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MATRIZ DE ATIVIDADE INDIVIDUAL

Estudante: Carla Alexandre Santana Gomes

Disciplina: Análise das Demonstrações Contabéis

Turma: 2

1. Introdução
Diante da evolução dos tempos modernos, as empresas buscam ampliar seus negócios e aumentar
seus lucros. Esse movimento é impulsionado pela necessidade de atrair investidores para financiar o
crescimento e a expansão de suas operações. Neste contexto, a contabilidade assume um papel
crucial, fornecendo demonstrações contábeis que são essenciais na apresentação de informações
pertinentes a possíveis investidores. Esses relatórios contábeis não apenas refletem a situação
financeira atual da empresa, mas também servem como base para a geração de indicadores
financeiros vitais. Estes indicadores são ferramentas decisivas na análise e na tomada de decisões
estratégicas, tanto para a gestão da empresa quanto para os investidores interessados em avaliar a
viabilidade e o potencial de crescimento do negócio (ASSAF NETO, 2010).

A utilização eficaz da contabilidade, com a observação rigorosa de todos os seus benefícios dentro de
uma organização, resulta em uma ferramenta poderosa para a análise econômico-financeira. A
habilidade de interpretar corretamente as demonstrações contábeis e os indicadores financeiros
derivados é um diferencial para qualquer empresa que almeja não apenas sobreviver, mas prosperar
no mercado competitivo atual. Essa interpretação precisa dos dados contábeis permite uma avaliação
mais acurada da saúde financeira da empresa, guiando decisões estratégicas e fornecendo
informações valiosas para atrair e manter investidores. É nesse ponto que a análise econômico-
financeira se torna uma peça chave para o sucesso empresarial no ambiente de negócios moderno
(CARVALHO; COSTA; GONÇALVES; LIMEIRA, 2010).

A análise financeira detalhada das informações contábeis da Magazine Luiza oferece um panorama
abrangente sobre a saúde financeira e as perspectivas futuras da empresa. Esta análise permite
questionar: Quais as perspectivas que podem ser traçadas a partir dos resultados financeiros obtidos?
A relevância deste questionamento reside na capacidade de discernir, a partir dos dados financeiros e
contábeis, as potencialidades e desafios enfrentados pela Magazine Luiza em um mercado varejista
dinâmico e competitivo. Avaliar estes resultados financeiros não apenas ilumina o caminho percorrido
pela empresa, mas também projeta cenários futuros, orientando estratégias de negócios e
investimentos. Uma compreensão aprofundada dos indicadores financeiros e sua interpretação
contextualizada é vital para prever tendências de mercado, avaliar a sustentabilidade do modelo de
negócios da empresa e identificar áreas de potencial melhoria e crescimento.

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O objetivo geral deste estudo é identificar desvios e propor mitigações para os resultados obtidos da
análise das informações contábeis da empresa Magazine Luiza. Este objetivo se desdobra em vários
objetivos específicos, cada um contribuindo para uma compreensão mais profunda e ação mais
efetiva. Primeiramente, busca-se compreender os conceitos envolvidos em cada indicador financeiro a
ser utilizado, garantindo que a análise seja fundamentada e precisa. Em seguida, é essencial analisar
as informações contábeis fornecidas pela empresa, identificando as causas e consequências dos
desvios encontrados.

Este conjunto de objetivos é vital para que a análise financeira não seja apenas um exercício de
observação, mas também uma ferramenta para ação estratégica. Através desta abordagem, o estudo
contribuirá para uma compreensão mais rica e detalhada da situação financeira da Magazine Luiza,
oferecendo caminhos para o fortalecimento e crescimento da empresa no contexto competitivo atual.

A análise financeira da empresa Magazine Luiza será conduzida através de uma metodologia
detalhada e sistemática, fundamentada em princípios contábeis e financeiros. Inicialmente, será
realizada uma compilação e exame das demonstrações financeiras publicadas pela empresa, incluindo
balanços patrimoniais, demonstrações de resultado e fluxos de caixa. Esta fase preliminar é essencial
para estabelecer um entendimento claro da posição financeira atual da empresa, fornecendo uma
base sólida para análises subsequentes.

Subsequentemente, procederemos com a análise de indicadores financeiros. Esses indicadores,


incluindo liquidez, rentabilidade, endividamento e operacionais, serão calculados e interpretados para
fornecer uma visão abrangente do desempenho financeiro da Magazine Luiza. Esta etapa é vital para
identificar tendências, pontos fortes e áreas que requerem atenção. A análise de indicadores permite
avaliar a saúde financeira da empresa em diferentes dimensões, facilitando a compreensão de sua
capacidade de gerar valor.

Por fim, a análise será concluída com uma avaliação crítica dos resultados, identificando desvios
significativos e propondo estratégias de mitigação. Este estágio envolve uma interpretação detalhada
dos dados, correlacionando os resultados financeiros com eventos e decisões empresariais. O objetivo
é fornecer recomendações concretas para melhorar a gestão financeira e direcionar a tomada de
decisões estratégicas na Magazine Luiza, alinhando os resultados da análise com os objetivos de
negócio da empresa.

2. Análise horizontal
A análise horizontal do Balanço Patrimonial (BP) e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
da Magazine Luiza para os anos de 2019 e 2020 revela informações valiosas sobre o desempenho
financeiro da empresa. Vamos analisar esses resultados em tabelas detalhadas, seguidas de uma
discussão sobre o que eles representam.

Variável 31/12/2019 31/12/2020 Variação (%)


Ativo Total 18.611.817 22.296.830 19,80%
Ativo Circulante 12.157.015 14.799.483 21,74%

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Caixa e Equivalentes de Caixa 180.799 1.281.569 608,84%
Aplicações Financeiras 4.446.143 1.220.095 -72,56%
Contas a Receber 2.769.649 3.460.711 24,95%
Estoques 3.509.334 5.459.037 55,56%
Tributos a Recuperar 777.929 594.782 -23,54%
Outros Ativos Circulantes 473.161 2.783.289 488,23%
Ativo Não Circulante 6.454.802 7.497.347 16,15%
Ativo Realizável a Longo Prazo 1.491.070 1.585.551 6,34%
Investimentos 1.240.664 1.705.072 37,43%
Imobilizado 3.196.199 3.613.297 13,05%
Intangível 526.869 593.427 12,63%
Passivo Total 18.611.817 22.296.830 19,80%
Passivo Circulante 7.203.042 11.512.179 59,82%
Obrigações Sociais e Trabalhistas 309.007 294.314 -4,75%
Fornecedores 5.413.546 7.679.861 41,86%
Obrigações Fiscais 307.695 331.113 7,61%
Empréstimos e Financiamentos Circulante 8.192 1.666.243 20.239,88%
Outras Obrigações 1.164.602 1.540.648 32,29%
Passivo Não Circulante 3.843.838 3.459.364 -10,00%
Empréstimos e Financiamentos Não Circulante 838.862 17.725 -97,89%
Arrendamento Mercantil 1.893.790 2.156.522 13,87%
Tributos Diferidos 3.725 0 -100,00%
Provisões Fiscais, Trabalhistas e Cíveis 767.938 998.250 29,99%
Lucros e Receitas a Apropriar 339.523 286.867 -15,51%
Patrimônio Líquido 7.564.937 7.325.287 -3,17%
Capital Social Realizado 5.952.282 5.952.282 0,00%
Reservas de Capital 198.730 -213.037 -207,20%
Reservas de Lucros 1.410.757 1.574.891 11,63%
Outros Resultados Abrangentes 3.168 11.151 251,99%

A análise horizontal do Balanço Patrimonial da Magazine Luiza revela insights significativos sobre a
evolução financeira da empresa entre 2019 e 2020. Um dos destaques mais notáveis é o aumento
substancial de 608,84% em Caixa e Equivalentes de Caixa, que pode ser atribuído a uma gestão de
liquidez mais eficiente ou a um aumento no capital de giro. Este aumento sugere que a empresa está
em uma posição mais robusta para gerenciar suas operações diárias e possíveis investimentos. Por
outro lado, a redução de 72,56% em Aplicações Financeiras pode indicar realocações de
investimentos para outras áreas mais produtivas ou necessidade de liquidez para operações correntes.
Além disso, o crescimento de 55,56% nos Estoques pode refletir uma expansão nas linhas de
produtos ou um acúmulo antecipado de estoque para atender a demanda futura.

As mudanças no Passivo também são dignas de nota, particularmente o aumento de 59,82% no


Passivo Circulante, impulsionado principalmente pelo crescimento expressivo de 20.239,88% em
Empréstimos e Financiamentos Circulantes. Este aumento pode ser resultado de novas dívidas
contraídas para financiar expansões ou cobrir despesas operacionais, sugerindo uma estratégia de
alavancagem para crescimento. No entanto, essa estratégia pode acarretar riscos associados à gestão

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da dívida, especialmente se a empresa enfrentar desafios em gerar fluxos de caixa suficientes para
cobrir os novos compromissos financeiros. Por outro lado, a redução de 3,17% no Patrimônio Líquido
pode ser reflexo de dividendos pagos ou ajustes nos resultados acumulados. Essa diminuição, embora
relativamente pequena, merece atenção, pois indica uma redução na riqueza dos acionistas. A
capacidade da Magazine Luiza de sustentar seu crescimento e ao mesmo tempo gerenciar
eficientemente suas obrigações financeiras será crucial para o sucesso futuro e a sustentabilidade
financeira da empresa.

Variável 31/12/2019 31/12/2020 Variação


(%)
Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 18.491.861 26.130.544 41,31%
Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -13.464.405 -19.672.090 46,10%
Resultado Bruto 5.027.456 6.458.454 28,46%
Despesas/Receitas Operacionais -3.745.083 -5.753.929 53,64%
Despesas com Vendas -3.134.586 -4.476.887 42,82%
Despesas Gerais e Administrativas -972.582 -1.295.041 33,15%
Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos -69.676 -100.388 44,08%
Outras Receitas Operacionais 352.031 81.834 -76,75%
Resultado de Equivalência Patrimonial 79.730 36.553 -54,15%
Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos 1.282.373 704.525 -45,06%
Tributos
Receitas Financeiras 647.421 201.463 -68,88%
Despesas Financeiras -714.410 -526.543 -26,30%
Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro 1.215.384 379.445 -68,78%
Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o -293.556 12.264 -104,18%
Lucro
Lucro/Prejuízo do Período 921.828 391.709 -57,51%

A análise horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) da Magazine Luiza de 2019


para 2020 revela aspectos notáveis no desempenho financeiro da empresa. A primeira observação
significativa é o aumento de 41,31% na Receita de Venda de Bens e/ou Serviços, indicativo de um
crescimento robusto nas operações de venda. Este aumento pode ser atribuído a uma expansão bem-
sucedida do mercado, à introdução de novos produtos ou serviços, ou a um aumento na eficiência das
vendas. No entanto, o Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos também subiu em 46,10%, superando
o crescimento da receita. Este desequilíbrio sugere um aumento nos custos de produção ou aquisição
que, se não controlados, podem afetar a margem de lucro da empresa no longo prazo.

Outro ponto de destaque é o aumento de 53,64% nas Despesas/Receitas Operacionais, indicando um


crescimento substancial nos custos operacionais. Este aumento pode ser resultado de investimentos
em marketing, expansão da infraestrutura ou contratação de pessoal. Embora esses investimentos
possam ser necessários para sustentar o crescimento das receitas, é crucial que sejam gerenciados
eficientemente para garantir que não erodem a lucratividade da empresa. A redução significativa de
57,51% no Lucro/Prejuízo do Período ressalta a necessidade de uma gestão de custos mais rigorosa.
Para o futuro, a Magazine Luiza precisará equilibrar o crescimento da receita com o controle eficaz

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dos custos operacionais e do custo das mercadorias vendidas para melhorar sua rentabilidade e
sustentar um crescimento saudável a longo prazo.

3. Análise vertical
De forma similar ao que foi feito para a análise horizontal, será feita a seguir a análise vertical das
nfromações conta´beis da empresa Magazine Luiza, conforme poode ser observado a seguir:

Variável % do Total - 2019 % do Total - 2020


Ativo Total 100.00% 100.00%
Ativo Circulante 65.32% 66.37%
Caixa e Equivalentes de Caixa 0.97% 5.75%
Aplicações Financeiras 23.89% 5.47%
Contas a Receber 14.88% 15.52%
Estoques 18.86% 24.48%
Tributos a Recuperar 4.18% 2.67%
Outros Ativos Circulantes 2.54% 12.48%
Ativo Não Circulante 34.68% 33.63%
Ativo Realizável a Longo Prazo 8.01% 7.11%
Investimentos 6.67% 7.65%
Imobilizado 17.17% 16.21%
Intangível 2.83% 2.66%
Passivo Total 100.00% 100.00%
Passivo Circulante 38.70% 51.63%
Obrigações Sociais e Trabalhistas 1.66% 1.32%
Fornecedores 29.09% 34.44%
Obrigações Fiscais 1.65% 1.49%
Empréstimos e Financiamentos Circulante 0.04% 7.47%
Outras Obrigações 6.26% 6.91%
Passivo Não Circulante 20.65% 15.52%
Empréstimos e Financiamentos Não Circulante 4.51% 0.08%
Arrendamento Mercantil 10.18% 9.67%
Tributos Diferidos 0.02% 0.00%
Provisões Fiscais, Trabalhistas e Cíveis 4.13% 4.48%
Lucros e Receitas a Apropriar 1.82% 1.29%
Patrimônio Líquido 40.65% 32.85%
Capital Social Realizado 31.98% 26.70%
Reservas de Capital 1.07% -0.96%
Reservas de Lucros 7.58% 7.06%
Outros Resultados Abrangentes 0.02% 0.05%

A análise vertical do Balanço Patrimonial da Magazine Luiza revela mudanças significativas na


estrutura financeira da empresa entre 2019 e 2020. Uma das alterações mais notáveis é o aumento
na proporção do Ativo Circulante, de 65,32% para 66,37%, destacando um maior foco em ativos

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líquidos e de curto prazo. Especificamente, o crescimento acentuado na proporção de Caixa e
Equivalentes de Caixa, de 0,97% para 5,75%, sugere uma estratégia de aumento de liquidez ou uma
reserva de caixa maior para enfrentar incertezas ou investimentos futuros. Por outro lado, observa-se
uma redução na proporção de Aplicações Financeiras, de 23,89% para 5,47%, o que pode indicar
uma realocação de recursos para operações mais líquidas ou para outras áreas de investimento com
maior retorno potencial.

No lado do passivo, é notável o aumento na proporção do Passivo Circulante, de 38,70% para


51,63%, indicando uma maior proporção de dívidas de curto prazo ou obrigações iminentes. Esse
aumento pode ser reflexo de uma estratégia de financiamento de curto prazo para sustentar
operações ou expansões. Essa estratégia, embora possa oferecer flexibilidade financeira, também
pode aumentar os riscos relacionados ao fluxo de caixa, especialmente se a empresa enfrentar
desafios em manter ou aumentar suas receitas. Além disso, a diminuição na proporção do Patrimônio
Líquido, de 40,65% para 32,85%, pode sinalizar uma mudança na política de distribuição de
dividendos ou na retenção de lucros. Para o futuro, é crucial que a Magazine Luiza mantenha um
equilíbrio saudável entre liquidez e solvência, assegurando a capacidade de cobrir obrigações de curto
prazo sem comprometer o crescimento sustentável e a rentabilidade a longo prazo.

Variável % da Receita - % da Receita -


2019 2020
Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 100.00% 100.00%
Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -72.81% -75.28%
Resultado Bruto 27.19% 24.72%
Despesas/Receitas Operacionais -20.25% -22.02%
Despesas com Vendas -16.95% -17.13%
Despesas Gerais e Administrativas -5.26% -4.96%
Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos -0.38% -0.38%
Outras Receitas Operacionais 1.90% 0.31%
Resultado de Equivalência Patrimonial 0.43% 0.14%
Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos 6.93% 2.70%
Tributos
Receitas Financeiras 3.50% 0.77%
Despesas Financeiras -3.86% -2.02%
Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro 6.57% 1.45%
Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o -1.59% 0.05%
Lucro
Lucro/Prejuízo do Período 4.99% 1.50%

A análise vertical da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) da Magazine Luiza nos anos de
2019 e 2020 oferece insights valiosos sobre as mudanças na estrutura de custos e rentabilidade da
empresa. Em 2019, a empresa registrou um Resultado Bruto que representava 27,19% da receita
total, enquanto em 2020, essa proporção caiu para 24,72%. Essa redução no Resultado Bruto, como
percentagem da receita total, pode ser atribuída ao aumento do Custo dos Bens e/ou Serviços
Vendidos, que subiu de -72,81% em 2019 para -75,28% em 2020. Essa tendência sugere um
aumento relativo nos custos em relação às vendas, o que pode ser resultado de preços mais altos de

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insumos, custos de produção ou uma mudança no mix de produtos vendidos. A gestão eficiente
desses custos é crucial para a manutenção da margem de lucro.

Além disso, as Despesas Operacionais também mostraram um aumento em termos percentuais de -


20,25% para -22,02% da receita total. Este aumento nas despesas operacionais, especialmente nas
despesas com vendas que passaram de -16,95% para -17,13%, pode indicar investimentos em
marketing, expansão de vendas ou custos administrativos mais elevados. Embora tais investimentos
possam ser estratégicos para o crescimento a longo prazo, eles também podem pressionar a
rentabilidade no curto prazo. O Lucro Líquido, que caiu de 4,99% da receita total em 2019 para
1,50% em 2020, reflete o impacto dessas mudanças, sublinhando a necessidade de um equilíbrio
cuidadoso entre expansão, gestão de custos e rentabilidade. Para a Magazine Luiza, entender e gerir
eficazmente a relação entre custos, despesas e receitas será crucial para sustentar o crescimento e a
rentabilidade em um mercado competitivo.

3. Cálculo dos índices de liquidez


Abaixo é apresentada a tabela dos indicadores de liquidez da Magazine Luiza para os anos de 2019 e
2020:

Indicador 2019 2020


Liquidez Corrente 1.69 1.29
Liquidez Seca 1.20 0.81
Liquidez Imediata 0.64 0.22
Liquidez Geral 1.24 1.09

Inicialmente, observa-se uma queda no índice de Liquidez Corrente, de 1.69 em 2019 para 1.29 em
2020. Este índice reflete a capacidade da empresa de cobrir suas obrigações de curto prazo com seus
ativos mais líquidos. Embora ainda acima de 1.0, indicando uma capacidade adequada de pagamento
das dívidas de curto prazo, a tendência de queda é um sinal de que a Magazine Luiza deve estar
atenta à gestão do capital de giro para manter ou melhorar essa capacidade.

Além disso, o índice de Liquidez Seca, que fornece uma visão mais conservadora ao excluir os
estoques, também apresentou uma redução significativa, passando de 1.20 em 2019 para 0.81 em
2020. Essa diminuição sugere que, desconsiderando os estoques, a empresa tem enfrentado desafios
em manter uma boa margem de segurança para cobrir seus passivos de curto prazo. Essa situação
pode indicar a necessidade de melhorias na gestão de estoques ou na obtenção de liquidez através de
outras fontes. Ademais, a Liquidez Imediata, que foca nos ativos mais líquidos como caixa e
equivalentes, teve uma redução acentuada, o que aponta para uma menor disponibilidade de caixa
para cobrir passivos imediatos. Por fim, a queda no índice de Liquidez Geral, que considera tanto
ativos circulantes quanto realizáveis a longo prazo, de 1.24 para 1.09, sugere desafios potenciais no
longo prazo para cumprir obrigações financeiras, ressaltando a importância de uma estratégia
financeira sólida para assegurar a sustentabilidade e o crescimento da empresa.

4. Cálculo da estrutura de capital

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Os valores a seguir são percentuais e representam a relação entre os diferentes elementos do balanço
patrimonial da Magazine Luiza nos anos de 2019 e 2020.

Indicador 2019 2020


Grau de Endividamento 38.70% 51.63%
Grau de Endividamento Global (EG) 61.34% 67.17%
Endividamento sobre o Patrimônio Líquido (EPL) 205.15% 300.70%
Composição das Exigibilidades 38.70% 51.63%
Passivo Circulante/Patrimônio Líquido 95.30% 157.30%
Exigível de Longo Prazo/Patrimônio Líquido 50.84% 47.19%
Capital de Terceiros/Passivo Total 61.34% 67.17%
Passivo Circulante/Capital de Terceiros 63.04% 76.80%
Imobilização do Patrimônio Líquido 85.36% 102.33%
Imobilização de Recursos Permanentes 54.56% 68.80%

O Grau de Endividamento, que mede a proporção de dívidas de curto prazo no total do passivo,
aumentou de 2019 para 2020, indicando que a empresa passou a utilizar mais dívidas de curto prazo
em sua estrutura de capital. Essa mudança pode refletir uma estratégia de financiamento de curto
prazo para aproveitar oportunidades de mercado ou para cobrir necessidades de capital de giro. O
Grau de Endividamento Global, que inclui tanto as dívidas de curto quanto de longo prazo, também
aumentou, sugerindo que a Magazine Luiza tem uma parcela maior de suas fontes de recursos
financiadas por terceiros em 2020 em relação ao total de seus ativos. Isso pode afetar a autonomia
da empresa e sua capacidade de investir e expandir sem depender de financiamentos externos.

Quando olhamos para o Endividamento sobre o Patrimônio Líquido, vemos um grande salto de 2019
para 2020, o que indica que a empresa assumiu mais dívidas em relação ao patrimônio líquido dos
acionistas. Isso pode sugerir um risco maior para os investidores, pois um alto grau de alavancagem
financeira pode resultar em maior volatilidade nos retornos. A Composição das Exigibilidades e o
Capital de Terceiros sobre o Passivo Total confirmam essa tendência, mostrando que a empresa está
mais alavancada e dependente de capital de terceiros.

O aumento no indicador de Passivo Circulante sobre o Patrimônio Líquido sugere que a empresa pode
enfrentar pressões no curto prazo para cumprir suas obrigações financeiras, enquanto o Exigível de
Longo Prazo sobre o Patrimônio Líquido se manteve mais estável, indicando uma gestão mais
controlada das dívidas de longo prazo. A Imobilização do Patrimônio Líquido e a Imobilização de
Recursos Permanentes aumentaram, indicando que uma maior proporção do patrimônio líquido está
sendo utilizada para financiar o ativo não circulante, o que pode limitar a flexibilidade financeira da
empresa para responder a mudanças no ambiente de negócios.

De maneira geral, os indicadores de 2020 refletem uma estrutura de capital com maior
endividamento, o que pode representar tanto uma estratégia agressiva de crescimento quanto um
sinal de cautela para a sustentabilidade financeira a longo prazo. A gestão financeira e a capacidade
da Magazine Luiza de gerar fluxo de caixa operacional são críticas para manter a saúde financeira
diante desse cenário.

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5. Cálculo da lucratividade
Abaixo está a tabela com os valores dos indicadores de Margem de Lucratividade para os anos de
2019 e 2020:

Indicador 2019 (%) 2020 (%)


Margem de Lucratividade Bruta (MLB) 27.19 24.72
Margem de Lucratividade Operacional (MLO) 6.93 2.70
Margem de Lucratividade Líquida (MLL) 4.99 1.50

A Margem de Lucratividade Bruta (MLB) da Magazine Luiza sofreu uma redução de 27.19% em 2019
para 24.72% em 2020. Isso indica que, embora a empresa tenha aumentado sua receita de vendas, o
custo dos bens ou serviços vendidos aumentou a um ritmo mais rápido, resultando em uma menor
proporção de lucro bruto em relação à receita total. A redução na margem bruta pode ser um sinal de
pressões de custos no mercado ou de mudanças no mix de vendas em favor de produtos com menor
margem.

Quanto à Margem de Lucratividade Operacional (MLO), houve uma diminuição mais acentuada de
6.93% para 2.70% entre 2019 e 2020. Isso reflete uma compressão significativa na capacidade da
empresa de transformar vendas em lucro operacional. Esse declínio pode ser atribuído a um aumento
nas despesas operacionais que não foi totalmente compensado pelo crescimento da receita, o que
pode sugerir a necessidade de revisão e otimização dos gastos operacionais e da estratégia de preços.

Por fim, a Margem de Lucratividade Líquida (MLL), que mede o lucro líquido em relação à receita
líquida de vendas, também diminuiu de 4.99% para 1.50%. Essa queda expressiva na rentabilidade
líquida pode ser devida a uma combinação de aumento dos custos de vendas, despesas operacionais
e potencialmente outros fatores não operacionais, como despesas financeiras e impostos. A redução
da margem líquida é um sinal de alerta, pois indica que uma menor fração da receita está sendo
retida como lucro, o que pode impactar negativamente o valor gerado para os acionistas e a
capacidade de investimento da empresa. A Magazine Luiza precisará abordar proativamente essas
questões para melhorar a eficiência operacional e fortalecer sua posição financeira.

6. Cálculo da rentabilidade
Abaixo estão os resultados dos cálculos dos indicadores financeiros para os anos de 2019 e 2020 da
Magazine Luiza:

Indicador 2019 (%) 2020 (%)


Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (RPL) 12.19 5.35
Retorno sobre o Investimento (RSI) 103.36 41.32
Rentabilidade do Ativo (RA) 4.95 1.76
Capitalização 100.00 107.47

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Ao analisar os resultados, percebe-se uma tendência de queda nos indicadores de rentabilidade da
Magazine Luiza de 2019 para 2020. A Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (RPL) teve uma
redução pela metade, passando de 12.19% para 5.35%, o que indica que a empresa se tornou menos
eficiente em gerar lucro líquido a partir do capital dos acionistas. Isso pode ser uma preocupação para
os investidores, pois reflete diretamente na rentabilidade dos seus investimentos. O Retorno sobre o
Investimento (RSI), que mostra a eficiência da empresa em gerar lucro a partir de seus
investimentos, também apresentou uma queda significativa de 103.36% para 41.32%. Isso pode
indicar que os investimentos da empresa não estão performando como esperado ou que os custos
associados a esses investimentos aumentaram.

A Rentabilidade do Ativo (RA), que mede a eficiência da empresa em utilizar seus ativos para gerar
lucro, diminuiu de 4.95% para 1.76%, sugerindo uma menor eficiência operacional na conversão de
ativos em lucro líquido. A Capitalização, que reflete o grau de investimento em ativos não circulantes,
mostrou um aumento de 100.00% para 107.47%. Esse aumento pode ser interpretado como um
maior investimento em ativos de longo prazo, o que poderia indicar um foco em crescimento futuro
ou em ativos que trarão benefícios a longo prazo.

Essas mudanças nos indicadores financeiros podem sinalizar a necessidade de uma análise mais
aprofundada dos investimentos da empresa e da estratégia de gestão de custos para melhorar a
rentabilidade e o retorno para os acionistas. A queda nos índices de rentabilidade pode também
refletir desafios externos, como mudanças nas condições de mercado ou aumento da concorrência,
que afetaram o desempenho financeiro da Magazine Luiza em 2020

7. Conclusão sobre a situação econômica e financeira da


empresa
A análise financeira da Magazine Luiza para os anos de 2019 e 2020 revela uma série de insights
sobre o desempenho e a saúde financeira da empresa. Este relatório fornece uma visão abrangente,
contemplando análises vertical e horizontal, além de uma avaliação dos indicadores de liquidez,
estrutura de capital, lucratividade e rentabilidade. O objetivo é interpretar os dados financeiros de
forma a compreender a posição atual da empresa e perspectivas futuras.

A análise vertical do Balanço Patrimonial mostra que houve um aumento na proporção do Ativo
Circulante e uma redução no Patrimônio Líquido de 2019 para 2020, indicando uma potencial liquidez
de curto prazo em detrimento da riqueza dos acionistas. Na Demonstração do Resultado do Exercício,
a margem bruta diminuiu, sugerindo pressões nos custos ou alterações no mix de vendas. A análise
horizontal complementa essas descobertas, revelando um crescimento significativo no Ativo Total,
impulsionado principalmente pelo Ativo Circulante, e um aumento no Passivo Circulante, indicando
uma maior dependência de financiamento de curto prazo.

Os indicadores de liquidez mostram uma deterioração na capacidade da empresa de cumprir suas


obrigações de curto prazo. A Liquidez Corrente e Seca diminuíram, refletindo uma posição menos
favorável para cobrir passivos de curto prazo sem a necessidade de vender estoque. A Liquidez
Imediata também caiu drasticamente, sugerindo uma disponibilidade reduzida de caixa e equivalentes
para responder a obrigações imediatas.

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Os indicadores de estrutura de capital destacam um aumento no endividamento, com o Grau de
Endividamento e o Grau de Endividamento Global mostrando que a empresa está mais alavancada. O
Endividamento sobre o Patrimônio Líquido também aumentou substancialmente, indicando maior risco
para os acionistas e potencial vulnerabilidade financeira.

As margens de lucratividade sofreram um declínio de 2019 para 2020. A Margem Bruta, Operacional e
Líquida diminuíram, apontando para um controle menos eficaz sobre os custos e despesas ou para
uma estratégia de vendas que pode ter priorizado o crescimento da receita em detrimento da
rentabilidade. A análise dos indicadores de rentabilidade reforça essa interpretação: a Rentabilidade
sobre o Patrimônio Líquido (RPL) e a Rentabilidade do Ativo (RA) diminuíram, refletindo uma eficiência
reduzida na geração de lucro a partir do investimento dos acionistas e do uso dos ativos.

A Magazine Luiza enfrentou desafios significativos entre 2019 e 2020. Apesar de um aumento na
receita de vendas, o crescimento dos custos e despesas operacionais superou o crescimento da
receita, comprimindo as margens de lucro. O aumento da liquidez corrente pode ser visto como um
sinal positivo para a gestão de obrigações de curto prazo, mas a deterioração nos indicadores de
liquidez imediata e seca sugere que a empresa pode ter dificuldades em responder rapidamente a
obrigações financeiras imprevistas sem comprometer seus estoques ou outros ativos.

A estrutura de capital da empresa tornou-se mais dependente de dívidas, o que implica uma
estratégia agressiva de alavancagem que pode ser tanto uma alavanca para o crescimento quanto
uma fonte de vulnerabilidade. A sustentabilidade financeira a longo prazo da Magazine Luiza
dependerá de sua capacidade de otimizar a gestão de custos, melhorar as margens de lucro e gerar
um retorno adequado sobre os investimentos feitos.

Por fim, é imperativo que a Magazine Luiza aborde proativamente as questões identificadas nesta
análise para melhorar sua eficiência operacional, fortalecer sua posição financeira e criar valor para
seus acionistas. A empresa precisará equilibrar o crescimento, a rentabilidade e a solidez financeira
para assegurar sucesso contínuo em um mercado competitivo.

Referências bibliográficas
ASSAF NETO, A.. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. São Paulo:
Atlas, 2010.

CARVALHO, U. T. de; COSTA, L. G. T. A.; GONÇALVES, H. de M.; LIMEIRA, A. F. F. Análise


econômico-financeira de uma empresa. Rio de Janeiro: FGV, 2010.

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