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Introdução

1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivos Gerais

1.2.2 Objectivos Especificos

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2. Capital

(Missagia, 2009) O conceito financeiro de capital é adotado pela maioria das entidades na pre-
paração de suas demonstrações contábeis. De acordo com o conceito financeiro de capital, tal
como o dinheiro investido ou o seu poder de compra investido, o capital é sinônimo de ativo
líquido ou patrimônio líquido da entidade. Por outro lado, segundo o conceito
físico de capital, o capital é considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por
exemplo, nas unidades de produção diária.

Na economia, capital é qualquer ativo capaz de gerar um fluxo de rendimentos ao longo do


tempo por meio de sua aplicação na produção. Esse conceito inclui não apenas o dinheiro
propriamente dito, mas também os investimentos financeiros, os estoques e os bens que
podem ser aplicados para gerar riqueza, dentre outros.
O conjunto de bens duráveis necessários para a produção, como máquinas e equipamentos e
as instalações de uma empresa, são chamados de bens de capital ou bens de produção.
Na linguagem corrente, capital é muito usado como sinônimo de dinheiro. No entanto, esses
termos possuem significados distintos. Como dinheiro, tem um propósito mais imediato,
sendo aplicado nas trocas realizadas na economia. A definição de capital envolve uma
perspectiva de longo prazo, que pressupõe que seu uso tem como finalidade a geração de
receitas futuras.
Na teoria econômica clássica, o capital é um dos três fatores de produção que formam o
conjunto de elementos indispensáveis a um processo produtivo, ao lado da terra e do
trabalho.
No entanto, embora seja um fator de produção, o capital é também um produto da economia.
Isso porque ele é resultado dos investimentos que, por sua vez, são gerados a partir da
poupança.

2.1 Tipos de capital

Quando é acumulado na forma de títulos, obrigações e outros papéis que podem ser
convertidos rapidamente em dinheiro, o capital recebe a denominação de capital financeiro.
Já o capital que é investido visando gerar lucro por meio da produção é chamado de capital
produtivo.

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Quando o capital é investido sem ganhos para a economia, visando apenas a obtenção
rápida de lucros no mercado financeiro, ele é conhecido como capital especulativo. A falta
de controle sobre esse tipo de capital, que não possui relação com a produção, é muitas
vezes apontada como causa das crises econômicas recentes. Por outro lado, pode ser visto
pela atração de liquidez que atrai para os mercados financeiros.

2.1.1 Capital social


O capital social é o investimento inicial feito pelos sócios ou acionistas de uma empresa
para colocá-la em funcionamento. Esse investimento é registrado no contrato social e pode
ser feito tanto em dinheiro como em bens.
O capital social corresponde a tudo aquilo que os sócios investiram. Por exemplo, nas
instalações e na manutenção das atividades nos primeiros meses da empresa, antes que ela
começasse a dar lucro e a se sustentar.
Já o capital que entra na empresa e que se torna uma dívida para a organização é mais
conhecido como capital de terceiros.

2.1.2 Capital inicial


A expressão capital social possui um significado semelhante a capital inicial. No
entanto, quando se fala em capital inicial, não é preciso que exista um contrato. O capital
inicial é o investimento realizado para colocar em funcionamento qualquer atividade,
inclusive pequenos negócios da economia informal.

2.1.3 Capital de Giro


Capital de giro corresponde aos recursos necessários para que uma empresa mantenha sua
atividade. O termo corresponde ao dinheiro e outros ativos de alta liquidez, que podem ser
usados para pagar em dia fornecedores, salários e contas de consumo.

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2.1.4 Renumeração e custo e capital
Quando aplica dinheiro e bens em um negócio, o empresário espera obter lucro. Nesse
sentido, a remuneração do capital é o retorno gerado pelo investimento.
Para que o negócio tenha sido vantajoso, é preciso que a remuneração do capital seja
superior ao rendimento que o empresário teria se tivesse investido seu dinheiro de outra
forma. O rendimento que seria esperado de outras aplicações é chamado de custo de
oportunidade ou de custo do capital.

2.1.5 Capital Humano


A expressão capital humano é utilizada para se referir ao conhecimento, às capacidades, à
experiência e à motivação das pessoas que compõem em uma organização. Ou seja, a um
conjunto de ativos intangíveis relacionado à capacitação de sua força de trabalho.
Esse conjunto de qualidades recebe o nome de capital porque, quando aplicado na empresa
por meio do trabalho dos colaboradores, esse know how se reflete em uma maior geração de
riqueza.

3. Formas Jurídicas das empresas

Trata-se de uma empresa que é titulada apenas por um só indivíduo ou pessoa singular,
cujos bens próprios estão afetos à exploração do seu negócio.
Os negócios desenvolvidos por uma só pessoa poderão ter a forma jurídica de “Empresário
em Nome Individual”, “Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada” ou
“Sociedade Unipessoal por Quotas”.
Já os negócios desenvolvidos por um conjunto de pessoas podem assumir-se como,
“Sociedade por Quotas”, “Sociedade Anónima”, “Sociedade em Nome Colectivo”
“Sociedade em Comandita” ou “Cooperativas”.

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Carlos António Changaue

4. Abertura de Escrita das Sociedades


Sociedades são unidades económicas ou empresas cujo proprietário é mais de uma
pessoa.

4.1 Tipos de Sociedades


Existem os seguintes tipos de sociedades:
- Sociedades por quotas,

- Sociedades em nome colectivo,

- Sociedades Anónimas,

- Sociedades em comandita,

- Sociedades de capital e indústria

4.2 Abertura de Escrita das Sociedades por Quotas


Sociedades por quotas são aquelas cujo capital se encontra dividido em quotas e a
responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor da sua quota.
Designa-se quota, a parcela do capital ou uma parte do capital das sociedades por
quotas.
Neste tipo de sociedades, o termo final da firma é: Lda.
Durante o processo de constituição deste tipo de sociedade, faz-se abertura de escrita, e
esta obedece duas fases:
1ª Subscrição do capital.
2ª Realização do capital

Subscrição do capital – esta é a fase em que os sócios assumem o compromisso de


entrar para a sociedade com determinados valores.

Para o registo contabilístico desta fase, Debita-se a conta 4.5 OUTROS DEVEDORES
com a subconta “4.5.2 Subscritores de capital” e Credita-se a conta 5.1 CAPITAL.
Nesta fase, devem ser registados os nomes dos sócios e os respectivos valores por eles
subscritos.

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Realização do capital – esta é a fase em que os sócios entregam os valores subscritos.

Nesta fase, o registo contabilístico é feito em função do elemento ou elementos


patrimonial ou patrimoniais que cada sócio entrega a sociedade.
Debitam-se as contas em que estão registados elementos patrimoniais do activo (contas
do activo) e Creditam-se as contas em que estão registados elementos patrimoniais do
passivo (contas do passivo), e também Credita-se a conta 4.5 OUTROS DEVEDORES
com a subconta”4.5.2 subscritores de capital”.

Nesta fase de realização, sócios há que por vezes entregam valores a mais em relação ao
valor que haviam subscrito. Este valor a mais designa-se suprimento ou prestação
suplementar. Nesta situação considera-se que a sociedade tem uma divida a pagar ao
sócio que entregou valor a mais e este valor credita-se na conta 4.6 OUTROS
CREDORES com a subconta 4.6.7 Credores- Sócios, Accionistas ou proprietários.
A constituição de uma sociedade origina despesas (gastos de instalação). Estes gastos
são considerados Activos Intangíveis.

Para o registo contabilístico destas despesas, Debita-se a conta 3.3 ACTIVOS


INTANGÍVEIS com a subconta 3.3.4 Encargos de constituição ou de expansão, e
Credita-se a conta 1.1 CAIXA, se o pagamento for efectuado em numerário ou Credita-
se a conta 1.2 BANCOS, se o pagamento for efectuado por meio de cheque ou por
transferência bancária.

4.2.1 Abertura de Escrita das Sociedades Anónimas.

Sociedades Anónimas são aquelas cujo capital se encontra representado e dividido em


acções e a responsabilidade de cada sócio (accionista) é limitada ao valor das suas
acções.
Neste tipo de sociedades o termo final da firma é S.A.
Acções são títulos de crédito representativos de uma parte do capital das sociedades
anónimas.

Ao constituir-se uma sociedade anónima, faz-se abertura de escrita.

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No momento da constituição de uma sociedade anónima, há a considerar três
momentos:
 Emissão de acções;
 Subscrição das acções;
 Realização do capital

1. Emissão de acções – este é o momento em que se emitem as acções ficando estas em


poder dos sócios fundadores ou colocadas a disposição do público.
2. Subscrição das acções – este é o momento em que os sócios assumem o
compromisso de entrarem para a sociedade com um determinado número de acções.
3. Realização do Capital – este é o momento em que os sócios (accionistas) pagam as
acções subscritas.

No momento de emissão das acções para serem colocadas em poder do público, há a


considerar o valor com que a acção é emitida (valor de emissão) e o valor nominal da
mesma (valor que se encontra escrito no título de crédito). Por tanto;
 Valor de Emissão é o valor com que as acções são emitidas e colocadas em
poder do público.
 Valor Nominal é o valor que se encontra escrito no próprio título de crédito.

Da comparação destes valores podem resultar três situações, nomeadamente:


 Acções ao Par – quando o valor de emissão é igual ao valor nominal.
 Acções acima do Par – quando o valor de emissão é superior ao valor nominal.
 Acções abaixo do Par – quando o valor de emissão é inferior ao valor nominal.

N.B: A diferença entre o valor de emissão e o valor nominal designa-se Prémio de


emissão.
Em regra geral, não se pode emitir acções abaixo do par, porque isto significaria que é
um projecto á partida sem sucesso.

5. Formas de subscrição das acções


A subscrição das acções pode ser:
 Particular ou Privada – quando todas acções são integralmente subscritas e
realizadas pelos sócios (accionistas) fundadores.

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 Pública – aquela em que qualquer pessoa pode subscrever uma ou mais acções.

Quando o número das acções subscritas for inferior ao número das acções emitidas, os
sócios fundadores devem requerer o cancelamento provisório do registo da sociedade ou
podem desistir da constituição da mesma.
Para efeitos de abertura de escrita, na fase de emissão e de subscrição de acções
efectua-se único lançamento:
4.5 OUTROS DEVEDORES
4.5.2 Subscritores de capital
Nome dos subscritores
a 5.1 CAPITAL
P/ emissão e subscrição de … acções de … cada para a constituição da sociedades.

No caso de o valor de subscrição ser superior em relação ao valor nominal das acções,
efectua-se o seguinte lançamento:
4.5 OUTROS DEVEDORES
4.5.2 Subscritores de capital …………………….(Valor de emissão + Prémio de
emissão)
Nome dos subscritores
a 5.1 CAPITAL………………………………………………………..….(Valor
nominal)
a 5.4 PRÉMIOS DE EMISSÃO DE ACÇÕES OU QUOTAS…………. ( Prémio de
emissão)
P/ emissão e subscrição de … acções de … cada para a constituição da sociedade …
Os lançamentos referentes a fase de realização efectuam-se em função dos elementos
patrimoniais que cada sócio (accionista) entrega para aquisição das acções.
Geralmente neste tipo de sociedades, os que entregam elementos patrimoniais Activos e
Passivos são os sócios (accionistas) fundadores. Os outros sócios (accionistas) nesta
fase de realização adquirem as acções por meio de valores monetários e esta aquisição é
feita numa instituição bancária ou numa bolsa de valores.

N.B: Nesta fase de realização, Debitam-se as contas em que estão registados elementos
patrimoniais do activo (contas do activo) e Creditam-se as contas em que estão

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registados elementos patrimoniais do passivo (contas do passivo), e também Credita-se
a conta 4.5 OUTROS DEVEDORES com a subconta 4.5.2 subscritores de capital.
Para os sócios (accionistas) que adquirem as acções via banco e bolsa de valores,
Debita-se a conta 1.2 BANCOS e a sua respectiva subconta, e Credita-se a conta 4.5
OUTROS DEVEDORES com a subconta 4.5.2 subscritores de capital.

Código Comercial de Moçambique

Sociedades em nome colectivo


Na sociedade em nome colectivo o sócio responde subsidiariamente em relação à
sociedade e solidariamente com os outros sócios pelas obrigações sociais, ainda que
estas tenham sido contraídas anteriormente à data do seu ingresso.
O sócio que satisfaça obrigações da sociedade tem direito de regresso contra os
restantes sócios, na proporção em que cada um deva quinhoar nas perdas da sociedade.
Verificando-se a desconformidade prevista no nº. 4 do artigo 112, os restantes sócios
respondem subsidiariamente em relação ao sócio ali visado e solidariamente entre si
pela realização da diferença em dinheiro.
Quem não sendo sócio da sociedade se comporte perante terceiros, por qualquer forma,
como se o fosse, responde solidariamente com os sócios perante quem tenha negociado
com a sociedade na convicção de ele ser sócio

Sócios e sua contribuição


As sociedades em nome colectivo só podem ser constituídas por, pelo menos, dois
sócios, que podem contribuir com capital ou com indústria.
O prazo de diferimento para a realização das participações de capital não pode exceder
cinco anos.

Conteúdo dos estatutos


Dos estatutos da sociedade em nome colectivo deve especialmente constar:

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 O nome completo de cada um dos sócios;
 O valor atribuído às contribuições de indústria, para efeito da determinação da
repartição dos lucros.
Os sócios de indústria devem, em declaração anexa, descrever de forma sumária as
atividades que se obrigam a exercer.

Sociedades em comandita
A sociedade em comandita pode ser constituída em comandita simples, ou em
comandita por acções quando as participações dos sócios comanditários são
representadas por acções.

Características
 Na sociedade em comandita são elementos distintos a sociedade em nome
colectivo, que compreende os sócios comanditados, e a comandita de fundos.
 Cada um dos sócios comanditários responde apenas pela realização da sua
participação de capital, não podendo contribuir com indústria, os sócios
comanditados respondem pelas obrigações sociais nos termos previstos para os
sócios da sociedade em nome colectivo.
 Uma sociedade por quotas ou uma sociedade anónima podem ser sócios
comanditados.

Conteúdo dos estatutos


Nos estatutos da sociedade em comandita devem ser indicados distintamente os sócios
comanditários e os sócios comanditados.
Os estatutos devem especificar se a sociedade é constituída como comandita simples ou
como comandita por acções.

Regime das sociedades em comandita

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Às sociedades em comandita aplicam-se as disposições relativas às sociedades em
nome colectivo, na medida em que forem compatíveis com as normas deste capítulo.
Nas sociedades em comandita por acções aplicam-se à comandita de fundos as
disposições relativas às sociedades anónimas, em tudo o que não se ache especialmente
preceituado neste capítulo.

Sociedade de capital e indústria


Características
A sociedade de capital e indústria caracterizam-se:

 Por possuir sócios que contribuem para a formação do capital com dinheiro,
créditos ou outros bens materiais e que limitam a sua responsabilidade ao valor
da contribuição com que subscreveram para o capital social;

 Por possuir sócios que não contribuem para o mesmo capital, mas apenas
ingressam na sociedade com o seu trabalho, e que estão isentos de qualquer
responsabilidade pelas dívidas sociais.

Os sócios capitalistas subscreverão a totalidade do seu capital social, em valores fixos e


sem a consequente divisão em quotas.

Cláusulas especiais
Segundo o código comercial de Moçambique, Artigo 279 as Clausulas especiais da
sociedade de capital e indústria diz que os estatutos da sociedade de capital e indústria
devem especialmente conter:
 A especificação das obrigações do sócio ou sócios de indústria;
 A percentagem que cabe aos sócios de indústria nos lucros sociais.

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Administração
No Artigo 280 do código comercial de Moçambique diz que Na sociedade de capital e
indústria, a administração pertence a um ou mais sócios capitalistas.
Os sócios de indústria poderão exercer o cargo de administrador, desde que prestem
uma caução previamente fixada no contrato de sociedade.
Salvo disposição do contrato de sociedade em contrário, a caução referida no número
anterior deverá ser igual ao valor do capital subscrito pelos sócios capitalistas e será
destinada, exclusivamente, à responder pelos actos de má administração eventualmente
praticados.

Quanto a Limitação à atividade dos sócios de indústria


Os sócios de indústria estão proibidos de empregar-se em qualquer operação comercial
estranha ao objecto da sociedade, sob pena de serem privados dos lucros e excluídos da
sociedade Salvo quando o contrato de sociedade o permita.

Percentagem do sócio de indústria nos lucros


O sócio de indústria participa nos lucros sociais na percentagem dos lucros estipulada
no contrato de sociedade.
Em caso de omissão do contrato de sociedade, presume-se que a participação do sócio
nos lucros será igual à do sócio capitalista de menor parte social no capital.
Em caso de liquidação, cabe também ao sócio de indústria o direito a uma parte do
acervo da sociedade. Este direito do sócio só se realiza depois de liquidada a sociedade,
e após a devolução aos sócios capitalistas das suas respectivas quotas no capital. Se
houver algum lucro remanescente o mesmo é repartido entre todos os sócios na
proporção estipulada no contrato de sociedade ou, na sua omissão.

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Conclusão

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Bibliografia

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