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PROBLEMATIZAÇÃO
O capital social é um valor investido que será colocado a desposição da empresa, por
cada um dos sócios, seja bens financeiros ou bens materiais. Além disso, o capital social deve ser
registrado no contrato social da empresa. Daí que nos parece a seguinte questão: Como formar o
capital social de uma determinada empresa?
HIPÓTESES
Definir a quantia de cada sócio por porcentagem registrado em contrato social;
Deixar explícito no contrato como cada um dos sócios irá integralizar o capital, ou seja,
realizar efectivamente de forma física o seu porcentual acordado, prazos e parcelas.
OBJECTIVO GERAL
Compreender a diferença que existe entre o capital e o patrimônio social de uma
determinada empresa.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Demonstrar as principais funções do capital social.
Identificar os elementos que compõem o patrimônio social de uma determinada empresa.
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CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE CAPITAL E
PATRIMÔNIO SOCIAL
1.1 Definições de Termos e Conceitos
Segundo LAMY FILHO: O capital social é a cifra, fixada no estatuto social, do montante
das contribuições prometidas pelos sócios para formação da companhia que a lei submete à
regime cogente, cujo fim é proteger os credores sociais. Os fundadores (na constituição da
companhia) e os órgãos sociais (durante a vida da sociedade) estipulam no estatuto o valor do
capital social, que somente pode ser modificado com observância das normas legais.
Ainda segundo a acepção clássica do capital social, temos o ensinamento de
CARVALHO DE MENDONÇA: O capital social é o fundo originário e essencial da sociedade,
fixado pela vontade dos sócios; é o montante constituído para base das operações. Os sócios
podem, modificando ou alterando a cláusula contratual que o determina, aumentá-lo ou diminuí-
lo livremente, desde que ao ofendam direitos de terceiros; podem reforça-lo com a instituição de
um fundo de reserva, formado mediante certa percentagem deduzida dos lucros líquidos em cada
exercício. Tal definição parece tratar com precisão a dimensão formalista do capital social,
fixado pelos sócios na constituição da sociedade e representante das contribuições por eles
aportadas.
Do ponto de vista jurídico, o patrimônio pode ser definido como o conjunto de relações
jurídicas, dotadas de valor econômico, nas quais a pessoa figura como parte. Essa universalidade
de direitos e obrigações forma o patrimônio da sociedade, que por sua vez responde
integralmente pelas dívidas sociais presentes e futuras, consoante a regra de responsabilidade
patrimonial. Tal regra encontra-se presente no art. 39114 da Lei 10.406, de 2002 (Código Civil
ou CC).
Do ponto de vista da contabilidade, o patrimônio social consiste numa realidade tangível,
composta pela diferença entre bens, direitos e obrigações da sociedade. É um elemento variável,
cujo valor se altera permanentemente em resultado das operações lucrativas, dos prejuízos e das
distribuições de lucros das sociedades.
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1.2 Capital Social
O capital social é a base e o suporte do nascimento das sociedades comerciais, é com ele
que a empresa dá os seus primeiros passos. Com o seu crescimento e como desenvolver da sua
actividade vai gerando lucros que, ou são distribuídos pelos sócios/acionistas ou permanecem na
empresa como garante da sua actividade.
O capital inicial é determinado com as entradas dos sócios e corresponde ao património
inicial, variando este consoante obtenha lucros ou prejuízos no decurso da sua actividade.
Havendo lucros, o património aumenta, diminuindo quando obtenha prejuízos. Mas, o capital
mantém-se inalterável. Refira-se que nem todo o excedente patrimonial apurado em relação ao
investimento inicial dos sócios pode ser considerado lucro, mas apenas aqueles excedentes que
resultem da actividade da sociedade.
O capital social presenta a partição dos sócios na aformação do património da empresa.
Este abrange não só as parcelas engtregues pelos acionistas como também os valores obtidos
pela sociedade.
Como as entradas iniciais dos sócios se refletem numa categoria especificamente
societária que é o capital social ( que corresponde ao valor da soma dos valores nominais
atribuídos às participações sociais que os sócios recebem em “troca” dessas entradas), o lucro vai
ser apurado por comparação entre o património que a sociedade tem num dado momento, liquido
de dívidas e encargos, e o capital social – o lucro é o excedente que se verifica entre o valor
( contabilístico) do património (liquido) da sociedade e a cifra de referência que é o capital
social.
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não se destinam a ficarem intactos nos cofres mas antes a serem utilizados na instalação e
exploração da actividade societária, constituindo pois um meio de financiamento da sociedade.
Deste modo, e na medida em que visa congregar e regular a obtenção de meios que
permitam o desenvolvimento da actividade societária - proporcionado a formação de uma
estrutura de produção – o capital desempenha uma função que se pode designar por função de
financiamento da sociedade.”. Princípio da intangibilidade do capital social.
O capital social é intangível , os sócios não podem tocar no capital social, não pode
também haver devolução aos sócios dos valores com que realizaram o capital social, este, não
poderá ser beliscado ou diminuído, por virtude da atribuição de bens aos sócios. O princípio da
intangibilidade do capital social significa que o valor do património líquido da sociedade não
pode descer abaixo da cifra do capital nominal, para titular operações que beneficiem os sócios.
Este procedimento visa assegurar a conservação do capital real e da garantia que ele representa
para terceiros. O conceito do principio da intangibilidade do capital é diferente do principio da
efectividade, sendo que, neste principio, pretende-se que os bens que compõem o capital social,
numa acepção do capital social real sejam idóneos para as garantias dos créditos de terceiros.
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DOMINGUES refere que, com este instituto se procura ainda alcançar uma igualdade de
tratamento dos sócios, ou, pelo menos, uma aproximação de igualdade, bem como evitar que um
sócio assista à “diluição” da sua participação social contra a sua vontade .
Há que sublinhar que, apesar de os direitos e os deveres dos sócios serem fixados e
delimitados atendendo à sua participação no capital social, essa harmonia pode ser
contratualmente alterada, nomeadamente através da atribuição de direitos especiais a alguns
sócios, nos termos do artigo 24.º do CSC.
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disposições legais ou contratuais destinadas à proteção destes, o património se torne insuficiente
para a satisfação dos respetivos créditos” Há assim uma responsabilidade extracontratual baseada
na violação de normas de proteção dos credores sociais.
As normas destinadas à proteção dos credores sociais são as que garantam a conservação
do capital social. (artigos 31º, 34º, 220º, 236º, 317º nº 4, 346º, 513º e 514º. Do C.S.C.). Contudo,
para a responsabilidade civil dos gerentes para com os credores sociais, não basta a violação das
normas, é necessário que haja uma diminuição do património social que o torne insuficiente para
a satisfação dos credores (nexo de causalidade). Tem de haver também um dano que cause
situações graves no património social e por ultimo a culpa a que se refere o artigo 78º nº.1. Esta
eventual culpa não é a presunção prevista no artigo 487º do código civil, cabendo aos credores a
prova da evidente, não chega para financiar qualquer tipo de atividade económica.
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Com efeito, até essa altura ao capital social apenas era apontada a função de financiamento da
sociedade a que nos referimos supra. Com o surgimento da limitação da responsabilidade dos
sócios em alguns tipos de sociedades (sociedades de capitais), dada a impossibilidade de os
credores “atacarem” o património pessoal dos sócios, surgiu a necessidade de se construir uma
garantia para os credores sociais.
Tanto mais que, segundo PAULO DE TARSO DOMINGUES, o conceito e o regime
jurídico do capital social é encarado de forma díspar nas sociedades de capitais (onde a garantia
das obrigações sociais se alcança através da garantia que, para os credores, constituem os bens da
sociedade) e nas sociedades de pessoas (onde a primeira garantia é o património da sociedade,
sendo a responsabilidade dos sócios subsidiária). A par do descrito, surgiu a ideia do capital
social mínimo como “limiar de seriedade”, de forma a compensar esta limitação das
responsabilidades dos sócios. Estamos aqui perante um limiar que, nas sociedades de
responsabilidade limitada, os sócios teriam que observar para poderem constituir uma sociedade
e prosseguirem a atividade económica pretendida.
Por outro lado, este “limiar de seriedade” pretendia assegurar aos terceiros que aspiravam
lidar com a sociedade um mínimo de credibilidade por parte da mesma.
No entanto, sempre se refira que a figura do capital social não é essencial para resolver o
problema da limitação da responsabilidade dos sócios; tanto mais que existem ordenamentos
jurídicos (veja-se alguns Estados dos Estados Unidos da América) nos quais esta figura não
existe, sem que isso implique uma desproteção dos credores sociais. Por outro lado, destaca-se a
impossibilidade de a lei estabelecer um valor mínimo de capital social, de forma geral e abstrata,
que se adeque de forma idêntica a todas as sociedades com os seus vários objetos sociais, já que
existem sociedades que, com o mesmo capital social, prosseguem atividades totalmente
diferentes dos mesmos. Todo o exposto demonstra que o capital social não deve ser visto apenas
como uma garantia dos credores, até porque atualmente não consegue concretizar essa função de
modo pleno.
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Conforme já referimos, o capital social constitui uma das menções obrigatórias que
devem constar do contrato de sociedade do artigo 9.º do CSC), 2009, p. 35. Sendo que, no
momento da constituição da sociedade, tem que ser indicado o montante que constituirá a cifra
correspondente ao capital social . Nos termos deste princípio, no momento da constituição da
sociedade o valor do capital social deve corresponder à soma das entradas dos sócios, ou seja, ao
valor do património social.
Assim, os sócios devem realizar ou, pelo menos, comprometerem-se a realizar, entradas
de valor patrimonial equivalente à cifra do capital social, de forma a que exista esta
correspondência e esteja assegurado que efetivamente entram no património da sociedade bens
cujo valor corresponda ao valor do capital social.
Várias são as normas societárias que consagram este princípio. PAULO DE TARSO
DOMINGUES refere que a primeira emanação resulta da exigência de contribuição com bens
para a sociedade, através de entradas em dinheiro ou em espécie, para que alguém possa obter
uma participação social (e, portanto, a qualidade de sócio), desenvolvendo esta consideração
com o exemplo do n.º 1 do artigo 219.º do CSC, que dispõe que cada sócio tem uma quota e que
essa quota corresponde à sua entrada.
Por outro lado, várias são as medidas adotadas pela lei que visam garantir uma efetiva
realização das entradas; isto é, apesar de, com a introdução do DL n.º 33/2011, de 7 de Março no
nosso ordenamento jurídico, se ter passado a prever, quanto às sociedades por quotas, a
possibilidade de realização das entradas em dinheiro até ao final do primeiro exercício social da
sociedade14 - a par da já existente hipótese de diferimento das entradas - a verdade é que a
sociedade não pode exonerar os sócios desta obrigação, conforme se pode verificar pela análise
do n.º 1 do artigo 27.º do CSC, que determina a nulidade de deliberações que tenham este
conteúdo.
No entanto, o contrário pode suceder o valor da entrada do sócio pode ser superior ao
valor nominal da sua participação social. No que tange às entradas em espécie, nos termos do
disposto no artigo 28.º do CSC, estas têm que ser avaliadas por um ROC que não tenha interesse
na sociedade, de forma a ficar assegurado que o valor atribuído àquele bem corresponde ao valor
efetivo da entrada.
Tanto mais que, se posteriormente se verificar que o valor do bem entregue pelo sócio é inferior
ao valor da sua participação, o sócio terá que repor a diferença existente . E não se esgotam aqui
as manifestações deste princípio no Código das Sociedades Comerciais, sendo certo que, perante
a afluência aqui apontada, estamos perante um princípio incontornável no âmbito da disciplina
jurídica do capital social.
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Esta ideia foi aludida aquando a delimitação das diferenças existentes entre o capital social e o
património social, onde referimos que este último, sim, está constantemente sujeito a alterações
face ao desenvolvimento da vida societária do artigo 25.º do CSC.
Ora, para que o capital social possa ser alvo de variações, é necessária uma alteração dos
estatutos da sociedade que, por sua vez, tem que ser deliberada em Assembleia Geral, conforme
se poderá verificar pela leitura do n.º 1 do artigo 85.º do CSC, o qual refere que “a alteração do
contrato de sociedade, quer por modificação ou suspensão de alguma das cláusulas, quer por
introdução de nova cláusula, só pode ser deliberada pelos sócios, salvo quando a lei permita
atribuir cumulativamente essa competência a algum outro órgão”.
Mais, dispõe o n.º 2 do mesmo artigo que esta deliberação será tomada em conformidade
com o disposto para cada tipo de sociedade. No caso das sociedades por quotas, esta
obrigatoriedade da alteração do contrato social ter que se efetuar através de deliberação dos
sócios é repetida na alínea h) do n.º 1 do artigo 246.º do CSC, e os termos em que a deliberação
se efetiva são definidos no artigo 265.º, que estabelece uma maioria de três quartos dos votos
correspondentes ao capital social. Também no âmbito das sociedades anónimas é possível
encontrar um normativo idêntico, porquanto o n.º 3 do artigo 386.º impõe uma aprovação por
dois terços dos votos emitidos em deliberações sobre algum dos assuntos referidos no n.º 2 do
artigo 383.º, onde se inclui a alteração do contrato de sociedade.
Por fim, relativamente às sociedades em nome coletivo, dispõe o n.º 1 do artigo 194.º do
CSC que as alterações feitas aos contratos destas sociedades só podem ser feitas por
unanimidade, a não ser que o contrato autorize a deliberação por maioria, que não pode ser
inferior a três quartos dos votos de todos os sócios.
A exigência deste formalismo prende-se com a necessidade de proteção dos interesses
dos sócios e de terceiros. Proteção dos sócios, porque a modificação do quantum da cifra do
capital social implica também a modificação de alguns dos seus direitos que, como veremos
infra, são definidos em função do capital social e da sua participação naquele.
Proteção de terceiros, na medida em que estes não são alheios aos casos de redução do
capital social, que podem originar uma grave lesão dos seus interesses, sendo, por isso,
justificável a possibilidade de os credores sociais poderem requerer ao tribunal, no prazo de um
mês após a publicação do registo da redução do capital social, que a distribuição de reservas
disponíveis ou dos lucros de exercício seja proibida ou limitada Atendendo ao descrito, percebe-
se que a génese deste princípio e das exigências que dele derivam não corresponde à proibição
absoluta de modificação do capital social, mas antes a que este não sofra flutuações
indiscriminadas a par do activo da sociedade.
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sociedade em favor dos sócios se isso implicar que o valor do património líquido da sociedade
passe a ser insuficiente para cobrir a cifra do capital social. Podem encontrar-se manifestações
deste princípio em várias disposições do Código das Sociedades Comerciais, nomeadamente nos
seus artigos 32.º e 33º.
O conteúdo normativo do primeiro destes princípios impede a distribuição aos sócios de
bens da sociedade quando a sua situação líquida for inferior à soma do capital social e das
reservas que, por lei ou disposição contratual, não possam ser distribuídas, daí que PAULO
OLAVO CUNHA considere que o n.º 1 do artigo 32.º constitui o “expoente desta regra” .
Sublinhe-se, no entanto, que esta norma não visa impedir a distribuição de lucros aos sócios, mas
sim proibir que lhes sejam distribuídos bens no caso de não terem sido gerados lucros. Ou seja,
havendo lucro - noutras palavras, havendo uma diferença positiva entre o património líquido e o
capital social acrescido das reservas legais ou estatutárias -, esse valor não ficará retido na
sociedade, podendo ser distribuído aos sócios.
Mas são as normas onde é possível encontrar uma afluência deste princípio. Veja-se, a
título de exemplo, o facto de não poderem ser amortizadas quotas ou ações, Artigo 96.º do CSC.
CORREIA, Ferrer, ob. cit., p. 224.. CUNHA, Paulo Olavo, «Aspectos Críticos da Aplicação
Prática do Regime das Acções Sem Valor As funções do capital social Sem que igualmente
exista unanimidade entre os autores sobre esta matéria, várias são as funções que habitualmente
se atribuem ao capital social, as quais, segundo PAULO DE TARSO DOMINGUES , podem
desdobrar-se em dois planos: num plano interno, ou seja dentro da sociedade, e num plano
externo, ou seja, fora da sociedade. Neste âmbito, da nossa parte destacamos, no plano interno,
as funções de organização e de financiamento e, no plano externo, as funções de avaliação
económica e de garantia.
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1.6 FONTES NORMATIVAS DO REGIME DA PERDA GRAVE
A perda grave do capital social está prevista, essencialmente, no art. 35. 0 do CSC20 .
Esta norma visa efectuar a transposição para o ordenamento jurídico português do previsto no
art. 17. 0 da Segunda Directiva da União Europeia sobre sociedades, que no seu n." 1, estabelece
o seguinte: «No caso de perda grave do capital subscrito, deve ser convocada uma assembleia
geral no prazo fixado pelas legislações dos Estados- -membros, para examinar se a sociedade
deve ser dissolvida ou se deve ser adoptada qualquer outra medida.» Acrescenta da mesma
norma que, «Para os efeitos do previsto no n." 1, a legislação de um Estado- -membro não pode
fixar em mais de metade do capital subscrito o montante da perda considerada grave.» A razão
de ser desta norma é, assim, a de proteger as expectativas de terceiros que confiaram na
existência de um património social próximo do valor do capital social, evitando que de perda em
perda se chegue o valor do capital social de cada sociedade é um dado público, como é exigido
pela Segunda Directiva sobre sociedades no seu art. 3.°
A perda de metade do capital social e a reforma de 2005: um repto ao legislador", p. 55 e
ss. Paulo Alves de Sousa de Vasconcelos 15 à perda total sem que nenhum aviso seja dado aos
sócios. Desta forma, o que a norma em análise impõe verdadeiramente é que, perdida parte
substancial do capital social, se faça soar um sinal de alarme dirigido em primeira mão aos
sócios", Assim, perante a perda de metade do capital social, os sócios devem analisar a situação e
adoptar medidas tendentes a remediá-la, dissolvendo a sociedade ou adoptando medidas de
saneamento.
A ideia seria a de obrigar todas as sociedades anónimas" a manter uma certa proporção de
cobertura do capital social: o capital próprio (ou situação líquida) não deve ser inferior a metade
do capital social. Todavia, esta norma não vai ao ponto de impor a obrigatoriedade de
manutenção de um rácio de cobertura do capital social.
Poderá, então, dizer-se que o regime da perda grave reforça a ideia de que o capital social
é uma garantia, embora indirecta, na medida em que visa assegurar a existência de um
património social com um valor que não se afaste significativamente do valor do capital social, o
qual funciona assim como um valor de referência. Em Portugal, como já se disse, o regime da
perda grave do capital social, está vertido no artigo 35. 0 do Código das Sociedades ComerciaiS.
Sucede que, tendo o CSC entrado em vigor em 1986, o certo é que este artigo 35.0 apenas
começou a fazer parte do direito vigente em Setembro de 200123 , após um período de 15 anos
durante os quais permaneceu "suspenso". Isto é, existia como norma do CSC mas não era
aplicável, pois não estava em vigor no ordenamento jurídico português". 21 Parece, pois,
corresponder mais ao modelo informativo, de inspiração germânica, que contrasta com o regime
francês, de modelo reactivo. 22 A Segunda Directiva sobre sociedades tem por objecto apenas as
sociedades anónimas (art. 1.°). Porém, em Portugal o regime da perda grave está regulado na
parte geral do esc, pelo que é aplicável a todos os tipos de sociedades comerciais.
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igual ou inferior a metade do capital social. Ocorrendo esta situação, deverão os gerentes ou
administradores convocar de imediato uma assembleia geral no sentido de informar os sócios da
situação de desequilíbrio patrimonial da sociedade, sob pena de incorrerem na responsabilidade a
que se refere o artigo 72º nº 1 do CSC.
No aviso da convocatória para a assembleia, deverá constar a possibilidade de os sócios
deliberarem sobre dissolução da sociedade; redução do capital para montante não inferior ao
capital próprio da sociedade; aumento do capital social por entradas em dinheiro - artigo 35º nº. 3
do CSC.
Pelo incumprimento do disposto nos nºs 1 e 2 do artigo 35º, os gerentes ou
administradores da sociedade, serão punidos com prisão até 3 meses e multa até 90 dias, nos
termos do artigo 523º do CSC.
Quanto à eventual dissolução da sociedade, a mesma deve ser deliberada pelos sócios,
sendo necessário que a deliberação seja tomada por unanimidade nas sociedades em nome
coletivo - artigo 194º do CSC por três quatros nas sociedades por quotas - artigo 270º do CSC e
dois terços nas sociedades anónimas artigos 386 nº 3 e artigo 383º nº 2 do CSC. Quanto à
eventual redução do capital social, o artigo 95º do CSC, refere que: A redução do capital não
pode ser deliberada se a situação líquida da sociedade não ficar a exceder o novo capital em, pelo
menos, 20%. É permitido deliberar a redução do capital a um montante inferior ao mínimo
estabelecido nesta lei para o respetivo tipo de sociedade. se tal redução ficar expressamente
condicionada à efectivação de aumento do capital para montante igual ou superior àquele
mínimo, a realizar nos 60 dias seguintes àquela deliberação.
O disposto nesta lei sobre capital mínimo não obsta a que a deliberação de redução seja
válida se, simultaneamente, for deliberada a transformação da sociedade para um tipo que possa
legalmente ter um capital do montante reduzido. A redução do capital não exonera os sócios das
suas obrigações de deliberação do capital social.
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aos sócios do valor das entradas por estes efectuadas, caso o capital social não esteja coberto. O
que significa que mesmo uma sociedade com um capital social muito elevado pode ter um
património líquido nulo, pois aquele não garante a 61 Esta obrigatoriedade de levar estes saldos a
reservas decorre também do art. 33.°, n." 2, a), da Quarta Directiva (Directiva n." 78/660/CEE,
do Conselho, de 25 de Julho de 1978, JOCE n." L-222, de 14/08/1978). 30 A perda grave do
capital social existência do capital próprio de valor semelhante.
E perante uma perda grave do capital social, como vimos, apenas existe a obrigação de a
administração convocar os sócios para os informar da situação com que a sociedade se defronta e
de se lhe dar publicidade nos actos externos. Mesmo enquanto cifra de retenção não pode deixar
de se constatar a forma limitada como desempenha esta sua função.
Desde logo, pelo facto de se tratar de um valor nominal, o qual não está sujeito a
qualquer alteração decorrente da desvalorização monetária, o que significa em termos reais, que
com o passar dos anos, o capital social baixa, reduzindo os níveis de retenção. Imagine-se, por
exemplo, que António, Bento e Carla, deliberam constituir uma nova sociedade, cujo capital
social de € 15000,00 vai ser subscrito em dinheiro pela "ABC, Lda.". Neste caso, o capital social
consolidado será de € 45 000,00 (€ 30 000,00 + € 15 000,00), sendo certo que o património
líquido consolidado não será mais que € 30 000,00. Estas são algumas das insuficiências pelas
quais tem sido posto em causa, nos últimos anos .
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patrimônios, inclusive em prejuízo dos credores sociais, o regime de responsabilidade
patrimonial deixaria de ser eficaz nas sociedades. Daí as disposições sobre responsabilidade
solidária dos sócios de alguns tipos de sociedade, e sobre o capital social – como mecanismo de
garantia dos credores – nos tipos de sociedade em que a responsabilidade de todos os sócios é
limitada.
Esses dois conceitos estiveram, portanto, intimamente ligados desde o momento da
criação do instituto do capital social. Porém, essa ligação não se mostra tão determinante nos
tempos atuais.
No momento de sua criação, a limitação de responsabilidade inovou ao criar uma
exceção à regra de responsabilização patrimonial dos sócios, sendo portanto um uma vantagem
dada aos sócios da empresas que demandaria uma compensação aos credores.
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Corresponde à materialização do princípio da intangibilidade do capital social,
impedindo a sociedade de distribuir lucros ou dividendos que possam reduzir o seu património a
montantes inferiores ao da soma do capital social e das reservas legais.
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Os fundadores (na constituição da companhia) e os órgãos sociais (durante a vida da
sociedade) estipulam no estatuto o valor do capital social, que somente pode ser modificado com
observância das normas legais. Ainda segundo a acepção clássica do capital social, temos o
ensinamento de CARVALHO DE MENDONÇA: O capital social é o fundo originário e
essencial da sociedade, fixado pela vontade dos sócios; é o montante constituído para base das
operações. Os sócios podem, modificando ou alterando a cláusula contratual que o determina,
aumentá-lo ou diminuí-lo livremente, desde que ao ofendam direitos de terceiros; podem reforça-
lo com a instituição de um fundo de reserva, formado mediante certa percentagem deduzida dos
lucros líquidos em cada exercícioTal definição parece tratar com precisão a dimensão formalista
do capital social, fixado pelos sócios na constituição da sociedade e representante das
contribuições por eles aportadas. Essa visão é ampliada por autores como DOMINGUES, que
definem uma segunda faceta do capital social: DOMINGUES, Paulo de Tarso.
Há, portanto, no capital social, duas facetas complementares. A primeira referente ao
capital social nominal ou formal, designada no momento de constituição da sociedade – como o
valor fixado no ato constitutivo da sociedade – e a segunda como o valor real do capital, atrelada
aos bens que o capital representa e mutável em sua essência.
No momento de constituição do capital, o patrimônio líquido corresponde
exclusivamente ao valor constante na conta de capital social (excetuados os casos onde haja
emissão de ações com prêmio ou ágio, nos quais parte do valor contribuído será destinado à
conta de ágio.
A alocação contábil do capital social se dá portanto do lado direito do balanço, tendo em
vista que representa as obrigações da sociedade para com os sócios. A medida que a sociedade se
desenvolve, outros valores podem surgir na conta do patrimônio líquido, à título de lucros,
reservas, ou prejuízos.
A conta de capital social, porém, permanecerá fixa no balanço da empresa e sem a
possibilidade de distribuição para os sócios
Em complemento às acepções anteriores, parte da doutrina interpreta o capital como
elemento não estático, sujeito a variações no decorrer da vida social – o chamado de capital real
ou variável.
Na lição de VIVANTE, “ao contrário patrimônio ou capital efectivo, essencialmente
mutável, está o capital nominal da sociedade, fixado permanentemente por uma cifra contratual,
que exerce uma função contábil e jurídica, uma existência de direito e não de fato”. Isso porque o
capital social – independente de ser fixado no estatuto social pelos sócios (cifra formal) ou
corresponder a uma conta no balanço da sociedade (cifra contábil) – está sujeito a variações de
acordo com o modo com o qual os sócios ou administradores se utilizam dos bens da sociedade.
A única limitação legal para utilização desses bens diz respeito ao objecto social, já que
os sócios não podem se utilizar dos bens sociais para o desenvolvimento de atividades alheias ao
objeto social. Portanto, no exercício da atividade empresarial, os sócios sujeitam os bens sociais
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ao risco do negócio, podendo tal patrimônio variar negativamente em função da acumulação de
prejuízos no exercício social.
Seria o caso de vendas a prazo aos clientes. Mesmo a empresa não recebendo o pagamento
imediatamente, ela possui uma negociação com direito de cobrança e gratificação. Por isso, esses
direitos também são considerados parte do patrimônio empresarial.
OBRIGAÇÕES: São todos os valores que uma família/empresa tenha que pagar a
terceiros, ou seja, tudo que se deve a alguém, fazendo parte do Patrimônio.
Obrigações: salários de colaboradores, aluguéis, impostos, fornecedores, duplicatas e
contas a pagar.
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Desta forma, podemos afirmar que todos os componentes patrimoniais classificados no
PASSIVO e o Patrimônio Líquido representam as fontes de recursos de uma empresa. Formas de
Obtenção de Recursos: - Capital Próprio: Quando esses valores são obtidos através dos sócios
(donos) da empresa.
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Equaçao fundamental do patrimônio, a saber: PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ACTIVO -
PASSIVO Se considerarmos que as empresas, em sua maioria, possuem um conjunto de bens e
direitos (ACTIVO) maior do que suas obrigações (PASSIVO), podemos afirmar que a equação
patrimonial ficará melhor representada da seguinte forma: ACTIVO = PASSIVO +
PATRIMÔNIO LÍQUIDO a esta representação gráfica, a contabilidade chama de BALANÇO
PATRIMONIAL. Podemos dizer assim que: BALANÇO PATRIMONIAL é a representação
quantitativa e qualitativa do Patrimônio, em um dado momento.
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Nas situações de “responsabilidade externa” o sócio responde diretamente perante os
credores sociais e não perante a sociedade, estando o seu património destinado diretamente aos
credores sociais.
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O diferimento da realização do capital social obriga às entradas em datas certas ou em
datas Pedro Pais de Vasconcelos afirma o seguinte: “Nas sociedades por quotas, a
responsabilidade dos sócios está limitada ao capital investido, e em princípio, estes não
respondem pelas dívidas da sociedade, podendo contudo tal situação ser prevista contratualmente
em relação a alguns deles, de forma solidária ou subsidiária, até um determinado montante.
Na situação em que o capital social não esteja totalmente realizado, os sócios respondem
pelo capital por si subscrito e pelo subscrito pelos outros sócios, no regime típico da
responsabilidade perante terceiros” (Vasconcelos, 2006:44) dependentes de factos certos, mas
pode ir até 5 anos, conforme dispõe o artigo 203.º nº 1 do CSC.
Actualmente, e após as diversas alterações dos art.º s 201º a 203º do CSC, com os
Decretos-Lei n.º 280/87, de 08/07, n.º 237/2001, de 30/08, n.º 76-A/2006, de 29/03 e n.º 33/2011,
de 07/03, o capital social passou a ser livremente definido pelos sócios.
Mantém-se, no entanto, a obrigação de declararem no ato constitutivo, sob sua
responsabilidade, que já procederam à entrega do valor das suas entradas ou, quando haja o seu
diferimento, que se comprometem a entregar, até ao final do primeiro exercício económico, as
respetivas entradas nos cofres da sociedade.
Nas sociedades anónimas, que apresentam uma menor possibilidade de identificação dos
sócios e maior afastamento destes em relação à sociedade, o legislador reforçou ainda mais o
rigor e o controlo da forma de constituição e de realização do capital social.
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Os pressupostos da solidariedade são: direito à prestação integral, efeito extintivo
recíproco ou comum, identidade da prestação, identidade da causa e comunhão de fim.
A responsabilidade subsidiária pode ser meramente subsidiária ou simultaneamente
subsidiária e solidária, respondendo, neste caso, os vários responsáveis subsidiários
solidariamente entre si pelas dívidas. Subsidiariedade implica que o credor apenas possa exigir o
cumprimento ao fiador após a excussão do património do devedor afiançado, tal como o dispõe o
art.º 638º do CC e, quando houver garantias reais sobre o património do devedor, o fiador pode
recusar-se a cumprir a dívida antes da excussão dos bens sobre os quais recai a garantia real, nos
termos do disposto no art.º 639º do CC.
Responsabilidade subsidiária é, pois, a que vem "reforçar a responsabilidade principal,
desde que não seja esta suficiente para atender os imperativos da obrigação assumida" como
seria o caso da responsabilidade solidária dos sócios: se a sociedade não possuir haveres
suficientes para cumprir as suas obrigações e vierem os sócios, subsidiariamente, a cumpri-las
com os seus bens particulares. (Varela, 1986: 757; Freitas e Mendes, 2008:162-163; Costa, 2009:
560-571; Lima e Varela, 2010:415- 421, 458-459, 462).
Perante os credores sociais, uma vez que a responsabilidade manter-se-á apenas enquanto
o mesmo mantiver interesse na sociedade. Na vida real as sociedades raramente obtêm dos seus
sócios valores suficientes para satisfazerem os credores sociais, fazendo uso do crédito de
terceiros para a manutenção da sua atividade social.
Quando a sociedade recorre ao financiamento bancário, nomeadamente nas sociedades
por quotas, é pedida a prestação de avales e garantias pessoais aos sócios, sendo que a sua recusa
é normalmente interpretada como falta de confiança do sócio no sucesso e na viabilidade da
atividade da sociedade.
Esta assunção de responsabilidades obriga o sócio a manter-se associado ao risco do
negócio de forma a assegurar o respetivo êxito e o pagamento aos credores.
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Decorre das disposições do art.º 83º do CSC uma responsabilidade objetiva para os
sócios pela conduta dos membros dos órgãos sociais que tenham responsabilidade em eleger ou
designar. A culpa na conduta ilícita por facto praticado por terceiro, designa-se de culpa in
eligendo e estende-se no direito societário, de forma solidária a alguns sócios quer em relação à
sua escolha quer em relação à conduta que o (s) membro (s) do órgão de gestão tenha (m) sido
pressionado (s) a tomar por esses sócios.
Se houver a violação de direitos sociais que os administradores tenham o dever de
cumprir para com os sócios estamos perante uma responsabilidade contratual, e perante uma
responsabilidade delitual nos casos em que não haja uma relação prévia entre os membros do
órgão de gestão e o sócio. Para efeitos da culpa in eligendo devem ter-se presentes as normas
penais dos art.º509º e ss do CSC, cuja violação pelos membros do órgão de gestão em relação
aos interesses dos sócios, fundamentará a responsabilidade por danos, com base no princípio
geral da responsabilidade por factos ilícitos previsto no art.º 483 nº do CC.
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informação está previsto no artigo 21.º, n.º1, alínea c), que estabelece como um dos direitos dos
sócios “obter informações sobre a vida da sociedade, nos termos da lei e do contrato”.
Assim, o conteúdo deste direito é delimitado consoante o tipo societário adotado ou o contrato.
Nas sociedades em nome coletivo, devido à responsabilidade ilimitada dos sócios, o direito à
informação é também pleno e ilimitado (artigo 181º).
Como forma de garantir especial proteção aos credores da sociedade, o CSC prevê no
art.º 69º um regime especial de invalidade das deliberações de aprovação dos documentos de
prestação de contas, penalizando, com a anulabilidade, as situações de violação dos preceitos
legais relativos à elaboração dos documentos de prestação de contas e as irregularidades
existentes nas contas e com a nulidade, a violação da lei no que se refere à constituição, reforço
ou utilização da reserva legal ou à violação dos preceitos, cuja finalidade seja a de proteção dos
credores ou do interesse público.
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CONCLUSÃO
Concluimos que o capital social é a cláusula obrigatória nos contratos sociais, nos termos
do artigo artigo 997, IV, do Código Civil dividindo - se em quotas, iguais, aos sócios, como
prescreve o artigo 1.055 do mesmo Código.
Vimos como tem sido questionado o papel do capital e património social na proteção dos
credores e como a alteração da lei no sentido da liberdade da sua fraçáo pelos sócios nas
sociedades por quotas, sem essa liberdade ter sido acompanhada da previsáo de um dever geral
de dotação dos meios necessários á prossecução dos fins sociais, mostar que, cada vez mais, o
legislador parece previlegiar a negociação individualizada de garantias aplicáveis a cada caso
concreto, tendo em conta as especificidades das transações . os credores deverão, assim, fazer
esforço adicional na obtenção de informação sobre a informação das sociedades com as quais
contactam.
O papel central das reservas na cobertura de prejuízos mostra que podem ser a
sustentação das sociedades durante os períodos ciclicos de crise. por fim, os suprimentos
apresentam uma certa dualidade, enquanto prestações que podem servir para suprir carências
periodicas das sociedades, podem na prática, fazer das reservas se elas inexistirem.
O capital social refere - se aos fundos gerados a partir da emissao de accoes em uma
empresa. O capital social representa um valor contábel que é gerado como resultado de lucros
acumulados e diminui á medida que os dividendos sao emitidos aos acionistas. Em contrasre, o
património é a diferença entre o activo e o passivo.
Qualquer que seja o regime que venha a ser adoptado, não pode deixar de ter em devida
conta a necessidade de assegurar a confiança dos credores, limitando a distribuição de bens aos
sócios e assegurando mínimos de solvabilidade, independentemente dos critérios que possam ser
estabelecidos'".
Em síntese final, importa reter duas ideias essenciais:
Que a plena compreensão do regime da perda grave impõe o diálogo entre o Direito
Comercial e a Contabilidade;
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Que, bem vistas as coisas, não é grave ter uma "perda grave" (do capital social).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2009
DOMINGUES,, Paaulo de Tarso, 2010, P.256, ALMEIDA, ANTÓNIO PEREIRA,
Sociedades Comerciais, Coimbra Editora, 6º edição 2011.
COUTINHO DE ABREU, livro de Direito das Sociedades, página 197.
PITA, ANTÓNIO MANUEL, Direito Comercial, 1º edição, 1992, p.p.125 e 129.
PITA, António Manuel, Curso Elementar de Direito Comercial, Colecção Direito, Áreas
Editora, 3.ª ed., 2011, p. 186. 21
Artigo. 39114 da Lei 10.406, de 2002 (Código Civil ou CC).
Artigo. 277º nº. 1 do C.S.C. 4.2.2
Artigo. 35º nº 2 do Código das Sociedades comerciais
Artigo 9.º do CSC), 2009, p. 35
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