICA?

SERVIÇOS UTI SINGULI OU INDIVIDUAIS É EXPRESSÃO SINÔNIMA DE


SERVIÇOS UTI UNIVERSI” OU GERAIS OU UNIVERSAIS?

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TAXA NÃO SE CONFUNDE COM TARIFA PÚBLICA!

c. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

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 Como regra geral, a valorização do imóvel somente será avaliada


após a conclusão da obra pública. Portanto, configura exceção a
cobrança desse tributo – CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – para
custear parte da obra  essa parte deve servir, inequivocamente,
para levar ao resultado de valorização dos imóveis localizados na
área de influência que fora realizada a obra pública.

 ATENÇÃO! O fato gerador desse tributo é a valorização


imobiliária, que ocorrerá em decorrência da obra realizada. Nesse
sentido, está correto afirmar que melhoria tem sinônimo de
valorização.

 Para o STF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL), a realização de


pavimentação nova, capaz de caracterizar benefício direto a um
imóvel com o incremento de seu valor, poderá justificar a cobrança
do tributo em questão. Por outro lado, o recapeamento de via
pública já asfaltada (que constitui simples serviço de manutenção e
conservação) não enseja cobrança de contribuição de melhoria.

REFERÊNCIAS

 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>.

 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN) – LEI Nº 5.172, DE 25


DE OUTUBRO DE 1966. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>.

 PAULSEN, Leandro. Direito Tributário – Constituição e Código


Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 6ª ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2004, p. 114

 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 21ª


edição. São Paulo: Saraiva, 2019.

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 24ª edição. São


Paulo: SaraivaJur, 2021.

 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 14ª edição. São


Paulo: SaraivaJur, 2022.

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