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O capital social

Apresentação
Esta Unidade de Aprendizagem traz à tona os princípios do capital social da sociedade. Além disso,
estudaremos as implicações deste capital social no que diz respeito à responsabilidade dos sócios e
da sociedade.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar a regulamentação do capital social.


• Relacionar os princípios que orientam a formação do capital social.
• Reconhecer as implicações do capital social na responsabilidade dos sócios e da sociedade.
Desafio
Caio, Tício e Mévio decidem criar uma sociedade limitada empresária para atuar no ramo de
bebidas, o que levam a efeito.

Caio possuirá 50% das quotas, Tício possuirá 30% e Mévio, 20%. Caio pretende integralizar sua
quota parte mediante a disponibilização de um imóvel para a sociedade, onde está funcionará. Tício
pretende integralizar sua quota parte mediante a disponibilização de um software de computador
que ele desenvolveu, e que será utilizado pela sociedade. Todos estão em dúvida se essas formas
de integralização do capital social são possíveis.

A partir do caso apresentado, elabore um relatório que apresente a possibilidade da integralização


do capital social com bens e direitos. Você deverá dominar as formas de integralização do capital
social de sociedades empresárias.
Infográfico
O capital social é formado inicialmente com as contribuições dos sócios acionistas, e pode sofrer
variações após sua integralização, o que se justifica pelos ganhos ou perdas da sociedade.

Com relação ao capital social, há alguns princípios que informam o tratamento da matéria pelos
juristas. Veja:
Conteúdo do livro
O conteúdo teórico desta Unidade de Aprendizagem é baseado no texto selecionado a seguir, "O
capital social". Leia mais detalhes sobre os sete princípios que envolvem este tema. Além disso,
entenda como são formadas as frações do capital social, e quais são as responsabilidades dos sócios
em relação às quotas.

Boa leitura.
DIREITO
COMERCIAL

Gustavo Henrique
de Almeida
O CAPITAL SOCIAL

O capital social

O capital social é formado inicialmente com as contribuições dos sócios/


acionistas, podendo sofrer variações após sua integralização, o que se
justifica pelos ganhos ou perdas da sociedade. O capital social obedece a
alguns princípios que informam o tratamento da matéria pelos juristas.

O primeiro princípio é o da determinação, que informa a necessidade de se


determinar no contrato ou estatuto social o valor do capital social, sob pena
de nulidade dos aludidos instrumentos.

O segundo princípio é o da unidade, segundo o qual a sociedade não pode ter


mais de um capital social, sendo vedado mencionar no contrato ou estatuto
mais de um capital social.

O terceiro princípio é o da publicidade, segundo o qual o capital social deve ser


de conhecimento da comunidade em geral que, mediante requisição junto ao
órgão registral, pode consultar o capital social de qualquer sociedade.

O quarto princípio é o da estabilidade ou da fixidade, que fundamenta a


necessidade de se ter um capital social estável e fixo, não significando,
entretanto, ser invariável. Ressalta-se que, por tal princípio, a alteração do
capital social deve ocorrer em conformidade com a vontade dos sócios, ou, de
acordo com imperativos legais, haja vista ser ele o referencial dos direitos e
obrigações de cada sócio.

O quinto princípio é o da exata formação, que revela a necessidade de ser o


capital social formado pela contribuição dos sócios correspondendo fielmente
ao seu valor nominal. Tal princípio se torna ainda mais importante quando se
tem a integralização do capital social com bens, cuja avaliação por peritos se
faz necessária para se chegar ao valor exato e nominal do capital social.

O sexto princípio é o da integridade. Este princípio assegura a tutela do capital


social de missivas de sócios. Tal princípio impede que o valor destinado à
formação do capital social retorne ao patrimônio dos sócios e seja desafetado
da atividade para qual foi destinado. Há, entretanto, exceções que ocorrem nos
casos de liquidação da sociedade ou na hipótese de redução do capital social.

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O sétimo princípio é o da efetividade, segundo o qual deve haver idoneidade
na declaração constante do contrato ou estatuto social no sentido de existir
e estar livre o capital social. Frise-se que o capital social constitui, sobretudo,
garantia de terceiros que se relacionam com a sociedade, assim, o capital
nominal deve corresponder à realidade.

A fração do capital social é denominada quota. Elas podem ser iguais, ou


desiguais, isto é, com valores nominais diferenciados. As quotas são, também,
indivisíveis perante a sociedade, ou seja, a quota é a menor fração do capital
social. Isso significa dizer que não se pode fracionar a quota, mas ela pode
ser objeto de copropriedade. Como bem móvel, pode haver condomínio na
propriedade da quota quando, então, deve ser designado perante a sociedade
um representante do condomínio.

Cada sócio fica responsável, na forma do contrato social subscrito, a


integralizar uma quantidade de quotas que corresponde a um valor nominal.
O valor de todas as quotas somadas equivale ao valor do capital social.

É possível que o capital social da sociedade limitada seja integralizado, no todo


ou em parte, com quotas ou ações de outra sociedade, cabendo aos sócios
a escolha do critério de avaliação das respectivas participações societárias.
Tona-se claro que a lei faculta aos sócios a integralização das quotas por
meio de dinheiro ou por meio de bens, como salientado. Neste último caso, o
bem apresentado para integralização da quota deve ser avaliado e, pela exata
estimação de bens conferidos ao capital social, respondem solidariamente
todos os sócios até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.

Torna-se importante mencionar que, mesmo sendo um tipo societário cuja


responsabilidade dos sócios é marcadamente limitada ao valor das suas
quotas, caso algum sócio não integralize sua quota-parte, todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social, especialmente perante
terceiros.

Nesse sentido, o sócio remisso, compreendido como aquele que subscreve,


mas não integraliza o capital social, pode ser excluído da sociedade ou
sofrer uma execução específica da cláusula contratual que lhe atribui a
responsabilidade pela integralização. Caso os demais sócios optem pela
exclusão, as quotas podem ser por eles tomadas ou transferidas a terceiros

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mediante a respectiva integralização. Deve ser devolvido ao remisso o que
ele houver pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no
contrato mais as despesas.

Isso reflete a necessidade de ser o capital social efetivo e idôneo, em que pese
não haver fiscalização por parte do poder público quanto a este tipo societário
no que diz respeito à efetiva disponibilidade do capital social declarado no
contrato social.

Por fim, caso haja repartição de lucros ou retiradas, a qualquer título, os sócios
serão obrigados à reposição quando tais lucros ou quantia forem distribuídos
com prejuízo do capital, mesmo que tenham agido por autorização do
contrato social.

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Conteúdo:
Dica do professor
Neste vídeo, apresentaremos a você algumas dicas sobre a composição do capital social e, em
especial, como se faz para integralizar este capital com bens.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) O capital social obedece a alguns princípios que informam o tratamento da matéria pelos
juristas. Não é considerado princípio relativo ao capital social:

A) O princípio da determinação.

B) O princípio da unidade.

C) O princípio da publicidade.

D) O princípio da estabilidade ou da fixidade.

E) O princípio da amplitude.

2) O capital social é formado inicialmente com as contribuições dos sócios/acionistas, podendo


sofrer variações após sua integralização, o que se justifica pelos ganhos ou perdas da
sociedade. Acerca do tema, não se pode afirmar:

A) O princípio da exata formação revela a necessidade de corresponder fielmente ao seu valor


nominal.

B) A avaliação por peritos se faz necessária para se chegar ao valor exato e nominal do capital
social integralizado com bens.

C) O princípio da integridade torna o capital social flexível e subordinado aos sócios.

D) O princípio da integridade impede que o capital social seja desafetado da atividade para qual
foi destinado.

E) O princípio da integridade comporta exceções.

3) A fração do capital social é denominada quota. Estas podem ser iguais, ou desiguais, isto é,
com valores nominais diferenciados. Sobre quota e capital social não se pode afirmar:

A) O princípio da efetividade informa que deve haver idoneidade na declaração constante do


contrato.

B) O capital social constitui garantia de terceiros.


C) As quotas são divisíveis perante a sociedade.

D) Por serem indivisíveis perante a sociedade, as quotas não podem ser objeto de
copropriedade.

E) Como bem móvel, pode haver condomínio na propriedade da quota.

4) Cada sócio fica responsável, na forma do contrato social subscrito, a integralizar uma
quantidade de quotas que corresponde a um valor nominal. Sobre o tema é incorreto
afirmar:

A) O capital social é formado pelas quotas.

B) O capital social da sociedade limitada pode ser integralizado com quotas ou ações de outra
sociedade.

C) Os sócios podem integralizar as quotas por meio de dinheiro ou por meio de bens.

D) Os bens apresentados para integralização da quota dispensam avaliação e valem como


declarado pelos sócios.

E) Não havendo integralização por um sócio de sua quota-parte, todos respondem


solidariamente pela integralização do capital social.

5) O sócio remisso, compreendido como aquele que subscreve, mas não integraliza o capital
social. Não se pode afirmar:

A) O sócio remisso pode sofrer uma execução específica.

B) As quotas do sócio remisso podem ser por eles tomadas ou transferidas a terceiros.

C) Deve ser devolvido ao sócio remisso o que ele houver pago se eventualmente ele for
excluído.

D) O capital social é efetivo e idôneo.

E) Caso haja repartição de lucros ou retiradas, podem os sócios retirar do capital social.
Na prática

O capital social tem diversas funções para a sociedade e para aqueles que com ela negociam.

Na prática, o capital social é, a um só tempo, representativo do patrimônio e garantia dos credores.


É importante lembrar que temos sociedades empresárias de diversos portes e, naquelas cujo
volume patrimonial é tipicamente vultoso, o capital é fundamental, inclusive para negociações na
bolsa de valores.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Sociedade Limitada

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Integralização do Capital Social - Sevilha Contabilidade

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